sempre adorei esse filme por causa do nome, mesmo antes de saber sobre o que era. quando soube, tudo fez sentido. um filme/documentário muito importante e essencial para se discutir a ditadura. a visão das torturadas sobre a tortura, sobre a prisão, sobre a vida após a tortura e sobre a vida no geral. o filme intercala os depoimentos com uma ÓTIMA personagem da irene ravache, em cenas com ótima direção de arte (destaco pois nem precisaria ser um ponto tão essencial num filme como esse) uma visão crua e sincera sobre mulheres pela visão de uma mulher - não há visão de coitada, nem visão romântica. há uma questão bem difícil de se pensar sobre: não poder falar sobre isso porque ninguém quer ouvir, mas o ato de não falar significar esconder que aquilo aconteceu. a nossa sociedade se acostuma a rejeitar assuntos fortes e por isso que vivemos nesse período com tantos reacionários querendo a volta da ditadura. filme gigante e obrigatório
filme muito divertido que consegue misturar terror slasher com terror de maldições e ainda inserindo o erotismo que a época exigia nos filmes nacionais. é uma história simples mas bem objetiva na função de cada personagem que passa pela casa, gerando boas cenas de gore pra época. destaque pra
já tinha visto uma cena do filme que é basicamente o cartaz: o jofre soares amarrado no poste. não sabia sobre o que era nem porque ela estava amarrado nesse poste, mas conhecia o filme por isso. depois de assistir a visão do filme não muda muito - é o filme que o jofre soares fica amarrado no poste. a história faz um personagem nada carismático como protagonista e aparenta que ele tenha problema mental ou algo do tipo. em determinado ponto dessa confusão ele é tratado como tarado e esse é o motivo do poste. dali pra frente é isso, o jofre soares amarrado no poste e o filme cozinhando o que fazer sobre isso. os coadjuvantes são meio toscos, sendo arquétipos sem muita profundidade. marieta severo vai bem na sua odiosa personagem e jofre soares dá show no seu sofrimento, mas a impressão é que o filme não sabia bem o que queria fazer nem onde queria chegar além da situação do poste
divertidíssimo com o mestre do uso de surrealismo e absurdismo. é um filme cheio de violência gratuita e muitas vezes surpreende com elas - como naquela cena do cara chutando o cachorro ou no menino levando um tiro - e seu tom inesperado causa até certo humor no filme - é aquela sensação de não saber como agir, já que essa violência tem um ritmo bem cômico mas que são coisas horríveis não se prende exatamente numa história e varia entre as cenas surrealistas (o que deve ter causado muita confusão na sua época de lançamento), na sempre presente crítica à burguesia dos filmes do buñuel. é fácil de perceber também uma crítica à igreja, com direito a CHUTE NUM PADRE. é genial perceber como essa confusão proposital e as críticas funcionam até hoje, inclusive com gente criticando o filme pelos mesmos motivos que criticaram em 1930 muitas vezes funciona como um filme mudo, inserindo longas cenas sem diálogos e com esse uso físico e visual para as analogias - não era necessário para buñuel dizer muita coisa. a analogia com o escorpião é ótima
documentário magnífico e até pedagógico sobre o racismo histórico e estrutural no brasil. a escravidão faz muito menos tempo do que se parece e seus reflexos existem até hoje. transita bem entre os temas da cultura negra e sua importância histórica, intercaladas pela arte do gabriel joaquim dos santos, dublado pelo genial milton gonçalves. é um estudo de história muito interessante considerando que o filme de 1991 encarava 1888 e em 2022 dá para encarar ambas as épocas
as comédias do carvana são como um gênero a parte do cinema brasileiro. são tão características que destoam das comédias da época, muito pela certa inocência que seus filmes carregam. carvana faz um radialista que aparece até que bem pouco na história, mas que consegue ter suas boas cenas entre as situações. o filme se estrutura em 3 histórias e sabe intercalar muito bem entre elas, sendo a melhor a do sequestro do elevador. o economista tentando colocar em prática seus estudos com os operários é uma sacada muito boa também.
sabe explorar muito bem o nonsense que a história permite e utiliza a urbanidade carioca com muito charme, como já tinha feito no vai trabalhar vagabundo (1973). carvana dirige, atua e participa até da trilha sonora
uma joia do cinema brasileiro, infelizmente muito desconhecida. cláudio marzo num personagem propositalmente canastrão que sabe explorar muito bem sua malandragem e charme. e falando em malandragem e charme, é claro que o hugo carvana participa e faz uma ótima dinâmica em dupla com marzo. o filme sabe muitas vezes não se levar a sério e isso permite ótimos diálogos nonsense - como a participação do miele e a do wilson grey. tem nomes como pereio, otávio augusto e john herbert fazendo personagens secundários, dando a proporção da qualidade do elenco. depois o filme entra numa viagem metalinguística de um set de filmagem com o próprio antonio calmon e a participação ótima da maria gladys fazendo ela mesma. um filme bem setentista na trilha sonora (tem até mutantes!!!), nas gírias, na fotografia e no uso de cinemascope
como muita coisa do neville, é uma crítica social enorme disfarçada de filme de sacanagem. o filme caminha por todas as classes sociais do rio de janeiro, desde o garimpeiro milionário até o morador de favela. relata a escrotidão do rj de sempre tentar tirar vantagem, conectando todos os personagens sob essa visão: a corrupção de um afeta o outro que assim afeta o outro e por aí vai. a cena da piscina é icônica mas provavelmente dá uma visão distorcida sobre o filme. torloni está belíssima e rouba todas as cenas que participa, mas infelizmente o desenvolvimento da sua personagem não chegou nem perto do potencial que ela apresentava no começo da história
parece que o filme se apresenta só como pura sacanagem mas até que insere situações de crime e violência no meio da história, além da discussão sobre swing funcionar até hoje. bem esquecível
é uma resposta ao filme do babenco, utilizando a polícia como protagonista. é aquele clássico filme policial dos anos 70, tornando todas as situações do mariscot como "fodão" - o jece valadão, sempre no seu estilo canastrão, até que convence como policial o filme não foca exatamente na situação lúcio flávio, que é uma situação bem secundária na história. o foco maior é nesse desenvolvimento do esquadrão da morte e do submundo do crime. a violência do filme é bem crua e todas as relações também são desenvolvidas dessa forma, gerando por exemplo aquela icônica do mariscot carregando o corpo da margarida no colo - um dos momentos mais "sentimentais" do filme é recheado de violência e morte a cena da tortura ao som de lady laura é ótima e o filme em si tem seus bons diálogos, mas a inevitável comparação com o filme do babenco faz esse filme ficar muito pra trás.
filmeco presunçoso. tenta chocar de TODO jeito fazendo praticamente um checklist de temas chocantes: pedofilia, escatologia, prostituição, estupro, fetichização e, claro, o choque visual dos próprios personagens. se o filme buscava explorar uma humanização desses personagens, não deveria fazer tanta exploração com eles - a única função é causar choque e nojo e depois de um tempo isso se torna uma bobagem enfadonha. além da questão das personagens femininas só existirem pra inserir sexualidade - novamente a coisa da prostituição, estupro, escatologia, etc...
a história é tosca e não sabe exatamente pra onde quer ir além dessas sequências "chocantes". é uma seguida da outra numa compilação de "cenas bizarras" que não vão pra lugar nenhum, parece um monte de esquete.
força um visual "filme de arte" mas não funciona como nenhum gênero: não é engraçado, não é triste, não é assustador. a única coisa bem feita é o trabalho de maquiagem nas deformações. lixo
o título do filme surfa na onda (kkkkk) do embalos de sábado a noite de 1977, mas não possui grandes semelhanças além disso - até insere umas cenas de discoteca pra disfarçar e toca tim maia - sossego várias vezes
o filme em si é um drama sobre o toquinho em busca do seu sonho de surfar no hawaii, uma busca até ingênua e sem muito planejamento pra ser alcançada. isso, claro, propositalmente, já que essa ingenuidade que rege o seu sonho que leva o protagonista a se meter nos buracos que se meteu, chegando até a se prostituir pelo dinheiro. andré de biase carrega essa ingenuidade pra praticamente todas as falas e ações do personagem, que ainda se acha muito malandro mesmo nas piores situações. a inserção do paulo villaça como andré - um homossexual cheio de dinheiro - é interessante considerando que o próprio villaça era homossexual, inserindo essa sexualidade de uma maneira não cômica. do meio pro final o filme se torna uma bagunça intercalando entre as situações do toquinho e umas gags de humor que não funcionam. a única coisa que funciona nesse final é a inserção da selma egrei, numa personagem que se torna bem interessante em pouco tempo de cena. a direção é até bem feita e o filme sabe usar as cores fortes do rio de janeiro dos anos 70, mas os erros de continuidade são gritantes. não sou uma pessoa que repara em erro de continuidade com tanta facilidade, mas há cenas que erram quase todo as peças do figurino do villaça. stepan faz um papel pequeno mas está charmoso como sempre
o filme nasceu de um aprofundamento de personagem e funciona praticamente como um estudo psicológico de origem. participando do roteiro, a mia goth faz provavelmente a melhor coisa que já fez na vida, encarnando a pearl e se entregando 200% à essa personagem. além de escrever falas, ela cria maneirismos, sotaque, tom de voz, jeito de andar, tudo. o filme sabe criar simpatia pela pearl muito rápido e isso ajuda demais na construção de frustração - a base total do filme que já existia no X - fazendo com que a gente se frustre junto dela. o ti west consegue inserir seus momentos de cinefilia em detalhes pequenos como os cartazes de filme e se expandindo pras referências que existem em todo o filme, com seu título em fonte cursiva e a fotografia remetendo ao technicolor. o monólogo da mia goth após a rejeição é gigante em todos os sentidos: é um texto ENORME que, mesmo assim, não fica cansativo ou gratuito. ela sabe transmitir tudo aquilo com sinceridade num desabafo quase terapeutico. as cenas de violência são bem feitas e o uso mais gore consegue chocar pela "inocência" da atmosfera de 1918
mia goth merecia mais reconhecimento por essa atuação na temporada de prêmios, mas já sabemos do histórico que os filmes de terror carregam. de toda forma, ainda gostei muito mais do X... vamos ver como será o maxxxine
ideia divertida que brinca com os bastidores de uma novela, misturando a vida real com as cenas da novela e brincando com os exageros. arrisca algumas reviravoltas mas nada funciona bem, assim como o filme inteiro não funciona. é uma comédia bem abaixo das comédias da época no sentido humorístico e é uma pena, já que a ideia é bastante original e com um grande potencial cômico e cinematográfico, além de não resumir tanto as personagens femininas à objetos sexuais. o destaque fica nas cenas das novelas e os divertidíssimos comerciais de TV, como o PACÍFICO - CIGARROS DE MACHO, além do drama do john herbert lutando contra a calvície e o mistério de não revelar o rosto do senhor Y. são elementos muito divertidos e até sub aproveitados
o final é bem divertido apresentando os atores pelos nomes reais após aquela maluquice da cena final do casamento, provavelmente a cena mais engraçada e memorável do filme
usaram um ótimo termo nos comentários: filme pedagógico. o filme insere teorias e explica muitas bases políticas sem muito disfarce. é uma história que insere poucas voltas e é muito direta ao ponto. lançado no mesmo ano do ai-5 (não encontrei se antes ou depois do ato), carrega uma tensão política muito forte despejada no personagem principal. tudo parecia estar desabando na vida dele e todas as suas escolhas afetavam ainda mais sua situação: o casamento, a troca de partido, a situação política, a sua imagem, etc pereio faz um personagem que é bem raro no seu estilo de atuação: um personagem rígido, apático, sério. essa rigidez, no entanto, parece ter desumanizado um pouco miguel horta, afinal não se sente exatamente empatia por ele ou torcida pelas suas ações. perto do final do filme, ele faz um monólogo espetacular que ainda segue muito atual sobre a política brasileira. o final teria sido um pouco mais impactante se não tivessem colocado literalmente a última cena no CARTAZ do filme foi o primeiro filme do gustavo dahl e dá pra sentir que algumas escolhas de direção e edição poderiam ter funcionado de outra forma, mas vendo por outro lado, é um filme enorme para uma estreia. creio que tenha uma base na escrita, já que o texto impressiona muito mais do que o filme em si.
o filme consegue transmitir a violência indireta muito bem por meio da fotografia e da marginalidade presente em quase todas as cenas dos personagens. tudo parece ilegal e tudo parece perigoso e isso os ronda até o final. o filme é muito bem dirigido pelo kassovitz, utilizando os cenários pra transmitir sensações (usa bastante o contraste de ter muito espaço/pouco espaço na cena) e a cena do dolly zoom já é icônica. a edição sabe manter a agilidade que o filme exige e o bom ritmo não deixa o filme criar uma barriga no desenvolvimento, afinal, essa é a atmosfera que o filme transmite: não dá pra relaxar, não dá pra parar, não dá pra ficar calmo. a metáfora é a melhor síntese que se podia fazer da história e o final consegue atingir o que se esperava. ótimo
tive a sorte de conseguir assistir no cinema e com certeza amplificou toda a minha experiência com o filme. assisti sem saber nada da história e creio que isso tenha sido até melhor de alguma forma, já que o filme não se apoia exatamente numa linha de história linear, mas nos detalhes que compõem essa história. o filme se divide em vários núcleos e arcos de cada personagem da família e como isso afeta uns ao outros na família. a cena final é simples, mas muito bonita e muito emocionante. lindo filme, o melhor que vi de 2022
sempre admirei esse filme de longe pelo que conhecia dele mas tinha receio de assistir e perder um pouco dessa admiração..... e foi o que aconteceu o filme é claramente exagerado e escrachado de propósito - o que, aliás, é o que eu admiro muito - mas a direção do lui farias faz isso variar muito entre os personagens. betty faria tá MUITO bem, parece que a lili foi criada pra ela interpretar. ela é sensual, misteriosa e consegue entregar muita diferença além de estar com ou sem peruca. o personagem de reginaldo faria também mantem o nível de lili, num tipo de policial de desenho animado exagerado e irônico no ponto certo. são falas e ações quase cartunescas e que convencem muito na sua forma de atuar. o problema veio dos personagens secundários, que não entregam o exagero mas também não entregam naturalidade, e esse meio termo flerta muito com a atuação ruim. o filme também não soube explorar a sua história e estética CAMP quando resolve cair em alguns dramas e conflitos sem muito futuro, retirando o exagero e o humor do filme (como se essas não fossem as melhores coisas)
a personagem lili carabina e a atuação de betty faria são fatores espetaculares, mas o filme não sustentou o quanto ela merecia
é uma produção mambembe com direito à cartolina desenhada pra fazer os créditos iniciais e piada a la monty python na abertura, mas é inegável que o caos já de início é muito cômico: imperial sabia muito comandar o humor com a narração e a atuação escrachada sabia manter o tom que o roteiro exigia. infelizmente o filme vai se metendo em gags que parecem que duram o triplo do que deveriam e o filme se arrasta até o conflito final, que tinha potencial pra ser engraçado - inclusive por muita coisa ser improvisada ali - mas não chega com a mesma força do primeiro ato do filme, virando quase que uma reunião de amigos do imperial
filme muito bom!!! ótima direção do victor di mello (que era consagrado pelas pornochanchadas) num filme policial mantendo o bom ritmo e mistério que a história exigia. outro ícone da pornochanchada, carlo mossy, também se redime atuando como um policial cowboy bem carismático. mesmo fora do gênero, tanto mossy como mello conseguem inserir elementos de humor com boas tiradas no roteiro e no visual, o que adicionou muito pra atmosfera do filme. o destaque de atuação é jorge dória, que já tinha uma enorme carreira e aqui faz um das maiores personagens que eu já vi no cinema nacional. helena ramos sempre belíssima e com uma atuação honesta e milton moraes - cadelão - se destaca também. com um bom roteiro, boa direção, boa atuação de vários personagens e principalmente, uma boa história. filme que merecia muito mais atenção e relevância na filmografia do brasil
um genuíno drama erótico (chamado na época de pornodrama) da boca do lixo com a onipresente helena ramos e o andré loureiro, galã que surgiu já na época de 80 (e fez bombas como o caçadas eróticas do david cardoso) e, claro, roteiro de ody fraga. john doo faz uma boa direção nesse que creio que tenha sido seu filme melhor sucedido comercialmente é uma história cheia de personagens em volta de cristina - numa interpretação muito bem feita de inocência por vanessa alves (carlão trabalhou umas 4 vezes com ela) - numa trajetória em que tudo parece que vai sempre dar errado. a gravidez, a internação, a prostituição, a cirurgia, etc. é interessante a inserção de uma personagem travesti sem nenhuma busca de alívio cômico, é uma personagem bem construída com seus mistérios e sua humanidade, numa visão bem menos preconceituosa do que muita coisa que se faz hoje em dia. a cena da piscina é icônica e mesmo assim, é perceptível a hierarquia e o poder de helena ramos no poster, em primeiro plano sobre a famosa cena
um filme introdutório no drama erótico brasileiro com quase todos os elementos da boca do lixo reunidos
um filme que eu nunca tinha ouvido falar mas que foi uma boa descoberta. há um clima entre o noir e a história de gibi sobre todos os personagens e o universo que eles vivem. há um anão como protagonista já com a presença de um programa de tv infantil (que estourariam de verdade na década seguinte). helena ramos faz uma personagem sensual porém ingênua (como sempre) e a divisão moral do escriba é ótima: ajuda o jujuba contra patty, ajuda patty contra jujuba. ele quer atacar o explorador mas manter seus privilégios com ele. é um personagem caótico muito interessante e que faz a história caminhar, já que causa praticamente todos os conflitos até o final. ótima história com um roteiro muito interessante
a premissa já é ótima: tanto o título "o bem dotado" como o subtítulo "o homem de itu" já dão a apresentação suficiente da história. o filme começa bem com direito a participação especial do john herbert e com a aldine muller sendo uma personagem feminina dominante, como de costume depois da chegada em são paulo, as primeiras "aparições" chocantes do lírio são engraçadas e os sons efeitos toscos são ótimos kkkkkk mas a história é basicamente essa até o final, repetindo esse mesmo impacto da mesma forma em situações com pessoas diferentes. não tinha como o nuno leal maia recusar um papel que te daria fama de dotado pra eternidade
a grande sacada do filme na verdade vem na finalização da história, que é tão bem bolada que faz perdoar o cansaço até chegar lá. afinal...... ela também é de itu
a escolha do instrumento tuba pra primeira história é tão mas TÃO gratuita que só pode ter sido exigência de algum produtor. por incrível que pareça, a história da tuba funciona bem demais com o prefeito usando boato de cidade pequena à seu favor. a questão do "o que é mais importante: o que o povo pensa ou a verdade?" é a síntese de toda a história, num jogo de interesses que se conclui de forma bem caótica e diversas tubas
a segunda história começa bem mas se perde no meio da festa de ano novo, quando deveria ser o ápice da história com a confusão dos casais. o final é bem criativo por juntar o episódio 1 com o 2
o clodovil faz esse filme sendo um jovem cabeludo e é quase irreconhecível. david cardoso aqui tá com um cabelão também
Que Bom Te Ver Viva
4.3 55 Assista Agorasempre adorei esse filme por causa do nome, mesmo antes de saber sobre o que era. quando soube, tudo fez sentido. um filme/documentário muito importante e essencial para se discutir a ditadura. a visão das torturadas sobre a tortura, sobre a prisão, sobre a vida após a tortura e sobre a vida no geral. o filme intercala os depoimentos com uma ÓTIMA personagem da irene ravache, em cenas com ótima direção de arte (destaco pois nem precisaria ser um ponto tão essencial num filme como esse)
uma visão crua e sincera sobre mulheres pela visão de uma mulher - não há visão de coitada, nem visão romântica. há uma questão bem difícil de se pensar sobre: não poder falar sobre isso porque ninguém quer ouvir, mas o ato de não falar significar esconder que aquilo aconteceu. a nossa sociedade se acostuma a rejeitar assuntos fortes e por isso que vivemos nesse período com tantos reacionários querendo a volta da ditadura.
filme gigante e obrigatório
A Reencarnação do Sexo
3.1 23filme muito divertido que consegue misturar terror slasher com terror de maldições e ainda inserindo o erotismo que a época exigia nos filmes nacionais. é uma história simples mas bem objetiva na função de cada personagem que passa pela casa, gerando boas cenas de gore pra época. destaque pra
cena da mulher segurando a cabeça decepada e rindo maniacamente. cena espetacular de terror
infelizmente só está disponível em site adulto, um pecado pra qualidade cinematográfica que o filme tem
Crueldade Mortal
3.5 10já tinha visto uma cena do filme que é basicamente o cartaz: o jofre soares amarrado no poste. não sabia sobre o que era nem porque ela estava amarrado nesse poste, mas conhecia o filme por isso. depois de assistir a visão do filme não muda muito - é o filme que o jofre soares fica amarrado no poste.
a história faz um personagem nada carismático como protagonista e aparenta que ele tenha problema mental ou algo do tipo. em determinado ponto dessa confusão ele é tratado como tarado e esse é o motivo do poste. dali pra frente é isso, o jofre soares amarrado no poste e o filme cozinhando o que fazer sobre isso. os coadjuvantes são meio toscos, sendo arquétipos sem muita profundidade. marieta severo vai bem na sua odiosa personagem e jofre soares dá show no seu sofrimento, mas a impressão é que o filme não sabia bem o que queria fazer nem onde queria chegar além da situação do poste
A Idade do Ouro
3.8 85divertidíssimo com o mestre do uso de surrealismo e absurdismo. é um filme cheio de violência gratuita e muitas vezes surpreende com elas - como naquela cena do cara chutando o cachorro ou no menino levando um tiro - e seu tom inesperado causa até certo humor no filme - é aquela sensação de não saber como agir, já que essa violência tem um ritmo bem cômico mas que são coisas horríveis
não se prende exatamente numa história e varia entre as cenas surrealistas (o que deve ter causado muita confusão na sua época de lançamento), na sempre presente crítica à burguesia dos filmes do buñuel. é fácil de perceber também uma crítica à igreja, com direito a CHUTE NUM PADRE. é genial perceber como essa confusão proposital e as críticas funcionam até hoje, inclusive com gente criticando o filme pelos mesmos motivos que criticaram em 1930
muitas vezes funciona como um filme mudo, inserindo longas cenas sem diálogos e com esse uso físico e visual para as analogias - não era necessário para buñuel dizer muita coisa. a analogia com o escorpião é ótima
O Fio da Memória
4.3 22documentário magnífico e até pedagógico sobre o racismo histórico e estrutural no brasil. a escravidão faz muito menos tempo do que se parece e seus reflexos existem até hoje. transita bem entre os temas da cultura negra e sua importância histórica, intercaladas pela arte do gabriel joaquim dos santos, dublado pelo genial milton gonçalves. é um estudo de história muito interessante considerando que o filme de 1991 encarava 1888 e em 2022 dá para encarar ambas as épocas
Se Segura, Malandro!
3.4 11 Assista Agoraas comédias do carvana são como um gênero a parte do cinema brasileiro. são tão características que destoam das comédias da época, muito pela certa inocência que seus filmes carregam. carvana faz um radialista que aparece até que bem pouco na história, mas que consegue ter suas boas cenas entre as situações. o filme se estrutura em 3 histórias e sabe intercalar muito bem entre elas, sendo a melhor a do sequestro do elevador. o economista tentando colocar em prática seus estudos com os operários é uma sacada muito boa também.
sabe explorar muito bem o nonsense que a história permite e utiliza a urbanidade carioca com muito charme, como já tinha feito no vai trabalhar vagabundo (1973). carvana dirige, atua e participa até da trilha sonora
O Capitão Bandeira contra o Dr. Moura Brasil
3.8 3uma joia do cinema brasileiro, infelizmente muito desconhecida. cláudio marzo num personagem propositalmente canastrão que sabe explorar muito bem sua malandragem e charme. e falando em malandragem e charme, é claro que o hugo carvana participa e faz uma ótima dinâmica em dupla com marzo. o filme sabe muitas vezes não se levar a sério e isso permite ótimos diálogos nonsense - como a participação do miele e a do wilson grey. tem nomes como pereio, otávio augusto e john herbert fazendo personagens secundários, dando a proporção da qualidade do elenco. depois o filme entra numa viagem metalinguística de um set de filmagem com o próprio antonio calmon e a participação ótima da maria gladys fazendo ela mesma. um filme bem setentista na trilha sonora (tem até mutantes!!!), nas gírias, na fotografia e no uso de cinemascope
Rio Babilônia
2.9 69como muita coisa do neville, é uma crítica social enorme disfarçada de filme de sacanagem. o filme caminha por todas as classes sociais do rio de janeiro, desde o garimpeiro milionário até o morador de favela. relata a escrotidão do rj de sempre tentar tirar vantagem, conectando todos os personagens sob essa visão: a corrupção de um afeta o outro que assim afeta o outro e por aí vai. a cena da piscina é icônica mas provavelmente dá uma visão distorcida sobre o filme. torloni está belíssima e rouba todas as cenas que participa, mas infelizmente o desenvolvimento da sua personagem não chegou nem perto do potencial que ela apresentava no começo da história
Bacanal
2.7 4parece que o filme se apresenta só como pura sacanagem mas até que insere situações de crime e violência no meio da história, além da discussão sobre swing funcionar até hoje. bem esquecível
Eu Matei Lúcio Flávio
3.2 29é uma resposta ao filme do babenco, utilizando a polícia como protagonista. é aquele clássico filme policial dos anos 70, tornando todas as situações do mariscot como "fodão" - o jece valadão, sempre no seu estilo canastrão, até que convence como policial
o filme não foca exatamente na situação lúcio flávio, que é uma situação bem secundária na história. o foco maior é nesse desenvolvimento do esquadrão da morte e do submundo do crime. a violência do filme é bem crua e todas as relações também são desenvolvidas dessa forma, gerando por exemplo aquela icônica do mariscot carregando o corpo da margarida no colo - um dos momentos mais "sentimentais" do filme é recheado de violência e morte
a cena da tortura ao som de lady laura é ótima e o filme em si tem seus bons diálogos, mas a inevitável comparação com o filme do babenco faz esse filme ficar muito pra trás.
Peles
3.4 590 Assista Agorafilmeco presunçoso. tenta chocar de TODO jeito fazendo praticamente um checklist de temas chocantes: pedofilia, escatologia, prostituição, estupro, fetichização e, claro, o choque visual dos próprios personagens. se o filme buscava explorar uma humanização desses personagens, não deveria fazer tanta exploração com eles - a única função é causar choque e nojo e depois de um tempo isso se torna uma bobagem enfadonha. além da questão das personagens femininas só existirem pra inserir sexualidade - novamente a coisa da prostituição, estupro, escatologia, etc...
a história é tosca e não sabe exatamente pra onde quer ir além dessas sequências "chocantes". é uma seguida da outra numa compilação de "cenas bizarras" que não vão pra lugar nenhum, parece um monte de esquete.
força um visual "filme de arte" mas não funciona como nenhum gênero: não é engraçado, não é triste, não é assustador. a única coisa bem feita é o trabalho de maquiagem nas deformações. lixo
Nos Embalos de Ipanema
3.0 20o título do filme surfa na onda (kkkkk) do embalos de sábado a noite de 1977, mas não possui grandes semelhanças além disso - até insere umas cenas de discoteca pra disfarçar e toca tim maia - sossego várias vezes
o filme em si é um drama sobre o toquinho em busca do seu sonho de surfar no hawaii, uma busca até ingênua e sem muito planejamento pra ser alcançada. isso, claro, propositalmente, já que essa ingenuidade que rege o seu sonho que leva o protagonista a se meter nos buracos que se meteu, chegando até a se prostituir pelo dinheiro. andré de biase carrega essa ingenuidade pra praticamente todas as falas e ações do personagem, que ainda se acha muito malandro mesmo nas piores situações. a inserção do paulo villaça como andré - um homossexual cheio de dinheiro - é interessante considerando que o próprio villaça era homossexual, inserindo essa sexualidade de uma maneira não cômica. do meio pro final o filme se torna uma bagunça intercalando entre as situações do toquinho e umas gags de humor que não funcionam. a única coisa que funciona nesse final é a inserção da selma egrei, numa personagem que se torna bem interessante em pouco tempo de cena.
a direção é até bem feita e o filme sabe usar as cores fortes do rio de janeiro dos anos 70, mas os erros de continuidade são gritantes. não sou uma pessoa que repara em erro de continuidade com tanta facilidade, mas há cenas que erram quase todo as peças do figurino do villaça. stepan faz um papel pequeno mas está charmoso como sempre
Pearl
3.9 989o filme nasceu de um aprofundamento de personagem e funciona praticamente como um estudo psicológico de origem. participando do roteiro, a mia goth faz provavelmente a melhor coisa que já fez na vida, encarnando a pearl e se entregando 200% à essa personagem. além de escrever falas, ela cria maneirismos, sotaque, tom de voz, jeito de andar, tudo. o filme sabe criar simpatia pela pearl muito rápido e isso ajuda demais na construção de frustração - a base total do filme que já existia no X - fazendo com que a gente se frustre junto dela. o ti west consegue inserir seus momentos de cinefilia em detalhes pequenos como os cartazes de filme e se expandindo pras referências que existem em todo o filme, com seu título em fonte cursiva e a fotografia remetendo ao technicolor. o monólogo da mia goth após a rejeição é gigante em todos os sentidos: é um texto ENORME que, mesmo assim, não fica cansativo ou gratuito. ela sabe transmitir tudo aquilo com sinceridade num desabafo quase terapeutico. as cenas de violência são bem feitas e o uso mais gore consegue chocar pela "inocência" da atmosfera de 1918
mia goth merecia mais reconhecimento por essa atuação na temporada de prêmios, mas já sabemos do histórico que os filmes de terror carregam. de toda forma, ainda gostei muito mais do X... vamos ver como será o maxxxine
As Delícias da Vida
2.6 10ideia divertida que brinca com os bastidores de uma novela, misturando a vida real com as cenas da novela e brincando com os exageros. arrisca algumas reviravoltas mas nada funciona bem, assim como o filme inteiro não funciona. é uma comédia bem abaixo das comédias da época no sentido humorístico e é uma pena, já que a ideia é bastante original e com um grande potencial cômico e cinematográfico, além de não resumir tanto as personagens femininas à objetos sexuais. o destaque fica nas cenas das novelas e os divertidíssimos comerciais de TV, como o PACÍFICO - CIGARROS DE MACHO, além do drama do john herbert lutando contra a calvície e o mistério de não revelar o rosto do senhor Y. são elementos muito divertidos e até sub aproveitados
o final é bem divertido apresentando os atores pelos nomes reais após aquela maluquice da cena final do casamento, provavelmente a cena mais engraçada e memorável do filme
O Bravo Guerreiro
3.9 18usaram um ótimo termo nos comentários: filme pedagógico. o filme insere teorias e explica muitas bases políticas sem muito disfarce. é uma história que insere poucas voltas e é muito direta ao ponto. lançado no mesmo ano do ai-5 (não encontrei se antes ou depois do ato), carrega uma tensão política muito forte despejada no personagem principal. tudo parecia estar desabando na vida dele e todas as suas escolhas afetavam ainda mais sua situação: o casamento, a troca de partido, a situação política, a sua imagem, etc
pereio faz um personagem que é bem raro no seu estilo de atuação: um personagem rígido, apático, sério. essa rigidez, no entanto, parece ter desumanizado um pouco miguel horta, afinal não se sente exatamente empatia por ele ou torcida pelas suas ações. perto do final do filme, ele faz um monólogo espetacular que ainda segue muito atual sobre a política brasileira. o final teria sido um pouco mais impactante se não tivessem colocado literalmente a última cena no CARTAZ do filme
foi o primeiro filme do gustavo dahl e dá pra sentir que algumas escolhas de direção e edição poderiam ter funcionado de outra forma, mas vendo por outro lado, é um filme enorme para uma estreia. creio que tenha uma base na escrita, já que o texto impressiona muito mais do que o filme em si.
O Ódio
4.2 316o filme consegue transmitir a violência indireta muito bem por meio da fotografia e da marginalidade presente em quase todas as cenas dos personagens. tudo parece ilegal e tudo parece perigoso e isso os ronda até o final. o filme é muito bem dirigido pelo kassovitz, utilizando os cenários pra transmitir sensações (usa bastante o contraste de ter muito espaço/pouco espaço na cena) e a cena do dolly zoom já é icônica. a edição sabe manter a agilidade que o filme exige e o bom ritmo não deixa o filme criar uma barriga no desenvolvimento, afinal, essa é a atmosfera que o filme transmite: não dá pra relaxar, não dá pra parar, não dá pra ficar calmo. a metáfora é a melhor síntese que se podia fazer da história e o final consegue atingir o que se esperava. ótimo
Marte Um
4.1 302 Assista Agorative a sorte de conseguir assistir no cinema e com certeza amplificou toda a minha experiência com o filme. assisti sem saber nada da história e creio que isso tenha sido até melhor de alguma forma, já que o filme não se apoia exatamente numa linha de história linear, mas nos detalhes que compõem essa história. o filme se divide em vários núcleos e arcos de cada personagem da família e como isso afeta uns ao outros na família. a cena final é simples, mas muito bonita e muito emocionante. lindo filme, o melhor que vi de 2022
Lili, a Estrela do Crime
2.7 20sempre admirei esse filme de longe pelo que conhecia dele mas tinha receio de assistir e perder um pouco dessa admiração..... e foi o que aconteceu
o filme é claramente exagerado e escrachado de propósito - o que, aliás, é o que eu admiro muito - mas a direção do lui farias faz isso variar muito entre os personagens. betty faria tá MUITO bem, parece que a lili foi criada pra ela interpretar. ela é sensual, misteriosa e consegue entregar muita diferença além de estar com ou sem peruca. o personagem de reginaldo faria também mantem o nível de lili, num tipo de policial de desenho animado exagerado e irônico no ponto certo. são falas e ações quase cartunescas e que convencem muito na sua forma de atuar. o problema veio dos personagens secundários, que não entregam o exagero mas também não entregam naturalidade, e esse meio termo flerta muito com a atuação ruim. o filme também não soube explorar a sua história e estética CAMP quando resolve cair em alguns dramas e conflitos sem muito futuro, retirando o exagero e o humor do filme (como se essas não fossem as melhores coisas)
a personagem lili carabina e a atuação de betty faria são fatores espetaculares, mas o filme não sustentou o quanto ela merecia
Loucuras, o Bumbum de Ouro
3.1 2é uma produção mambembe com direito à cartolina desenhada pra fazer os créditos iniciais e piada a la monty python na abertura, mas é inegável que o caos já de início é muito cômico: imperial sabia muito comandar o humor com a narração e a atuação escrachada sabia manter o tom que o roteiro exigia. infelizmente o filme vai se metendo em gags que parecem que duram o triplo do que deveriam e o filme se arrasta até o conflito final, que tinha potencial pra ser engraçado - inclusive por muita coisa ser improvisada ali - mas não chega com a mesma força do primeiro ato do filme, virando quase que uma reunião de amigos do imperial
O Sequestro
3.4 9filme muito bom!!! ótima direção do victor di mello (que era consagrado pelas pornochanchadas) num filme policial mantendo o bom ritmo e mistério que a história exigia. outro ícone da pornochanchada, carlo mossy, também se redime atuando como um policial cowboy bem carismático. mesmo fora do gênero, tanto mossy como mello conseguem inserir elementos de humor com boas tiradas no roteiro e no visual, o que adicionou muito pra atmosfera do filme. o destaque de atuação é jorge dória, que já tinha uma enorme carreira e aqui faz um das maiores personagens que eu já vi no cinema nacional. helena ramos sempre belíssima e com uma atuação honesta e milton moraes - cadelão - se destaca também.
com um bom roteiro, boa direção, boa atuação de vários personagens e principalmente, uma boa história. filme que merecia muito mais atenção e relevância na filmografia do brasil
Volúpia de Mulher
2.7 15um genuíno drama erótico (chamado na época de pornodrama) da boca do lixo com a onipresente helena ramos e o andré loureiro, galã que surgiu já na época de 80 (e fez bombas como o caçadas eróticas do david cardoso) e, claro, roteiro de ody fraga. john doo faz uma boa direção nesse que creio que tenha sido seu filme melhor sucedido comercialmente
é uma história cheia de personagens em volta de cristina - numa interpretação muito bem feita de inocência por vanessa alves (carlão trabalhou umas 4 vezes com ela) - numa trajetória em que tudo parece que vai sempre dar errado. a gravidez, a internação, a prostituição, a cirurgia, etc. é interessante a inserção de uma personagem travesti sem nenhuma busca de alívio cômico, é uma personagem bem construída com seus mistérios e sua humanidade, numa visão bem menos preconceituosa do que muita coisa que se faz hoje em dia.
a cena da piscina é icônica e mesmo assim, é perceptível a hierarquia e o poder de helena ramos no poster, em primeiro plano sobre a famosa cena
um filme introdutório no drama erótico brasileiro com quase todos os elementos da boca do lixo reunidos
Patty, a Mulher Proibida
2.7 2um filme que eu nunca tinha ouvido falar mas que foi uma boa descoberta. há um clima entre o noir e a história de gibi sobre todos os personagens e o universo que eles vivem. há um anão como protagonista já com a presença de um programa de tv infantil (que estourariam de verdade na década seguinte). helena ramos faz uma personagem sensual porém ingênua (como sempre) e a divisão moral do escriba é ótima: ajuda o jujuba contra patty, ajuda patty contra jujuba. ele quer atacar o explorador mas manter seus privilégios com ele. é um personagem caótico muito interessante e que faz a história caminhar, já que causa praticamente todos os conflitos até o final. ótima história com um roteiro muito interessante
O Bem Dotado: O Homem de Itu
2.7 38a premissa já é ótima: tanto o título "o bem dotado" como o subtítulo "o homem de itu" já dão a apresentação suficiente da história. o filme começa bem com direito a participação especial do john herbert e com a aldine muller sendo uma personagem feminina dominante, como de costume
depois da chegada em são paulo, as primeiras "aparições" chocantes do lírio são engraçadas e os sons efeitos toscos são ótimos kkkkkk mas a história é basicamente essa até o final, repetindo esse mesmo impacto da mesma forma em situações com pessoas diferentes. não tinha como o nuno leal maia recusar um papel que te daria fama de dotado pra eternidade
a grande sacada do filme na verdade vem na finalização da história, que é tão bem bolada que faz perdoar o cansaço até chegar lá. afinal...... ela também é de itu
A Infidelidade ao Alcance de Todos
2.8 6a escolha do instrumento tuba pra primeira história é tão mas TÃO gratuita que só pode ter sido exigência de algum produtor. por incrível que pareça, a história da tuba funciona bem demais com o prefeito usando boato de cidade pequena à seu favor. a questão do "o que é mais importante: o que o povo pensa ou a verdade?" é a síntese de toda a história, num jogo de interesses que se conclui de forma bem caótica e diversas tubas
a segunda história começa bem mas se perde no meio da festa de ano novo, quando deveria ser o ápice da história com a confusão dos casais. o final é bem criativo por juntar o episódio 1 com o 2
o clodovil faz esse filme sendo um jovem cabeludo e é quase irreconhecível. david cardoso aqui tá com um cabelão também