Repleto de surpresas, impecavelmente construído e atuado, The Handmaiden é talvez o melhor filme (o mais surpreendente é certeza) que eu tenha visto esse ano, em todos os sentidos. Park Chan-wook subiu ainda mais no meu conceito, brilhante.
"Where there's life, there's hope" uma frase que eu sempre digo, e esse filme quase testou minha crença nela. Desconfortável até o último quadro, Happiness não é um filme que eu recomendo, não mesmo. Cenas nele que ultrapassam o repugnante, e, de alguma forma, consegue transformar situações bizarras em algo tão crível e verossímil (algo que me parece ser comum nos filmes Todd Solondz) que eu vou desconfiar dos meus vizinhos por alguns dias.
Um jumpscare aqui, um efeito visual de baixo orçamento ali, mas nada que prejudique a experiência. Southbound é uma das poucas antologias de horror que consegue amarrar todas suas histórias muito bem, afinal todas compartilham não só um tema, mas um conceito. Dando dicas (de vez em quando sutis, outras vezes bem na cara) da história por trás dessas pessoas que
se encontram presas nesse purgatório, tendo que reviver e encarar seus segredos obscuros até que aprendam a assumir sua parcela de culpa e finalmente seguir para "o sul" para pagar sua penitência eterna,
transformam em verdade a frase "o passado volta pra te assombrar". Com esse tema, e acertando na criação de tom e ambiente, e de certa forma até de mitologia, espero que vejamos mais dessa estrada no futuro, isso é claro se boas histórias aparecerem para serem contadas ali.
Não sei que nota dar, sinceramente. A história é possivelmente uma das melhores histórias que eu já vi postas num filme, mas a execução dela deixa muito, mas muito a desejar. Várias cenas desnecessariamente longas, outras que não tem razão de existir, outras com tom errado... Muita gordura cinematográfica que poderia ter sido eliminada, deixando esse filme mais preciso e arrebatador. Denis Villeneuve me decepcionando mais uma vez, infelizmente. Essa história na mãos de outra pessoa aposto que seria uma obra-prima. Uma pena mesmo.
O que mais me impressiona no filme é que parecemos estar ali, junto com Owen, observando a descida em espiral do Matt, seu pedido de ajuda disfarçado de "está tudo bem, é só pro filme" vai se tornando cada vez mais forte e
Não se deixe enganar pelo nome ou pela sinopse, Wiener-Dog não é uma comédia leve sobre uma cachorrinha que transforma a vida de quem ela passa, não, é uma comédia de humor negro sobre
a morte, e a maneira que ela (ou sua iminência/ inevitabilidade)
afeta as pessoas. Quase como uma antologia, quatro histórias com essa temática são contadas, histórias bem humanas que tiram uma risada ou outra de situações que são ao mesmo tempo realistas e absurdas (como a da terceira história) e a maioria das interações sociais, que mesmo que causem estranheza pelo jeito bizarro que acontecem ao mesmo tempo soam quase como uma conversa que você poderia ter visto acontecendo bem na sua frente, no seu cotidiano. Isso se deve ao jeito crível que os personagens são escritos e pela intenção bem clara do diretor/roteirista sobre o que o filme se trata e como ele tentou passar isso pra tela. Mesmo que talvez não atinja um público mais casual, gostaria que Todd Solondz ficasse sabendo que o objetivo dele de "falar sobre infância, dor mas que o filme fosse engraçado e que as pessoas gostassem" foi atingido, pelo menos por aqui.
Há um tempo atrás fui convidado por um amigo para uma festa, não muito grande, só para alguns conhecidos. Cheguei lá e me deparei com várias pessoas tendo conversas diferentes: sobre política e questões sociais (principalmente), sobre música, sobre cinema. Não consegui me encaixar em nenhuma delas, algo no jeito que as pessoas tratavam os assuntos me parecia raso demais. As que acabavam de se conhecer conversavam mais como se tivessem se interrogando do que conversando "gosta de tal diretor?", "conhece tal música?", "o que pensa da declaração de tal político?". As repostas soavam falsas quase como se elas estivessem montando o Ego delas naquele momento, falando apenas o que elas queriam que as pessoas escutassem, tentando moldar uma imagem que impressionasse quem ela estava conversando. Isso me incomodou me incomodou muito. Não preciso nem dizer que assistindo a "Masculino Feminino" tive uma enorme sensação de déjà-vu. Era como assistir por uma hora e quarenta minutos as conversas daquela festa. O jeito de falar, a maneira de se portar diante as situações. Já não via Paul, Madeleine, Elizabeth ali... via as pessoas daquela festa, a semelhança é absurda. Por representar a realidade tão bem e se manter atual, dou crédito ao filme. Mas também tiro dele pelo mesmo motivo: eu já vejo o vazio dos rebeldes que não rebelam, das moças que sorriem por ter um carro e um diploma, na vida real, em nada esse filme me acrescenta, só ver que mudaram-se os assuntos, mas não muito. Vietnã foi substituído por outras guerras. Geração Coca/Pepsi viraram os Millennials. Se a proposta era só pintar um quadro disto tudo, prefiro ir para a festa. Lá pelo menos podia fugir das rodinhas de conversa e aproveitar a música e os comes e bebes.
Permanecer solteiro por muito tempo sempre foi uma coisa que parece mais problemática para as pessoas ao redor da que está solteira do que para ela mesma. The Lobster não só passa incômodo dessa situação, para ambos os lados, como faz graça o tempo todo. Dos motivos idiotas para se ter um parceiro (aquele teatrinho no hotel é ridiculamente engraçado), ao ciúme besta que quem é "encalhado" sente quando alguém parece que vai largar o grupo. Atingindo quase todos os pontos relacionados ao assunto que se propõe a discutir, e sendo bem original e brilhante, The Lobster é ótimo pra quem quer sair do lugar comum,
Na cena onde todos estão olhando os porta retratos, o sobrinho da Clara entra com a namorada carioca e o casal que vasculhava os retratos, acredito que seja outro sobrinho da Clara com sua noiva, buscando as fotos para a montagem do casamento parece visivelmente incomodado com a presença dos dois. Alguém tem alguma ideia do porquê disso?
Eu adoro antologias de terror. Acho que, dos subgêneros, é o que eu mais gosto. Ver vários diretores diferentes sendo o mais inventivos possíveis e entregando suas visões sobre um certo tema é bem legal, e terror é um dos gêneros mais criativos de todos. Holidays é um exemplo de antologia que não era pra ter sido feita, quero dizer, não agora. Deviam ter esperado as idéias dos segmentos, todas ótimas (exceto a do St. Patrick's Day, não acredito que aquela melhoria em nada), amadurecerem um pouco e quando completas começar a gravar. O maior exemplo disso é o curta da Páscoa, onde vemos a idéia bizarramente genial de
unir a parte pagã e a cristã da páscoa numa fábula tenebrosa
que é subaproveitada, claramente indicando que quem escreveu não sabia pra onde levar a idéia. Isso se repete nos outros, que mesmo bem executados e dirigidos, ainda se repara que a parte mais fraca é o final: Dia Das Mães, Dia dos Pais e Natal. As únicas que pra mim ficaram completinhas foram as do Halloween e do Ano Novo, boas sacadas com início, meio e fim bem desenvolvidos. Duas considerações finais: O segmento do Natal poderia muito bem dar um ótimo episódio de Black Mirror; Dia dos Namorados foi bem clichê e pouco inspirado, poderia ter sido muito melhor. Este filme tinha grande potencial, mas acredito que na pressa de entregar algo rápido ficou só na promessa, ainda assim vale a pena ser visto.
Não é tão subversivo quanto acha que é, nem tão engraçado. A maioria das piadas é bem óbvia. E a sequência final que todo mundo achou absurda, não é tão impactante assim.
Nada além de genial: fotografia, edição, uso de cores, metalinguagem, subversão de gênero... tudo usado perfeitamente, não só contando uma história crua e possivelmente autobiográfica, como pra causar sensações e reflexões que ficam com você.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraRepleto de surpresas, impecavelmente construído e atuado, The Handmaiden é talvez o melhor filme (o mais surpreendente é certeza) que eu tenha visto esse ano, em todos os sentidos. Park Chan-wook subiu ainda mais no meu conceito, brilhante.
Felicidade
4.1 378"Where there's life, there's hope" uma frase que eu sempre digo, e esse filme quase testou minha crença nela. Desconfortável até o último quadro, Happiness não é um filme que eu recomendo, não mesmo. Cenas nele que ultrapassam o repugnante, e, de alguma forma, consegue transformar situações bizarras em algo tão crível e verossímil (algo que me parece ser comum nos filmes Todd Solondz) que eu vou desconfiar dos meus vizinhos por alguns dias.
Southbound
2.9 151Um jumpscare aqui, um efeito visual de baixo orçamento ali, mas nada que prejudique a experiência. Southbound é uma das poucas antologias de horror que consegue amarrar todas suas histórias muito bem, afinal todas compartilham não só um tema, mas um conceito. Dando dicas (de vez em quando sutis, outras vezes bem na cara) da história por trás dessas pessoas que
se encontram presas nesse purgatório, tendo que reviver e encarar seus segredos obscuros até que aprendam a assumir sua parcela de culpa e finalmente seguir para "o sul" para pagar sua penitência eterna,
Boi Neon
3.6 461 Assista AgoraO dilema do Boi Neon é que mesmo sendo o astro da noite é ele que tem seu rabo puxado.
Incêndios
4.5 1,9K Assista AgoraNão sei que nota dar, sinceramente. A história é possivelmente uma das melhores histórias que eu já vi postas num filme, mas a execução dela deixa muito, mas muito a desejar. Várias cenas desnecessariamente longas, outras que não tem razão de existir, outras com tom errado... Muita gordura cinematográfica que poderia ter sido eliminada, deixando esse filme mais preciso e arrebatador. Denis Villeneuve me decepcionando mais uma vez, infelizmente. Essa história na mãos de outra pessoa aposto que seria uma obra-prima. Uma pena mesmo.
Playing Columbine
2.0 1Bem didático e amador, o tema é interessante e atual, merecia um documentário melhor.
The Dirties
3.6 16O que mais me impressiona no filme é que parecemos estar ali, junto com Owen, observando a descida em espiral do Matt, seu pedido de ajuda disfarçado de "está tudo bem, é só pro filme" vai se tornando cada vez mais forte e
como Owen escolhemos achar que ele não vai ter coragem de fazer e que devia para de palhaçada. Bom, estávamos errados.
Xeque-Mate
3.9 510 Assista AgoraBom filme, um pouco diferente do comum em filmes de ação de hoje em dia. Apesar de previsível a história é boa e bem amarradinha.
Wiener-Dog
3.2 57Não se deixe enganar pelo nome ou pela sinopse, Wiener-Dog não é uma comédia leve sobre uma cachorrinha que transforma a vida de quem ela passa, não, é uma comédia de humor negro sobre
a morte, e a maneira que ela (ou sua iminência/ inevitabilidade)
Mesmo que talvez não atinja um público mais casual, gostaria que Todd Solondz ficasse sabendo que o objetivo dele de "falar sobre infância, dor mas que o filme fosse engraçado e que as pessoas gostassem" foi atingido, pelo menos por aqui.
A Bruxa de Blair
3.1 1,6KAinda não entendo o apelo de ver gente brigando e andando no meio do nada por uma hora e depois
gritaria e ficar sem enxergar nada, seja pelo escuro ou pela câmera tremendo loucamente.
Atuações boas e lançador de um formato interessante, mas só isso.
Masculino-Feminino
3.9 159 Assista AgoraHá um tempo atrás fui convidado por um amigo para uma festa, não muito grande, só para alguns conhecidos. Cheguei lá e me deparei com várias pessoas tendo conversas diferentes: sobre política e questões sociais (principalmente), sobre música, sobre cinema. Não consegui me encaixar em nenhuma delas, algo no jeito que as pessoas tratavam os assuntos me parecia raso demais. As que acabavam de se conhecer conversavam mais como se tivessem se interrogando do que conversando "gosta de tal diretor?", "conhece tal música?", "o que pensa da declaração de tal político?". As repostas soavam falsas quase como se elas estivessem montando o Ego delas naquele momento, falando apenas o que elas queriam que as pessoas escutassem, tentando moldar uma imagem que impressionasse quem ela estava conversando. Isso me incomodou me incomodou muito.
Não preciso nem dizer que assistindo a "Masculino Feminino" tive uma enorme sensação de déjà-vu. Era como assistir por uma hora e quarenta minutos as conversas daquela festa. O jeito de falar, a maneira de se portar diante as situações. Já não via Paul, Madeleine, Elizabeth ali... via as pessoas daquela festa, a semelhança é absurda. Por representar a realidade tão bem e se manter atual, dou crédito ao filme. Mas também tiro dele pelo mesmo motivo: eu já vejo o vazio dos rebeldes que não rebelam, das moças que sorriem por ter um carro e um diploma, na vida real, em nada esse filme me acrescenta, só ver que mudaram-se os assuntos, mas não muito. Vietnã foi substituído por outras guerras. Geração Coca/Pepsi viraram os Millennials. Se a proposta era só pintar um quadro disto tudo, prefiro ir para a festa. Lá pelo menos podia fugir das rodinhas de conversa e aproveitar a música e os comes e bebes.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraPermanecer solteiro por muito tempo sempre foi uma coisa que parece mais problemática para as pessoas ao redor da que está solteira do que para ela mesma. The Lobster não só passa incômodo dessa situação, para ambos os lados, como faz graça o tempo todo. Dos motivos idiotas para se ter um parceiro (aquele teatrinho no hotel é ridiculamente engraçado), ao ciúme besta que quem é "encalhado" sente quando alguém parece que vai largar o grupo.
Atingindo quase todos os pontos relacionados ao assunto que se propõe a discutir, e sendo bem original e brilhante, The Lobster é ótimo pra quem quer sair do lugar comum,
Arca Russa
4.0 182Me senti como o menino que apenas admirava o quadro de São Pedro e São Paulo sem saber do que se tratava e levou uma bronca do Marquês.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraAlguém me tira uma dúvida?
Na cena onde todos estão olhando os porta retratos, o sobrinho da Clara entra com a namorada carioca e o casal que vasculhava os retratos, acredito que seja outro sobrinho da Clara com sua noiva, buscando as fotos para a montagem do casamento parece visivelmente incomodado com a presença dos dois. Alguém tem alguma ideia do porquê disso?
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraO tempo não corrói nada, quem corrói são os parasitas.
Feriados
2.6 240Eu adoro antologias de terror. Acho que, dos subgêneros, é o que eu mais gosto. Ver vários diretores diferentes sendo o mais inventivos possíveis e entregando suas visões sobre um certo tema é bem legal, e terror é um dos gêneros mais criativos de todos. Holidays é um exemplo de antologia que não era pra ter sido feita, quero dizer, não agora. Deviam ter esperado as idéias dos segmentos, todas ótimas (exceto a do St. Patrick's Day, não acredito que aquela melhoria em nada), amadurecerem um pouco e quando completas começar a gravar. O maior exemplo disso é o curta da Páscoa, onde vemos a idéia bizarramente genial de
unir a parte pagã e a cristã da páscoa numa fábula tenebrosa
As únicas que pra mim ficaram completinhas foram as do Halloween e do Ano Novo, boas sacadas com início, meio e fim bem desenvolvidos.
Duas considerações finais: O segmento do Natal poderia muito bem dar um ótimo episódio de Black Mirror; Dia dos Namorados foi bem clichê e pouco inspirado, poderia ter sido muito melhor.
Este filme tinha grande potencial, mas acredito que na pressa de entregar algo rápido ficou só na promessa, ainda assim vale a pena ser visto.
Festa da Salsicha
2.9 816 Assista AgoraNão é tão subversivo quanto acha que é, nem tão engraçado. A maioria das piadas é bem óbvia. E a sequência final que todo mundo achou absurda, não é tão impactante assim.
Batman: A Piada Mortal
3.3 495 Assista AgoraQuero só o audio do Mark Hamill, de resto nada impressionante e
o que foi aquela introdução? 25 minutos de Barbara agindo que nem Jason Todd e trasando com o Bruce? Hein?
Dois Caras Legais
3.6 637 Assista AgoraHilário, só não achei melhor por algumas preguiças narrativas, mas ainda assim mega divertido.
Love
3.5 883Nada além de genial: fotografia, edição, uso de cores, metalinguagem, subversão de gênero... tudo usado perfeitamente, não só contando uma história crua e possivelmente autobiográfica, como pra causar sensações e reflexões que ficam com você.
Tusk, A Transformação
2.5 387 Assista AgoraEsse filme tem um problema de balanceamento de tom que é mais bizarro que o filme em si.
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
3.4 940 Assista AgoraEsse filme é a prova que a Ally estraga tudo que toca, mas a Horda sempre consegue ser incrível.
O Cara Certo
2.8 115Alguém tem alguma ideia de pq
ele não sentiu o tiro do Steve? Qual era o ponto fraco do Fracis que o Hopper falava afinal?
Fim dos Tempos
2.5 1,4K Assista Agora-Whaaat? No!