Bizarro Western feminista britânico sobre mulher que implora a um caçador de recompensas que a ensine a atirar para que ela possa se vingar dos três que a deixaram viúva, violentada e sem-teto. Não soou plausível ter os bandidos Borgnine, Elam e Martin à la Os Três Patetas, já que a comicidade é comprometida por seus sangrentos assassinatos e, por outro lado, compromete o tom sério que a história propõe. O maior destaque é, sem dúvida, a fotografia em Panavision de Edward Scaife, que explora impecavelmente a imensidão de Almería e a beleza da Costa do Sol, na Espanha (sim, um faroeste com seqüências à beira-mar, como "A Face Oculta"). Christopher Lee, em seu único Western, aparece bem vivendo um simpático armeiro. Para resumir, o filme é um dos exemplos de que Burt Kennedy se saía melhor escrevendo do que dirigindo.
Notável descrição realista dos vaqueiros, despojados de sua lenda ("Tornamo-nos vaqueiros quando não sabemos fazer mais nada"), ou seja, seres rudes, mal pagos ("um dólar por dia e alimentação") e destinados a um trabalho extenuante, que os expõe a uma série de perigos. Pouco a pouco o jovem de dezesseis anos vai aprendendo o ofício de cowboy e seu itinerário é também uma iniciação.
O filme coloca em termos claros o problema das aparências enganosas do Bem e do Mal, da linha incerta que separa justiceiros e criminosos; dois indivíduos subitamente acusados de homicídio são banidos da sociedade e acabam se tornando realmente "pistoleiros". Trata-se de um verdadeiro pesadelo, no qual as pessoas se matam por erro e a raiva de matar torna-se logo a sua única motivação. Uma das originalidades deste filme é mostrar vagarosamente - desprezando a elipse - os atos mais cotidianos da existência, gestos aparentemente banais - os homens tirando a sela dos cavalos e acendendo a fogueira, a mulher do fazendeiro preparando a refeição e servindo a sopa, seu marido cortando lenha e lavando as mãos etc. - mas que, na realidade, revelam toda uma concepção de vida. Como todo cinema moderno, o western torna-se, cada vez mais, uma questão de observar o comportamento humano.
Western enigmático, fora do padrão, com enredo de vingança enganosamente familiar e desempenho igualmente excêntrico de Nicholson como pistoleiro contratado. Embora o final traga mais perguntas do que respostas, o extenuante percurso que nos leva a ele é que é o principal atrativo do filme.
Filme mordaz e bem atuado sobre repórter desempregado do Novo México procurando o sucesso profissional e encontrando-o quando se depara com o caso de um homem preso numa antiga ruína indiana. A história incansavelmente cínica (mas quase crível) de como o jornalista explora a "história de interesse humano" para seu próprio benefício - e como a tragédia potencial se transforma num circo sensacionalista - tem um toque peculiarmente contemporâneo. Inspirado no caso real de Floyd Collins, de 1925, no qual o verdadeiro repórter, Wiliam Burke Miller, ganhou um Prêmio Pulitzer.
Breve história de garoto problemático que amava o pai fora-da-lei e, depois deste ser abatido, passa a ter o mocinho Roy Rogers, o velho acolhedor Gabby e a jovem meia-irmã Dale Evans como seus novos mentores para seguir o caminho correto na vida. A música alegre dos Sons of Pioneers afasta os momentos tristes que eventualmente aparecem no enredo.
A realização de Allan Dwan acabou sendo tão emocionante quanto a United Artists prometeu que seria... e muito mais. O filme encanta com sua pura exuberância e magia técnica. Quase inteiramente financiado pelo próprio Douglas Fairbanks, custou mais de US $ 1,5 milhão. Dentro de um novo estúdio localizado no Santa Monica Boulevard, o diretor de arte William Buckland elaborou os maiores cenários já concebidos para uma produção cinematográfica, incluindo um castelo gigantesco com paredes de 27 metros de altura, que necessitou de 500 trabalhadores para ser construído. Parece ainda mais imenso na tela porque o topo do castelo foi pintado em vidro antes de ser fotografado por Art Edison. Muitas das cenas de ação superam qualquer coisa que Fairbanks fizera antes, com trampolins ocultos sendo usados para dar mais força aos seus saltos, especialmente um num fosso de 5 metros. Também há muito da direção de Dwan no filme. Ele concordou em trabalhar por 5% dos lucros, o que foi uma jogada astuta quando se considera a aclamação recebida do público. Ironicamente, Fairbanks havia se recusado a interpretar o herói da Floresta de Sherwood, que rouba dos ricos para dar aos pobres, por, inicialmente, não se simpatizar tanto com o personagem inglês. Felizmente, seus assessores pensaram diferente e apontaram a ele os outros ingredientes de sucesso do filme: os Merrie Men, o xerife perverso, o príncipe mau e, é claro, Maid Marian (Enid Bennett). Alan Hale, ficou tão bom como Little John neste filme que reprisou o papel dezesseis anos depois em "As Aventuras de Robin Hood" (1938), ao lado de Errol Flynn, e depois interpretou, em seu derradeiro papel, o personagem novamente em "O Cavaleiro de Sherwwod" (1950), 28 anos após sua apresentação inicial no filme original de Fairbanks. Doug, aos 39 anos, parece mais atlético do que nunca, com seus calcanhares quase nunca tocando o chão. Robin Hood, um dos três melhores filmes da carreira de Fairbanks, venceu a Medalha de Honra Photoplay daquele ano, prêmio considerado o precursor do Oscar.
Mágica e atemporal fantasia construída em torno do jovem Bastian visualizando o que ele está lendo de um livro místico: o menino guerreiro Atreyu é a única esperança (ou não) de salvar o império Fantasia de ser engolido pelo Nada. Efeitos surpreendentes e únicos, assim como personagens e design visual. Boa parte do encanto se deve aos bonecos construídos artesanalmente e controlados de forma mecânica, já que não havia CGIs. A trilha de Klaus Doldinger e Giorgio Moroder preenche a história como uma luva. Foi lançado o Blu-ray Disc da edição de 30º Aniversário contendo vários extras, todos inéditos, que incluem imagens dos bastidores e entrevistas com equipe técnica, diretor e parte do elenco. Além deste também tenho o DVD "genérico" com a dublagem clássica Delart (a 1ª dublagem, do VHS e das exibições na extinta Sessão das Dez da TVS).
É difícil resistir à edificante história do Padre O'Malley (Crosby) conquistando seu superior (Fitzgerald) e o grupo de crianças arruaceiras - graças às habilidades do diretor/escritor Leo McCarey, que ganhou os prêmios de Direção e História Original. Os outros Oscars foram para Crosby, Fitzgerald, Canção (Swinging on a Star), Roteiro e Melhor Filme. John Ford acertou ao eleger este como um de seus 10 favoritos filmes. E certamente a presença da canção "Too-Ra-Loo-Ra-Loo-Ral (That's an Irish Lullaby)", que maravilhosamente encerra "O Bom Pastor", conquistou de vez o coração do diretor que gostava de lembrar suas origens irlandesas em muitas de suas obras, desde a era silenciosa. Ainda que um ou outro despeitado retruque que "Pacto de Sangue" deveria ser o vencedor de 1944, o filme de McCarey é, com justiça, o Legítimo Campeão daquele ano.
Propaganda vivamente colorida para a União Pan-Americana. Os quatro segmentos ("Pato Donald no Lago Titicaca", "O Aviãozinho Chileno Pedro", "O Gaúcho Pateta" e a luxuosa "Aquarela do Brasil") variam de verdadeiramente engraçados a impressionantemente artísticos, alternando ação ao vivo com animação. As músicas incluem "Aquarela do Brasil" e "Tico-Tico no Fubá". Esta saborosa saudação à América do Sul, que apresentou ao mundo o personagem Zé Carioca e mostrou um Rio de Janeiro de uma época em que podia-se orgulhar, foi seguida dois anos depois por "The Three Caballeros".
Western satírico cheio de ação, música e humor com James Stewart domando, sem violência, a barulhenta cidade e se envolvendo com a turbulenta garota do saloon, Marlene Dietrich. Ela canta "See What the Boys in the Back Room Will Have" e tem uma antológica briga com Una Merkel nesta história de Max Brand filmada anteriormente em 1932, com Tom Mix. Roteiro de Felix Jackson, Gertrude Purcell e Henry Myers. Simplesmente maravilhoso.
Anos depois de seu pai ser assassinado pelo mineiro inescrupuloso Withers, Mara vem reivindicar sua herança e se torna alvo de homens maus... até Roy intervir. Roteiro de primeira linha, com Withers sendo um vilão memorável e desprezível. Bom exemplo de um dos westerns mais avançados de Rogers, provavelmente o melhor do trio Witney/Rogers/Trigger. Apenas cópias em preto-e-branco parecem sobreviver.
Maravilhosas festividades do quadricentenário da capital paulista, tudo devidamente registrado por Lima Barreto. É inevitável a sensação de também querer ter podido estar naqueles eventos.
Adorável adaptação do romance de Fannie Hurst sobre pobre menino judeu que sonha ser um renomado violinista, a contra-gosto do pai mesquinho mas encorajado por sua amorosa mãe (enredo semelhante ao de "O Cantor de Jazz", de 1927, o primeiro filme falado). A direção sentimental de Frank Borzage, com uso pioneiro de focos suaves, retrata com realismo a vida das famílias nos guetos de Nova York no início do século XX, boa parte delas formada por imigrantes, e aqueles momentos difíceis passados durante a Primeira Guerra Mundial. O filme produzido pelo magnata William Randolph Hearst (inspirador de um certo "Cidadão Kane") foi um grande sucesso de crítica e público, ficando nada menos do que 12 semanas em cartaz, além de conquistar a primeira edição da Medalha de Honra Photoplay, importante prêmio considerado o precursor do Oscar.
Sensibilizadora e nostálgica história baseada nas memórias do roteirista Herman Raucher sobre rapazola que se encanta por uma mulher mais velha. Captura como poucos o sabor dos anos 40 e a adolescência da época. Michel Legrand ganhou merecidamente o Oscar pela Trilha Sonora, uma das mais inspiradas de todo o cinema. E, como bem escreveu Marcelo Figueiredo, se existe uma beleza que beira a perfeição, eis que a encontramos em Jennifer O'Neill.
Um dos grandes filmes do pai do terror brasileiro, com vários elementos do gênero Noir: a femme fatale, o constante clima de suspense, o detetive e suas investigações noturnas, etc... Marins soube ainda arquitetar esta torturante trama com boa dose de mistério ao incluir uma bela garota enigmática sedenta de amor que aparece repetidamente e cuja identidade é caprichosamente revelada somente no surpreendente clímax. "Uma história de infidelidade como tantas outras" (sqn).
Um velho e amargurado Jackie Chan encontra forças para investigar e colocar em prática suas antigas e meticulosas táticas de guerra afim de se vingar daqueles que mataram sua filha, sua única familiar, num atentado à bomba. Um dos papéis de maior profundidade dramática e força emocional do astro chinês e, até aqui, seu último grande filme. Conferido via Cinemax.
Se trata de um espetáculo de consumo rápido, com humor descarado, porém absolutamente contagioso, onde Tira (Mae) sempre é dona da situação, seja na jaula com as feras selvagens, em seu camarim com os admiradores ou no tribunal de justiça.
A familiaridade de Chaplin com o que mostra em sua primeira obra-prima se deixa entrever. Forma parte do segredo de sua arte o fato de que nos momentos mais grotescos exista uma especial veracidade. Numa ocasião, o vagabundo conta com os dedos uma pilha de panquecas recém-assadas antes de repartí-las equitativamente com o garoto, inclusive corta cuidadosamente uma delas pela metade. Estes esplêndidos detalhes contribuem para dotar "O Garoto" de grande humanidade. E demonstram que o tema pessoal de Chaplin não é a luta pela sobrevivência diária dos débeis e marginalizados, mas a difícil ousadia de conservar a dignidade em tais circunstâncias.
A nova sensação de sobremesa que está varrendo o país acaba sendo algo mortal. Apesar de descuidado e claramente de orçamento pobre, tem algumas performances engajadas e o espírito dos filmes sci-fi dos anos 50, mas nem sempre funciona como horror ou comédia. No entanto, tem seus momentos. Uma crítica satírica do diretor/roteirista Larry Cohen à ganância das indústrias de junk foods e ao consumismo danoso à saúde que estas promovem à população. Curiosidade: Brian Bloom e Scott Bloom (Jason) são também irmãos na vida real. Obs: Da época em que apelidar um negro de 'chocolate' era uma prática saudável e nada preconceituosa (racista), já que ainda não tinham inventado o mimimi.
Cagney voltou aos filmes de gângsteres, mais velho, mas forte como sempre, como um psicopata devoto à mãe possessiva; Mayo é sua esposa negligenciada, O'Brien, o policial infiltrado para capturá-lo. O final no "Top of the World" agora é um dos grandes clímaces do cinema. Escrito por Ivan Goff e Ben Roberts, a partir de uma história de Virginia Kellogg.
Hannie Caulder: Desejo de Vingança
3.6 16Bizarro Western feminista britânico sobre mulher que implora a um caçador de recompensas que a ensine a atirar para que ela possa se vingar dos três que a deixaram viúva, violentada e sem-teto. Não soou plausível ter os bandidos Borgnine, Elam e Martin à la Os Três Patetas, já que a comicidade é comprometida por seus sangrentos assassinatos e, por outro lado, compromete o tom sério que a história propõe. O maior destaque é, sem dúvida, a fotografia em Panavision de Edward Scaife, que explora impecavelmente a imensidão de Almería e a beleza da Costa do Sol, na Espanha (sim, um faroeste com seqüências à beira-mar, como "A Face Oculta"). Christopher Lee, em seu único Western, aparece bem vivendo um simpático armeiro. Para resumir, o filme é um dos exemplos de que Burt Kennedy se saía melhor escrevendo do que dirigindo.
Assim Nasce um Homem
3.6 3Notável descrição realista dos vaqueiros, despojados de sua lenda ("Tornamo-nos vaqueiros quando não sabemos fazer mais nada"), ou seja, seres rudes, mal pagos ("um dólar por dia e alimentação") e destinados a um trabalho extenuante, que os expõe a uma série de perigos. Pouco a pouco o jovem de dezesseis anos vai aprendendo o ofício de cowboy e seu itinerário é também uma iniciação.
A Vingança de um Pistoleiro
3.3 33 Assista AgoraO filme coloca em termos claros o problema das aparências enganosas do Bem e do Mal, da linha incerta que separa justiceiros e criminosos; dois indivíduos subitamente acusados de homicídio são banidos da sociedade e acabam se tornando realmente "pistoleiros". Trata-se de um verdadeiro pesadelo, no qual as pessoas se matam por erro e a raiva de matar torna-se logo a sua única motivação. Uma das originalidades deste filme é mostrar vagarosamente - desprezando a elipse - os atos mais cotidianos da existência, gestos aparentemente banais - os homens tirando a sela dos cavalos e acendendo a fogueira, a mulher do fazendeiro preparando a refeição e servindo a sopa, seu marido cortando lenha e lavando as mãos etc. - mas que, na realidade, revelam toda uma concepção de vida. Como todo cinema moderno, o western torna-se, cada vez mais, uma questão de observar o comportamento humano.
Disparo para Matar
3.7 15Western enigmático, fora do padrão, com enredo de vingança enganosamente familiar e desempenho igualmente excêntrico de Nicholson como pistoleiro contratado. Embora o final traga mais perguntas do que respostas, o extenuante percurso que nos leva a ele é que é o principal atrativo do filme.
A Montanha dos Sete Abutres
4.4 246Filme mordaz e bem atuado sobre repórter desempregado do Novo México procurando o sucesso profissional e encontrando-o quando se depara com o caso de um homem preso numa antiga ruína indiana. A história incansavelmente cínica (mas quase crível) de como o jornalista explora a "história de interesse humano" para seu próprio benefício - e como a tragédia potencial se transforma num circo sensacionalista - tem um toque peculiarmente contemporâneo. Inspirado no caso real de Floyd Collins, de 1925, no qual o verdadeiro repórter, Wiliam Burke Miller, ganhou um Prêmio Pulitzer.
A Canção do Arizona
4.1 3Breve história de garoto problemático que amava o pai fora-da-lei e, depois deste ser abatido, passa a ter o mocinho Roy Rogers, o velho acolhedor Gabby e a jovem meia-irmã Dale Evans como seus novos mentores para seguir o caminho correto na vida. A música alegre dos Sons of Pioneers afasta os momentos tristes que eventualmente aparecem no enredo.
Robin Hood
3.8 5A realização de Allan Dwan acabou sendo tão emocionante quanto a United Artists prometeu que seria... e muito mais. O filme encanta com sua pura exuberância e magia técnica. Quase inteiramente financiado pelo próprio Douglas Fairbanks, custou mais de US $ 1,5 milhão. Dentro de um novo estúdio localizado no Santa Monica Boulevard, o diretor de arte William Buckland elaborou os maiores cenários já concebidos para uma produção cinematográfica, incluindo um castelo gigantesco com paredes de 27 metros de altura, que necessitou de 500 trabalhadores para ser construído. Parece ainda mais imenso na tela porque o topo do castelo foi pintado em vidro antes de ser fotografado por Art Edison. Muitas das cenas de ação superam qualquer coisa que Fairbanks fizera antes, com trampolins ocultos sendo usados para dar mais força aos seus saltos, especialmente um num fosso de 5 metros. Também há muito da direção de Dwan no filme. Ele concordou em trabalhar por 5% dos lucros, o que foi uma jogada astuta quando se considera a aclamação recebida do público. Ironicamente, Fairbanks havia se recusado a interpretar o herói da Floresta de Sherwood, que rouba dos ricos para dar aos pobres, por, inicialmente, não se simpatizar tanto com o personagem inglês. Felizmente, seus assessores pensaram diferente e apontaram a ele os outros ingredientes de sucesso do filme: os Merrie Men, o xerife perverso, o príncipe mau e, é claro, Maid Marian (Enid Bennett). Alan Hale, ficou tão bom como Little John neste filme que reprisou o papel dezesseis anos depois em "As Aventuras de Robin Hood" (1938), ao lado de Errol Flynn, e depois interpretou, em seu derradeiro papel, o personagem novamente em "O Cavaleiro de Sherwwod" (1950), 28 anos após sua apresentação inicial no filme original de Fairbanks. Doug, aos 39 anos, parece mais atlético do que nunca, com seus calcanhares quase nunca tocando o chão. Robin Hood, um dos três melhores filmes da carreira de Fairbanks, venceu a Medalha de Honra Photoplay daquele ano, prêmio considerado o precursor do Oscar.
A História Sem Fim
3.8 973Mágica e atemporal fantasia construída em torno do jovem Bastian visualizando o que ele está lendo de um livro místico: o menino guerreiro Atreyu é a única esperança (ou não) de salvar o império Fantasia de ser engolido pelo Nada. Efeitos surpreendentes e únicos, assim como personagens e design visual. Boa parte do encanto se deve aos bonecos construídos artesanalmente e controlados de forma mecânica, já que não havia CGIs. A trilha de Klaus Doldinger e Giorgio Moroder preenche a história como uma luva. Foi lançado o Blu-ray Disc da edição de 30º Aniversário contendo vários extras, todos inéditos, que incluem imagens dos bastidores e entrevistas com equipe técnica, diretor e parte do elenco. Além deste também tenho o DVD "genérico" com a dublagem clássica Delart (a 1ª dublagem, do VHS e das exibições na extinta Sessão das Dez da TVS).
O Bom Pastor
3.2 36É difícil resistir à edificante história do Padre O'Malley (Crosby) conquistando seu superior (Fitzgerald) e o grupo de crianças arruaceiras - graças às habilidades do diretor/escritor Leo McCarey, que ganhou os prêmios de Direção e História Original. Os outros Oscars foram para Crosby, Fitzgerald, Canção (Swinging on a Star), Roteiro e Melhor Filme. John Ford acertou ao eleger este como um de seus 10 favoritos filmes. E certamente a presença da canção "Too-Ra-Loo-Ra-Loo-Ral (That's an Irish Lullaby)", que maravilhosamente encerra "O Bom Pastor", conquistou de vez o coração do diretor que gostava de lembrar suas origens irlandesas em muitas de suas obras, desde a era silenciosa. Ainda que um ou outro despeitado retruque que "Pacto de Sangue" deveria ser o vencedor de 1944, o filme de McCarey é, com justiça, o Legítimo Campeão daquele ano.
Alô Amigos
3.5 79 Assista AgoraPropaganda vivamente colorida para a União Pan-Americana. Os quatro segmentos ("Pato Donald no Lago Titicaca", "O Aviãozinho Chileno Pedro", "O Gaúcho Pateta" e a luxuosa "Aquarela do Brasil") variam de verdadeiramente engraçados a impressionantemente artísticos, alternando ação ao vivo com animação. As músicas incluem "Aquarela do Brasil" e "Tico-Tico no Fubá". Esta saborosa saudação à América do Sul, que apresentou ao mundo o personagem Zé Carioca e mostrou um Rio de Janeiro de uma época em que podia-se orgulhar, foi seguida dois anos depois por "The Three Caballeros".
Atire a Primeira Pedra
4.0 30Western satírico cheio de ação, música e humor com James Stewart domando, sem violência, a barulhenta cidade e se envolvendo com a turbulenta garota do saloon, Marlene Dietrich. Ela canta "See What the Boys in the Back Room Will Have" e tem uma antológica briga com Una Merkel nesta história de Max Brand filmada anteriormente em 1932, com Tom Mix. Roteiro de Felix Jackson, Gertrude Purcell e Henry Myers. Simplesmente maravilhoso.
O Luar de Nevada
3.2 1Anos depois de seu pai ser assassinado pelo mineiro inescrupuloso Withers, Mara vem reivindicar sua herança e se torna alvo de homens maus... até Roy intervir. Roteiro de primeira linha, com Withers sendo um vilão memorável e desprezível. Bom exemplo de um dos westerns mais avançados de Rogers, provavelmente o melhor do trio Witney/Rogers/Trigger. Apenas cópias em preto-e-branco parecem sobreviver.
O Cangaceiro
3.8 77O Maior Filme Brasileiro de Todos os Tempos! Sem mais.
São Paulo em Festa
3.2 3Maravilhosas festividades do quadricentenário da capital paulista, tudo devidamente registrado por Lima Barreto. É inevitável a sensação de também querer ter podido estar naqueles eventos.
Humoresque
3.8 1Adorável adaptação do romance de Fannie Hurst sobre pobre menino judeu que sonha ser um renomado violinista, a contra-gosto do pai mesquinho mas encorajado por sua amorosa mãe (enredo semelhante ao de "O Cantor de Jazz", de 1927, o primeiro filme falado). A direção sentimental de Frank Borzage, com uso pioneiro de focos suaves, retrata com realismo a vida das famílias nos guetos de Nova York no início do século XX, boa parte delas formada por imigrantes, e aqueles momentos difíceis passados durante a Primeira Guerra Mundial. O filme produzido pelo magnata William Randolph Hearst (inspirador de um certo "Cidadão Kane") foi um grande sucesso de crítica e público, ficando nada menos do que 12 semanas em cartaz, além de conquistar a primeira edição da Medalha de Honra Photoplay, importante prêmio considerado o precursor do Oscar.
Houve uma Vez um Verão
4.0 124Sensibilizadora e nostálgica história baseada nas memórias do roteirista Herman Raucher sobre rapazola que se encanta por uma mulher mais velha. Captura como poucos o sabor dos anos 40 e a adolescência da época. Michel Legrand ganhou merecidamente o Oscar pela Trilha Sonora, uma das mais inspiradas de todo o cinema. E, como bem escreveu Marcelo Figueiredo, se existe uma beleza que beira a perfeição, eis que a encontramos em Jennifer O'Neill.
Encurralado
3.9 432 Assista AgoraAssista antes de sair para pegar a estrada!
A Hora do Pesadelo
3.8 1,2K Assista AgoraRevisto, depois de décadas, via Cinemax. Não assista antes de dormir!
Inferno Carnal
3.3 33Um dos grandes filmes do pai do terror brasileiro, com vários elementos do gênero Noir: a femme fatale, o constante clima de suspense, o detetive e suas investigações noturnas, etc... Marins soube ainda arquitetar esta torturante trama com boa dose de mistério ao incluir uma bela garota enigmática sedenta de amor que aparece repetidamente e cuja identidade é caprichosamente revelada somente no surpreendente clímax. "Uma história de infidelidade como tantas outras" (sqn).
O Estrangeiro
3.5 330Um velho e amargurado Jackie Chan encontra forças para investigar e colocar em prática suas antigas e meticulosas táticas de guerra afim de se vingar daqueles que mataram sua filha, sua única familiar, num atentado à bomba. Um dos papéis de maior profundidade dramática e força emocional do astro chinês e, até aqui, seu último grande filme. Conferido via Cinemax.
Santa Não Sou
3.8 10Se trata de um espetáculo de consumo rápido, com humor descarado, porém absolutamente contagioso, onde Tira (Mae) sempre é dona da situação, seja na jaula com as feras selvagens, em seu camarim com os admiradores ou no tribunal de justiça.
O Garoto
4.5 584A familiaridade de Chaplin com o que mostra em sua primeira obra-prima se deixa entrever. Forma parte do segredo de sua arte o fato de que nos momentos mais grotescos exista uma especial veracidade. Numa ocasião, o vagabundo conta com os dedos uma pilha de panquecas recém-assadas antes de repartí-las equitativamente com o garoto, inclusive corta cuidadosamente uma delas pela metade. Estes esplêndidos detalhes contribuem para dotar "O Garoto" de grande humanidade. E demonstram que o tema pessoal de Chaplin não é a luta pela sobrevivência diária dos débeis e marginalizados, mas a difícil ousadia de conservar a dignidade em tais circunstâncias.
A Coisa
2.9 370A nova sensação de sobremesa que está varrendo o país acaba sendo algo mortal. Apesar de descuidado e claramente de orçamento pobre, tem algumas performances engajadas e o espírito dos filmes sci-fi dos anos 50, mas nem sempre funciona como horror ou comédia. No entanto, tem seus momentos. Uma crítica satírica do diretor/roteirista Larry Cohen à ganância das indústrias de junk foods e ao consumismo danoso à saúde que estas promovem à população. Curiosidade: Brian Bloom e Scott Bloom (Jason) são também irmãos na vida real. Obs: Da época em que apelidar um negro de 'chocolate' era uma prática saudável e nada preconceituosa (racista), já que ainda não tinham inventado o mimimi.
Fúria Sanguinária
4.2 56 Assista AgoraCagney voltou aos filmes de gângsteres, mais velho, mas forte como sempre, como um psicopata devoto à mãe possessiva; Mayo é sua esposa negligenciada, O'Brien, o policial infiltrado para capturá-lo. O final no "Top of the World" agora é um dos grandes clímaces do cinema. Escrito por Ivan Goff e Ben Roberts, a partir de uma história de Virginia Kellogg.