A engenhosa abertura com o plano-seqüência em que a câmera paira explorando uma maquete da vizinhança de Paris à noite prenuncia que este filme não será uma comédia comum. Posteriormente, a busca vertiginosa por um bilhete de loteria perdido impulsiona essa jóia encantadora, extravagante, inovadora e lírica de Clair, onde os atores cantam boa parte de seus diálogos. A inventividade e o aspecto onírico de "O Milhão" influenciaram diretamente os musicais americanos e fazem com que ele permaneça tão divertido quanto à época de seu lançamento.
Os batutas se escondem num transatlântico de luxo onde Groucho flerta com Thelma Todd, Zeppo inicia um romance com Ruth Hall e todos os quatro fingem ser Maurice Chevalier para tentar sair do navio. Cota total de piadas e trocadilhos nesta comédia tipicamente maluca, cuja seqüência final no celeiro atinge o ápice do humor. Com roteiro de coautoria de S. J. Perelman, este filme está seguramente no Top Five deles, sendo o primeiro escrito diretamente para a tela e o primeiro a ser filmado em Hollywood.
O segundo filme dos Marx Brothers, adaptado do sucesso da Broadway, novamente sofre de encenação teatral com a câmera estática e a trama de comédia musical, mas oferece ao quarteto doido muitos espaços cômicos. A história é sobre uma pintura roubada, mas isso é só um pretexto para os quatro agirem: Groucho conta coisas absurdas sobre sua expedição pela África e canta "Hooray for Captain Spaulding", que mais tarde se tornaria seu prefixo no programa de TV "You Bet Your Life"; Chico e Harpo jogam baralho de um jeito todo particular, executam números de piano e harpa, etc... O filme foi um dos campeões de bilheteria do ano nos U.S.A. e, assim como "Hotel da Fuzarca", foi filmado no Paramount's Astoria Studios, no Queens, Nova Iorque. Depois disso, a produção de todos os filmes dos Marx mudou-se para Hollywood.
Este primeiro filme dos Marx tem uma filmagem meio teatral, intercalada por pequenos números musicais com canções de Irving Berlin. Para eliminar o som das câmeras na aurora do cinema falado, era comum seus operadores serem colocados em cabines à prova de som com frentes de vidro para permitir a filmagem, daí o trabalho em parte estático da câmera. Quando os irmãos estão em suas próprias cenas, é um tumulto só. Segundo a lenda marxista (no bom sentido), o diretor francês Robert Florey, que nunca havia visto o trabalho dos Marx antes, foi posto na cabine à prova de som porque não conseguia conter o riso diante das palhaçadas espontâneas dos irmãos. Os destaques incluem um hilário leilão, um corre-corre pelos quartos do hotel e as performances instrumentais de Harpo e Chico, virtuoses da harpa e do piano, respectivamente.
O seguimento de Pabst e Brooks à sua "A Caixa de Pandora" é sórdido e intrigante: Louise é, sucessivamente, estuprada, dá à luz, é colocada numa casa de detenção, depois num bordel, herda dinheiro, casa-se,
... e o escritor Rudolf Leonhardt afirmou que apenas a primeira metade de seu roteiro foi filmada. Mesmo assim o resultado é fascinante e com uma explicitação ainda surpreendente.
Luxuosa fantasia realizada nos mesmos moldes e sob influência de "O Mágico de Oz", lançado no ano anterior a este. Ainda que não tenha o mesmo charme da produção da Metro, não deixa de ser uma agradável atração para a família com uma bela mensagem às crianças. Os cenários feitos em estúdio são realmente encantadores, assim como a fotografia em Technicolor e os inovadores efeitos especiais, ambos indicados ao Oscar. Eddie Collins, intérprete do cão Tylo na forma humana, fez aqui sua última participação no cinema.
Clássica e insana comédia americana sobre Egbert Sousé (com acento agudo no 'E', já que 'Souse' é uma gíria para 'bêbado') um velho beberrão, de muita lábia e sorte, que se torna guarda bancário como prêmio por "capturar" um assaltante. O filme resgata com eficiência muito do humor e das gags freqüentes no vaudeville e no cinema mudo, escolas das quais W. C. Fields chegou a fazer parte. Grady Sutton, seu futuro genro boboca, Franklin Pangborn, o determinado auditor de banco, e Shemp Howard (um dos Três Patetas), o bartender e cúmplice de Sousé, estão entre as figuras envolvidas nas peripécias do protagonista. Roteirizado pelo próprio Fields, sob o pseudônimo "Mahatma Kane Jeeves", derivado do clichê da comédia da Broadway, "My hat, my cane, Jeeves!", "The Bank Dick" foi selecionado em 1992 para preservação no Registro Nacional de Cinema dos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso como sendo Cultural, Histórico e/ou Esteticamente Significativo, além de estar listado entre os filmes favoritos dos consagrados cineastas Christopher Nolan, Edgar Wright, Francis Ford Coppola, Guillermo del Toro, Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Stanley Kubrick e Woody Allen.
Mistura de ficção científica e horror, vagamente baseada em "Who Goes There?", de John W. Campbell, Jr. Cientistas do posto avançado do Ártico desenterram alienígena da camada de gelo no subsolo e precisam lutar por suas vidas quando a criatura é acidentalmente descongelada. Direção tensa, convincentes performances, trilhas assustadoras de Dimitri Tiomkin e roteiro ok de Charles Lederer. Apesar desses bons valores de produção o filme não envelheceu tão bem e o tal monstro, quando finalmente aparece, pouco assusta. Acredito que o clima de suspense criado no remake de John Carpenter seja mais atrativo.
Ainda que não tenha a mesma energia da primeira parte, é o seu complemento ideal, estabelecendo ritmo e estilo próprios, longos diálogos e desvendando todos os segredos. Thurman deve eliminar mais dois assassinos (Madsen e Hannah) antes de seu confronto final com o chefe, Bill. Carradine apresenta o desempenho de sua carreira como o astuto, articulado e mortal mentor. Tarantino continua prestando reverência aos seus filmes e gêneros favoritos; há até uma rápida passagem de Roy Rogers num Western de William Witney (homenageado postumamente ao término dos créditos finais juntamente com Sergio Corbucci, Lo Lieh, Charles Bronson, Chang Cheh, Kinji Fukasaku, Shintaru Katsu, Lucio Fulci, Sergio Leone e Lee Van Cleef.).
A música supera o drama nesta elaborada biografia do compositor Johann Strauss, com muitas valsas encobrindo um triângulo amoroso padrão. A seqüência mais lembrada é a do passeio de carruagem com a inspiração para a melodia "Os Contos dos Bosques de Viena". A adorável cinematografia com a câmera deslizante de Joseph Ruttenberg conquistou o Oscar.
Charles Laughton é a viva imagem do excêntrico monarca inglês do título tal e como o retratou Holbein, o Jovem, em seu célebre quadro. Muitas vezes o personagem soa caricato, porém a verdade faz o seu caminho através da hilaridade. O ator retrata admiravelmente a vaidade do rei, sua impetuosidade, senso de humor, coragem e medo. É divertido ver a cara que ele faz quando zomba e como reage às pessoas ao seu redor. Ele raramente consegue esconder o que pensa. Elsa Lanchester, mulher de Laughton na real life, também aparece muito bem, como Ana de Cléves, sua 4ª esposa no filme. "Os Amores de Henrique VIII" colocou a indústria britânica de cinema no mapa de Hollywood e demonstrou, ainda, que o diretor/produtor Alexander Korda era um observador inteligente, um tanto conservador e, não raro, cínico do comportamento humano.
O documentário não levou o Oscar e já há manifestantes saindo às ruas dizendo que é "golpe". Assim como o Flamengo, o filme perdeu mas ganhou o troféu de "Jogou de Igual pra Igual". Parabéns! Outra coisa que chamou a atenção foi o figurino de Petralha Costa que compareceu à cerimônia vestida de vermelho, o que não quer dizer nada. Não é só porque ela fez um documentário insinuando que a Dilma é inocente, que o Lula foi injustiçado e porque ela foi usando um vestido vermelho pra cerimônia, que ela foi militar no Oscar. Nada a ver...
Excelente adaptação do romance de Sinclair Lewis sobre o industrial americano de meia-idade que se aposenta e vai para a Europa, onde ele e sua esposa encontram diferentes conjuntos de valores e novos relacionamentos. Escrito de forma inteligente (por Sidney Howard), lindamente filmado, extremamente bem atuado, com Huston recriando seu papel da Broadway. John Payne (anunciado como John Howard Payne) estréia na tela em papel pequeno. Ganhou o Oscar de Decoração de Interiores (Richard Day). Filme de Hollywood incomumente maduro, a não perder.
Lo Wei, diretor dos clássicos de Bruce Lee, "O Dragão Chinês" e "A Fúria do Dragão", viu potencial no jovem Jackie Chan e o lançou em vários filmes de Kung Fu, incluindo este bom "Os Punhos do Dragão". Com Bruce Lee indo muito cedo e o cinema de artes marciais sendo mais popular do que nunca, os cineastas do leste e do oeste lutaram para substituí-lo. Porém, Lo Wei não obteve o mesmo sucesso de antes, provavelmente por querer fazer de Jackie o "novo Bruce", sendo que os dois tinham estilos bem diferentes. Este é o único trabalho de Jackie dirigido por Lo Wei que está acima da média. O enredo é dos mais sérios, oferece algumas reviravoltas, as brigas são convincentes e tudo transcorre em belas escolas e templos na antiguidade, a exemplo da grande maioria dos filmes de Kung Fu dos anos 70.
Reunir ninguém menos que John Woo, Jackie Chan e Sammo Hung no início de suas carreiras talvez bastasse para render a este filme pouco conhecido o status de clássico subestimado, o que se justifica ainda mais quando assistimos (sem piscar) aos futuros astros destilando ação em excelente e habilidosa coreografia, seja ela com as mãos nuas ou munida com ampla variedade de armas brancas que enriquece a violência explícita e estilizada característica do diretor/roteirista. A trama aparentemente simples é bem construída, envolvida por trilha sonora marcante, com personagens pitorescos e se desenvolve por belas locações naturais, o que já seria suficiente para valer o ingresso. Uma pérola do cinema de artes marciais.
Um dos melhores filmes do início da carreira do Jackie. A trama bem desenvolvida expõe treinamento árduo, disciplina, mistério, vingança, lealdade e ação maravilhosamente coreografada. O mais interessante é que algumas das referências de Kill Bill se originam neste filme, incluindo o lendário Pai Mei. Pena que, ainda que contenha o áudio original em mandarim, a qualidade da cópia da Columbia Tri-Star não é das melhores.
Muitos aspectos de "Monstros" escapam do raciocínio lógico, o que o convertem numa parábola surrealista e kafkiana. A curiosidade é, com toda certeza, uma característica importante deste clássico, porém reduzí-lo somente a isto seria totalmente injusto. Trata-se de um filme ousado, que permite antecipar a chegada da eugenia e levanta uma provocativa comparação com a alinhada condição feminina e a natureza monstruosa de tantas celebridades do mundo do espetáculo, o que nos revela quem são realmente os "monstros". Estamos diante da obra de um gênio.
Cagney interpreta um diretor de teatro que tenta superar-se com números musicais espetaculares. O ritmo acelerado da Warner Bros. termina com três consecutivos números incríveis de Busby Berkeley: "Honeymoon Hotel'', "By a Waterfall'' e "Shanghai Lil''. Visualmente maravilhoso!
Elvis é um livre cantor rebelde que se junta ao parque de diversões de Barbara Stanwyck, onde aprende o significado do trabalho duro e do amor verdadeiro. Barbara e o elenco de apoio fazem deste um agradável musical de Elvis, com "Little Egypt" como seu principal número. Raquel Welch e Teri Garr aparecem brevemente, como garota colegial e dançarina, respectivamente.
Mae West repete seu papel de palco da peça Diamond Lil, considerada obscena pelos conservadores da época, em que ela atrai olhares de admiradores criminosos num cabaré e convida Cary Grant para "vir vê-la em algum momento" - ele aceita, e o resultado é um estrondo de bilheteria que salva a Paramount da falência. Mae canta "Frankie e Johnny" e "Easy Rider" em seu melhor filme, que ela co-roteirizou de seu sucesso na Broadway. Esta é a produção de menor metragem já indicada ao Oscar de Melhor Filme. "She Done Him Wrong" fez tanto barulho que, dentre outras coisas, inspirou, no mesmo ano, "She Done Him Right", uma paródia spinoff em forma de curta de animação produzida por Walter Lantz: https://www.youtube.com/watch?v=wcDECY9RqLw
Drama social que denuncia as injustiças e o tratamento desumano nas penitenciárias do Sul dos U.S.A. no início do século XX pelos olhos de um homem cheio de vida interpretado pelo versátil Paul Muni. "O Fugitivo" é a mãe de todos os filmes de tema carcerário, onde "Um Sonho de Liberdade" (1994) é o exemplo mais conhecido. Nele aparecem todos os elementos essenciais do gênero: a camaradagem entre os reclusos, os maus tratos que lhes infligem os guardas, a fuga dramática, etc... Por meio de uma narrativa fluente e vigorosa, o diretor Mervyn LeRoy retrata a árdua trajetória do protagonista até um dos finais mais belos e, ao mesmo tempo, amargos de todo o cinema. Baseado na autobiografia "I Am a Fugitive from a Georgia Chain Gang!", de Robert E. Burns.
Filme lendário, apresentado como uma série de vinhetas e repleto de visuais deslumbrantes, oferecendo uma visão íntima (e altamente política) do passado e do presente do México e da diversidade de seu povo, paisagem e cultura. A maior parte do material é representado por fatias metafóricas da vida, mas uma, envolvendo uma revolta camponesa, apresenta uma história dramatizada completa. Filmado por Sergei Eisenstein com os colegas Grigori Alexandrov e Eduard Tisse no início dos anos 30, mas concluído somente em 1979 por Alexandrov, com base nas anotações e desenhos de Eisenstein. Obra poderosa, provavelmente o melhor documentário já feito sobre aquele país.
Ritmo alucinante e ininterrupto de ação regado à avalanche de efeitos visuais (o que lhe valeu um Oscar especial) e violência explícita num enredo cheio de dúvidas e reviravoltas. Não deixa de ser um marco inovador e um clássico à sua maneira. Destaque para a interessante ambientação futurística de Marte.
O Milhão
3.8 16A engenhosa abertura com o plano-seqüência em que a câmera paira explorando uma maquete da vizinhança de Paris à noite prenuncia que este filme não será uma comédia comum. Posteriormente, a busca vertiginosa por um bilhete de loteria perdido impulsiona essa jóia encantadora, extravagante, inovadora e lírica de Clair, onde os atores cantam boa parte de seus diálogos. A inventividade e o aspecto onírico de "O Milhão" influenciaram diretamente os musicais americanos e fazem com que ele permaneça tão divertido quanto à época de seu lançamento.
Os Quatro Batutas
3.6 14 Assista AgoraOs batutas se escondem num transatlântico de luxo onde Groucho flerta com Thelma Todd, Zeppo inicia um romance com Ruth Hall e todos os quatro fingem ser Maurice Chevalier para tentar sair do navio. Cota total de piadas e trocadilhos nesta comédia tipicamente maluca, cuja seqüência final no celeiro atinge o ápice do humor. Com roteiro de coautoria de S. J. Perelman, este filme está seguramente no Top Five deles, sendo o primeiro escrito diretamente para a tela e o primeiro a ser filmado em Hollywood.
Os Galhofeiros
3.6 10O segundo filme dos Marx Brothers, adaptado do sucesso da Broadway, novamente sofre de encenação teatral com a câmera estática e a trama de comédia musical, mas oferece ao quarteto doido muitos espaços cômicos. A história é sobre uma pintura roubada, mas isso é só um pretexto para os quatro agirem: Groucho conta coisas absurdas sobre sua expedição pela África e canta "Hooray for Captain Spaulding", que mais tarde se tornaria seu prefixo no programa de TV "You Bet Your Life"; Chico e Harpo jogam baralho de um jeito todo particular, executam números de piano e harpa, etc... O filme foi um dos campeões de bilheteria do ano nos U.S.A. e, assim como "Hotel da Fuzarca", foi filmado no Paramount's Astoria Studios, no Queens, Nova Iorque. Depois disso, a produção de todos os filmes dos Marx mudou-se para Hollywood.
No Hotel da Fuzarca
3.5 11Este primeiro filme dos Marx tem uma filmagem meio teatral, intercalada por pequenos números musicais com canções de Irving Berlin. Para eliminar o som das câmeras na aurora do cinema falado, era comum seus operadores serem colocados em cabines à prova de som com frentes de vidro para permitir a filmagem, daí o trabalho em parte estático da câmera. Quando os irmãos estão em suas próprias cenas, é um tumulto só. Segundo a lenda marxista (no bom sentido), o diretor francês Robert Florey, que nunca havia visto o trabalho dos Marx antes, foi posto na cabine à prova de som porque não conseguia conter o riso diante das palhaçadas espontâneas dos irmãos. Os destaques incluem um hilário leilão, um corre-corre pelos quartos do hotel e as performances instrumentais de Harpo e Chico, virtuoses da harpa e do piano, respectivamente.
Diário de uma Garota Perdida
4.3 24O seguimento de Pabst e Brooks à sua "A Caixa de Pandora" é sórdido e intrigante: Louise é, sucessivamente, estuprada, dá à luz, é colocada numa casa de detenção, depois num bordel, herda dinheiro, casa-se,
fica viúva
O Pássaro Azul
4.0 110Luxuosa fantasia realizada nos mesmos moldes e sob influência de "O Mágico de Oz", lançado no ano anterior a este. Ainda que não tenha o mesmo charme da produção da Metro, não deixa de ser uma agradável atração para a família com uma bela mensagem às crianças. Os cenários feitos em estúdio são realmente encantadores, assim como a fotografia em Technicolor e os inovadores efeitos especiais, ambos indicados ao Oscar. Eddie Collins, intérprete do cão Tylo na forma humana, fez aqui sua última participação no cinema.
O Guarda
2.9 10Clássica e insana comédia americana sobre Egbert Sousé (com acento agudo no 'E', já que 'Souse' é uma gíria para 'bêbado') um velho beberrão, de muita lábia e sorte, que se torna guarda bancário como prêmio por "capturar" um assaltante. O filme resgata com eficiência muito do humor e das gags freqüentes no vaudeville e no cinema mudo, escolas das quais W. C. Fields chegou a fazer parte. Grady Sutton, seu futuro genro boboca, Franklin Pangborn, o determinado auditor de banco, e Shemp Howard (um dos Três Patetas), o bartender e cúmplice de Sousé, estão entre as figuras envolvidas nas peripécias do protagonista. Roteirizado pelo próprio Fields, sob o pseudônimo "Mahatma Kane Jeeves", derivado do clichê da comédia da Broadway, "My hat, my cane, Jeeves!", "The Bank Dick" foi selecionado em 1992 para preservação no Registro Nacional de Cinema dos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso como sendo Cultural, Histórico e/ou Esteticamente Significativo, além de estar listado entre os filmes favoritos dos consagrados cineastas Christopher Nolan, Edgar Wright, Francis Ford Coppola, Guillermo del Toro, Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Stanley Kubrick e Woody Allen.
O Monstro do Ártico
3.2 81 Assista AgoraMistura de ficção científica e horror, vagamente baseada em "Who Goes There?", de John W. Campbell, Jr. Cientistas do posto avançado do Ártico desenterram alienígena da camada de gelo no subsolo e precisam lutar por suas vidas quando a criatura é acidentalmente descongelada. Direção tensa, convincentes performances, trilhas assustadoras de Dimitri Tiomkin e roteiro ok de Charles Lederer. Apesar desses bons valores de produção o filme não envelheceu tão bem e o tal monstro, quando finalmente aparece, pouco assusta. Acredito que o clima de suspense criado no remake de John Carpenter seja mais atrativo.
Kill Bill: Volume 2
4.2 1,5K Assista AgoraAinda que não tenha a mesma energia da primeira parte, é o seu complemento ideal, estabelecendo ritmo e estilo próprios, longos diálogos e desvendando todos os segredos. Thurman deve eliminar mais dois assassinos (Madsen e Hannah) antes de seu confronto final com o chefe, Bill. Carradine apresenta o desempenho de sua carreira como o astuto, articulado e mortal mentor. Tarantino continua prestando reverência aos seus filmes e gêneros favoritos; há até uma rápida passagem de Roy Rogers num Western de William Witney (homenageado postumamente ao término dos créditos finais juntamente com Sergio Corbucci, Lo Lieh, Charles Bronson, Chang Cheh, Kinji Fukasaku, Shintaru Katsu, Lucio Fulci, Sergio Leone e Lee Van Cleef.).
A Grande Valsa
3.6 9 Assista AgoraA música supera o drama nesta elaborada biografia do compositor Johann Strauss, com muitas valsas encobrindo um triângulo amoroso padrão. A seqüência mais lembrada é a do passeio de carruagem com a inspiração para a melodia "Os Contos dos Bosques de Viena". A adorável cinematografia com a câmera deslizante de Joseph Ruttenberg conquistou o Oscar.
Os Amores de Henrique VIII
3.4 10Charles Laughton é a viva imagem do excêntrico monarca inglês do título tal e como o retratou Holbein, o Jovem, em seu célebre quadro. Muitas vezes o personagem soa caricato, porém a verdade faz o seu caminho através da hilaridade. O ator retrata admiravelmente a vaidade do rei, sua impetuosidade, senso de humor, coragem e medo. É divertido ver a cara que ele faz quando zomba e como reage às pessoas ao seu redor. Ele raramente consegue esconder o que pensa. Elsa Lanchester, mulher de Laughton na real life, também aparece muito bem, como Ana de Cléves, sua 4ª esposa no filme. "Os Amores de Henrique VIII" colocou a indústria britânica de cinema no mapa de Hollywood e demonstrou, ainda, que o diretor/produtor Alexander Korda era um observador inteligente, um tanto conservador e, não raro, cínico do comportamento humano.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KO documentário não levou o Oscar e já há manifestantes saindo às ruas dizendo que é "golpe". Assim como o Flamengo, o filme perdeu mas ganhou o troféu de "Jogou de Igual pra Igual". Parabéns! Outra coisa que chamou a atenção foi o figurino de Petralha Costa que compareceu à cerimônia vestida de vermelho, o que não quer dizer nada. Não é só porque ela fez um documentário insinuando que a Dilma é inocente, que o Lula foi injustiçado e porque ela foi usando um vestido vermelho pra cerimônia, que ela foi militar no Oscar. Nada a ver...
Fogo de Outono
4.0 27Excelente adaptação do romance de Sinclair Lewis sobre o industrial americano de meia-idade que se aposenta e vai para a Europa, onde ele e sua esposa encontram diferentes conjuntos de valores e novos relacionamentos. Escrito de forma inteligente (por Sidney Howard), lindamente filmado, extremamente bem atuado, com Huston recriando seu papel da Broadway. John Payne (anunciado como John Howard Payne) estréia na tela em papel pequeno. Ganhou o Oscar de Decoração de Interiores (Richard Day). Filme de Hollywood incomumente maduro, a não perder.
Os Punhos do Dragão
3.3 5 Assista AgoraLo Wei, diretor dos clássicos de Bruce Lee, "O Dragão Chinês" e "A Fúria do Dragão", viu potencial no jovem Jackie Chan e o lançou em vários filmes de Kung Fu, incluindo este bom "Os Punhos do Dragão". Com Bruce Lee indo muito cedo e o cinema de artes marciais sendo mais popular do que nunca, os cineastas do leste e do oeste lutaram para substituí-lo. Porém, Lo Wei não obteve o mesmo sucesso de antes, provavelmente por querer fazer de Jackie o "novo Bruce", sendo que os dois tinham estilos bem diferentes. Este é o único trabalho de Jackie dirigido por Lo Wei que está acima da média. O enredo é dos mais sérios, oferece algumas reviravoltas, as brigas são convincentes e tudo transcorre em belas escolas e templos na antiguidade, a exemplo da grande maioria dos filmes de Kung Fu dos anos 70.
A Lâmina Fatal
3.4 17 Assista AgoraReunir ninguém menos que John Woo, Jackie Chan e Sammo Hung no início de suas carreiras talvez bastasse para render a este filme pouco conhecido o status de clássico subestimado, o que se justifica ainda mais quando assistimos (sem piscar) aos futuros astros destilando ação em excelente e habilidosa coreografia, seja ela com as mãos nuas ou munida com ampla variedade de armas brancas que enriquece a violência explícita e estilizada característica do diretor/roteirista. A trama aparentemente simples é bem construída, envolvida por trilha sonora marcante, com personagens pitorescos e se desenvolve por belas locações naturais, o que já seria suficiente para valer o ingresso. Uma pérola do cinema de artes marciais.
Shaolin Contra os 12 Homens de Aço
3.8 14Um dos melhores filmes do início da carreira do Jackie. A trama bem desenvolvida expõe treinamento árduo, disciplina, mistério, vingança, lealdade e ação maravilhosamente coreografada. O mais interessante é que algumas das referências de Kill Bill se originam neste filme, incluindo o lendário Pai Mei. Pena que, ainda que contenha o áudio original em mandarim, a qualidade da cópia da Columbia Tri-Star não é das melhores.
Monstros
4.3 509 Assista AgoraMuitos aspectos de "Monstros" escapam do raciocínio lógico, o que o convertem numa parábola surrealista e kafkiana. A curiosidade é, com toda certeza, uma característica importante deste clássico, porém reduzí-lo somente a isto seria totalmente injusto. Trata-se de um filme ousado, que permite antecipar a chegada da eugenia e levanta uma provocativa comparação com a alinhada condição feminina e a natureza monstruosa de tantas celebridades do mundo do espetáculo, o que nos revela quem são realmente os "monstros". Estamos diante da obra de um gênio.
Belezas em Revista
3.6 16Cagney interpreta um diretor de teatro que tenta superar-se com números musicais espetaculares. O ritmo acelerado da Warner Bros. termina com três consecutivos números incríveis de Busby Berkeley: "Honeymoon Hotel'', "By a Waterfall'' e "Shanghai Lil''. Visualmente maravilhoso!
Carrossel de Emoções
3.5 17Elvis é um livre cantor rebelde que se junta ao parque de diversões de Barbara Stanwyck, onde aprende o significado do trabalho duro e do amor verdadeiro. Barbara e o elenco de apoio fazem deste um agradável musical de Elvis, com "Little Egypt" como seu principal número. Raquel Welch e Teri Garr aparecem brevemente, como garota colegial e dançarina, respectivamente.
Uma Loira para Três
3.2 32Mae West repete seu papel de palco da peça Diamond Lil, considerada obscena pelos conservadores da época, em que ela atrai olhares de admiradores criminosos num cabaré e convida Cary Grant para "vir vê-la em algum momento" - ele aceita, e o resultado é um estrondo de bilheteria que salva a Paramount da falência. Mae canta "Frankie e Johnny" e "Easy Rider" em seu melhor filme, que ela co-roteirizou de seu sucesso na Broadway. Esta é a produção de menor metragem já indicada ao Oscar de Melhor Filme. "She Done Him Wrong" fez tanto barulho que, dentre outras coisas, inspirou, no mesmo ano, "She Done Him Right", uma paródia spinoff em forma de curta de animação produzida por Walter Lantz: https://www.youtube.com/watch?v=wcDECY9RqLw
O Fugitivo
4.2 36Drama social que denuncia as injustiças e o tratamento desumano nas penitenciárias do Sul dos U.S.A. no início do século XX pelos olhos de um homem cheio de vida interpretado pelo versátil Paul Muni. "O Fugitivo" é a mãe de todos os filmes de tema carcerário, onde "Um Sonho de Liberdade" (1994) é o exemplo mais conhecido. Nele aparecem todos os elementos essenciais do gênero: a camaradagem entre os reclusos, os maus tratos que lhes infligem os guardas, a fuga dramática, etc... Por meio de uma narrativa fluente e vigorosa, o diretor Mervyn LeRoy retrata a árdua trajetória do protagonista até um dos finais mais belos e, ao mesmo tempo, amargos de todo o cinema. Baseado na autobiografia "I Am a Fugitive from a Georgia Chain Gang!", de Robert E. Burns.
Que Viva México!
4.0 16Filme lendário, apresentado como uma série de vinhetas e repleto de visuais deslumbrantes, oferecendo uma visão íntima (e altamente política) do passado e do presente do México e da diversidade de seu povo, paisagem e cultura. A maior parte do material é representado por fatias metafóricas da vida, mas uma, envolvendo uma revolta camponesa, apresenta uma história dramatizada completa. Filmado por Sergei Eisenstein com os colegas Grigori Alexandrov e Eduard Tisse no início dos anos 30, mas concluído somente em 1979 por Alexandrov, com base nas anotações e desenhos de Eisenstein. Obra poderosa, provavelmente o melhor documentário já feito sobre aquele país.
Silverado
3.6 89 Assista AgoraAção demais, roteiro de menos. Não deixa de ser um bom programa.
O Vingador do Futuro
3.6 496 Assista AgoraRitmo alucinante e ininterrupto de ação regado à avalanche de efeitos visuais (o que lhe valeu um Oscar especial) e violência explícita num enredo cheio de dúvidas e reviravoltas. Não deixa de ser um marco inovador e um clássico à sua maneira. Destaque para a interessante ambientação futurística de Marte.