Toda obra literária britânica me parece um Santo Graal da cinematografia que todos almejam reproduzir, à sua maneira. A maioria tem o traço da imaginação de Sherlock, alguns saem uma tragédia digna de Shakespeare e outros a monstruosidade de Frankenstein.
O único ponto de equilíbrio de todos e em todas tentativas, independentemente da época, é a beleza da fotografia.
É emocionante ver a coragem de encarar um assunto tão delicado, tirar a infantilidade adolescente marcada à fogo pela maioria das tentativas de abordar o misticismo e encarar com o peso e carga que tem e carrega pela história.
Desalma é motivo de orgulho. E deveria ser admirado pelo mundo cinematográfico que tem uma dívida milenar com a parte mais bela da história da humanidade.
Essa ficção que cresce das entranhas da realidade, na primeira temporada foi um ato de rebeldia, muito mais próximo da realidade cotidiana, com muito mais repulsa. A segunda temporada foi um salto vertiginoso. Envolver corrupção e religião cristã numa histeria coletiva é um ato de coragem.
Mas pra mim, infelizmente, a caricatura do manipulador mal caráter hipócrita do cidadão de bem que a dramarturgia brasileira tanto gosta de escancarar é o motivo do distanciamento dessa realidade putrefata. O que era para ser indigesto, deu pra saborear na refeição principal.
Dois extremos do negacionismo. Um em não acreditar na ciência e outro de acreditar que existe almoço gratis.
Sob Pressão é de longe a melhor série brasileira, mas a licença poética tem que ter um ponto de equilíbrio. Os dois pés são fincados próximo à realidade ou deslizam juntos sob a superfície da ficção. Um pé em cada, rasga ao meio, sem anestesia, o corpo frágil da racionalidade e começamos à tatear o vazio de sentido.
Sob pressão, da porta para dentro, na ambiência hospitalar, com a visão reduzida pelos antolhos e sob a lente utópica e desfocada do sistema único de saude, está cavando, cada vez mais, um Brasil paralelo.
Só o talento de Marjorie flutuando, intacto, sob a superfície da realidade com o corpo, mente e alma cravados no drama e no comprometimento com a arte que imita a vida.
As cenas que mais interessam são boas. Não economizaram no jogo psicologico e na violência para uma série adolescente. O ruim é todo o resto, o que o torna adolescente.
Cenário Gothan enquadra bem a idéia da cidade de São Paulo e desfoca todo o resto. Rhainer é o único que manteve a integridade da atuação. Os demais esqueceram como atuar.
Distante da realidade, malícia pubérulo, sem tensão, sem roteiro, sem motivo. O único tom de cinza abrasileirado é um pornô pelo excesso.
A navalha de dois gumes virou uma faquinha de pão enferrujada.
A pandemia, de virus e ignorancia social, para séries médicas foi uma catástrofe. Não pela representação, mas pela obrigação de representar e ignorar completamente uma pós realidade endémica.
Enquanto não houve essa representação tão mais presente da realidade, era uma ficção de alta teor dramático que poderia caber em muitas existências. Agora, é apenas uma ficção, tão distante quanto poderia ser. Agora há mais drama aqui fora.
Embalado por uma era musical, o enredo que deu voltas sem sair do lugar, sobrou atenção para a atuação. Do elenco original, bons atores continuaram bons, um melhorou muito e o ruim evoluiu para péssimo.
Tenho que admitir que, se o puritanismo de Dawnson's Creek não me conquistou quando adolescente, agora foi uma surpresa atrás de outra encontrando tantos rostos conhecidos nesses vinte anos. Se não foi um ninho, foi um encontro de uma geração.
A leveza não quebrou a complexidade característica da trama polícial. Mas vestiu muito bem nos diálogos descontraídos e naturais de Nacy e Sid.
Assistiria, sem o menor sofrimento e até com uma certa ansiedade e sorriso de canto de boca, até bater o recorde de série mais longa. Principalmente se a personagem de Jessica Alba também encontrasse uma certa fluidez no Vale da Cidade dos Anjos.
Os primeiros passos dos ingleses na esperança de um novo mundo ainda hostil sempre levantará, no mínimo, curiosidade. Tanto para compreender os colonizados, quanto para entender a metódica perseverança do maior colonizador da nossa espécie.
Miami deveria ser um cenário melhor aproveitado. Cabem muitas histórias nesse paraíso fiscal.
É um tema difícil de desenrolar, mas Starup começou com uma unidade. É fluído. Com Adam Brody e o senso de humor característico de Seth Cohen e Martin Freeman em uma feceta que sempre me surpreende.
No Brasil da corrupção estrutural, é politicamente educativo. Mas política, se não bem dosada, joga uma Antártica em cima das chamas escandantes da indignação.
Política, por eles é feita de razão. Por nós é feita de pura emoção. Não cabe utopias em uma produção te enredo tão urgente. Aruanas é a denúncia, com a licença poética, das intermináveis realidades. Aruanas é o Brasil que quer e precisa dar certo.
O interessante dessa sequência é a nitidez do limite que separa o abismo entre baseado fatos reais e ficção. Por mais que a licença poética seja abusada, os antolhos da realidade impede que o diretor enxergue além do crível.
As Crônicas de Frankenstein (1º Temporada)
3.7 39Toda obra literária britânica me parece um Santo Graal da cinematografia que todos almejam reproduzir, à sua maneira.
A maioria tem o traço da imaginação de Sherlock, alguns saem uma tragédia digna de Shakespeare e outros a monstruosidade de Frankenstein.
O único ponto de equilíbrio de todos e em todas tentativas, independentemente da época, é a beleza da fotografia.
Desalma (2ª Temporada)
3.8 45É emocionante ver a coragem de encarar um assunto tão delicado, tirar a infantilidade adolescente marcada à fogo pela maioria das tentativas de abordar o misticismo e encarar com o peso e carga que tem e carrega pela história.
Desalma é motivo de orgulho. E deveria ser admirado pelo mundo cinematográfico que tem uma dívida milenar com a parte mais bela da história da humanidade.
Bom Dia, Verônica (2ª Temporada)
3.8 258 Assista AgoraEssa ficção que cresce das entranhas da realidade, na primeira temporada foi um ato de rebeldia, muito mais próximo da realidade cotidiana, com muito mais repulsa. A segunda temporada foi um salto vertiginoso. Envolver corrupção e religião cristã numa histeria coletiva é um ato de coragem.
Mas pra mim, infelizmente, a caricatura do manipulador mal caráter hipócrita do cidadão de bem que a dramarturgia brasileira tanto gosta de escancarar é o motivo do distanciamento dessa realidade putrefata. O que era para ser indigesto, deu pra saborear na refeição principal.
Scream: Resurrection
2.4 112Apesar da nostalgia por essa ghostface, nada é tão ruim que não possa piorar.
Sob Pressão (5ª Temporada)
4.5 35Dois extremos do negacionismo.
Um em não acreditar na ciência e outro de acreditar que existe almoço gratis.
Sob Pressão é de longe a melhor série brasileira, mas a licença poética tem que ter um ponto de equilíbrio. Os dois pés são fincados próximo à realidade ou deslizam juntos sob a superfície da ficção. Um pé em cada, rasga ao meio, sem anestesia, o corpo frágil da racionalidade e começamos à tatear o vazio de sentido.
Sob pressão, da porta para dentro, na ambiência hospitalar, com a visão reduzida pelos antolhos e sob a lente utópica e desfocada do sistema único de saude, está cavando, cada vez mais, um Brasil paralelo.
Só o talento de Marjorie flutuando, intacto, sob a superfície da realidade com o corpo, mente e alma cravados no drama e no comprometimento com a arte que imita a vida.
Pânico (2ª Temporada)
3.6 538As cenas que mais interessam são boas. Não economizaram no jogo psicologico e na violência para uma série adolescente. O ruim é todo o resto, o que o torna adolescente.
Pânico (1ª Temporada)
3.6 759"Não dá para transformar um filme de terror em uma série de tv"
Não poderia concordar mais.
Verdades Secretas 2
2.2 158Cenário Gothan enquadra bem a idéia da cidade de São Paulo e desfoca todo o resto.
Rhainer é o único que manteve a integridade da atuação. Os demais esqueceram como atuar.
Distante da realidade, malícia pubérulo, sem tensão, sem roteiro, sem motivo.
O único tom de cinza abrasileirado é um pornô pelo excesso.
A navalha de dois gumes virou uma faquinha de pão enferrujada.
Fariña (1ª Temporada)
3.9 8Eis a única diferença entre os cartéis, na Espanha é drama.
Grey's Anatomy (18ª Temporada)
3.6 34A pandemia, de virus e ignorancia social, para séries médicas foi uma catástrofe. Não pela representação, mas pela obrigação de representar e ignorar completamente uma pós realidade endémica.
Enquanto não houve essa representação tão mais presente da realidade, era uma ficção de alta teor dramático que poderia caber em muitas existências. Agora, é apenas uma ficção, tão distante quanto poderia ser.
Agora há mais drama aqui fora.
Dawson's Creek (6ª Temporada)
4.0 139Para posteridade, No Doubt e Bianca Kajlich.
Embalado por uma era musical, o enredo que deu voltas sem sair do lugar, sobrou atenção para a atuação. Do elenco original, bons atores continuaram bons, um melhorou muito e o ruim evoluiu para péssimo.
Tenho que admitir que, se o puritanismo de Dawnson's Creek não me conquistou quando adolescente, agora foi uma surpresa atrás de outra encontrando tantos rostos conhecidos nesses vinte anos. Se não foi um ninho, foi um encontro de uma geração.
Dawson's Creek (5ª Temporada)
3.9 59Corpinho de anos 2000 e cabecinha de década de 1990.
O poder de reduzir dramas adolescentes em relacionamentos confusos e mal sucedidos, acentuados pelo interminável e sofrível padrão de 24 episódios.
L.A.’s Finest: Unidas Contra o Crime (2ª Temporada)
3.4 5 Assista AgoraA leveza não quebrou a complexidade característica da trama polícial. Mas vestiu muito bem nos diálogos descontraídos e naturais de Nacy e Sid.
Assistiria, sem o menor sofrimento e até com uma certa ansiedade e sorriso de canto de boca, até bater o recorde de série mais longa. Principalmente se a personagem de Jessica Alba também encontrasse uma certa fluidez no Vale da Cidade dos Anjos.
L.A.'s Finest: Unidas Contra o Crime (1ª Temporada)
3.6 14 Assista AgoraL.A, Santa Mônica.
Jessica Alba, Gabrielle Union.
Representatividade.
Drama raso e humor na medida.
Copo meio cheio.
Zoo (3ª Temporada)
3.2 21Humanos vs Humanos. Drama familiar de novela das 9h com vilã digna de Marvel e DC em Legends os Tomorrow.
Não é nenhuma novidade que, apesar de viciante, tema apocalíptico nunca se encontrou e a extinção da humanidade sempre se perde.
Nada de novo na ilha da fantasia. Mas seria interessante ver até quando os estadunidenses conseguem se afundar em uma ideia furada.
Zoo (2ª Temporada)
3.4 26Com uma aspirante à Michelle Rodriguez, finalmente os humanos sendo caça no apocalipse animal.
Ruim e viciante como toda distopia apocalíptica.
Zoo (1ª Temporada)
3.5 87 Assista AgoraAs demais espécies subjulgar a humana é uma das utopias distópicas mais fascinantes.
Saints and Strangers
3.7 17Os primeiros passos dos ingleses na esperança de um novo mundo ainda hostil sempre levantará, no mínimo, curiosidade. Tanto para compreender os colonizados, quanto para entender a metódica perseverança do maior colonizador da nossa espécie.
StartUp (3ª Temporada)
3.5 18Uma série para cada temporada. Completamente diferentes. E essa não sabia mais o que queria ser.
StartUp (2ª Temporada)
3.9 12Perdeu a unidade. Despedaçou. Tentaram emendar as peças em uma frágil teia de enredo.
StartUp (1ª Temporada)
4.0 32Miami deveria ser um cenário melhor aproveitado. Cabem muitas histórias nesse paraíso fiscal.
É um tema difícil de desenrolar, mas Starup começou com uma unidade. É fluído. Com Adam Brody e o senso de humor característico de Seth Cohen e Martin Freeman em uma feceta que sempre me surpreende.
Aruanas (2ª Temporada)
4.2 15No Brasil da corrupção estrutural, é politicamente educativo.
Mas política, se não bem dosada, joga uma Antártica em cima das chamas escandantes da indignação.
Política, por eles é feita de razão. Por nós é feita de pura emoção.
Não cabe utopias em uma produção te enredo tão urgente.
Aruanas é a denúncia, com a licença poética, das intermináveis realidades.
Aruanas é o Brasil que quer e precisa dar certo.
Bad Blood (2ª Temporada)
3.7 10O interessante dessa sequência é a nitidez do limite que separa o abismo entre baseado fatos reais e ficção.
Por mais que a licença poética seja abusada, os antolhos da realidade impede que o diretor enxergue além do crível.
Bad Blood (1ª Temporada)
4.0 18Dar uma unidade simples, de fácil compreensão ao tema de máfia, é mérito de uma grande direção.