WandaVision, Episódio 4 - "Interrompemos Esta Programação" (SPOILERS!!!)
Se “Agora Em Cores” foi o episódio que mais expôs as estranhezas dessa realidade criada e semicontrolada por Wanda e que nos deu um teaser do “lado de fora”, tendo uma virada dramática intensa, o quarto episódio chega para abraçar totalmente isso e explorar as primeiras verdades da série até aqui.
Começando pelo começo, tivemos uma total e interessante “quebra de continuidade”, pois o episódio começou nos mostrando, pela primeira vez, como as pessoas voltaram à vida após Hulk (Mark Ruffalo) usar a Manopla do Infinito em Ultimato para reverter o Estalo de Thanos. Monica Rambeau (Teyonah Parris) acorda novamente num quarto de hospital, que virou um caos enquanto as pessoas ressurgiam do nada nos corredores. Ela descobre que sua mãe, Maria, que estava tratando o câncer e que havia se curado, teve uma reincidência e veio a falecer 2 anos antes. Logo depois, Monica vai à sede da Equipe de Supervisão, Pesquisa, Avaliação e Defesa Armada, conhecida como E.S.P.A.D.A., onde descobrimos que Maria (ou Fóton) foi sua criadora e que Monica deveria ser a diretora, se todo o resto não tivesse acontecido.
Ela é incumbida de uma missão: o desaparecimento de alguém em Nova Jérsei. Chegando lá, encontra o Agente James Woo (Randall Park, voltando depois de Homem Formiga e a Vespa) e descobre que o desaparecimento, na verdade, foi de uma cidade: WestView, “Lar é aquele que você cria” (ou seria EastView?). E que há algum tipo de “amnésia seletiva” em voga nos habitantes circunvizinhos.
Ela manda um drone (o helicóptero que vimos no episódio 2, “versão retrô para se adequar com a Direção de Arte”) e acaba sendo puxada para dentro do domo. Com o desaparecimento de uma Agente, FBI, Forças Armadas e a E.S.P.A.D.A. montam um perímetro e convocam vários especialistas, entre eles nossa camarada Darcy Lewis (Kat Dennings, agora Doutora, diretamente de O Mundo Sombrio), que descobre haver um tipo de “radiação da época do Big Bang misturada com frequências de transmissão.” Aí que o episódio engrena e todos ali viram telespectadores confusos das sandices e encenações que estão ocorrendo lá dentro. Inclusive o choque de verem Visão (Paul Bettany) “vivo”. Eles descobrem as pessoas reais “escaladas para interpretar” cada personagem, mandam “o homem do esgoto” que vimos antes (que também some) e tentam interferir (a voz do rádio, aliás), sendo “censurados por alguém.”
“Por que sitcoms?”, “Por que hexágonos?”, “Quem está fazendo isso?”: são basicamente nós. Mas essa última é “respondida” no fim. Vemos a cena que havia sido “cortada” no episódio anterior: da expulsão da “forasteira”, por Feiticeira Escarlate. E é mostrado de fato que Wanda (Elizabeth Olsen, aparecendo pouco, mas continuando ótima) sabe da realidade, ao ver Visão sem cores, cinza, morto, com o buraco na cabeça deixado por Thanos. Só que ela está, pura e simplesmente, negando a verdade e mascarando seus traumas, enquanto desvia o olhar e faz tudo voltar “ao normal” naquela realidade perfeita...
“- Não temos que ficar aqui. Podemos ir aonde quisermos. - Não, não podemos. Esse é o nosso lar. - Tem certeza? - Não se preocupe, querido. Tenho tudo sob controle.”
John Shelby (Joe Cole) abandonou os Malditos Peaky Blinders depois dos tiros, Catelyn Stark (Michelle Fairley) desistiu de ser a Senhora Coração de Pedra após o Casamento Vermelho e Walder Frey (David Bradley) cansou de comer as tortas da Arya para estrearem numa série mais leve... Só que não.
Desde a primeira cena, o tom violento ao extremo é colocado como a alma dessa produção britânica da Sky Atlantic, que segue os abalos causados pelo assassinato do chefe da família mais poderosa de uma rede de facções internacionais que controlam Londres.
Não é necessariamente só de sangue e violência gráfica que a série se vale até onde vi, tem alguns dramas familiares se delineando, o velho desejo de vingança e as traições/omissões “pelo bem da família”. Mas tudo é envolto pelo que chama mais atenção: a direção das cenas de lutas brutais e frenéticas de Gareth Evans. Entre dardos e cutelos, há muita agitação e câmera na mão, tremida, mas nunca é feito de maneira irritante, e sim na medida certa. Foi um bom começo.
“Você viu o rosto do meu pai lá? Eu não estou interessado em paz.”
WandaVision - Episódio 3: "Agora em Cores" (SPOILERS)
Foram-se os anos 50 e 60, chegaram os anos 70; foi-se o preto e branco e agora chegou a saturação, as roupas largas, listradas e em xadrez, cabelos longos e toda a base de atuação que vai de caricata a um tom dramático que a série está conseguindo desenvolver superbem. Nem preciso dizer como a estética é perfeita e gostosa, mas, diferentemente dos primeiros episódios, focados num senso de “busca por pertencimento” e na construção das dinâmicas entre o casal, a vizinhança e especialmente com Agnes (Kathrin Hann, aparecendo pouco aqui), as coisas mudam um tanto de escala neste terceiro episódio. “Em cores”.
Enquanto a barriga de Wanda cresce, surgem as piadas bobas sobre a rapidez da gravidez, sobre os nomes dos bebês (Tommy ou Billy, em homenagem a Shakespeare), os chutes e contrações que abalam as estruturas da casa e da vizinhança (se remodelaram completamente para o estilo dos “anos da Paz e da Liberdade”), a ansiedade e as representações visuais da bolsa estourando e da chegada dos bebês (a Cegonha, sim) que geram tanto momentos cômicos como fofos. Geraldine (ou Monica Rambeau, uma ótima Teyonah Parris) aparece mais “íntima” para interagir e catalisar realizações e referências importantes.
Falando em referências, o comercial da vez focou no “Sabão HYDRA”: “Precisa de uma pausa? Fuja para um mundo todo seu, onde seus problemas flutuam...”
Enquanto Visão cita a frase shakespeariana “O mundo é um palco. Homens e mulheres, meros atores”, toda a atmosfera de estranheza domina o local. Novamente, ele aparece sentindo coisas estranhas no ar, vizinhos “bugando”, frases cheias de reticências que ocultam a verdade sobre tudo aquilo, a qual é reforçada ainda mais por Dr. Nielsen, que pretendia sair de férias: “Cidades pequenas, sabe? Difíceis de escapar.” E, quando ele confronta sua amada, ela muda completamente de feição e reinicia a “cena” para tirar essa “dúvida” da mente de seu parceiro. Olsen está brilhando na série.
Essa virada dramática encontra seu ápice quando Geraldine e Wanda conversam sobre os gêmeos. “Eu também sou uma gêmea, sabia?”, fala Feiticeira ao lembrar deu irmão, Pietro, em seguida cantando uma canção sokoviana. Aí que Monica cita que “Pietro foi morto por Ultron” e a coisa toda fica tensa. Ela é “expulsa” daquela realidade criada/contida, e vemos o “lado de fora”, com exército e instalações... A trama tá avançando demais. A Marvel vai me matar com esses episódios semanais!
Seguindo a linha de episódios curtos (até então) da Disney+, WandaVision chega para fazer o retorno do Estúdio da Casa das Ideais depois de um ano sem lançamentos, com sua primeira série abrindo a Fase 4 do UCM. E como é legal rever (e ouvir de novo) o logo da Marvel, ainda mais em preto e branco ❤
“Você se move na velocidade do som, e eu faço canetas flutuarem. Quem precisa de abreviações?”
Com os dois primeiros episódios em P&B, leves e até bobos, Matt Shakman (ator de uma sitcom oitentista e diretor de dois episódios da sétima temporada de GOT, também tendo passado por Fargo e Succession) conduz perfeitamente a atmosfera e o estética (que será progressiva ao longo da temporada, como indica o final do 2º) de sticoms (leia-se realidade alternativa), com foco e referência nos anos 60. A linguagem visual, o roteiro, as risadas em off, as atuações: é tudo bem legal.
Várias dúvidas e estranhezas ainda pairam, o que é ótimo, mas certamente é divertida, superficialmente despretensiosa (apicultores saindo do esgoto, vozes perguntando “Quem fez isso com você, Wanda?” saindo do rádio e a “confusão mental” dos dois indica diferentemente), e, sem muitas dúvidas, é a produção mais diferente da Marvel. E amém por isso.
Olsen e Bettany continuam ótimos juntos. E o formato só os favorece. A adição da Kathryn Hahn funcionou totalmente (“This is gonna be a gas!”), ela é hilária e ainda pode ter um papel crucial caso as teorias se confirmem. Ansioso pelos próximos!
“- Você não teme que a audiência perceba nosso truque? - Esse é o objetivo. Num número de mágica real, tudo é falso.” Hmm... 🧐
“Aproveite Valhalla, meu irmão, enquanto ela ainda existe. Sabemos que o céu se escurece. O fim da Era dos Deuses se aproxima. E eu confio que estarei com você nesse momento desafiador. Então... saudações e adeus, meu irmão.”
entre Ubbe e um antes morto Floki, no pôr do sol de um “Novo Mundo” foi bem bonita.
“- Você se lembra do Ragnar? - Óbvio que sim. Ele perturba as minhas noites. Está sempre por aqui. Não consigo me livrar dele. Ele fica me pedindo para construir um novo barco. E eu respondo: ‘Por que quer um novo barco, Ragnar? Você está morto!’... Você se parece com ele. - Não importa o que você diga: amo você, Floki. - Se não se importa com o que eu digo, então não direi nada. Estarei morto em breve mesmo. - E esse é o fim?...”
Sim, é o fim. Sentirei falta dos seus melhores momentos. De Lagertha Donzela de Escudo, de Ragnar Calças Peludas, de Bjorn Flanco de Ferro, de Ivar, o Sem Ossos, e dos grandes feitos do passado (a 2ª, 3ª e 4ª temporadas). O resto foi só frustração. Tantas tramas e subtramas abandonadas sem explicação, arcos chatos, longos, e que não levam a lugar nenhum, conclusões de personagens e núcleos que me deixaram só na base do “Sério isso?”. Uma pena...
Para dar exemplos (SPOILERS): A Islândia, com Floki sendo soterrado e notoriamente morto pra aparecer do nada no outro lado do mundo. O fato de terem transferido esse papel enfadonho para Ubbe e Torvi, cortando a construção deles pela raiz, ao matar pouco a pouco seus filhos sem peso algum. Depois de a Islândia ter dado errado por conta do Ketill, levam-no para uma aventura para outra ilha: a Groelândia (junto com um “Viking Cristão” que só fala “Confia em Deus que a gente vai encontrar a Terra Dourada”). Na qual o mesmo Ketill, loucasso, sozinho, em cima de uma baleia jubarte (que apareceu ali com explicações de “Deus está aqui! Meus sonhos estavam certos!”), espanta umas 30 pessoas desesperadas para o mar, sem comida nem água, do nada. Todo o desenvolvimento da Rússia e do Oleg “enlouquecendo” e achando que é Jesus, principalmente (manipulações, exércitos e planos são jogados de um lado para o outro, acabam e recomeçam com minutos de diferença). As batalhas que só servem de hype para broxar instantaneamente... É Katia ou Freydis? Rollo??? Gunnhild não merecia aquilo; Ivar não merecia aquilo; Torvi não merecia aquilo; Kattegat não merecia aquilo; a série não merecia aquilo. Enfim... Tem problemas parecidos com o final de Game Of Thrones, com a diferença que nunca superarei GOT por razões de ser minha favorita.
Não nego que ainda acho a série visualmente bem articulada, que a trilha sonora do Trevor Morris nunca decepcionou, que o elenco é super esforçado e que curti a vibe “fim de era” e de “contato com outros povos” dos últimos 5 episódios. Mas as incoerências e acelerações narrativas que permearam os outros 15 episódios (na verdade, os últimos 35 kkkk) sobrepuseram e barraram boa parte do interesse e/ou impacto que a série poderia ter causado em suas 20 horas finais. R.I.P., Vikings!
“If I had a heart I could love you If I had a voice I would sing After the night when I wake up I'll see what tomorrow brings…” 🎼🪓🖤
A série ainda enfrenta problemas de um ritmo irregular, diálogos repetitivos e bem expositivos e desenvolvimento que não aproveita o potencial de certos núcleos, mesmo pra mim, que nunca li os livros (o das Feiticeiras, especialmente), sendo a edição/montagem o grande problema. Momentos épicos e/ou emocionais não têm o espaço nem o tempo necessário para respirar ou mostrar seu peso, imergir com quem assiste. Os cortes são um tanto abruptos e quebra muitas vezes o clima das narrativas. Esses erros aconteceram aqui e ali ao longo da temporada, mas não se mostrando tão graves. Só que nos últimos dois episódios a coisa complicou mais...
Continuo achando os conceitos da história muito interessantes,
incluindo a nova questão dos Anjos e sua “vingança” contra a “Autoridade”, aparentemente moldando a evolução dos seres humanos para tal
. Visualmente, a série evoluiu, os novos mundos/cidades mostradas são bem feitos, assim como o design de produção (Cittàgazze em destaque). A trilha sonora do Balfe continua ótima, e a relação de amizade, semelhanças, diferenças e autoinfluência entre os protagonistas foi bem construída (Dafne Keen e Amir Wilson mostraram a que vieram).
Ruth Wilson se mantém como a maior integrante do elenco, e o desenvolvimento da personagem foi fortíssimo aqui (ainda mais com aquela interação foda com o Lee Scoresby de Lin-Manuel Miranda). Todas as camadas de inteligência e possibilidades de crescimentos comprimidas pelo seu mundo teocrático e machista, todas as repressões de suas emoções, dores, traumas, toda a complexa interação de “autoflagelo”/medo com seu Deamon (o que, essencialmente, a faz “humana”, e que acarreta em algo interessante depois), toda a psicopatia da personagem... Não tem defeitos. Em atuação e em trama.
A introdução de Andrew Scott e Simone Kirby (como Mary Malone) funcionaram bastante.
No mais, poderia ser melhor que a primeira, mas é a temporada que tem os meus episódios favoritos da série até agora. E, mesmo que a falta de um específico (focado em Lorde Asriel), que não foi gravado por conta do Coronavírus, tenha afetado o desenvolvimento da trama central, o final é muito promissor para uma terceira (e talvez última) temporada mais forte. Pois agora é guerra, e isso sempre pode render.
O tão esperado resgate finalmente veio! Roubando uma Lançadeira T-4a para adentrar o Cruzador de Moff Gideon, nossa equipe foda formada por Cara Dune, Fennec Shand, Bo-Katan, Koska Reeves, Boba Fett e Din Djarin finalmente satisfizeram todo mundo nas sequências de ação do episódio. As quatro primeiras da equipe metralhando absolutamente tudo, bicho... ❤
“Ligue os escudos, querida. Pois eu darei um show.”, Boba e sua Slave-1 foram uma adição maravilhosa à série.
Noutro ponto, a “Engrenharia Genética da Força” (com clones!, para “restaurar a ordem da Galáxia”), encabeçada pelo Dr. Pershing, e que seria tão polêmica com a “ressuscitação” de Palpatine, foi também mais desenvolvida aqui. Talvez para mitigar a merda feita na trilogia recente...
Enfim, como um todo, a estrutura episódica continuou, mas a trama principal fluiu bem melhor entre as "missões da semana". Até porque elas aconteciam para "levar a Criança ao seu povo". E em termos narrativos e emocionais, de constância especialmente, foi bem melhor que a primeira temporada.
Falando no anteriormente Baby Yoda, tivemos um foco mais íntimo no desenvolvimento de Mando e o agora Grogu. Este sem falar uma palavra (que entendamos, apenas "barulhinhos fofos"), e o outro sem tirar seu capacete (aguarde por depois!) desenvolveram entre si uma das relações mais amáveis e verdadeiras da saga. Com risadas, repreensões, treinamentos, surpresas, vários “Dank farrik!” e despedidas, eles certamente se tornaram pai e filho. Com sacrifícios e amor.
À mesma medida, foi a temporada em que o escopo de universo se expandiu muito. Novos planetas, vários personagens de outras séries, Ahsoka Tano, Boba, Jedi... Desse modo, ficou totalmente claro que, depois de oito episódios, o amor dos fãs, de todas as idades, por Star Wars foi restaurado (basta ver os reacts no YouTube). E agora teremos várias outras séries da franquia para acompanhar...
Voltando à finale, com os Dark Troopers, passando uma vibe de Exterminador do Futuro, e Bo-Katan querendo o Sabre Negro de Gideon (dita “arma ancestral a qual quem empunhar terá direito ao Trono de Mandalore”, mas que precisa ser "conquistada em batalha"), Mando chega primeiro e adicionou mais uma arma ao seu arsenal. A contragosto de Katan.
Foi ótimo vê-lo finalmente usando a lança de Puro Beskar contra os DT e contra a o próprio Moff (Giancarlo brabíssimo aqui). Pedro Pascal deve ter relembrado os tempos de Oberin Martell.
Ah... Arrepios, choro, momentos épicos e preciosos demais para se aguentar definem os últimos 10 minutos dessa temporada. Meu Deus, aquela entrada do nosso grande amigo Jedi Luke Skywalker, massacrando bonito os Dark Troopers, depois chegando na Sala de Controle e se revelando, com o tema clássico tocando ao fundo...! Depois o R2-D2 aparecendo e interagindo com Grogu...! Depois o Din tirando o capacete e mostrando sua face para seu garoto, com olhos brilhando ao ver seu papai pela primeira vez (😭), se despedindo e o entregando ao Mestre Skywalker (num full circle dos bons, já que ele foi treinado por Yoda, da mesma espécie da Criança, e agora será responsável por seu treinamento)...
Decerto que o CGI de rejuvenescimento facial não estava perfeito, e que poderiam ter chamado o Sebastian Stan (apesar de ser mais corpudo que o Mark Hamill), porém, para uma série de TV e por todo o contexto das cenas, quem se importa? Eu é que não, porque meu coração não suportou... “Eu darei minha vida para proteger a criança. Mas ele não estará seguro até que domine suas habilidades.”
E o que falar de Ludwig Göransson? Caramba, o cara só se supera. A trilha sonora dessa temporada foi surreal!
Que a força esteja mesmo conosco para aguentar a espera até dezembro do ano que vem, tanto pela segunda temporada quanto para o spin-off “O Livro de Boba Fett”, presumivelmente agora no controle do crime em Tatooine...
“- Nesta família, somos um tanto difíceis. Às vezes, para alguém sensível como você, deve ser como... - ... uma tundra gelada. Uma caverna gélida, escura e sem amor, sem luz, sem esperança em nenhum lugar... Nem na mais tênue fenda. Se ele... se essa família não pode dar o amor e a segurança que eu sinto que mereço, então não tenho outra opção a não ser me libertar, oficialmente, e ir eu mesma encontrar isso. - Eu não faria isso no seu lugar. - Por que não? - Digamos que não vejo isso terminando bem para você.” ☹️
Emma Corrin, meu Deus. Ah, a falta que eu vou sentir do elenco dessas duas temporadas...
Esta última temporada, além de toda carga emocional gigante que se valeu para encerrar os arcos de grandes personagens, apenas provou que Tara (Maggie Siff) estava certa sobre quase tudo e que Gemma era, bem, uma personagem complexa demais para ser resumida numa só frase.
Bastante triste que tivemos três mortes num mesmo episódio, o penúltimo. A pedra angular do clube, o amigo mais fiel e preocupado, quem ouvia a todos sempre, que estava ali para o que desse e viesse, um homem lutando contra um câncer, Wayne Unser (Dayton Callie), morto por tentar proteger a mulher que ele mais amava, mas que não merecia nenhum pingo de seu amor: "Isso é tudo que me resta."; Juice (Theo Rossi), completamente perdido em sua cabeça, totalmente instável, tendo cometido muitos erros, traído o clube e expulso do mesmo, com tendências suicidas, preso para matar um inimigo do MC dentro da cadeia, abusado por todos os lados, física e psicologicamente, mas cúmplice da morte da mulher de seu Presidente... Ele manteve o peso do colete até o fim: “Deixe eu apenas terminar de comer a minha torta..."
E Gemma... Seja qual for sua posição sobre ela, é inegável como Katey Sagal conseguiu construir muito bem suas tridimensionalidades. Apesar de tudo, de todas as mentiras que ela contou, de todas as mortes que ela causou, e como ela afetou absolutamente todas as relações do clube e das suas famílias, e de ter matado Tara, ela era uma mãe, uma avó, que tinha muito amor e um coração enorme, além de muita, muita lealdade, e de ser extremamente protetora para com os seus, para com o clube. E é aí que os toques de sociopatia e de egoísmo entraram e ficaram.
Todo o sarcasmo, toda aquela postura de "Mãe Fodona", toda aquela atitude manipulativa (a única maneira dela sobreviver naquele mundo de crimes e mortes dominado pelos homens)... Resumindo: não era uma personagem fácil, nem um pouco rasa, e eu não pude evitar em ficar um pouco triste com sua última cena.
A necessidade dolorosa de vingar sua amada morta, matando sua mãe, foi o toque mais decisivo e brutal na jornada de Jax. "Eu te amo, Jax. Do lugar mais profundo e puro do meu coração. Mas você tem que fazer isso, chegou a hora. Estou pronta. É quem nós somos, amor..."
Gemma é uma das grandes personagens femininas da TV. No fundo, bem no fundo, ela era aquela "menina linda que amava flores"; pena que, no fim, elas foram regadas com seu sangue. Kurt Sutter, seu marido, fez um ótimo trabalho.
São tantos personagens: perdemos Bobby (Mark Boone Jr.) de maneira chocante também. Tig (Kim Coates) assumiu suas peculiaridades e “loucuras” com Venus (Walton Goggins). Wendy finalmente tomou as rédeas de sua vida, ainda mais quando Jax revelou a Abel (o garoto que já estava sendo afetado profundamente pelo ambiente de violência, percebido, absorvido e imitado por ele) que ela era sua "primeira mãe". Ah, e Jax...
"Sinto muito que a família que me foi dada tenha afetado tanto a família que eu escolhi."
Cansado de mentiras, o personagem começa seu ciclo final contando (algumas) verdades à Promotora Patterson (CCH Pounder), e, antes de se ir, Jax encarna os ossos do Ceifeiro e anda pela cidade cortando os últimos fios soltos que poderiam continuar a perpetrar a violência na cidade: Barosky e Marcs. “No fim do dia, a violência em Stockton terá um fim.... Os caras maus perderão.” Não dá para saber por quanto tempo isso irá durar, mas ele cumpriu sua palavra.
“Quando o momento certo chegar, eu quero que ela conte para os meus filhos exatamente quem eu fui. Eu não sou um bom homem. Sou um criminoso e um assassino. Eu quero que eles cresçam odiando o que souberem de mim.”
Todas as estradas acabam, e foi por uma delas que Jax, montado na moto de seu pai, se foi, após queimar tudo que o prendia àquele passado tão pesaroso. Seus filhos ficaram com Wendy (Drea de Matteo) e Nero (Jimmy Smits), longe de Charming, longe daquela vida aprisionada ao caos e violência que Jax admite não ter conseguido escapar a tempo (“Um bom pai e um fora da lei não podem coexistir no mesmo homem”). O passado do Clube virou cinzas, o futuro ficou nas mãos de seu braço direito e fiel amigo, Chibs (Tommy Flanagan), e ele que não poderia fazer mais nada, foi “brigar com um caminhão”... e “o caminhão venceu”. Seguindo o “legado de seu pai”, que só achou liberdade indo se encontrar com o Sr. Mayhem sozinho.
Nós nunca vemos seu corpo, apenas dois corvos comendo um pão à beira da estrada, que logo voam quando o sangue do protagonista se aproxima. Exatamente como na primeira cena da série. Um full circle digno.
A música de abertura fechou num significado final e extremamente agridoce para Jax Teller, um dos grandes anti-heróis da TV:
“The crow flies straight A perfect line On the devil's path Until you die…”
Caramba, vou sentir muita falta dessa série e dos integrantes do Sons Of Anarchy Motorcycle Club Redwood Original <3 😭
O Mandaloriano – 2ª Temporada, Episódio 7: “O Que Acredita” SPOILERS
Começamos o episódio nos Campos de Trabalho de Karthon, aonde a nossa equipe, com a autoridade da nova Xerife de Nevarro quebrando algumas regras, foi buscar Mayfeld, o ex-Atirador de Elite do Império que os ajudaria a localizar o Cruzador em que Grogu foi aprisionado. Ainda órfãos da Razor Crest, foram a bordo da clássica Slave-1 de Boba Fett.
A missão do episódio se concentrou em levá-lo a uma Refinaria secreta de Rhydonium (composto volátil e explosivo) no planeta Morak, para que ele pudesse acessar um Terminal Imperial Interno e conseguir as coordenadas.
Se infiltrando na região e roubando um veículo de transporte do composto, Mando troca de capacetes e roupa, é tencionado e provocado por Mayfeld o tempo todo: “O que Mandalore diria sobre isso?”, “Você não pode tirar o capacete de Mando, ou não pode mostrar o rosto?”. Indo além, falando que “Todos temos nossos limites, até que as coisas fiquem complicadas”, e expondo (ao passarem por um vilarejo) que, seja no Império ou na Nova República, sempre haverá aqueles que governam e aqueles governados, aqueles que exploram e os explorados, aqueles que invadem e os invadidos...
As cenas mais agitadas do episódio se concentraram numa sequência do tipo “assalto a trem”, em que Mando, sem suas armas e com uma “armadura” fraquíssima conseguiu impedir que “piratas” explodissem eles e o Rhydonium. Até os TIE-Fighters e Stormtroopers chegarem, os salvarem e saudarem os dois como heróis do Império. Na mesma medida de ironia que eles foram os únicos a entregarem o carregamento naquele dia, o que, posteriormente, serviria para os planos do Império de atacar a Nova República (enfraquecida, segundo eles). Essa “inversão de papéis” foi bem curiosa.
Um ponto forte de evolução de personagem central aconteceu: Mando, pela primeira vez em frente a humanos (já que a outra tinha sido com o droid na primeira temporada), retirou seu capacete e revelou seu Din Djarin (ou “Olhos Castanhos”) para poder conseguir as coordenadas que o levariam ao seu “garoto”. Um verdadeiro pai faz seus sacrifícios (“Ele significa mais para mim do que você seria capaz de entender.”), e Pedro Pascal demonstrou bem todo o desconforto do personagem em estar sem o símbolo maior de sua religião.
A construção de tensão se deu com uma conversa e drink oferecidos por Valin Hess (o ótimo Richard Brake, como Oficial do Império), e as confrontações não muito veladas de Mayfeld, claramente amargurado com o “sacrifício pequeno para um bem maior” referenciado por uma batalha no passado que matou mais de 5 mil soldados de uma Divisão, e toda uma cidade de inocentes no planeta de Burnin Konn.
“Todos acham que querem liberdade, mas o que eles querem mesmo é ordem. E quando entenderem isso, nos acolherão de braços abertos.” Essa frase fez com que Mayfeld perdesse o controle, matasse Hess e explodisse, literalmente, a Refinaria em poucos minutos.
Depois, a “certidão de óbito” dada para ele por Cara Dune assinou a “liberdade” desse personagem que se tornou tão notável e interessante em apenas 30 minutos. Bill Burr mandou muito bem! A season finale promete muito.
O Mandaloriano - 2ª Temporada, Episódio 6: "A Tragédia"
Dirigido por Robert Rodriguez (mas sem a escatologia e o trash), o antepenúltimo episódio da temporada começa com a dupla chegando a Tython. Pouco tempo depois, enquanto Baby Yo... ops, Grogu estava em modo “paz interior”, contatando-se com a Força e outros possíveis Jedi, e depois adormecendo sobre a “Pedra da Visão” daquele “templo”, ao seu redor, uma verdadeira guerra acontecia.
Antes da grande sequência de ação, Bobba Fett (Temuera Morrison) finalmente se revela e traz consigo Fennec (Ming-Na Wen), que havíamos visto pela última vez no episódio 5 da temporada anterior, no qual ela foi deixada aparentemente morta nas areias de Tatooine, até um personagem oculto aparecer. Este era Boba, que, desde então, persegue Mando para reaver a armadura de seu pai, Jango.
Depois de ameaças e um acordo de troca estabelecido, todos têm de partir para a briga quando dezenas de Stormtroopers chegam em duas naves, buscando a “Criança”. Cada um usa do que tem em mãos: Boba literalmente destrói as armaduras dos soldados com um bastão impressionantemente brutal, até reaver sua armadura e mostrar porque ele a merece; já Fennec e Mando agem juntos com suas agilidades, armas de laser e o Beskar sempre eficiente para garantir a segurança de Grogu, ainda “meditando”.
Mas, mesmo com a ajuda de uma pedra rolando montanha abaixo (à la Indiana Jones) e de Boba Fett literalmente espantando as tropas, depois bombardeando e derrubando suas naves, as “tragédias” do título aconteceram.
Vindo do céu, um disparo de laser explodiu completamente a nossa Razor Crest (R.I.P.). Deixando intactas somente a bolinha pela qual Grogu é aficionado (❤) e a lança de Puro Beskar que Mando conseguiu no episódio anterior.
Logo vimos que a origem do disparo foi um Cruzador Imperial comandado por Moff Gideon (Giancarlo Esposito), que manda sem seguida os seus novos Dark Troopers (que me lembraram os Sentinelas de Dias de Um Futuro Esquecido) para encerrar a missão: sequestrar o “doador de Midi-chlorians” para continuar seus experimentos laboratoriais de “manipulação da Força”. Missão que é infelizmente cumprida; daí a outra tragédia.
Em adicional, Boba, Fennec (em “débito” pelo acordo firmado) e Mando formaram uma nova equipe, e recorreram a Cara Dune, agora Xerife da Nova República em Nevarro, para lhes dar informações sobre um prisioneiro que pode localizar o Cruzador de Gideon. Ou seja, nova missão à vista para antes da season finale.
Ver Grogu sufocando e jogando Stormtroopers de um lado para o outro foi ótimo, mas vê-lo sendo ameaçado por Moff, com seu Sabre Negro (“Já o viu um desses? No passado?”), atordoando o moleque com uma arma e o algemando no fim me deu pena. No aguardo pelo resgate.
Definitivamente não é minha temporada favorita da série, mas tem seus bons méritos, especialmente na sua segunda metade. O elenco recheado conseguiu segurar as pontas, com destaque para Jessie Buckley e sua Oraetta Mayflower cheia de tremeliques, um andar afetado e que claramente serviria de inspiração para a Anne Wilkes de Stephen King; Jack Huston, e seu policial Odis Weff, com Estresse Pós-Traumático da Guerra e TOCs dos mais variados (Timothy Olyphant, com seu Delegado Dick, também merece uma menção); Jason Schwartzman, com seu Josto Fadda, o chefe da Cosa Nostra de Kansas, pequeno e constantemente questionado e “desafiado”; e Chris Rock, com seu Loy Cannon, um papel mais sério, e que não me desapontou.
O roteiro se sustentou com muitas sátiras, metáforas e monólogos bem escritos (apesar de empregados muitas vezes) sobre o "sonho americano" e qual a verdadeira alma da América quando o sonho não se realiza.
A “Storia Americana” é dita como um conto sobre uma terra feita de todos para todos, onde seus sonhos podem ser reais. Mas a temporada expõe uma terra cheia de corrupções, falta de oportunidades, crimes, gangues, guerras e mortes entre todos aqueles que a formaram: negros, judeus, italianos, irlandeses... A violência (sem “cerimônia” aqui, o que admiro) está no seu centro, e todos os outros apenas a rodeiam inevitavelmente e chamam isso de negócios.
“Você é a nação, não é? Ou é só um homem de uma cidade? Como dizem: peixe grande, lago pequeno? Bem, nós somos o mar.”
Foi legal ver deixas sutis e "origens" mais pontuadas de alguns personagens já reconhecidos da série, como Mike Milligan (antes Satchel, de Rodney Jones III). E, salvas as críticas de ritmo, do desenvolvimento desfocado de alguns personagens, dos olhares forçadamente abertos de Salvatore Esposito (Gaetano Fadda), da fotografia sempre esfumaçada, do uso excessivo de câmeras lentas, e de não ter a força narrativa que as outras temporadas tiveram, é Fargo. E Fargo é qualidade, mesmo em seus momentos mais medianos. E não é sempre um deleite ver aqueles recortes de cenas e ouvir a trilha sonora do Jeff Russo? <3
Espero que Noah Hawley tenha disposição e consiga escrever outra temporada antes de 2030. E ele ainda tem um Star Trek pra dirigir! Aguardemos.
Em conclusão, achei interessante que a temporada se encerrou como se fosse um relatório de história escrito por Ethelrida Smutny (Emyri Crutchfield). Well played:
“Somos brancos e negros, ricos e pobres, estrangeiros e nativos. E, assim, se nossos passados estiverem separados, as nossas histórias também não estarão? Segregadas? Pergunte-se: Quem escreve os livros? Quem escolhe o que lembraremos e o que esqueceremos?...”
É uma minissérie de suspense, investigação e tribunal bem convencional. Decerto que tem alguns trechos interessantes sobre a influência e maleabilidade da imagem pública, sobre como mentiras podem afetar tantas pessoas, desfazer e destruir famílias, e sobre máscaras sociais (“Qualquer reação sua será usada contra você. Se você se retrai, ele é um monstro. Se sorri, é indiferente. Se chora, está fingindo.”). Além de ter um drama familiar que convence quando fala das mudanças nas percepções sobre aqueles que amamos quando algo horrível é revelado.
Mas, de resto, não há surpresas. Os episódios são pautados em tentar gerar dúvidas no “veredicto” mais óbvio, e funciona em partes, com alguns ganchos que prendem a atenção.
“Mas não foi o pai que você conhece.”, diz Jonathan a Henry (Noah Jupe), numa tentativa de sequestro/suicídio que acaba numa ponte e encerra a minissérie meio abruptamente.
Tanto quando as caminhadas de Grace pelo Central Park, para refletir sobre suas complicações, a série gira, gira e gira, caminha lentamente no mesmo território-comum, entre cenários de prédios e árvores muito bem fotografados, e soa como se pudesse ser resumida num filme de 2 horas, para se tornar mais direta e enxuta.
Alguns personagens, como Sylvia (Lily Rabe, sempre avulsa ao telefone), a família Alves (Elena, a assassinada, com olhares tristes e suplicantes, e Fernando, com ódio reprimido), além de Franklin (Donald Sutherland), que tem uma ou duas cenas mais fortes (e o resto delas sentado em frente a quadros), não são tão desenvolvidos assim. Noah Jupe e Edan Alexander (Miguel) foram boas surpresas nos momentos mais emotivos. Já Edgar Ramirez... bem, ele apareceu.
O episódio final conseguiu criar bons argumentos de tribunal entre as advogadas, especialmente da Acusação (Sofie Gråbøl), o que assegurou bem a proposta da produção e dos personagens centrais; especialmente Grace (Nicole Kidman).
“Doutora, na sua profissão, você não diz aos seus pacientes que eles, por vezes, querem tanto acreditar nos seus parceiros que acabam escolhendo deixar de saber certas coisas, de ver algumas coisas? Que, às vezes, a verdade sobre aqueles com quem se casaram é distorcida pelo desespero do ideal que eles gostariam de ver no cônjuge?”
No mais, as atuações são boas e a cinematografia também. Não é nenhuma “The Night Of” (2016) da vida, mas a abertura cantada por Kidman consegue compensar um pouco.
Os últimos 3 episódios realmente mostraram para o que vieram em termos "Fargo de ser", e esse não foi diferente. Faltando apenas um episódio para a temporada acabar, e os 20 minutos dessa penúltima foram bem agitados. Tropeçar numa rua escura, após executar um policial, com a arma ainda em mãos, nunca dá certo; Gaetano (Salvatore Esposito) que o diga. Tivemos ali uma das mortes mais "Fargo" da série, e a sequência foi de meio triste a chocante e depois a hilária. Nada melhor.
Satchel (Rodney L. Jones III) está pouco a pouco tornando real a teoria que dita que ele se tornará Mike Milligan (Bokeem Woodbine), um dos personagens centrais da segunda temporada. E Ethelrida (Emyri Crutchfield) cresceu bem como uma personagem inteligente e bem articulada, ainda mais com Oraetta (Jessie Buckley) agora presa. Espero que a legenda do episódio final não demore tanto...
O Mandaloriano - 2ª Temporada, Episódio 5: "A Jedi"
Não se desprendendo da linha de “missão da semana”, o quinto episódio da temporada começa logo após Baby Yoda e Mando chegarem na cidade de Calodan em Corvus, quando ele é prontamente convocado pela Magistrada local (Morgan Esbelth, de Diana Inosanto), que mora num palácio em que o clima é agradável, há água limpa e árvores verdes, contraste com o que se vê fora da aldeia (um clima opressivo, com tons verdes de “inverno nuclear”, rodeado de árvores mortas e muita névoa). Daí surge a missão do episódio: matar a Jedi (Rosario Dawson) que a está “ameaçando”, em troca de uma lança de Beskar Puro.
A cinematografia citada é muito bem utilizada para compor as cenas de luta, destacando os sabres de luz em meio às névoas e dando um quê místico/misterioso/ameaçador à furtividade de Ahsoka Tano. As cenas em que ela utiliza a Força, seus sabres e acrobacias foram um ponto alto do episódio.
Um Mandaloriano e uma Jedi, pertencentes a ordens inimigas no passado, lutando juntos para libertar uma cidade de uma saqueadora/destruidora de mundos que apoia o Império? Tem coisa melhor? O ar ficou até limpo depois kkkkk
Mas, antes disso, descobrimos muito através da “Leitura de Pensamentos” entre os dois Jedi. Baby Yoda na verdade tem um nome: Grogu, e foi criado no Templo Jedi de Coruscant, no qual foi treinado por vários mestres ao longo dos seus 50 anos de idade, até o Império ascender e ele acabar sendo escondido por alguém não revelado. Ahsoka diz que ele se sente sozinho, perdido e inseguro desde então. Ainda tivemos a primeira citação direta a Yoda, tudo numa cena só. Talvez tenha sido o episódio mais importante da série até aqui, e o que mais desenvolveu “a criança”.
Devido às suas vulnerabilidades, medos e raivas ainda serem fortes, e do vínculo emocional com Mando (“Você é como um pai para ele”), Tano não pôde treiná-lo. Ou seja, teremos de esperar pelo próximo episódio e pela próxima missão: no planeta Tython, entre as “ruínas de um tempo que tem conexões com a Força”, e onde ele “escolherá seu caminho”...
“Que a Força esteja com você.”, e espero que vejamos Ahsoka de novo.
“Confiamos nos dados? As implicações da Datificação para o monitoramento social”, o artigo de José van Dijck, sobre o qual tive de fazer uma resenha pra Faculdade no longínquo mês de janeiro, parece ter feito seu trabalho e agora foi aplicado como “suporte da advocacia” numa minissérie da HBO. Saber a vida dos jurados, suas predisposições de pensamentos e postar coisas favoráveis aos seus clientes em suas time lines foi algo bem ardiloso, mas interessante.
“Ele é humano? Ela acredita nele? Ela o ama?”, incita Hayley a Grace e Jonathan enquanto os prepara para o início do julgamento. Ditando que o júri vai “avaliar vocês constantemente. Individualmente e como casal.” A imagem realmente importa, e me fez lembrar de como conceitos de Relações Públicas (e da Comunicação como um todo) permeiam, de fato, todas as áreas. As saudades do curso foram reforçadas. E Hayley se mostrou de vez sua precisão como advogada.
Os últimos 15 minutos foram intensos, no julgamento em si (Hayley enfrentando o Delegado sobre suas omissões, e questionando Fernando sobre a saúde mental dele e de sua esposa assassinada), mas principalmente sobre Jonathan. Descobrimos, pela sua mãe, que a história do “cachorro da família”, o qual foi deixado sobre seus cuidados quando ele tinha 14 anos, e que acabou morrendo atropelado, na verdade se tratava de sua irmã, Katie, de 4 anos. E que ele nunca demonstrou luto ou culpa... Psicopatia atestada, certo?
“O Jonathan não sabe sofrer.”, diz ela a uma Grace abalada.
E o final do episódio foi bem loko. Caixas de violino nunca mais serão as mesmas. Henry, moleque, será que as teorias malucas de que você matou a Elena serão confirmadas, ou (mais provavelmente) você estava acobertando alguém (seu pai, já que ambos compartilhavam o “segredo calado” sobre a traição)? Veremos na finale de domingo!
Nunca pensei que uma minissérie iria me fazer ficar a noite de domingo e a tarde de segunda-feira inteiras vidrado num jogo que nunca nem joguei, nunca me interessei e que sempre me pareceu chato.
Em grande parte pela trilha sonora (de Carlos Rafael Rivera), pela direção (Scott Frank), que dão um ritmo energético e delicioso às partidas e a uma trama bem mais profunda e intensa do que eu podia imaginar, e por esses olhos hipnotizantes e tão inundantes em emoções de Anya Taylor-Joy. Que mulher, que atriz! O Emmy já pode vir, um Oscar vem em breve.
A história é super redondinha, sem excessos. Assuntos fortes são tratados de maneira contundente, mas natural (como ansiedade, vícios, alcoolismo, depressão, conquistas, liberdade e até um pouco de Feminismo).
Enfim, são 7 horas enxutas, muito bem gastas e recompensadoras. Continuo não sabendo muito de Xadrez, mas agora ele me parece bem mais empolgante.
Quebrando totalmente a estética de cores abafadas e atmosfera esfumaçada que a temporada vinha imprimindo, o antepenúltimo episódio traz uma cinematografia em preto e branco linda que me lembrou muito o filme Nebraska (de Alexander Payne), com um clima soturno, de campos abertos, plantações geladas e nuvens negras que se transformam num tornado.
Acho que é o episódio desta leva que mais demonstra e abraça as peculiaridades e “estranhezas” maravilhosas tão características da série e de Noah Hawley. Como o título, que se concentra numa estalagem na qual o "Irlandês" (Ben Wishaw) e Satchel (Rodney L. Jones III) se hospedam. Ela é dividida em Ala Leste e Ala Oeste, onde se instalam as pessoas de acordo com suas preferências políticas (Eisenhower ou McCarthy) e religiosas (Novo ou Velho Testamento), que definem as irmãs, donas do local, quase surdas e rivais.
Isso acarreta em boas dinâmicas com personagens variados (um Pastor e sua mãe, um Major e sua neta, um negociante de Alumínio e seu amigo, e uma cachorrinha no armário), e construção de tensão numa Loja de Eletrodomésticos e num Posto de Gasolina (onde acontece o clímax curioso e impactante do episódio). Tudo num “humor bem Fargo”.
A cena inicial, de transição entre o colorido para o P&B, entrando numa fotografia antiga de uma folha rasgada de um livro foi linda. E o episódio se vale de sua narrativa "semientrecortada" para rimar isso com as últimas cenas, em que voltam ao colorido quando o filho de Loy Cannon, cansado de tanto esperar pela volta de Rabbi (supostamente morto, assim como Calamita), visita o leproso do quarto ao lado, sai da hospedagem e encara seu futuro.
Foram 50 minutos de “muito Fargo”, e eu amei demais ❤ 🤩 ❤
O Mandaloriano - 2ª Temporada, Episódio 4: "O Cerco"
Nesse episódio o Baby Yoda fez de tudo: foi mecânico, foi para a escola (em que ensinavam a organização Geopolítica da Galáxia) e ainda roubou o lanche de um colega kkkk
Avançando, tivemos o retorno dos parceiros de Mando da primeira temporada: Cara Dune (Gina Carano) e Greef Karga (Carl Weathers), Delegada e Administrador de uma Nevarro totalmente reestruturada e quase limpa, se não fosse por uma "antiga Base Imperial"; e é nela que se concentra a missão e ação do episódio.
Mas não foi somente uma missão paralela para explodir o local, tivemos uma revelação interessante: pelo visto, Moff Gideon (Giancarlo Esposito) queria tanto o Baby Yoda porque ali estavam conduzindo experimentos laboratoriais a partir do sangue dele, que possui os Midi-chlorians "a mais" da Força. Ainda há muito a se explorar nesse ponto de Engenharia Genética que teve "resultados catastróficos" até agora, mas foi interessante saber mais. Além do fato de finalmente estarem mostrando como o Império, notoriamente derrotado, voltou a crescer aos poucos (provavelmente nos planetas da Orla Exterior) e se infiltrar na Nova República.
E que satisfação ver a Razor Crest novinha em folha (apesar da reforma ter sido um pouco rápida demais), brilhando sob o sol, destruindo TIE Fighters, enquanto o Baby Yoda come seus biscoitos, levanta os braços e se anima todo como se estivesse numa Montanha Russa kkkkkkkkkkkkk
Pena que logo vomitou, e mais pena ainda que colocaram um localizador na nave... Vamos ver no que dá e se eles vão chegar a Corvus a tempo.
This Is Us – 5ª Temporada, Episódio 4 “Sinceramente” (Atenção para spoilers)
Esse episódio foi centrado sobre as pressões sobre Kevin. Seja enquanto bebê (chorando sozinho a noite toda até se acalmar), seja enquanto promessa no futebol americano (com o treinador e seu pai insistindo para que ele se esforce além do que estava conseguindo), seja como adulto, numa audição fria para um filme (com um diretor estranhamente parecido com o Milo Ventimiglia), e tendo como par Jamie Chung (Ji-Ah, de Lovecraft Country).
“Não percebi que você era o tipo de cara que precisa ouvir um ‘Bom garoto!'."
Há uma contrapartida entre Rebecca, sempre tentando ajudar o filho a entender suas frustrações ou infelicidades com o amor materno, e Jack puxando-o às obrigações, dizendo que “Você facilita pra ele. Isso o tornou... mole.” Mas isso se revela como algo nobre, já que, quando criança, seu pai não o fazia sentir-se bom em nada. E ele quis ser diferente: fazendo os seus filhos enxergarem suas próprias grandezas.
Todos esses pontos mostram que, durante toda a vida dele, Kevin foi quase sempre colocado como apenas “bom”, uma “promessa”, mas que precisa “se esforçar mais para ser um dos melhores.” E isso claramente o afetou profundamente. O moldou profundamente.
Noutro lado, temos o Randall dançando e tirando a roupa na live como vereador para a comunidade, depois de dizer que eles eram sua família por terem sido uma família para o William... Ao menos “o ângulo da câmera ajudou” kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. E aquela conversa entre ele e o Malik sobre sonhos foi bem legal. O cara é um pai responsável ✊
“O que estou dizendo é que todos temos problemas do passado com os quais ainda estamos lidando. E isso sou eu, você e Randall.”, Kate confessa, depois revela a Toby sobre o seu "problema do passado", e foi triste.
"- Por que eles acham que eu estou escondendo algo? - Porque é isso que ricos e privilegiados fazem quando se sentem ameaçados: eles escondem a verdade horrível para se proteger, proteger a família, seu status na sociedade, sua imagem pública. E acham que podem se safar porque são ricos."
Seja realmente isso, ou uma repressão de memória/trauma que Grace acabou cometendo consigo mesma, ou ainda marcas da suposta obsessão de Elena por ela e por seu marido, o fato é que muitas coisas (incluindo um quadro de óleo sobre tela a retratando e muitas ligações não atendidas) começam a conectar a personagem de Nicole Kidman ao crime. As imagens entrecortadas que ela vê, sejam por ansiedade ou estresse, corroboram muito para isso.
"Eu sou um filho da puta, não do tipo banal ou suavizado, não. Sou um filho da puta à moda antiga. Do tipo tradicional. Que fode com qualquer um que magoar a mim ou alguém que amo. Quer falar de horrores, Sr. Connover? Você ainda não viu o que é horror..." Donald Sutherland (no alto dos seus 85 anos) continua foda.
Finalmente seu personagem (Franklin) foi franco em dizer que sempre desprezou Jonathan. Talvez por ele mesmo ter sido infiel com sua esposa enquanto viva: “Ele me lembrava de mim mesmo. Nunca fui um “bom marido”. Enquanto dava joias e promessas à esposa como reparação. Foi um ponto interessante de desenvolvimento do personagem, que revelou tudo à sua filha depois de saber que ela só queria “ser feliz como você e mamãe eram”.
Aquela entrevista no final do episódio, com a olhada direta para a câmera de Hugh Grant, após dizer que estava de luto porque "perdeu alguém que amava" (Elena), foi incrível. Quero saber quem ele acha que matou sua "amante"... 🧐
O Mandaloriano - Temporada 2, Episódio 3: "A Herdeira".
No episódio mais curto da temporada (30 minutos), surpreendentemente dirigido por Bryce Dallas Howard, tivemos uma ação do tipo assalto e muito avanço na trama principal.
Chegando com a Razor Crest completamente avariada à Lua Estuária de Trask, em que o ambiente de porto (estaleiros e barcos pesqueiros) e de mercado negro, com a predominância de espécies anfíbias, parecidas com lulas, (“piratas de Beskar”: alô, Dave Jones!) e espécimes parecidos com o famoso Almirante Ackbar (“It’s a trap!”) dominam.
Obtivemos detalhes interessantes e mais “modernos” da Doutrina Mandaloriana. De como Os Filhos do Olho (doutrina religiosa paralela à sociedade de Mandalore do qual Mando faz parte), se apegou aos costumes e maneiras do passado, enquanto os outros “evoluíram”, e agora estão tentando retomar seu planeta natal.
Os Stormtroopers continuam péssimos de mira, e os comandantes burros. Tivemos uma breve participação de Titus Welliver (de Filhos da Anarquia) como um capitão que, após falhar em se tornar um “kamikaze do Império”, se mata em nome dele depois de não conseguir destruir a nave com todos dentro.
Foi bem legal ver os mandalorianos lutando juntos, ainda mais sabendo de ligações entre alguns deles com o Sabre Negro, ainda em posse de Moff Gideon (Giancarlo Esposito). Ressignificaram o “This is the way”, e Mando ganhou uma nova decoração de pescador para o interior de sua nave enquanto vai em direção à Jedi Ahsoka Tano. Promissor.
Obs.: A Senhora Sapo se reunindo com o marido foi fofinho ❤, e os ovos começaram a eclodir e crescer, então o Baby Yoda não vai poder mais matar outros filhotes da pobre família.
Caramba, aquelas cenas na estação do metro tornaram esse o melhor episódio da temporada até agora. Construiu bem a tensão, teve tiroteio, plot-twist (R.I.P. Timothy Olyphant) e visões de cadáveres.
Mas não só por isso. As tramas avançaram bem para os irmãos Gaetano e Josto, aparentemente unidos ("Ele assassinou uma criança para que me matarem. Estou orgulhoso de você!"), depois de disputas de poder, assassinatos e espancamentos.
“Eu sou o touro, você é a cobra... Músculos e estratégia, irmão.”
Ainda mais com o ataque a tiros acometido em sua casa no final do episódio, o qual matou a mãe deles.
Oraetta (Jessie Buckley) descobriu quem escreveu a carta-denúncia sobre as suspeitas de ela matar alguns de seus pacientes (Ethelrida que se cuide), e o diretor do hospital, que ela tentou matar por envenenamento, está se recuperando e logo poderá denunciá-la. Então coisa boa não vem por aí... No aguardo.
"- Você sempre teve uma capacidade ilimitada de enxergar a humanidade nas pessoas. Ter um amante é humano. Bater em alguém num momento de paixão ou de raiva é humano. Mas bater em uma pessoa até a morte e continuar agredindo depois de a pessoa morrer é monstruoso, Grace. Ele é um monstro.", diz Franklin (Donald Sutherland) "- Ele não é esse monstro. Ele não pode ser...", replica Grace, sua filha (Nicole Kidman)
E chegamos à fase da negação/dúvida sobre o crime ter sido cometido (ou não) pelo seu marido. Ainda mais com a informação (e gravação) de que Grace também estava andando nos arredores do local, momentos antes do assassinato de Elena (Matilda De Angelis). Interessante... 🧐
WandaVision
4.2 844 Assista AgoraWandaVision, Episódio 4 - "Interrompemos Esta Programação" (SPOILERS!!!)
Se “Agora Em Cores” foi o episódio que mais expôs as estranhezas dessa realidade criada e semicontrolada por Wanda e que nos deu um teaser do “lado de fora”, tendo uma virada dramática intensa, o quarto episódio chega para abraçar totalmente isso e explorar as primeiras verdades da série até aqui.
Começando pelo começo, tivemos uma total e interessante “quebra de continuidade”, pois o episódio começou nos mostrando, pela primeira vez, como as pessoas voltaram à vida após Hulk (Mark Ruffalo) usar a Manopla do Infinito em Ultimato para reverter o Estalo de Thanos. Monica Rambeau (Teyonah Parris) acorda novamente num quarto de hospital, que virou um caos enquanto as pessoas ressurgiam do nada nos corredores.
Ela descobre que sua mãe, Maria, que estava tratando o câncer e que havia se curado, teve uma reincidência e veio a falecer 2 anos antes. Logo depois, Monica vai à sede da Equipe de Supervisão, Pesquisa, Avaliação e Defesa Armada, conhecida como E.S.P.A.D.A., onde descobrimos que Maria (ou Fóton) foi sua criadora e que Monica deveria ser a diretora, se todo o resto não tivesse acontecido.
Ela é incumbida de uma missão: o desaparecimento de alguém em Nova Jérsei. Chegando lá, encontra o Agente James Woo (Randall Park, voltando depois de Homem Formiga e a Vespa) e descobre que o desaparecimento, na verdade, foi de uma cidade: WestView, “Lar é aquele que você cria” (ou seria EastView?). E que há algum tipo de “amnésia seletiva” em voga nos habitantes circunvizinhos.
Ela manda um drone (o helicóptero que vimos no episódio 2, “versão retrô para se adequar com a Direção de Arte”) e acaba sendo puxada para dentro do domo. Com o desaparecimento de uma Agente, FBI, Forças Armadas e a E.S.P.A.D.A. montam um perímetro e convocam vários especialistas, entre eles nossa camarada Darcy Lewis (Kat Dennings, agora Doutora, diretamente de O Mundo Sombrio), que descobre haver um tipo de “radiação da época do Big Bang misturada com frequências de transmissão.”
Aí que o episódio engrena e todos ali viram telespectadores confusos das sandices e encenações que estão ocorrendo lá dentro. Inclusive o choque de verem Visão (Paul Bettany) “vivo”. Eles descobrem as pessoas reais “escaladas para interpretar” cada personagem, mandam “o homem do esgoto” que vimos antes (que também some) e tentam interferir (a voz do rádio, aliás), sendo “censurados por alguém.”
“Por que sitcoms?”, “Por que hexágonos?”, “Quem está fazendo isso?”: são basicamente nós. Mas essa última é “respondida” no fim. Vemos a cena que havia sido “cortada” no episódio anterior: da expulsão da “forasteira”, por Feiticeira Escarlate. E é mostrado de fato que Wanda (Elizabeth Olsen, aparecendo pouco, mas continuando ótima) sabe da realidade, ao ver Visão sem cores, cinza, morto, com o buraco na cabeça deixado por Thanos. Só que ela está, pura e simplesmente, negando a verdade e mascarando seus traumas, enquanto desvia o olhar e faz tudo voltar “ao normal” naquela realidade perfeita...
“- Não temos que ficar aqui. Podemos ir aonde quisermos. - Não, não podemos. Esse é o nosso lar. - Tem certeza? - Não se preocupe, querido. Tenho tudo sob controle.”
Bom episódio de transição. Ansioso pelos anos 80!
Gangs of London (1ª Temporada)
4.2 68John Shelby (Joe Cole) abandonou os Malditos Peaky Blinders depois dos tiros, Catelyn Stark (Michelle Fairley) desistiu de ser a Senhora Coração de Pedra após o Casamento Vermelho e Walder Frey (David Bradley) cansou de comer as tortas da Arya para estrearem numa série mais leve... Só que não.
Desde a primeira cena, o tom violento ao extremo é colocado como a alma dessa produção britânica da Sky Atlantic, que segue os abalos causados pelo assassinato do chefe da família mais poderosa de uma rede de facções internacionais que controlam Londres.
Não é necessariamente só de sangue e violência gráfica que a série se vale até onde vi, tem alguns dramas familiares se delineando, o velho desejo de vingança e as traições/omissões “pelo bem da família”. Mas tudo é envolto pelo que chama mais atenção: a direção das cenas de lutas brutais e frenéticas de Gareth Evans. Entre dardos e cutelos, há muita agitação e câmera na mão, tremida, mas nunca é feito de maneira irritante, e sim na medida certa. Foi um bom começo.
“Você viu o rosto do meu pai lá? Eu não estou interessado em paz.”
WandaVision
4.2 844 Assista AgoraWandaVision - Episódio 3: "Agora em Cores" (SPOILERS)
Foram-se os anos 50 e 60, chegaram os anos 70; foi-se o preto e branco e agora chegou a saturação, as roupas largas, listradas e em xadrez, cabelos longos e toda a base de atuação que vai de caricata a um tom dramático que a série está conseguindo desenvolver superbem. Nem preciso dizer como a estética é perfeita e gostosa, mas, diferentemente dos primeiros episódios, focados num senso de “busca por pertencimento” e na construção das dinâmicas entre o casal, a vizinhança e especialmente com Agnes (Kathrin Hann, aparecendo pouco aqui), as coisas mudam um tanto de escala neste terceiro episódio. “Em cores”.
Enquanto a barriga de Wanda cresce, surgem as piadas bobas sobre a rapidez da gravidez, sobre os nomes dos bebês (Tommy ou Billy, em homenagem a Shakespeare), os chutes e contrações que abalam as estruturas da casa e da vizinhança (se remodelaram completamente para o estilo dos “anos da Paz e da Liberdade”), a ansiedade e as representações visuais da bolsa estourando e da chegada dos bebês (a Cegonha, sim) que geram tanto momentos cômicos como fofos. Geraldine (ou Monica Rambeau, uma ótima Teyonah Parris) aparece mais “íntima” para interagir e catalisar realizações e referências importantes.
Falando em referências, o comercial da vez focou no “Sabão HYDRA”: “Precisa de uma pausa? Fuja para um mundo todo seu, onde seus problemas flutuam...”
Enquanto Visão cita a frase shakespeariana “O mundo é um palco. Homens e mulheres, meros atores”, toda a atmosfera de estranheza domina o local. Novamente, ele aparece sentindo coisas estranhas no ar, vizinhos “bugando”, frases cheias de reticências que ocultam a verdade sobre tudo aquilo, a qual é reforçada ainda mais por Dr. Nielsen, que pretendia sair de férias: “Cidades pequenas, sabe? Difíceis de escapar.” E, quando ele confronta sua amada, ela muda completamente de feição e reinicia a “cena” para tirar essa “dúvida” da mente de seu parceiro. Olsen está brilhando na série.
Essa virada dramática encontra seu ápice quando Geraldine e Wanda conversam sobre os gêmeos. “Eu também sou uma gêmea, sabia?”, fala Feiticeira ao lembrar deu irmão, Pietro, em seguida cantando uma canção sokoviana. Aí que Monica cita que “Pietro foi morto por Ultron” e a coisa toda fica tensa. Ela é “expulsa” daquela realidade criada/contida, e vemos o “lado de fora”, com exército e instalações... A trama tá avançando demais. A Marvel vai me matar com esses episódios semanais!
WandaVision
4.2 844 Assista AgoraWandaVision: "Episode 1 and 2"
Seguindo a linha de episódios curtos (até então) da Disney+, WandaVision chega para fazer o retorno do Estúdio da Casa das Ideais depois de um ano sem lançamentos, com sua primeira série abrindo a Fase 4 do UCM. E como é legal rever (e ouvir de novo) o logo
da Marvel, ainda mais em preto e branco ❤
“Você se move na velocidade do som, e eu faço canetas flutuarem. Quem precisa de
abreviações?”
Com os dois primeiros episódios em P&B, leves e até bobos, Matt Shakman (ator de uma sitcom oitentista e diretor de dois episódios da sétima temporada de GOT, também tendo passado por Fargo e Succession) conduz perfeitamente a atmosfera e o estética (que será progressiva ao longo da temporada, como indica o final do 2º) de sticoms (leia-se realidade alternativa), com foco e referência nos anos 60. A linguagem visual, o roteiro, as risadas em off, as atuações: é tudo bem legal.
Várias dúvidas e estranhezas ainda pairam, o que é ótimo, mas certamente é divertida, superficialmente despretensiosa (apicultores saindo do esgoto, vozes perguntando “Quem fez isso com você, Wanda?” saindo do rádio e a “confusão mental” dos dois indica diferentemente), e, sem muitas dúvidas, é a produção mais diferente da Marvel. E amém por isso.
Olsen e Bettany continuam ótimos juntos. E o formato só os favorece. A adição da Kathryn Hahn funcionou totalmente (“This is gonna be a gas!”), ela é hilária e ainda pode ter um papel crucial caso as teorias se confirmem. Ansioso pelos próximos!
“- Você não teme que a audiência perceba nosso truque?
- Esse é o objetivo. Num número de mágica real, tudo é falso.” Hmm... 🧐
Vikings (6ª Temporada)
3.7 257 Assista Agora“Aproveite Valhalla, meu irmão, enquanto ela ainda existe. Sabemos que o céu se escurece. O fim da Era dos Deuses se aproxima. E eu confio que estarei com você nesse momento desafiador. Então... saudações e adeus, meu irmão.”
Digamos que a cena final,
entre Ubbe e um antes morto Floki, no pôr do sol de um “Novo Mundo” foi bem bonita.
“- Você se lembra do Ragnar?
- Óbvio que sim. Ele perturba as minhas noites. Está sempre por aqui. Não consigo me livrar dele. Ele fica me pedindo para construir um novo barco. E eu respondo: ‘Por que quer um novo barco, Ragnar? Você está morto!’... Você se parece com ele.
- Não importa o que você diga: amo você, Floki.
- Se não se importa com o que eu digo, então não direi nada. Estarei morto em breve mesmo.
- E esse é o fim?...”
Sim, é o fim. Sentirei falta dos seus melhores momentos. De Lagertha Donzela de Escudo, de Ragnar Calças Peludas, de Bjorn Flanco de Ferro, de Ivar, o Sem Ossos, e dos grandes feitos do passado (a 2ª, 3ª e 4ª temporadas). O resto foi só frustração. Tantas tramas e subtramas abandonadas sem explicação, arcos chatos, longos, e que não levam a lugar nenhum, conclusões de personagens e núcleos que me deixaram só na base do “Sério isso?”. Uma pena...
Para dar exemplos (SPOILERS): A Islândia, com Floki sendo soterrado e notoriamente morto pra aparecer do nada no outro lado do mundo. O fato de terem transferido esse papel enfadonho para Ubbe e Torvi, cortando a construção deles pela raiz, ao matar pouco a pouco seus filhos sem peso algum. Depois de a Islândia ter dado errado por conta do Ketill, levam-no para uma aventura para outra ilha: a Groelândia (junto com um “Viking Cristão” que só fala “Confia em Deus que a gente vai encontrar a Terra Dourada”). Na qual o mesmo Ketill, loucasso, sozinho, em cima de uma baleia jubarte (que apareceu ali com explicações de “Deus está aqui! Meus sonhos estavam certos!”), espanta umas 30 pessoas desesperadas para o mar, sem comida nem água, do nada. Todo o desenvolvimento da Rússia e do Oleg “enlouquecendo” e achando que é Jesus, principalmente (manipulações, exércitos e planos são jogados de um lado para o outro, acabam e recomeçam com minutos de diferença). As batalhas que só servem de hype para broxar instantaneamente... É Katia ou Freydis? Rollo??? Gunnhild não merecia aquilo; Ivar não merecia aquilo; Torvi não merecia aquilo; Kattegat não merecia aquilo; a série não merecia aquilo. Enfim... Tem problemas parecidos com o final de Game Of Thrones, com a diferença que nunca superarei GOT por razões de ser minha favorita.
Não nego que ainda acho a série visualmente bem articulada, que a trilha sonora do Trevor Morris nunca decepcionou, que o elenco é super esforçado e que curti a vibe “fim de era” e de “contato com outros povos” dos últimos 5 episódios. Mas as incoerências e acelerações narrativas que permearam os outros 15 episódios (na verdade, os últimos 35 kkkk) sobrepuseram e barraram boa parte do interesse e/ou impacto que a série poderia ter causado em suas 20 horas finais. R.I.P., Vikings!
“If I had a heart I could love you
If I had a voice I would sing
After the night when I wake up
I'll see what tomorrow brings…” 🎼🪓🖤
His Dark Materials - Fronteiras do Universo (2ª Temporada)
4.1 75 Assista AgoraA série ainda enfrenta problemas de um ritmo irregular, diálogos repetitivos e bem expositivos e desenvolvimento que não aproveita o potencial de certos núcleos, mesmo pra mim, que nunca li os livros (o das Feiticeiras, especialmente), sendo a edição/montagem o grande problema. Momentos épicos e/ou emocionais não têm o espaço nem o tempo necessário para respirar ou mostrar seu peso, imergir com quem assiste. Os cortes são um tanto abruptos e quebra muitas vezes o clima das narrativas. Esses erros aconteceram aqui e ali ao longo da temporada, mas não se mostrando tão graves. Só que nos últimos dois episódios a coisa complicou mais...
Continuo achando os conceitos da história muito interessantes,
incluindo a nova questão dos Anjos e sua “vingança” contra a “Autoridade”, aparentemente moldando a evolução dos seres humanos para tal
A trilha sonora do Balfe continua ótima, e a relação de amizade, semelhanças, diferenças e autoinfluência entre os protagonistas foi bem construída (Dafne Keen e Amir Wilson mostraram a que vieram).
Ruth Wilson se mantém como a maior integrante do elenco, e o desenvolvimento da personagem foi fortíssimo aqui (ainda mais com aquela interação foda com o Lee Scoresby de Lin-Manuel Miranda). Todas as camadas de inteligência e possibilidades de crescimentos comprimidas pelo seu mundo teocrático e machista, todas as repressões de suas emoções, dores, traumas, toda a complexa interação de “autoflagelo”/medo com seu Deamon (o que, essencialmente, a faz “humana”, e que acarreta em algo interessante depois), toda a psicopatia da personagem... Não tem defeitos. Em atuação e em trama.
A introdução de Andrew Scott e Simone Kirby (como Mary Malone) funcionaram bastante.
No mais, poderia ser melhor que a primeira, mas é a temporada que tem os meus episódios favoritos da série até agora. E, mesmo que a falta de um específico (focado em Lorde Asriel), que não foi gravado por conta do Coronavírus, tenha afetado o desenvolvimento da trama central, o final é muito promissor para uma terceira (e talvez última) temporada mais forte. Pois agora é guerra, e isso sempre pode render.
O Mandaloriano: Star Wars (2ª Temporada)
4.5 445 Assista AgoraATENÇÃO, SPOILERS MÚLTIPLOS ABAIXO!!!
O tão esperado resgate finalmente veio! Roubando uma Lançadeira T-4a para adentrar o Cruzador de Moff Gideon, nossa equipe foda formada por Cara Dune, Fennec Shand, Bo-Katan, Koska Reeves, Boba Fett e Din Djarin finalmente satisfizeram todo mundo nas sequências de ação do episódio. As quatro primeiras da equipe metralhando absolutamente tudo, bicho... ❤
“Ligue os escudos, querida. Pois eu darei um show.”, Boba e sua Slave-1 foram uma adição maravilhosa à série.
Noutro ponto, a “Engrenharia Genética da Força” (com clones!, para “restaurar a ordem da Galáxia”), encabeçada pelo Dr. Pershing, e que seria tão polêmica com a “ressuscitação” de Palpatine, foi também mais desenvolvida aqui. Talvez para mitigar a merda feita na trilogia recente...
Enfim, como um todo, a estrutura episódica continuou, mas a trama principal fluiu bem melhor entre as "missões da semana". Até porque elas aconteciam para "levar a Criança ao seu povo". E em termos narrativos e emocionais, de constância especialmente, foi bem melhor que a primeira temporada.
Falando no anteriormente Baby Yoda, tivemos um foco mais íntimo no desenvolvimento de Mando e o agora Grogu. Este sem falar uma palavra (que entendamos, apenas "barulhinhos fofos"), e o outro sem tirar seu capacete (aguarde por depois!) desenvolveram entre si uma das relações mais amáveis e verdadeiras da saga. Com risadas, repreensões, treinamentos, surpresas, vários “Dank farrik!” e despedidas, eles certamente se tornaram pai e filho. Com sacrifícios e amor.
À mesma medida, foi a temporada em que o escopo de universo se expandiu muito. Novos planetas, vários personagens de outras séries, Ahsoka Tano, Boba, Jedi... Desse modo, ficou totalmente claro que, depois de oito episódios, o amor dos fãs, de todas as idades, por Star Wars foi restaurado (basta ver os reacts no YouTube). E agora teremos várias outras séries da franquia para acompanhar...
Voltando à finale, com os Dark Troopers, passando uma vibe de Exterminador do Futuro, e Bo-Katan querendo o Sabre Negro de Gideon (dita “arma ancestral a qual quem empunhar terá direito ao Trono de Mandalore”, mas que precisa ser "conquistada em batalha"), Mando chega primeiro e adicionou mais uma arma ao seu arsenal. A contragosto de Katan.
Foi ótimo vê-lo finalmente usando a lança de Puro Beskar contra os DT e contra a o próprio Moff (Giancarlo brabíssimo aqui). Pedro Pascal deve ter relembrado os tempos de Oberin Martell.
Ah... Arrepios, choro, momentos épicos e preciosos demais para se aguentar definem os últimos 10 minutos dessa temporada. Meu Deus, aquela entrada do nosso grande amigo Jedi Luke Skywalker, massacrando bonito os Dark Troopers, depois chegando na Sala de Controle e se revelando, com o tema clássico tocando ao fundo...! Depois o R2-D2 aparecendo e interagindo com Grogu...! Depois o Din tirando o capacete e mostrando sua face para seu garoto, com olhos brilhando ao ver seu papai pela primeira vez (😭), se despedindo e o entregando ao Mestre Skywalker (num full circle dos bons, já que ele foi treinado por Yoda, da mesma espécie da Criança, e agora será responsável por seu treinamento)...
Decerto que o CGI de rejuvenescimento facial não estava perfeito, e que poderiam ter chamado o Sebastian Stan (apesar de ser mais corpudo que o Mark Hamill), porém, para uma série de TV e por todo o contexto das cenas, quem se importa? Eu é que não, porque meu coração não suportou... “Eu darei minha vida para proteger a criança. Mas ele não estará seguro até que domine suas habilidades.”
E o que falar de Ludwig Göransson? Caramba, o cara só se supera. A trilha sonora dessa temporada foi surreal!
Que a força esteja mesmo conosco para aguentar a espera até dezembro do ano que vem, tanto pela segunda temporada quanto para o spin-off “O Livro de Boba Fett”, presumivelmente agora no controle do crime em Tatooine...
Em Dave e Jon nós confiamos!
The Crown (4ª Temporada)
4.5 246 Assista Agora“- Nesta família, somos um tanto difíceis. Às vezes, para alguém sensível como você, deve ser como...
- ... uma tundra gelada. Uma caverna gélida, escura e sem amor, sem luz, sem esperança em nenhum lugar... Nem na mais tênue fenda. Se ele... se essa família não pode dar o amor e a segurança que eu sinto que mereço, então não tenho outra opção a não ser me libertar, oficialmente, e ir eu mesma encontrar isso.
- Eu não faria isso no seu lugar.
- Por que não?
- Digamos que não vejo isso terminando bem para você.” ☹️
Emma Corrin, meu Deus.
Ah, a falta que eu vou sentir do elenco dessas duas temporadas...
Sons of Anarchy (7ª Temporada)
4.6 574 Assista AgoraSPOILERS ABAIXO!!!
Esta última temporada, além de toda carga emocional gigante que se valeu para encerrar os arcos de grandes personagens, apenas provou que Tara (Maggie Siff) estava certa sobre quase tudo e que Gemma era, bem, uma personagem complexa demais para ser resumida numa só frase.
Bastante triste que tivemos três mortes num mesmo episódio, o penúltimo. A pedra angular do clube, o amigo mais fiel e preocupado, quem ouvia a todos sempre, que estava ali para o que desse e viesse, um homem lutando contra um câncer, Wayne Unser (Dayton Callie), morto por tentar proteger a mulher que ele mais amava, mas que não merecia nenhum pingo de seu amor: "Isso é tudo que me resta."; Juice (Theo Rossi), completamente perdido em sua cabeça, totalmente instável, tendo cometido muitos erros, traído o clube e expulso do mesmo, com tendências suicidas, preso para matar um inimigo do MC dentro da cadeia, abusado por todos os lados, física e psicologicamente, mas cúmplice da morte da mulher de seu Presidente... Ele manteve o peso do colete até o fim: “Deixe eu apenas terminar de comer a minha torta..."
E Gemma... Seja qual for sua posição sobre ela, é inegável como Katey Sagal conseguiu construir muito bem suas tridimensionalidades. Apesar de tudo, de todas as mentiras que ela contou, de todas as mortes que ela causou, e como ela afetou absolutamente todas as relações do clube e das suas famílias, e de ter matado Tara, ela era uma mãe, uma avó, que tinha muito amor e um coração enorme, além de muita, muita lealdade, e de ser extremamente protetora para com os seus, para com o clube. E é aí que os toques de sociopatia e de egoísmo entraram e ficaram.
Todo o sarcasmo, toda aquela postura de "Mãe Fodona", toda aquela atitude manipulativa (a única maneira dela sobreviver naquele mundo de crimes e mortes dominado pelos homens)... Resumindo: não era uma personagem fácil, nem um pouco rasa, e eu não pude evitar em ficar um pouco triste com sua última cena.
A necessidade dolorosa de vingar sua amada morta, matando sua mãe, foi o toque mais decisivo e brutal na jornada de Jax.
"Eu te amo, Jax. Do lugar mais profundo e puro do meu coração. Mas você tem que fazer isso, chegou a hora. Estou pronta. É quem nós somos, amor..."
Gemma é uma das grandes personagens femininas da TV. No fundo, bem no fundo, ela era aquela "menina linda que amava flores"; pena que, no fim, elas foram regadas com seu sangue. Kurt Sutter, seu marido, fez um ótimo trabalho.
São tantos personagens: perdemos Bobby (Mark Boone Jr.) de maneira chocante também. Tig (Kim Coates) assumiu suas peculiaridades e “loucuras” com Venus (Walton Goggins). Wendy finalmente tomou as rédeas de sua vida, ainda mais quando Jax revelou a Abel (o garoto que já estava sendo afetado profundamente pelo ambiente de violência, percebido, absorvido e imitado por ele) que ela era sua "primeira mãe". Ah, e Jax...
"Sinto muito que a família que me foi dada tenha afetado tanto a família que eu escolhi."
Cansado de mentiras, o personagem começa seu ciclo final contando (algumas) verdades à Promotora Patterson (CCH Pounder), e, antes de se ir, Jax encarna os ossos do Ceifeiro e anda pela cidade cortando os últimos fios soltos que poderiam continuar a perpetrar a violência na cidade: Barosky e Marcs. “No fim do dia, a violência em Stockton terá um fim.... Os caras maus perderão.” Não dá para saber por quanto tempo isso irá durar, mas ele cumpriu sua palavra.
“Quando o momento certo chegar, eu quero que ela conte para os meus filhos exatamente quem eu fui. Eu não sou um bom homem. Sou um criminoso e um assassino. Eu quero que eles cresçam odiando o que souberem de mim.”
Todas as estradas acabam, e foi por uma delas que Jax, montado na moto de seu pai, se foi, após queimar tudo que o prendia àquele passado tão pesaroso. Seus filhos ficaram com Wendy (Drea de Matteo) e Nero (Jimmy Smits), longe de Charming, longe daquela vida aprisionada ao caos e violência que Jax admite não ter conseguido escapar a tempo (“Um bom pai e um fora da lei não podem coexistir no mesmo homem”). O passado do Clube virou cinzas, o futuro ficou nas mãos de seu braço direito e fiel amigo, Chibs (Tommy Flanagan), e ele que não poderia fazer mais nada, foi “brigar com um caminhão”... e “o caminhão venceu”. Seguindo o “legado de seu pai”, que só achou liberdade indo se encontrar com o Sr. Mayhem sozinho.
Nós nunca vemos seu corpo, apenas dois corvos comendo um pão à beira da estrada, que logo voam quando o sangue do protagonista se aproxima. Exatamente como na primeira cena da série. Um full circle digno.
A música de abertura fechou num significado final e extremamente agridoce para Jax Teller, um dos grandes anti-heróis da TV:
“The crow flies straight
A perfect line
On the devil's path
Until you die…”
Caramba, vou sentir muita falta dessa série e dos integrantes do Sons Of Anarchy Motorcycle Club Redwood Original <3 😭
O Mandaloriano: Star Wars (2ª Temporada)
4.5 445 Assista AgoraO Mandaloriano – 2ª Temporada, Episódio 7: “O Que Acredita” SPOILERS
Começamos o episódio nos Campos de Trabalho de Karthon, aonde a nossa equipe, com a autoridade da nova Xerife de Nevarro quebrando algumas regras, foi buscar Mayfeld, o ex-Atirador de Elite do Império que os ajudaria a localizar o Cruzador em que Grogu foi aprisionado. Ainda órfãos da Razor Crest, foram a bordo da clássica Slave-1 de Boba Fett.
A missão do episódio se concentrou em levá-lo a uma Refinaria secreta de Rhydonium (composto volátil e explosivo) no planeta Morak, para que ele pudesse acessar um Terminal Imperial Interno e conseguir as coordenadas.
Se infiltrando na região e roubando um veículo de transporte do composto, Mando troca de capacetes e roupa, é tencionado e provocado por Mayfeld o tempo todo: “O que Mandalore diria sobre isso?”, “Você não pode tirar o capacete de Mando, ou não pode mostrar o rosto?”. Indo além, falando que “Todos temos nossos limites, até que as coisas fiquem complicadas”, e expondo (ao passarem por um vilarejo) que, seja no Império ou na Nova República, sempre haverá aqueles que governam e aqueles governados, aqueles que exploram e os explorados, aqueles que invadem e os invadidos...
As cenas mais agitadas do episódio se concentraram numa sequência do tipo “assalto a trem”, em que Mando, sem suas armas e com uma “armadura” fraquíssima conseguiu impedir que “piratas” explodissem eles e o Rhydonium. Até os TIE-Fighters e Stormtroopers chegarem, os salvarem e saudarem os dois como heróis do Império. Na mesma medida de ironia que eles foram os únicos a entregarem o carregamento naquele dia, o que, posteriormente, serviria para os planos do Império de atacar a Nova República (enfraquecida, segundo eles). Essa “inversão de papéis” foi bem curiosa.
Um ponto forte de evolução de personagem central aconteceu: Mando, pela primeira vez em frente a humanos (já que a outra tinha sido com o droid na primeira temporada), retirou seu capacete e revelou seu Din Djarin (ou “Olhos Castanhos”) para poder conseguir as coordenadas que o levariam ao seu “garoto”. Um verdadeiro pai faz seus sacrifícios (“Ele significa mais para mim do que você seria capaz de entender.”), e Pedro Pascal demonstrou bem todo o desconforto do personagem em estar sem o símbolo maior de sua religião.
A construção de tensão se deu com uma conversa e drink oferecidos por Valin Hess (o ótimo Richard Brake, como Oficial do Império), e as confrontações não muito veladas de Mayfeld, claramente amargurado com o “sacrifício pequeno para um bem maior” referenciado por uma batalha no passado que matou mais de 5 mil soldados de uma Divisão, e toda uma cidade de inocentes no planeta de Burnin Konn.
“Todos acham que querem liberdade, mas o que eles querem mesmo é ordem. E quando entenderem isso, nos acolherão de braços abertos.” Essa frase fez com que Mayfeld perdesse o controle, matasse Hess e explodisse, literalmente, a Refinaria em poucos minutos.
Depois, a “certidão de óbito” dada para ele por Cara Dune assinou a “liberdade” desse personagem que se tornou tão notável e interessante em apenas 30 minutos. Bill Burr mandou muito bem! A season finale promete muito.
O Mandaloriano: Star Wars (2ª Temporada)
4.5 445 Assista AgoraO Mandaloriano - 2ª Temporada, Episódio 6: "A Tragédia"
Dirigido por Robert Rodriguez (mas sem a escatologia e o trash), o antepenúltimo episódio da temporada começa com a dupla chegando a Tython. Pouco tempo depois, enquanto Baby Yo... ops, Grogu estava em modo “paz interior”, contatando-se com a Força e outros possíveis Jedi, e depois adormecendo sobre a “Pedra da Visão” daquele “templo”, ao seu redor, uma verdadeira guerra acontecia.
Antes da grande sequência de ação, Bobba Fett (Temuera Morrison) finalmente se revela e traz consigo Fennec (Ming-Na Wen), que havíamos visto pela última vez no episódio 5 da temporada anterior, no qual ela foi deixada aparentemente morta nas areias de Tatooine, até um personagem oculto aparecer. Este era Boba, que, desde então, persegue Mando para reaver a armadura de seu pai, Jango.
Depois de ameaças e um acordo de troca estabelecido, todos têm de partir para a briga quando dezenas de Stormtroopers chegam em duas naves, buscando a “Criança”. Cada um usa do que tem em mãos: Boba literalmente destrói as armaduras dos soldados com um bastão impressionantemente brutal, até reaver sua armadura e mostrar porque ele a merece; já Fennec e Mando agem juntos com suas agilidades, armas de laser e o Beskar sempre eficiente para garantir a segurança de Grogu, ainda “meditando”.
Mas, mesmo com a ajuda de uma pedra rolando montanha abaixo (à la Indiana Jones) e de Boba Fett literalmente espantando as tropas, depois bombardeando e derrubando suas naves, as “tragédias” do título aconteceram.
Vindo do céu, um disparo de laser explodiu completamente a nossa Razor Crest (R.I.P.).
Deixando intactas somente a bolinha pela qual Grogu é aficionado (❤) e a lança de Puro Beskar que Mando conseguiu no episódio anterior.
Logo vimos que a origem do disparo foi um Cruzador Imperial comandado por Moff Gideon (Giancarlo Esposito), que manda sem seguida os seus novos Dark Troopers (que me lembraram os Sentinelas de Dias de Um Futuro Esquecido) para encerrar a missão: sequestrar o “doador de Midi-chlorians” para continuar seus experimentos laboratoriais de “manipulação da Força”. Missão que é infelizmente cumprida; daí a outra tragédia.
Em adicional, Boba, Fennec (em “débito” pelo acordo firmado) e Mando formaram uma nova equipe, e recorreram a Cara Dune, agora Xerife da Nova República em Nevarro, para lhes dar informações sobre um prisioneiro que pode localizar o Cruzador de Gideon.
Ou seja, nova missão à vista para antes da season finale.
Ver Grogu sufocando e jogando Stormtroopers de um lado para o outro foi ótimo, mas vê-lo sendo ameaçado por Moff, com seu Sabre Negro (“Já o viu um desses? No passado?”), atordoando o moleque com uma arma e o algemando no fim me deu pena. No aguardo pelo resgate.
Fargo (4ª Temporada)
3.6 62Definitivamente não é minha temporada favorita da série, mas tem seus bons méritos, especialmente na sua segunda metade. O elenco recheado conseguiu segurar as pontas, com destaque para Jessie Buckley e sua Oraetta Mayflower cheia de tremeliques, um andar afetado e que claramente serviria de inspiração para a Anne Wilkes de Stephen King; Jack Huston, e seu policial Odis Weff, com Estresse Pós-Traumático da Guerra e TOCs dos mais variados (Timothy Olyphant, com seu Delegado Dick, também merece uma menção); Jason Schwartzman, com seu Josto Fadda, o chefe da Cosa Nostra de Kansas, pequeno e constantemente questionado e “desafiado”; e Chris Rock, com seu Loy Cannon, um papel mais sério, e que não me desapontou.
O roteiro se sustentou com muitas sátiras, metáforas e monólogos bem escritos (apesar de empregados muitas vezes) sobre o "sonho americano" e qual a verdadeira alma da América quando o sonho não se realiza.
A “Storia Americana” é dita como um conto sobre uma terra feita de todos para todos, onde seus sonhos podem ser reais. Mas a temporada expõe uma terra cheia de corrupções, falta de oportunidades, crimes, gangues, guerras e mortes entre todos aqueles que a formaram: negros, judeus, italianos, irlandeses... A violência (sem “cerimônia” aqui, o que admiro) está no seu centro, e todos os outros apenas a rodeiam inevitavelmente e chamam isso de negócios.
“Você é a nação, não é? Ou é só um homem de uma cidade? Como dizem: peixe grande, lago pequeno? Bem, nós somos o mar.”
Foi legal ver deixas sutis e "origens" mais pontuadas de alguns personagens já reconhecidos da série, como Mike Milligan (antes Satchel, de Rodney Jones III). E, salvas as críticas de ritmo, do desenvolvimento desfocado de alguns personagens, dos olhares forçadamente abertos de Salvatore Esposito (Gaetano Fadda), da fotografia sempre esfumaçada, do uso excessivo de câmeras lentas, e de não ter a força narrativa que as outras temporadas tiveram, é Fargo. E Fargo é qualidade, mesmo em seus momentos mais medianos. E não é sempre um deleite ver aqueles recortes de cenas e ouvir a trilha sonora do Jeff Russo? <3
Espero que Noah Hawley tenha disposição e consiga escrever outra temporada antes de 2030. E ele ainda tem um Star Trek pra dirigir! Aguardemos.
Em conclusão, achei interessante que a temporada se encerrou como se fosse um relatório de história escrito por Ethelrida Smutny (Emyri Crutchfield). Well played:
“Somos brancos e negros, ricos e pobres, estrangeiros e nativos. E, assim, se nossos passados estiverem separados, as nossas histórias também não estarão? Segregadas? Pergunte-se: Quem escreve os livros? Quem escolhe o que lembraremos e o que esqueceremos?...”
The Undoing
3.7 254 Assista AgoraÉ uma minissérie de suspense, investigação e tribunal bem convencional. Decerto que tem alguns trechos interessantes sobre a influência e maleabilidade da imagem pública, sobre como mentiras podem afetar tantas pessoas, desfazer e destruir famílias, e sobre máscaras sociais (“Qualquer reação sua será usada contra você. Se você se retrai, ele é um monstro. Se sorri, é indiferente. Se chora, está fingindo.”). Além de ter um drama familiar que convence quando fala das mudanças nas percepções sobre aqueles que amamos quando algo horrível é revelado.
Mas, de resto, não há surpresas. Os episódios são pautados em tentar gerar dúvidas no “veredicto” mais óbvio, e funciona em partes, com alguns ganchos que prendem a atenção.
Só que, no fim, o óbvio vence e, de fato, quem foi acusado matou mesmo Elena (Matilda De Angelis): Jonathan (Hugh Grant).
“Mas não foi o pai que você conhece.”, diz Jonathan a Henry (Noah Jupe), numa tentativa de sequestro/suicídio que acaba numa ponte e encerra a minissérie meio abruptamente.
Tanto quando as caminhadas de Grace pelo Central Park, para refletir sobre suas complicações, a série gira, gira e gira, caminha lentamente no mesmo território-comum, entre cenários de prédios e árvores muito bem fotografados, e soa como se pudesse ser resumida num filme de 2 horas, para se tornar mais direta e enxuta.
Alguns personagens, como Sylvia (Lily Rabe, sempre avulsa ao telefone), a família Alves (Elena, a assassinada, com olhares tristes e suplicantes, e Fernando, com ódio reprimido), além de Franklin (Donald Sutherland), que tem uma ou duas cenas mais fortes (e o resto delas sentado em frente a quadros), não são tão desenvolvidos assim. Noah Jupe e Edan Alexander (Miguel) foram boas surpresas nos momentos mais emotivos. Já Edgar Ramirez... bem, ele apareceu.
O episódio final conseguiu criar bons argumentos de tribunal entre as advogadas, especialmente da Acusação (Sofie Gråbøl), o que assegurou bem a proposta da produção e dos personagens centrais; especialmente Grace (Nicole Kidman).
“Doutora, na sua profissão, você não diz aos seus pacientes que eles, por vezes, querem tanto acreditar nos seus parceiros que acabam escolhendo deixar de saber certas coisas, de ver algumas coisas? Que, às vezes, a verdade sobre aqueles com quem se casaram é distorcida pelo desespero do ideal que eles gostariam de ver no cônjuge?”
No mais, as atuações são boas e a cinematografia também. Não é nenhuma “The Night Of” (2016) da vida, mas a abertura cantada por Kidman consegue compensar um pouco.
Fargo (4ª Temporada)
3.6 62Fargo - 4ª Temporada, Episódio 10: "Happy"
Os últimos 3 episódios realmente mostraram para o que vieram em termos "Fargo de ser", e esse não foi diferente. Faltando apenas um episódio para a temporada acabar, e os 20 minutos dessa penúltima foram bem agitados.
Tropeçar numa rua escura, após executar um policial, com a arma ainda em mãos, nunca dá certo; Gaetano (Salvatore Esposito) que o diga. Tivemos ali uma das mortes mais "Fargo" da série, e a sequência foi de meio triste a chocante e depois a hilária. Nada melhor.
Satchel (Rodney L. Jones III) está pouco a pouco tornando real a teoria que dita que ele se tornará Mike Milligan (Bokeem Woodbine), um dos personagens centrais da segunda temporada. E Ethelrida (Emyri Crutchfield) cresceu bem como uma personagem inteligente e bem articulada, ainda mais com Oraetta (Jessie Buckley) agora presa.
Espero que a legenda do episódio final não demore tanto...
O Mandaloriano: Star Wars (2ª Temporada)
4.5 445 Assista AgoraO Mandaloriano - 2ª Temporada, Episódio 5: "A Jedi"
Não se desprendendo da linha de “missão da semana”, o quinto episódio da temporada começa logo após Baby Yoda e Mando chegarem na cidade de Calodan em Corvus, quando ele é prontamente convocado pela Magistrada local (Morgan Esbelth, de Diana Inosanto), que mora num palácio em que o clima é agradável, há água limpa e árvores verdes, contraste com o que se vê fora da aldeia (um clima opressivo, com tons verdes de “inverno nuclear”, rodeado de árvores mortas e muita névoa).
Daí surge a missão do episódio: matar a Jedi (Rosario Dawson) que a está “ameaçando”,
em troca de uma lança de Beskar Puro.
A cinematografia citada é muito bem utilizada para compor as cenas de luta, destacando os sabres de luz em meio às névoas e dando um quê místico/misterioso/ameaçador à furtividade de Ahsoka Tano. As cenas em que ela utiliza a Força, seus sabres e acrobacias foram um ponto alto do episódio.
Um Mandaloriano e uma Jedi, pertencentes a ordens inimigas no passado, lutando juntos para libertar uma cidade de uma saqueadora/destruidora de mundos que apoia o Império? Tem coisa melhor? O ar ficou até limpo depois kkkkk
Mas, antes disso, descobrimos muito através da “Leitura de Pensamentos” entre os dois Jedi. Baby Yoda na verdade tem um nome: Grogu, e foi criado no Templo Jedi de Coruscant, no qual foi treinado por vários mestres ao longo dos seus 50 anos de idade, até o Império ascender e ele acabar sendo escondido por alguém não revelado.
Ahsoka diz que ele se sente sozinho, perdido e inseguro desde então. Ainda tivemos a primeira citação direta a Yoda, tudo numa cena só. Talvez tenha sido o episódio mais importante da série até aqui, e o que mais desenvolveu “a criança”.
Devido às suas vulnerabilidades, medos e raivas ainda serem fortes, e do vínculo emocional com Mando (“Você é como um pai para ele”), Tano não pôde treiná-lo. Ou seja, teremos de esperar pelo próximo episódio e pela próxima missão: no planeta Tython, entre as “ruínas de um tempo que tem conexões com a Força”, e onde ele “escolherá seu caminho”...
“Que a Força esteja com você.”, e espero que vejamos Ahsoka de novo.
The Undoing
3.7 254 Assista AgoraThe Undoing – Episódio 5: “Trial By Fury”
“Confiamos nos dados? As implicações da Datificação para o monitoramento social”, o artigo de José van Dijck, sobre o qual tive de fazer uma resenha pra Faculdade no longínquo mês de janeiro, parece ter feito seu trabalho e agora foi aplicado como “suporte da advocacia” numa minissérie da HBO.
Saber a vida dos jurados, suas predisposições de pensamentos e postar coisas favoráveis aos seus clientes em suas time lines foi algo bem ardiloso, mas interessante.
“Ele é humano? Ela acredita nele? Ela o ama?”, incita Hayley a Grace e Jonathan enquanto os prepara para o início do julgamento. Ditando que o júri vai “avaliar vocês constantemente. Individualmente e como casal.” A imagem realmente importa, e me fez lembrar de como conceitos de Relações Públicas (e da Comunicação como um todo) permeiam, de fato, todas as áreas. As saudades do curso foram reforçadas. E Hayley se mostrou de vez sua precisão como advogada.
Os últimos 15 minutos foram intensos, no julgamento em si (Hayley enfrentando o Delegado sobre suas omissões, e questionando Fernando sobre a saúde mental dele e de sua esposa assassinada), mas principalmente sobre Jonathan.
Descobrimos, pela sua mãe, que a história do “cachorro da família”, o qual foi deixado sobre seus cuidados quando ele tinha 14 anos, e que acabou morrendo atropelado, na verdade se tratava de sua irmã, Katie, de 4 anos. E que ele nunca demonstrou luto ou culpa... Psicopatia atestada, certo?
“O Jonathan não sabe sofrer.”, diz ela a uma Grace abalada.
E o final do episódio foi bem loko. Caixas de violino nunca mais serão as mesmas. Henry, moleque, será que as teorias malucas de que você matou a Elena serão confirmadas, ou (mais provavelmente) você estava acobertando alguém (seu pai, já que ambos compartilhavam o “segredo calado” sobre a traição)?
Veremos na finale de domingo!
O Gambito da Rainha
4.4 931 Assista AgoraNunca pensei que uma minissérie iria me fazer ficar a noite de domingo e a tarde de segunda-feira inteiras vidrado num jogo que nunca nem joguei, nunca me interessei e que sempre me pareceu chato.
Em grande parte pela trilha sonora (de Carlos Rafael Rivera), pela direção (Scott Frank), que dão um ritmo energético e delicioso às partidas e a uma trama bem mais profunda e intensa do que eu podia imaginar, e por esses olhos hipnotizantes e tão inundantes em emoções de Anya Taylor-Joy. Que mulher, que atriz!
O Emmy já pode vir, um Oscar vem em breve.
A história é super redondinha, sem excessos. Assuntos fortes são tratados de maneira contundente, mas natural (como ansiedade, vícios, alcoolismo, depressão, conquistas, liberdade e até um pouco de Feminismo).
Enfim, são 7 horas enxutas, muito bem gastas e recompensadoras. Continuo não sabendo muito de Xadrez, mas agora ele me parece bem mais empolgante.
Fargo (4ª Temporada)
3.6 62Fargo - 4ª Temporada, Episódio 9: "East/West"
Quebrando totalmente a estética de cores abafadas e atmosfera esfumaçada que a temporada vinha imprimindo, o antepenúltimo episódio traz uma cinematografia em preto e branco linda que me lembrou muito o filme Nebraska (de Alexander Payne), com um clima soturno, de campos abertos, plantações geladas e nuvens negras que se transformam num tornado.
Acho que é o episódio desta leva que mais demonstra e abraça as peculiaridades e “estranhezas” maravilhosas tão características da série e de Noah Hawley. Como o título, que se concentra numa estalagem na qual o "Irlandês" (Ben Wishaw) e Satchel (Rodney L. Jones III) se hospedam. Ela é dividida em Ala Leste e Ala Oeste, onde se instalam as pessoas de acordo com suas preferências políticas (Eisenhower ou McCarthy) e religiosas (Novo ou Velho Testamento), que definem as irmãs, donas do local, quase surdas e rivais.
Isso acarreta em boas dinâmicas com personagens variados (um Pastor e sua mãe, um Major e sua neta, um negociante de Alumínio e seu amigo, e uma cachorrinha no armário), e construção de tensão numa Loja de Eletrodomésticos e num Posto de Gasolina (onde acontece o clímax curioso e impactante do episódio). Tudo num “humor bem Fargo”.
A cena inicial, de transição entre o colorido para o P&B, entrando numa fotografia antiga de uma folha rasgada de um livro foi linda. E o episódio se vale de sua narrativa "semientrecortada" para rimar isso com as últimas cenas, em que voltam ao colorido quando o filho de Loy Cannon, cansado de tanto esperar pela volta de Rabbi (supostamente morto, assim como Calamita), visita o leproso do quarto ao lado, sai da hospedagem e encara seu futuro.
Foram 50 minutos de “muito Fargo”, e eu amei demais ❤ 🤩 ❤
O Mandaloriano: Star Wars (2ª Temporada)
4.5 445 Assista AgoraO Mandaloriano - 2ª Temporada, Episódio 4: "O Cerco"
Nesse episódio o Baby Yoda fez de tudo: foi mecânico, foi para a escola (em que ensinavam a organização Geopolítica da Galáxia) e ainda roubou o lanche de um colega
kkkk
Avançando, tivemos o retorno dos parceiros de Mando da primeira temporada: Cara Dune (Gina Carano) e Greef Karga (Carl Weathers), Delegada e Administrador de uma Nevarro totalmente reestruturada e quase limpa, se não fosse por uma "antiga Base Imperial"; e é nela que se concentra a missão e ação do episódio.
Mas não foi somente uma missão paralela para explodir o local, tivemos uma revelação interessante: pelo visto, Moff Gideon (Giancarlo Esposito) queria tanto o Baby Yoda porque ali estavam conduzindo experimentos laboratoriais a partir do sangue dele, que possui os Midi-chlorians "a mais" da Força.
Ainda há muito a se explorar nesse ponto de Engenharia Genética que teve "resultados catastróficos" até agora, mas foi interessante saber mais.
Além do fato de finalmente estarem mostrando como o Império, notoriamente derrotado, voltou a crescer aos poucos (provavelmente nos planetas da Orla Exterior) e se infiltrar na Nova República.
E que satisfação ver a Razor Crest novinha em folha (apesar da reforma ter sido um pouco rápida demais), brilhando sob o sol, destruindo TIE Fighters, enquanto o Baby Yoda come seus biscoitos, levanta os braços e se anima todo como se estivesse numa Montanha Russa kkkkkkkkkkkkk
Pena que logo vomitou, e mais pena ainda que colocaram um localizador na nave... Vamos ver no que dá e se eles vão chegar a Corvus a tempo.
This Is Us (5ª Temporada)
4.4 162 Assista AgoraThis Is Us – 5ª Temporada, Episódio 4 “Sinceramente” (Atenção para spoilers)
Esse episódio foi centrado sobre as pressões sobre Kevin. Seja enquanto bebê (chorando sozinho a noite toda até se acalmar), seja enquanto promessa no futebol americano (com o treinador e seu pai insistindo para que ele se esforce além do que estava conseguindo), seja como adulto, numa audição fria para um filme (com um diretor estranhamente parecido com o Milo Ventimiglia), e tendo como par Jamie Chung (Ji-Ah, de Lovecraft Country).
“Não percebi que você era o tipo de cara que precisa ouvir um ‘Bom garoto!'."
Há uma contrapartida entre Rebecca, sempre tentando ajudar o filho a entender suas frustrações ou infelicidades com o amor materno, e Jack puxando-o às obrigações, dizendo que “Você facilita pra ele. Isso o tornou... mole.”
Mas isso se revela como algo nobre, já que, quando criança, seu pai não o fazia sentir-se bom em nada. E ele quis ser diferente: fazendo os seus filhos enxergarem suas próprias grandezas.
Todos esses pontos mostram que, durante toda a vida dele, Kevin foi quase sempre colocado como apenas “bom”, uma “promessa”, mas que precisa “se esforçar mais para ser um dos melhores.” E isso claramente o afetou profundamente. O moldou profundamente.
Noutro lado, temos o Randall dançando e tirando a roupa na live como vereador para a comunidade, depois de dizer que eles eram sua família por terem sido uma família para o William... Ao menos “o ângulo da câmera ajudou” kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
E aquela conversa entre ele e o Malik sobre sonhos foi bem legal. O cara é um pai responsável ✊
“O que estou dizendo é que todos temos problemas do passado com os quais ainda estamos lidando. E isso sou eu, você e Randall.”, Kate confessa, depois revela a Toby sobre o seu "problema do passado", e foi triste.
Esses 3 precisam se reaproximar logo!
The Undoing
3.7 254 Assista AgoraThe Undoing, Episódio 4 - "See No Evil"
"- Por que eles acham que eu estou escondendo algo?
- Porque é isso que ricos e privilegiados fazem quando se sentem ameaçados: eles escondem a verdade horrível para se proteger, proteger a família, seu status na sociedade, sua imagem pública. E acham que podem se safar porque são ricos."
Seja realmente isso, ou uma repressão de memória/trauma que Grace acabou cometendo consigo mesma, ou ainda marcas da suposta obsessão de Elena por ela e por seu marido, o fato é que muitas coisas (incluindo um quadro de óleo sobre tela a retratando e muitas ligações não atendidas) começam a conectar a personagem de Nicole Kidman ao crime.
As imagens entrecortadas que ela vê, sejam por ansiedade ou estresse, corroboram muito para isso.
"Eu sou um filho da puta, não do tipo banal ou suavizado, não. Sou um filho da puta à moda antiga. Do tipo tradicional. Que fode com qualquer um que magoar a mim ou alguém que amo. Quer falar de horrores, Sr. Connover? Você ainda não viu o que é horror..."
Donald Sutherland (no alto dos seus 85 anos) continua foda.
Finalmente seu personagem (Franklin) foi franco em dizer que sempre desprezou Jonathan. Talvez por ele mesmo ter sido infiel com sua esposa enquanto viva: “Ele me lembrava de mim mesmo. Nunca fui um “bom marido”. Enquanto dava joias e promessas à esposa como reparação.
Foi um ponto interessante de desenvolvimento do personagem, que revelou tudo à sua filha depois de saber que ela só queria “ser feliz como você e mamãe eram”.
Aquela entrevista no final do episódio, com a olhada direta para a câmera de Hugh Grant, após dizer que estava de luto porque "perdeu alguém que amava" (Elena), foi incrível.
Quero saber quem ele acha que matou sua "amante"... 🧐
O Mandaloriano: Star Wars (2ª Temporada)
4.5 445 Assista AgoraO Mandaloriano - Temporada 2, Episódio 3: "A Herdeira".
No episódio mais curto da temporada (30 minutos), surpreendentemente dirigido por Bryce Dallas Howard, tivemos uma ação do tipo assalto e muito avanço na trama principal.
Chegando com a Razor Crest completamente avariada à Lua Estuária de Trask, em que o ambiente de porto (estaleiros e barcos pesqueiros) e de mercado negro, com a predominância de espécies anfíbias, parecidas com lulas, (“piratas de Beskar”: alô, Dave Jones!) e espécimes parecidos com o famoso Almirante Ackbar (“It’s a trap!”) dominam.
Obtivemos detalhes interessantes e mais “modernos” da Doutrina Mandaloriana. De como Os Filhos do Olho (doutrina religiosa paralela à sociedade de Mandalore do qual Mando faz parte), se apegou aos costumes e maneiras do passado, enquanto os outros “evoluíram”, e agora estão tentando retomar seu planeta natal.
Os Stormtroopers continuam péssimos de mira, e os comandantes burros. Tivemos uma breve participação de Titus Welliver (de Filhos da Anarquia) como um capitão que, após falhar em se tornar um “kamikaze do Império”, se mata em nome dele depois de não conseguir destruir a nave com todos dentro.
Foi bem legal ver os mandalorianos lutando juntos, ainda mais sabendo de ligações entre alguns deles com o Sabre Negro, ainda em posse de Moff Gideon (Giancarlo Esposito).
Ressignificaram o “This is the way”, e Mando ganhou uma nova decoração de pescador para o interior de sua nave enquanto vai em direção à Jedi Ahsoka Tano. Promissor.
Obs.: A Senhora Sapo se reunindo com o marido foi fofinho ❤, e os ovos começaram a eclodir e crescer, então o Baby Yoda não vai poder mais matar outros filhotes da pobre família.
Fargo (4ª Temporada)
3.6 62Fargo - 4ª Temporada, Episódio 8: "The Nadir".
Caramba, aquelas cenas na estação do metro tornaram esse o melhor episódio da temporada até agora. Construiu bem a tensão, teve tiroteio, plot-twist (R.I.P. Timothy Olyphant) e visões de cadáveres.
Mas não só por isso. As tramas avançaram bem para os irmãos Gaetano e Josto, aparentemente unidos ("Ele assassinou uma criança para que me matarem. Estou orgulhoso de você!"), depois de disputas de poder, assassinatos e espancamentos.
“Eu sou o touro, você é a cobra... Músculos e estratégia, irmão.”
Ainda mais com o ataque a tiros acometido em sua casa no final do episódio, o qual matou a mãe deles.
Oraetta (Jessie Buckley) descobriu quem escreveu a carta-denúncia sobre as suspeitas de ela matar alguns de seus pacientes (Ethelrida que se cuide), e o diretor do hospital, que ela tentou matar por envenenamento, está se recuperando e logo poderá denunciá-la. Então coisa boa não vem por aí... No aguardo.
The Undoing
3.7 254 Assista AgoraThe Undoing - Episódio 3: "Do No Harm".
"- Você sempre teve uma capacidade ilimitada de enxergar a humanidade nas pessoas. Ter um amante é humano. Bater em alguém num momento de paixão ou de raiva é humano. Mas bater em uma pessoa até a morte e continuar agredindo depois de a pessoa morrer é monstruoso, Grace. Ele é um monstro.", diz Franklin (Donald Sutherland)
"- Ele não é esse monstro. Ele não pode ser...", replica Grace, sua filha (Nicole Kidman)
E chegamos à fase da negação/dúvida sobre o crime ter sido cometido (ou não) pelo seu marido. Ainda mais com a informação (e gravação) de que Grace também estava andando nos arredores do local, momentos antes do assassinato de Elena (Matilda De Angelis).
Interessante... 🧐