Nunca assisti à série original, mas sempre ouvi falar, seja através de referências ou em personagens inspirados no icônico investigador dos anos 60, como o ornitorrinco e agente secreto Perry, da série animada "Phineas e Ferb". Por isso, não posso julgar quanto a possíveis mudanças ou reformulações nos temas e/ou personalidades dos elementos entre as duas versões. Mas, o que posso falar é que a HBO acertou novamente. Gosto como a série tem toda uma atmosfera e linguagens narrativas bem convencionais para o gênero de drama policial, investigativo, Neo Noir e de época, mas que, junto a uma trama até simples, consegue desenvolver muito bem as nuances, preconceitos, ganâncias e ideais da sociedade dos anos 30; nesse caso, em Los Angeles. É uma série que consegue articular bem seu enredo principal com subtramas de temas de importante discussão atualmente, em destaque para o racismo, a corrupção e o machismo institucionais. Englobados numa reconstituição de época, cinematografia e produção refinadíssimas (marcas da HBO), uma mulher (Emily Dodson, interpretada por Gayle Rankin) e seu marido ausente e endividado na jogatina (Matthew Dodson, interpretado Nate Corddry) têm seu bebê, Charlie, sequestrado e tragicamente morto. Ambos são, subsequentemente, acusados de envolvimento direto ou indireto no crime. A partir daí, entram em cena para encontrar as verdades escondidas em todo lugar e por várias pessoas: Perry Mason (Matthew Rhys), um investigador em decadência, seu parceiro Pete (Shea Whigham), auxiliando e sendo auxiliados depois por E.B. Jonathan (John Lithgow) e sua associada Della Street (Juliet Rylance), além de Paul Drake (Chris Chalk), um policial negro. Envolvendo toda essa história de assassinatos, investigações e tribunais, temos a religião, aqui manipulativa e espetaculosa, e a política e polícia, sem escrúpulos ou bússola moral. A primeira é representada por Irmã Alice McMcKeegan (Tatiana Maslany) e sua mãe, Birdy (Lili Taylor), fundadoras, líderes e pastoras da Assembleia Radiante de Deus; as outras representadas por Maynard Barnes (Stephen Root), Promotor do Distrito e candidato à Prefeitura, que faz de tudo para ganhar o caso, e o detetive corrupto Ennis (Andrew Howard). O desenvolvimento de todos esses personagens e tramas ficam a cargo de 8 episódios que nem sempre contam com o melhor dos ritmos, mas que são muito bem dirigidos (principalmente pelo veterano da HBO, Timothy Van Patten) e eficientes em prender a atenção e o interesse por 8 horas. Mesmo que uma maratona direta não seja exatamente recomendada. Ainda mais com a trilha sonora, composta por Terence Blanchard, que utiliza de pianos, cordas, tons experimentais e um saxofone extremamente atmosférico (lembrando a trilha sonora de Bernard Herrmann para Taxi Driver) para auxiliar na construção de um clima soturno e cheio de peso, mas até confortável e familiar. É ainda preciso salientar que o elenco todo está realmente ótimo, e que há grandes evoluções, novas combinações e arcos abertos de personagens que prometem um segundo ano ainda mais interessante. Estarei no aguardo.
Apesar de não ser tão forte como a temporada anterior, possui diversos méritos: é a temporada mais agitada, com mais ação, é competente no desenvolvimento de alguns personagens às suas facetas "finais" (a partir de muitas disputas, traições e reviravoltas internas), e é a temporada com menos humor até agora, pois todos os personagens demonstram suas fraquezas e defeitos mais explicitamente. E certamente foi a temporada mais efetiva em me deixar puto com quase todos os personagens. Bobby (Mark Boone Jr.), Chibs (Tommy Flanagan), Juice (Theo Rossi) e Tig (Kim Coates) continuam sendo bons coadjuvantes, todos passando por seus próprios conflitos, internos ou não, concernentes à nova liderança, a velhas histórias e amizades abaladas, e a decisões complicadas e arriscadas para o futuro do clube. Clube este que está realmente quebrado (e todos conseguem sentir isso), por mentiras, omissões e até verdades duras cometidas com o pressuposto de "fiz isso tentando salvar o Clube". Ron Pearlman veste o colete de seu Clay Morrow com uma postura de "cabisbaixo, talvez quebrado, mas não menos ardiloso" que funciona, apesar dele estar fazendo hora extra na série. Se você tiver um pouco de paciência aguardando alguma recompensação através da justiça, talvez fique satisfeito. Gemma (Katey Sagal) subiu dois degraus na escada da filhadaputice, se tornando uma daquelas personagens que amamos odiar, e a relação dela com Tara (Maggie Siff) foi uma das subtramas mais interessantes desta temporada. O modo como elas continuam disputando poder, influência, espaço e amor com o Jax e os filhos. Usando todos os erros e vacilos de ambas para justificar seus egoísmos ou temores. Tara querendo segurança e livrar seus filhos dos perigos do "ofício" de seu pai; Gemma sabendo que não consegue viver longe de sua família, mas que sempre vacila e os afasta... É um ótimo trabalho de Sagal e Siff. Wayne Unser (Dayton Callie) continua sendo a pedra angular da série, jogando na cara dos personagens quem eles realmente são e seus erros. E tivemos a adição de Nero Padilla (Jimmy Smits), personagem mais profundo do que esperava. Mas o trabalho mais forte de desenvolvimento fica mesmo com o Jax Teller de Charlie Hunnam. Foi interessante ver como ele muda muito suas atitudes, feições, psicologia e modo de agir após assumir o martelo (sentindo como ele realmente corrompe) e presenciar o triste ocorrido com Opie (Ryan Hurst), seu melhor amigo. Está bem mais resoluto, sério, agressivo, vingativo, inteligente e até com leves traços de psicopatia em certos momentos. É um anti-herói bem intrigante de se ver construindo, pois ele meio que está emulando características de quem mais ele odeia; talvez por perceber que, para ser um líder categórico e que quer mesmo mudar, algumas delas têm de ser conservadas. Soa como uma temporada de transição, só que das bem feitas. Há ótimas reviravoltas pontuais, especialmente nos episódios finais. E já dá para sentir que os caminhos que a trama seguirá nas últimas duas temporadas serão intensos. Uma última coisa: as cenas finais dessa temporada e da anterior (quarta) servem para exemplificar o paralelo interessante entre os joguinhos de poder entre Tara e Gemma, e já estou esperando pelos próximos passos das duas.
Nesta terceira e última temporada, Dark tem seus momentos mais pesados e carregados emocionalmente, assim como todo fim de ciclo deve ter. E nesse caso foram tantos, que o final ressoa ainda mais emocionante. O planejamento, construção e desenvolvimento da trama, a montagem e a direção de elenco são os pontos mais fortes da série. Somente a semelhança absurda entre atores que interpretam fases diferentes de um mesmo personagem, e seus talentos, já seriam o suficiente para pôr Dark em um hall especial do audiovisual. Mas ela vai além, muito além. Entre mundos e realidades paralelas, buracos de minhoca, viagens no tempo, paradoxos, disputas pelo poder sobre o Tempo e árvores genealógicas labirínticas, o futuro influencia no passado, e o passado nem sempre pode ser alterado. Envolta na parte científica e complexa à enésima potência da série, há tramas puramente humanas. Traumas familiares, arrependimentos, angústias, dor, sofrimento, traição e ambição. A inevitabilidade, o destino, escolhas e o livre arbítrio debelam a todo instante. Assim, Dark é complicada, expansiva, estranha, e extremamente familiar, sensível e compreensível ao mesmo tempo. Ao menos no drama dos personagens. E o drama aqui é forte demais. Apesar desta ser a temporada mais expositiva (e com razão) da série alemã, algumas questões ainda permaneceram sem explicação ou resposta. Mas, de qualquer maneira, "O que sabemos é uma gota. O que não sabemos é um oceano." Se o fim é o começo, e o começo é o fim, ambos estão conectados pela mais forte das emoções, que fica presa na garganta. Aquela que conecta todos os personagens, em diferentes medidas e intensidades... Sendo o mais resistente dos nós: o Amor. Seja ele fraterno ou materno, passional ou passageiro, impossível ou não. E todo eles acabam sendo subjugados pelo elemento mais implacável e cruel desta equação: o Tempo. É assim, com lições sobre tempo, dor e amor, ainda conservando sua ousadia e originalidades, que Dark se consagra como uma das melhores e mais completas séries dos últimos tempos. Sentirei saudades. "Nosso pensamento é marcado pelo dualismo. Entrada, saída. Branco, preto. Bem, mal. Tudo vem em pares opostos. Mas isso está errado.
I Know This Much Is True conta com uma trama densa que envolve perda, traumas, luto, escolhas e consequências, o peso da responsabilidade, autodescobertas e reconstrução. Mark Ruffalo, interpretando os gêmeos Dominick e Thomas, este último com esquizofrenia, entrega, provavelmente, a melhor atuação de sua carreira. A carga dramática e mudanças físicas imputadas em ambas as interpretações funcionam perfeitamente. A dedicação do ator é evidente, e a HBO fornece mais uma vez uma minissérie forte e consistente. Todo o elenco é ótimo, mas uma menção válida fica para Philip Ettinger, que desenvolveu muito bem as nuances dos gêmeos em sua fase adolescente. Além do roteiro, a direção de Derek Cianfrance é precisa em todos os momentos, destacando as emoções do elenco com closes fechados, íntimos e até desconfortáveis. Por vezes, ele desenvolve muitos sentimentos com o silêncio ou com o vazio. A cinematografia é linda em traços sóbrios. Os anos 80 num espectro estético mais comedido e sério. E a trilha sonora de Harold Budd reveste muito bem o clima da produção. É maviosa, melancólica e emocional. Os episódios são pesarosos, até deprimentes, mas com certeza valem pela maneira realista com que abordam seus conteúdos trágicos. Com certeza vai figurar no próximo Emmy, e com muita razão. "O amor cresce do perdão. Da destruição, vem a renovação. A evidência de Deus existe nas nossas conexões uns com os outros. Consegui entender pelo menos isso. Eu sei que pelo menos isto é verdade."
Depois de uma terceira temporada um pouco fraca, a quarta temporada veio pra restabelecer o quanto a série pode ser foda quando trata bem o desenvolvimento de seus personagens e trama. E esses dois pontos foram fortíssimos aqui. O peso e responsabilidade das escolhas, o fato de que, erradas ou certas, todas são difíceis e podem ter duras consequências, seja para si, para os outros, para sua família, para o seu Clube... O "Faço isso pela família" tomou significados diferentes. Seja pela avareza e individualidade de uns (Clay, de Ron Perlman) ou pelas tentativas contínuas de fazer a frase valer por outros (Jax, de Charlie Hunnam). A corrente de confiança que ligava o Clube e suas motocicletas começa a se romper. Até Gemma, de Katey Sagal, antes quem os mantinha unidos, percebe, tem sua porção nessa fissão e sente na pele seus efeitos. Com isso, seus integrantes começam a pilotar sozinhos por estradas diferentes; forçados por forças externas e internas, quase se perdendo no processo. É a temporada mais forte da série, e tem os episódios e acontecimentos mais carregados até o momento. Seja por conta de algumas mortes, pelo crescimento e mudança de alguns personagens (para o bem ou para o mal) ou pela clara evolução técnica e de narrativa. E todo o elenco entrega suas performances mais intensas e consistentes até aqui, apoiados por ótimos diálogos. Soa muito como um ponto de virada na história. Em tom, principalmente. Toda a segunda metade da temporada é sensacional, mas o finalzinho, enquanto House Of The Rising Sun toca, no último shot... É icônico.
A minissérie pode soar por vezes inchada, por tratar de múltiplos temas ao longo dos seus 8 episódios, e também um pouco perdida, desinteressante e não orgânica na abordagem de outros, como consequência direta do primeiro problema. Porém, o fato de falar sobre temas polêmicos, embora complicados, como racismo estrutural, aborto e adoção, já coloca algum valor no programa. O elenco é encabeçado por Reese Witherspoon (Elena Richardson) e Kerry Washington (Mia Warren), que estão bem, apesar de Kerry manter quase sempre as mesmas expressões exageradas constantes de choro ou repulsa. Mas o destaque fica mesmo para o elenco jovem. Todos estão bem competentes e convincentes em seus papéis, mesmo que nem todos se desenvolvam bem. Em especial, temos as versões jovens das personagens principais, interpretadas respectivamente por Tiffany Boone e AnnaSophia Robb, que precisam ser louvadas pelo modo como emularam todos os trejeitos, posturas, tons de voz e jeitos de ser de suas contrapartes adultas. Não parece só imitação, é bem preciso e natural. De toda a minissérie, elas foram as que mais me impressionaram. Em sua abordagem quase novelesca, a produção de consegue envolver e acertar ao fazer paralelos consistentes entre as famílias protagonistas, entre seus filhos, entre as relações conflitantes de suas mães. Dividida entre os privilégios, arrependimentos e a busca por manter uma imagem perfeita de Elena, e a vida cheia de perdas e de fuga constante do seu passado de Mia, um tópico encobre tudo: a maternidade. Seus sacrifícios, dificuldades, bênçãos e significados abarcam todos os principais conflitos da obra, especialmente quando eles são gerados por omissões, mentiras e segredos, e como o atrito destes podem inflamar e acabar destruindo tudo ao seu redor quando são revelados. Assim chegamos à metáfora mais forte da minissérie: o fogo. Ela pode admitir diversas interpretações. Uma que vai um pouco além, embora se ligue diretamente aos temas tratados aqui, que refletem não só a realidade dos EUA, mas do mundo inteiro, e que podem começar a nível micro, pessoal, familiar, e aparecer em todo o resto como resultado: a dos preconceitos. Seja contra negros, imigrantes (com foco no ilegal, nesse caso), ou opção sexual, sutis ou expostos, são problemas que persistem até hoje e parecem não ter solução definitiva. Fazem parte da estrutura de nossa sociedade. E, apesar de nem todo mundo jogar álcool ou gasolina nessas feridas ardidas e nunca saradas do mundo, ou de nem todos segurarem o fósforo, basta uma faísca e todos irão se queimar. Pois fogo apenas queima, não tem distinção entre raça ou condição social. Seja figurativo ou literal, como no final do programa. Sendo que, nesse caso, o fogo assume também a figura de renovador, purificador, libertador. Com um final bem em aberto e sem detalhes importantes, faltando com a precisão, sutileza e conclusão de algumas de suas tramas e abordagens, a minissérie da Hulu apresenta bons momentos e reflexões no meio de tantos pequenos incêndios por toda parte.
Pessoas normais, mas não menos complexas, vivendo relacionamentos normais, mas não menos complicados e doloridos. Dá para definir Normal People assim. Daisy Edgar-Jones (como Marianne Sheridan) e Paul Mescal (como Connell Waldron, indicado merecidamente ao Emmy de Melhor Ator em Minissérie), além de entregarem performances fortes, têm uma química fantástica. Apesar de serem adultos interpretando adolescentes, isso não se torna um problema tão grande. Eles apaixonam, emocionam, preocupam, envolvem. Encaram as idas e vindas de uma paixão ardente e de um amor pesado. Aliás, essas “idas e vindas” se tornam um recurso narrativo interessante na minissérie. Entre episódios, essas passagens de tempo podem parecer estranhas a princípio, mas funcionam bastante junto a ações repetidas (beijos, sexo, diálogos). Demonstram bem a evolução e desenvolvimento emocional dos protagonistas. Eles são humanos, falhos, cheios de problemas de comunicação e de vida familiar. Um tem ansiedade e problemas de se expressar, apesar de ter uma mãe carinhosa; a outra tem uma mãe negligente e passiva, um histórico de agressão paternal herdado pelo seu irmão, e, desse modo, nunca soube de fato o que era amor. Seus problemas acabam sendo tanto o que os une quanto a força de repulsão que os separa, uma vez que a história é escrita por faltas, barreiras emocionais, urgência, adrenalina ao contato e de busca por cuidado. A minissérie trata muito, também, sobre a psicologia das imperfeições e toxicidade dos relacionamentos; seja nas "amizades", nas paixões, nas famílias... Até mesmo os bons relacionamentos têm potenciais problemáticos. A cinematografia pontua os espaços, as planícies, os vazios, os silêncios, seja em salas cheias de cadeiras desocupadas ou em festas. Os diretores Lenny Abrahamson (indicado ao Emmy de Melhor Direção pelo episódio 5) e Hettie Macdonald, que dividem a direção dos 12 episódios, se complementam em sensibilidade e usam esses paralelos, quando os protagonistas estão separados, como contrapartida à extrema intimidade, aproximação, e preenchimento que os personagens experienciam ao estarem juntos. A trilha sonora, formada por ótimos covers (de Adele, Joy Division...), por músicas indie e pop (Carly Rae Jepsen, Imogen Heap, dentre outros), e de um instrumental bem emocional (do compositor Stephen Rennicks), envelopa a história muito bem. Foi realmente uma minissérie que me surpreendeu e me pegou de jeito em vários momentos. Talvez sofra um pouco pela falta de detalhes nos entretempos e nos passados dos personagens, mas o final é bem forte pela singeleza da sensação de "virar a página", de cumplicidade e liberdade, de aceitação sobre si e sobre o outro. Mesmo que se completem, que se amem intensamente, eles agora podem viver sem a dependência emocional que sentiam. A série ainda foi indicada a Melhor Roteiro em Minissérie (pelo 3° Episódio), e Melhor Elenco. Não dá para falar muito sem mais spoilers, pois é uma minissérie sobre sentir; um “romance” bem atual, real. Então, assistam e sintam. "Você só precisa esclarecer para si mesmo o que acha que é justo e bom no mundo."
Na segunda temporada (inicialmente, uma minissérie), a série acerta melhor em seu ritmo e em gênero, agora totalmente investigativo, apesar de ainda sombria, e não soa tão dispersa como sua temporada original. O trio principal, formado por Dakota Fanning (como Sara Howard), Luke Evans (como John Moore) e Daniel Brühl (como Dr. Lazlo Kreizler) parecem bem mais à vontade em seus personagens e entrosados entre si. Os 3 se desenvolvem mais ao longo dos 8 episódios. Surgem promoções ou independência no trabalho de detetive, possíveis relacionamentos mais íntimos, nascidos anteriormente, tornando-se paixões platônicas, e os solitários encontrando novas parcerias e possibilidades fora deste circulo de amizade. A ambientação continua ótima, e trama é mais rápida e consistente. Falando na trama, ela gira em torno de uma nova personagem: Libby Hatcher, que sequestra bebês e os usa como substitutos para sua filha supostamente perdida. Em sua psicose, a série monta conexões interessantes entre ela e Sara, no que tange à tragédias pessoais ainda na infância e relações familiares turbulentas. Libby foi interpretada incrivelmente por Rosy McEwen (estreante na TV), que POSSÍVEIS SPOILERS assume o subtítulo da temporada: é um Anjo das Trevas. Ela tem destaque em todas as cenas que participa com uma atuação cheia de nuances, partindo da imprevisibilidade e da violência, para um carinho distorcido e fragilidade frente à maternidade. Uma amálgama de falta de amor, inocência dilacerada e tristeza profunda no coração. Assim, a série reforça uma de suas frases mais fortes: “Partimos para parar um monstro, mas tudo o que encontramos foi uma criança ferida.” As tramas particulares do trio principal avançam para lugares diferentes no fim, embora reforcem a união e estima que têm um pelo outro. Então, caso não haja uma terceira temporada, o "encerramento" até que foi bom.
Bem composta e conduzida, tem ótima trilha sonora, efeitos especiais e cenas de ação. A história é bem simples e algumas soluções também, mas o Bebê Yoda e a exploração de universo compensam demais.
Perry Mason (1ª Temporada)
3.8 34 Assista AgoraNunca assisti à série original, mas sempre ouvi falar, seja através de referências ou em personagens inspirados no icônico investigador dos anos 60, como o ornitorrinco e agente secreto Perry, da série animada "Phineas e Ferb".
Por isso, não posso julgar quanto a possíveis mudanças ou reformulações nos temas e/ou personalidades dos elementos entre as duas versões. Mas, o que posso falar é que a HBO acertou novamente.
Gosto como a série tem toda uma atmosfera e linguagens narrativas bem convencionais para o gênero de drama policial, investigativo, Neo Noir e de época, mas que, junto a uma trama até simples, consegue desenvolver muito bem as nuances, preconceitos, ganâncias e ideais da sociedade dos anos 30; nesse caso, em Los Angeles.
É uma série que consegue articular bem seu enredo principal com subtramas de temas de importante discussão atualmente, em destaque para o racismo, a corrupção e o machismo institucionais.
Englobados numa reconstituição de época, cinematografia e produção refinadíssimas (marcas da HBO), uma mulher (Emily Dodson, interpretada por Gayle Rankin) e seu marido ausente e endividado na jogatina (Matthew Dodson, interpretado Nate Corddry) têm seu bebê, Charlie, sequestrado e tragicamente morto. Ambos são, subsequentemente, acusados de envolvimento direto ou indireto no crime.
A partir daí, entram em cena para encontrar as verdades escondidas em todo lugar e por várias pessoas: Perry Mason (Matthew Rhys), um investigador em decadência, seu parceiro Pete (Shea Whigham), auxiliando e sendo auxiliados depois por E.B. Jonathan (John Lithgow) e sua associada Della Street (Juliet Rylance), além de Paul Drake (Chris Chalk), um policial negro.
Envolvendo toda essa história de assassinatos, investigações e tribunais, temos a religião, aqui manipulativa e espetaculosa, e a política e polícia, sem escrúpulos ou bússola moral.
A primeira é representada por Irmã Alice McMcKeegan (Tatiana Maslany) e sua mãe, Birdy (Lili Taylor), fundadoras, líderes e pastoras da Assembleia Radiante de Deus; as outras representadas por Maynard Barnes (Stephen Root), Promotor do Distrito e candidato à Prefeitura, que faz de tudo para ganhar o caso, e o detetive corrupto Ennis (Andrew Howard).
O desenvolvimento de todos esses personagens e tramas ficam a cargo de 8 episódios que nem sempre contam com o melhor dos ritmos, mas que são muito bem dirigidos (principalmente pelo veterano da HBO, Timothy Van Patten) e eficientes em prender a atenção e o interesse por 8 horas. Mesmo que uma maratona direta não seja exatamente recomendada.
Ainda mais com a trilha sonora, composta por Terence Blanchard, que utiliza de pianos, cordas, tons experimentais e um saxofone extremamente atmosférico (lembrando a trilha sonora de Bernard Herrmann para Taxi Driver) para auxiliar na construção de um clima soturno e cheio de peso, mas até confortável e familiar.
É ainda preciso salientar que o elenco todo está realmente ótimo, e que há grandes evoluções, novas combinações e arcos abertos de personagens que prometem um segundo ano ainda mais interessante.
Estarei no aguardo.
Sons of Anarchy (5ª Temporada)
4.6 345 Assista AgoraApesar de não ser tão forte como a temporada anterior, possui diversos méritos: é a temporada mais agitada, com mais ação, é competente no desenvolvimento de alguns personagens às suas facetas "finais" (a partir de muitas disputas, traições e reviravoltas internas), e é a temporada com menos humor até agora, pois todos os personagens demonstram suas fraquezas e defeitos mais explicitamente. E certamente foi a temporada mais efetiva em me deixar puto com quase todos os personagens.
Bobby (Mark Boone Jr.), Chibs (Tommy Flanagan), Juice (Theo Rossi) e Tig (Kim Coates) continuam sendo bons coadjuvantes, todos passando por seus próprios conflitos, internos ou não, concernentes à nova liderança, a velhas histórias e amizades abaladas, e a decisões complicadas e arriscadas para o futuro do clube. Clube este que está realmente quebrado (e todos conseguem sentir isso), por mentiras, omissões e até verdades duras cometidas com o pressuposto de "fiz isso tentando salvar o Clube".
Ron Pearlman veste o colete de seu Clay Morrow com uma postura de "cabisbaixo, talvez quebrado, mas não menos ardiloso" que funciona, apesar dele estar fazendo hora extra na série. Se você tiver um pouco de paciência aguardando alguma recompensação através da justiça, talvez fique satisfeito.
Gemma (Katey Sagal) subiu dois degraus na escada da filhadaputice, se tornando uma daquelas personagens que amamos odiar, e a relação dela com Tara (Maggie Siff) foi uma das subtramas mais interessantes desta temporada. O modo como elas continuam disputando poder, influência, espaço e amor com o Jax e os filhos. Usando todos os erros e vacilos de ambas para justificar seus egoísmos ou temores.
Tara querendo segurança e livrar seus filhos dos perigos do "ofício" de seu pai; Gemma sabendo que não consegue viver longe de sua família, mas que sempre vacila e os afasta... É um ótimo trabalho de Sagal e Siff.
Wayne Unser (Dayton Callie) continua sendo a pedra angular da série, jogando na cara dos personagens quem eles realmente são e seus erros. E tivemos a adição de Nero Padilla (Jimmy Smits), personagem mais profundo do que esperava.
Mas o trabalho mais forte de desenvolvimento fica mesmo com o Jax Teller de Charlie Hunnam. Foi interessante ver como ele muda muito suas atitudes, feições, psicologia e modo de agir após assumir o martelo (sentindo como ele realmente corrompe) e presenciar o triste ocorrido com Opie (Ryan Hurst), seu melhor amigo. Está bem mais resoluto, sério, agressivo, vingativo, inteligente e até com leves traços de psicopatia em certos momentos.
É um anti-herói bem intrigante de se ver construindo, pois ele meio que está emulando características de quem mais ele odeia; talvez por perceber que, para ser um líder categórico e que quer mesmo mudar, algumas delas têm de ser conservadas.
Soa como uma temporada de transição, só que das bem feitas. Há ótimas reviravoltas pontuais, especialmente nos episódios finais. E já dá para sentir que os caminhos que a trama seguirá nas últimas duas temporadas serão intensos.
Uma última coisa: as cenas finais dessa temporada e da anterior (quarta) servem para exemplificar o paralelo interessante entre os joguinhos de poder entre Tara e Gemma, e já estou esperando pelos próximos passos das duas.
Dark (3ª Temporada)
4.3 1,3KNesta terceira e última temporada, Dark tem seus momentos mais pesados e carregados emocionalmente, assim como todo fim de ciclo deve ter. E nesse caso foram tantos, que o final ressoa ainda mais emocionante.
O planejamento, construção e desenvolvimento da trama, a montagem e a direção de elenco são os pontos mais fortes da série. Somente a semelhança absurda entre atores que interpretam fases diferentes de um mesmo personagem, e seus talentos, já seriam o suficiente para pôr Dark em um hall especial do audiovisual. Mas ela vai além, muito além.
Entre mundos e realidades paralelas, buracos de minhoca, viagens no tempo, paradoxos, disputas pelo poder sobre o Tempo e árvores genealógicas labirínticas, o futuro influencia no passado, e o passado nem sempre pode ser alterado.
Envolta na parte científica e complexa à enésima potência da série, há tramas puramente humanas. Traumas familiares, arrependimentos, angústias, dor, sofrimento, traição e ambição. A inevitabilidade, o destino, escolhas e o livre arbítrio debelam a todo instante.
Assim, Dark é complicada, expansiva, estranha, e extremamente familiar, sensível e compreensível ao mesmo tempo. Ao menos no drama dos personagens. E o drama aqui é forte demais.
Apesar desta ser a temporada mais expositiva (e com razão) da série alemã, algumas questões ainda permaneceram sem explicação ou resposta. Mas, de qualquer maneira, "O que sabemos é uma gota. O que não sabemos é um oceano."
Se o fim é o começo, e o começo é o fim, ambos estão conectados pela mais forte das emoções, que fica presa na garganta. Aquela que conecta todos os personagens, em diferentes medidas e intensidades... Sendo o mais resistente dos nós: o Amor. Seja ele fraterno ou materno, passional ou passageiro, impossível ou não. E todo eles acabam sendo subjugados pelo elemento mais implacável e cruel desta equação: o Tempo.
É assim, com lições sobre tempo, dor e amor, ainda conservando sua ousadia e originalidades, que Dark se consagra como uma das melhores e mais completas séries dos últimos tempos. Sentirei saudades.
"Nosso pensamento é marcado pelo dualismo. Entrada, saída. Branco, preto. Bem, mal. Tudo vem em pares opostos. Mas isso está errado.
I Know This Much Is True
4.3 105 Assista AgoraI Know This Much Is True conta com uma trama densa que envolve perda, traumas, luto, escolhas e consequências, o peso da responsabilidade, autodescobertas e reconstrução.
Mark Ruffalo, interpretando os gêmeos Dominick e Thomas, este último com esquizofrenia, entrega, provavelmente, a melhor atuação de sua carreira. A carga dramática e mudanças físicas imputadas em ambas as interpretações funcionam perfeitamente. A dedicação do ator é evidente, e a HBO fornece mais uma vez uma minissérie forte e consistente.
Todo o elenco é ótimo, mas uma menção válida fica para Philip Ettinger, que desenvolveu muito bem as nuances dos gêmeos em sua fase adolescente.
Além do roteiro, a direção de Derek Cianfrance é precisa em todos os momentos, destacando as emoções do elenco com closes fechados, íntimos e até desconfortáveis. Por vezes, ele desenvolve muitos sentimentos com o silêncio ou com o vazio.
A cinematografia é linda em traços sóbrios. Os anos 80 num espectro estético mais comedido e sério. E a trilha sonora de Harold Budd reveste muito bem o clima da produção. É maviosa, melancólica e emocional.
Os episódios são pesarosos, até deprimentes, mas com certeza valem pela maneira realista com que abordam seus conteúdos trágicos.
Com certeza vai figurar no próximo Emmy, e com muita razão.
"O amor cresce do perdão. Da destruição, vem a renovação. A evidência de Deus existe nas nossas conexões uns com os outros. Consegui entender pelo menos isso. Eu sei que pelo menos isto é verdade."
Sons of Anarchy (4ª Temporada)
4.6 253 Assista AgoraDepois de uma terceira temporada um pouco fraca, a quarta temporada veio pra restabelecer o quanto a série pode ser foda quando trata bem o desenvolvimento de seus personagens e trama. E esses dois pontos foram fortíssimos aqui. O peso e responsabilidade das escolhas, o fato de que, erradas ou certas, todas são difíceis e podem ter duras consequências, seja para si, para os outros, para sua família, para o seu Clube...
O "Faço isso pela família" tomou significados diferentes. Seja pela avareza e individualidade de uns (Clay, de Ron Perlman) ou pelas tentativas contínuas de fazer a frase valer por outros (Jax, de Charlie Hunnam). A corrente de confiança que ligava o Clube e suas motocicletas começa a se romper. Até Gemma, de Katey Sagal, antes quem os mantinha unidos, percebe, tem sua porção nessa fissão e sente na pele seus efeitos. Com isso, seus integrantes começam a pilotar sozinhos por estradas diferentes; forçados por forças externas e internas, quase se perdendo no processo.
É a temporada mais forte da série, e tem os episódios e acontecimentos mais carregados até o momento. Seja por conta de algumas mortes, pelo crescimento e mudança de alguns personagens (para o bem ou para o mal) ou pela clara evolução técnica e de narrativa. E todo o elenco entrega suas performances mais intensas e consistentes até aqui, apoiados por ótimos diálogos. Soa muito como um ponto de virada na história. Em tom, principalmente. Toda a segunda metade da temporada é sensacional, mas o finalzinho, enquanto House Of The Rising Sun toca, no último shot... É icônico.
Pequenos Incêndios Por Toda Parte
4.3 526 Assista AgoraA minissérie pode soar por vezes inchada, por tratar de múltiplos temas ao longo dos seus 8 episódios, e também um pouco perdida, desinteressante e não orgânica na abordagem de outros, como consequência direta do primeiro problema. Porém, o fato de falar sobre temas polêmicos, embora complicados, como racismo estrutural, aborto e adoção, já coloca algum valor no programa.
O elenco é encabeçado por Reese Witherspoon (Elena Richardson) e Kerry Washington (Mia Warren), que estão bem, apesar de Kerry manter quase sempre as mesmas expressões exageradas constantes de choro ou repulsa. Mas o destaque fica mesmo para o elenco jovem. Todos estão bem competentes e convincentes em seus papéis, mesmo que nem todos se desenvolvam bem. Em especial, temos as versões jovens das personagens principais, interpretadas respectivamente por Tiffany Boone e AnnaSophia Robb, que precisam ser louvadas pelo modo como emularam todos os trejeitos, posturas, tons de voz e jeitos de ser de suas contrapartes adultas. Não parece só imitação, é bem preciso e natural. De toda a minissérie, elas foram as que mais me impressionaram.
Em sua abordagem quase novelesca, a produção de consegue envolver e acertar ao fazer paralelos consistentes entre as famílias protagonistas, entre seus filhos, entre as relações conflitantes de suas mães. Dividida entre os privilégios, arrependimentos e a busca por manter uma imagem perfeita de Elena, e a vida cheia de perdas e de fuga constante do seu passado de Mia, um tópico encobre tudo: a maternidade. Seus sacrifícios, dificuldades, bênçãos e significados abarcam todos os principais conflitos da obra, especialmente quando eles são gerados por omissões, mentiras e segredos, e como o atrito destes podem inflamar e acabar destruindo tudo ao seu redor quando são revelados.
Assim chegamos à metáfora mais forte da minissérie: o fogo. Ela pode admitir diversas interpretações. Uma que vai um pouco além, embora se ligue diretamente aos temas tratados aqui, que refletem não só a realidade dos EUA, mas do mundo inteiro, e que podem começar a nível micro, pessoal, familiar, e aparecer em todo o resto como resultado: a dos preconceitos.
Seja contra negros, imigrantes (com foco no ilegal, nesse caso), ou opção sexual, sutis ou expostos, são problemas que persistem até hoje e parecem não ter solução definitiva. Fazem parte da estrutura de nossa sociedade. E, apesar de nem todo mundo jogar álcool ou gasolina nessas feridas ardidas e nunca saradas do mundo, ou de nem todos segurarem o fósforo, basta uma faísca e todos irão se queimar.
Pois fogo apenas queima, não tem distinção entre raça ou condição social. Seja figurativo ou literal, como no final do programa. Sendo que, nesse caso, o fogo assume também a figura de renovador, purificador, libertador.
Com um final bem em aberto e sem detalhes importantes, faltando com a precisão, sutileza e conclusão de algumas de suas tramas e abordagens, a minissérie da Hulu apresenta bons momentos e reflexões no meio de tantos pequenos incêndios por toda parte.
Normal People
4.4 438Pessoas normais, mas não menos complexas, vivendo relacionamentos normais, mas não menos complicados e doloridos. Dá para definir Normal People assim.
Daisy Edgar-Jones (como Marianne Sheridan) e Paul Mescal (como Connell Waldron, indicado merecidamente ao Emmy de Melhor Ator em Minissérie), além de entregarem performances fortes, têm uma química fantástica. Apesar de serem adultos interpretando adolescentes, isso não se torna um problema tão grande.
Eles apaixonam, emocionam, preocupam, envolvem. Encaram as idas e vindas de uma paixão ardente e de um amor pesado.
Aliás, essas “idas e vindas” se tornam um recurso narrativo interessante na minissérie. Entre episódios, essas passagens de tempo podem parecer estranhas a princípio, mas funcionam bastante junto a ações repetidas (beijos, sexo, diálogos). Demonstram bem a evolução e desenvolvimento emocional dos protagonistas.
Eles são humanos, falhos, cheios de problemas de comunicação e de vida familiar. Um tem ansiedade e problemas de se expressar, apesar de ter uma mãe carinhosa; a outra tem uma mãe negligente e passiva, um histórico de agressão paternal herdado pelo seu irmão, e, desse modo, nunca soube de fato o que era amor.
Seus problemas acabam sendo tanto o que os une quanto a força de repulsão que os separa, uma vez que a história é escrita por faltas, barreiras emocionais, urgência, adrenalina ao contato e de busca por cuidado. A minissérie trata muito, também, sobre a psicologia das imperfeições e toxicidade dos relacionamentos; seja nas "amizades", nas paixões, nas famílias... Até mesmo os bons relacionamentos têm potenciais problemáticos.
A cinematografia pontua os espaços, as planícies, os vazios, os silêncios, seja em salas cheias de cadeiras desocupadas ou em festas. Os diretores Lenny Abrahamson (indicado ao Emmy de Melhor Direção pelo episódio 5) e Hettie Macdonald, que dividem a direção dos 12 episódios, se complementam em sensibilidade e usam esses paralelos, quando os protagonistas estão separados, como contrapartida à extrema intimidade, aproximação, e preenchimento que os personagens experienciam ao estarem juntos.
A trilha sonora, formada por ótimos covers (de Adele, Joy Division...), por músicas indie e pop (Carly Rae Jepsen, Imogen Heap, dentre outros), e de um instrumental bem emocional (do compositor Stephen Rennicks), envelopa a história muito bem.
Foi realmente uma minissérie que me surpreendeu e me pegou de jeito em vários momentos. Talvez sofra um pouco pela falta de detalhes nos entretempos e nos passados dos personagens, mas o final é bem forte pela singeleza da sensação de "virar a página", de cumplicidade e liberdade, de aceitação sobre si e sobre o outro. Mesmo que se completem, que se amem intensamente, eles agora podem viver sem a dependência emocional que sentiam.
A série ainda foi indicada a Melhor Roteiro em Minissérie (pelo 3° Episódio), e Melhor Elenco.
Não dá para falar muito sem mais spoilers, pois é uma minissérie sobre sentir; um “romance” bem atual, real. Então, assistam e sintam.
"Você só precisa esclarecer para si mesmo o que acha que é justo e bom no mundo."
O Alienista: O Anjo das Trevas (2ª Temporada)
4.1 98 Assista AgoraNa segunda temporada (inicialmente, uma minissérie), a série acerta melhor em seu ritmo e em gênero, agora totalmente investigativo, apesar de ainda sombria, e não soa tão dispersa como sua temporada original.
O trio principal, formado por Dakota Fanning (como Sara Howard), Luke Evans (como John Moore) e Daniel Brühl (como Dr. Lazlo Kreizler) parecem bem mais à vontade em seus personagens e entrosados entre si. Os 3 se desenvolvem mais ao longo dos 8 episódios. Surgem promoções ou independência no trabalho de detetive, possíveis relacionamentos mais íntimos, nascidos anteriormente, tornando-se paixões platônicas, e os solitários encontrando novas parcerias e possibilidades fora deste circulo de amizade.
A ambientação continua ótima, e trama é mais rápida e consistente. Falando na trama, ela gira em torno de uma nova personagem: Libby Hatcher, que sequestra bebês e os usa como substitutos para sua filha supostamente perdida. Em sua psicose, a série monta conexões interessantes entre ela e Sara, no que tange à tragédias pessoais ainda na infância e relações familiares turbulentas.
Libby foi interpretada incrivelmente por Rosy McEwen (estreante na TV), que POSSÍVEIS SPOILERS assume o subtítulo da temporada: é um Anjo das Trevas. Ela tem destaque em todas as cenas que participa com uma atuação cheia de nuances, partindo da imprevisibilidade e da violência, para um carinho distorcido e fragilidade frente à maternidade. Uma amálgama de falta de amor, inocência dilacerada e tristeza profunda no coração.
Assim, a série reforça uma de suas frases mais fortes: “Partimos para parar um monstro, mas tudo o que encontramos foi uma criança ferida.”
As tramas particulares do trio principal avançam para lugares diferentes no fim, embora reforcem a união e estima que têm um pelo outro. Então, caso não haja uma terceira temporada, o "encerramento" até que foi bom.
O Mandaloriano: Star Wars (1ª Temporada)
4.4 532 Assista AgoraBem composta e conduzida, tem ótima trilha sonora, efeitos especiais e cenas de ação. A história é bem simples e algumas soluções também, mas o Bebê Yoda e a exploração de universo compensam demais.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraNem preciso falar nada...