Este filme no Brasil ganhou o nome de "O Golpe" As vezes, a mistura de nada com nada pode resultar em algo diferente de...nada. "O Golpe" (The Big Bounce, EUA, 2003) é uma mistura de roteiro confuso e abstrato com situações apáticas e interpretações rasteiras. Ou seja, a fita é um zero a esquerda. Tentando parecer uma mistura de comédia com aventura e pitadas de propaganda turística (no caso o Havaí pela milésima vez é retratado como o paraíso de surfistas e gatinhas peitudas), "O Golpe" não vai a lugar nenhum por conta do roteiro mais pateta do ano. Não seria exagero dizer que "O Golpe" tem o pior roteiro de todos os tempos. Isto porque a fita parece não ter base, não existe clímax, não existe objetivo. Os personagens vão um a um apenas proferindo frases babacas e tentando fazer alguma coisa para disfarçar a falta de assunto completa da trama. Owen Wilson interpreta um surfista malandro que aplica pequenos golpes nas horas vagas. Ele então conhece uma garota bem esperta (Sara Foster) que propõe a ele aplicar um golpe mais perigoso, que renderia aos dois uns milhares de dólares. Se até aí você não achou nada de tão absurdo e até se interessou pela fita, pense novamente. O golpe do título é com certeza o mais mal trabalhado da história do cinema. O roteiro vai atirando para todos os lados e nunca se completa. O filme parece uma colagem de situações que vão ao longo de intermináveis 85 minutos tentando se unir sem muito sucesso. Não existe conexão, não existe emoção, não existe um pingo de verossimilhança e principalmente não existe lógica. O diretor George Armitage tenta se valer de uma edição rápida na tentativa de surpreender o espectador pela famosa técnica do "nada é o que parece". Ou seja, os personagens sempre parecem ser uma coisa e no final se revelam de outra forma. Só que todos eles são tão mal construídos que tudo o que o filme consegue é confundir o espectador e criar apenas situações bobas e mal trabalhadas. O elenco de peso, que conta com nomes de Morgan Freeman, Gary Sinise, Bebe Neuwirth e Charlie Sheen, está mais perdido e deslocado do que nunca em papéis infames. A dupla Wilson e Foster até tenta segurar as pontas mas não se saem muito bem. Infeliz até o último centímetro de celulóide, "O Golpe" é a típica produção que começa mal, caminha mal e termina mal. Do roteiro infame as atuações canastronas, apenas uma piada ou outra consegue tirar do espectador um sorriso amarelo. Algo insuficiente para compensar os gigantescos defeitos deste filme equivocado. http://www.epipoca.com.br/
Se há algo bem difícil de se sustentar hoje, esse algo é a neutralidade perante alguns títulos lançados semana após semana nos cinemas. Gêneros se reciclam da maneira mais literal possível: resgata para se fazer a mesma coisa, com uma textura às vezes pior. Quando preguiçoso, um filme pode apenas reunir alguns recortes do que já deu certo um dia – há muito tempo – mas sempre escolhendo o pedacinho mais batido. Filme adolescente segue bem essa linha. E aí é impossível, por mais sensato que se possa ser, evitar ser preconceituoso. O que pode causar algumas quebradas de cara também. Eu Sou o Número Quatro, está bem no meio disso tudo, mas sobrevive apesar da grande malha de lugares comuns.
O filme narra a trajetória de “Quatro”, um dentre um grupo de nove alienígenas que escaparam de seu planeta natal antes dele ser destruído. Agora, escondidos na Terra, os nove alienígenas tocam suas vidas em separado, sem se conhecerem e procurando não chamar a atenção de um grupo inimigo que fará de tudo para matá-los na ordem numérica para depois acabar também com o mundo. “Quatro”, ou John Smith (codinome usado na maior parte do filme), após sentir o assassinato do terceiro alienígena, precisará lutar por sua vida e a das pessoas próximas.
Baseado no livro de Jobie Hughes e James Frey, o filme tem uma premissa simples e um desenvolvimento eficaz, mesmo que em cima de uma estrutura absolutamente genérica com personagens rasos. Todo o primeiro ato do longa se resume a uma sucessão de bobagens que parecem sempre darem certo para prender o público teen, mas que irrita quem já passou dessa fase e, portanto, compreende de cara o tipo de persuasão fajuta na tela. O garoto novato, o deslocado que sofre bullying e vê naquele uma chance de fazer amizade e ter segurança na escola, a bela garota que engata um romance após alguns minutos observando o jovem rapaz e o marrento que concentra um amor pela beldade em questão, o mal caratismo que atormenta os mais fracos e um ódio enciumado e impiedoso pelo então herói recém-chegado. Todos são meros peões de um joguinho de conquista da plateia que, por sorte, é abandonado quando começa a cansar.
Eu Sou O Número Quatro funciona quando aceita que já garantiu o retorno de quem queria e passa a falar daquilo que a sua história tem como seu: uma ficção-científica para adolescentes centrada na luta pela sobrevivência. E mesmo que o faça se valendo de outras centenas de forçações para cair no gosto (como as descobertas dos poderes de John pouco a pouco), o faz de uma maneira que não torne evidente as oscilações de criatividade – seja da história original, seja do roteiro adaptado. Mas tudo ainda é muito facilmente entregue. A direção de D.J. Caruso impede que o público crie expectativas sobre acontecimentos iminentes por conta das tantas dicas que as suas opções de filmar dão. E sem a ajuda de um roteiro que não se preocupa em se aprofundar nos personagens, e sim nas relações superficiais deles, fica realmente complicado aceitar que certas atitudes, encontros e decisões aconteçam de forma tão espontânea.
O elenco também oscila. Alex Pettyfer tem carisma, mas volta e meia se pega em trejeitos forçados para repassar uma autoconfiança que John deveria ter. Dianna Agron, como Sarah, é mais um acréscimo estético do que artístico e parece que sempre está falando por conta de sua Quinn Fabray, da série Glee, só que sem versos. Já Callan McAuliffe, como o amigo de John, Sam, deixa visível o seu esforço para formar um sentimentalismo em cena que é impossível de pescar. Ao menos Timothy Olyphant, como o mentor de John, Henri, passa uma sensação paternal e fraternal ao mesmo tempo, especificando o tipo de relação familiar que tem com “Quatro”. Além dele, apenas Kevin Durand se sai muitíssimo bem, este como o vilão Comandante Mogadorian – detalhe para o bom trabalho de maquiagem.
Na técnica, sem ressalvas. A Os efeitos visuais são eficazes e bons o suficiente para não pendurarem uma placa de “tosco” no letreiro do filme – a sequência do clímax demonstra isso – e, ainda, há até um inesperado bom trabalho com a fotografia. Mas nada que conceda à produção como um todo um status exemplar.
Mesmo com tantos lugares comuns, Eu Sou o Número Quatro entretém. Não é nenhum trabalho marcante, mas tem seus pingos de bom senso bem distribuídos por sua história. E, surpresa (talvez), uma continuação poderia até ser benvinda se souberem como aproveitá-la. E esse é um direito que a trama ganha por saber se encerrar da forma certa. Até agora. http://pipocacombo.com/
Foi inesperado fracasso de bilheteria, lá fora e também aqui, este eficiente filme de ação. Talvez por ser um pouco violento demais. Apesar de previsível, ele funciona perfeitamente para quem gosta do gênero. Tem bons atores, personagens curiosos, muita ação, reviravoltas na trama, paisagens interessantes das Montanhas Rochosas. Experimentem. http://cinema.uol.com.br/
Tentativa mal sucedida de criar uma franquia ressuscitando um personagem dos quadrinhos de Walter Gibson que fez muito sucesso no rádio (com a voz de Orson Welles e o slogan "Quem sabe que mal existe no coração dos homens?)
Embora tenha uma produção luxuosa e decorativa, recriando a época, erra em praticamente tudo, começando pelo diretor (que não tem qualquer conteúdo), a heroína (Penelope não consegue ser sofisticada, embora uma mulher belíssima) e mesmo Baldwin (que serve mais para coadjuvante do que herói). http://cinema.uol.com.br/
Ele é um policial fazendo um trabalho sujo, mas... Alguém tem que fazê-lo" - era o que dizia a frase na tagline do cartaz do filme Fúria Mortal (Out for Justice, 1991), sucesso do início dos anos 90 estrelado por Steven Seagal, astro em ascensão na época despontando com filmes que dominavam as bilheterias e traziam para as telas um novo artista marcial para o típico gênero de ação que até então lotava as salas de cinema. Seagal obviamente faz o mais do mesmo em sua limitada atuação, entretanto, o mestre de Aikido e perito em várias lutas marciais estava em sua melhor forma e suas exclusivas habilidades fazem de Out For Justice um de seus melhores filmes até então. O saudoso John Flynn (1932-2007) comandou a direção e já demonstrara ser um ótimo diretor anteriormente ao trabalhar com Stallone no drama de ação Condenação Brutal (Lock Up, 1989) e Seagal teve a sorte de ser dirigido pelos melhores diretores do gênero na época como Andrew Davis, em seu primeiro filme Nico - Acima da lei (Above the law, 1988), que posteriormente voltou a dirigi-lo em A força em Alerta (Under Siege, 1992), além de Dwight H. Little em Marcado para a morte (Marked for death, 1990) e alguns outros bons cineastas. Além de ótimas sequências de luta, há também violentas cenas de tiroteio com um realismo que se tornara marcante nos filmes do ator que conquistou rapidamente o público que aprecia ação com estilo brutal e mais próximo da realidade sobrando pouco ou nenhum espaço para cenas fantasiosas. Numa das cenas de luta há uma especial dentro de um bar em que Seagal faz um rápido confronto de bastões com o mestre coreano Dan Inosanto, discípulo e amigo do lendário Bruce Lee.
O longa figurou entre os grandes sucessos do cinema físico no início dos anos 90 tendo alcançado ótima bilheteria nos EUA, pouco mais de US$ 39 milhões, que cobriu satisfatoriamente o orçamento de US$ 14 milhões segundo consta no imdb. Fúria Mortal foi o quarto filme da então promissora carreira de Seagal que na época ainda era um astro em ascenção e emplacava um sucesso atrás do outro desde sua estréia em Nico - Acima da lei. Enfim, é um cult muito recomendado especialmente para os fãs de ação mais nostálgicos e principalmente para os que conhecem apenas a recente (e medíocre) carreira do agora ex-astro.
"Regras do Jogo" é um bom filme de tribunal, com flashbacks que remetem a incidentes ocorridos durante a Guerra do Vietnã.
Realizado pelo cineasta William Friedkin, o filme apresenta ótimas interpretações de um elenco talentoso, de Tommy Lee Jones e Samuel L. Jackson a Guy Pearce e Bruce Greenwood. Merecem também registros, as participações de Blair Underwood, Ben Kingsley e Anne Archer.
A trama é bem construída, os diálogos são excelentes. Tendo elementos similares aos já vistos em "Questão de Honra", de 1992, e "Coragem sob Fogo", de 1996, "Regras do Jogo" tem vida própria, embora não chegue aos níveis de qualidade dos anteriores. http://www.70anosdecinema.pro.br/
"A Conspiração" é um bom filme que apresenta uma inteligente e interessante trama sobre os bastidores do universo político americano. Ao apresentar, de forma contundente, o político que usa de todas as armas para alcançar seus objetivos, o filme tenta mostrar como os padrões morais têm caído nos Estados Unidos. Entre outros, o filme toca em temas como aborto, integridade, lealdade.
Seu ponto forte são as ótimas atuações de Joan Allen, merecedora do Oscar (embora só tenha tido a indicação), bem como, as de Jeff Bridges e Gary Oldman. O elenco coadjuvante também está acima da média, com ênfase para as atuações de Sam Elliott, Christian Slater e William Petersen. www.70anosdecinema.pro.br
Se na metade dos anos 90 o gênero terror estava dando uma nova guinada com o grande sucesso da série Pânico (1996), no final do mesmo e começo dos anos 2000 o que parecia estar dando certo, começou a virar avacalhação total, com a estréia de filmes do subgênero slasher de gosto extremamente duvidoso (grande parte da culpa foi por causa do sucesso da série Pânico). Até que veio um filme bastante despretensioso chamado Premonição, onde o assassino não é uma pessoa (forma física), mas sim, a Morte (forma espiritual) que mata suas vítimas das mais diversas formas, lembrando muito ao filme A Profecia (1976), que continha mortes bastante criativas. A história do filme se concentra em um adolescente chamado Alex Browning (Devon Sawa) que vai viajar com sua turma do colégio e alguns professores para Paris e acaba tendo uma visão de que o avião em que eles irão viajar vai explodir com todas as pessoas lá dentro. Alex tem um ataque eufórico dentro do avião e tenta parar o vôo, em vão claro, mas ele e alguns colegas de classe são colocados para fora do mesmo. E o inesperado acontece, a visão que Alex teve minutos antes se concretiza diante de todos os alunos que saíram do específico vôo (para os mais curiosos, o nome do vôo é Volée Airlines Flight 180). Um mês depois do fatídico acidente, o melhor amigo de Alex chamado Tod Waggner (Chad Donella) morre enforcado dentro do chuveiro levando todos a crer que o garoto suicidou-se, mas Alex começa a achar tudo muito estranho e tenta entrar em contato os outros sobreviventes para afirmar de que a Morte é a causadora de todos os assassinatos que está acontecendo com os respectivos sobreviventes. Trama de certa forma clichê, você sabe quem vai sobreviver ao final da projeção e quem vai morrer, mas, o filme tem algum charme. Dotado de boas performances, principalmente do protagonista interpretado por Devon Sawa (A Mão Assassina, Gasparzinho, Wild America), e de alguns outros atores, não são todos que nos entregam boas performances hehehe, mas, posso falar que Ali Larter como Clear Rivers está muito bem, e, apesar de pouco aproveitado na trama, o sempre aterrorizante Tony Todd como o agente funerário William Bludworth está ótimo pra variar. Destaco também as cenas de suspense e tensão que giram em torno dos personagens durante seus momentos finais. Altamente mórbido e sádico, mas, o objetivo de ver esse filme é para você se deliciar com as mortes em tela. Sim sim, você meu querido leitor intolerável vai torcer para que algum dos personagens morra da forma mais brutal e no fim da cena vai vibrar pela morte de tal personagem, mesmo que você simpatize com ele. Premonição definitivamente não vai mudar sua vida, tem lá seus erros, mas, se você estiver a fim de assistir um filme de terror do subgênero slasher com um mínimo de originalidade, este é seu filme. http://www.intoleravel.com.br/
Os Ingleses são imprevisíveis. Não são muitos os filmes ingleses que chegam aqui no Brasil, porém as poucas produções que chegam são bem interessantes. Este "O Barato de Grace" traz como tema central o tráfico e o uso da maconha em uma cidade pacata e pequena da Inglaterra, visando mostrar os caminhos que levam uma pessoa para se envolver com esse tipo de comércio, mesmo sabendo dos riscos que está correndo. Pelo fato de o filme se encaixar mais como uma obra pessoal e atirar levemente contra autoridades e contra a hipocrisia social, os conservadores radicalistas não irão pensar duas vezes ao condenar este filme como "defensor das drogas". Afirmar que o filme é um "defensor das drogas" é uma grande bobagem. O filme - mesmo um pouco exageradamente para dar humor - retrata com fidelidade os efeitos da maconha. Um detalhe importante a se destacar é que o filme é imparcial em muito do que se discute (ele não condena, mas muito menos aprova o comércio da maconha); sendo assim, poderá agradar a gregos e troianos sem ofender ninguém. Tudo isso é mesclado com aquele típico (e difícil) humor inglês, e com aquela atmosfera amarga e serena do cinema Europeu. Grace (Brenda Blethyn, ótima) é uma mulher de meia idade que vê se mundo desabar depois que o marido morre estranhamente em um acidente de avião (ele pulou da nave sem pára-quedas "?"). Com o tempo, ela descobre que ele não lhe deixou nenhum bem, à não ser "belas" e pomposas contas para pagar - E para piorar, sua casa está em jogo para ser leiloada caso as dívidas não sejam devidamente pagas. Para deixar seu mundo um pouco mais triste, ela também perde o emprego. Com tantas notícias ruins, rejeição involuntária dos moradores locais e pressão para arrumar dinheiro rápido para não perder a casa; Grace vê sua grande oportunidade surgir quando o jardineiro Matthew (Craig Ferguson, básico) lhe pede para cuidar de sua plantinha de maconha. Grace, sendo uma grande jardineira e tendo uma bela estufa, não pensa duas vezes ao começar a plantar maconha para conseguir dinheiro para pagar suas dividas e conseqüentemente não perder sua casa. Assim ela faz uma parceria com Matthew - que também passa por dificuldades financeiras -, e futuramente eles pretender vender. É exatamente esse o problema: Como vender? Tendo uma premissa tão forte, eu esperava um pouco mais de ousadia do filme. A narrativa segue em seus eixos básicos, segue em linha reta até o final, que por um lado, é bem decepcionante - nada comprometedor, apenas um pouco irreal e, digamos; "otimista" (não tenho nada contra finais "otimistas", porém não ficou legal aqui). O diretor Nigel Cole parece amolecer quando é para ousar, e com isso, as discussões se tornam burocráticas e tímidas - e acabam sendo nada relevantes, infelizmente. Já o roteiro deixa suas pontas de dúvidas como, por exemplo, a inexplicável reunião dos moradores para assistir a forte luz da estufa de Grace. Na parte de produção, a fita está bem servida. A trilha sonora é composta por músicas Pop's para contagiar um pouco mais a comédia; John de Borman está inspirado em um excelente trabalho de fotografia. No elenco, todos estão bem simpáticos - destacando até mesmo os coadjuvantes, que dão um brilho a mais aos personagens. "O Barato de Grace" foi exibido no Sundance, onde saiu com o prêmio "World Cinema" e ainda conseguiu uma indicação ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz. Um reconhecimento nada mau para um filme bom, porém bastante resumido e básico. O grande diferencial de "O Barato de Grace" com relação a outras comédias, é que ela pode ser vista de duas maneiras: Uma como um filme cheio de mensagens, e outra como uma simples diversão. A mais recomendável é está última, pois na primeira o filme fica devendo com relação a sua pretensão e sua proposta. http://www.epipoca.com.br/
Gérard Depardieu é um notório degustador de bons pratos e finas artes. É fácil entender por que o papel de François Vatel, o leal criado do Príncipe de Condé, o seduziu: encarregado pelo patrão, em 1671, a organizar três dias e três noites de festa para toda a corte, com a intenção de agradar ao rei Luís 14, ele prepara cardápios elaborados e dirige números teatrais suntuosos. Além disso, apaixona-se por Anne de Montausier (Uma Thurman) e compra a inimizade do Marquês de Lauzun (Tim Roth).
Com 'Vatel', o diretor inglês Roland Joffé tentou fazer as pazes com a crítica, que o ignora desde 1986, quando levou a Palma de Ouro em Cannes por 'A Missão'. Vatel foi o filme escolhido para abrir o Festival de Cannes de 2000.mas fora a opulência da produção, há pouco para se comemorar.
O filme conta com bons coadjuvantes (como Julian Sands e Timothy Spall), trilha sonora barroca de Ennio Morricone e impressionante produção de época, mas o banquete não entusiasma. O roteiro co-assinado pelo dramaturgo Tom Stoppard ('Shakespeare Apaixonado') carece de concisão e de intensidade. E Joffé, em alguns momentos inspirado, falha em dar unidade e ritmo ao conjunto. http://www1.folha.uol.com.br/
Um filme de formato raríssimo, todo narrado via câmera subjetiva (talvez haja outros assim, mas, no momento, não me lembro de nenhum). Nos noventa e sete minutos de filme, nossos olhos são os olhos de Thomas, um agorafóbico de trinta e três anos que só se comunica com o mundo externo via computador. A história se passa em um futuro indefinido, cheio de cores e máquinas para se fazer tudo. Thomas é uma representação levemente exagerada do que se tornou o conceito de sociabilidade nos anos 2000. Por uma grande rede de computadores interligados, ele faz terapia, conversa com a mãe, demanda serviços diversos, faz compras, contacta prostitutas e até participa de blind dates. O filme é uma excelente idéia muito bem realizada. Apesar de existir uma melancolia de fundo no personagem principal, há vários diálogos muito espirituosos e espertos. A direção de arte é criativa e multi-colorida. Destaque para os "vídeo-poemas" que a personagem Melody mostra para Thomas, que poderiam estar em qualquer museu de arte contemporânea do mundo. Ganhou o prêmio de melhor filme de estréia e o Laterna Magica Prize no Festival de Veneza. E venceu no Angers European First Film Festival, no Brussels International Festival of Fantasy Film, no Espoo Ciné International Film Festival, no Gérardmer Film Festival, no Montréal Festival of New Cinema e no Festival de Paris. http://linguadefel.blogspot.com.br/
Riqueza Perdida" é uma adaptação para o cinema do livro de Thomas Hardy, "The Mayor of Casterbridge". Realizado pelo diretor Michael Winterbottom, o filme gira em torno da redenção de Dillon como pai e líder. A chegada de Elena e Hope o força a repensar sua vida. Com enredo ambientado na "Corrida do Ouro" do Alaska, que levou milhares de homens em busca da fortuna no gelado estado americano, no final do século 19, o filme explora a estória de um homem que vende a esposa e a filha em troca do vil metal. A princípio algo confuso e arrastado, a trama ganha mais força e sentido em sua segunda metade, mas em nenhum momento chega a empolgar. Mas a obra apresenta aspectos positivos como, A trilha sonora de Michael Nyman é excelente. Quanto à fotografia, os contrastes entre os exteriores monocromáticos e a exuberância escurecida dos interiores, dão ao filme um forte estilo visual.
Misture as manipulações sexuais de "Ligações Perigosas", com os excessos picantes de " Quills "e você pode ter uma idéia o que esperar da traquinagem traje colorido de Gabriel Aghion, que define a produção da primeira enciclopédia contra um pano de fundo de sexo desenfreado, hedonismo, e perversão.
Na França do século 18, o Estado em aliança com a Igreja proibiu a publicação e distribuição de enciclopédia de Diderot . Sem desanimar, o seu autor incorrigivelmente promíscuo (Vincent Perez) se esconde com alguns amigos no chateau do barão d'Holbach, onde supervisiona a impressão subterrâneo de sua obra.
Com uma esposa desconfiada, inúmeras amantes e uma filha ansiosa para começar suas próprias explorações sensuais, não é de surpreender que Diderot está lutando para completar uma entrada sobre moralidade. Outras complicações acontecer com a chegada da misteriosa Madame Therbouche (Fanny Ardant) e irmão do Barão do Cardeal (Michel Serrault), ambos os quais são determinados para localizar e destruir a imprensa de Diderot.
Perez e Ardant alguma forma conseguem manter uma cara séria, mas é baronesa insaciável de Josiane Balasko que cria a impressão mais memorável. Ela é o tipo de pessoa que, quando disse que ela age como uma gata no cio, provavelmente tomar isso como um elogio .
"Le Libertin" é lançado nos cinemas no dia 25 de Maio de 2001.
No finalzinho da década de noventa a grande sensação dos filmes de terror eram os assassinos em série, que sempre estavam perseguindo um grupo de jovens. A históra básica é sempre a mesma: Jovens desorientados são mortos um a um por um lunático, que no final irá revelar algum motivo bobo. Depois de várias cópias do mesmo roteiro, surgiu o alemão "Anatomia", lançado em 2000.
Seguindo uma história um pouco diferente, que nos dará pontos positivos e negativos (que mais para frente serão apresentados), o filme consegue se sair bem, e mostrar um roteiro que, diferente de outros do mesmo tipo, tenta contar uma história.
Paula Henning, uma brilhante estudante, passa em uma prova e entra para uma requisitada universidade de medicina. Seus sonhos de seguir a carreira do avó parecem finalmente se realizar. Mas, algo estranho começa a acontecer nos corredores escuros do lugar. Quando corpos (conhecidos) começam a aparecer, Paula tem que correr atrás da verdade antes que sucumba a uma poderosa e intrigante sociedade secreta.
Neste filme, o que surpreende é que não é a velha história de serial Killer, na verdade, no decorrer do longa nos deparamos com vários loucos psicóticos que "Matam para o bem maior da medicina", parece loucura, e é.
Um outro ponto positivo é a atriz Franka Potente, que está muito bem em seu papel, e consegue segurar até o final seu personagem como protagonista de forma verossímil (coisa rara em um filme de terror). Apesar de sua aparência não ser muito boa, afinal, aquele cabelo a deixou horrível. Na ponta que ela faz na continuação, "Anatomia 2", seu cabelo está muito melhor.
Entre os pontos negativos estão: O fato do filme praticamente esquecer a "AAA" (a tal sociedade secreta), e se concentrar apenas em um jovem que ficou louco, e começou a matar por "amor". No enredo isso não soou muito bem, o roteiro perdeu uma grande oportunidade de focar em um tema interessante e menos usual para cair em um grande clichê. A atuação do jovem psicótico não consegue convencer e, deixa a desejar. Para completar, devo citar as ações absurdas de certos personagens em determinadas situações (Você descobriu uma sociedade secreta perigosa, sua amiga saiu a dias, e o que você faz? isso mesmo, você transa!).
Bem, todos esses erros acima não chegam a estragar o filme, que tem uma boa concepção de arte e efeitos de maquiagem (praticamente não há efeitos visuais). A direção também está segura. Enfim, um bom filme do final dos anos 90. Merece ser conferido http://meumundo-alternativo.blogspot.com.br/
Esta comédia romântica americana foi apresentada ao público no ano de 2000 (Return to me).O filme é bem simples sem maiores sofisticações. Tenta inferir uma relação meio espírita entre o doador de coração e o receptor. Cria toda uma situação em torno deste tema. Tem uma fotografia muito bonita e a trilha sonora é excelente. O final é absolutamente previsível.
O sul coreano Jet Li aceitou ser o vilão em Máquina Mortífera 4 com a condição de estrelar outra produção em que fosse um herói. Romeu Tem Que Morrer marca o primeiro filme solo de Li nos Estados Unidos e testa sua força como personagem de ação central em uma história.
Dialogando com a trágica historia de Romeu e Julieta, Han Sing vem ao Estados Unidos investigar a morte de seu irmão, mas conhece Trish uma garota da gangue rival. Embora tenham tido um pequeno contato, é o suficiente para que o jovem se apaixone pela garota enquanto investiga o que ocorreu com o irmão.
Produzido por Joel Silver que, na época, colhia o excelente sucesso de Matrix, o filme coloca Li no mesmo estilo de coreografia que se tornaria dominante na época. Repleto de acrobacias impossíveis que brincam com a gravidade em meio a golpes realistas de arte marcial.
Grande destaque da trama se deve por conta dessas lutas e de um efeito especial que acompanhava a profusão dos golpes dentro do corpo da vítima, apresentando uma explicação explícita de como este ou aquele golpe era sentido dentro da batalha.
Durante a composição de vingança e tensão que permeia as duas gangues, o romance surge de maneira forçada, como pausa para a violência apresentada. Surge neste ponto a inferência com a tragédia shakesperiana, de dois jovens rivais que não poderiam ficar juntos.
Muito mais pela qualidade das cenas de luta, estilo que contaminaria por ano produções desde estilo, do que por sua trama, Romeu Tem Que Morrer é até hoje lembrado por muitos embora não seja um filme espetacular. Funcionou positivamente para Jet Li como porta de entrada para o cinema americano http://todomundomente.blogspot.com.br/
Se você é fã de westerns e de artes marciais não pode perder Bater ou Correr. Aliás, se você é fã de cinema não pode perder nenhum filme de Jackie Chan, embora essa seja, é claro, uma afirmação sujeita a controvérsia. Intelectual que se preza diverte-se com o mais torturado dos dramas metafísicos de Ingmar Bergman ou com o Alain Resnais que percorre com sua câmera os corredores de Marienbad. Não vamos aviltar achando que é possível divertir-se com Mike Myers na série Austin Powers (embora alguns intelectuais gostem). Aí também já é demais. Mas Jackie Chan e Jet Li são ótimos. Não admira que Hollywood tenha se curvado a esses astros de Hong Kong. Não há osso do seu corpo que Jackie Chan já não tenha quebrado, por causa da mania de dispensar dublês nas cenas de perigo. Ele acha que, se o público paga para ver um filme "de" (ou "com") Jackie Chan, é desonesto que o ator principal não se arrisque nas cenas perigosas. O espectador sabe que é ele arriscando a pele e isso faz a diferença - embora, para falar a verdade, a idéia de apresentar os "cacos" de filmagem, as cenas que não deram certo nos créditos, já esteja cheirando a marketing. São cenas que devem ser rodadas como comédia, mesmo. A comédia, por sinal, é o outro reino de Jackie Chan. Não há ação, para ele, sem humor. É o que ocorre em Bater ou Correr. O título, tanto o original ("Shangai Noon") quanto o brasileiro, faz referência a um western considerado clássico, mas que talvez seja só supervalorizado, de Fred Zinnemann - Matar ou Morrer (High Noon). No Brasil, no auge da chanchada, Carlos Manga já havia feito a paródia intitulada Matar ou Correr. Surge agora Bater ou Correr. Há um trem na trama, uma entrega de ouro, não necessariamente um duelo, marcada para o meio-dia (noon). Mas Bater ou Correr talvez esteja mais próximo de Butch Cassidy ou de outros westerns sobre duplas, claro que agora num contexto mais "étnico". É assim que Jackie Chan ganha um parceiro, um caubói autenticamente americano, interpretado por Owen Wilson. Wilson, que no filme se chama Roy O'Bannon, é um assaltante um tanto covarde e atrapalhado. Junta-se a Jackie Chan quando o guarda imperial chinês, chamado Chon Wang, irrompe no Velho Oeste seguindo a trilha de uma princesa que foi seqüestrada por malfeitores - leia-se Lo Fong (Roger Yuan), um renegado da Cidade Proibida que está escravizando chineses na América e exige uma fortuna de resgate pela princesa. O filme desenvolve, em ritmo de paródia, dois temas fundamentais do gênero western - a vingança e a amizade masculina. Não é uma amizade fácil. O'Bannon e Wang precisam superar as diferenças, que não são só culturais. Há cenas que fazem o inventário de diversos westerns - dos de John Ford aos de Sergio Leone. O nome do herói chinês soa como "John Wayne" e, lá pelas tantas, o amigo pergunta se isso lá é nome de caubói - uma brincadeira com o maior mocinho do cinema. O'Bannon, também lá pelas tantas, diz que vai trocar de nome e assumir o verdadeiro -Wyatt Earp. O filme é cheio de brincadeiras com os mitos que não ofendem e até agradam a fãs do gênero. Não falta o cavalo bêbado de Dívida de Sangue. O diretor é um estreante chamado Tom Dey, que veio da publicidade. Não se pode dizer que não tenha imaginação visual. Só para constar - Dey, colaborador da revista American Cinematographer, ficou famoso com um ensaio sobre o grande diretor de fotografia Gabriel Figueroa. Tem bom-gosto, o rapaz. http://www.terra.com.br/
Embora não se trate de um filme que mereça um maior destaque, "A Cela" apresenta algumas boas doses de suspense, um ótimo ritmo e um belo trabalho de direção de arte.
Dirigido pelo cineasta indiano Tarsem Singh, o filme tem ainda uma adequada trilha sonora e uma série de ótimos efeitos especiais. Com relação às atuações, os destaques ficam por conta de Vince Vaughn e de Vincent D'Onofrio. Jennifer Lopez, no papel da Dra. Catherine Deane, apresenta uma atuação regular. http://www.70anosdecinema.pro.br/
"Espírito Selvagem" é um western moderno, a partir de uma boa história que, entretanto, fica um pouco prejudicada pela falta ou pobreza de diálogos.
Com várias reviravoltas, o roteiro apresenta algumas falhas. A direção de Billy Bob Thornton não é das melhores. O elenco faz um bom trabalho, com destaques para Matt Damon, Lucas Black, no papel do garoto encrenqueiro, e Penélope Cruz. Com uma bela trilha sonora, o ponto alto fica, no entanto, para a magnífica fotografia de Barry Markowitz, que consegue captar toda a beleza da fronteira Texas - México, na região do Rio Grande.
O filme começa bem, é bastante interessante e diferente. Não se parece com nada e segue caminhos misteriosos. Ajudado pelo bom elenco, acaba se perdendo na metade final, quando tem uma mensagem populista absurda. Tenta nos convencer que é melhor ser pobre e morar num hotel sórdido (no estilo um amor e uma cabana) do que ser um eficiente vendedor de seguros, com namorada e boa vida. Os absurdos vão se acumulando e tornando a fita impraticável e até irritante Estreou nos EUA na TV a cabo. http://cinema.uol.com.br/
Baseado na história real de Ed Gein, um psicopata americano que ficou famoso por roubar túmulos para esquartejar e depilar cadáveres e depois vestir roupas feitas com as peles dos mortos. Quando foi preso, em 1957, foram encontrados 15 corpos na casa de Gein, além de móveis enfeitados com órgãos humanos.
Ele alegou que não se lembrou de ter matado ninguém e foi enviado para asilos psiquiátricos, onde ficou preso até sua morte, em 1984, por causas naturais. Seus atos bizarros o tornaram uma espécie de ícone pop, com sites e fã-clubes dedicados a ele, principalmente depois de ter influenciado uma série de filmes.
O mais famoso é "O Massacre da Serra Elétrica", de onde o diretor/roteirista Tobe Hooper tirou o conceito do assassino Leatherface (e que na época de seu lançamento estampou nos cartazes do filme que tudo era baseado em fatos reais, o que não é correto). Esta biofilmografia, por mais estranho que possa parecer, não descamba para a violência que todos esperam de uma figura como essa.
Na verdade é um drama extremamente lento, que constrói o personagem de Gein aos poucos (com uma competente atuação de Railsback), e só vai mais além nos momentos finais (quando ele já está totalmente dominado pelo fantasma da mãe) e mesmo assim não chega a ter violência explícita. Aqueles que esperam muito sangue e tripas podem se decepcionar um pouco, encontrando apenas uma história interessante, mas sem muito impacto. http://cinema.uol.com.br/
"O Homem sem Sombra" é um filme com um roteiro fraco. Embora tenha bastante ação e uma boa dose de suspense, foi para mim desapontador. Aliás, com esse título, não era para ter maiores expectativas. O que, provavelmente, me levaram a vê-lo foram as presenças da bela Elisabeth Shue, de "Despedida em Las Vegas" e "A Vingança de Bette", e de Kevin Bacon, de "JFK - A Pergunta que não quer calar" e "Questão de Honra".
O único ponto forte do filme são os sofisticados efeitos especiais e visuais, que o levaram a ser indicado ao Oscar dessa categoria.
Censura Máxima conta a história dos Irmãos Mitchell, considerados os reis do pornô nos anos 1970, consagrados por um clássico do pornô chamado Atrás da Porta Verde. Como uma cinebiografia o filme é muito bom. A direção é boa, o roteiro e edição são bem dinâmicos e as atuações dos filhos de Martin Sheen são ótimas.
."O Culpado" é um filme de suspense muito bom, que trata de temas como a infidelidade, o assédio sexual, o estupro, assassinato, entre outros. O diretor Anthony Waller consegue dar um ritmo adequado que permite ao espectador absorver a complexa trama. O roteiro apresenta algumas reviravoltas e um final inesperado.
Bill Pullman está ótimo como o advogado mau caráter e manipulador. Do elenco, Devon Sawa, Gabrielle Anwar e Angela Featherstone também têm uma boa atuação.
O Golpe
2.5 52 Assista AgoraEste filme no Brasil ganhou o nome de "O Golpe" As vezes, a mistura de nada com nada pode resultar em algo diferente de...nada. "O Golpe" (The Big Bounce, EUA, 2003) é uma mistura de roteiro confuso e abstrato com situações apáticas e interpretações rasteiras. Ou seja, a fita é um zero a esquerda. Tentando parecer uma mistura de comédia com aventura e pitadas de propaganda turística (no caso o Havaí pela milésima vez é retratado como o paraíso de surfistas e gatinhas peitudas), "O Golpe" não vai a lugar nenhum por conta do roteiro mais pateta do ano. Não seria exagero dizer que "O Golpe" tem o pior roteiro de todos os tempos. Isto porque a fita parece não ter base, não existe clímax, não existe objetivo. Os personagens vão um a um apenas proferindo frases babacas e tentando fazer alguma coisa para disfarçar a falta de assunto completa da trama. Owen Wilson interpreta um surfista malandro que aplica pequenos golpes nas horas vagas. Ele então conhece uma garota bem esperta (Sara Foster) que propõe a ele aplicar um golpe mais perigoso, que renderia aos dois uns milhares de dólares. Se até aí você não achou nada de tão absurdo e até se interessou pela fita, pense novamente. O golpe do título é com certeza o mais mal trabalhado da história do cinema. O roteiro vai atirando para todos os lados e nunca se completa. O filme parece uma colagem de situações que vão ao longo de intermináveis 85 minutos tentando se unir sem muito sucesso. Não existe conexão, não existe emoção, não existe um pingo de verossimilhança e principalmente não existe lógica. O diretor George Armitage tenta se valer de uma edição rápida na tentativa de surpreender o espectador pela famosa técnica do "nada é o que parece". Ou seja, os personagens sempre parecem ser uma coisa e no final se revelam de outra forma. Só que todos eles são tão mal construídos que tudo o que o filme consegue é confundir o espectador e criar apenas situações bobas e mal trabalhadas. O elenco de peso, que conta com nomes de Morgan Freeman, Gary Sinise, Bebe Neuwirth e Charlie Sheen, está mais perdido e deslocado do que nunca em papéis infames. A dupla Wilson e Foster até tenta segurar as pontas mas não se saem muito bem. Infeliz até o último centímetro de celulóide, "O Golpe" é a típica produção que começa mal, caminha mal e termina mal. Do roteiro infame as atuações canastronas, apenas uma piada ou outra consegue tirar do espectador um sorriso amarelo. Algo insuficiente para compensar os gigantescos defeitos deste filme equivocado.
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Eu Sou o Número Quatro
3.1 2,0KSe há algo bem difícil de se sustentar hoje, esse algo é a neutralidade perante alguns títulos lançados semana após semana nos cinemas. Gêneros se reciclam da maneira mais literal possível: resgata para se fazer a mesma coisa, com uma textura às vezes pior. Quando preguiçoso, um filme pode apenas reunir alguns recortes do que já deu certo um dia – há muito tempo – mas sempre escolhendo o pedacinho mais batido. Filme adolescente segue bem essa linha. E aí é impossível, por mais sensato que se possa ser, evitar ser preconceituoso. O que pode causar algumas quebradas de cara também. Eu Sou o Número Quatro, está bem no meio disso tudo, mas sobrevive apesar da grande malha de lugares comuns.
O filme narra a trajetória de “Quatro”, um dentre um grupo de nove alienígenas que escaparam de seu planeta natal antes dele ser destruído. Agora, escondidos na Terra, os nove alienígenas tocam suas vidas em separado, sem se conhecerem e procurando não chamar a atenção de um grupo inimigo que fará de tudo para matá-los na ordem numérica para depois acabar também com o mundo. “Quatro”, ou John Smith (codinome usado na maior parte do filme), após sentir o assassinato do terceiro alienígena, precisará lutar por sua vida e a das pessoas próximas.
Baseado no livro de Jobie Hughes e James Frey, o filme tem uma premissa simples e um desenvolvimento eficaz, mesmo que em cima de uma estrutura absolutamente genérica com personagens rasos. Todo o primeiro ato do longa se resume a uma sucessão de bobagens que parecem sempre darem certo para prender o público teen, mas que irrita quem já passou dessa fase e, portanto, compreende de cara o tipo de persuasão fajuta na tela. O garoto novato, o deslocado que sofre bullying e vê naquele uma chance de fazer amizade e ter segurança na escola, a bela garota que engata um romance após alguns minutos observando o jovem rapaz e o marrento que concentra um amor pela beldade em questão, o mal caratismo que atormenta os mais fracos e um ódio enciumado e impiedoso pelo então herói recém-chegado. Todos são meros peões de um joguinho de conquista da plateia que, por sorte, é abandonado quando começa a cansar.
Eu Sou O Número Quatro funciona quando aceita que já garantiu o retorno de quem queria e passa a falar daquilo que a sua história tem como seu: uma ficção-científica para adolescentes centrada na luta pela sobrevivência. E mesmo que o faça se valendo de outras centenas de forçações para cair no gosto (como as descobertas dos poderes de John pouco a pouco), o faz de uma maneira que não torne evidente as oscilações de criatividade – seja da história original, seja do roteiro adaptado. Mas tudo ainda é muito facilmente entregue. A direção de D.J. Caruso impede que o público crie expectativas sobre acontecimentos iminentes por conta das tantas dicas que as suas opções de filmar dão. E sem a ajuda de um roteiro que não se preocupa em se aprofundar nos personagens, e sim nas relações superficiais deles, fica realmente complicado aceitar que certas atitudes, encontros e decisões aconteçam de forma tão espontânea.
O elenco também oscila. Alex Pettyfer tem carisma, mas volta e meia se pega em trejeitos forçados para repassar uma autoconfiança que John deveria ter. Dianna Agron, como Sarah, é mais um acréscimo estético do que artístico e parece que sempre está falando por conta de sua Quinn Fabray, da série Glee, só que sem versos. Já Callan McAuliffe, como o amigo de John, Sam, deixa visível o seu esforço para formar um sentimentalismo em cena que é impossível de pescar. Ao menos Timothy Olyphant, como o mentor de John, Henri, passa uma sensação paternal e fraternal ao mesmo tempo, especificando o tipo de relação familiar que tem com “Quatro”. Além dele, apenas Kevin Durand se sai muitíssimo bem, este como o vilão Comandante Mogadorian – detalhe para o bom trabalho de maquiagem.
Na técnica, sem ressalvas. A Os efeitos visuais são eficazes e bons o suficiente para não pendurarem uma placa de “tosco” no letreiro do filme – a sequência do clímax demonstra isso – e, ainda, há até um inesperado bom trabalho com a fotografia. Mas nada que conceda à produção como um todo um status exemplar.
Mesmo com tantos lugares comuns, Eu Sou o Número Quatro entretém. Não é nenhum trabalho marcante, mas tem seus pingos de bom senso bem distribuídos por sua história. E, surpresa (talvez), uma continuação poderia até ser benvinda se souberem como aproveitá-la. E esse é um direito que a trama ganha por saber se encerrar da forma certa. Até agora.
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Um Assassino à Solta
3.1 49Foi inesperado fracasso de bilheteria, lá fora e também aqui, este eficiente filme de ação. Talvez por ser um pouco violento demais. Apesar de previsível, ele funciona perfeitamente para quem gosta do gênero. Tem bons atores, personagens curiosos, muita ação, reviravoltas na trama, paisagens interessantes das Montanhas Rochosas. Experimentem.
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O Sombra
2.9 87 Assista AgoraTentativa mal sucedida de criar uma franquia ressuscitando um personagem dos quadrinhos de Walter Gibson que fez muito sucesso no rádio (com a voz de Orson Welles e o slogan "Quem sabe que mal existe no coração dos homens?)
Embora tenha uma produção luxuosa e decorativa, recriando a época, erra em praticamente tudo, começando pelo diretor (que não tem qualquer conteúdo), a heroína (Penelope não consegue ser sofisticada, embora uma mulher belíssima) e mesmo Baldwin (que serve mais para coadjuvante do que herói).
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Fúria Mortal
3.4 65Ele é um policial fazendo um trabalho sujo, mas... Alguém tem que fazê-lo" - era o que dizia a frase na tagline do cartaz do filme Fúria Mortal (Out for Justice, 1991), sucesso do início dos anos 90 estrelado por Steven Seagal, astro em ascensão na época despontando com filmes que dominavam as bilheterias e traziam para as telas um novo artista marcial para o típico gênero de ação que até então lotava as salas de cinema.
Seagal obviamente faz o mais do mesmo em sua limitada atuação, entretanto, o mestre de Aikido e perito em várias lutas marciais estava em sua melhor forma e suas exclusivas habilidades fazem de Out For Justice um de seus melhores filmes até então.
O saudoso John Flynn (1932-2007) comandou a direção e já demonstrara ser um ótimo diretor anteriormente ao trabalhar com Stallone no drama de ação Condenação Brutal (Lock Up, 1989) e Seagal teve a sorte de ser dirigido pelos melhores diretores do gênero na época como Andrew Davis, em seu primeiro filme Nico - Acima da lei (Above the law, 1988), que posteriormente voltou a dirigi-lo em A força em Alerta (Under Siege, 1992), além de Dwight H. Little em Marcado para a morte (Marked for death, 1990) e alguns outros bons cineastas.
Além de ótimas sequências de luta, há também violentas cenas de tiroteio com um realismo que se tornara marcante nos filmes do ator que conquistou rapidamente o público que aprecia ação com estilo brutal e mais próximo da realidade sobrando pouco ou nenhum espaço para cenas fantasiosas. Numa das cenas de luta há uma especial dentro de um bar em que Seagal faz um rápido confronto de bastões com o mestre coreano Dan Inosanto, discípulo e amigo do lendário Bruce Lee.
O longa figurou entre os grandes sucessos do cinema físico no início dos anos 90 tendo alcançado ótima bilheteria nos EUA, pouco mais de US$ 39 milhões, que cobriu satisfatoriamente o orçamento de US$ 14 milhões segundo consta no imdb. Fúria Mortal foi o quarto filme da então promissora carreira de Seagal que na época ainda era um astro em ascenção e emplacava um sucesso atrás do outro desde sua estréia em Nico - Acima da lei. Enfim, é um cult muito recomendado especialmente para os fãs de ação mais nostálgicos e principalmente para os que conhecem apenas a recente (e medíocre) carreira do agora ex-astro.
Regras do Jogo
3.2 35"Regras do Jogo" é um bom filme de tribunal, com flashbacks que remetem a incidentes ocorridos durante a Guerra do Vietnã.
Realizado pelo cineasta William Friedkin, o filme apresenta ótimas interpretações de um elenco talentoso, de Tommy Lee Jones e Samuel L. Jackson a Guy Pearce e Bruce Greenwood. Merecem também registros, as participações de Blair Underwood, Ben Kingsley e Anne Archer.
A trama é bem construída, os diálogos são excelentes. Tendo elementos similares aos já vistos em "Questão de Honra", de 1992, e "Coragem sob Fogo", de 1996, "Regras do Jogo" tem vida própria, embora não chegue aos níveis de qualidade dos anteriores.
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A Conspiração
3.4 20"A Conspiração" é um bom filme que apresenta uma inteligente e interessante trama sobre os bastidores do universo político americano. Ao apresentar, de forma contundente, o político que usa de todas as armas para alcançar seus objetivos, o filme tenta mostrar como os padrões morais têm caído nos Estados Unidos. Entre outros, o filme toca em temas como aborto, integridade, lealdade.
Seu ponto forte são as ótimas atuações de Joan Allen, merecedora do Oscar (embora só tenha tido a indicação), bem como, as de Jeff Bridges e Gary Oldman. O elenco coadjuvante também está acima da média, com ênfase para as atuações de Sam Elliott, Christian Slater e William Petersen.
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Premonição
3.3 1,2K Assista AgoraSe na metade dos anos 90 o gênero terror estava dando uma nova guinada com o grande sucesso da série Pânico (1996), no final do mesmo e começo dos anos 2000 o que parecia estar dando certo, começou a virar avacalhação total, com a estréia de filmes do subgênero slasher de gosto extremamente duvidoso (grande parte da culpa foi por causa do sucesso da série Pânico). Até que veio um filme bastante despretensioso chamado Premonição, onde o assassino não é uma pessoa (forma física), mas sim, a Morte (forma espiritual) que mata suas vítimas das mais diversas formas, lembrando muito ao filme A Profecia (1976), que continha mortes bastante criativas.
A história do filme se concentra em um adolescente chamado Alex Browning (Devon Sawa) que vai viajar com sua turma do colégio e alguns professores para Paris e acaba tendo uma visão de que o avião em que eles irão viajar vai explodir com todas as pessoas lá dentro. Alex tem um ataque eufórico dentro do avião e tenta parar o vôo, em vão claro, mas ele e alguns colegas de classe são colocados para fora do mesmo. E o inesperado acontece, a visão que Alex teve minutos antes se concretiza diante de todos os alunos que saíram do específico vôo (para os mais curiosos, o nome do vôo é Volée Airlines Flight 180). Um mês depois do fatídico acidente, o melhor amigo de Alex chamado Tod Waggner (Chad Donella) morre enforcado dentro do chuveiro levando todos a crer que o garoto suicidou-se, mas Alex começa a achar tudo muito estranho e tenta entrar em contato os outros sobreviventes para afirmar de que a Morte é a causadora de todos os assassinatos que está acontecendo com os respectivos sobreviventes.
Trama de certa forma clichê, você sabe quem vai sobreviver ao final da projeção e quem vai morrer, mas, o filme tem algum charme. Dotado de boas performances, principalmente do protagonista interpretado por Devon Sawa (A Mão Assassina, Gasparzinho, Wild America), e de alguns outros atores, não são todos que nos entregam boas performances hehehe, mas, posso falar que Ali Larter como Clear Rivers está muito bem, e, apesar de pouco aproveitado na trama, o sempre aterrorizante Tony Todd como o agente funerário William Bludworth está ótimo pra variar.
Destaco também as cenas de suspense e tensão que giram em torno dos personagens durante seus momentos finais. Altamente mórbido e sádico, mas, o objetivo de ver esse filme é para você se deliciar com as mortes em tela. Sim sim, você meu querido leitor intolerável vai torcer para que algum dos personagens morra da forma mais brutal e no fim da cena vai vibrar pela morte de tal personagem, mesmo que você simpatize com ele.
Premonição definitivamente não vai mudar sua vida, tem lá seus erros, mas, se você estiver a fim de assistir um filme de terror do subgênero slasher com um mínimo de originalidade, este é seu filme.
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O Barato de Grace
3.7 81Os Ingleses são imprevisíveis. Não são muitos os filmes ingleses que chegam aqui no Brasil, porém as poucas produções que chegam são bem interessantes. Este "O Barato de Grace" traz como tema central o tráfico e o uso da maconha em uma cidade pacata e pequena da Inglaterra, visando mostrar os caminhos que levam uma pessoa para se envolver com esse tipo de comércio, mesmo sabendo dos riscos que está correndo. Pelo fato de o filme se encaixar mais como uma obra pessoal e atirar levemente contra autoridades e contra a hipocrisia social, os conservadores radicalistas não irão pensar duas vezes ao condenar este filme como "defensor das drogas". Afirmar que o filme é um "defensor das drogas" é uma grande bobagem. O filme - mesmo um pouco exageradamente para dar humor - retrata com fidelidade os efeitos da maconha. Um detalhe importante a se destacar é que o filme é imparcial em muito do que se discute (ele não condena, mas muito menos aprova o comércio da maconha); sendo assim, poderá agradar a gregos e troianos sem ofender ninguém. Tudo isso é mesclado com aquele típico (e difícil) humor inglês, e com aquela atmosfera amarga e serena do cinema Europeu. Grace (Brenda Blethyn, ótima) é uma mulher de meia idade que vê se mundo desabar depois que o marido morre estranhamente em um acidente de avião (ele pulou da nave sem pára-quedas "?"). Com o tempo, ela descobre que ele não lhe deixou nenhum bem, à não ser "belas" e pomposas contas para pagar - E para piorar, sua casa está em jogo para ser leiloada caso as dívidas não sejam devidamente pagas. Para deixar seu mundo um pouco mais triste, ela também perde o emprego. Com tantas notícias ruins, rejeição involuntária dos moradores locais e pressão para arrumar dinheiro rápido para não perder a casa; Grace vê sua grande oportunidade surgir quando o jardineiro Matthew (Craig Ferguson, básico) lhe pede para cuidar de sua plantinha de maconha. Grace, sendo uma grande jardineira e tendo uma bela estufa, não pensa duas vezes ao começar a plantar maconha para conseguir dinheiro para pagar suas dividas e conseqüentemente não perder sua casa. Assim ela faz uma parceria com Matthew - que também passa por dificuldades financeiras -, e futuramente eles pretender vender. É exatamente esse o problema: Como vender? Tendo uma premissa tão forte, eu esperava um pouco mais de ousadia do filme. A narrativa segue em seus eixos básicos, segue em linha reta até o final, que por um lado, é bem decepcionante - nada comprometedor, apenas um pouco irreal e, digamos; "otimista" (não tenho nada contra finais "otimistas", porém não ficou legal aqui). O diretor Nigel Cole parece amolecer quando é para ousar, e com isso, as discussões se tornam burocráticas e tímidas - e acabam sendo nada relevantes, infelizmente. Já o roteiro deixa suas pontas de dúvidas como, por exemplo, a inexplicável reunião dos moradores para assistir a forte luz da estufa de Grace. Na parte de produção, a fita está bem servida. A trilha sonora é composta por músicas Pop's para contagiar um pouco mais a comédia; John de Borman está inspirado em um excelente trabalho de fotografia. No elenco, todos estão bem simpáticos - destacando até mesmo os coadjuvantes, que dão um brilho a mais aos personagens. "O Barato de Grace" foi exibido no Sundance, onde saiu com o prêmio "World Cinema" e ainda conseguiu uma indicação ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz. Um reconhecimento nada mau para um filme bom, porém bastante resumido e básico. O grande diferencial de "O Barato de Grace" com relação a outras comédias, é que ela pode ser vista de duas maneiras: Uma como um filme cheio de mensagens, e outra como uma simples diversão. A mais recomendável é está última, pois na primeira o filme fica devendo com relação a sua pretensão e sua proposta.
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Vatel - Um Banquete Para o Rei
3.5 29Gérard Depardieu é um notório degustador de bons pratos e finas artes. É fácil entender por que o papel de François Vatel, o leal criado do Príncipe de Condé, o seduziu: encarregado pelo patrão, em 1671, a organizar três dias e três noites de festa para toda a corte, com a intenção de agradar ao rei Luís 14, ele prepara cardápios elaborados e dirige números teatrais suntuosos. Além disso, apaixona-se por Anne de Montausier (Uma Thurman) e compra a inimizade do Marquês de Lauzun (Tim Roth).
Com 'Vatel', o diretor inglês Roland Joffé tentou fazer as pazes com a crítica, que o ignora desde 1986, quando levou a Palma de Ouro em Cannes por 'A Missão'. Vatel foi o filme escolhido para abrir o Festival de Cannes de 2000.mas fora a opulência da produção, há pouco para se comemorar.
O filme conta com bons coadjuvantes (como Julian Sands e Timothy Spall), trilha sonora barroca de Ennio Morricone e impressionante produção de época, mas o banquete não entusiasma. O roteiro co-assinado pelo dramaturgo Tom Stoppard ('Shakespeare Apaixonado') carece de concisão e de intensidade. E Joffé, em alguns momentos inspirado, falha em dar unidade e ritmo ao conjunto.
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Apaixonado Thomas
3.6 13Um filme de formato raríssimo, todo narrado via câmera subjetiva (talvez haja outros assim, mas, no momento, não me lembro de nenhum). Nos noventa e sete minutos de filme, nossos olhos são os olhos de Thomas, um agorafóbico de trinta e três anos que só se comunica com o mundo externo via computador. A história se passa em um futuro indefinido, cheio de cores e máquinas para se fazer tudo. Thomas é uma representação levemente exagerada do que se tornou o conceito de sociabilidade nos anos 2000. Por uma grande rede de computadores interligados, ele faz terapia, conversa com a mãe, demanda serviços diversos, faz compras, contacta prostitutas e até participa de blind dates. O filme é uma excelente idéia muito bem realizada. Apesar de existir uma melancolia de fundo no personagem principal, há vários diálogos muito espirituosos e espertos. A direção de arte é criativa e multi-colorida. Destaque para os "vídeo-poemas" que a personagem Melody mostra para Thomas, que poderiam estar em qualquer museu de arte contemporânea do mundo. Ganhou o prêmio de melhor filme de estréia e o Laterna Magica Prize no Festival de Veneza. E venceu no Angers European First Film Festival, no Brussels International Festival of Fantasy Film, no Espoo Ciné International Film Festival, no Gérardmer Film Festival, no Montréal Festival of New Cinema e no Festival de Paris.
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Riqueza Perdida
3.0 14Riqueza Perdida" é uma adaptação para o cinema do livro de Thomas Hardy, "The Mayor of Casterbridge". Realizado pelo diretor Michael Winterbottom, o filme gira em torno da redenção de Dillon como pai e líder. A chegada de Elena e Hope o força a repensar sua vida.
Com enredo ambientado na "Corrida do Ouro" do Alaska, que levou milhares de homens em busca da fortuna no gelado estado americano, no final do século 19, o filme explora a estória de um homem que vende a esposa e a filha em troca do vil metal. A princípio algo confuso e arrastado, a trama ganha mais força e sentido em sua segunda metade, mas em nenhum momento chega a empolgar.
Mas a obra apresenta aspectos positivos como, A trilha sonora de Michael Nyman é excelente. Quanto à fotografia, os contrastes entre os exteriores monocromáticos e a exuberância escurecida dos interiores, dão ao filme um forte estilo visual.
Le Libertin
3.4 9Misture as manipulações sexuais de "Ligações Perigosas", com os excessos picantes de " Quills "e você pode ter uma idéia o que esperar da traquinagem traje colorido de Gabriel Aghion, que define a produção da primeira enciclopédia contra um pano de fundo de sexo desenfreado, hedonismo, e perversão.
Na França do século 18, o Estado em aliança com a Igreja proibiu a publicação e distribuição de enciclopédia de Diderot . Sem desanimar, o seu autor incorrigivelmente promíscuo (Vincent Perez) se esconde com alguns amigos no chateau do barão d'Holbach, onde supervisiona a impressão subterrâneo de sua obra.
Com uma esposa desconfiada, inúmeras amantes e uma filha ansiosa para começar suas próprias explorações sensuais, não é de surpreender que Diderot está lutando para completar uma entrada sobre moralidade. Outras complicações acontecer com a chegada da misteriosa Madame Therbouche (Fanny Ardant) e irmão do Barão do Cardeal (Michel Serrault), ambos os quais são determinados para localizar e destruir a imprensa de Diderot.
Perez e Ardant alguma forma conseguem manter uma cara séria, mas é baronesa insaciável de Josiane Balasko que cria a impressão mais memorável. Ela é o tipo de pessoa que, quando disse que ela age como uma gata no cio, provavelmente tomar isso como um elogio .
"Le Libertin" é lançado nos cinemas no dia 25 de Maio de 2001.
Anatomia
3.0 136 Assista AgoraNo finalzinho da década de noventa a grande sensação dos filmes de terror eram os assassinos em série, que sempre estavam perseguindo um grupo de jovens. A históra básica é sempre a mesma: Jovens desorientados são mortos um a um por um lunático, que no final irá revelar algum motivo bobo. Depois de várias cópias do mesmo roteiro, surgiu o alemão "Anatomia", lançado em 2000.
Seguindo uma história um pouco diferente, que nos dará pontos positivos e negativos (que mais para frente serão apresentados), o filme consegue se sair bem, e mostrar um roteiro que, diferente de outros do mesmo tipo, tenta contar uma história.
Paula Henning, uma brilhante estudante, passa em uma prova e entra para uma requisitada universidade de medicina. Seus sonhos de seguir a carreira do avó parecem finalmente se realizar. Mas, algo estranho começa a acontecer nos corredores escuros do lugar. Quando corpos (conhecidos) começam a aparecer, Paula tem que correr atrás da verdade antes que sucumba a uma poderosa e intrigante sociedade secreta.
Neste filme, o que surpreende é que não é a velha história de serial Killer, na verdade, no decorrer do longa nos deparamos com vários loucos psicóticos que "Matam para o bem maior da medicina", parece loucura, e é.
Um outro ponto positivo é a atriz Franka Potente, que está muito bem em seu papel, e consegue segurar até o final seu personagem como protagonista de forma verossímil (coisa rara em um filme de terror). Apesar de sua aparência não ser muito boa, afinal, aquele cabelo a deixou horrível. Na ponta que ela faz na continuação, "Anatomia 2", seu cabelo está muito melhor.
Entre os pontos negativos estão: O fato do filme praticamente esquecer a "AAA" (a tal sociedade secreta), e se concentrar apenas em um jovem que ficou louco, e começou a matar por "amor". No enredo isso não soou muito bem, o roteiro perdeu uma grande oportunidade de focar em um tema interessante e menos usual para cair em um grande clichê. A atuação do jovem psicótico não consegue convencer e, deixa a desejar. Para completar, devo citar as ações absurdas de certos personagens em determinadas situações (Você descobriu uma sociedade secreta perigosa, sua amiga saiu a dias, e o que você faz? isso mesmo, você transa!).
Bem, todos esses erros acima não chegam a estragar o filme, que tem uma boa concepção de arte e efeitos de maquiagem (praticamente não há efeitos visuais). A direção também está segura. Enfim, um bom filme do final dos anos 90. Merece ser conferido
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Feitiço do Coração
3.1 61 Assista AgoraEsta comédia romântica americana foi apresentada ao público no ano de 2000 (Return to me).O filme é bem simples sem maiores sofisticações. Tenta inferir uma relação meio espírita entre o doador de coração e o receptor. Cria toda uma situação em torno deste tema. Tem uma fotografia muito bonita e a trilha sonora é excelente. O final é absolutamente previsível.
Romeu Tem Que Morrer
3.1 161 Assista AgoraO sul coreano Jet Li aceitou ser o vilão em Máquina Mortífera 4 com a condição de estrelar outra produção em que fosse um herói. Romeu Tem Que Morrer marca o primeiro filme solo de Li nos Estados Unidos e testa sua força como personagem de ação central em uma história.
Dialogando com a trágica historia de Romeu e Julieta, Han Sing vem ao Estados Unidos investigar a morte de seu irmão, mas conhece Trish uma garota da gangue rival. Embora tenham tido um pequeno contato, é o suficiente para que o jovem se apaixone pela garota enquanto investiga o que ocorreu com o irmão.
Produzido por Joel Silver que, na época, colhia o excelente sucesso de Matrix, o filme coloca Li no mesmo estilo de coreografia que se tornaria dominante na época. Repleto de acrobacias impossíveis que brincam com a gravidade em meio a golpes realistas de arte marcial.
Grande destaque da trama se deve por conta dessas lutas e de um efeito especial que acompanhava a profusão dos golpes dentro do corpo da vítima, apresentando uma explicação explícita de como este ou aquele golpe era sentido dentro da batalha.
Durante a composição de vingança e tensão que permeia as duas gangues, o romance surge de maneira forçada, como pausa para a violência apresentada. Surge neste ponto a inferência com a tragédia shakesperiana, de dois jovens rivais que não poderiam ficar juntos.
Muito mais pela qualidade das cenas de luta, estilo que contaminaria por ano produções desde estilo, do que por sua trama, Romeu Tem Que Morrer é até hoje lembrado por muitos embora não seja um filme espetacular. Funcionou positivamente para Jet Li como porta de entrada para o cinema americano
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Bater ou Correr
3.2 224 Assista AgoraSe você é fã de westerns e de artes marciais não pode perder Bater ou Correr. Aliás, se você é fã de cinema não pode perder nenhum filme de Jackie Chan, embora essa seja, é claro, uma afirmação sujeita a controvérsia. Intelectual que se preza diverte-se com o mais torturado dos dramas metafísicos de Ingmar Bergman ou com o Alain Resnais que percorre com sua câmera os corredores de Marienbad. Não vamos aviltar achando que é possível divertir-se com Mike Myers na série Austin Powers (embora alguns intelectuais gostem). Aí também já é demais. Mas Jackie Chan e Jet Li são ótimos. Não admira que Hollywood tenha se curvado a esses astros de Hong Kong.
Não há osso do seu corpo que Jackie Chan já não tenha quebrado, por causa da mania de dispensar dublês nas cenas de perigo. Ele acha que, se o público paga para ver um filme "de" (ou "com") Jackie Chan, é desonesto que o ator principal não se arrisque nas cenas perigosas. O espectador sabe que é ele arriscando a pele e isso faz a diferença - embora, para falar a verdade, a idéia de apresentar os "cacos" de filmagem, as cenas que não deram certo nos créditos, já esteja cheirando a marketing. São cenas que devem ser rodadas como comédia, mesmo. A comédia, por sinal, é o outro reino de Jackie Chan. Não há ação, para ele, sem humor.
É o que ocorre em Bater ou Correr. O título, tanto o original ("Shangai Noon") quanto o brasileiro, faz referência a um western considerado clássico, mas que talvez seja só supervalorizado, de Fred Zinnemann - Matar ou Morrer (High Noon). No Brasil, no auge da chanchada, Carlos Manga já havia feito a paródia intitulada Matar ou Correr. Surge agora Bater ou Correr. Há um trem na trama, uma entrega de ouro, não necessariamente um duelo, marcada para o meio-dia (noon). Mas Bater ou Correr talvez esteja mais próximo de Butch Cassidy ou de outros westerns sobre duplas, claro que agora num contexto mais "étnico". É assim que Jackie Chan ganha um parceiro, um caubói autenticamente americano, interpretado por Owen Wilson.
Wilson, que no filme se chama Roy O'Bannon, é um assaltante um tanto covarde e atrapalhado. Junta-se a Jackie Chan quando o guarda imperial chinês, chamado Chon Wang, irrompe no Velho Oeste seguindo a trilha de uma princesa que foi seqüestrada por malfeitores - leia-se Lo Fong (Roger Yuan), um renegado da Cidade Proibida que está escravizando chineses na América e exige uma fortuna de resgate pela princesa. O filme desenvolve, em ritmo de paródia, dois temas fundamentais do gênero western - a vingança e a amizade masculina. Não é uma amizade fácil. O'Bannon e Wang precisam superar as diferenças, que não são só culturais.
Há cenas que fazem o inventário de diversos westerns - dos de John Ford aos de Sergio Leone. O nome do herói chinês soa como "John Wayne" e, lá pelas tantas, o amigo pergunta se isso lá é nome de caubói - uma brincadeira com o maior mocinho do cinema. O'Bannon, também lá pelas tantas, diz que vai trocar de nome e assumir o verdadeiro -Wyatt Earp. O filme é cheio de brincadeiras com os mitos que não ofendem e até agradam a fãs do gênero. Não falta o cavalo bêbado de Dívida de Sangue. O diretor é um estreante chamado Tom Dey, que veio da publicidade. Não se pode dizer que não tenha imaginação visual. Só para constar - Dey, colaborador da revista American Cinematographer, ficou famoso com um ensaio sobre o grande diretor de fotografia Gabriel Figueroa. Tem bom-gosto, o rapaz.
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A Cela
3.1 394 Assista AgoraEmbora não se trate de um filme que mereça um maior destaque, "A Cela" apresenta algumas boas doses de suspense, um ótimo ritmo e um belo trabalho de direção de arte.
Dirigido pelo cineasta indiano Tarsem Singh, o filme tem ainda uma adequada trilha sonora e uma série de ótimos efeitos especiais. Com relação às atuações, os destaques ficam por conta de Vince Vaughn e de Vincent D'Onofrio. Jennifer Lopez, no papel da Dra. Catherine Deane, apresenta uma atuação regular.
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Espírito Selvagem
2.8 24"Espírito Selvagem" é um western moderno, a partir de uma boa história que, entretanto, fica um pouco prejudicada pela falta ou pobreza de diálogos.
Com várias reviravoltas, o roteiro apresenta algumas falhas. A direção de Billy Bob Thornton não é das melhores. O elenco faz um bom trabalho, com destaques para Matt Damon, Lucas Black, no papel do garoto encrenqueiro, e Penélope Cruz. Com uma bela trilha sonora, o ponto alto fica, no entanto, para a magnífica fotografia de Barry Markowitz, que consegue captar toda a beleza da fronteira Texas - México, na região do Rio Grande.
Além da Suspeita
2.7 12O filme começa bem, é bastante interessante e diferente. Não se parece com nada e segue caminhos misteriosos. Ajudado pelo bom elenco, acaba se perdendo na metade final, quando tem uma mensagem populista absurda. Tenta nos convencer que é melhor ser pobre e morar num hotel sórdido (no estilo um amor e uma cabana) do que ser um eficiente vendedor de seguros, com namorada e boa vida. Os absurdos vão se acumulando e tornando a fita impraticável e até irritante Estreou nos EUA na TV a cabo.
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Ed Gein: O Serial Killer
2.7 61Baseado na história real de Ed Gein, um psicopata americano que ficou famoso por roubar túmulos para esquartejar e depilar cadáveres e depois vestir roupas feitas com as peles dos mortos. Quando foi preso, em 1957, foram encontrados 15 corpos na casa de Gein, além de móveis enfeitados com órgãos humanos.
Ele alegou que não se lembrou de ter matado ninguém e foi enviado para asilos psiquiátricos, onde ficou preso até sua morte, em 1984, por causas naturais. Seus atos bizarros o tornaram uma espécie de ícone pop, com sites e fã-clubes dedicados a ele, principalmente depois de ter influenciado uma série de filmes.
O mais famoso é "O Massacre da Serra Elétrica", de onde o diretor/roteirista Tobe Hooper tirou o conceito do assassino Leatherface (e que na época de seu lançamento estampou nos cartazes do filme que tudo era baseado em fatos reais, o que não é correto). Esta biofilmografia, por mais estranho que possa parecer, não descamba para a violência que todos esperam de uma figura como essa.
Na verdade é um drama extremamente lento, que constrói o personagem de Gein aos poucos (com uma competente atuação de Railsback), e só vai mais além nos momentos finais (quando ele já está totalmente dominado pelo fantasma da mãe) e mesmo assim não chega a ter violência explícita. Aqueles que esperam muito sangue e tripas podem se decepcionar um pouco, encontrando apenas uma história interessante, mas sem muito impacto.
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O Homem Sem Sombra
2.9 381"O Homem sem Sombra" é um filme com um roteiro fraco. Embora tenha bastante ação e uma boa dose de suspense, foi para mim desapontador. Aliás, com esse título, não era para ter maiores expectativas. O que, provavelmente, me levaram a vê-lo foram as presenças da bela Elisabeth Shue, de "Despedida em Las Vegas" e "A Vingança de Bette", e de Kevin Bacon, de "JFK - A Pergunta que não quer calar" e "Questão de Honra".
O único ponto forte do filme são os sofisticados efeitos especiais e visuais, que o levaram a ser indicado ao Oscar dessa categoria.
Censura Máxima
3.0 12 Assista AgoraCensura Máxima conta a história dos Irmãos Mitchell, considerados os reis do pornô nos anos 1970, consagrados por um clássico do pornô chamado Atrás da Porta Verde.
Como uma cinebiografia o filme é muito bom. A direção é boa, o roteiro e edição são bem dinâmicos e as atuações dos filhos de Martin Sheen são ótimas.
O Culpado
3.1 48."O Culpado" é um filme de suspense muito bom, que trata de temas como a infidelidade, o assédio sexual, o estupro, assassinato, entre outros. O diretor Anthony Waller consegue dar um ritmo adequado que permite ao espectador absorver a complexa trama. O roteiro apresenta algumas reviravoltas e um final inesperado.
Bill Pullman está ótimo como o advogado mau caráter e manipulador. Do elenco, Devon Sawa, Gabrielle Anwar e Angela Featherstone também têm uma boa atuação.