A Enfermeira Betty" é uma gostosa comédia que fala de fantasias, sonhos, auto-confiança, ação, romance. Com um roteiro inteligente, o filme tem ainda uma boa direção e ótimas atuações, com destaques para Renée Zellweger e Morgan Freeman. Festival Internacional de Cannes, França Prêmio de Melhor Roteiro Prêmios Globo de Ouro, EUA Prêmio de Melhor Atriz em um Musical ou Comédia (Renée Zellweger)
Iniciando o ano de 2001, em 05 de janeiro estreou nos cinemas “O Sexto Dia” (The 6th Day), um thriller de ficção científica explorando o tema da clonagem de seres humanos, estrelado por Arnold Schwarzenegger (que deixou o ofício de ator para entrar na política e ser Governador nos Estados Unidos). O filme tem ainda as participações de outros rostos conhecidos como Michael Rooker e o veterano Robert Duvall. No futuro, com a alta tecnologia a favor da humanidade, um empresário sem escrúpulos dirige uma organização científica que clona ilegalmente as pessoas. Um piloto de helicópteros, Adam Gibson (Schwarzenegger), é clonado por engano e devido a isso acaba se envolvendo numa perigosa e mortal aventura. O filme é a cara de seu ator principal, parece ter sido feito especialmente para ele, tem bons efeitos especiais, muita ação e lembra “O Vingador do Futuro” (Total Recall, 1990) de Paul Verhoeven. Porém, o que decepciona é o sempre final feliz e previsível, e o pior nesse caso é que temos um desfecho duplamente feliz envolvendo o herói protagonista e seu clone. Sobre a clonagem, um assunto polêmico e complexo, talvez deva mesmo existir um limite para a ciência. Vale refletir na frase de um dos personagens no filme: “Nós nascemos, vivemos, e morremos...”. Talvez esse deva ser o curso natural da vida. www.bocadoinferno.com
Endiabrado tem algo a mais: Elizabeth Hurley...Com certeza, uma das mulheres mais bonitas da história do cinema, a atriz inglesa consegue encantar e prender a atenção de qualquer espectador mais desatento. Além de sua beleza física, sua maneira de pronunciar as palavras torna qualquer coisa....muito sexy! Certamente o filme não é só Liz Hurley...A história em si é despretensiosa mas diverte. Elliot Richards (Brendan Fraser) é um bobão tímido e apaixonado por Allison (Francis O´Connor...totalmente apagada pela presença de Hurley). Bom, como o rapaz não tem coragem de chegar na menina, o capiroto aparece (Hurley) pra dar aquela mãozinha, concedendo a ele sete desejos em troca de sua alma. Com toda a sua esperteza, a princesa das trevas engana o mancebo colocando ele sempre em situações inusitadas e constrangedoras. Endiabrado não traz nada de novo mas funciona como um bom passatempo que com certeza irá arrancar boas gargalhadas...(aquela cena do por do sol...). Vá assistir como quem quer ver um filme de sessão da tarde....com um espírito leve e apto para algumas horas de entretenimento e muita elizabeth hurley
Os filmes que apresentam violentos assassinos em série como assunto principal em seus argumentos fazem parte de mais uma interessante temática dentro do fascinante cinema de Horror. Como existe uma infinidade de produções que já exploraram à exaustão essas ideias básicas, as histórias sobre serial killers raramente conseguem trazer alguma originalidade ao estilo, com os diversos filmes se parecendo muito entre si. É o caso também de O Observador (The Watcher, 2000), filme de estreia (e o único até agora) do desconhecido diretor Joe Charbanic, que traz um elenco acima da média com James Spader, a bela Marisa Tomei e o popular Keanu Reeves. O Observador entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em março de 2001, e foram e continuam sendo produzidos tantos filmes com história similar nos últimos anos que o tema perdeu um pouco de sua intensidade, com o interesse por esses thrillers se desgastando inevitavelmente. Após o bem sucedido Seven – Os Sete Crimes Capitais (95), com Morgan Freeman e Brad Pitt, vieram em seu rastro O Principal Suspeito (98), com Nick Nolte, Ressurreição – Retalhos de Um Crime (99), com Christopher Lambert, O Colecionador de Ossos (99), com Denzel Washington e Angelina Jolie, entre outros, e todos explorando as conturbadas relações psicológicas entre o assassino psicopata e seus perseguidores implacáveis, policiais determinados e também exaustos, próximos de um colapso físico e mental. O Observador é apenas mais um filme comum do gênero serial killer, não conseguindo despertar um interesse maior ou ser empolgante acima da média em sua história de eterna perseguição entre assassino e policial. Existem várias boas sequências de ação como barulhentas perseguições de carros, além também de alguns momentos tensos de suspense psicológico, mas nada tão relevante que não se esqueça rapidamente. São poucas mortes e o assassino poderia ser bem mais insano e cruel, além do fato de que Keanu Reeves não parece muito entusiasmado em sua atuação (curiosamente ele também fez outro papel de homem violento em O Dom da Premonição, 2001, de Sam Raimi). Do trio principal de protagonistas, a atriz Marisa Tomei também não está muito inspirada como uma psiquiatra que só tem ao seu favor o fato de ser uma mulher muito bela, e somente James Spader parece convencer como um policial atormentado e viciado em remédios, conseguindo evidenciar em alguns momentos o sufocante sentimento de stress de seu personagem.
Um furo considerável no roteiro é quando uma das vítimas do assassino observador é apresentada como uma jovem foragida de casa e moradora de rua, que em nenhum momento desperta veracidade pois é muito bonitinha e limpinha como alguém que vive pedindo esmolas e dorme em becos escuros de uma grande cidade. Outro detalhe negativo é o super previsível desfecho, resolvido numa sequência muito rápida e que poderia ser melhor desenvolvido, intensificando mais o confronto psicológico entre o assassino e o policial.
Seguem algumas informações sobre o elenco principal. Keenu Reeves nasceu em 1964 na cidade de Beirute, Líbano, e ficou muito conhecido ao fazer o papel de Neo na trilogia de FC Matrix. Outros filmes de horror e ficção de sua carreira são Drácula de Bram Stoker (92), O Advogado do Diabo (97), Constantine (2005) e o remake de O Dia em que a Terra Parou (2008). James Spader nasceu em 1960 no Estado americano de Massachusetts, e com uma carreira de mais de 40 filmes, no gênero fantástico já atuou na FC Stargate e no horror Lobo (ambos de 94), além de Crash – Estranhos Prazeres (96), Supernova (2000), Contato Alienígena (2003), A Sombra do Medo (2004) e A Pedra Mágica (2009). Já Marisa Tomei, nascida em 1964 em New York, é mais conhecida como comediante em filmes como Tratamento de Choque (2003), e curiosamente ela participou de forma não creditada numa ponta no obscuro O Vingador Tóxico (The Toxic Avenger, 1985), divertida produção trash da Troma, de Lloyd Kaufman. http://bocadoinferno.com.br/
"África dos meus Sonhos" é um filme baseado na verdadeira história de Kuki Gallmann, uma mulher italiana de classe alta, divorciada, que se apaixona e se casa com um aventureiro, largando tudo para se estabelecer na África.
Dirigido por Hugh Hudson, que não está bem nesse trabalho, o filme apresenta as belezas dos cenários naturais do continente africano, bem como da adorável Kim Basinger. A história dessa mulher, que passa por tantas perdas, é realmente cativante.
Ainda como pontos positivos, o filme tem a música de Maurice Jarre, a fotografia de Bernard Lutic e boas atuações.
No geral, entretanto, considerando algumas falhas de roteiro e o seu ritmo inadequado, não se pode dizer que se trata de um ótimo filme, mas de um entretenimento que merece ser visto.
Na época de seu lançamento, Missão: Marte foi massacrado tanto pela crítica quanto pelo público, que pouco interesse teve em conferi-lo, tornando este um fracasso de bilheterias, praticamente empatando seu orçamento, sendo assim não gerando lucros expressivos ao estúdio. Entretanto, vendo o filme hoje, é notória a constatação de que o mesmo, apesar de não ser excepcional, está longe de ser considerado medíocre, pois apesar de um ou outro atropelamento em sua construção, em especial a primeira hora, que soa um tanto quanto arrastada, guarda um final no mínimo surpreendente, no sentido de imprevisibilidade em relação com o que fora apresentado no filme Surpreendentemente Missão: Marte foi dirigido por Brian De Palma (Carrie, a Estranha, Vestida para Matar) - diretor este que do qual sou fã de carteirinha -, cineasta este mais acostumado a trabalhar com thrillers e dramas contemporâneos, mas apesar do universo distante visitado este consegue imprimir - de maneira positiva - toda a sua técnica como realizador e estética própria, que são mais do que evidenciadas logo na sequência de abertura do filme, onde acompanhamos a apresentação de cada um dos personagens principais (que viríamos a descobrir depois) num churrasco de despedida de um deles, tudo isso numa única tomada sequencial. Outra sequência brilhantemente elaborada e conduzida se passa dentro da nave espacial, quando acompanhamos também num plano sequencial (sem cortes) a rotina de todos os astronautas participantes da missão título, ao som de Dance the Night Away, do Van Halen. Uma sequência plasticamente linda e que agrega muito à narrativa do filme e, principalmente ao nosso envolvimento com os personagens focados nela. Enfim, apesar do território estranho - me refiro ao gênero do filme -, De Palma acabou por inserir seu estilo de maneira a complementar a proposta do filme, acrescentando assim pontos positivos a ele. Escrito à seis mãos - Jim e John Thomas (ambos co-roteiristas de Predador), Lowell Cannon e Graham Yost (criador da série Justified) -, passado num futuro próximo (2020) e tendo como foco uma exploração espacial tripulada à Marte, que no final vai acaba debruçando muito mais do esta temática de exploração, mas sim revelações acerca da própria origem da vida terrena encontradas neste planeta até então tido como desabitado, o filme acaba sofrendo um pouco pela inconstância de seu ritmo e da indecisão quanto ao direcionamento seguido . Entretanto, apesar de alguns possíveis furos e de algumas explicações superficiais, nada justifica o "espancamento" da crítica e a falta de público para este filme, visto que o mesmo é um entretenimento interessante e que foca muito mais na exposição de ideias e teorias do que em explosões e sustos (apesar de guardar um bom punhado destes citados). Como teve seu lançamento no agora longínquo ano de 2000, algumas cenas de efeitos visuais acabam soando envelhecidas, mas não chegam a agredir os olhos, apenas não convencem tanto em alguns momentos, principalmente quando em cenas que exigem interação entre elenco e efeitos. Falando em elenco, apesar de ter bons nomes escalados, sinto que estes não se sentiram a vontade com um filme tão dependente de efeitos especiais e visuais, o que acabou resultando em atuações um tanto quanto apagadas, o que obviamente acaba por prejudicar o desenvolvimento como um todo do filme. Não há nenhuma atuação completamente ruim, mas parece que não houve um profundo envolvimento pessoal de caras como Gary Sinise (Forest Gump, o Contador de Histórias), Don Cheadle (O Guarda), Tim Robbins (Um Sonho de Liberdade), Connie Nielsen (Gladiador) e Jerry O'Connell (Conta Comigo), este último surpreendentemente o que se apresenta mais "a vontade" de todo o elenco. Outro que faz uma participação relativamente pequena mas que aparece completamente deslocado é o veterano ator alemão Armin Mueller-Stahl (Senhores do Crime, Anjos e Demônios), o que é uma pena, pois este é um artista excepcional.
Contudo, apesar de algumas incongruências e indecisões por parte dos roteiristas, das atuações forçadas e sem muita paixão em alguns momentos, do ritmo lento em sua primeira hora de projeção e dos efeitos visuais já um tanto quanto envelhecidos, Missão: Marte guarda mais pontos positivos do que negativos, muito devido ao apuro técnico e talento como contador de histórias de Brian De Palma e também das boas sacadas dos roteiristas, em especial após as revelações obtidas em Marte e, mesmo com um desfecho um tanto quanto apressado (para não dizer incômodo pela pressa em apresentar os créditos), sagra-se como uma boa ficção-cientifica que, passada mais de uma década, merece ser redescoberta e, quem sabe, reavaliada tanto por quem não gostou quando o conferiu anos atrás, tanto como aqueles que, como eu, ainda não conheciam a obra. Por fim, não há como deixar de destacar a trilha sonora assinada pelo veterano e sempre sublime Ennio Morricone (Três Homens em Conflito), que sabe como poucos acrescentar dramaticidade a um filme e que aqui adiciona e muito tons de qualidade a esta obra não tão querida de Brian De Palma.
"A Isca" até que não se saiu mal nas bilheterias americanas, mas mesmo assim ele passou longe dos cinemas nacionais e chegou diretamente em video/DVD. Sinceramente ele não merecia esse desprezo, pois é bem divertido, tem uma ótima estória para contar, além de trazer boas sequências de ação e comédia O diretor Antoine Fuqua faz um trabalho muito mais completo e inteligente que seu "Assassinos Substitutos", aqui as cenas de ação estão com muito mais adrenalina e verossimilidade. Além de tratar bem a situações dos personagens, o que é algo raro em filme do tipo. E ainda consegue usar o humor fácil, sem ser repetitivo. Com um roteiro muito bem feito, "A Isca" consegue ser das melhores diversões. Com inteligência o filme de finaliza de forma extremamente satisfatória. Foxx se sai muito bem, usa seu humor e sua agilidade a favor do filme.
Existem filmes que cumprem exatamente o que prometem. Nem um fotograma a mais, nem um fotograma a menos. É o caso de A Cilada, estrelado por Wesley Snipes. Quem vê o trailler já tem uma idéia bastante clara do que vai acontecer no filme. E, à medida em que a ação se desenrola na tela, o espectador vai acompanhando tudo com aquela cara de "aposto que agora acontece isso". E acontece mesmo. Não que o filme seja ruim. Ele só é previsível, exatamente igual a tantos outros.
Snipes vive o papel de um agente especial da ONU que sai mundo afora zelando pela paz mundial. Até que um dia - como o próprio título em português do filme já entrega - ele cai numa armação internacional, e é acusado de assassinar o embaixador chinês nos EUA. Começa a fuga e a luta para provar sua inocência. Tudo muito bem produzido, ótimo ritmo, efeitos especiais que chegam até a lembrar Matrix (apenas em uma ou outra cena, não se entusiasme), porém, com um roteiro mais raso que um pires, sem um pingo de criatividade. O roteirista Wayne Beach estava muito mais inspirado quando escreveu Assassinato na Casa Branca, também estrelado por Snipes. Desta vez, ficou devendo. http://www.cineclick.com.br/
Esta segunda superprodução sobre Marte pouco inferior a Missão Marte, é uma ficção científica dirigida pelo estreante Antony Hoffman, apresenta um roteiro interessante, apesar dos clichês do gênero e a péssima passagem nos cinemas. O ano é 2050 quando o fim da humanidade parece inevitável. Diante desta terrível realidade, cientistas de todo o mundo se empenham em transformar Marte em um lugar habitável e partem em uma expedição para o planeta vermelho. Porém as coisas não saem como planejado, nada funciona direito e para complicar ainda mais a situação, eles descobrem que não estão sozinhos. Marte pode ser estéril, mas não é desabitado. Agora a solução é enviar uma missão de resgate, que será comandada por Kate Bowman (Carrie-Anne Moss) e seu ajudante Gallagher (Val Kilmer) por quem ela sente um carinho especial. Um acidente na aterrissagem (um dos melhores momentos do filme) deixa-os sem comunicação e sem equipamentos para escaparem. Na missão, também está a multifuncional robô AMEE, em um comando, ela é leal como um cachorrinho, mas um mal funcionamento após a aterrissagem a colocou em um comando diferente, ela se torna uma máquina assassina com intenção de caçar e destruir a tripulação. Bons efeitos especiais e um visual bem transado de Marte, Planeta Vermelho tem no currículo boas cenas de ação e uma história bastante interessante, porém mal explorada pelo diretor. O elenco de estrelas com atuações pouco convincentes de Val Kilmer, Tom Sizemore, Carrie-Anne Moss, Benjamin Bratt, Simon Baker, Terence Stamp, e uma regular direção de Antony Hoffman, por não explorar o conteúdo da história, e usar a fórmula ficção/suspense que estamos cansados de ver nos filmes de hoje. Apesar o fraco desfecho final, vale a pena conferir esta ficção com um visual bacana e boas idéia sobre este tão misterioso Planeta Vermelho. Recomendável principalmente para os fãs do gênero.
Quem for assistir a O Implacável esperando ver Stallone distribuindo sopapos ficará extremamente decepcionado. O fato é que O Implacável tem muito falatório e pouca ação: este é um filme centrado no caráter de seu personagem principal, não em suas atitudes. Assim, as seqüências envolvendo algum tipo de ação (lutas, tiroteios e perseguições) são raras - e, para ser bem honesto, pouco empolgantes. Para piorar, elas acontecem aparentemente ao acaso ao longo da trama, como se o roteirista David McKenna as introduzisse simplesmente para fazer jus ao gênero (há uma luta em uma cozinha que chega a parecer surreal, de tão despropositada). Apesar de tudo, O Implacável tem estilo - um grande feito de seu diretor, Stephen Kay, que abusa dos cortes secos e das intromissões em fast-forward. Infelizmente, a edição é lenta e, em alguns pontos, confusa (para se ter uma idéia, eu não consegui compreender sequer o que aconteceu com o personagem de Mickey Rourke neste filme). Por outro lado, Stallone tem um bom desempenho como o anti-herói Jack Carter: seu personagem é, na verdade, o único fator realmente interessante da história. Como já havia provado em Rocky e em Cop Land, Stallone possui grande talento para viver personagens que têm algo a provar para si mesmos. Além disso, ele demonstra (mais uma vez) ser um ator bastante superior ao seu contemporâneo (e colega de gênero) Schwarzenegger - basta observar a cena em que ele tenta consolar a sobrinha interpretada por Leigh Cook, mas não consegue encontrar as palavras certas, chegando mesmo a comover-se. Assim, é uma pena que o filme ao redor de Stallone seja tão medíocre: até mesmo o talentoso Michael Caine (que, aliás, viveu o personagem Jack Carter na infinitamente superior versão original) parece estar entediado em sua pequena participação. Já a modelo Rhona Mitra, que interpretou a vítima de estupro de Kevin Bacon em O Homem Sem Sombra, prova ser melhor atriz quando entra muda e sai calada de um filme: sua atuação em O Implacável é embaraçosamente ruim. Muitas são as pessoas que julgam Stallone a partir de sua persona cinematográfica, ignorando o fato de que ele é um roteirista surpreendentemente talentoso e um ator aberto a novas experiências. Nem sempre ele acerta
Polytechnique", de Denis Villeneuve, é um filme que trata essencialmente da natureza humana, ao reconstituir o massacre na escola politécnica de Montréal em 1989, quando Marc Lépine assassinou 14 meninas, feriu outras 10 e mais 4 homens, antes de se matar, dentro da universidade. Villeneuve, premiado na Semana da Crítica em 2008 com seu curta "Next Door", optou por um registro extremamente emotivo, distante do realismo.
Após extensa pesquisa sobre o crime e para proteger a memória dos participantes do massacre, o diretor criou personagens estilizados, representando "perfis" dos envolvidos do que os próprios indivíduos.
Villeneuve filma com muita liberdade e improvisação, obtendo planos tão fortes quanto belos, como a entrada do protagonista em cena com a câmera em perpendicular com o horizonte ou a filmagem dos corredores de ponta-cabeça.
A comparação com "Elefante" é inevitável, já que os dois fazem uma interpretação artística de um massacre. O filme de Gus van Sant é mais ousado por sua ruptura com a estrutura dramática clássica, enquanto Villeneuve carrega mais nas tintas da tragédia. http://www.cartamaior.com.br/
Filme norueguês, contendo cenas fortes de violência e sexo em alguns instantes, retrata os transtornos e desequilíbrios da mente humana, sua linha tênue entre a sanidade e a loucura. Tem aquela sobriedade nórdica que, em si, já dita um clima diferente e interessante. É um filme que prende a atenção, mas é bem desconfortável. "Despudorado e inquietante, exalta personagens complexos através de uma narrativa sórdida e perversa. tem um final extremamente mórbido, que me desagradou e me fez reduzir relativamente a classificação da pelicula
Realizado pela rede de televisão espanhola Telecinco e a produtora Filmax, o projeto Películas Para No Dormir reúne nada menos que alguns dos nomes mais respeitados do cinema hispânico da atualidade. O projeto é inspirado numa série que abordava temas fantásticos e sobrenaturais chamada Historias Para No Dormir, exibida pela TVE nos anos 70. A nova antologia é composta por seis episódios dirigidos pelos cineastas Narciso Ibáñez Serrador (O Quarto da Culpa), Jaume Balagueró (Morada do Perigo), Paco Plaza (Delinquentes e Diabólicos), Mateo Gil (Chamado do Passado), Enrique Urbizu (Amigo Imaginário) e Álex de la Iglesia (Presença do Mal).
Presença do Mal, primeiro dos seis filmes parte do projeto, conta a história do casal Juan e Sonia, que mudam com seu bebê para um enorme casarão. Apesar de antigo, um lugar ideal para começar uma nova família. No aposento do filho, eles instalam uma moderna babá eletrônica que permite ouvir e ver tudo o que acontece. Mas algumas ocorrências bizarras vão levá-los a acreditar que alguém ou algo vive naquela casa, mais precisamente no quarto do bebê.
O cinema fantástico espanhol aos poucos vem se consolidando como um dos melhores do mundo. Já exportou para a América cineastas do calibre de Guillermo Del Toro (O Labirinto do Fauno e A Espinha do Diabo) e Alejandro Amenábar (Preso na Escuridão e Os Outros). Mais recente, a grande surpresa foi REC (2008), dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza, que causou furor por onde foi exibido e garantiu sua refilmagem americana antes mesmo de ser distribuído comercialmente (Quarentena, 2008). Presença do Mal, embora seja feito para TV, carrega as mesmas marcas que evidenciaram esta nova safra de bons filmes espanhóis: atores talentosos, fotografia impecável e uma mistura equilibrada de drama e de horror.
Presença do Mal foi dirigido pelo competente Alex de la Iglesia, que tem no currículo os ótimos Ação Mutante (1994), O Dia da Besta (1995) e A Comunidade (2000). O roteiro foi escrito a quatro mãos por Iglesia e Jorge Guerricaechevarría, numa parceria que se repete desde a estreia do cineasta como diretor em 1991, com o curta de horror Mirindas Asesinas. O elenco é formado por Leonor Watling (Fale com Ela e Má Educação, de Almodóvar) como Sonia e Javier Gutiérrez como Juan. Gutiérrez interpreta brilhantemente o pai de família cujo caráter e sanidade vai lentamente se deteriorando, num processo semelhante ao sofrido pelo personagem de Jack Nicholson em O Iluminado.
É impossível não associar os primeiros minutos de Presença do Mal ao também espanhol O Orfanato (2008). A sequência inicial do filme de Iglesia mostra algumas crianças brincando de esconde-esconde. Uma delas resolve se esconder na casa onde futuramente será o lar do casal Sonia e Juan e some. Em O Orfanato, um garoto desaparece dentro de um casarão onde funcionava o orfanato do título. A mãe do menino começa a ser assombrada por algumas crianças e numa das cenas mais marcantes elas também aparecem brincando de esconde-esconde. Mas as semelhanças acabam aí. A criança desaparecida no começo é apenas um artifício para confundir o espectador, que em determinado momento pode achar que é ela quem assombra o local.
Quase como uma marca registrada dos filmes de horror espanhóis, Presença do Mal começa apenas como um drama com toques de suspense. Na trama, pouco tempo depois de mudar-se para a nova casa, o casal vê seu relacionamento abalado quando o marido insiste em provar que os fantasmas que apenas ele vê não são frutos de sua loucura. Juan acaba abandonado pela esposa. Sozinho no casarão, ele mergulha num mundo de horror, presenciando um brutal assassinato dentro de seu próprio lar.
(atenção: o parágrafo abaixo contém SPOILERS)
No entanto, o desfecho pode decepcionar um pouco o espectador que esperava uma explicação sobrenatural. Numa reviravolta, que tenta ser surpreendente, Presença do Mal flerta com a ficção científica e fornece uma explicação “quântica” aos fantasmas do filme. A presença nada mais seria do que uma versão “maléfica” de Juan, vinda de uma dimensão alternativa. No final, esta versão do mal ainda consegue saltar para a realidade do “verdadeiro” Juan e aprisioná-lo sabe-se lá onde. Tudo no melhor estilo Além da Imaginação.
Presença do Mal foi distribuído em DVD pela Paris filmes, que também lança no mercado brasileiro os outros cinco filmes da série Películas Para No Dormir. Apesar da falta de criatividade, o título adotado no Brasil acaba fazendo certo sentido depois de desvendado o segredo do filme (por curiosidade, a tradução literal do título espanhol seria O Quarto do Bebê).
Enfim, Presença do Mal se destaca, principalmente, por não ser apenas “mais uma história de casa mal assombrada”. Uma boa pedida, numa locadora perto de você. http://bocadoinferno.com.br/
Revelado como o lutador russo Ivan Drago em Rocky IV de 1984, o sueco Dolph Lundgren, que também já viveu He-Man nos cinemas em Mestres do Universo, não demorou a cair para a segunda linha de atuação, representada por colegas como Mark Dacascos, Chuck Norris, Steven Seagal e até Jean-Claude Van Damme. Com filmes de baixo orçamento e indo direto para as prateleiras de DVD, Lundgren se arrisca aqui também como diretor em sua quarta incursão por trás das câmeras. Mas com a morosidade de sempre de filmes do gênero, empolgação é um item inexistente. Em O Missionário, Lundgren é Ryder, andarilho cheio de vingança e em busca de justiça. Ao chegar a uma pequena cidade, muda a vida dos moradores, oprimidos por um tirano local. Armado com sua bíblia, sua motocicleta e sua sede por vingança, Ryder enfrenta o ditador do mal no melhor estilo vigilante, provando que não só a justiça triunfa mas também a canastrice.
Olivier Assayas, o mesmo realizador do discreto mas mestrado Clean, tem aqui uma narrativa de intriga e personificada sobre a verdadeira natureza humana em que Asia Argento nos apresenta como Sandra, uma sensual e ex-prostituta que integra um plano de golpe para com os eu antigo cliente e amante, Miles (Michael Madsen), um empresário á beira da ruína, nesse jogo de intrigas e duplicidade levará a protagonista a uma viagem ao submundo do Oriente. Eis um trabalho multi-nacionalista em que Assayas se mostra apto para as histórias, mas inapto para conta-las, o que nos dá a sensação de pouca inspiração por parte do autor que nomeadamente nas primeiras cenas do filme, a “miopia” da sua câmara se exibe desconforto e pouca solidez sob os cenários, ou seja o espectador através dos hiperativos movimentos de câmara sabe localizar-se, mas nunca ter a sensação de plano palpável, sendo o mesmo que uma criança a brincar ao “quarto escuro”. Nas primeiras cenas, as mais entediantes de todo o filme, encontramos envolvidos entre o diálogo das duas personagens principais, Sandra (Asia Argento na sua pose mais sensual) e Miles (Michael Madsen na sua pior forma artística) a debaterem-se sobre o passado tudo num jogo “bate e foge” em que a conversa desenrola até não ter um fim a vista. Depois de a premissa ter terminado, a fita percorre um vasto rol de lugares-comuns que dissipam entre um argumento abafado e sem objetivo. O elenco secundário encontra-se praticamente mau, tirando a excepção de Carl Ng que podemos estabelece-lo na mediana e um final sem sabor, nem vontade fazem de sentença para um filme falhado e sem nenhum pingo de criatividade.
Stealth é um filme de ação e ficção científica, com muitos efeitos especiais e pouco talento por parte do diretor e atores. Os tenentes Ben Gannon (Josh Lucas), Kara Wade (Jessica Biel) e Henry Purcell (Jamie Foxx) são pilotos de uma divisão de elite da marinha americana. O futuro se apresenta a eles como o quarto membro da equipe: um caça stealth dotado de uma inteligência artificial altamente complexa, apelidada de UCAV EDI, que faz com que o jato não precise ser tripulado.
O caça enfrenta a resistência de Ben, a cautela de Kara e o entusiasmo de Purcell. Após o capitão George Cummings (Sam Shepard) autorizar sua primeira missão e obter 100% de sucesso, um raio atinge o caça, fazendo com que o "cérebro" do robô se expanda ainda mais a ponto de se tornar totalmente independente e com "sentimentos", o que o torna imprevisível e incontrolável. O EDI então começa a escolher seus próprios alvos, voltando-se até mesmo contra seus companheiros (Alô, HAL, de 2001 uma odisséia no espaço! Copiaram você aqui!).
O filme infelizmente contém mais erros do que acertos. O nível de "clichés" é absurdamente alto , algumas cenas são muito forçadas - como a sequência na Coréia do Norte (que frase final foi aquela da Biel pro Josh! parecia final de novela mexicana!), e o filme todo é altamente previsível. Sério, sem querer ser chato, mas eu consegui adivinhar com precisão cada cena que iria acontecer - o que não foi nem um pouco difícil.
Mas, tirando toda a clichezada sobre questões militares, inteligência artificial e lições de ética e moral, fiquemos com a ação. Neste aspecto filme não decepciona, pelo menos em sua maior parte. O caça stealth ficou muito bem feito e as cenas de combate ficaram boas. Pra quem tem um home theater, a barulheira dos caças e explosões pode fazer seus vizinhos reclamarem! Como atrativo visual, ainda temos uma cena que surge totalmente do nada no meio do filme em que os pilotos ganham férias na Tailândia feita única e exclusivamente para mostrar a Jessica Biel de biquini e o Josh Lucas fazendo pose sem camisa. E, pra quem gosta de conferir o filme após os créditos, temos um "momento exterminador do futuro".
Uma das frases no filme diz: “a guerra não pode ser transformada num videogame”. Na verdade, parece que o filme foi transformado em um videogame. Muita ação e pouca história. http://leocasillo.blogspot.com.br/
Os cães são os animais que o cinema de horror mais gosta de explorar em suas histórias, transformando-os em monstros assassinos. Existe uma infinidade de filmes com cachorros de variadas raças, e na maioria das vezes eles são apresentados como uma ameaça mortal para os seres humanos, ou seja, criaturas longe de serem dóceis, e ao contrário, ávidas por cravar seus dentes afiados nas carnes macias de pessoas que acreditavam que eles eram seus melhores amigos (um ditado popular que o cinema faz questão de desmentir).
E essa ideia ainda persiste, pois os cães continuam despertando o interesse dos roteiristas, aparecendo em filmes como vilões predadores. É o caso de Cães Assassinos (The Breed, 2006), uma co-produção entre Estados Unidos e África do Sul, lançada em DVD no Brasil em dezembro de 2006 pela Europa. O filme faz questão de evidenciar o nome de Wes Craven entre os produtores executivos, mas sinceramente, esse fato já não significa grande coisa, pois o criador das franquias populares A Hora do Pesadelo e Pânico está demonstrando uma decadência significativa em sua carreira nos últimos anos. Com direção de Nicholas Mastandrea (é seu primeiro filme, porém ele já é veterano como assistente de direção de alguns filmes de Wes Craven e George Romero) e roteiro de Peter Wortmann e Robert Conte, a história apresenta um grupo de cinco jovens amigos desde a infância que vão passear numa ilha. Formado pelos irmãos Mat (Eric Lively) e John (Oliver Hudson), pelas belas Nicki (Michelle Rodriguez), namorada de Matt, e Sara (Taryn Manning), e ainda por Noah (Hill Harper), o grupo hospeda-se numa casa isolada herdada pelos irmãos. Porém, o que deveria ser um agradável e divertido final de semana, transformou-se numa desesperada luta pela sobrevivência quando surge uma imensa matilha de cães raivosos e modificados geneticamente, vindos de um centro de treinamento para cães de ataque, misteriosamente abandonado no outro lado da ilha. Os animais não desejam companhia e querem experimentar o sabor da carne e o gosto do sangue dos jovens invasores de seu território.
O filme é curto (85 minutos) e a história é bem simples, com poucos personagens. Além do grupo de cinco amigos, temos ainda um casal de namorados, Luke (Nick Boraine) e Jenny (Lisa-Marie Schneider), que chega de barco na ilha, e também descobre a fúria dos cães. A ideia é apenas mostrar o desespero de um grupo de jovens acuados dentro de uma casa, impossibilitados de fugir (o hidro avião utilizado na viagem perdeu-se no mar), e obrigados a lutar por suas vidas ao serem atacados ferozmente por cães assassinos que aparecem de todos os lados. Não há interesse do roteiro em investir energia em explicações. A origem dos cães é tratada de forma superficial, assim como o mistério do centro de treinamento abandonado. Os personagens são pouco desenvolvidos e existem mesmo apenas para servir de vítimas para os animais. Porém, existem boas cenas de tensão e perseguições nos ataques violentos dos cães e nos confrontos dos jovens contra seus algozes (se bem que seriam melhores se fossem noturnas), além das tentativas fracassadas de fuga. E o desfecho também tenta fugir da previsibilidade, com uma solução mais pessimista. Enfim, trata-se de mais uma diversão rápida e passageira. http://bocadoinferno.com.br/
É bastante comum escutar a expressão de que o ser humano tem medo daquilo que não conhece. Respondem a isso eventos envolvendo fantasmas, alienígenas, mitos e lendas, além de uma infinidade de fenômenos que estão longe de terem uma explicação científica. Mas deixando todos esses temas do além de lado, muitas vezes, o medo, dentro desta natureza desconhecida, pode estar presente e de forma muito mais aterradora através de uma outra pessoa, igual a qualquer outra, mas por ser desconhecida, pode torna-se perigosa. Claro que quando o cinema resolve abordar essa temática, os resultados podem ser os mais variantes possíveis e boas idéias acabam se perdendo dentro desse vasto mundo.
E é justamente isso que acontece na produção Quando um Estranho Chama (When A Stranger Calls, 2006), que estreou nos cinemas brasileiros no dia 31 de março de 2006.
O filme acompanha a história de Jill (Camilla Belle), típica pós adolescente norte-americana que resolve encarar uma noite como babá para ganhar uma grana extra. O local escolhido é um casarão localizado no meio do nada e sem nenhum vizinho. Com as crianças dormindo, ela tranca a porta e liga o alarme geral, o que deixaria qualquer ser humano em total segurança, certo? Correto, até que a pobre moça começa a receber estranhas ligações de um homem não identificado que parece estar rondando a casa e começa a ameaçar a babá. Assustada, Jill consegue contactar a polícia, que descobre que as ligações estão sendo feitas dentro da própria casa.
Refilmagem do agradável Mensageiro da Morte (When A Stranger Calls, 1979), Quando um Estranho Chama procura criar uma história baseada nessa questão de expor uma jovem ao ambiente de medo imposto por alguém, que ela não sabe quem é e pior, onde está. Primeiro a moça é ameaçada através de ligações feitas por este misterioso sujeito e depois passa a sofrer perseguição física quando ela percebe que o tal homem está mais perto do que ela imaginava.
Achou interessante? Realmente Quando um Estranho Chama tem uma base bem construída, especialmente por utilizar alguns fatores que ajudaram no desenrolar da trama. A começar pela própria casa onde a história acontece. Não espere nenhuma propriedade mal assombrada ou velha. Pelo contrário, a habitação na qual Jill vai passar a noite seria o objetivo de todos que querem ter uma bela casa. No entanto, como já é de costume nesse tipo de produção, trata-se de uma propriedade cheia de cômodos, que sem iluminação, torna-se o cenário ideal para impor medo a alguém. O pior (ou seria o melhor?) também é a localização da casa, no mais completo deserto e sem um vizinho para o qual se possa pedir uma ajuda numa situação de emergência.
Talvez por estar tão isolada, os seus proprietários tenham optado por uma arquitetura moderna, com vários cômodos divididos por vidros, além das paredes principais da casa, as que dão para o exterior, serem feitas de vidros, o que não oferece nenhuma privacidade aos moradores. No entanto, essa característica é perfeita para quem está a espreita, apenas observando o movimento dos moradores, nesse caso, da pobre Jill. Outro ponto positivo do filme é a utilização da tecnologia atual de forma bem convincente para aumentar a tensão dentro da trama, uma vez que os celulares ficam fora de área de cobertura, as chamadas são bloqueadas, a bateria do telefone acaba e por aí vai. Tudo isso para aumentar ainda mais a angústia da pobre Jill.
Alguns fãs podem consideram Quando um Estranho Chama como uma versão estendida do interessante prólogo de Pânico (Scream, 1997), no qual uma apavorada Drew Barrymore é vítima, por cerca de 10 minutos, de alguém que a ameaça através de um telefonema anônimo. Fruto do roteiro escrito por Jake Wade Wall (responsável pelo remake de A Morte Pede Carona), que aproveitou parte da versão original assinada por Steve Feke (Poltergeist 3, 1988), a história consegue até ser bem conduzida, embora a mesma também possua os já tradicionais vícios desse tipo de filme como portas que batem, móveis que caem, trilha sonoro estridentes, além de jogos de câmera que fazem o público pensar que os personagens do filme são cegos e não conseguem ver o que está acontecendo ao redor.
Outro problema do filme é a iluminação utilizada para mostrar “o estranho homem“, o que leva crer quase que ele não tem rosto, uma vez que sempre aparece em algum efeito de contra-luz ou com alguma sombra cobrindo a sua face. Desnecessário e não acrescentou em nada para a história. Na verdade, tais elementos surgem apenas para fazer com que o público do cinema dê o tradicional pulo da poltrona em duas ou três cenas.
Este foi o caminho escolhido pelo diretor Simon West (Lara Croft: Tomb Raider, 2001), que apesar do roteiro interessante que tinha em mãos, preferiu dar um tratamento mais hollywwodiano com os já superados sustos fáceis que infelizmente só fizeram a trama perder em credibilidade, uma vez que a história, por si só, era interessante e de certa forma, perturbadora, por tentar explorar este medo do desconhecido em um cenário quase único e por apenas um personagem.
Estrelado pela bela Camilla Belle (Jurassic Park – O Mundo Perdido, 1997) no papel da pobre babá Jill, a moça até que se esforça em oferecer uma boa interpretação, mas não espere ver nenhuma futura indicada ao Oscar. Em entrevistas realizadas para divulgação do filme, a atriz explica que assistiu O Iluminado (The Shining, 1980) e que “toda vez que tinha de imaginar quem era o tal estranho que ligava, pensava no Jack Nicholson“.
Apesar também do final pouco convincente, Quando um Estranho Chama pode ser indicado como opção de diversão dentro do gênero. O que seria isso? Alguns sustos e uma história agradável, mas que passa longe da questão de explorar o medo real do desconhecido, que deveria ser a proposta inicial. Vale lembrar que o filme original ganhou uma sequência em 1993 chamada Um Estranho a Minha Porta (When A Stranger Calls Back). Alguma dúvida de que a pobre Jill ainda poderá ser vista em um futuro próximo? http://bocadoinferno.com.br/
"Filha da Luz" é um filme de suspense sobrenatural que deixa muito a desejar. Com um roteiro cheio de altos e baixos, o filme aborda o tema de seitas satânicas e a eterna guerra entre o bem e o mal.
Chuck Russell tem demonstrado não ser um bom diretor de atores. Esse fato, com certeza, tem a ver com os fracos desempenhos de artistas como Kim Basinger (ganhadora do Oscar por sua atuação em "Los Angeles - Cidade proibida", 1997), Jimmy Smits e Christina Ricci. www.70anosdecinema.pro.br
Escrito por Ruth Epstein, o filme tem excesso de incidentes, informações e personagens, mas ao menos é um thriller com idéias e propostas. Mesmo que sejam tão confusas para o leigo quanto uma negociata financeira de Wall Street.
Excessivamente falado, vai se complicando cada vez mais, exigindo uma atenção que normalmente o espectador de home video não tem. Slater que é co-produtor está gordo e não acrescenta muito.
No universo que cerca o gênero do terror muitas vezes cometemos injustiças. Ecos do Além, de 1999, por exemplo, é uma das grandes produções subestimadas e, portanto, esquecidas do grande público. O principal problema com este filme em especial é que saiu no mesmo ano que O Sexto Sentido, mais especificamente um mês depois… Nem preciso dizer que a estreia ocorreu sem muito alarde pela história relativamente similar e como tudo o mais que ficou na sombra do novo heap de M. Night Shyamalan, este foi um filme que “entrou mudo e saiu calado“. Porém com as boas vendas em DVD e a falta de histórias mais originais para os produtores investirem seu dinheiro, Ecos do Além ganhou uma continuação, e como já era de se esperar, há apenas uma tênue conexão com a produção original e tampouco tem a ver com o livro de Richard Matheson, tanto que ele nem foi creditado.
Na verdade, o que é um pouco preocupante a princípio é que Stir of Echoes: The Homecoming (no título original) teve sua première direto para televisão nos Estados Unidos, partindo depois para DVD, e quem já assistiu algumas destas produções originais para o Sci-fi Channel sempre com instalações precárias e orçamentos minúsculos (como por exemplo, Boa Vs. Python, Pânico no Lago 2, Morcegos: Colheita Maldita) sabe também que não se pode esperar algo de muito interessante. No Brasil o filme foi lançado diretamente para o mercado de DVD pela PlayArte.
Ainda assim, desde as primeiras notícias achei que Ecos do Além 2 tinha um grande potencial – se não para ser melhor que o primeiro, para ser uma hora e meia carregada de tensão e entretenimento. Ao fim da projeção o resultado é até satisfatório, mas um pouco desapontador pelo histórico e pelo legado que se espera de um nome como o de Ecos do Além. O diretor Ernie Barbarash (Cubo Zero) tem dois problemas na primeira metade do desenvolvimento do roteiro: inicialmente, a parte que se passa no Iraque é tão deslocada no contexto que parece que está sendo filmada uma produção no estilo Três Reis e não um filme de suspense – algo desagradavelmente semelhante acontece em O Retorno dos Malditos; segundo, muitos sustos falsos desnecessários. O ritmo é melhorado na segunda metade, todavia a maneira um pouco apressada com que Barbarash conduz atrapalha a diversão substancialmente, e a escolha da trilha sonora não foi uma das mais felizes também. Não tenho nada contra o Rap, porém é um péssimo estilo musical para se usar quando se tenta criar algum suspense.
Como roteirista Barbarash dá um destaque muito grande para o personagem principal, Ted Cogan, suas visões (e os efeitos especiais nele embutidos), o que acarreta o desperdício de alguns personagens importantes como a esposa e o “mentor” Jake Witzky, que poderiam protagonizar conflitos psicológicos para valorizar a história e o nível de tensão. Contudo, por um lado positivo, o roteiro possui uma quantidade de reviravoltas suficientes para se manter interessante por quase todo o tempo de filme.
Desta maneira o elenco resume-se a uma pessoa, Rob Lowe, que faz um excelente papel de sargentão e nem tanto como uma pessoa que é cercada por alucinações, deixando evidente que faltou um pouco de “desespero” ao seu personagem (como li em outra crítica, as duas expressões que Lowe faz é “puto de raiva” ou “doente”), o restante do elenco também não ajuda muito principalmente pelo alto número de personagens secundários e, por conseguinte, o pouco espaço de tempo em cena que estes atores têm para trabalhar.
No quesito violência, embora pouca pela característica mais sugerida da história, temos umas cenas legais aqui, especialmente um suicídio que é bastante gráfico. Por causa do roteiro, vemos muita coisa relacionada com fogo, incêndios e corpos carbonizados.
Ao fim das contas o filme me agradou, mas pelos motivos diferentes do que eu esperava: a panfletagem de Barbarash contra a guerra e criticando a xenofobia nos lares estadunidenses é intensa, ácida (muito parecida com as que aparecem no seriado 24 Horas, diga-se de passagem) e seria até polêmico caso se tratasse de um blockbuster ou uma produção mais expressiva, mas como se trata de um inexpressivo filme de suspense com fantasmas e não uma obra de Romero ou um documentário de Michael Moore, esta lição de moral certamente passará batida.
Para encerrar fica aqui minha recomendação: se ainda não assistiu ao filme original com Kevin Bacon, nem pense duas vezes, assista-o e considere este segundo apenas como uma alternativa mediana para uma noite de sábado, pois pelo menos este te mantém sentado na cadeira o tempo todo, o que para uma produção que originalmente foi feita direto para a TV, já é um grande alívio. http://bocadoinferno.com.br/
“Se quer sobreviver, não faça sexo!” Na cartilha dos slashers, concebida na década de 80, um dos principais tópicos de sobrevivência está relacionado a virgindade. Os promíscuos, usuários de drogas, os atletas ignorantes e até mesmo os chatos sempre estiveram na black list dos principais assassinos do período, como se o mínimo desvio de responsabilidade fosse suficiente para condenar alguém à morte. O conceito é banal e serve apenas como um ensinamento aos desajustados sobre resistência aos malefícios da juventude. Quando o horror teen Pânico, de Wes Craven, brincou com as regras e clichês do subgênero, houve aqueles que aprenderam e resolveram copiar a fórmula e os que a utilizaram como padrão a ser evitado, como o suspense Medo em Cherry Falls, lançado em 2000, destacando o rosto da promissora namoradinha da América, Brittany Murphy.
Na verdade, a tentativa de fugir do clichê “virgens sobrevivem ao assassino” se encerra no argumento geral do longa de Geoffrey Wright, que posteriormente completaria a carreira de forma melancólica ao atualizar a obra de Shakespeare, Macbeth, para os jovens em 2006. Todo o restante se esbarra em soluções fáceis e artificiais que não são salvas nem pelas tentativas de satirizar o estilo, como a inspiração de 1996. Para piorar a avaliação, o cineasta entrega um trabalho preguiçoso, com péssimas posições de câmera, intensificado pela edição com exaustivos flashbacks.
Uma pequena cidade da Virgínia – nome sugestivo – chamada Cherry Falls, expressão inglesa que denota a perda da virgindade, uma série de assassinatos está incomodando os moradores. Um jovem casal, entre beijos e insinuações sexuais no interior de um veículo, está numa discussão produtiva sobre a possibilidade de fazerem sexo, com o rapaz tentando convencer a garota de seus sentimentos e da chegada do momento certo para o ato, exemplificando com alienígenas e planetas desconhecidos (!!!) Alguém os observa num veículo próximo. A figura escondida pelo roteiro acende o farol, obrigando o jovem a tirar satisfações até ser golpeado inúmeras vezes, numa citação ao primeiro crime do assassino do Zodíaco. Após uma tentativa desesperada de fugir, a garota é sucumbida ao serial killer, sendo encontrada no dia seguinte pregada a uma árvore (Drew Barrymore fazendo escola) com uma palavra em sua coxa, marcada com um punhal: Virgem.
Após algumas mortes com a mesma assinatura, o xerife da cidade, Brent Marken (Michael Biehn, que só aceitou fazer um slasher por se tratar de uma sátira ao gênero), percebe que a única conexão entre os crimes é a virgindade das vítimas. Temeroso com a possibilidade de ter a própria filha, Jody Marken (Brittany), assassinada, ele realiza uma reunião na cidade, apresentando um possível perfil do assassino e as vítimas em iminência, gerando uma confusão entre os pais e o delírio dos adolescentes, que organizam a festa Holocausto do Hímen, com a desculpa de “salvar vidas“. O humor se faz presente no evento dos jovens, principalmente com a participação dos nerds, com muitas garotas se “sacrificando” com o apoio até mesmo dos pais.
Com uma vestuária feminina, incluindo as unhas pintadas de vermelho, o assassino tem motivações referentes ao estupro da jovem Loralee Sherman, num passado que envolve quatro personagens, incluindo o xerife. A violência é contida, assim como as poucas cenas de assassinato são censuradas e sem impacto. A matança no último ato se baseia no som irreal da faca, sem exibir corpos mutilados ou violência, provavelmente para facilitar a identificação do público adolescente. Sem sangue ou qualquer atrativo, resta ao público quase nenhuma motivação para uma conferida. A própria Brittany Murphy (falecida em 2009) está bem exagerada nas expressões. Ela já havia feito outros filmes (Matemática do Diabo, Anjos Rebeldes 2, Garota Interrompida…), mas aqui entrega, provavelmente, sua pior atuação. Jay Mohr, como o professor Leonard, também não convence; restando apenas a Michael Biehn e à veterana Candy Clark (de A Bolha Assassina) os únicos papéis interessantes.
Curiosamente, Medo em Cherry Falls não chegou a estrear nos cinemas americanos. Aliás, teve poucas passagens pela tela grande, tendo perdido a “virgindade” exatamente no Brasil em maio de 2001. Mais um exemplar que comprova o quanto as distribuidoras brasileiras muitas vezes assassinam a cultura cinematográfica brasileira com péssimas opções levadas aos cinemas, enquanto produções melhores minguam em festivais isolados. http://bocadoinferno.com.br/
Brett Ratner está longe de ser o melhor cineasta do mundo. O desastroso “A Hora do Rush 3″ está aí para provar isso. Mas também está longe de ser o diretor desastrado que seus detratores pregam, com o saldo da sua filmografia sendo amplamente positivo. E, apesar dos pesares, este “Hércules”, sua incursão no mundo dos filmes espadas e sandálias, adiciona mais um crédito à sua conta.
Muitos dos acertos deste longa jaz no carisma de seu protagonista. Dwayne Johnson é o brucutu de ação mais carismático de sua geração e é um intérprete com um bom alcance cômico, característica que o torna deveras simpático junto ao público. Johnson abraçou o papel com paixão e seu entusiasmo se mostra claro na telona. A figura corpulenta e extrovertida do ex-lutador remete ao semi-deus da mitologia grega, algo importantíssimo para o sucesso do projeto.
Isso porque o roteiro é baseado na HQ “Hercules – The Thracian Wars”, o que permite o texto brincar com a noção de divindade e com a percepção que o próprio Hércules e seus conterrâneos tinham dele, em um conceito deveras interessante que é bem explorado pelo longa. Uma proposta bem diferente daquela da última e desastrosa versão do herói grego a chegar na telona e, mesmo também não seguindo a lenda de Hércules fielmente, esta produção mostra um respeito muito maior ao mito, transmitindo a importância da narrativa oral para o nascimento e expansão de uma mitologia.
Mercenário renomado e tido pelo povo como filho de Zeus, o personagem-título viaja pela Grécia acompanhado de uma trupe, aceitando trabalhos que condigam com seu senso moral e assustando seus inimigos com sua fama. Certo dia ele é contatado pelos homens de Cotys (John Hurt), um lorde de Trácia que o contrata para treinar e liderar seu exército contra as hordas de “centauros” lideradas por Reso (Tobias Santelmann), que estão a devastar toda a região. Durante esta missão, Hércules é obrigado a revistar antigos demônios pessoais e decidir qual é realmente o seu papel no mundo.
O grupo dos mocinhos é basicamente formado por arquétipos de RPG, contando com o bárbaro Tídeus (Aksel Hennie), a bela arqueira/ladina Atalanta (Ingrid Bolsø Berdal), o guerreiro Autolicos (Rufus Sewell), o bardo Iolaus (Reece Ritchie) e o mago/vidente Anfiaraus (Ian McShane), algo que faz sentido dentro da narrativa e aproxima os personagens de figuras mais conhecidas do público.
O guião ainda brinca um pouco as expectativas quanto ao vilão principal e a demora em apresentá-lo também acaba justificada, embora a fita ainda apresente um outro antagonista, vivido por um afetadíssimo Joseph Fiennes, que mais constrange que causa temor ou ódio.
Ratner conduz uma narrativa ágil, que flui bem e não cansa o espectador, orquestrando ainda batalhas em grande escala, que usam o potencial físico do protagonista e não fogem da trama. A química entre Dwayne Johnson e seus companheiros de armas é convincente (mesmo que alguns diálogos não ajudem), com o ator trazendo certa força dramática ao arco de seu personagem, e as presenças de Ian McShane e John Hurt conferem ao espetáculo alguma respeitabilidade, especialmente depois do plot twist no final do segundo ato.
O que não quer dizer que se trata de um filme perfeito. Alguns diálogos beiram o ridículo e o expositivo (“E… Caímos em uma armadilha”), enquanto o terceiro ato da trama é tão entupido de clichês que chega a incomodar, indo do “acredite em si mesmo” até um momento que parece ter sido tirado do terço final de “Guerra nas Estrelas”. O design de produção é bastante ambicioso e, na maior parte do tempo, convincente, mas alguns efeitos parecem datados de uma década atrás e acabam por prejudicar o todo. Sem contar a trilha sonora deveras esquecível que embala a aventura.
“Hércules” é uma sessão da tarde divertida, chegando perto de ser um equivalente moderno (e menos charmoso) das antigas aventuras produzidas por Ray Harryhausen. Não é excepcional e nem tenta ser, mas diverte. http://cinemacomrapadura.com.br/
Realizado por Brian Clyde e com as participações de Billy Campbell, Mark Dacascos, Treat Williams, Joe Suba e Sofia Pernas, “Roger Corman – Operação Rogue” é um título imperdível para os amantes de ação. Clássico filme de ação de baixo orçamento. Na veia dos antigos filmes de Chuck Norris, maIs contemporâneo . Se você gosta de ação ininterrupta, tiroteios e explosões, em seguida, a Operação Rogue é divertimento garantido .
A Enfermeira Betty
3.0 81 Assista AgoraA Enfermeira Betty" é uma gostosa comédia que fala de fantasias, sonhos, auto-confiança, ação, romance. Com um roteiro inteligente, o filme tem ainda uma boa direção e ótimas atuações, com destaques para Renée Zellweger e Morgan Freeman.
Festival Internacional de Cannes, França
Prêmio de Melhor Roteiro
Prêmios Globo de Ouro, EUA
Prêmio de Melhor Atriz em um Musical ou Comédia (Renée Zellweger)
O 6º Dia
2.9 211 Assista AgoraIniciando o ano de 2001, em 05 de janeiro estreou nos cinemas “O Sexto Dia” (The 6th Day), um thriller de ficção científica explorando o tema da clonagem de seres humanos, estrelado por Arnold Schwarzenegger (que deixou o ofício de ator para entrar na política e ser Governador nos Estados Unidos). O filme tem ainda as participações de outros rostos conhecidos como Michael Rooker e o veterano Robert Duvall.
No futuro, com a alta tecnologia a favor da humanidade, um empresário sem escrúpulos dirige uma organização científica que clona ilegalmente as pessoas. Um piloto de helicópteros, Adam Gibson (Schwarzenegger), é clonado por engano e devido a isso acaba se envolvendo numa perigosa e mortal aventura.
O filme é a cara de seu ator principal, parece ter sido feito especialmente para ele, tem bons efeitos especiais, muita ação e lembra “O Vingador do Futuro” (Total Recall, 1990) de Paul Verhoeven. Porém, o que decepciona é o sempre final feliz e previsível, e o pior nesse caso é que temos um desfecho duplamente feliz envolvendo o herói protagonista e seu clone.
Sobre a clonagem, um assunto polêmico e complexo, talvez deva mesmo existir um limite para a ciência. Vale refletir na frase de um dos personagens no filme: “Nós nascemos, vivemos, e morremos...”. Talvez esse deva ser o curso natural da vida.
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Endiabrado
3.0 353 Assista AgoraEndiabrado tem algo a mais: Elizabeth Hurley...Com certeza, uma das mulheres mais bonitas da história do cinema, a atriz inglesa consegue encantar e prender a atenção de qualquer espectador mais desatento. Além de sua beleza física, sua maneira de pronunciar as palavras torna qualquer coisa....muito sexy! Certamente o filme não é só Liz Hurley...A história em si é despretensiosa mas diverte. Elliot Richards (Brendan Fraser) é um bobão tímido e apaixonado por Allison (Francis O´Connor...totalmente apagada pela presença de Hurley). Bom, como o rapaz não tem coragem de chegar na menina, o capiroto aparece (Hurley) pra dar aquela mãozinha, concedendo a ele sete desejos em troca de sua alma. Com toda a sua esperteza, a princesa das trevas engana o mancebo colocando ele sempre em situações inusitadas e constrangedoras. Endiabrado não traz nada de novo mas funciona como um bom passatempo que com certeza irá arrancar boas gargalhadas...(aquela cena do por do sol...). Vá assistir como quem quer ver um filme de sessão da tarde....com um espírito leve e apto para algumas horas de entretenimento e muita elizabeth hurley
O Observador
2.8 135Os filmes que apresentam violentos assassinos em série como assunto principal em seus argumentos fazem parte de mais uma interessante temática dentro do fascinante cinema de Horror. Como existe uma infinidade de produções que já exploraram à exaustão essas ideias básicas, as histórias sobre serial killers raramente conseguem trazer alguma originalidade ao estilo, com os diversos filmes se parecendo muito entre si. É o caso também de O Observador (The Watcher, 2000), filme de estreia (e o único até agora) do desconhecido diretor Joe Charbanic, que traz um elenco acima da média com James Spader, a bela Marisa Tomei e o popular Keanu Reeves.
O Observador entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em março de 2001, e foram e continuam sendo produzidos tantos filmes com história similar nos últimos anos que o tema perdeu um pouco de sua intensidade, com o interesse por esses thrillers se desgastando inevitavelmente. Após o bem sucedido Seven – Os Sete Crimes Capitais (95), com Morgan Freeman e Brad Pitt, vieram em seu rastro O Principal Suspeito (98), com Nick Nolte, Ressurreição – Retalhos de Um Crime (99), com Christopher Lambert, O Colecionador de Ossos (99), com Denzel Washington e Angelina Jolie, entre outros, e todos explorando as conturbadas relações psicológicas entre o assassino psicopata e seus perseguidores implacáveis, policiais determinados e também exaustos, próximos de um colapso físico e mental.
O Observador é apenas mais um filme comum do gênero serial killer, não conseguindo despertar um interesse maior ou ser empolgante acima da média em sua história de eterna perseguição entre assassino e policial. Existem várias boas sequências de ação como barulhentas perseguições de carros, além também de alguns momentos tensos de suspense psicológico, mas nada tão relevante que não se esqueça rapidamente. São poucas mortes e o assassino poderia ser bem mais insano e cruel, além do fato de que Keanu Reeves não parece muito entusiasmado em sua atuação (curiosamente ele também fez outro papel de homem violento em O Dom da Premonição, 2001, de Sam Raimi). Do trio principal de protagonistas, a atriz Marisa Tomei também não está muito inspirada como uma psiquiatra que só tem ao seu favor o fato de ser uma mulher muito bela, e somente James Spader parece convencer como um policial atormentado e viciado em remédios, conseguindo evidenciar em alguns momentos o sufocante sentimento de stress de seu personagem.
Um furo considerável no roteiro é quando uma das vítimas do assassino observador é apresentada como uma jovem foragida de casa e moradora de rua, que em nenhum momento desperta veracidade pois é muito bonitinha e limpinha como alguém que vive pedindo esmolas e dorme em becos escuros de uma grande cidade. Outro detalhe negativo é o super previsível desfecho, resolvido numa sequência muito rápida e que poderia ser melhor desenvolvido, intensificando mais o confronto psicológico entre o assassino e o policial.
Seguem algumas informações sobre o elenco principal. Keenu Reeves nasceu em 1964 na cidade de Beirute, Líbano, e ficou muito conhecido ao fazer o papel de Neo na trilogia de FC Matrix. Outros filmes de horror e ficção de sua carreira são Drácula de Bram Stoker (92), O Advogado do Diabo (97), Constantine (2005) e o remake de O Dia em que a Terra Parou (2008). James Spader nasceu em 1960 no Estado americano de Massachusetts, e com uma carreira de mais de 40 filmes, no gênero fantástico já atuou na FC Stargate e no horror Lobo (ambos de 94), além de Crash – Estranhos Prazeres (96), Supernova (2000), Contato Alienígena (2003), A Sombra do Medo (2004) e A Pedra Mágica (2009). Já Marisa Tomei, nascida em 1964 em New York, é mais conhecida como comediante em filmes como Tratamento de Choque (2003), e curiosamente ela participou de forma não creditada numa ponta no obscuro O Vingador Tóxico (The Toxic Avenger, 1985), divertida produção trash da Troma, de Lloyd Kaufman.
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África dos Meus Sonhos
3.3 40 Assista Agora"África dos meus Sonhos" é um filme baseado na verdadeira história de Kuki Gallmann, uma mulher italiana de classe alta, divorciada, que se apaixona e se casa com um aventureiro, largando tudo para se estabelecer na África.
Dirigido por Hugh Hudson, que não está bem nesse trabalho, o filme apresenta as belezas dos cenários naturais do continente africano, bem como da adorável Kim Basinger. A história dessa mulher, que passa por tantas perdas, é realmente cativante.
Ainda como pontos positivos, o filme tem a música de Maurice Jarre, a fotografia de Bernard Lutic e boas atuações.
No geral, entretanto, considerando algumas falhas de roteiro e o seu ritmo inadequado, não se pode dizer que se trata de um ótimo filme, mas de um entretenimento que merece ser visto.
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Missão: Marte
3.0 142 Assista AgoraNa época de seu lançamento, Missão: Marte foi massacrado tanto pela crítica quanto pelo público, que pouco interesse teve em conferi-lo, tornando este um fracasso de bilheterias, praticamente empatando seu orçamento, sendo assim não gerando lucros expressivos ao estúdio. Entretanto, vendo o filme hoje, é notória a constatação de que o mesmo, apesar de não ser excepcional, está longe de ser considerado medíocre, pois apesar de um ou outro atropelamento em sua construção, em especial a primeira hora, que soa um tanto quanto arrastada, guarda um final no mínimo surpreendente, no sentido de imprevisibilidade em relação com o que fora apresentado no filme
Surpreendentemente Missão: Marte foi dirigido por Brian De Palma (Carrie, a Estranha, Vestida para Matar) - diretor este que do qual sou fã de carteirinha -, cineasta este mais acostumado a trabalhar com thrillers e dramas contemporâneos, mas apesar do universo distante visitado este consegue imprimir - de maneira positiva - toda a sua técnica como realizador e estética própria, que são mais do que evidenciadas logo na sequência de abertura do filme, onde acompanhamos a apresentação de cada um dos personagens principais (que viríamos a descobrir depois) num churrasco de despedida de um deles, tudo isso numa única tomada sequencial. Outra sequência brilhantemente elaborada e conduzida se passa dentro da nave espacial, quando acompanhamos também num plano sequencial (sem cortes) a rotina de todos os astronautas participantes da missão título, ao som de Dance the Night Away, do Van Halen. Uma sequência plasticamente linda e que agrega muito à narrativa do filme e, principalmente ao nosso envolvimento com os personagens focados nela. Enfim, apesar do território estranho - me refiro ao gênero do filme -, De Palma acabou por inserir seu estilo de maneira a complementar a proposta do filme, acrescentando assim pontos positivos a ele.
Escrito à seis mãos - Jim e John Thomas (ambos co-roteiristas de Predador), Lowell Cannon e Graham Yost (criador da série Justified) -, passado num futuro próximo (2020) e tendo como foco uma exploração espacial tripulada à Marte, que no final vai acaba debruçando muito mais do esta temática de exploração, mas sim revelações acerca da própria origem da vida terrena encontradas neste planeta até então tido como desabitado, o filme acaba sofrendo um pouco pela inconstância de seu ritmo e da indecisão quanto ao direcionamento seguido . Entretanto, apesar de alguns possíveis furos e de algumas explicações superficiais, nada justifica o "espancamento" da crítica e a falta de público para este filme, visto que o mesmo é um entretenimento interessante e que foca muito mais na exposição de ideias e teorias do que em explosões e sustos (apesar de guardar um bom punhado destes citados).
Como teve seu lançamento no agora longínquo ano de 2000, algumas cenas de efeitos visuais acabam soando envelhecidas, mas não chegam a agredir os olhos, apenas não convencem tanto em alguns momentos, principalmente quando em cenas que exigem interação entre elenco e efeitos. Falando em elenco, apesar de ter bons nomes escalados, sinto que estes não se sentiram a vontade com um filme tão dependente de efeitos especiais e visuais, o que acabou resultando em atuações um tanto quanto apagadas, o que obviamente acaba por prejudicar o desenvolvimento como um todo do filme. Não há nenhuma atuação completamente ruim, mas parece que não houve um profundo envolvimento pessoal de caras como Gary Sinise (Forest Gump, o Contador de Histórias), Don Cheadle (O Guarda), Tim Robbins (Um Sonho de Liberdade), Connie Nielsen (Gladiador) e Jerry O'Connell (Conta Comigo), este último surpreendentemente o que se apresenta mais "a vontade" de todo o elenco. Outro que faz uma participação relativamente pequena mas que aparece completamente deslocado é o veterano ator alemão Armin Mueller-Stahl (Senhores do Crime, Anjos e Demônios), o que é uma pena, pois este é um artista excepcional.
Contudo, apesar de algumas incongruências e indecisões por parte dos roteiristas, das atuações forçadas e sem muita paixão em alguns momentos, do ritmo lento em sua primeira hora de projeção e dos efeitos visuais já um tanto quanto envelhecidos, Missão: Marte guarda mais pontos positivos do que negativos, muito devido ao apuro técnico e talento como contador de histórias de Brian De Palma e também das boas sacadas dos roteiristas, em especial após as revelações obtidas em Marte e, mesmo com um desfecho um tanto quanto apressado (para não dizer incômodo pela pressa em apresentar os créditos), sagra-se como uma boa ficção-cientifica que, passada mais de uma década, merece ser redescoberta e, quem sabe, reavaliada tanto por quem não gostou quando o conferiu anos atrás, tanto como aqueles que, como eu, ainda não conheciam a obra. Por fim, não há como deixar de destacar a trilha sonora assinada pelo veterano e sempre sublime Ennio Morricone (Três Homens em Conflito), que sabe como poucos acrescentar dramaticidade a um filme e que aqui adiciona e muito tons de qualidade a esta obra não tão querida de Brian De Palma.
http://www.cinemografia.com/
A Isca
2.9 31 Assista Agora"A Isca" até que não se saiu mal nas bilheterias americanas, mas mesmo assim ele passou longe dos cinemas nacionais e chegou diretamente em video/DVD. Sinceramente ele não merecia esse desprezo, pois é bem divertido, tem uma ótima estória para contar, além de trazer boas sequências de ação e comédia
O diretor Antoine Fuqua faz um trabalho muito mais completo e inteligente que seu "Assassinos Substitutos", aqui as cenas de ação estão com muito mais adrenalina e verossimilidade. Além de tratar bem a situações dos personagens, o que é algo raro em filme do tipo. E ainda consegue usar o humor fácil, sem ser repetitivo.
Com um roteiro muito bem feito, "A Isca" consegue ser das melhores diversões. Com inteligência o filme de finaliza de forma extremamente satisfatória. Foxx se sai muito bem, usa seu humor e sua agilidade a favor do filme.
A Cilada
2.9 50Existem filmes que cumprem exatamente o que prometem. Nem um fotograma a mais, nem um fotograma a menos. É o caso de A Cilada, estrelado por Wesley Snipes. Quem vê o trailler já tem uma idéia bastante clara do que vai acontecer no filme. E, à medida em que a ação se desenrola na tela, o espectador vai acompanhando tudo com aquela cara de "aposto que agora acontece isso". E acontece mesmo. Não que o filme seja ruim. Ele só é previsível, exatamente igual a tantos outros.
Snipes vive o papel de um agente especial da ONU que sai mundo afora zelando pela paz mundial. Até que um dia - como o próprio título em português do filme já entrega - ele cai numa armação internacional, e é acusado de assassinar o embaixador chinês nos EUA. Começa a fuga e a luta para provar sua inocência. Tudo muito bem produzido, ótimo ritmo, efeitos especiais que chegam até a lembrar Matrix (apenas em uma ou outra cena, não se entusiasme), porém, com um roteiro mais raso que um pires, sem um pingo de criatividade. O roteirista Wayne Beach estava muito mais inspirado quando escreveu Assassinato na Casa Branca, também estrelado por Snipes. Desta vez, ficou devendo.
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Planeta Vermelho
2.8 91 Assista AgoraEsta segunda superprodução sobre Marte pouco inferior a Missão Marte, é uma ficção científica dirigida pelo estreante Antony Hoffman, apresenta um roteiro interessante, apesar dos clichês do gênero e a péssima passagem nos cinemas. O ano é 2050 quando o fim da humanidade parece inevitável. Diante desta terrível realidade, cientistas de todo o mundo se empenham em transformar Marte em um lugar habitável e partem em uma expedição para o planeta vermelho. Porém as coisas não saem como planejado, nada funciona direito e para complicar ainda mais a situação, eles descobrem que não estão sozinhos. Marte pode ser estéril, mas não é desabitado. Agora a solução é enviar uma missão de resgate, que será comandada por Kate Bowman (Carrie-Anne Moss) e seu ajudante Gallagher (Val Kilmer) por quem ela sente um carinho especial. Um acidente na aterrissagem (um dos melhores momentos do filme) deixa-os sem comunicação e sem equipamentos para escaparem. Na missão, também está a multifuncional robô AMEE, em um comando, ela é leal como um cachorrinho, mas um mal funcionamento após a aterrissagem a colocou em um comando diferente, ela se torna uma máquina assassina com intenção de caçar e destruir a tripulação. Bons efeitos especiais e um visual bem transado de Marte, Planeta Vermelho tem no currículo boas cenas de ação e uma história bastante interessante, porém mal explorada pelo diretor. O elenco de estrelas com atuações pouco convincentes de Val Kilmer, Tom Sizemore, Carrie-Anne Moss, Benjamin Bratt, Simon Baker, Terence Stamp, e uma regular direção de Antony Hoffman, por não explorar o conteúdo da história, e usar a fórmula ficção/suspense que estamos cansados de ver nos filmes de hoje. Apesar o fraco desfecho final, vale a pena conferir esta ficção com um visual bacana e boas idéia sobre este tão misterioso Planeta Vermelho. Recomendável principalmente para os fãs do gênero.
O Implacável
2.8 70 Assista AgoraQuem for assistir a O Implacável esperando ver Stallone distribuindo sopapos ficará extremamente decepcionado.
O fato é que O Implacável tem muito falatório e pouca ação: este é um filme centrado no caráter de seu personagem principal, não em suas atitudes. Assim, as seqüências envolvendo algum tipo de ação (lutas, tiroteios e perseguições) são raras - e, para ser bem honesto, pouco empolgantes. Para piorar, elas acontecem aparentemente ao acaso ao longo da trama, como se o roteirista David McKenna as introduzisse simplesmente para fazer jus ao gênero (há uma luta em uma cozinha que chega a parecer surreal, de tão despropositada).
Apesar de tudo, O Implacável tem estilo - um grande feito de seu diretor, Stephen Kay, que abusa dos cortes secos e das intromissões em fast-forward. Infelizmente, a edição é lenta e, em alguns pontos, confusa (para se ter uma idéia, eu não consegui compreender sequer o que aconteceu com o personagem de Mickey Rourke neste filme).
Por outro lado, Stallone tem um bom desempenho como o anti-herói Jack Carter: seu personagem é, na verdade, o único fator realmente interessante da história.
Como já havia provado em Rocky e em Cop Land, Stallone possui grande talento para viver personagens que têm algo a provar para si mesmos. Além disso, ele demonstra (mais uma vez) ser um ator bastante superior ao seu contemporâneo (e colega de gênero) Schwarzenegger - basta observar a cena em que ele tenta consolar a sobrinha interpretada por Leigh Cook, mas não consegue encontrar as palavras certas, chegando mesmo a comover-se.
Assim, é uma pena que o filme ao redor de Stallone seja tão medíocre: até mesmo o talentoso Michael Caine (que, aliás, viveu o personagem Jack Carter na infinitamente superior versão original) parece estar entediado em sua pequena participação. Já a modelo Rhona Mitra, que interpretou a vítima de estupro de Kevin Bacon em O Homem Sem Sombra, prova ser melhor atriz quando entra muda e sai calada de um filme: sua atuação em O Implacável é embaraçosamente ruim.
Muitas são as pessoas que julgam Stallone a partir de sua persona cinematográfica, ignorando o fato de que ele é um roteirista surpreendentemente talentoso e um ator aberto a novas experiências. Nem sempre ele acerta
Politécnica
4.0 197Polytechnique", de Denis Villeneuve, é um filme que trata essencialmente da natureza humana, ao reconstituir o massacre na escola politécnica de Montréal em 1989, quando Marc Lépine assassinou 14 meninas, feriu outras 10 e mais 4 homens, antes de se matar, dentro da universidade. Villeneuve, premiado na Semana da Crítica em 2008 com seu curta "Next Door", optou por um registro extremamente emotivo, distante do realismo.
Após extensa pesquisa sobre o crime e para proteger a memória dos participantes do massacre, o diretor criou personagens estilizados, representando "perfis" dos envolvidos do que os próprios indivíduos.
Villeneuve filma com muita liberdade e improvisação, obtendo planos tão fortes quanto belos, como a entrada do protagonista em cena com a câmera em perpendicular com o horizonte ou a filmagem dos corredores de ponta-cabeça.
A comparação com "Elefante" é inevitável, já que os dois fazem uma interpretação artística de um massacre. O filme de Gus van Sant é mais ousado por sua ruptura com a estrutura dramática clássica, enquanto Villeneuve carrega mais nas tintas da tragédia.
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Algumas Portas Nunca Deviam Ser Abertas
3.2 70Filme norueguês, contendo cenas fortes de violência e sexo em alguns instantes, retrata os transtornos e desequilíbrios da mente humana, sua linha tênue entre a sanidade e a loucura.
Tem aquela sobriedade nórdica que, em si, já dita um clima diferente e interessante. É um filme que prende a atenção, mas é bem desconfortável.
"Despudorado e inquietante, exalta personagens complexos através de uma narrativa sórdida e perversa.
tem um final extremamente mórbido, que me desagradou e me fez reduzir relativamente a classificação da pelicula
Presença do Mal
3.0 70Realizado pela rede de televisão espanhola Telecinco e a produtora Filmax, o projeto Películas Para No Dormir reúne nada menos que alguns dos nomes mais respeitados do cinema hispânico da atualidade. O projeto é inspirado numa série que abordava temas fantásticos e sobrenaturais chamada Historias Para No Dormir, exibida pela TVE nos anos 70. A nova antologia é composta por seis episódios dirigidos pelos cineastas Narciso Ibáñez Serrador (O Quarto da Culpa), Jaume Balagueró (Morada do Perigo), Paco Plaza (Delinquentes e Diabólicos), Mateo Gil (Chamado do Passado), Enrique Urbizu (Amigo Imaginário) e Álex de la Iglesia (Presença do Mal).
Presença do Mal, primeiro dos seis filmes parte do projeto, conta a história do casal Juan e Sonia, que mudam com seu bebê para um enorme casarão. Apesar de antigo, um lugar ideal para começar uma nova família. No aposento do filho, eles instalam uma moderna babá eletrônica que permite ouvir e ver tudo o que acontece. Mas algumas ocorrências bizarras vão levá-los a acreditar que alguém ou algo vive naquela casa, mais precisamente no quarto do bebê.
O cinema fantástico espanhol aos poucos vem se consolidando como um dos melhores do mundo. Já exportou para a América cineastas do calibre de Guillermo Del Toro (O Labirinto do Fauno e A Espinha do Diabo) e Alejandro Amenábar (Preso na Escuridão e Os Outros). Mais recente, a grande surpresa foi REC (2008), dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza, que causou furor por onde foi exibido e garantiu sua refilmagem americana antes mesmo de ser distribuído comercialmente (Quarentena, 2008). Presença do Mal, embora seja feito para TV, carrega as mesmas marcas que evidenciaram esta nova safra de bons filmes espanhóis: atores talentosos, fotografia impecável e uma mistura equilibrada de drama e de horror.
Presença do Mal foi dirigido pelo competente Alex de la Iglesia, que tem no currículo os ótimos Ação Mutante (1994), O Dia da Besta (1995) e A Comunidade (2000). O roteiro foi escrito a quatro mãos por Iglesia e Jorge Guerricaechevarría, numa parceria que se repete desde a estreia do cineasta como diretor em 1991, com o curta de horror Mirindas Asesinas. O elenco é formado por Leonor Watling (Fale com Ela e Má Educação, de Almodóvar) como Sonia e Javier Gutiérrez como Juan. Gutiérrez interpreta brilhantemente o pai de família cujo caráter e sanidade vai lentamente se deteriorando, num processo semelhante ao sofrido pelo personagem de Jack Nicholson em O Iluminado.
É impossível não associar os primeiros minutos de Presença do Mal ao também espanhol O Orfanato (2008). A sequência inicial do filme de Iglesia mostra algumas crianças brincando de esconde-esconde. Uma delas resolve se esconder na casa onde futuramente será o lar do casal Sonia e Juan e some. Em O Orfanato, um garoto desaparece dentro de um casarão onde funcionava o orfanato do título. A mãe do menino começa a ser assombrada por algumas crianças e numa das cenas mais marcantes elas também aparecem brincando de esconde-esconde. Mas as semelhanças acabam aí. A criança desaparecida no começo é apenas um artifício para confundir o espectador, que em determinado momento pode achar que é ela quem assombra o local.
Quase como uma marca registrada dos filmes de horror espanhóis, Presença do Mal começa apenas como um drama com toques de suspense. Na trama, pouco tempo depois de mudar-se para a nova casa, o casal vê seu relacionamento abalado quando o marido insiste em provar que os fantasmas que apenas ele vê não são frutos de sua loucura. Juan acaba abandonado pela esposa. Sozinho no casarão, ele mergulha num mundo de horror, presenciando um brutal assassinato dentro de seu próprio lar.
(atenção: o parágrafo abaixo contém SPOILERS)
No entanto, o desfecho pode decepcionar um pouco o espectador que esperava uma explicação sobrenatural. Numa reviravolta, que tenta ser surpreendente, Presença do Mal flerta com a ficção científica e fornece uma explicação “quântica” aos fantasmas do filme. A presença nada mais seria do que uma versão “maléfica” de Juan, vinda de uma dimensão alternativa. No final, esta versão do mal ainda consegue saltar para a realidade do “verdadeiro” Juan e aprisioná-lo sabe-se lá onde. Tudo no melhor estilo Além da Imaginação.
Presença do Mal foi distribuído em DVD pela Paris filmes, que também lança no mercado brasileiro os outros cinco filmes da série Películas Para No Dormir. Apesar da falta de criatividade, o título adotado no Brasil acaba fazendo certo sentido depois de desvendado o segredo do filme (por curiosidade, a tradução literal do título espanhol seria O Quarto do Bebê).
Enfim, Presença do Mal se destaca, principalmente, por não ser apenas “mais uma história de casa mal assombrada”. Uma boa pedida, numa locadora perto de você.
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O Missionário
2.3 26 Assista AgoraRevelado como o lutador russo Ivan Drago em Rocky IV de 1984, o sueco Dolph Lundgren, que também já viveu He-Man nos cinemas em Mestres do Universo, não demorou a cair para a segunda linha de atuação, representada por colegas como Mark Dacascos, Chuck Norris, Steven Seagal e até Jean-Claude Van Damme. Com filmes de baixo orçamento e indo direto para as prateleiras de DVD, Lundgren se arrisca aqui também como diretor em sua quarta incursão por trás das câmeras. Mas com a morosidade de sempre de filmes do gênero, empolgação é um item inexistente. Em O Missionário, Lundgren é Ryder, andarilho cheio de vingança e em busca de justiça. Ao chegar a uma pequena cidade, muda a vida dos moradores, oprimidos por um tirano local. Armado com sua bíblia, sua motocicleta e sua sede por vingança, Ryder enfrenta o ditador do mal no melhor estilo vigilante, provando que não só a justiça triunfa mas também a canastrice.
Traição em Hong Kong
3.1 18Olivier Assayas, o mesmo realizador do discreto mas mestrado Clean, tem aqui uma narrativa de intriga e personificada sobre a verdadeira natureza humana em que Asia Argento nos apresenta como Sandra, uma sensual e ex-prostituta que integra um plano de golpe para com os eu antigo cliente e amante, Miles (Michael Madsen), um empresário á beira da ruína, nesse jogo de intrigas e duplicidade levará a protagonista a uma viagem ao submundo do Oriente.
Eis um trabalho multi-nacionalista em que Assayas se mostra apto para as histórias, mas inapto para conta-las, o que nos dá a sensação de pouca inspiração por parte do autor que nomeadamente nas primeiras cenas do filme, a “miopia” da sua câmara se exibe desconforto e pouca solidez sob os cenários, ou seja o espectador através dos hiperativos movimentos de câmara sabe localizar-se, mas nunca ter a sensação de plano palpável, sendo o mesmo que uma criança a brincar ao “quarto escuro”.
Nas primeiras cenas, as mais entediantes de todo o filme, encontramos envolvidos entre o diálogo das duas personagens principais, Sandra (Asia Argento na sua pose mais sensual) e Miles (Michael Madsen na sua pior forma artística) a debaterem-se sobre o passado tudo num jogo “bate e foge” em que a conversa desenrola até não ter um fim a vista. Depois de a premissa ter terminado, a fita percorre um vasto rol de lugares-comuns que dissipam entre um argumento abafado e sem objetivo. O elenco secundário encontra-se praticamente mau, tirando a excepção de Carl Ng que podemos estabelece-lo na mediana e um final sem sabor, nem vontade fazem de sentença para um filme falhado e sem nenhum pingo de criatividade.
http://cinematograficamentefalando.blogs.sapo.pt/
Stealth: Ameaça Invisível
2.6 105 Assista AgoraStealth é um filme de ação e ficção científica, com muitos efeitos especiais e pouco talento por parte do diretor e atores. Os tenentes Ben Gannon (Josh Lucas), Kara Wade (Jessica Biel) e Henry Purcell (Jamie Foxx) são pilotos de uma divisão de elite da marinha americana. O futuro se apresenta a eles como o quarto membro da equipe: um caça stealth dotado de uma inteligência artificial altamente complexa, apelidada de UCAV EDI, que faz com que o jato não precise ser tripulado.
O caça enfrenta a resistência de Ben, a cautela de Kara e o entusiasmo de Purcell. Após o capitão George Cummings (Sam Shepard) autorizar sua primeira missão e obter 100% de sucesso, um raio atinge o caça, fazendo com que o "cérebro" do robô se expanda ainda mais a ponto de se tornar totalmente independente e com "sentimentos", o que o torna imprevisível e incontrolável. O EDI então começa a escolher seus próprios alvos, voltando-se até mesmo contra seus companheiros (Alô, HAL, de 2001 uma odisséia no espaço! Copiaram você aqui!).
O filme infelizmente contém mais erros do que acertos. O nível de "clichés" é absurdamente alto , algumas cenas são muito forçadas - como a sequência na Coréia do Norte (que frase final foi aquela da Biel pro Josh! parecia final de novela mexicana!), e o filme todo é altamente previsível. Sério, sem querer ser chato, mas eu consegui adivinhar com precisão cada cena que iria acontecer - o que não foi nem um pouco difícil.
Mas, tirando toda a clichezada sobre questões militares, inteligência artificial e lições de ética e moral, fiquemos com a ação. Neste aspecto filme não decepciona, pelo menos em sua maior parte. O caça stealth ficou muito bem feito e as cenas de combate ficaram boas. Pra quem tem um home theater, a barulheira dos caças e explosões pode fazer seus vizinhos reclamarem! Como atrativo visual, ainda temos uma cena que surge totalmente do nada no meio do filme em que os pilotos ganham férias na Tailândia feita única e exclusivamente para mostrar a Jessica Biel de biquini e o Josh Lucas fazendo pose sem camisa. E, pra quem gosta de conferir o filme após os créditos, temos um "momento exterminador do futuro".
Uma das frases no filme diz: “a guerra não pode ser transformada num videogame”. Na verdade, parece que o filme foi transformado em um videogame. Muita ação e pouca história.
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Cães Assassinos
2.6 156 Assista AgoraOs cães são os animais que o cinema de horror mais gosta de explorar em suas histórias, transformando-os em monstros assassinos. Existe uma infinidade de filmes com cachorros de variadas raças, e na maioria das vezes eles são apresentados como uma ameaça mortal para os seres humanos, ou seja, criaturas longe de serem dóceis, e ao contrário, ávidas por cravar seus dentes afiados nas carnes macias de pessoas que acreditavam que eles eram seus melhores amigos (um ditado popular que o cinema faz questão de desmentir).
E essa ideia ainda persiste, pois os cães continuam despertando o interesse dos roteiristas, aparecendo em filmes como vilões predadores. É o caso de Cães Assassinos (The Breed, 2006), uma co-produção entre Estados Unidos e África do Sul, lançada em DVD no Brasil em dezembro de 2006 pela Europa. O filme faz questão de evidenciar o nome de Wes Craven entre os produtores executivos, mas sinceramente, esse fato já não significa grande coisa, pois o criador das franquias populares A Hora do Pesadelo e Pânico está demonstrando uma decadência significativa em sua carreira nos últimos anos.
Com direção de Nicholas Mastandrea (é seu primeiro filme, porém ele já é veterano como assistente de direção de alguns filmes de Wes Craven e George Romero) e roteiro de Peter Wortmann e Robert Conte, a história apresenta um grupo de cinco jovens amigos desde a infância que vão passear numa ilha. Formado pelos irmãos Mat (Eric Lively) e John (Oliver Hudson), pelas belas Nicki (Michelle Rodriguez), namorada de Matt, e Sara (Taryn Manning), e ainda por Noah (Hill Harper), o grupo hospeda-se numa casa isolada herdada pelos irmãos. Porém, o que deveria ser um agradável e divertido final de semana, transformou-se numa desesperada luta pela sobrevivência quando surge uma imensa matilha de cães raivosos e modificados geneticamente, vindos de um centro de treinamento para cães de ataque, misteriosamente abandonado no outro lado da ilha. Os animais não desejam companhia e querem experimentar o sabor da carne e o gosto do sangue dos jovens invasores de seu território.
O filme é curto (85 minutos) e a história é bem simples, com poucos personagens. Além do grupo de cinco amigos, temos ainda um casal de namorados, Luke (Nick Boraine) e Jenny (Lisa-Marie Schneider), que chega de barco na ilha, e também descobre a fúria dos cães. A ideia é apenas mostrar o desespero de um grupo de jovens acuados dentro de uma casa, impossibilitados de fugir (o hidro avião utilizado na viagem perdeu-se no mar), e obrigados a lutar por suas vidas ao serem atacados ferozmente por cães assassinos que aparecem de todos os lados. Não há interesse do roteiro em investir energia em explicações. A origem dos cães é tratada de forma superficial, assim como o mistério do centro de treinamento abandonado. Os personagens são pouco desenvolvidos e existem mesmo apenas para servir de vítimas para os animais. Porém, existem boas cenas de tensão e perseguições nos ataques violentos dos cães e nos confrontos dos jovens contra seus algozes (se bem que seriam melhores se fossem noturnas), além das tentativas fracassadas de fuga. E o desfecho também tenta fugir da previsibilidade, com uma solução mais pessimista. Enfim, trata-se de mais uma diversão rápida e passageira.
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Quando um Estranho Chama
2.9 649 Assista AgoraÉ bastante comum escutar a expressão de que o ser humano tem medo daquilo que não conhece. Respondem a isso eventos envolvendo fantasmas, alienígenas, mitos e lendas, além de uma infinidade de fenômenos que estão longe de terem uma explicação científica. Mas deixando todos esses temas do além de lado, muitas vezes, o medo, dentro desta natureza desconhecida, pode estar presente e de forma muito mais aterradora através de uma outra pessoa, igual a qualquer outra, mas por ser desconhecida, pode torna-se perigosa. Claro que quando o cinema resolve abordar essa temática, os resultados podem ser os mais variantes possíveis e boas idéias acabam se perdendo dentro desse vasto mundo.
E é justamente isso que acontece na produção Quando um Estranho Chama (When A Stranger Calls, 2006), que estreou nos cinemas brasileiros no dia 31 de março de 2006.
O filme acompanha a história de Jill (Camilla Belle), típica pós adolescente norte-americana que resolve encarar uma noite como babá para ganhar uma grana extra. O local escolhido é um casarão localizado no meio do nada e sem nenhum vizinho. Com as crianças dormindo, ela tranca a porta e liga o alarme geral, o que deixaria qualquer ser humano em total segurança, certo? Correto, até que a pobre moça começa a receber estranhas ligações de um homem não identificado que parece estar rondando a casa e começa a ameaçar a babá. Assustada, Jill consegue contactar a polícia, que descobre que as ligações estão sendo feitas dentro da própria casa.
Refilmagem do agradável Mensageiro da Morte (When A Stranger Calls, 1979), Quando um Estranho Chama procura criar uma história baseada nessa questão de expor uma jovem ao ambiente de medo imposto por alguém, que ela não sabe quem é e pior, onde está. Primeiro a moça é ameaçada através de ligações feitas por este misterioso sujeito e depois passa a sofrer perseguição física quando ela percebe que o tal homem está mais perto do que ela imaginava.
Achou interessante? Realmente Quando um Estranho Chama tem uma base bem construída, especialmente por utilizar alguns fatores que ajudaram no desenrolar da trama. A começar pela própria casa onde a história acontece. Não espere nenhuma propriedade mal assombrada ou velha. Pelo contrário, a habitação na qual Jill vai passar a noite seria o objetivo de todos que querem ter uma bela casa. No entanto, como já é de costume nesse tipo de produção, trata-se de uma propriedade cheia de cômodos, que sem iluminação, torna-se o cenário ideal para impor medo a alguém. O pior (ou seria o melhor?) também é a localização da casa, no mais completo deserto e sem um vizinho para o qual se possa pedir uma ajuda numa situação de emergência.
Talvez por estar tão isolada, os seus proprietários tenham optado por uma arquitetura moderna, com vários cômodos divididos por vidros, além das paredes principais da casa, as que dão para o exterior, serem feitas de vidros, o que não oferece nenhuma privacidade aos moradores. No entanto, essa característica é perfeita para quem está a espreita, apenas observando o movimento dos moradores, nesse caso, da pobre Jill.
Outro ponto positivo do filme é a utilização da tecnologia atual de forma bem convincente para aumentar a tensão dentro da trama, uma vez que os celulares ficam fora de área de cobertura, as chamadas são bloqueadas, a bateria do telefone acaba e por aí vai. Tudo isso para aumentar ainda mais a angústia da pobre Jill.
Alguns fãs podem consideram Quando um Estranho Chama como uma versão estendida do interessante prólogo de Pânico (Scream, 1997), no qual uma apavorada Drew Barrymore é vítima, por cerca de 10 minutos, de alguém que a ameaça através de um telefonema anônimo. Fruto do roteiro escrito por Jake Wade Wall (responsável pelo remake de A Morte Pede Carona), que aproveitou parte da versão original assinada por Steve Feke (Poltergeist 3, 1988), a história consegue até ser bem conduzida, embora a mesma também possua os já tradicionais vícios desse tipo de filme como portas que batem, móveis que caem, trilha sonoro estridentes, além de jogos de câmera que fazem o público pensar que os personagens do filme são cegos e não conseguem ver o que está acontecendo ao redor.
Outro problema do filme é a iluminação utilizada para mostrar “o estranho homem“, o que leva crer quase que ele não tem rosto, uma vez que sempre aparece em algum efeito de contra-luz ou com alguma sombra cobrindo a sua face. Desnecessário e não acrescentou em nada para a história. Na verdade, tais elementos surgem apenas para fazer com que o público do cinema dê o tradicional pulo da poltrona em duas ou três cenas.
Este foi o caminho escolhido pelo diretor Simon West (Lara Croft: Tomb Raider, 2001), que apesar do roteiro interessante que tinha em mãos, preferiu dar um tratamento mais hollywwodiano com os já superados sustos fáceis que infelizmente só fizeram a trama perder em credibilidade, uma vez que a história, por si só, era interessante e de certa forma, perturbadora, por tentar explorar este medo do desconhecido em um cenário quase único e por apenas um personagem.
Estrelado pela bela Camilla Belle (Jurassic Park – O Mundo Perdido, 1997) no papel da pobre babá Jill, a moça até que se esforça em oferecer uma boa interpretação, mas não espere ver nenhuma futura indicada ao Oscar. Em entrevistas realizadas para divulgação do filme, a atriz explica que assistiu O Iluminado (The Shining, 1980) e que “toda vez que tinha de imaginar quem era o tal estranho que ligava, pensava no Jack Nicholson“.
Apesar também do final pouco convincente, Quando um Estranho Chama pode ser indicado como opção de diversão dentro do gênero. O que seria isso? Alguns sustos e uma história agradável, mas que passa longe da questão de explorar o medo real do desconhecido, que deveria ser a proposta inicial. Vale lembrar que o filme original ganhou uma sequência em 1993 chamada Um Estranho a Minha Porta (When A Stranger Calls Back). Alguma dúvida de que a pobre Jill ainda poderá ser vista em um futuro próximo?
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A Filha da Luz
3.0 151"Filha da Luz" é um filme de suspense sobrenatural que deixa muito a desejar. Com um roteiro cheio de altos e baixos, o filme aborda o tema de seitas satânicas e a eterna guerra entre o bem e o mal.
Chuck Russell tem demonstrado não ser um bom diretor de atores. Esse fato, com certeza, tem a ver com os fracos desempenhos de artistas como Kim Basinger (ganhadora do Oscar por sua atuação em "Los Angeles - Cidade proibida", 1997), Jimmy Smits e Christina Ricci.
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Contrato de Risco
2.6 7 Assista AgoraEscrito por Ruth Epstein, o filme tem excesso de incidentes, informações e personagens, mas ao menos é um thriller com idéias e propostas. Mesmo que sejam tão confusas para o leigo quanto uma negociata financeira de Wall Street.
Excessivamente falado, vai se complicando cada vez mais, exigindo uma atenção que normalmente o espectador de home video não tem. Slater que é co-produtor está gordo e não acrescenta muito.
Ecos do Além 2
2.4 31 Assista AgoraNo universo que cerca o gênero do terror muitas vezes cometemos injustiças. Ecos do Além, de 1999, por exemplo, é uma das grandes produções subestimadas e, portanto, esquecidas do grande público. O principal problema com este filme em especial é que saiu no mesmo ano que O Sexto Sentido, mais especificamente um mês depois… Nem preciso dizer que a estreia ocorreu sem muito alarde pela história relativamente similar e como tudo o mais que ficou na sombra do novo heap de M. Night Shyamalan, este foi um filme que “entrou mudo e saiu calado“. Porém com as boas vendas em DVD e a falta de histórias mais originais para os produtores investirem seu dinheiro, Ecos do Além ganhou uma continuação, e como já era de se esperar, há apenas uma tênue conexão com a produção original e tampouco tem a ver com o livro de Richard Matheson, tanto que ele nem foi creditado.
Na verdade, o que é um pouco preocupante a princípio é que Stir of Echoes: The Homecoming (no título original) teve sua première direto para televisão nos Estados Unidos, partindo depois para DVD, e quem já assistiu algumas destas produções originais para o Sci-fi Channel sempre com instalações precárias e orçamentos minúsculos (como por exemplo, Boa Vs. Python, Pânico no Lago 2, Morcegos: Colheita Maldita) sabe também que não se pode esperar algo de muito interessante. No Brasil o filme foi lançado diretamente para o mercado de DVD pela PlayArte.
Ainda assim, desde as primeiras notícias achei que Ecos do Além 2 tinha um grande potencial – se não para ser melhor que o primeiro, para ser uma hora e meia carregada de tensão e entretenimento. Ao fim da projeção o resultado é até satisfatório, mas um pouco desapontador pelo histórico e pelo legado que se espera de um nome como o de Ecos do Além.
O diretor Ernie Barbarash (Cubo Zero) tem dois problemas na primeira metade do desenvolvimento do roteiro: inicialmente, a parte que se passa no Iraque é tão deslocada no contexto que parece que está sendo filmada uma produção no estilo Três Reis e não um filme de suspense – algo desagradavelmente semelhante acontece em O Retorno dos Malditos; segundo, muitos sustos falsos desnecessários. O ritmo é melhorado na segunda metade, todavia a maneira um pouco apressada com que Barbarash conduz atrapalha a diversão substancialmente, e a escolha da trilha sonora não foi uma das mais felizes também. Não tenho nada contra o Rap, porém é um péssimo estilo musical para se usar quando se tenta criar algum suspense.
Como roteirista Barbarash dá um destaque muito grande para o personagem principal, Ted Cogan, suas visões (e os efeitos especiais nele embutidos), o que acarreta o desperdício de alguns personagens importantes como a esposa e o “mentor” Jake Witzky, que poderiam protagonizar conflitos psicológicos para valorizar a história e o nível de tensão. Contudo, por um lado positivo, o roteiro possui uma quantidade de reviravoltas suficientes para se manter interessante por quase todo o tempo de filme.
Desta maneira o elenco resume-se a uma pessoa, Rob Lowe, que faz um excelente papel de sargentão e nem tanto como uma pessoa que é cercada por alucinações, deixando evidente que faltou um pouco de “desespero” ao seu personagem (como li em outra crítica, as duas expressões que Lowe faz é “puto de raiva” ou “doente”), o restante do elenco também não ajuda muito principalmente pelo alto número de personagens secundários e, por conseguinte, o pouco espaço de tempo em cena que estes atores têm para trabalhar.
No quesito violência, embora pouca pela característica mais sugerida da história, temos umas cenas legais aqui, especialmente um suicídio que é bastante gráfico. Por causa do roteiro, vemos muita coisa relacionada com fogo, incêndios e corpos carbonizados.
Ao fim das contas o filme me agradou, mas pelos motivos diferentes do que eu esperava: a panfletagem de Barbarash contra a guerra e criticando a xenofobia nos lares estadunidenses é intensa, ácida (muito parecida com as que aparecem no seriado 24 Horas, diga-se de passagem) e seria até polêmico caso se tratasse de um blockbuster ou uma produção mais expressiva, mas como se trata de um inexpressivo filme de suspense com fantasmas e não uma obra de Romero ou um documentário de Michael Moore, esta lição de moral certamente passará batida.
Para encerrar fica aqui minha recomendação: se ainda não assistiu ao filme original com Kevin Bacon, nem pense duas vezes, assista-o e considere este segundo apenas como uma alternativa mediana para uma noite de sábado, pois pelo menos este te mantém sentado na cadeira o tempo todo, o que para uma produção que originalmente foi feita direto para a TV, já é um grande alívio.
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Medo em Cherry Falls
2.3 194“Se quer sobreviver, não faça sexo!” Na cartilha dos slashers, concebida na década de 80, um dos principais tópicos de sobrevivência está relacionado a virgindade. Os promíscuos, usuários de drogas, os atletas ignorantes e até mesmo os chatos sempre estiveram na black list dos principais assassinos do período, como se o mínimo desvio de responsabilidade fosse suficiente para condenar alguém à morte. O conceito é banal e serve apenas como um ensinamento aos desajustados sobre resistência aos malefícios da juventude. Quando o horror teen Pânico, de Wes Craven, brincou com as regras e clichês do subgênero, houve aqueles que aprenderam e resolveram copiar a fórmula e os que a utilizaram como padrão a ser evitado, como o suspense Medo em Cherry Falls, lançado em 2000, destacando o rosto da promissora namoradinha da América, Brittany Murphy.
Na verdade, a tentativa de fugir do clichê “virgens sobrevivem ao assassino” se encerra no argumento geral do longa de Geoffrey Wright, que posteriormente completaria a carreira de forma melancólica ao atualizar a obra de Shakespeare, Macbeth, para os jovens em 2006. Todo o restante se esbarra em soluções fáceis e artificiais que não são salvas nem pelas tentativas de satirizar o estilo, como a inspiração de 1996. Para piorar a avaliação, o cineasta entrega um trabalho preguiçoso, com péssimas posições de câmera, intensificado pela edição com exaustivos flashbacks.
Uma pequena cidade da Virgínia – nome sugestivo – chamada Cherry Falls, expressão inglesa que denota a perda da virgindade, uma série de assassinatos está incomodando os moradores. Um jovem casal, entre beijos e insinuações sexuais no interior de um veículo, está numa discussão produtiva sobre a possibilidade de fazerem sexo, com o rapaz tentando convencer a garota de seus sentimentos e da chegada do momento certo para o ato, exemplificando com alienígenas e planetas desconhecidos (!!!) Alguém os observa num veículo próximo. A figura escondida pelo roteiro acende o farol, obrigando o jovem a tirar satisfações até ser golpeado inúmeras vezes, numa citação ao primeiro crime do assassino do Zodíaco. Após uma tentativa desesperada de fugir, a garota é sucumbida ao serial killer, sendo encontrada no dia seguinte pregada a uma árvore (Drew Barrymore fazendo escola) com uma palavra em sua coxa, marcada com um punhal: Virgem.
Após algumas mortes com a mesma assinatura, o xerife da cidade, Brent Marken (Michael Biehn, que só aceitou fazer um slasher por se tratar de uma sátira ao gênero), percebe que a única conexão entre os crimes é a virgindade das vítimas. Temeroso com a possibilidade de ter a própria filha, Jody Marken (Brittany), assassinada, ele realiza uma reunião na cidade, apresentando um possível perfil do assassino e as vítimas em iminência, gerando uma confusão entre os pais e o delírio dos adolescentes, que organizam a festa Holocausto do Hímen, com a desculpa de “salvar vidas“. O humor se faz presente no evento dos jovens, principalmente com a participação dos nerds, com muitas garotas se “sacrificando” com o apoio até mesmo dos pais.
Com uma vestuária feminina, incluindo as unhas pintadas de vermelho, o assassino tem motivações referentes ao estupro da jovem Loralee Sherman, num passado que envolve quatro personagens, incluindo o xerife. A violência é contida, assim como as poucas cenas de assassinato são censuradas e sem impacto. A matança no último ato se baseia no som irreal da faca, sem exibir corpos mutilados ou violência, provavelmente para facilitar a identificação do público adolescente. Sem sangue ou qualquer atrativo, resta ao público quase nenhuma motivação para uma conferida.
A própria Brittany Murphy (falecida em 2009) está bem exagerada nas expressões. Ela já havia feito outros filmes (Matemática do Diabo, Anjos Rebeldes 2, Garota Interrompida…), mas aqui entrega, provavelmente, sua pior atuação. Jay Mohr, como o professor Leonard, também não convence; restando apenas a Michael Biehn e à veterana Candy Clark (de A Bolha Assassina) os únicos papéis interessantes.
Curiosamente, Medo em Cherry Falls não chegou a estrear nos cinemas americanos. Aliás, teve poucas passagens pela tela grande, tendo perdido a “virgindade” exatamente no Brasil em maio de 2001. Mais um exemplar que comprova o quanto as distribuidoras brasileiras muitas vezes assassinam a cultura cinematográfica brasileira com péssimas opções levadas aos cinemas, enquanto produções melhores minguam em festivais isolados.
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Hércules
3.0 790 Assista AgoraBrett Ratner está longe de ser o melhor cineasta do mundo. O desastroso “A Hora do Rush 3″ está aí para provar isso. Mas também está longe de ser o diretor desastrado que seus detratores pregam, com o saldo da sua filmografia sendo amplamente positivo. E, apesar dos pesares, este “Hércules”, sua incursão no mundo dos filmes espadas e sandálias, adiciona mais um crédito à sua conta.
Muitos dos acertos deste longa jaz no carisma de seu protagonista. Dwayne Johnson é o brucutu de ação mais carismático de sua geração e é um intérprete com um bom alcance cômico, característica que o torna deveras simpático junto ao público. Johnson abraçou o papel com paixão e seu entusiasmo se mostra claro na telona. A figura corpulenta e extrovertida do ex-lutador remete ao semi-deus da mitologia grega, algo importantíssimo para o sucesso do projeto.
Isso porque o roteiro é baseado na HQ “Hercules – The Thracian Wars”, o que permite o texto brincar com a noção de divindade e com a percepção que o próprio Hércules e seus conterrâneos tinham dele, em um conceito deveras interessante que é bem explorado pelo longa. Uma proposta bem diferente daquela da última e desastrosa versão do herói grego a chegar na telona e, mesmo também não seguindo a lenda de Hércules fielmente, esta produção mostra um respeito muito maior ao mito, transmitindo a importância da narrativa oral para o nascimento e expansão de uma mitologia.
Mercenário renomado e tido pelo povo como filho de Zeus, o personagem-título viaja pela Grécia acompanhado de uma trupe, aceitando trabalhos que condigam com seu senso moral e assustando seus inimigos com sua fama. Certo dia ele é contatado pelos homens de Cotys (John Hurt), um lorde de Trácia que o contrata para treinar e liderar seu exército contra as hordas de “centauros” lideradas por Reso (Tobias Santelmann), que estão a devastar toda a região. Durante esta missão, Hércules é obrigado a revistar antigos demônios pessoais e decidir qual é realmente o seu papel no mundo.
O grupo dos mocinhos é basicamente formado por arquétipos de RPG, contando com o bárbaro Tídeus (Aksel Hennie), a bela arqueira/ladina Atalanta (Ingrid Bolsø Berdal), o guerreiro Autolicos (Rufus Sewell), o bardo Iolaus (Reece Ritchie) e o mago/vidente Anfiaraus (Ian McShane), algo que faz sentido dentro da narrativa e aproxima os personagens de figuras mais conhecidas do público.
O guião ainda brinca um pouco as expectativas quanto ao vilão principal e a demora em apresentá-lo também acaba justificada, embora a fita ainda apresente um outro antagonista, vivido por um afetadíssimo Joseph Fiennes, que mais constrange que causa temor ou ódio.
Ratner conduz uma narrativa ágil, que flui bem e não cansa o espectador, orquestrando ainda batalhas em grande escala, que usam o potencial físico do protagonista e não fogem da trama. A química entre Dwayne Johnson e seus companheiros de armas é convincente (mesmo que alguns diálogos não ajudem), com o ator trazendo certa força dramática ao arco de seu personagem, e as presenças de Ian McShane e John Hurt conferem ao espetáculo alguma respeitabilidade, especialmente depois do plot twist no final do segundo ato.
O que não quer dizer que se trata de um filme perfeito. Alguns diálogos beiram o ridículo e o expositivo (“E… Caímos em uma armadilha”), enquanto o terceiro ato da trama é tão entupido de clichês que chega a incomodar, indo do “acredite em si mesmo” até um momento que parece ter sido tirado do terço final de “Guerra nas Estrelas”. O design de produção é bastante ambicioso e, na maior parte do tempo, convincente, mas alguns efeitos parecem datados de uma década atrás e acabam por prejudicar o todo. Sem contar a trilha sonora deveras esquecível que embala a aventura.
“Hércules” é uma sessão da tarde divertida, chegando perto de ser um equivalente moderno (e menos charmoso) das antigas aventuras produzidas por Ray Harryhausen. Não é excepcional e nem tenta ser, mas diverte.
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Operação Rogue
2.7 11Realizado por Brian Clyde e com as participações de Billy Campbell, Mark Dacascos, Treat Williams, Joe Suba e Sofia Pernas, “Roger Corman – Operação Rogue” é um título imperdível para os amantes de ação.
Clássico filme de ação de baixo orçamento. Na veia dos antigos filmes de Chuck Norris, maIs contemporâneo . Se você gosta de ação ininterrupta, tiroteios e explosões, em seguida, a Operação Rogue é divertimento garantido .