Vendido como suspense, mas pra mim uma das mais corajosas e impecáveis obras de terror dos últimos tempos tal como Corra. Muitos filmes de terror se apoiam simplesmente em um som alto para assustar seus espectadores. Ás vezes, isso é tudo no filme. O roteiro aqui aproveita dessa ferramenta, mas com certeza é a melhor justificativa que vi até hoje. A sensação que fica é a de imersão, uma imersão controlada por um diretor inteligente e que sabe exatamente qual é a reação que ele quer tirar de nós e o momento mais oportuno para fazer isso. Portanto, cenas simples que, em outros filmes seriam um total clichê, aqui rendem diversos sustos.
O elenco foi perfeitamente formado, mais do que boas atuações, o sucesso também está na química entre esses quatro personagens. Boa parte do medo e da tensão transmitida para o público parte da forte relação entre essas pessoas que estão dispostas a tudo para proteger uns aos outros. É crível, é doloroso, é assustador.
Mais que necessário, uma vez que filmes com profundidade na situações mais conhecidas do nosso dia-a-dia estão repletos nas pratilheiras, a lacuna aqui preenchida é exatamente um filme teen, feito para atingir os jovens e pensado como uma comédia para toda a família. O primeiro grande acerto. Estamos acostumados a ver orientação sexual sendo tratada em filmes mais “cabeça”, para um público mais adulto e quase sempre de forma pesada, o que não deixa de ser também um reflexo da sociedade, que ainda trata como tabu a temática LGBTQ+ nos cinemas. Mas aqui, ela é aberta, leve e retratada com muita realidade desde o começo do filme até seu último segundo.
Com certeza não é o filme aclamado que o Oscar vai premiar pela representatividade, mas provavelmente será o que vai atingir o público jovem de forma mais impactante e natural possível, muito mais do que ‘Moonlight’ ou o recente ‘Me Chame Pelo Seu Nome’.
Por fim, mesmo com seus erros convencionais, ‘Com Amor, Simon’ vem positivamente como uma chance de mostrar para aqueles que lutam contra a opressão, pensamentos suicidas e as outras armadilhas de estar no “armário” na adolescência, que não estão sozinhos e, principalmente, não precisam se envergonhar. O amor existe para todos e o cinema está se tornando corajoso ao mostrar isso cada vez mais.
Quando terminou parei e pensei, esse filme não tem pé e nem cabeça, mas é bem interessante, para compreender Aniquilação por completo é necessário ter a mente bem aberta, preparado para receber de braços abertos as demências oferecidas na loucura do argumento.
A inserção da psicóloga atenua sensos e prospecções sobre a vida e os rumos que elas são baseadas. É um debate que não é totalmente indisposto e degenerado pelo afunilamento da história, mas ele se coloca em segundo plano e se desloca da propriedade, o que não necessariamente é uma análise menor. Todo senso de realidade é transformado em metáfora e percepção ilógica.
O próximo passo da evolução do cosmo? Não necessariamente uma correção na terra, mas a fusão do que há nela com o que vem de fora, da mesma forma que há 4,5 bilhões de anos atrás ocorreu com a própria terra primitiva.
Larry morreu em vão, não foi mártir, ele só destacou a intolerância em que vivemos nos dias de hoje. O que são aquelas pulseiras do juri popular? - Será mesmo realidade uma pessoa em plena consciência acreditar que um crime premeditado e a queima roupa, por motivo banal "ÓDIO", por não aceitar o diferente da própria realidade seja um catarse, eliminado da sociedade? Pessoas assim são cúmplices deste e de outros crimes como este documentado, patrocinadores do ódio, antes do crime educa-se, após ele a lei deve punir e ser implacável a ponto de ser encorajada a não se ultrapassar o limite, limite esse conhecido como VIDA.
O documentário consegue expor todo o sentimento por trás da morte de Larry. É tudo muito mais complicado do que imaginamos quando envolvemos leis, religiões, instituições, governo etc (Visto do ponto de vista hétero). A obra passeia pela discussão entre a penalidade para menores de 18 anos. Não sei se muita gente sabe, mas nos EUA existe uma condenação para delitos cometidos por menores e, o que o documentário também aborda, é justamente isso. O Diretor apresenta os dois lados da moeda, com depoimentos de gente a favor e contra. Digo que alguns depoimentos me deixaram um pouco enojado, principalmente por saber que existe muita gente com aquele tipo de pensamento, mas ele serve para refletirmos de que precisamos lutar muito ainda se quisermos uma igualdade entre seres humanos.
Só não é melhor por conta da direção que tenta inserir o humor a todo custo, mas não causam um equilíbrio em relação à densidade da trama; elas geram um descompasso. A impressão que fica é que o diretor quis se manter numa zona de segurança, fazendo um filme leve que agradasse a todos e não incomodasse ninguém. Ou seja, trata-se de uma postura oposta àquela da pessoa que ele está retratando, não é conteúdo para Tv simplesmente, é cinema.
Sou daqueles que fala que nunca chora, mas não pode ver ninguém sofrendo que o olho já fica vermelho, sorte desse diretor que não fez muito em Tron e demonstrou ter talento e uma boa mão para construir uma história inspiradora surgente de um cenário catastrófico e me convenceu muitas vezes a derrubar algumas lagrimas.
Miles Teller é, sem dúvida, o mais talentoso. As suas motivações são claras e o processo de mudança do personagem é muito bem construído. A interação com o Taylor Kitsch é um arco previsível, mas é bem feito, que resulta sobretudo graças à química dos dois.
Tecnicamente falando, a fotografia é excecional, não sei quem fez, capta vastas composições visuais que vão desde à mais bela paisagem de uma floresta até à mais temível imagem do fogo a alastrar-se na nossa direção, destacando principal e simultaneamente o amarelo da farda dos bombeiros. O fogo, aliás, é retratado quase como um monstro, como um personagem antagônico, o que funciona muito bem. O diretor de fotografia e o diretor coloca a gente dentro do incêndio e a claustrofobia e o medo, causados pela rápida “perseguição” das chamas, pelo calor e pela falta de ar, são contagiosos. Cria muito bem a empatia pelos bombeiros e ficamos instantaneamente sensibilizados. Já sonoplastia nada fez. Vale muito a pena ver em uma tela enorme.
Muitos podem considerar os dois primeiros atos cansativos mas eu achei um acerto da direção, apresentar os desaparecidos através de seus familiares, me conectou com a história.
Eu achei mais do mesmo, traz uma ou outra coisa interessante, uma ou outra cena mais tensa, mas num todo carece de inovação. Não esperem por mortes chocantes e nem alienígenas. Enfim, vale por entretenimento passageiro.
Acho que eu assisti errado, não gostei. Como pode esses astronautas terem tanto despreparo psicológico, não dá pra engolir isso, não é possível que de 8 bilhões no planeta enviem logo 7 pessoas que não tem capacidade de articulação e raciocínio para resolver conflitos internos, não estou dizendo das questões cientificas, ainda mais nesse caso em que o objetivo da missão é resolver a "crise" por falta de energia (embora já seja difícil comprar esse tema falta de energia).
O roteiro fraco e tudo é muito exagerado, mesmo que esteja lidando com múltiplos universos e realidades paralelas, a complexidade faz a trama se afastar do mistério primordial e cair em todos os clichês da ficção científica, perdendo assim a magia e o suspense.
Tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo, e infelizmente falha em quase todas elas; desde a busca de sua própria identidade até as conexões com o universo da franquia.
Streep e Hanks mais uma vez fantásticos. Não apenas pelo trabalho que os deixou idênticos aos personagens que interpretam, mas pela forma como conduzem a trama. Eles se completam: Hanks abusa da emoção justamente pela paixão pelo que Bradlee fazia enquanto Streep segura o eixo racional, conduzindo os dois clímax deste filme que envolvem grandes decisões.
A principal falha, foi não ter explorado mais sobre a documentação. Fora dois ou três closes nas notícias de capa, o público tem que ir para o cinema com um conhecimento prévio do assunto para entender a dimensão e complexidade deste caso. Do ponto de vista técnico, é louvável o esforço da fotografia de Janusz Kaminski, um dos maiores de todos os tempos.
Compreendendo suas frustrações. Saoirse Ronan, em uma atuação memorável, caminha entre o drama e a comédia com uma facilidade incrível, demonstrando seu potencial e talento.
Um fator que torna o filme especial está na excelente estruturação dos arco narrativos. A vida de Bird poderia ser considerada monótona, já que suas preocupações vagam entre escola e futuro, mas temos uma gama tão rica de personagens que em nenhum momento o filme deixa o espectador entediado, muito pelo contrário.
É um bom filme, mas deixa passar coisas importantes, o diretor até faz uma contextualização inicial interessante, deixando claro a posição de independência do FBI. Após isso, inúmeros são os problemas. Destaco, no entanto, dois pontos positivos: a extraordinária atuação de Liam Neeson, que cria um vínculo forte com o espectador por conta de um personagem de personalidade sombria, e a coragem de levar adiante um projeto deste nível em um momento turbulento da política dos EUA, onde qualquer contribuição em qualquer área do conhecimento ou da arte é muito bem-vinda para discussão.
Em relação ao roteiro adaptado diretamente dos textos de Felt, o diretor acaba criando a ilusão de que o agente representaria o lado honesto da agência, deixando claríssima a divisão de heróis e vilões. Além de um erro histórico grotesco, por exemplo, pesa negativamente no filme os diálogos entre o Diretor Gray com Felt:
o primeiro, no filme, é um braço da Casa Branca que busca um expurgo no FBI; o segundo, um herói – ou antiherói – que preza pelo justo (neste caso, a investigação do Watergate)
. Fica de lado, portanto, inúmeros fatores extras discutidos na bibliografia recente que fizeram Felt vazar informações para o The Washington Post, seja pela sua ambição ou mesmo por suas visões políticas.
O diretor Landesman e a Sony tinham em mãos uma preciosa oportunidade de levar ao público uma história pouco debatida e com várias interrogações até mesmo para quem viveu na época, mas a opção por um filme curto, neste caso, afetou completamente o resultado final.
Antes de ser uma franquia foi uma das poucas sequencia em que o 2º foi melhor que o 1º, que é bom, porém, a partir do 3 desandou tudo, The Last Key não tem consistência no rumo da história e pouco tempo de desenvolvimento. Em parte não é negativo, porque vamos para o filme à espera daquilo e aquilo só e somos surpreendidos com o rumo de acontecimentos ao longo do filme. Com o tratamento e alterações certas, podíamos ter aqui material para uma obra de horror ao nível das melhores, a forma como este estranho rumo é justificado deixa o desfecho muito rápido e mal desenvolvido, o início deveria ter sido mais rápido para da possibilidade de um final melhor dentro destes 103 minutos.
Enrolou muito com as lamentações, no primeiro ato eu já havia entendido, ele está ludibriado pela felicidade alheia exposta, mas a vida real é diferente. Porém, quando o filme encontra a necessidade de expressar o sentimento de forma tão explícita, nada faz para considerá-lo um alerta eficiente, é porque, de fato, há algo muito errado acontecendo. Ben Stiller não consegue oferecer a profundidade necessária a uma figura que deveria despertar interesse e curiosidade. O saldo só não é pior pois ao seu lado está Austin Abrams, que demonstra um talento insuspeito, indo além do pouco que lhe é oferecido. Luke Wilson, Jemaine Clement e, principalmente, Michael Sheen, são participações curiosas, mas de uso tão pontual que mal chegam a afetar o rumo das coisas. Em resumo, O Estado das Coisas é mortalmente morno, e se como lição de vida está longe de funcionar perfeitamente, mas rende uma pipoca sim.
Feito com carinho para o Oscar, tem tudo o que eles gostam; nude, siririca, morte, amor, ah o amor, renascimento e arte. Mas sem dúvida a consagração de Guillermo del Toro. É impressionante analisar o apelo visual, ele criou um mundo completo com um design de produção impecável. Os tons cinzentos do complexo de inteligência se destacam. Se a ideia original era filmar o filme em p/b, a fotografia apresenta o melhor trabalho ao usar em quase todo o filme apenas uma fonte de luz para lembrar o fundo do mar. O azul e o filtro cinzento, nestes casos, geralmente são balanceados com o âmbar, enquanto o vermelho é usado para destacar o amor ou a violência.
Hawkins está com uma atuação de luxo, mesmo muda e com linhas de diálogo que aparecem em uma sequência de sonho muito bem orquestrada. Esteticamente belo, The Shape of Water tem o desenrolar de uma poesia refinada, cujo final não pode ser previsto. Grande parceria de Del Toro com a Fox Searchlights, apresenta uma cena inesquecível que provavelmente será lembrada dentre os filmes produzidos nesta década.
Antes de qualquer coisa, que surra de palavras é aquela no padre???? Vamos lá, desenvolvimento impecável, deixa qualquer um preso do começo ao fim. Mas também com o elenco de atores coadjuvantes desse, fica fácil para McDormand, que não sente o peso de carregar o longa nas costas. Muito pelo contrário, ela dá vida e assume um papel de anti-heroína que estava em desuso neste século. Fugindo do politicamente correto, Mildred é exemplo de mulher batalhadora que acredita nas suas convicções e não teme nada, nada mesmo, fica bem claro isso quando ela está tomando café e o ex marido chega na casa.
Coisas por fazer do tipo, o racismo e o abuso de poder, por exemplo, são dois temas que poderiam ser isolados na narrativa e dariam margem para ótimas análises. O cotidiano de Ebbing parte do micro para o macro, mostrando como um pequeno episódio pode alterar a rotina de várias pessoas e desencadear reações inesperadas. A composição sonora original é muito foda, mantendo um ritmo padronizado e original do crédito inicial até o rolar dos créditos finais.
O ponto alto criado por McDonagh está na construção de um final inteligente, que convida o espectador a tirar suas próprias conclusões. É mérito do filme, que cria um forte vínculo emocional a partir do trauma do assassinato da filha de Mildred e também com a própria protagonista. Vale a pena e aproveite para ver Frances McDormand, em uma das atuações mais espetaculares dos últimos tempos no cinema.
Quem esperava um amplo retrato da vida de Billie Jean King provavelmente irá se decepcionar. O foco está centrado na disputa que dá título ao filme, que é utilizado pelos diretores para passar a mensagem de igualdade e respeito. Por mais nobre que seja essa atitude, a espetacular carreira de King e todo seu legado para o esporte infelizmente não ganham nas telas a dimensão da vida real. Mesmo as várias menções de que ela era a número 1 do mundo não são suficiente para espantar a ideia da falta de profissionalização do tênis feminino no período, talvez pelo isolamento do roteiro em torno de determinadas atletas.
Emma Stone mais uma vez é a grande estrela, com atuação destacada que preza pela análise de King como esportista e como mulher que busca sua própria felicidade. É por isso que os dois subplots do filme envolvem relacionamentos (no caso de King, sua homossexualidade e os preconceitos típicos do período e no caso de Riggs sua compulsão por apostas e os problemas gerados em sua vida amorosa por conta disso).
Deixando de lado esses detalhes históricos que pode incomodar o espectador familiarizado com a história, a produção é de um nível bastante satisfatório. A recriação do grande confronto entre King e Riggs preza pelos detalhes (como o patrocínio da Sugar Daddy e a engraçada troca de presentes) e apesar de abusar do CGI para tentar transmitir a grandiosidade do evento no estádio, a fotografia tem um nível geral muito bom. O filme força conclusões anacrônicas, tentando fixar padrões do século XXI na década de 1970.
Seria uma aventura adulta? Apenas entretenimento fora dos blockbusters de franquia, ou seja, o cinema realmente se tornou um jardim de infância apenas com quadrinhos e The Mountain Between Us viu uma brecha ai.
O diretor entrega uma obra dinâmica, que não perde tempo, e já nos situa logo de cara na ação. A narrativa girando, sem muito espaço para floreios. Por outro lado, a dupla de protagonistas, Elba e Winslet, obviamente tem cacife de sobra para segurar o filme basicamente por conta própria, e a química entre os dois funciona que é uma beleza. Todos os percalços enfrentados pelos protagonistas são perfeitamente plausíveis dentro da realidade apresentada. É um cine pipoca, vale uma tarde.
Que filme denso, esse roteiro coloca o espectador de um lado da trama (baseada em fatos) que impõe ao ódio, mostra o climax do filme sendo uma guerra, e seguindo para o porquê o desatar desses laços é quase inevitável, tratando de racismo precisamos ser realistas e não partir para o extremismo para nenhum dos lados, sendo que um deles não tem a razão e deve ser condenado, quando não é condenado por todos deixamos de ser uma sociedade que prima o bem comum e passamos a lei da selva.
Poderia ter 30 minutos a menos, ainda que esse desmantelamento das estruturas seja uma mobilização estética para apontar as tristes condições que tornaram possíveis o resultado do ato final, entre muitos outros grandes erros e injustiças, o longa perde um pouco de seu ritmo ao retomar aos poucos para seu começo, se recolocando enquanto um constatador de fatos.
As atuações do elenco como um todo são excelentes, mas não é possível não destacar o desempenho de Will Poulter, que domina boa parte da ação na metade do longa. Por tratar diversos personagens quase com o mesmo espaço não parece ser o caso de apontar um protagonista em um dos retratados, mas o protagonismo assustador da proximidade dos fatos com a nossa atualidade. As narrativas carregadas de uma tensão elétrica, com muita adrenalina e desconforto, uma habilidade cirúrgica de controle na direção.
É extraordinário a sensibilidade do ser humano em uma sala de cinema, precisamos disso fora dela também, tantos sofrimentos acontecem na vida real e nós simplesmente colocamos uma máscara e repetimos o ódio, não levamos em consideração a dor que cada um carrega e que por muitas vezes não foi por escolha. Entre está certo e ser gentil, seja gentil.
A empatia por Auggie aumenta devido ao desempenho cativante de Tremblay, esse pequeno ser já tinha superado as expectativas em o “O quarto de Jack”, mas aqui ele surpreende por está atrás de uma máscara e demonstrar no olhar tanta emoção. Os coadjuvantes tem uma boa parcela nesse tom pesado e melancólico até atingir a superação.
O roteiro prova saber equilibrar bem o contar de histórias, pincelando fortemente outras camadas dos personagens; sempre direcionando-as, no entanto, para o extraordinário protagonista do título. O foco é clarividente, não sendo esse o caso de um filme que acaba destoando no tom ou ritmo. O que acontece, contudo, é que o material, extremamente comovente em sua própria natureza, acaba exagerando esse seu lado mais emotivo ao projetar lições de vida à beira do genérico. Em contraponto, a narrativa do longa prova-se ser bastante perspicaz, visto que Extraordinário nunca tende nem para uma abordagem completamente leve, nem para um tratamento extremamente cru, impiedoso. Tratando de crianças, prevalece um espírito de esperança concreta, uma mensagem de superação, o que, retomando o aspecto negativo da didática do viver, acaba não sendo exposto da maneira mais orgânica, soando como se fosse, em alguns poucos momentos, empurrada para nós goela abaixo. Não deixe de ver no cinema, é emocionante acompanhar 150 pessoas chorando.
Pode-se dizer também que este O Sequestro é uma das maiores furadas na qual Halle Berry já se meteu. Deveria se chamar Tudo o que NÃO fazer caso seu filho seja sequestrado. Berry é uma atriz talentosa e o problema aqui está longe de ser, ela se esforça e tem bons momentos dramáticos inclusive, o roteiro é muito ruim, no primeiro ato apresentam um a sequência de videos caseiros para tentar causar uma empatia ou identificação, mas não é o bastante para convencer e que você possa comprar a história, quanto na ação apenas no quarto ato tem uma ligeira melhora e monotonia de plots ruins. .
Uma hora e meia e eu não via a hora de acabar, massante e sem novidade. O tradicional twist da franquia retorna, mas é extremamente previsível e nem mesmo o deslocamento temporal proposto joga a favor da produção. O desenvolvimento dos personagens continua horroroso (e isso se deve tanto as más atuações quanto ao roteiro), por exemplo. Os avanços ocorrem no restabelecimento de pequenos padrões narrativos, voltando mais atenção para as consequências das escolhas feitas nas armadilhas. Dependendo da resposta da bilheteria no exterior, considerando que nos EUA o filme continuou com números bem abaixo do padrão da franquia, talvez possamos ter mais episódios de Saw utilizando este filme como ponto de partida.
A ficção cientifica só está aqui para ilustrar, transformar em metáforas uma critica a imortalidade, limites da ciência e a espiritualidade, apesar de algumas falhas na história.
Basicamente a crença que o pensamento filosófico começa com o sujeito humano, não meramente o sujeito pensante, mas as suas ações, sentimentos e a vivência de um ser humano individual. No existencialismo, o ponto de partida do indivíduo é caracterizado pelo que se tem designado por "atitude existencial", ou uma sensação de desorientação e confusão face a um mundo aparentemente sem sentido e absurdo.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraVendido como suspense, mas pra mim uma das mais corajosas e impecáveis obras de terror dos últimos tempos tal como Corra. Muitos filmes de terror se apoiam simplesmente em um som alto para assustar seus espectadores. Ás vezes, isso é tudo no filme. O roteiro aqui aproveita dessa ferramenta, mas com certeza é a melhor justificativa que vi até hoje. A sensação que fica é a de imersão, uma imersão controlada por um diretor inteligente e que sabe exatamente qual é a reação que ele quer tirar de nós e o momento mais oportuno para fazer isso. Portanto, cenas simples que, em outros filmes seriam um total clichê, aqui rendem diversos sustos.
O elenco foi perfeitamente formado, mais do que boas atuações, o sucesso também está na química entre esses quatro personagens. Boa parte do medo e da tensão transmitida para o público parte da forte relação entre essas pessoas que estão dispostas a tudo para proteger uns aos outros. É crível, é doloroso, é assustador.
Com Amor, Simon
4.0 1,2K Assista AgoraMais que necessário, uma vez que filmes com profundidade na situações mais conhecidas do nosso dia-a-dia estão repletos nas pratilheiras, a lacuna aqui preenchida é exatamente um filme teen, feito para atingir os jovens e pensado como uma comédia para toda a família. O primeiro grande acerto. Estamos acostumados a ver orientação sexual sendo tratada em filmes mais “cabeça”, para um público mais adulto e quase sempre de forma pesada, o que não deixa de ser também um reflexo da sociedade, que ainda trata como tabu a temática LGBTQ+ nos cinemas. Mas aqui, ela é aberta, leve e retratada com muita realidade desde o começo do filme até seu último segundo.
Com certeza não é o filme aclamado que o Oscar vai premiar pela representatividade, mas provavelmente será o que vai atingir o público jovem de forma mais impactante e natural possível, muito mais do que ‘Moonlight’ ou o recente ‘Me Chame Pelo Seu Nome’.
Por fim, mesmo com seus erros convencionais, ‘Com Amor, Simon’ vem positivamente como uma chance de mostrar para aqueles que lutam contra a opressão, pensamentos suicidas e as outras armadilhas de estar no “armário” na adolescência, que não estão sozinhos e, principalmente, não precisam se envergonhar. O amor existe para todos e o cinema está se tornando corajoso ao mostrar isso cada vez mais.
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraQuando terminou parei e pensei, esse filme não tem pé e nem cabeça, mas é bem interessante, para compreender Aniquilação por completo é necessário ter a mente bem aberta, preparado para receber de braços abertos as demências oferecidas na loucura do argumento.
A inserção da psicóloga atenua sensos e prospecções sobre a vida e os rumos que elas são baseadas. É um debate que não é totalmente indisposto e degenerado pelo afunilamento da história, mas ele se coloca em segundo plano e se desloca da propriedade, o que não necessariamente é uma análise menor. Todo senso de realidade é transformado em metáfora e percepção ilógica.
O próximo passo da evolução do cosmo? Não necessariamente uma correção na terra, mas a fusão do que há nela com o que vem de fora, da mesma forma que há 4,5 bilhões de anos atrás ocorreu com a própria terra primitiva.
Valentine Road: O Assassinato De Lawrence King
4.0 24 Assista AgoraLarry morreu em vão, não foi mártir, ele só destacou a intolerância em que vivemos nos dias de hoje. O que são aquelas pulseiras do juri popular? - Será mesmo realidade uma pessoa em plena consciência acreditar que um crime premeditado e a queima roupa, por motivo banal "ÓDIO", por não aceitar o diferente da própria realidade seja um catarse, eliminado da sociedade? Pessoas assim são cúmplices deste e de outros crimes como este documentado, patrocinadores do ódio, antes do crime educa-se, após ele a lei deve punir e ser implacável a ponto de ser encorajada a não se ultrapassar o limite, limite esse conhecido como VIDA.
O documentário consegue expor todo o sentimento por trás da morte de Larry. É tudo muito mais complicado do que imaginamos quando envolvemos leis, religiões, instituições, governo etc (Visto do ponto de vista hétero). A obra passeia pela discussão entre a penalidade para menores de 18 anos. Não sei se muita gente sabe, mas nos EUA existe uma condenação para delitos cometidos por menores e, o que o documentário também aborda, é justamente isso. O Diretor apresenta os dois lados da moeda, com depoimentos de gente a favor e contra. Digo que alguns depoimentos me deixaram um pouco enojado, principalmente por saber que existe muita gente com aquele tipo de pensamento, mas ele serve para refletirmos de que precisamos lutar muito ainda se quisermos uma igualdade entre seres humanos.
Marshall: Igualdade e Justiça
3.8 130 Assista AgoraSó não é melhor por conta da direção que tenta inserir o humor a todo custo, mas não causam um equilíbrio em relação à densidade da trama; elas geram um descompasso. A impressão que fica é que o diretor quis se manter numa zona de segurança, fazendo um filme leve que agradasse a todos e não incomodasse ninguém. Ou seja, trata-se de uma postura oposta àquela da pessoa que ele está retratando, não é conteúdo para Tv simplesmente, é cinema.
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraNossa que alívio, aguardava esse tom em filmes de heróis desde de sempre.
Homens de Coragem
3.9 177 Assista AgoraSou daqueles que fala que nunca chora, mas não pode ver ninguém sofrendo que o olho já fica vermelho, sorte desse diretor que não fez muito em Tron e demonstrou ter talento e uma boa mão para construir uma história inspiradora surgente de um cenário catastrófico e me convenceu muitas vezes a derrubar algumas lagrimas.
Miles Teller é, sem dúvida, o mais talentoso. As suas motivações são claras e o processo de mudança do personagem é muito bem construído. A interação com o Taylor Kitsch é um arco previsível, mas é bem feito, que resulta sobretudo graças à química dos dois.
Tecnicamente falando, a fotografia é excecional, não sei quem fez, capta vastas composições visuais que vão desde à mais bela paisagem de uma floresta até à mais temível imagem do fogo a alastrar-se na nossa direção, destacando principal e simultaneamente o amarelo da farda dos bombeiros. O fogo, aliás, é retratado quase como um monstro, como um personagem antagônico, o que funciona muito bem. O diretor de fotografia e o diretor coloca a gente dentro do incêndio e a claustrofobia e o medo, causados pela rápida “perseguição” das chamas, pelo calor e pela falta de ar, são contagiosos. Cria muito bem a empatia pelos bombeiros e ficamos instantaneamente sensibilizados. Já sonoplastia nada fez. Vale muito a pena ver em uma tela enorme.
Luzes de Phoenix
2.9 111Muitos podem considerar os dois primeiros atos cansativos mas eu achei um acerto da direção, apresentar os desaparecidos através de seus familiares, me conectou com a história.
Eu achei mais do mesmo, traz uma ou outra coisa interessante, uma ou outra cena mais tensa, mas num todo carece de inovação. Não esperem por mortes chocantes e nem alienígenas. Enfim, vale por entretenimento passageiro.
O Paradoxo Cloverfield
2.7 779 Assista AgoraAcho que eu assisti errado, não gostei. Como pode esses astronautas terem tanto despreparo psicológico, não dá pra engolir isso, não é possível que de 8 bilhões no planeta enviem logo 7 pessoas que não tem capacidade de articulação e raciocínio para resolver conflitos internos, não estou dizendo das questões cientificas, ainda mais nesse caso em que o objetivo da missão é resolver a "crise" por falta de energia (embora já seja difícil comprar esse tema falta de energia).
O roteiro fraco e tudo é muito exagerado, mesmo que esteja lidando com múltiplos universos e realidades paralelas, a complexidade faz a trama se afastar do mistério primordial e cair em todos os clichês da ficção científica, perdendo assim a magia e o suspense.
Tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo, e infelizmente falha em quase todas elas; desde a busca de sua própria identidade até as conexões com o universo da franquia.
The Post: A Guerra Secreta
3.5 607 Assista AgoraStreep e Hanks mais uma vez fantásticos. Não apenas pelo trabalho que os deixou idênticos aos personagens que interpretam, mas pela forma como conduzem a trama. Eles se completam: Hanks abusa da emoção justamente pela paixão pelo que Bradlee fazia enquanto Streep segura o eixo racional, conduzindo os dois clímax deste filme que envolvem grandes decisões.
A principal falha, foi não ter explorado mais sobre a documentação. Fora dois ou três closes nas notícias de capa, o público tem que ir para o cinema com um conhecimento prévio do assunto para entender a dimensão e complexidade deste caso. Do ponto de vista técnico, é louvável o esforço da fotografia de Janusz Kaminski, um dos maiores de todos os tempos.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraCompreendendo suas frustrações. Saoirse Ronan, em uma atuação memorável, caminha entre o drama e a comédia com uma facilidade incrível, demonstrando seu potencial e talento.
Um fator que torna o filme especial está na excelente estruturação dos arco narrativos. A vida de Bird poderia ser considerada monótona, já que suas preocupações vagam entre escola e futuro, mas temos uma gama tão rica de personagens que em nenhum momento o filme deixa o espectador entediado, muito pelo contrário.
Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca
3.2 36 Assista AgoraÉ um bom filme, mas deixa passar coisas importantes, o diretor até faz uma contextualização inicial interessante, deixando claro a posição de independência do FBI. Após isso, inúmeros são os problemas. Destaco, no entanto, dois pontos positivos: a extraordinária atuação de Liam Neeson, que cria um vínculo forte com o espectador por conta de um personagem de personalidade sombria, e a coragem de levar adiante um projeto deste nível em um momento turbulento da política dos EUA, onde qualquer contribuição em qualquer área do conhecimento ou da arte é muito bem-vinda para discussão.
Em relação ao roteiro adaptado diretamente dos textos de Felt, o diretor acaba criando a ilusão de que o agente representaria o lado honesto da agência, deixando claríssima a divisão de heróis e vilões. Além de um erro histórico grotesco, por exemplo, pesa negativamente no filme os diálogos entre o Diretor Gray com Felt:
o primeiro, no filme, é um braço da Casa Branca que busca um expurgo no FBI; o segundo, um herói – ou antiherói – que preza pelo justo (neste caso, a investigação do Watergate)
O diretor Landesman e a Sony tinham em mãos uma preciosa oportunidade de levar ao público uma história pouco debatida e com várias interrogações até mesmo para quem viveu na época, mas a opção por um filme curto, neste caso, afetou completamente o resultado final.
Sobrenatural: A Última Chave
2.9 475 Assista AgoraAntes de ser uma franquia foi uma das poucas sequencia em que o 2º foi melhor que o 1º, que é bom, porém, a partir do 3 desandou tudo, The Last Key não tem consistência no rumo da história e pouco tempo de desenvolvimento. Em parte não é negativo, porque vamos para o filme à espera daquilo e aquilo só e somos surpreendidos com o rumo de acontecimentos ao longo do filme. Com o tratamento e alterações certas, podíamos ter aqui material para uma obra de horror ao nível das melhores, a forma como este estranho rumo é justificado deixa o desfecho muito rápido e mal desenvolvido, o início deveria ter sido mais rápido para da possibilidade de um final melhor dentro destes 103 minutos.
O Estado das Coisas
3.4 104 Assista AgoraEnrolou muito com as lamentações, no primeiro ato eu já havia entendido, ele está ludibriado pela felicidade alheia exposta, mas a vida real é diferente. Porém, quando o filme encontra a necessidade de expressar o sentimento de forma tão explícita, nada faz para considerá-lo um alerta eficiente, é porque, de fato, há algo muito errado acontecendo. Ben Stiller não consegue oferecer a profundidade necessária a uma figura que deveria despertar interesse e curiosidade. O saldo só não é pior pois ao seu lado está Austin Abrams, que demonstra um talento insuspeito, indo além do pouco que lhe é oferecido. Luke Wilson, Jemaine Clement e, principalmente, Michael Sheen, são participações curiosas, mas de uso tão pontual que mal chegam a afetar o rumo das coisas. Em resumo, O Estado das Coisas é mortalmente morno, e se como lição de vida está longe de funcionar perfeitamente, mas rende uma pipoca sim.
A Forma da Água
3.9 2,7KFeito com carinho para o Oscar, tem tudo o que eles gostam; nude, siririca, morte, amor, ah o amor, renascimento e arte. Mas sem dúvida a consagração de Guillermo del Toro. É impressionante analisar o apelo visual, ele criou um mundo completo com um design de produção impecável. Os tons cinzentos do complexo de inteligência se destacam. Se a ideia original era filmar o filme em p/b, a fotografia apresenta o melhor trabalho ao usar em quase todo o filme apenas uma fonte de luz para lembrar o fundo do mar. O azul e o filtro cinzento, nestes casos, geralmente são balanceados com o âmbar, enquanto o vermelho é usado para destacar o amor ou a violência.
Hawkins está com uma atuação de luxo, mesmo muda e com linhas de diálogo que aparecem em uma sequência de sonho muito bem orquestrada. Esteticamente belo, The Shape of Water tem o desenrolar de uma poesia refinada, cujo final não pode ser previsto. Grande parceria de Del Toro com a Fox Searchlights, apresenta uma cena inesquecível que provavelmente será lembrada dentre os filmes produzidos nesta década.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraCaiu um tijolo aqui.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraAntes de qualquer coisa, que surra de palavras é aquela no padre???? Vamos lá, desenvolvimento impecável, deixa qualquer um preso do começo ao fim. Mas também com o elenco de atores coadjuvantes desse, fica fácil para McDormand, que não sente o peso de carregar o longa nas costas. Muito pelo contrário, ela dá vida e assume um papel de anti-heroína que estava em desuso neste século. Fugindo do politicamente correto, Mildred é exemplo de mulher batalhadora que acredita nas suas convicções e não teme nada, nada mesmo, fica bem claro isso quando ela está tomando café e o ex marido chega na casa.
Coisas por fazer do tipo, o racismo e o abuso de poder, por exemplo, são dois temas que poderiam ser isolados na narrativa e dariam margem para ótimas análises. O cotidiano de Ebbing parte do micro para o macro, mostrando como um pequeno episódio pode alterar a rotina de várias pessoas e desencadear reações inesperadas. A composição sonora original é muito foda, mantendo um ritmo padronizado e original do crédito inicial até o rolar dos créditos finais.
O ponto alto criado por McDonagh está na construção de um final inteligente, que convida o espectador a tirar suas próprias conclusões. É mérito do filme, que cria um forte vínculo emocional a partir do trauma do assassinato da filha de Mildred e também com a própria protagonista. Vale a pena e aproveite para ver Frances McDormand, em uma das atuações mais espetaculares dos últimos tempos no cinema.
A Guerra dos Sexos
3.7 316 Assista AgoraQuem esperava um amplo retrato da vida de Billie Jean King provavelmente irá se decepcionar. O foco está centrado na disputa que dá título ao filme, que é utilizado pelos diretores para passar a mensagem de igualdade e respeito. Por mais nobre que seja essa atitude, a espetacular carreira de King e todo seu legado para o esporte infelizmente não ganham nas telas a dimensão da vida real. Mesmo as várias menções de que ela era a número 1 do mundo não são suficiente para espantar a ideia da falta de profissionalização do tênis feminino no período, talvez pelo isolamento do roteiro em torno de determinadas atletas.
Emma Stone mais uma vez é a grande estrela, com atuação destacada que preza pela análise de King como esportista e como mulher que busca sua própria felicidade. É por isso que os dois subplots do filme envolvem relacionamentos (no caso de King, sua homossexualidade e os preconceitos típicos do período e no caso de Riggs sua compulsão por apostas e os problemas gerados em sua vida amorosa por conta disso).
Deixando de lado esses detalhes históricos que pode incomodar o espectador familiarizado com a história, a produção é de um nível bastante satisfatório. A recriação do grande confronto entre King e Riggs preza pelos detalhes (como o patrocínio da Sugar Daddy e a engraçada troca de presentes) e apesar de abusar do CGI para tentar transmitir a grandiosidade do evento no estádio, a fotografia tem um nível geral muito bom. O filme força conclusões anacrônicas, tentando fixar padrões do século XXI na década de 1970.
Depois Daquela Montanha
3.2 389 Assista AgoraSeria uma aventura adulta? Apenas entretenimento fora dos blockbusters de franquia, ou seja, o cinema realmente se tornou um jardim de infância apenas com quadrinhos e The Mountain Between Us viu uma brecha ai.
O diretor entrega uma obra dinâmica, que não perde tempo, e já nos situa logo de cara na ação. A narrativa girando, sem muito espaço para floreios. Por outro lado, a dupla de protagonistas, Elba e Winslet, obviamente tem cacife de sobra para segurar o filme basicamente por conta própria, e a química entre os dois funciona que é uma beleza. Todos os percalços enfrentados pelos protagonistas são perfeitamente plausíveis dentro da realidade apresentada. É um cine pipoca, vale uma tarde.
Detroit em Rebelião
4.0 193 Assista AgoraQue filme denso, esse roteiro coloca o espectador de um lado da trama (baseada em fatos) que impõe ao ódio, mostra o climax do filme sendo uma guerra, e seguindo para o porquê o desatar desses laços é quase inevitável, tratando de racismo precisamos ser realistas e não partir para o extremismo para nenhum dos lados, sendo que um deles não tem a razão e deve ser condenado, quando não é condenado por todos deixamos de ser uma sociedade que prima o bem comum e passamos a lei da selva.
Poderia ter 30 minutos a menos, ainda que esse desmantelamento das estruturas seja uma mobilização estética para apontar as tristes condições que tornaram possíveis o resultado do ato final, entre muitos outros grandes erros e injustiças, o longa perde um pouco de seu ritmo ao retomar aos poucos para seu começo, se recolocando enquanto um constatador de fatos.
As atuações do elenco como um todo são excelentes, mas não é possível não destacar o desempenho de Will Poulter, que domina boa parte da ação na metade do longa. Por tratar diversos personagens quase com o mesmo espaço não parece ser o caso de apontar um protagonista em um dos retratados, mas o protagonismo assustador da proximidade dos fatos com a nossa atualidade. As narrativas carregadas de uma tensão elétrica, com muita adrenalina e desconforto, uma habilidade cirúrgica de controle na direção.
Extraordinário
4.3 2,1K Assista AgoraÉ extraordinário a sensibilidade do ser humano em uma sala de cinema, precisamos disso fora dela também, tantos sofrimentos acontecem na vida real e nós simplesmente colocamos uma máscara e repetimos o ódio, não levamos em consideração a dor que cada um carrega e que por muitas vezes não foi por escolha. Entre está certo e ser gentil, seja gentil.
A empatia por Auggie aumenta devido ao desempenho cativante de Tremblay, esse pequeno ser já tinha superado as expectativas em o “O quarto de Jack”, mas aqui ele surpreende por está atrás de uma máscara e demonstrar no olhar tanta emoção. Os coadjuvantes tem uma boa parcela nesse tom pesado e melancólico até atingir a superação.
O roteiro prova saber equilibrar bem o contar de histórias, pincelando fortemente outras camadas dos personagens; sempre direcionando-as, no entanto, para o extraordinário protagonista do título. O foco é clarividente, não sendo esse o caso de um filme que acaba destoando no tom ou ritmo. O que acontece, contudo, é que o material, extremamente comovente em sua própria natureza, acaba exagerando esse seu lado mais emotivo ao projetar lições de vida à beira do genérico. Em contraponto, a narrativa do longa prova-se ser bastante perspicaz, visto que Extraordinário nunca tende nem para uma abordagem completamente leve, nem para um tratamento extremamente cru, impiedoso. Tratando de crianças, prevalece um espírito de esperança concreta, uma mensagem de superação, o que, retomando o aspecto negativo da didática do viver, acaba não sendo exposto da maneira mais orgânica, soando como se fosse, em alguns poucos momentos, empurrada para nós goela abaixo. Não deixe de ver no cinema, é emocionante acompanhar 150 pessoas chorando.
O Sequestro
3.2 295 Assista AgoraPode-se dizer também que este O Sequestro é uma das maiores furadas na qual Halle Berry já se meteu. Deveria se chamar Tudo o que NÃO fazer caso seu filho seja sequestrado. Berry é uma atriz talentosa e o problema aqui está longe de ser, ela se esforça e tem bons momentos dramáticos inclusive, o roteiro é muito ruim, no primeiro ato apresentam um a sequência de videos caseiros para tentar causar uma empatia ou identificação, mas não é o bastante para convencer e que você possa comprar a história, quanto na ação apenas no quarto ato tem uma ligeira melhora e monotonia de plots ruins. .
Jogos Mortais: Jigsaw
2.8 706 Assista AgoraUma hora e meia e eu não via a hora de acabar, massante e sem novidade. O tradicional twist da franquia retorna, mas é extremamente previsível e nem mesmo o deslocamento temporal proposto joga a favor da produção. O desenvolvimento dos personagens continua horroroso (e isso se deve tanto as más atuações quanto ao roteiro), por exemplo. Os avanços ocorrem no restabelecimento de pequenos padrões narrativos, voltando mais atenção para as consequências das escolhas feitas nas armadilhas. Dependendo da resposta da bilheteria no exterior, considerando que nos EUA o filme continuou com números bem abaixo do padrão da franquia, talvez possamos ter mais episódios de Saw utilizando este filme como ponto de partida.
Reviver
3.1 43 Assista AgoraA ficção cientifica só está aqui para ilustrar, transformar em metáforas uma critica a imortalidade, limites da ciência e a espiritualidade, apesar de algumas falhas na história.
Basicamente a crença que o pensamento filosófico começa com o sujeito humano, não meramente o sujeito pensante, mas as suas ações, sentimentos e a vivência de um ser humano individual. No existencialismo, o ponto de partida do indivíduo é caracterizado pelo que se tem designado por "atitude existencial", ou uma sensação de desorientação e confusão face a um mundo aparentemente sem sentido e absurdo.
O existencialismo é um humanismo! Bom filme.