It Stains the Sands Red tem cliffhangers extremamente chatos do começo ao fim. Esse filme é daqueles que você assiste com raiva. Simplesmente é uma afronta a inteligência do ser humano esse roteiro.
Sendo bem honesto, por mais ingênuo que seja, não dá para negar a falta de esforço na ação. Gostaria de dizer que não é que os atores não sabem como agir, é mais do que isso, é do roteiro para a produção, realmente decepcionante.
Além disso, não há uma história real. Todo o projeto é uma tentativa de armadura na produção de filmes. Com toda a paisagem à sua disposição, a cinematografia ainda não atingiu seu potencial, embora esse fosse o único aspecto de todo o filme que valesse a pena ser visto.
Apenas a base é a mesma: Morgan Freeman, Michael Caine, e Alan Arkin decidem assaltar um banco. Em 1979, a questão envolvia os cheques da seguridade social; em 2017, a falta de pagamento da aposentadoria dos três. Mesmo que Braff não tivesse o peso do remake nas costas, dificilmente seu filme faria sucesso. As explicações não são boas, o desenvolvimento é comprometedor (e a produção consegue a façanha de entrar em contradição em uma cena chave sobre a investigação do assalto, quando o álibi de Albert fica perto de ser revelado.
A comparação direta apenas piora as coisas: não existe a mesma inocência proposta por Brest, e isso afeta diretamente na qualidade do humor. Esta versão de Going in Style será lembrada no futuro como mais uma tentativa de Hollywood sugar o máximo sucessos do passado. Só que desta vez isso veio a custa de um verdadeiro assassinato do roteiro original, com 3 ou 4 momentos de risada.
The Lost City of Z é um filme com boa produção e que conta com um excelente elenco (apesar de aproveitar pouco o potencial de Sienna Miller e Tom Holland, que interpreta o filho de Fawcett). Mas ao deixar de lado a essência de exploração para investir em um foco emocional completamente descartável, perde força e não justifica suas duas horas de duração.
Gray opta pelo caminho de tentar seguir a cronologia da vida de Fawcett, mas não torna isso um elemento central em sua análise, pois, mesmo que respeite datas e eventos como a Primeira Guerra Mundial, usa elementos fictícios para criar um elo mais forte do protagonista com o público, na tentativa de construir a imagem idealista do explorador. Infelizmente é triste observar que o excelente trabalho feito arqueológico por Grann não foi aproveitado no longa, deixando algumas lacunas consideráveis sobre as viagens, sobre a forma das expedições e até mesmo sobre os objetivos pessoais de Fawcett em busca da cidade Z.
Gosto muito da forma como a Marvel interage com os efeitos gráficos de seus filmes. No entanto, acredito que neste caso ocorreu um exagero ao nível de tornar a experiência final completamente superficial, o que é uma pena. Ainda assim, o sucesso de bilheteria e a boa recepção (reconheço que faço parte de uma minoria que não gostou deste longa), garantirá o sucesso deste reboot.
O problema é que o Peter Parker de Holland é bem menos complexo do que os de Maguire e Garfield, por total desleixo do roteiro, que abusa de recursos como o do instante decisivo, criando cenas desnecessárias e cliffhangers extremamente chatos. Adrian Toomes, o vilão da história não convence (não por culpa do brilhante Keaton, mas pelo total desrespeito com O Abutre clássico dos quadrinhos). O que me decepcionou, no entanto, foi a forma como a narrativa do filme foi levada ao cinema. Muita atenção para eventos secundários e pouquíssimo material relevante para a construção do novo Peter Parker.
The Zookeeper’s Wife não é um filme ruim. O grande problema está na forma como é conduzida a questão temporal do filme. O dia 1 de setembro de 1939 foi marcante na capital polonesa por conta do ataque surpresa alemão e a destruição do zoológico, contada com detalhes no filme, toma um tempo de tela extremamente curto. Só que a complexidade do caso acaba gerando uma série de pequenas distorções, que não são graves, mas necessárias para o andamento. Por mais de duas vezes, por exemplo, um ano inteiro é contado em menos de dois minutos, em cenas que criam mais questões ao invés de resolvê-las. A interessante ambientação não esconde a estranheza com os sotaques forçados de Chastain. Até mesmo o inglês de Brühl soa estranho e a mistura de frases em alemão em momentos decisivos certamente não foi a decisão mais acertada.
Ainda assim, a fotografia é bem interessante e os tópicos secundários (como o Gueto de Varsóvia) tem uma contextualização favorável. Isso torna The Zookeeper’s Wife muito interessante. Cumpre o objetivo de apresentar uma história incrível ao público, com ótima atuação de Chastain.
Que dó, que dó, que dó que dó, caiu um tijolo aqui. É difícil definir o filme Okja,é aventura, ficção científica, drama, comédia e tem dois temas principais: a amizade e a crítica às indústrias pecuária e alimentícia é de cortar o coraçaumm, mas, esse é o grande trunfo de Okja, que consegue ser ao mesmo tempo sensível, engraçado e reflexivo.
Outro ponto forte de Okja são as boas atuações do elenco e, claro, a própria Okja, uma superporca que nos faz querer ter uma dessas em casa como bicho de estimação. A atriz mirim Seo-Hyun Ahn dá vida a uma personagem apaixonante.
Um dos poucos defeitos do longa-metragem é a previsibilidade do roteiro. A partir do momento em que o espectador bate o olho na proposta de Lucy Mirando e, depois, na relação entre Mija e Okja, todo o enredo fica bastante óbvio e ele é realmente entregue no filme. O que não compromete a produção. Nem precisa dizer correr e assista.
Pra começar acho que quase 90% das criticas ruins não condiz com o filme, não é porque o filme tem essa temática que obrigatoriamente tem que trazer o arco dramático narrativo, em nenhum momento o filme se diz um relato, conta uma estoria de "jovens moradores de rua desconhecidos que começam uma luta por direitos".
O roteirista Jon Robin Baitz claramente fez uma vasta pesquisa sobre o contexto político-social da época, introduzindo logo de cara uma vasta gama de cores, expressões e pensamentos. O longa-metragem costura aspectos ficcionais com reconstituições de eventos reais na sua narrativa, Danny e Ray, por exemplo, são personagens inventados, e contracenam com nomes como Marsha P. Johnson, transativista negra que virou símbolo da Revolta de Stonewall.
Acredito que o diretor Roland Emmerich fez o papel de encarar os gays com um filme para agradar heterossexuais, ou seja, colocar no maior número de residencias o título. Objetivo claro é entreter, disseminar conhecimento histórico e conscientizar sobre a luta LGBT, fim.
Gus Van Sant é um excelente diretor, é um dos grandes responsáveis pelo filme ter a força e a qualidade que ele tem. Com obras sempre humanas e que nos fazem repensar nossa condição de ser humano e de luta por ideais, mostra muito bem a figura desse ativista que foi importante para liberdades que a classe tem hoje em dia. Outro grande responsável pelo êxito do filme é o roteirista Dustin Lance Black. Tudo bem que não faltou material para ele pesquisar sobre Harvey Milk – incluindo o documentário The Times of Harvey Milk, de 1984, premiado com o Oscar -, mas, ainda assim, seu roteiro mede com colherinhas pequenas as doses precisas de cada elemento: comédia, drama, um pouco de suspense e militância política. Como eu disse no início deste texto, não é nada fácil transformar a história de um político em algo realmente interessante e revigorante.
O emocionante do filme, contudo, não é apenas contar a história real destas pessoas de maneira esteticamente perfeita. O que emociona é ver os bastidores de uma causa popular, entender como o movimento gay conseguiu se unir e ser ouvido e, lembrando da mensagem final e do que isso tudo simboliza, perceber o quanto é importante lutar pela igualdade das pessoas. Ou como diz Harvey Milk no final
o importante é seguir lutando para que as pessoas tenham esperança. Porque a vida só tem sentido se existe a tal esperança. E isso para todas as pessoas, não apenas para os gays
e ele cita demais extratos da sociedade que ainda são marginalizados. Admito que me emocionei com o final. E, realmente, o homem que vemos em cena era muito, mas muito bom no debate político e em seus discursos.
No fim, é apresentado uma história baseado em fatos reais, de um cidadão comum que decidiu lutar contra a opressão e acaba tornando-se bandeira de uma causa. Harvey Milk fica eternizado por Gus Van Sant como o arrastador de multidões, um idealista que mudou uma nação.
É muito ruim. Como pode uma história acontecer anos luz à frente e o cara usar uma GoPro? rs tudo bem releve isso, mas o cara estava usando um "jeans" para desbravar um planeta do qual ele desconhece tudo. E sem contar que o Planeta terra não gastaria trilhões para enviar pessoas totalmente despreparadas emocionalmente com 2mil pessoas a bordo. É patético, só vi até o fim porque desliguei a minha mente e comi toda a pipoca. Custaria tentar inovar um pouco para trazer algo diferente?
Se Alien: Covenant não carregasse a palavra ‘Alien’ no título a pressão seria muito menor. O problema é que tal fato lança diretamente ao público uma comparação mental entre o que é apresentado neste ano por Scott com o clássico que fez sua carreira deslanchar. É mais um filme que não tem nada de especial e que prefere dar espaço para um cliffhanger em sua conclusão ao invés de partir para algo mais original.
Caiu um cisco aqui do tamanho de um tijolo, é muito bunitin a história. Foi muito bem dirigido, o filme trabalha com bastante inteligência a dinâmica envolvendo a relação turbulenta entre Frank e sua mãe, assim como as relações entre Frank e a garota, e de Mary e sua avó. A produção também trabalha de maneira curiosa a assombrosa inteligência de Mary, e de como ser diferente das outras crianças influencia na vida da garotinha. Gifted também emociona bastante em algumas passagens, é claro. Mas sempre o faz de maneira sutil e verdadeira, sem excessos melodramáticos, o que é um alívio em produções com esta temática.
Uma boa e sólida produção do gênero, Gifted é um drama de bom coração s2, de narrativa comum, mas enriquecida com senso moral e permeada por bastante delicadeza e aura comovente, valorizada por um elenco bastante acima da média, e um Chris Evans mais uma vez mostrando que pode ser o protagonista de qualquer tipo de filme. Boa pedida!
Filmasso! Mine é angustiante em grande parte do seu tempo, mas demonstra isso com louvor, unindo um clima de tensão com metáforas psicológicas pra lá de convincentes. O mike é um homem cheio de traumas. Tudo isso volta que nem um vulcão em cada segundo das intensas horas que passa no deserto completamente sozinho em grande parte desse tempo. A atuação de Armie Hammer é digna de elogios, passa para o público uma dor incansável e toda a agonia do momento, principalmente quando o fator psicológico do personagem começa a falhar e alucinações vindas em forma de metáforas, dignas de longas horas com um psiquiatra, começam a aparecer.
A luta pela sobrevivência em situações extremas é algo bastante complexo de ser filmado, e nesse caso com mil possibilidades de o filme cair em armadilha tão complexa quanto a enfrentada pelo protagonista, mas essa é exatamente a margem que o roteiro alcança para preencher com informações sobre o passado de Mike o que eleva a qualidade do filme. A direção é bem detalhista, principalmente no primeiro arco, com poucos recursos consegue ser magistral em seu enredo e definições finais de todos os elementos envolvidos na trama.
Mine é um daqueles filmes surpreendentes que precisam de uma boa atuação de seu protagonista para que a mágica aconteça. E acontece.
Muito superficial, o grande problema dessa temática "Gerra do Iraque" é o clichê de sempre, quase a totalidade dos filmes contam uma história fraca, não aprofunda o porque da tensão local, o que faz com que os Iraquianos enfrente uma guerra social interna e que outros odeiem os americanos.
O filme é interessante, porque durante boa parte da trama, ele rompe com a expectativa tradicional por uma narrativa cinematográfica hollywoodiana, ainda que, explorando a realidade, acabe sendo um clichê americano. Tanto a forma como a trama se desenrola quanto a escolha pela utilização de determinadas técnicas de filmagem fazem com que, em um momento ou outro, o espectador esqueça estar assistindo uma obra ficcional e mergulhe em uma produção que se aproxima do que seria um documental. O que não é de se estranhar, visto que a história é inspirada no conjunto de experiências de guerra vividas.
Possivelmente, o principal problema do filme é deixar coisas demais nas entrelinhas sem dar recursos para que o espectador morda a isca para chegar até elas. O longa lida com questões como batalhas que já começam perdidas e fala sobre como o imaginário coletivo é construído com base em interesses que vem de cima e que fazem com que pessoas não percebam que estão sendo usadas de formas descartáveis - o diálogo entre Ocre e o engenheiro iraquiano, em que o estrangeiro que vem da terra da democracia e da liberdade não teve direito a serviços básicos, como educação, enquanto o iraquiano os teve de graça é o melhor do longa. A contradição é que um filme que desenha a guerra como uma estrutura opressora e que critica o fato dela ser vendida com a ilusão de motivações heróicas também pode ser lido facilmente como o caminho trilhado por um jovem covarde até que ele consiga ter orgulho de lutar.
Castelo de Areia é um filme que toma para si uma temática muito ampla e a envolve em uma embalagem minimalista.
Fiquei perplequito Oo com o Ray Kroc. A falta de escrúpulos me deixou no chão, porém não há como negar a persistência que levou o Mc Donald's ao mundo, sem ele acredito que o Burguer King reinaria soberano hoje em dia.
Michael Keaton interpreta brilhantemente uma figura ao mesmo tempo charmosa e gananciosa. Hancock como em seus outros filmes preenche a trama com exageros e transforma seus personagens em caricaturas. Pena que o roteiro não respeita essa a premissa "The Founder" ou "Fome de poder", escolhendo os pontos mais bobos para demorar, enquanto passa rápido pelos pontos mais interessantes. Ora, por mais que o propósito tenha sido falar sobre Ray Kroc, há ali um case empresarial gigante ao redor da história do protagonista e, mesmo tendo escolhido um foco ainda peca quando resolve supracitar momentos importantes de sua virada de caráter. Ele passa do carismático empreendedor voraz por fazer negócios a uma espécie de larápia de luxo. A transição encaixa-se mal na história e a alternância pessoal de Kroc, como a mudança de esposa por exemplo, fica de lado.
O que se leva desse filme não é como um ladrão de galinhas pode nunca ser pego, mas como a persistência pode mudar o rumo da sua vida, vale a sessão, ainda mais se você for um empreendedor.
Fraco. Com o intuito de tornar tudo mais acessível, o roteiro simplifica a maioria das questões do material original, as discussões filosóficas e políticas presentes tanto no mangá quanto no anime dão lugar a uma convencional jornada de aceitação, eliminando, assim, toda sua singularidade.
Porém o design de produção é impecável, perfeito na construção do universo. Dos efeitos visuais que montam uma cidade povoada por hologramas até os transeuntes cheios de braços e olhos mecanizados. Tudo parece ter sido tirado de um mundo onde Blade Runner, Mad Max e Matrix se encontraram.
A polêmica "whitewashing", além do fato de que uma atriz japonesa poderia ser muito mais eficaz do que uma estrela ocidental. De qualquer modo, ainda que o desfecho seja excessivamente meloso e hollywoodiano. A sensação é de uma super produção incompleta, que toma rumo apressado e opta pelo caminho mais fácil constantemente.
Vai ser difícil você encontrar um filme mais perturbador que Brimstone. O Velho Oeste do ponto de vista feminino, me pergunto sempre ao um ver filme do velho oeste americano - como esse povo era ruim, slc jesuis, no Brasil o povo pode ser "sem vergonha", mas não essa tragédia toda. Por fim o holandês Martin Koolhoven recria o gênero abordando questões pesadas, impactantes e pertinentes nos dias atuais em um Western feminista, violento, sádico, deixando clássicos de Tarantino e de Sam Peckinpah parecerem um romance.
Apesar do esforço na produção e do visível cuidado do diretor Koolhoven com sua história, fica nítida uma incômoda sensação de pretensão por parte do diretor (divisão da trama em quatro partes com nomes de versículos bíblicos), que trata sua narrativa como uma produção épica de mais de duas horas e meia de duração, sendo que o roteiro e a atmosfera do filme não têm gabarito para tanto. Outro grande problema da produção é sua protagonista, a fraca Dakota Fanning, que aqui escancara não estar pronta para papéis que exigem demais de suas personagens. Sua sofrida e guerreira Liz não encontra a correta válvula de escape na fraca performance da intérprete, que não compactua com nenhuma espécie de identificação com o público. Mas nada comparado à maneira ridícula com que a produção desperdiça um dos grandes chamarizes do filme, o Jon Snow do Game of Thrones, Kit Harington, em um papel sem a mínima relevância. O próprio Guy Pearce, principal elemento da produção, parece um tanto apagado. Ainda assim, é ele o principal motivo para justificar uma sessão do filme.
Apesar de confuso e um pouco comprido, é muito inteligente a forma como o diretor constrói a narrativa envolvendo o espectador. E isso pode ser bom ou ruim dependendo de quem está assistindo. Pois, ‘Brimstone’ é um filme denso, pesado, violento, triste e trata questões fortes sem querer suavizar como, incesto, carnificina, misoginia, sadismo. Não é pelo fato do filme ser isso ou aquilo, mas sim uma oportunidade de enxergar a misoginia e seus efeitos negativos.
A história é muito boa, Miles Teller explora aqui um lado diferente seu. O personagem, afinal, é tão obcecado quanto o baterista de Whiplash - Em Busca de Perfeição, mas sua determinação tem uma qualidade diferente, mais amável, ainda que igualmente focada. Seus principais personagens sofrem de uma intensa falta de desenvolvimento, refletindo diretamente as falhas de seu argumento. Tudo acontece de forma muito rápida: o roteiro é direto e seco, sem muito espaço para aprofundar algumas situações.
O desinteresse do diretor no boxe, porém, com lutas registradas à meia distância, sem criatividade e por obrigação, tira o senso de catarse que Bleed for This deveria ter. Uma história de superação dessas merecia ser mais grandiosa, guardar tudo pro final e buscar o nocaute, não deixar a decisão ir pros pontos. Há bons momentos, mas na opção pelo drama, a luta de Paz parece corriqueira.
A maioria irá criticar pelo desfecho ser muito previsível e muito fantasioso, mas como em livros a história é contada e quem viaja somos nós, eu diria que Space between us nada mais é do que uma fantasia, como em um livro, o que vale é a emoção de ler.
Pelo olhar critico a misturar de ficção científica com um drama teen falha pois não consegue entregar nenhum dos dois com profundidade. A forma como a trama se desenvolve é pouco crível até mesmo para um sci-fi. O grande erro foi ao escrever um roteiro com uma mistura de gêneros que não conseguem se conectar de forma alguma, causando diversas lacunas que fazem com que tenha uma percepção negativa.
O diretor Peter Chelsom faz uma condução didática em sua narrativa, subestimando a inteligência do público, tal escolha pode afastar muitos, porém uma vez acerta em cheio e faz do casal o melhor do projeto, mesmo com tantos absurdos no roteiro e na composição dos personagens, os momentos do casal apaixonado, certamente encontrará no público, principalmente adolescente, uma identificação fácil.
Portanto conclui-se que, O Espaço entre Nós é uma boa ideia que teve uma condução totalmente “fora de órbita”.
Beauty and the Beast já é um sucesso de bilheteria, e mostra que o público está querendo por mais adaptações em live action. O resultado final é interessante, e os efeitos visuais mostram o capricho extremo do estúdio, oque provavelmente vai receber ao menos uma nomeação ao Oscar.
Algumas inovações feitas pela Disney nesta produção ganharam as páginas dos principais jornais do mundo. A primeira delas foi a adição de um personagem ‘abertamente gay’. Aqui, uma consideração: ao contrário do que era esperado, Le Fou jamais assume sua posição em uma linha de diálogo. É uma piscada de olho e seu jeito extravagante que, teoricamente, deixam clara sua sexualidade, muito menos do que eu esperava, e que certamente torna absurda a posição de boicote firmada por algumas redes de cinema.
A outra está na forma da narrativa, que tenta mesclar uma fidelidade extrema em determinadas cenas da animação com a adição de passagens complementares. Essas, por sua vez, deixam claras pequenas incoerências no roteiro (como as idas e vindas de Bela do Castelo e também na distância do vilarejo ao local onde a Fera habita).
Os efeitos visuais feitos em parceria com a Ubisoft fazem valer a pena o preço do ingresso. As cenas espetaculares do Kong, a captura de movimentos deixa claro o cuidado máximo com os detalhes e a qualidade da fotografia.
O roteiro desenvolve seus personagens em um mundo a parte. O perigo constante da morte, com vários personagens esmagados, devorados ou mutilados durante as duas horas de exibição, agrada por abrir espaço para o humor negro. O problema está na super exposição de personagens que aparentam ter pouco poder de decisão (como é o caso de Brie Larson, que vira uma espécie de heroína na metade final, contradizendo o que a própria história queria estabelecer). A necessidade de estabelecer mocinhos e vilões afeta o desfecho do filme, com uma porção de clichês típicos de filmes deste gênero. Também senti falta de um aproveitamento melhor da Guerra do Vietnã, e de um tempo de tela maior para Kong, que teoricamente seria o grande destaque da produção.
A cena pós-creditos deixa claro que o estúdio pretende unir Kong e Godzilla em um futuro próximo. Mantendo o altíssimo nível gráfico, e talvez com uma história mais calibrada, pensando nos erros cometidos aqui, a Legendary pode apresentar algo ainda melhor para os fãs e cinéfilos.
Split é um filme interessante, como um suspense cumpre bem o seu papel. Porém o final mesmo que seja uma cena pequena, ela muda o conceito do filme e à primeira vista não me agradou muito. O problema também vai ser que muita gente que não assistiu à Unbreakable vai ficar boiando no final do filme, sem entender o por quê do Willis aparecer ali. Essa é a verdadeira reviravolta do filme e vai ser o que vai dividir as opiniões. Para compreender a estruturação feita M. Night, é indispensável assistir Unbreakable (2000), diretamente referenciado no filme. O roteiro de Split é uma continuação direta da história. Nos vinte minutos finais, Split deixa de ser uma história sobre um homem comum com problemas de múltiplas personalidades para ganhar espaço como um filme que evoca o sobrenatural.
A narrativa apresenta uma sequência que me lembrou muito de 10 Cloverfield Lane, quando as personagens começam a questionar as reais intenções do sequestrador. Na metade inicial do filme, M. Night induz o pensamento de que estamos testemunhando um caso sobre um sociopata, deixando aberta a possibilidade de um desfecho positivo. Quando Kevin começa a falar sobre “The Beast”, sua nova personalidade, o rumo da história é completamente alterado.
A produção tem seu ponto forte na impecável atuação de James McAvoy. Foi muito interessante ter uma surpresa dentro do cinema, já que o marketing do filme apontava para uma história original sem relação nenhuma com Unbreakable. Mesmo que o filme apresente problemas (como falta de uma trilha sonora instigante), sem dúvida estamos falando da melhor produção recente de M. Night.
Vou ter que dizer que chorei. fdp aguentei o filme todo, mas no final, puts o final não teve jeito.
Nada do que você já não tenha visto, filmes com animais, principalmente com cachorros, são praticamente um gênero a parte, tendo seus próprios clichês e convenções. Sempre doces e com um tom bem melodramático, esse tipo de filme arranca suspiros tanto pela sua fofura, quanto pela relação entre pet e dono. Quatro Vidas de Um Cachorro não é diferente, construindo toda uma amizade entre um cão e seus donos, ao longo de suas vidas diferente como o próprio título supõe, o final é simples, mas o arco dramático te convence, e é ai que se chora.
Se a premissa pode ser considerada um pouco diferente dos demais, o longa vai demonstrando ter uma enorme consciência de onde quer chegar, concebendo um filme leve, divertido, que por muitas vezes se entrega aos clichês (o filme nunca cai na armadilha de construir toda ficção em torno da morte do au au, como tantos outros filmes fazem.), mas sempre tendo consciência da sua simplicidade, não tentando conquistar seu espectador através das lágrimas somente.
Se em muitos momentos o longa cai em certas armadilhas para uma fácil assimilação, por exemplo, a câmera passeando pelos portas-retratos do policial mostrando ele acompanhado de uma mulher enquanto o cão diz que ele se sente muito sozinho, ou o alcoolismo do pai de Ethan que parece apenas uma muleta narrativa para gerar conflitos, algo que fica um pouco jogado na narrativa do filme. E se além disso o humor às vezes possa parecer exagerado, Quatro Vidas de Um Cachorro é um filme com o propósito de ser leve, de ser divertido e de ser emocionante sem ser extremamente apelativo. Um filme com cara de matinê.
Se muitos podem torcer o nariz para o típico filme com animais, Quatro Vidas de Um Cachorro consegue ser um longa que pega pelo afeto, por sua leveza e principalmente por sua simplicidade. Se a relação entre dono e cão parece tão harmoniosa nas telas, resta ao espectador se entregar aos encantos daquele cachorro e de suas vidas.
It Stains the Sands Red
2.6 27It Stains the Sands Red tem cliffhangers extremamente chatos do começo ao fim. Esse filme é daqueles que você assiste com raiva. Simplesmente é uma afronta a inteligência do ser humano esse roteiro.
Sendo bem honesto, por mais ingênuo que seja, não dá para negar a falta de esforço na ação. Gostaria de dizer que não é que os atores não sabem como agir, é mais do que isso, é do roteiro para a produção, realmente decepcionante.
Além disso, não há uma história real. Todo o projeto é uma tentativa de armadura na produção de filmes. Com toda a paisagem à sua disposição, a cinematografia ainda não atingiu seu potencial, embora esse fosse o único aspecto de todo o filme que valesse a pena ser visto.
Para resumir, há mais negativos do que positivos.
Despedida em Grande Estilo
3.5 227 Assista AgoraApenas a base é a mesma: Morgan Freeman, Michael Caine, e Alan Arkin decidem assaltar um banco. Em 1979, a questão envolvia os cheques da seguridade social; em 2017, a falta de pagamento da aposentadoria dos três. Mesmo que Braff não tivesse o peso do remake nas costas, dificilmente seu filme faria sucesso. As explicações não são boas, o desenvolvimento é comprometedor (e a produção consegue a façanha de entrar em contradição em uma cena chave sobre a investigação do assalto, quando o álibi de Albert fica perto de ser revelado.
A comparação direta apenas piora as coisas: não existe a mesma inocência proposta por Brest, e isso afeta diretamente na qualidade do humor. Esta versão de Going in Style será lembrada no futuro como mais uma tentativa de Hollywood sugar o máximo sucessos do passado. Só que desta vez isso veio a custa de um verdadeiro assassinato do roteiro original, com 3 ou 4 momentos de risada.
Z: A Cidade Perdida
3.4 320 Assista AgoraThe Lost City of Z é um filme com boa produção e que conta com um excelente elenco (apesar de aproveitar pouco o potencial de Sienna Miller e Tom Holland, que interpreta o filho de Fawcett). Mas ao deixar de lado a essência de exploração para investir em um foco emocional completamente descartável, perde força e não justifica suas duas horas de duração.
Gray opta pelo caminho de tentar seguir a cronologia da vida de Fawcett, mas não torna isso um elemento central em sua análise, pois, mesmo que respeite datas e eventos como a Primeira Guerra Mundial, usa elementos fictícios para criar um elo mais forte do protagonista com o público, na tentativa de construir a imagem idealista do explorador. Infelizmente é triste observar que o excelente trabalho feito arqueológico por Grann não foi aproveitado no longa, deixando algumas lacunas consideráveis sobre as viagens, sobre a forma das expedições e até mesmo sobre os objetivos pessoais de Fawcett em busca da cidade Z.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista AgoraGosto muito da forma como a Marvel interage com os efeitos gráficos de seus filmes. No entanto, acredito que neste caso ocorreu um exagero ao nível de tornar a experiência final completamente superficial, o que é uma pena. Ainda assim, o sucesso de bilheteria e a boa recepção (reconheço que faço parte de uma minoria que não gostou deste longa), garantirá o sucesso deste reboot.
O problema é que o Peter Parker de Holland é bem menos complexo do que os de Maguire e Garfield, por total desleixo do roteiro, que abusa de recursos como o do instante decisivo, criando cenas desnecessárias e cliffhangers extremamente chatos. Adrian Toomes, o vilão da história não convence (não por culpa do brilhante Keaton, mas pelo total desrespeito com O Abutre clássico dos quadrinhos). O que me decepcionou, no entanto, foi a forma como a narrativa do filme foi levada ao cinema. Muita atenção para eventos secundários e pouquíssimo material relevante para a construção do novo Peter Parker.
O Zoológico de Varsóvia
3.9 275 Assista AgoraThe Zookeeper’s Wife não é um filme ruim. O grande problema está na forma como é conduzida a questão temporal do filme. O dia 1 de setembro de 1939 foi marcante na capital polonesa por conta do ataque surpresa alemão e a destruição do zoológico, contada com detalhes no filme, toma um tempo de tela extremamente curto. Só que a complexidade do caso acaba gerando uma série de pequenas distorções, que não são graves, mas necessárias para o andamento. Por mais de duas vezes, por exemplo, um ano inteiro é contado em menos de dois minutos, em cenas que criam mais questões ao invés de resolvê-las. A interessante ambientação não esconde a estranheza com os sotaques forçados de Chastain. Até mesmo o inglês de Brühl soa estranho e a mistura de frases em alemão em momentos decisivos certamente não foi a decisão mais acertada.
Ainda assim, a fotografia é bem interessante e os tópicos secundários (como o Gueto de Varsóvia) tem uma contextualização favorável. Isso torna The Zookeeper’s Wife muito interessante. Cumpre o objetivo de apresentar uma história incrível ao público, com ótima atuação de Chastain.
Sem Perdão
3.6 190 Assista AgoraMuito foda. A fotografia é fascinante. A transformação de um homem de família privilegiado para o rei da pohhha toda, um bom filme.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraQue dó, que dó, que dó que dó, caiu um tijolo aqui.
É difícil definir o filme Okja,é aventura, ficção científica, drama, comédia e tem dois temas principais: a amizade e a crítica às indústrias pecuária e alimentícia é de cortar o coraçaumm, mas, esse é o grande trunfo de Okja, que consegue ser ao mesmo tempo sensível, engraçado e reflexivo.
Outro ponto forte de Okja são as boas atuações do elenco e, claro, a própria Okja, uma superporca que nos faz querer ter uma dessas em casa como bicho de estimação. A atriz mirim Seo-Hyun Ahn dá vida a uma personagem apaixonante.
Um dos poucos defeitos do longa-metragem é a previsibilidade do roteiro. A partir do momento em que o espectador bate o olho na proposta de Lucy Mirando e, depois, na relação entre Mija e Okja, todo o enredo fica bastante óbvio e ele é realmente entregue no filme. O que não compromete a produção. Nem precisa dizer correr e assista.
Stonewall: Onde o Orgulho Começou
3.1 95 Assista AgoraPra começar acho que quase 90% das criticas ruins não condiz com o filme, não é porque o filme tem essa temática que obrigatoriamente tem que trazer o arco dramático narrativo, em nenhum momento o filme se diz um relato, conta uma estoria de "jovens moradores de rua desconhecidos que começam uma luta por direitos".
O roteirista Jon Robin Baitz claramente fez uma vasta pesquisa sobre o contexto político-social da época, introduzindo logo de cara uma vasta gama de cores, expressões e pensamentos. O longa-metragem costura aspectos ficcionais com reconstituições de eventos reais na sua narrativa, Danny e Ray, por exemplo, são personagens inventados, e contracenam com nomes como Marsha P. Johnson, transativista negra que virou símbolo da Revolta de Stonewall.
Acredito que o diretor Roland Emmerich fez o papel de encarar os gays com um filme para agradar heterossexuais, ou seja, colocar no maior número de residencias o título. Objetivo claro é entreter, disseminar conhecimento histórico e conscientizar sobre a luta LGBT, fim.
Vale assistir.
Amores Canibais
2.4 393 Assista AgoraTem 4 diálogos, 11 frases completas e nenhum roteiro.
Milk: A Voz da Igualdade
4.1 878Gus Van Sant é um excelente diretor, é um dos grandes responsáveis pelo filme ter a força e a qualidade que ele tem. Com obras sempre humanas e que nos fazem repensar nossa condição de ser humano e de luta por ideais, mostra muito bem a figura desse ativista que foi importante para liberdades que a classe tem hoje em dia. Outro grande responsável pelo êxito do filme é o roteirista Dustin Lance Black. Tudo bem que não faltou material para ele pesquisar sobre Harvey Milk – incluindo o documentário The Times of Harvey Milk, de 1984, premiado com o Oscar -, mas, ainda assim, seu roteiro mede com colherinhas pequenas as doses precisas de cada elemento: comédia, drama, um pouco de suspense e militância política. Como eu disse no início deste texto, não é nada fácil transformar a história de um político em algo realmente interessante e revigorante.
O emocionante do filme, contudo, não é apenas contar a história real destas pessoas de maneira esteticamente perfeita. O que emociona é ver os bastidores de uma causa popular, entender como o movimento gay conseguiu se unir e ser ouvido e, lembrando da mensagem final e do que isso tudo simboliza, perceber o quanto é importante lutar pela igualdade das pessoas. Ou como diz Harvey Milk no final
o importante é seguir lutando para que as pessoas tenham esperança. Porque a vida só tem sentido se existe a tal esperança. E isso para todas as pessoas, não apenas para os gays
e ele cita demais extratos da sociedade que ainda são marginalizados. Admito que me emocionei com o final. E, realmente, o homem que vemos em cena era muito, mas muito bom no debate político e em seus discursos.
No fim, é apresentado uma história baseado em fatos reais, de um cidadão comum que decidiu lutar contra a opressão e acaba tornando-se bandeira de uma causa. Harvey Milk fica eternizado por Gus Van Sant como o arrastador de multidões, um idealista que mudou uma nação.
Alien: Covenant
3.0 1,2K Assista AgoraÉ muito ruim. Como pode uma história acontecer anos luz à frente e o cara usar uma GoPro? rs tudo bem releve isso, mas o cara estava usando um "jeans" para desbravar um planeta do qual ele desconhece tudo. E sem contar que o Planeta terra não gastaria trilhões para enviar pessoas totalmente despreparadas emocionalmente com 2mil pessoas a bordo. É patético, só vi até o fim porque desliguei a minha mente e comi toda a pipoca. Custaria tentar inovar um pouco para trazer algo diferente?
Se Alien: Covenant não carregasse a palavra ‘Alien’ no título a pressão seria muito menor. O problema é que tal fato lança diretamente ao público uma comparação mental entre o que é apresentado neste ano por Scott com o clássico que fez sua carreira deslanchar. É mais um filme que não tem nada de especial e que prefere dar espaço para um cliffhanger em sua conclusão ao invés de partir para algo mais original.
Um Laço de Amor
4.1 301 Assista AgoraCaiu um cisco aqui do tamanho de um tijolo, é muito bunitin a história. Foi muito bem dirigido, o filme trabalha com bastante inteligência a dinâmica envolvendo a relação turbulenta entre Frank e sua mãe, assim como as relações entre Frank e a garota, e de Mary e sua avó. A produção também trabalha de maneira curiosa a assombrosa inteligência de Mary, e de como ser diferente das outras crianças influencia na vida da garotinha. Gifted também emociona bastante em algumas passagens, é claro. Mas sempre o faz de maneira sutil e verdadeira, sem excessos melodramáticos, o que é um alívio em produções com esta temática.
Uma boa e sólida produção do gênero, Gifted é um drama de bom coração s2, de narrativa comum, mas enriquecida com senso moral e permeada por bastante delicadeza e aura comovente, valorizada por um elenco bastante acima da média, e um Chris Evans mais uma vez mostrando que pode ser o protagonista de qualquer tipo de filme. Boa pedida!
Campo Minado
3.2 114 Assista AgoraFilmasso! Mine é angustiante em grande parte do seu tempo, mas demonstra isso com louvor, unindo um clima de tensão com metáforas psicológicas pra lá de convincentes. O mike é um homem cheio de traumas. Tudo isso volta que nem um vulcão em cada segundo das intensas horas que passa no deserto completamente sozinho em grande parte desse tempo. A atuação de Armie Hammer é digna de elogios, passa para o público uma dor incansável e toda a agonia do momento, principalmente quando o fator psicológico do personagem começa a falhar e alucinações vindas em forma de metáforas, dignas de longas horas com um psiquiatra, começam a aparecer.
A luta pela sobrevivência em situações extremas é algo bastante complexo de ser filmado, e nesse caso com mil possibilidades de o filme cair em armadilha tão complexa quanto a enfrentada pelo protagonista, mas essa é exatamente a margem que o roteiro alcança para preencher com informações sobre o passado de Mike o que eleva a qualidade do filme. A direção é bem detalhista, principalmente no primeiro arco, com poucos recursos consegue ser magistral em seu enredo e definições finais de todos os elementos envolvidos na trama.
Mine é um daqueles filmes surpreendentes que precisam de uma boa atuação de seu protagonista para que a mágica aconteça. E acontece.
Uma História de Vingança
2.7 83 Assista AgoraEra pra ser bom, tem uma história interessante, mas o roteiro é horrível, o diretor e esse elenco são péssimos.
Castelo de Areia
3.2 120 Assista AgoraMuito superficial, o grande problema dessa temática "Gerra do Iraque" é o clichê de sempre, quase a totalidade dos filmes contam uma história fraca, não aprofunda o porque da tensão local, o que faz com que os Iraquianos enfrente uma guerra social interna e que outros odeiem os americanos.
O filme é interessante, porque durante boa parte da trama, ele rompe com a expectativa tradicional por uma narrativa cinematográfica hollywoodiana, ainda que, explorando a realidade, acabe sendo um clichê americano. Tanto a forma como a trama se desenrola quanto a escolha pela utilização de determinadas técnicas de filmagem fazem com que, em um momento ou outro, o espectador esqueça estar assistindo uma obra ficcional e mergulhe em uma produção que se aproxima do que seria um documental. O que não é de se estranhar, visto que a história é inspirada no conjunto de experiências de guerra vividas.
Possivelmente, o principal problema do filme é deixar coisas demais nas entrelinhas sem dar recursos para que o espectador morda a isca para chegar até elas. O longa lida com questões como batalhas que já começam perdidas e fala sobre como o imaginário coletivo é construído com base em interesses que vem de cima e que fazem com que pessoas não percebam que estão sendo usadas de formas descartáveis - o diálogo entre Ocre e o engenheiro iraquiano, em que o estrangeiro que vem da terra da democracia e da liberdade não teve direito a serviços básicos, como educação, enquanto o iraquiano os teve de graça é o melhor do longa. A contradição é que um filme que desenha a guerra como uma estrutura opressora e que critica o fato dela ser vendida com a ilusão de motivações heróicas também pode ser lido facilmente como o caminho trilhado por um jovem covarde até que ele consiga ter orgulho de lutar.
Castelo de Areia é um filme que toma para si uma temática muito ampla e a envolve em uma embalagem minimalista.
Fome de Poder
3.6 830 Assista AgoraFiquei perplequito Oo com o Ray Kroc. A falta de escrúpulos me deixou no chão, porém não há como negar a persistência que levou o Mc Donald's ao mundo, sem ele acredito que o Burguer King reinaria soberano hoje em dia.
Michael Keaton interpreta brilhantemente uma figura ao mesmo tempo charmosa e gananciosa. Hancock como em seus outros filmes preenche a trama com exageros e transforma seus personagens em caricaturas. Pena que o roteiro não respeita essa a premissa "The Founder" ou "Fome de poder", escolhendo os pontos mais bobos para demorar, enquanto passa rápido pelos pontos mais interessantes. Ora, por mais que o propósito tenha sido falar sobre Ray Kroc, há ali um case empresarial gigante ao redor da história do protagonista e, mesmo tendo escolhido um foco ainda peca quando resolve supracitar momentos importantes de sua virada de caráter. Ele passa do carismático empreendedor voraz por fazer negócios a uma espécie de larápia de luxo. A transição encaixa-se mal na história e a alternância pessoal de Kroc, como a mudança de esposa por exemplo, fica de lado.
O que se leva desse filme não é como um ladrão de galinhas pode nunca ser pego, mas como a persistência pode mudar o rumo da sua vida, vale a sessão, ainda mais se você for um empreendedor.
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
3.2 1,0K Assista AgoraFraco. Com o intuito de tornar tudo mais acessível, o roteiro simplifica a maioria das questões do material original, as discussões filosóficas e políticas presentes tanto no mangá quanto no anime dão lugar a uma convencional jornada de aceitação, eliminando, assim, toda sua singularidade.
Porém o design de produção é impecável, perfeito na construção do universo. Dos efeitos visuais que montam uma cidade povoada por hologramas até os transeuntes cheios de braços e olhos mecanizados. Tudo parece ter sido tirado de um mundo onde Blade Runner, Mad Max e Matrix se encontraram.
A polêmica "whitewashing", além do fato de que uma atriz japonesa poderia ser muito mais eficaz do que uma estrela ocidental. De qualquer modo, ainda que o desfecho seja excessivamente meloso e hollywoodiano. A sensação é de uma super produção incompleta, que toma rumo apressado e opta pelo caminho mais fácil constantemente.
Amaldiçoada
3.8 372 Assista AgoraVai ser difícil você encontrar um filme mais perturbador que Brimstone. O Velho Oeste do ponto de vista feminino, me pergunto sempre ao um ver filme do velho oeste americano - como esse povo era ruim, slc jesuis, no Brasil o povo pode ser "sem vergonha", mas não essa tragédia toda. Por fim o holandês Martin Koolhoven recria o gênero abordando questões pesadas, impactantes e pertinentes nos dias atuais em um Western feminista, violento, sádico, deixando clássicos de Tarantino e de Sam Peckinpah parecerem um romance.
Apesar do esforço na produção e do visível cuidado do diretor Koolhoven com sua história, fica nítida uma incômoda sensação de pretensão por parte do diretor (divisão da trama em quatro partes com nomes de versículos bíblicos), que trata sua narrativa como uma produção épica de mais de duas horas e meia de duração, sendo que o roteiro e a atmosfera do filme não têm gabarito para tanto. Outro grande problema da produção é sua protagonista, a fraca Dakota Fanning, que aqui escancara não estar pronta para papéis que exigem demais de suas personagens. Sua sofrida e guerreira Liz não encontra a correta válvula de escape na fraca performance da intérprete, que não compactua com nenhuma espécie de identificação com o público. Mas nada comparado à maneira ridícula com que a produção desperdiça um dos grandes chamarizes do filme, o Jon Snow do Game of Thrones, Kit Harington, em um papel sem a mínima relevância. O próprio Guy Pearce, principal elemento da produção, parece um tanto apagado. Ainda assim, é ele o principal motivo para justificar uma sessão do filme.
Apesar de confuso e um pouco comprido, é muito inteligente a forma como o diretor constrói a narrativa envolvendo o espectador. E isso pode ser bom ou ruim dependendo de quem está assistindo. Pois, ‘Brimstone’ é um filme denso, pesado, violento, triste e trata questões fortes sem querer suavizar como, incesto, carnificina, misoginia, sadismo. Não é pelo fato do filme ser isso ou aquilo, mas sim uma oportunidade de enxergar a misoginia e seus efeitos negativos.
Sangue Pela Glória
3.4 64 Assista AgoraA história é muito boa, Miles Teller explora aqui um lado diferente seu. O personagem, afinal, é tão obcecado quanto o baterista de Whiplash - Em Busca de Perfeição, mas sua determinação tem uma qualidade diferente, mais amável, ainda que igualmente focada. Seus principais personagens sofrem de uma intensa falta de desenvolvimento, refletindo diretamente as falhas de seu argumento. Tudo acontece de forma muito rápida: o roteiro é direto e seco, sem muito espaço para aprofundar algumas situações.
O desinteresse do diretor no boxe, porém, com lutas registradas à meia distância, sem criatividade e por obrigação, tira o senso de catarse que Bleed for This deveria ter. Uma história de superação dessas merecia ser mais grandiosa, guardar tudo pro final e buscar o nocaute, não deixar a decisão ir pros pontos. Há bons momentos, mas na opção pelo drama, a luta de Paz parece corriqueira.
O Espaço Entre Nós
3.3 455 Assista AgoraA maioria irá criticar pelo desfecho ser muito previsível e muito fantasioso, mas como em livros a história é contada e quem viaja somos nós, eu diria que Space between us nada mais é do que uma fantasia, como em um livro, o que vale é a emoção de ler.
Pelo olhar critico a misturar de ficção científica com um drama teen falha pois não consegue entregar nenhum dos dois com profundidade. A forma como a trama se desenvolve é pouco crível até mesmo para um sci-fi. O grande erro foi ao escrever um roteiro com uma mistura de gêneros que não conseguem se conectar de forma alguma, causando diversas lacunas que fazem com que tenha uma percepção negativa.
O diretor Peter Chelsom faz uma condução didática em sua narrativa, subestimando a inteligência do público, tal escolha pode afastar muitos, porém uma vez acerta em cheio e faz do casal o melhor do projeto, mesmo com tantos absurdos no roteiro e na composição dos personagens, os momentos do casal apaixonado, certamente encontrará no público, principalmente adolescente, uma identificação fácil.
Portanto conclui-se que, O Espaço entre Nós é uma boa ideia que teve uma condução totalmente “fora de órbita”.
A Bela e a Fera
3.9 1,6KBeauty and the Beast já é um sucesso de bilheteria, e mostra que o público está querendo por mais adaptações em live action. O resultado final é interessante, e os efeitos visuais mostram o capricho extremo do estúdio, oque provavelmente vai receber ao menos uma nomeação ao Oscar.
Algumas inovações feitas pela Disney nesta produção ganharam as páginas dos principais jornais do mundo. A primeira delas foi a adição de um personagem ‘abertamente gay’. Aqui, uma consideração: ao contrário do que era esperado, Le Fou jamais assume sua posição em uma linha de diálogo. É uma piscada de olho e seu jeito extravagante que, teoricamente, deixam clara sua sexualidade, muito menos do que eu esperava, e que certamente torna absurda a posição de boicote firmada por algumas redes de cinema.
A outra está na forma da narrativa, que tenta mesclar uma fidelidade extrema em determinadas cenas da animação com a adição de passagens complementares. Essas, por sua vez, deixam claras pequenas incoerências no roteiro (como as idas e vindas de Bela do Castelo e também na distância do vilarejo ao local onde a Fera habita).
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraOs efeitos visuais feitos em parceria com a Ubisoft fazem valer a pena o preço do ingresso. As cenas espetaculares do Kong, a captura de movimentos deixa claro o cuidado máximo com os detalhes e a qualidade da fotografia.
O roteiro desenvolve seus personagens em um mundo a parte. O perigo constante da morte, com vários personagens esmagados, devorados ou mutilados durante as duas horas de exibição, agrada por abrir espaço para o humor negro. O problema está na super exposição de personagens que aparentam ter pouco poder de decisão (como é o caso de Brie Larson, que vira uma espécie de heroína na metade final, contradizendo o que a própria história queria estabelecer). A necessidade de estabelecer mocinhos e vilões afeta o desfecho do filme, com uma porção de clichês típicos de filmes deste gênero. Também senti falta de um aproveitamento melhor da Guerra do Vietnã, e de um tempo de tela maior para Kong, que teoricamente seria o grande destaque da produção.
A cena pós-creditos deixa claro que o estúdio pretende unir Kong e Godzilla em um futuro próximo. Mantendo o altíssimo nível gráfico, e talvez com uma história mais calibrada, pensando nos erros cometidos aqui, a Legendary pode apresentar algo ainda melhor para os fãs e cinéfilos.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraSplit é um filme interessante, como um suspense cumpre bem o seu papel. Porém o final mesmo que seja uma cena pequena, ela muda o conceito do filme e à primeira vista não me agradou muito. O problema também vai ser que muita gente que não assistiu à Unbreakable vai ficar boiando no final do filme, sem entender o por quê do Willis aparecer ali. Essa é a verdadeira reviravolta do filme e vai ser o que vai dividir as opiniões. Para compreender a estruturação feita M. Night, é indispensável assistir Unbreakable (2000), diretamente referenciado no filme. O roteiro de Split é uma continuação direta da história. Nos vinte minutos finais, Split deixa de ser uma história sobre um homem comum com problemas de múltiplas personalidades para ganhar espaço como um filme que evoca o sobrenatural.
A narrativa apresenta uma sequência que me lembrou muito de 10 Cloverfield Lane, quando as personagens começam a questionar as reais intenções do sequestrador. Na metade inicial do filme, M. Night induz o pensamento de que estamos testemunhando um caso sobre um sociopata, deixando aberta a possibilidade de um desfecho positivo. Quando Kevin começa a falar sobre “The Beast”, sua nova personalidade, o rumo da história é completamente alterado.
A produção tem seu ponto forte na impecável atuação de James McAvoy. Foi muito interessante ter uma surpresa dentro do cinema, já que o marketing do filme apontava para uma história original sem relação nenhuma com Unbreakable. Mesmo que o filme apresente problemas (como falta de uma trilha sonora instigante), sem dúvida estamos falando da melhor produção recente de M. Night.
Quatro Vidas de Um Cachorro
3.8 720 Assista AgoraVou ter que dizer que chorei. fdp aguentei o filme todo, mas no final, puts o final não teve jeito.
Nada do que você já não tenha visto, filmes com animais, principalmente com cachorros, são praticamente um gênero a parte, tendo seus próprios clichês e convenções. Sempre doces e com um tom bem melodramático, esse tipo de filme arranca suspiros tanto pela sua fofura, quanto pela relação entre pet e dono. Quatro Vidas de Um Cachorro não é diferente, construindo toda uma amizade entre um cão e seus donos, ao longo de suas vidas diferente como o próprio título supõe, o final é simples, mas o arco dramático te convence, e é ai que se chora.
Se a premissa pode ser considerada um pouco diferente dos demais, o longa vai demonstrando ter uma enorme consciência de onde quer chegar, concebendo um filme leve, divertido, que por muitas vezes se entrega aos clichês (o filme nunca cai na armadilha de construir toda ficção em torno da morte do au au, como tantos outros filmes fazem.), mas sempre tendo consciência da sua simplicidade, não tentando conquistar seu espectador através das lágrimas somente.
Se em muitos momentos o longa cai em certas armadilhas para uma fácil assimilação, por exemplo, a câmera passeando pelos portas-retratos do policial mostrando ele acompanhado de uma mulher enquanto o cão diz que ele se sente muito sozinho, ou o alcoolismo do pai de Ethan que parece apenas uma muleta narrativa para gerar conflitos, algo que fica um pouco jogado na narrativa do filme. E se além disso o humor às vezes possa parecer exagerado, Quatro Vidas de Um Cachorro é um filme com o propósito de ser leve, de ser divertido e de ser emocionante sem ser extremamente apelativo. Um filme com cara de matinê.
Se muitos podem torcer o nariz para o típico filme com animais, Quatro Vidas de Um Cachorro consegue ser um longa que pega pelo afeto, por sua leveza e principalmente por sua simplicidade. Se a relação entre dono e cão parece tão harmoniosa nas telas, resta ao espectador se entregar aos encantos daquele cachorro e de suas vidas.