A proposta do filme prima pela simplicidade, ainda que transborde criatividade ao explorar um encontro ousado entre duas poderosas formas de arte, a pintura e o cinema, ao imaginar o momento da criação da tela “O Caminho Do Calvário” de Pieter Bruguel, um dos mais expressivos pintores flamengos de século XVI, grande artista renascentista, mui oportunamente escolhido por Majewski como protagonista de sua película por ser assaz associado à criação de algumas das imagens pioneiras do protesto social na história da pintura, e da própria arte, em trabalhos que criticaram a reforma protestante. Vivido pelo ator Rutger Hauer (“Blade Runner”, “O Feitiço de Áquila”), natural de Bruxelas nos Países Baixos, num emocionante e arrebatador trabalho de composição e caracterização do personagem. O relacionamento de Bruguel com o mecenas Nicolaes Jonghelinck (Michael York), banqueiro que pretensamente financiou a execução da tela, durante o momento da criação da mesma, será o ponto de partida para as análises e críticas propostas pelo diretor, que se utiliza ainda de arquétipos do cristianismo, tão caros ao período renascentista, de produção artística e cultural de valores incalculáveis, e de um riquíssimo conteúdo simbólico de imagens exploradas com genialidade.
Gregg Araki é um diretor e roteirista de cinema de Los Angeles, bastante popular por ser habituée de festivais dentro de seu país e ao redor do mundo, somado ao fato de ter sido um dos primeiro cineastas indies de sua geração a ter “saído do armário”. Com apenas cinquenta e dois anos de idade e dez longas metragens na bagagem, sua filmografia inclui produções de baixíssimo custo e temática gay, com tons extremamente caricaturais e debochados e visuais hiper-estilizados e premeditadamente amadores com um pé no trash, “tirando sarro” de suas visíveis carências orçamentais, mas quase sempre exigindo de sua audiência um enorme compromisso com sua histriônica imaginação fértil e um belo desconto aos seus delírios pop e megalomaníacos saborosamente doentios. O fato é que não é de hoje que Araki diverte e conquista fãs insanos (no bom sentido) que o aprovam por onde este passe, principalmente egressos das mostras mix e GLBT dos grandes festivais onde Gregg tornou-se famoso, ou aqueles voltados especialmente para produções do subgênero. A grande questão era se o cinema do diretor sensibilizava de forma semelhante o grande público. Menos uma dúvida do que a certeza da negativa, posto que não é incomum vermos o norte-americano ser assaz qualificado por críticos em geral como um cineasta de gosto extremamente duvidoso.
Os contos de fadas voltaram a ser sinônimo de rentabilidade para os estúdios cinematográficos norte-americanos. Novamente alçados ao “hype” midiático, príncipes, princesas, bruxas e todos os demais personagens dos contos infantis são praticamente sinônimo de lucro para os produtores. Mesmo na televisão, séries como “Once Upon A Time” da rede ABC e “Grimm” da NBC propõem humanizar heróis e vilões submetendo-os a nossa realidade, bem menos prosaica que aquela enfrentada pelos mesmos nos filmes dos estúdios Disney. Nas telonas Tim Burton adaptou “Alice nos País das Maravilhas” e Tarsem Singh, com seu terrível “Espelho, Espelho Meu”, apresentou uma versão (pouco) mais madura e cômica que a imortal obra-prima “Branca de Neve e os Sete Anões” de 1937. Neste cenário onde sem muito esforço já conseguimos sentir o cheiro da massificação peculiar de Hollywood, o filme “Branca de Neve e o Caçador”, a grande estreia da semana em circuito, tinha tudo para passar bem longe da originalidade. Só não o faz graças ao seu diretor Rupert Sanders.
Apesar de pouco conhecido pelo público que em geral que costuma a frequentar nossas salas de cinema, o diretor Marcos Prado tem um currículo louvável. Produtor de sucessos como “Ônibus 174” e as duas franquias de “Tropa de Elite”, mesmo em seu primeiro trabalho na direção, apenas anterior a seu novo longa que estreia esse final de semana em circuito, o documentário “Estamira”, Prado acumulou calorosos elogios da crítica mundial e de consumidores do chamado cinema de arte. Para seu primeiro trabalho ficcional, “Paraísos Artificiais”, o diretor aposta na história dos sucessos e insucessos das relações entre jovens amantes de música eletrônica, drogas alucinógenas e raves. Amor, família e amigos, incluídos em sua abordagem. A reimaginação da própria juventude, enquanto fatia da sociedade, graças ao impacto, benéfico ou não, do consumo de substâncias ilícitas era anunciado como o pretenso maior tema de recorte narrativo. A caprichada produção da Zazem, produtora de José Padilha, de “Tropa de Elite”, e seu orçamento de 10,5 milhões de reais, considerado alto para padrões nacionais, criaram enorme expectativa em grande parcela da audiência do cinema nacional e promessas de aquecer um mercado que vem amargurando sucessivas decepções este ano, como as fracas bilheterias de “Heleno” e “Xingu”.
O desejo de debruçar-se cinematograficamente sobre uma biografia tão potencialmente rica uniu o diretor José Henrique Fonseca, também produtor do filme, e o astro Rodrigo Santoro, amigo pessoal do cineasta, que dividiu as funções de produzir e protagonizar o longa, encantado com a história do polêmico jogador alvinegro e ainda com a chance de resgatá-la para muitas gerações, como a dele própria, para as quais Heleno de Freitas é um perfeito estranho, uma vez que poucas fotografias e raríssimos lances filmados do verdadeiro Heleno de Freitas sobreviveram desde a década de 40, onde a imprensa escrita, o cinema e as rádios eram as principais fontes do jornalismo desportivo (Heleno, inclusive, foi o primeiro jogador de futebol a ser entrevistado como uma celebridade, por uma emissora de rádio).
Radu Mihaileanu é um dos mais talentosos e promissores cineastas do "Islã das Luzes" - assim definido pelo próprio, em seu brilhante último longa. Impossível chegar ao final de um de seus filmes sem ansiarmos sorridentes pelo próximo. Belíssimo!
Uma dessas coisas estranhas que acontecem o tempo todo e chamamos de coincidência – voltando para casa após assistir o documentário sobre a vida de Raul Seixas deparei-me com uma reportagem numa revista que abordava o curioso (e mórbido) turismo de cemitérios da Bahia. Uma fotografia de uma lápide de cimento simples onde lia-se apenas: Raul Santos Seixas 28-06-1945 21-08-1989 me indignou. Como aquele genial e carismático artista cuja biografia tinha-me sido mostrada pelo belo filme que acabara de me encantar não tinha alguma frase de protesto no epitáfio ou única estátua de um anjo para velar-lhe o sono eterno? Seguindo na reportagem conformei-me com o fato do estilo americano do cemitério primar pela ausência de grandes túmulos. Interessante mesmo foi o sentimento que o filme havia me despertado e que dificilmente algum espectador sairá incólume: Raul era um gênio.
A família Ogino está de mudanças. Akio, Yuko e sua filha Chihiro viajam de carro para seu novo lar e podemos admirar o contraste entre a empolgação do casal e a tristeza da menina de 10 anos, insatisfeita por abandonar sua escola e amigos, viajando abraçada a um buquê de flores, derradeira lembrança de sua agora antiga cidade. No caminho, Akio resolve pegar um atalho e termina por encontrar um pitoresco túnel abandonado, resolvendo explorá-lo com sua esposa e filha. Do outro lado do túnel a família encontra o que parece ser um velho parque temático abandonado e deserto, segundo Akio, muito comuns no Japão de outrora, abandonados em sua maior parte na época da grande crise que sobre os nipônicos abateu-se (uma crítica de Miyazaki ao capitalismo e as transformações que impôs ao cenário do entretenimento oriental). No passeio de reconhecimento do parque, o casal encontra um imenso banquete numa barraca e, famintos, começam a devorá-lo. Chihiro é a única que parece manter a cautela desde que deixaram o veículo, relutando em atravessar o túnel e recusando em servir-se no banquete.
A França foi o berço da sétima arte. A cidade de Lyon, especificamente, onde os Lumière patentearam o cinematógrafo. Contudo, as obras produzidas e dirigidas pelo norte-americano David Griffith forjaram um modelo de relação entre imagens tão sólido, que o cinema fortificou suas raízes e floresceu na América. Por isso, a homenagem do diretor francês Michel Hazanavicius à Hollywood de priscas eras tinha tudo para realmente causar burburinhos e chamar atenção. A ousadia de fazê-la com um filme prenhe de simplicidade como “O Artista”, mudo, em preto e branco e utilizando a janela clássica de proporção da tela (1,33:1) deu à homenagem tons cintilantes de genialidade.
“Pom Poko” é o oitavo longa-metragem escrito e dirigido por Isao, animado pelos estúdios Ghibli a partir de um conceito de Miyazaki, que é também um dos produtores (junto a outros habituais produtores de Ghibli) e co-autor de seu roteiro. Trata-se de uma encantadora fábula bucólica e ecológica com fortíssimas referências ao folclore nipônico, o que muitas vezes é referido como principal limitador de uma interpretação mais complexa da obra por audiências ocidentais, pouco afeitas aos seus detalhes. Importante ressaltar que "Pom Poko" é considerado de grande valor diferencial dentro da filmografia do estúdio japonês, mormente por sua narrativa, mais dinâmica que as das outras obras de Ghibli. Ainda que guarde certa semelhança com “Nausicaä do Vale do Vento” e “Princesa Monoke”, em relação a seu enredo: natureza versus seres humanos, “Pom Poko” trabalha de forma muitíssimo original com protagonistas cômicos, antropomorfizados – Na verdade bandos de tanukis, uma espécie de canídeo, típica do Japão (os racoon dogs, ou talvez, em português algo aproximado a um guaxinim).
Certas premissas precisam ser respeitadas para que um filme tenha dignidade. Em um thriller de ação há de primar-se em manter a credibilidade da trama, por mais rocambolesca que ela possa parecer. Mesmo nos momentos onde a verossimilhança parece ter sido chutada para escanteio, há de fazer-se com certo estilo, com certo charme. De tudo isso carece o filme do diretor, estreante em ficção, Asger Leth.
“Ascensor Para O Cadafalso” é de importância ímpar na história do cinema francês. Além de, como dissemos, representar o primeiro longa-metragem ficcional de Louis Malle, cujos trabalhos posteriores incluiriam filmes importantes como “Um Sopro No Coração”, “Atlantic City” e “Adeus, Meninos”; representa também, o filme que alçaria ao estrelato a atriz francesa Jeanne Moreau, grande dama e uma das maiores estrelas do cinema europeu. Jeanne seguiria uma carreira brilhante posteriormente, vindo a trabalhar com grande parte dos maiores cineastas contemporâneos, tais quais: François Truffaut, Roger Vadim, Orson Welles e Michelangelo Antonioni.
O filme iraniano do diretor Asghar Farhadi é realmente um petardo. Tem conquistado premiações ao longo do ano passado e do corrente, e na bagagem já traz o Urso de Ouro em Berlim 2011, dois de prata pelo conjunto das interpretações masculina e feminina e o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira, com grandes chances de abocanhar também o Oscar na mesma categoria. O sucesso da obra contrasta com o sombrio momento pelo qual atravessa o prolífico cinema do Irã, cujo governo ditatorial tem sido conhecido por sua rigidez com cineastas locais, condenando e prendendo diretores como Jafar Panahi (“O Balão Branco”) e Mojtaba Mirtahmasb (“Isto Não É Um Filme”). Por mais indigesto que isso possa parecer, o contexto político e principalmente social do país é um dos grandes trunfos que fazem com que essa obra venha conquistando platéias ao redor de todo o mundo.
"As sete notas musicais dizem tudo!" afirma em dado momento, uma das entrevistadas de Coutinho para o longa "As Canções". Sem intenção, acaba por sintetizar a própria experiência catártica que o documentário traz às telas. Cinema-verdade de primeira grandeza, regido por um de seus maiores realizadores. A pretensa monotonia que a repetição do formato da apreensão dos depoimentos, já explorado pelo diretor em "Jogo de Cena", é superlativamente mascarado pela simplicidade, o desprendimento e a sinceridade de abençoados representantes do povo brasileiro. "As canções" faz sorrir, faz chorar. Jamais a indiferença! É emoção em seu mais belo e bruto estado, lapidado pelas divinas mãos de Coutinho!
O longa conta a história do jovem Albert Narracott (Jeremy Irvine, debutando nas telonas com a beleza que toda mãe norte-americana sonhou para um genro e o talento que todo cinéfilo sonhou para um aposentado precoce), filho de Ted (Peter Mullan, egresso da premiada atuação em seu trabalho anterior, o magistral “Tiranossauro”), um falido agricultor, que numa infundada disputa com seu senhorio, acaba por arrematar em um leilão o cavalo Joey, ainda que, em teoria, este não venha a ter utilidade como força motriz do arado de sua propriedade, resolvendo emergencialmente a iminente bancarrota de sua fazenda. A imediata empatia e a amizade estabelecida entre Joey e o menino Albert faz com que esse não só comprometa-se em treinar o animal, como se responsabilize pelos cuidados com o mesmo
Tendo aberto a Semana da Crítica do Festival de Cannes 2011 e Indicado pela França como concorrente ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira em 2012, “A Guerra Está Declarada” retorna às telas brasileiras em circuito, após calorosa recepção no Festival do Rio 2011. O filme é basicamente sobre o amor (com grandes chances de ter sido a história romântica mais bem realizada no ano passado) com direitos a todos os seus efeitos colaterais na bagagem. Numa festa Roméo (Jéremie Elkaïn) conhece Juliette (Valéie Donzelli) e se amam à primeira vista, para pouco tempo depois terem um filho, Addam, e descobrirem que nem tudo na vida são flores.
Sobreviver relativamente incólume à terceira sequência do original, em uma franquia de filmes de ação realmente parece, até certo ponto, impossível em Hollywood. E “Missão: Impossível”, a adaptação cinematográfica da famosa série de TV dos anos 60, 70 e 80 tem resistido com bravura digna de um herói dos melhores filmes do gênero. Por certo, muito se deve a Tom Cruise, seu astro principal e produtor desde 1996, quando o primeiro (e o melhor) longa da série chegava às telas sob a chancela de Brian de Palma na direção. Cruise, visivelmente, acredita e aposta no projeto, que obedece às cartilhas de muitas aventuras que fizeram do cinema uma imensa “fábrica de fantasias” para o grande público, e das próprias temporadas televisivas - apostar em tomadas que transbordem tensão e adrenalina, numa gigantesca e interessante parafernália tecnológica peculiar, além da (não tão charmosa, no caso das últimas incursões nas telonas) “imortalidade” cênica de seus protagonistas, principalmente o personagem de Cruise: Ethan Hunt, às expensas geralmente da originalidade e inteligibilidade do roteiro e da credibilidade da própria ação do filme. Em suma, grande parte dos fãs de “M:I” vão ao cinema ver, não só o circo, como tudo que se mova ou se escale, de concreto, metal e, porque não, carne e osso, literalmente, “pegarem fogo” nos filmes.
Trazendo na bagagem a calorosa recepção obtida no Festival do Rio 2011 e o prêmio de melhor filme na opinião do público na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, chega às telas brasileiras o filme do diretor australiano Bruce Beresford, mais conhecido por nossos cinéfilos pelos ótimos “Conduzindo Miss Daisy” e “Shine – Brilhante”, baseado no livro autobiográfico “Adeus China: O Último Bailarino de Mao” de Li Cunxin, cuja trajetória pessoal e profissional acarretaria um dramático incidente diplomático envolvendo Estados Unidos e China, tendo como pano de fundo a Revolução Cultural de Mao Tsé Tung.
O Moinho e a Cruz
4.0 37A proposta do filme prima pela simplicidade, ainda que transborde criatividade ao explorar um encontro ousado entre duas poderosas formas de arte, a pintura e o cinema, ao imaginar o momento da criação da tela “O Caminho Do Calvário” de Pieter Bruguel, um dos mais expressivos pintores flamengos de século XVI, grande artista renascentista, mui oportunamente escolhido por Majewski como protagonista de sua película por ser assaz associado à criação de algumas das imagens pioneiras do protesto social na história da pintura, e da própria arte, em trabalhos que criticaram a reforma protestante. Vivido pelo ator Rutger Hauer (“Blade Runner”, “O Feitiço de Áquila”), natural de Bruxelas nos Países Baixos, num emocionante e arrebatador trabalho de composição e caracterização do personagem. O relacionamento de Bruguel com o mecenas Nicolaes Jonghelinck (Michael York), banqueiro que pretensamente financiou a execução da tela, durante o momento da criação da mesma, será o ponto de partida para as análises e críticas propostas pelo diretor, que se utiliza ainda de arquétipos do cristianismo, tão caros ao período renascentista, de produção artística e cultural de valores incalculáveis, e de um riquíssimo conteúdo simbólico de imagens exploradas com genialidade.
Crítica Completa Em:
Kaboom
2.8 386 Assista AgoraGregg Araki é um diretor e roteirista de cinema de Los Angeles, bastante popular por ser habituée de festivais dentro de seu país e ao redor do mundo, somado ao fato de ter sido um dos primeiro cineastas indies de sua geração a ter “saído do armário”. Com apenas cinquenta e dois anos de idade e dez longas metragens na bagagem, sua filmografia inclui produções de baixíssimo custo e temática gay, com tons extremamente caricaturais e debochados e visuais hiper-estilizados e premeditadamente amadores com um pé no trash, “tirando sarro” de suas visíveis carências orçamentais, mas quase sempre exigindo de sua audiência um enorme compromisso com sua histriônica imaginação fértil e um belo desconto aos seus delírios pop e megalomaníacos saborosamente doentios. O fato é que não é de hoje que Araki diverte e conquista fãs insanos (no bom sentido) que o aprovam por onde este passe, principalmente egressos das mostras mix e GLBT dos grandes festivais onde Gregg tornou-se famoso, ou aqueles voltados especialmente para produções do subgênero. A grande questão era se o cinema do diretor sensibilizava de forma semelhante o grande público. Menos uma dúvida do que a certeza da negativa, posto que não é incomum vermos o norte-americano ser assaz qualificado por críticos em geral como um cineasta de gosto extremamente duvidoso.
Crítica Completa em:
Branca de Neve e o Caçador
3.0 4,3K Assista AgoraOs contos de fadas voltaram a ser sinônimo de rentabilidade para os estúdios cinematográficos norte-americanos. Novamente alçados ao “hype” midiático, príncipes, princesas, bruxas e todos os demais personagens dos contos infantis são praticamente sinônimo de lucro para os produtores. Mesmo na televisão, séries como “Once Upon A Time” da rede ABC e “Grimm” da NBC propõem humanizar heróis e vilões submetendo-os a nossa realidade, bem menos prosaica que aquela enfrentada pelos mesmos nos filmes dos estúdios Disney. Nas telonas Tim Burton adaptou “Alice nos País das Maravilhas” e Tarsem Singh, com seu terrível “Espelho, Espelho Meu”, apresentou uma versão (pouco) mais madura e cômica que a imortal obra-prima “Branca de Neve e os Sete Anões” de 1937. Neste cenário onde sem muito esforço já conseguimos sentir o cheiro da massificação peculiar de Hollywood, o filme “Branca de Neve e o Caçador”, a grande estreia da semana em circuito, tinha tudo para passar bem longe da originalidade. Só não o faz graças ao seu diretor Rupert Sanders.
Crítica completa em:
Um Homem de Sorte
3.4 1,2K Assista AgoraRun to the hills! a.k.a. "Porra, Zac!"
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraApesar de pouco conhecido pelo público que em geral que costuma a frequentar nossas salas de cinema, o diretor Marcos Prado tem um currículo louvável. Produtor de sucessos como “Ônibus 174” e as duas franquias de “Tropa de Elite”, mesmo em seu primeiro trabalho na direção, apenas anterior a seu novo longa que estreia esse final de semana em circuito, o documentário “Estamira”, Prado acumulou calorosos elogios da crítica mundial e de consumidores do chamado cinema de arte. Para seu primeiro trabalho ficcional, “Paraísos Artificiais”, o diretor aposta na história dos sucessos e insucessos das relações entre jovens amantes de música eletrônica, drogas alucinógenas e raves. Amor, família e amigos, incluídos em sua abordagem. A reimaginação da própria juventude, enquanto fatia da sociedade, graças ao impacto, benéfico ou não, do consumo de substâncias ilícitas era anunciado como o pretenso maior tema de recorte narrativo. A caprichada produção da Zazem, produtora de José Padilha, de “Tropa de Elite”, e seu orçamento de 10,5 milhões de reais, considerado alto para padrões nacionais, criaram enorme expectativa em grande parcela da audiência do cinema nacional e promessas de aquecer um mercado que vem amargurando sucessivas decepções este ano, como as fracas bilheterias de “Heleno” e “Xingu”.
Crítica Completa em:
Uma Rua Chamada Pecado
4.3 454 Assista Agora"_Capricorn!!! The goat!"
Heleno
3.6 431 Assista AgoraResenha e Entrevista com o elenco:
O desejo de debruçar-se cinematograficamente sobre uma biografia tão potencialmente rica uniu o diretor José Henrique Fonseca, também produtor do filme, e o astro Rodrigo Santoro, amigo pessoal do cineasta, que dividiu as funções de produzir e protagonizar o longa, encantado com a história do polêmico jogador alvinegro e ainda com a chance de resgatá-la para muitas gerações, como a dele própria, para as quais Heleno de Freitas é um perfeito estranho, uma vez que poucas fotografias e raríssimos lances filmados do verdadeiro Heleno de Freitas sobreviveram desde a década de 40, onde a imprensa escrita, o cinema e as rádios eram as principais fontes do jornalismo desportivo (Heleno, inclusive, foi o primeiro jogador de futebol a ser entrevistado como uma celebridade, por uma emissora de rádio).
Matéria Completa em:
A Fonte das Mulheres
4.2 128Radu Mihaileanu é um dos mais talentosos e promissores cineastas do "Islã das Luzes" - assim definido pelo próprio, em seu brilhante último longa. Impossível chegar ao final de um de seus filmes sem ansiarmos sorridentes pelo próximo. Belíssimo!
Delicada Atração
4.0 374 Assista AgoraO final com "Dream a little dream" é incrível!
Raul - O Início, o Fim e o Meio
4.1 707Uma dessas coisas estranhas que acontecem o tempo todo e chamamos de coincidência – voltando para casa após assistir o documentário sobre a vida de Raul Seixas deparei-me com uma reportagem numa revista que abordava o curioso (e mórbido) turismo de cemitérios da Bahia. Uma fotografia de uma lápide de cimento simples onde lia-se apenas: Raul Santos Seixas 28-06-1945 21-08-1989 me indignou. Como aquele genial e carismático artista cuja biografia tinha-me sido mostrada pelo belo filme que acabara de me encantar não tinha alguma frase de protesto no epitáfio ou única estátua de um anjo para velar-lhe o sono eterno? Seguindo na reportagem conformei-me com o fato do estilo americano do cemitério primar pela ausência de grandes túmulos. Interessante mesmo foi o sentimento que o filme havia me despertado e que dificilmente algum espectador sairá incólume: Raul era um gênio.
Crítica Completa Em:
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraA família Ogino está de mudanças. Akio, Yuko e sua filha Chihiro viajam de carro para seu novo lar e podemos admirar o contraste entre a empolgação do casal e a tristeza da menina de 10 anos, insatisfeita por abandonar sua escola e amigos, viajando abraçada a um buquê de flores, derradeira lembrança de sua agora antiga cidade. No caminho, Akio resolve pegar um atalho e termina por encontrar um pitoresco túnel abandonado, resolvendo explorá-lo com sua esposa e filha. Do outro lado do túnel a família encontra o que parece ser um velho parque temático abandonado e deserto, segundo Akio, muito comuns no Japão de outrora, abandonados em sua maior parte na época da grande crise que sobre os nipônicos abateu-se (uma crítica de Miyazaki ao capitalismo e as transformações que impôs ao cenário do entretenimento oriental). No passeio de reconhecimento do parque, o casal encontra um imenso banquete numa barraca e, famintos, começam a devorá-lo. Chihiro é a única que parece manter a cautela desde que deixaram o veículo, relutando em atravessar o túnel e recusando em servir-se no banquete.
Crítica Completa Em:
J. Edgar
3.5 646 Assista AgoraAdorei ver o Ed Westwick em participação especial!
O Artista
4.2 2,1K Assista AgoraA França foi o berço da sétima arte. A cidade de Lyon, especificamente, onde os Lumière patentearam o cinematógrafo. Contudo, as obras produzidas e dirigidas pelo norte-americano David Griffith forjaram um modelo de relação entre imagens tão sólido, que o cinema fortificou suas raízes e floresceu na América. Por isso, a homenagem do diretor francês Michel Hazanavicius à Hollywood de priscas eras tinha tudo para realmente causar burburinhos e chamar atenção. A ousadia de fazê-la com um filme prenhe de simplicidade como “O Artista”, mudo, em preto e branco e utilizando a janela clássica de proporção da tela (1,33:1) deu à homenagem tons cintilantes de genialidade.
Crítica completa em:
PomPoko: A Grande Batalha dos Guaxinins
4.0 154 Assista Agora“Pom Poko” é o oitavo longa-metragem escrito e dirigido por Isao, animado pelos estúdios Ghibli a partir de um conceito de Miyazaki, que é também um dos produtores (junto a outros habituais produtores de Ghibli) e co-autor de seu roteiro. Trata-se de uma encantadora fábula bucólica e ecológica com fortíssimas referências ao folclore nipônico, o que muitas vezes é referido como principal limitador de uma interpretação mais complexa da obra por audiências ocidentais, pouco afeitas aos seus detalhes. Importante ressaltar que "Pom Poko" é considerado de grande valor diferencial dentro da filmografia do estúdio japonês, mormente por sua narrativa, mais dinâmica que as das outras obras de Ghibli. Ainda que guarde certa semelhança com “Nausicaä do Vale do Vento” e “Princesa Monoke”, em relação a seu enredo: natureza versus seres humanos, “Pom Poko” trabalha de forma muitíssimo original com protagonistas cômicos, antropomorfizados – Na verdade bandos de tanukis, uma espécie de canídeo, típica do Japão (os racoon dogs, ou talvez, em português algo aproximado a um guaxinim).
Crítica Completa em:
À Beira do Abismo
3.5 915 Assista AgoraCertas premissas precisam ser respeitadas para que um filme tenha dignidade. Em um thriller de ação há de primar-se em manter a credibilidade da trama, por mais rocambolesca que ela possa parecer. Mesmo nos momentos onde a verossimilhança parece ter sido chutada para escanteio, há de fazer-se com certo estilo, com certo charme. De tudo isso carece o filme do diretor, estreante em ficção, Asger Leth.
Crítica completa em:
Ascensor Para o Cadafalso
4.1 97 Assista Agora“Ascensor Para O Cadafalso” é de importância ímpar na história do cinema francês. Além de, como dissemos, representar o primeiro longa-metragem ficcional de Louis Malle, cujos trabalhos posteriores incluiriam filmes importantes como “Um Sopro No Coração”, “Atlantic City” e “Adeus, Meninos”; representa também, o filme que alçaria ao estrelato a atriz francesa Jeanne Moreau, grande dama e uma das maiores estrelas do cinema europeu. Jeanne seguiria uma carreira brilhante posteriormente, vindo a trabalhar com grande parte dos maiores cineastas contemporâneos, tais quais: François Truffaut, Roger Vadim, Orson Welles e Michelangelo Antonioni.
Leia Crítica Completa Em:
A Maldição de Samantha
3.0 171Bee-bee
A Separação
4.2 726O filme iraniano do diretor Asghar Farhadi é realmente um petardo. Tem conquistado premiações ao longo do ano passado e do corrente, e na bagagem já traz o Urso de Ouro em Berlim 2011, dois de prata pelo conjunto das interpretações masculina e feminina e o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira, com grandes chances de abocanhar também o Oscar na mesma categoria. O sucesso da obra contrasta com o sombrio momento pelo qual atravessa o prolífico cinema do Irã, cujo governo ditatorial tem sido conhecido por sua rigidez com cineastas locais, condenando e prendendo diretores como Jafar Panahi (“O Balão Branco”) e Mojtaba Mirtahmasb (“Isto Não É Um Filme”). Por mais indigesto que isso possa parecer, o contexto político e principalmente social do país é um dos grandes trunfos que fazem com que essa obra venha conquistando platéias ao redor de todo o mundo.
Leia crítica completa em:
As Canções
4.2 162"As sete notas musicais dizem tudo!" afirma em dado momento, uma das entrevistadas de Coutinho para o longa "As Canções". Sem intenção, acaba por sintetizar a própria experiência catártica que o documentário traz às telas. Cinema-verdade de primeira grandeza, regido por um de seus maiores realizadores. A pretensa monotonia que a repetição do formato da apreensão dos depoimentos, já explorado pelo diretor em "Jogo de Cena", é superlativamente mascarado pela simplicidade, o desprendimento e a sinceridade de abençoados representantes do povo brasileiro. "As canções" faz sorrir, faz chorar. Jamais a indiferença! É emoção em seu mais belo e bruto estado, lapidado pelas divinas mãos de Coutinho!
Cavalo de Guerra
4.0 1,9KO longa conta a história do jovem Albert Narracott (Jeremy Irvine, debutando nas telonas com a beleza que toda mãe norte-americana sonhou para um genro e o talento que todo cinéfilo sonhou para um aposentado precoce), filho de Ted (Peter Mullan, egresso da premiada atuação em seu trabalho anterior, o magistral “Tiranossauro”), um falido agricultor, que numa infundada disputa com seu senhorio, acaba por arrematar em um leilão o cavalo Joey, ainda que, em teoria, este não venha a ter utilidade como força motriz do arado de sua propriedade, resolvendo emergencialmente a iminente bancarrota de sua fazenda. A imediata empatia e a amizade estabelecida entre Joey e o menino Albert faz com que esse não só comprometa-se em treinar o animal, como se responsabilize pelos cuidados com o mesmo
Crítica Completa Em:
A Guerra Está Declarada
3.7 104Tendo aberto a Semana da Crítica do Festival de Cannes 2011 e Indicado pela França como concorrente ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira em 2012, “A Guerra Está Declarada” retorna às telas brasileiras em circuito, após calorosa recepção no Festival do Rio 2011. O filme é basicamente sobre o amor (com grandes chances de ter sido a história romântica mais bem realizada no ano passado) com direitos a todos os seus efeitos colaterais na bagagem. Numa festa Roméo (Jéremie Elkaïn) conhece Juliette (Valéie Donzelli) e se amam à primeira vista, para pouco tempo depois terem um filho, Addam, e descobrirem que nem tudo na vida são flores.
Crítica Completa em:
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
3.7 1,7K Assista AgoraSobreviver relativamente incólume à terceira sequência do original, em uma franquia de filmes de ação realmente parece, até certo ponto, impossível em Hollywood. E “Missão: Impossível”, a adaptação cinematográfica da famosa série de TV dos anos 60, 70 e 80 tem resistido com bravura digna de um herói dos melhores filmes do gênero. Por certo, muito se deve a Tom Cruise, seu astro principal e produtor desde 1996, quando o primeiro (e o melhor) longa da série chegava às telas sob a chancela de Brian de Palma na direção. Cruise, visivelmente, acredita e aposta no projeto, que obedece às cartilhas de muitas aventuras que fizeram do cinema uma imensa “fábrica de fantasias” para o grande público, e das próprias temporadas televisivas - apostar em tomadas que transbordem tensão e adrenalina, numa gigantesca e interessante parafernália tecnológica peculiar, além da (não tão charmosa, no caso das últimas incursões nas telonas) “imortalidade” cênica de seus protagonistas, principalmente o personagem de Cruise: Ethan Hunt, às expensas geralmente da originalidade e inteligibilidade do roteiro e da credibilidade da própria ação do filme. Em suma, grande parte dos fãs de “M:I” vão ao cinema ver, não só o circo, como tudo que se mova ou se escale, de concreto, metal e, porque não, carne e osso, literalmente, “pegarem fogo” nos filmes.
Leia a crítica completa em:
O Último Dançarino de Mao
4.1 235Trazendo na bagagem a calorosa recepção obtida no Festival do Rio 2011 e o prêmio de melhor filme na opinião do público na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, chega às telas brasileiras o filme do diretor australiano Bruce Beresford, mais conhecido por nossos cinéfilos pelos ótimos “Conduzindo Miss Daisy” e “Shine – Brilhante”, baseado no livro autobiográfico “Adeus China: O Último Bailarino de Mao” de Li Cunxin, cuja trajetória pessoal e profissional acarretaria um dramático incidente diplomático envolvendo Estados Unidos e China, tendo como pano de fundo a Revolução Cultural de Mao Tsé Tung.
Crítica completa em: www.lumi7.com.br/2011/12/o-ultimo-dancarino-de-mao.html
Guerreiro
4.0 919 Assista AgoraIncrível, fantástico & extraordinário!!! Tom Hardy eleva-se, em 2011, à condição de grande destaque entre os de sua geração, ao lado de Ryan Gosling!