A história do cinema viria a esperar dezenove anos para que outro cineasta surgisse com uma revolução tamanha. Esta chamada “Hiroshima, Meu Amor”; o autor: Alain Resnais. Profundo merecedor de análise própria, este longa de estréia do diretor francês representou o passo primeiro de uma larga reformulação estrutural fílmica, elevando o cinema essencialmente a um amálgama de movimento-som-imagem, não mais obediente a um pré-estabelecimento temático, mas com universo sugestivo e propulsão rítmica próprios. O que já em “Hiroshima...” estava previsto de forma germinal e fragmentada – a anacronologia, não apenas do tempo, no relógio (Welles-Kane), mas do próprio plano cinematográfico, viria a se consumar em 1961, quando na sequência de sua filmografia, Resnais apresentava “O Ano Passado em Marienbad” e sagrava-se definitivamente como descobridor da linguagem do cinema. Agora, tudo é anacronologia, a primeira ruptura drástica com padrões estruturais da sétima arte – O filme revolução – aquele que viria a libertar o cinema por inteiro da literatura e da logística da linguagem verbal, que apóia a sujeição pré-conceitual e um sistema de pensamento lógico, analítico, discursivo e dedutivo.
Mostrando apuro técnico, versatilidade e genialidade, Yimou Zhang desconstrói estas marcantes características identificadas em seus últimos trabalhos para nos trazer uma história de amor com fortes tons de simplicidade, inocência e lirismo em “A Árvore do Amor”. Havemos de nos remeter novamente ao conflito sino-japonês para entender seu título – Na década de 60, durante a revolução cultural na China, havia uma lenda sobre um espinheiro, “A árvore dos heróis”, cujas flores acreditavam-se nascerem vermelhas, e não brancas como de praxe, por terem sido alimentadas pelo sangue dos soldados chineses resistentes à tentativa de invasão nipônica, que ali teriam sido enterrados. O que pode parecer uma bela e patriótica parábola popular era, em verdade, mais um dos muitos disfarces de que se utilizava o exacerbado nacionalismo dos sangrentos anos governados pelo presidente Mao Tsé-Tung, na China. É neste exato momento histórico que acompanharemos o romance proibido do casal de protagonistas, que terá no citado espinheiro seu símbolo máximo.
Gus Van Sant e o Festival do Rio têm uma longa e antiga história de amor. O norte-americano pode ser considerado um “queridinho” da organização do evento, com filmes sempre no topo do número de sessões no programa oficial, e estas sempre abarrotadas de seus fiéis admiradores. Provavelmente estar familiarizado com a obra do diretor contribui para reconhecer em “Inquietos” temas explorados de forma recorrente em sua filmografia – o deslocamento social de parte da juventude, suas ilusões e desilusões e sua relação com a morte. Este mesmo grau elevado de imersão no estilo autoral de Van Sant pode levar a muitos reconhecerem em seu último filme, um exemplar bem longe da ousadia de algumas obras anteriores, ou julgar sua história de amor deveras açucarada. Estão todos cobertos de razão. Nada disso, todavia, faz de “Inquietos” um filme menor. Aliás, ele está bem longe disso!
Para deleite dos detratores que cobravam alguma grata surpresa da programação deste ano, demorou, mas no décimo dia a “zebra” deu as caras no Festival do Rio, e o longa-metragem de estréia do (até então) desconhecido escritor e diretor de curtas argentino Pablo Solarz arrancou gargalhadas entusiasmadas de toda a audiência, bem como uma calorosa salva de palmas ao final da projeção. O que parecia apenas mais uma sessão da mostra “Premiere Latina”, praticamente um “esquenta” para o esperado lançamento do filme de Gus Van Sant, acabara consagrado como grande “azarão” da edição 2011.
Revelado em Sundance 2011, onde foi o vencedor do grande prêmio do júri, e candidato norueguês ao Oscar de melhor filme estrangeiro 2012, a comédia dramática da diretora Anne Sewitsky teve boa aceitação no Festival do Rio, sendo inclusive eventualmente exibido pela equipe de organização da mostra, em substituição ao longa-metragem “4:44 Last Day on Earth”, de Abel Ferrara, cujas sessões foram canceladas por problemas técnicos com a cópia. “Happy Happy” conta a história de Kadja, uma dedicada esposa que consegue ser feliz apesar do imenso desinteresse conjugal e sexual do marido. Ou pelo menos aparenta. Tudo muda com a chegada dos novos vizinhos. Belos, ricos e com uma inspiradora intimidade, Elizabeth e Sigve pareciam um casal perfeito, despertando em Kadja toda a insatisfação outrora escondida. Todavia, o casal também tem seus segredos. E quando Kadja começa a ter um caso com Sigve, a vida das duas famílias será completamente transformada.
O Festival do Rio 2011 tem mostrado como determinadas obras importantes com temática homossexual têm desconstruído engessamentos do fazer fílmico, conquistando público além guetos ou nichos. Sob esse aspecto, é quase impossível deixar de comparar “Beleza” com “Ausente”, este vencedor do prêmio Teddy 2011 em Berlim 2011 e aquele, do Queer Palm em Cannes 2011. Devo dizer que o trabalho do diretor Oliver Hermanus consegue ser superior e ainda mais ousado que o do argentino Marco Berger – e o resultado foi a seleção da película para a mostra Um Certo Olhar no festival francês e para a “Expectativa 2011” no festival carioca (onde normalmente filmes com temática LGTB são apresentados em “Mundo Gay”)
“Um animal tem um limite para a punição e humilhação, até que estoura e revida”, vai dizer em determinado momento o personagem Joseph, um dos protagonistas do impressionante primeiro longa-metragem dirigido por Paddy Considine. É exatamente sobre essa prolífica questão que o roteiro, também de autoria de Paddy, vai se debruçar, desenvolvendo-o com tamanha correção, que o produto final conquistou a platéia do Festival do Rio.
Perigava tornar-se matéria prima de infames chistes, vítima do gigantesco bom humor do carioca. Afinal, falar sobre o Kevin era quase inevitável; mesmo concorrendo com o irretocável “Drive”, como grande destaque do oitavo dia de festival, o filme da escocesa Lynne Ramsay (de “O Lixo e o Sonho” e “O Romance de Movern Callar”) era assunto em nove entre dez rodas de cinéfilos. Baseado no premiado best-seller de Lionel Shriver e contando com a dupla estelar Tilda Swinton e John C. Reilly no elenco, a expectativa era gigantesca e as duas apresentações estavam completamente lotadas.
Em comemoração aos 20 anos de carreira de Takashi Miike, o público carioca teve, em Setembro, a oportunidade de conferir vinte de seus principais trabalhos, como “Fudoh”, “O Teste Decisivo” e “The bird people on China”. Praticamente um mês depois, “Ninja Kids!!!” a última produção do japonês, chega ao Festival do Rio. A expectativa de conferir sua adaptação para o cinema de um mangá infantil de comédia lotou a sala de exibição. O resultado final dividiu a platéia, mas penso que o diretor foi extremamente feliz em seu feito. Conseguiu contar uma boa e simples história, para crianças de todas as idades, e de forma extremamente bem-humorada.
A queda de Saddam Hussein, em 2003, revelou ao mundo detalhes das atrocidades cometidas pelo ditador e sua prole, principalmente em Bagdá, o centro da corrupção no Oriente Médio. Estas incluíam a exploração de sósias, que participavam, de forma compulsória, de esquemas de proteção contra inimigos. Latiff foi um oficial do exército iraquiano forçado a trabalhar passando-se por Udday Hussein, filho primogênito de Saddam. Sobre tal episódio de sua biografia, vai basear-se o filme do neozelandês Lee Tamahori, conhecido no Brasil principalmente por “007, Um Novo Dia Para Morrer”.
O “enfant terrible” do nicho temático homossexual, no prolífico cinema argentino chama-se Marco Berger. Jovem, belo e promissor, o diretor conseguiu, meteoricamente, abrir portas que o conduziram ao “jet set” das grandes mostras GLTB mundo afora. Justiça seja feita: sua curta obra consegue fugir das fôrmas e engessamentos narrativos tão próprios ao gênero, e faturar o Teddy Award, do Festival de Berlim 2011, com sua segunda grande produção: “Ausente” - fruto da parceria com o produtor Pablo Ingercher Casas – representa uma importante conquista em seu histórico. Para apresentá-lo, Berger e Ingercher estiveram no Festival do Rio 2011, cuja edição passada já houvera recebido calorosamente seu primeiro longa-metragem: “Plano B”.
Há de se dizer, inicialmente, tratar-se de um Cronenberg diferente, na abordagem ao argumento principalmente, apesar de não fugir à exploração de temas recorrentes em sua filmografia: o obscuro, o mal, o aversivo da personalidade. Impossível deixar de destacar a maestria com que o diretor captura cada cena dos noventa e quatro minutos de projeção. Cenografia, edição, figurinos, direção de atores e de arte, tornam algumas delas memoráveis. O “tour de force” do trio de protagonistas para dar vida aos vultos históricos retratados é impecável: Viggo Mortensen e Michael Fassbender estão perfeitos em suas caracterizações de Freud e Jung. Keira Knightley tem um dos melhores desempenhos de sua carreira como Spielrein, quiçá o melhor! Não esquecendo a ótima participação de Vicent Cassel
O documentário estadunidense propõe-se a contar a trajetória de Carolyn Parker, uma cidadã norte-americana cuja notoriedade pública não faz jus aos grandes feitos que marcaram seus sessenta e sete anos de vida. Em 2005, quando a população de Nova Orleans recebeu ordens de evacuar toda área inundada pelo furacão Katrina, Carolyn foi a última moradora a deixar a cidade. Esteve à frente da luta dos moradores de Nova Orleans pelo direito de voltar às suas residências após a tragédia, e foi a primeira a fazê-lo, com o sonho de reconstruir seu agora devastado lar. Sua história inclui ainda uma ativa militância pelos direitos civis dos negros na década de 1960. Os problemas do filme não estão na protagonista, nem em sua notável existência, mas na incompetência do diretor Jonathan Demme ao lidar com o potencial do material que tinha em mãos.
A fila da frente preenchida com dez adolescentes que gargalhavam e ovulavam em jocosa celebração era o prenúncio de um prognóstico sombrio. “Sem Saída” é o thriller de ação estrelado pelo jovem e belo ator Taylor Lautner, o lobisomem Jacob de “A Saga Crepúsculo” e dirigido por John Singleton, que do diretor incisivo e competente de seu primeiro filme “Os Donos da Rua” só guarda a sombra.
Simples e sensorial, assim podemos definir o longa “Além Da Estrada”. Trafegando na contramão da cartilha dos “road-movies” de baixo-orçamento, em que se havendo carência de conteúdo há de se compensar com abundante sedução estética e laureado pelo prêmio de melhor diretor no Festival do Rio 2010, o estreante Charly Braun nos leva ao Uruguai com o argentino Santiago (Esteban Feuni de Colombi) e sua jornada rumo às terras deixadas por seus falecidos pais.
Excelente! Um magnífico e assustador thriller psicológico com argumento, roteiro, personagens e trilha sonora dignos de grandes obras cinematográficas. Diferente de toda animação que eu algum dia possa ter assistido! Não sou um grande fã do gênero, mas vários trabalhos japoneses figuram entre os meus favoritos. Cheguei à filmografia do talentoso diretor (infelizmente morto em 2010) através de "Páprika", outra interessante obra de Satoshi, e desejo avidamente devorar toda sua filmografia!
Uma legião de realizadores, teóricos, críticos ou simples entusiastas da sétima arte concordam que nenhuma cidade mostra-se tão encantadoramente bela, estampada em uma película, como a célebre cidade-luz. Berço da expansão e divulgação das idéias do mais importante crítico da história do cinema, por sua vez inspirador de um de seus maiores movimentos artísticos, de onde vimos o egresso de geniais cérebros e clássicos imortais, o passeio (quase “turístico-babão”) da câmera de Woody Allen por conhecidíssimos cartões-postais de Paris, entrecortado pelos créditos iniciais, no prólogo de seu mais novo longa dificilmente deixará de captar e apaixonar qualquer tipo de audiência. Caso típico, e nem sempre constante, de produção capaz de agradar tanto aos críticos quanto aos cinéfilos que amam e os que detratam sua filmografia, a pergunta inicial que fica não é “por que Allen elegeu a cidade como o cenário para a sua história?” mas sim “por que diabos não o fez anteriormente?” “Meia-noite em Paris” não é original em relação às temáticas tratadas. O ostracismo, a nostálgica ode ao passado, o amor às variadas expressões artísticas, às mulheres, a crítica metalingüística ácida e inconformista, tudo isso já foi incansavelmente retratado pelo diretor, mas há anos não de forma tão deliciosamente coesa. Nem tão pouco seria exatamente original a abordagem surrealista como recurso de linguagem, o que fatalmente remeterá todos ao espetacular “A Rosa Púrpura do Cairo”, um dos filmes favoritos de seu realizador. Gil Pender é um roteirista de Hollywood cuja fama não foi suficiente para trazer uma sincera realização profissional e emocional. Frustrado em relação ao desempenho em sua carreira e nas relações pessoais com sua noiva e sogros, uma viagem de negócios à mais bela cidade francesa parece ser um relaxante entreato em uma existência ansiosa e angustiante. Como a magistral direção de atores típica dos trabalhos de W.A. conseguiu extrair tudo isso da interpretação (normalmente inconstante e incomodamente exagerada) do ator de comédias pastelões Owen Wilson é um dos grandes trunfos do filme. O certo é que há muitos anos o alterego do diretor não chega às telas de forma tão divertidamente jovial e cheio de adrenalina, nem tão pouco vivido por um intérprete tão belo. A partir dessa premissa inicial acompanhamos como a magia da capital do amor influenciará todos os rumos a vida do protagonista. Realidade e fantasia se alternam incidindo sobre Pender e colocando-o em situações deliciosamente românticas (Ces’t Paris!) e agradavelmente cômicas. O experiente e eficiente olhar de Allen sobre seu ótimo script faz tudo ganhar vida de forma magistral, utilizando os mais simples (e nem por isso sempre bem utilizados) artifícios cinematográficos, como mostrar seu frágil e inseguro protagonista sempre à esquerda da tela nos diálogos com sua prática e controladora noiva nas primeiras cenas (inexplicavelmente uma dessas cenas foi estampada no único, e mais insosso pôster escolhido pelas distribuidoras brasileiras para divulgar a película!!!) e deslocando-o progressivamente para a direita (lado da intuição, imaginação e criatividade) conforme as cenas dissecam os reflexos de suas experiências no caminhar em direção a uma existência mais auto-confiante.
Contar os segredos do roteiro para além do já conhecido encontro de Pender com grandes personalidades da história da arte mundial que coabitaram a cidade no início de século XX e com a encarnação do ideal da perfeição feminina, divinamente encarnado por Marion Cotillard, certamente estragará a experiência vivida na cadeira da sala de projeção. Porém é muito importante ressaltar que o conhecimento mínimo da vida e obra daqueles torna a mesma experiência ainda mais prazerosa (ressaltando que o próprio W.A. critica de forma ácida o “pseudo-intelectualismo” encarnado no divertido antagonista de Pender, vivido por Michael Sheen) e que o elenco de apoio que dá vida aos artistas, junto com a trilha sonora (recorrente) com excertos de Cole Porter são fortíssimos trunfos da produção. De Kathy Bates à Tom Hiddleston, todos estão perfeitamente escalados. Adrien Brody como Dalí e Adrien de Van como Buñuel são responsáveis pelas melhores piadas do filme.
Em determinado momento o protagonista de “Meia-noite Em Paris” se questiona: “Como essa cidade pode ser tão incrivelmente mágica?”. Com o agradável sorriso do dever cumprido, o inteligente Allen parece saber a exata resposta à pergunta e nos presenteia com seu melhor trabalho desde “Match Point – Ponto Final”. #ARS GRATIA ARTIS
A onda do "Mockumentary" invadiu o cinema e trouxe obras ruins como "Atividade Paranormal", mornas como "A bruxa de Blair" e ótimas como "Catfish", "Cloverfield" e "Monsters". Estamos diante de um belo exemplar do gênero. A qualidade da execução de "Megan Is Missing" impressiona. Na impossibilidade de ser inteiramente original tecnicamente, Michail Goi investe em desenvolver corretamente seu argumento. O filme nos gruda na cadeira, envolvendo-nos rapidamente. Não é uma obra-prima, é cinema pipoca "de qualidade" #Ars Gratia Artis
Ótimo e divertidíssimo filme! Com roteiro simples e discretamente eficaz, sem arriscar em uma edição mais ousada nem aprofundar demasiadamente o desenvolvimento das tramas, afastando-se de chatíssimas psicologizações de relações interpessoais, "Tempestade de Verão" cresce em cima de personagens interessantíssimos, perfeitamente aproveitados pela ágil, divertida e segura direção de Marco Kreuzpaintner, em cuja prerformance deve-se destacar ainda um incrível trabalho de fotografia extraída de cenários bem simples e recorrentes em diversas cinematografias. O casting do filme é outro grande trunfo, e ainda que não apresente nenhum grande destaque, prima pela beleza dos atores e suas equilibradas interpretações. A trilha sonora realmente completa e enriquece o processo de descoberta fílmica da sexualidade de Tobi, e quem entende de cinema GLTB e não sorriu quando escutou "Go West - Pet Shop Boys" que atire a primeira pedra! #Ars Gratia Artis
Com clara inspiração na saga do "Jovem Torless", clássico livro do círculo de Viena do início do século XX (inclusive o sangue azul de um dos mancebos envolvidos na história) o filme tem êxito em modernizar a história exatamente esvaziando-a de qualquer motivação filosófica no que concerne à motivação dos algozes. "Desperdício e dinheiro. São os nossos objetivos" diz um dos personagens. Temos assim um belo, simples e cruel recorte da vida dos estudantes aristocratas alemães no exercício das relações interpessoais e (principalmente) relações de poder. O final do filme é ótimo!
O Ano Passado em Marienbad
4.2 156 Assista AgoraA história do cinema viria a esperar dezenove anos para que outro cineasta surgisse com uma revolução tamanha. Esta chamada “Hiroshima, Meu Amor”; o autor: Alain Resnais. Profundo merecedor de análise própria, este longa de estréia do diretor francês representou o passo primeiro de uma larga reformulação estrutural fílmica, elevando o cinema essencialmente a um amálgama de movimento-som-imagem, não mais obediente a um pré-estabelecimento temático, mas com universo sugestivo e propulsão rítmica próprios. O que já em “Hiroshima...” estava previsto de forma germinal e fragmentada – a anacronologia, não apenas do tempo, no relógio (Welles-Kane), mas do próprio plano cinematográfico, viria a se consumar em 1961, quando na sequência de sua filmografia, Resnais apresentava “O Ano Passado em Marienbad” e sagrava-se definitivamente como descobridor da linguagem do cinema. Agora, tudo é anacronologia, a primeira ruptura drástica com padrões estruturais da sétima arte – O filme revolução – aquele que viria a libertar o cinema por inteiro da literatura e da logística da linguagem verbal, que apóia a sujeição pré-conceitual e um sistema de pensamento lógico, analítico, discursivo e dedutivo.
Crítica Completa em:
A Árvore do Amor
4.3 141Mostrando apuro técnico, versatilidade e genialidade, Yimou Zhang desconstrói estas marcantes características identificadas em seus últimos trabalhos para nos trazer uma história de amor com fortes tons de simplicidade, inocência e lirismo em “A Árvore do Amor”. Havemos de nos remeter novamente ao conflito sino-japonês para entender seu título – Na década de 60, durante a revolução cultural na China, havia uma lenda sobre um espinheiro, “A árvore dos heróis”, cujas flores acreditavam-se nascerem vermelhas, e não brancas como de praxe, por terem sido alimentadas pelo sangue dos soldados chineses resistentes à tentativa de invasão nipônica, que ali teriam sido enterrados. O que pode parecer uma bela e patriótica parábola popular era, em verdade, mais um dos muitos disfarces de que se utilizava o exacerbado nacionalismo dos sangrentos anos governados pelo presidente Mao Tsé-Tung, na China. É neste exato momento histórico que acompanharemos o romance proibido do casal de protagonistas, que terá no citado espinheiro seu símbolo máximo.
Crítica Completa:
Inquietos
3.9 1,6K Assista AgoraGus Van Sant e o Festival do Rio têm uma longa e antiga história de amor. O norte-americano pode ser considerado um “queridinho” da organização do evento, com filmes sempre no topo do número de sessões no programa oficial, e estas sempre abarrotadas de seus fiéis admiradores. Provavelmente estar familiarizado com a obra do diretor contribui para reconhecer em “Inquietos” temas explorados de forma recorrente em sua filmografia – o deslocamento social de parte da juventude, suas ilusões e desilusões e sua relação com a morte. Este mesmo grau elevado de imersão no estilo autoral de Van Sant pode levar a muitos reconhecerem em seu último filme, um exemplar bem longe da ousadia de algumas obras anteriores, ou julgar sua história de amor deveras açucarada. Estão todos cobertos de razão. Nada disso, todavia, faz de “Inquietos” um filme menor. Aliás, ele está bem longe disso!
Crítica Completa:
Juntos Para Sempre
3.3 15Para deleite dos detratores que cobravam alguma grata surpresa da programação deste ano, demorou, mas no décimo dia a “zebra” deu as caras no Festival do Rio, e o longa-metragem de estréia do (até então) desconhecido escritor e diretor de curtas argentino Pablo Solarz arrancou gargalhadas entusiasmadas de toda a audiência, bem como uma calorosa salva de palmas ao final da projeção. O que parecia apenas mais uma sessão da mostra “Premiere Latina”, praticamente um “esquenta” para o esperado lançamento do filme de Gus Van Sant, acabara consagrado como grande “azarão” da edição 2011.
Crítica Completa:
Happy, Happy
3.4 27Revelado em Sundance 2011, onde foi o vencedor do grande prêmio do júri, e candidato norueguês ao Oscar de melhor filme estrangeiro 2012, a comédia dramática da diretora Anne Sewitsky teve boa aceitação no Festival do Rio, sendo inclusive eventualmente exibido pela equipe de organização da mostra, em substituição ao longa-metragem “4:44 Last Day on Earth”, de Abel Ferrara, cujas sessões foram canceladas por problemas técnicos com a cópia. “Happy Happy” conta a história de Kadja, uma dedicada esposa que consegue ser feliz apesar do imenso desinteresse conjugal e sexual do marido. Ou pelo menos aparenta. Tudo muda com a chegada dos novos vizinhos. Belos, ricos e com uma inspiradora intimidade, Elizabeth e Sigve pareciam um casal perfeito, despertando em Kadja toda a insatisfação outrora escondida. Todavia, o casal também tem seus segredos. E quando Kadja começa a ter um caso com Sigve, a vida das duas famílias será completamente transformada.
Crítica Completa:
Beleza
3.0 68O Festival do Rio 2011 tem mostrado como determinadas obras importantes com temática homossexual têm desconstruído engessamentos do fazer fílmico, conquistando público além guetos ou nichos. Sob esse aspecto, é quase impossível deixar de comparar “Beleza” com “Ausente”, este vencedor do prêmio Teddy 2011 em Berlim 2011 e aquele, do Queer Palm em Cannes 2011. Devo dizer que o trabalho do diretor Oliver Hermanus consegue ser superior e ainda mais ousado que o do argentino Marco Berger – e o resultado foi a seleção da película para a mostra Um Certo Olhar no festival francês e para a “Expectativa 2011” no festival carioca (onde normalmente filmes com temática LGTB são apresentados em “Mundo Gay”)
Crítica Completa:
Tiranossauro
4.0 236 Assista Agora“Um animal tem um limite para a punição e humilhação, até que estoura e revida”, vai dizer em determinado momento o personagem Joseph, um dos protagonistas do impressionante primeiro longa-metragem dirigido por Paddy Considine. É exatamente sobre essa prolífica questão que o roteiro, também de autoria de Paddy, vai se debruçar, desenvolvendo-o com tamanha correção, que o produto final conquistou a platéia do Festival do Rio.
Crítica Completa:
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraPerigava tornar-se matéria prima de infames chistes, vítima do gigantesco bom humor do carioca. Afinal, falar sobre o Kevin era quase inevitável; mesmo concorrendo com o irretocável “Drive”, como grande destaque do oitavo dia de festival, o filme da escocesa Lynne Ramsay (de “O Lixo e o Sonho” e “O Romance de Movern Callar”) era assunto em nove entre dez rodas de cinéfilos. Baseado no premiado best-seller de Lionel Shriver e contando com a dupla estelar Tilda Swinton e John C. Reilly no elenco, a expectativa era gigantesca e as duas apresentações estavam completamente lotadas.
Crítica Completa:
Ninja Kids
2.9 5Em comemoração aos 20 anos de carreira de Takashi Miike, o público carioca teve, em Setembro, a oportunidade de conferir vinte de seus principais trabalhos, como “Fudoh”, “O Teste Decisivo” e “The bird people on China”. Praticamente um mês depois, “Ninja Kids!!!” a última produção do japonês, chega ao Festival do Rio. A expectativa de conferir sua adaptação para o cinema de um mangá infantil de comédia lotou a sala de exibição. O resultado final dividiu a platéia, mas penso que o diretor foi extremamente feliz em seu feito. Conseguiu contar uma boa e simples história, para crianças de todas as idades, e de forma extremamente bem-humorada.
Crítica completa:
O Dublê do Diabo
3.7 234 Assista AgoraA queda de Saddam Hussein, em 2003, revelou ao mundo detalhes das atrocidades cometidas pelo ditador e sua prole, principalmente em Bagdá, o centro da corrupção no Oriente Médio. Estas incluíam a exploração de sósias, que participavam, de forma compulsória, de esquemas de proteção contra inimigos. Latiff foi um oficial do exército iraquiano forçado a trabalhar passando-se por Udday Hussein, filho primogênito de Saddam. Sobre tal episódio de sua biografia, vai basear-se o filme do neozelandês Lee Tamahori, conhecido no Brasil principalmente por “007, Um Novo Dia Para Morrer”.
Crítica completa:
Ausente
2.9 94O “enfant terrible” do nicho temático homossexual, no prolífico cinema argentino chama-se Marco Berger. Jovem, belo e promissor, o diretor conseguiu, meteoricamente, abrir portas que o conduziram ao “jet set” das grandes mostras GLTB mundo afora. Justiça seja feita: sua curta obra consegue fugir das fôrmas e engessamentos narrativos tão próprios ao gênero, e faturar o Teddy Award, do Festival de Berlim 2011, com sua segunda grande produção: “Ausente” - fruto da parceria com o produtor Pablo Ingercher Casas – representa uma importante conquista em seu histórico. Para apresentá-lo, Berger e Ingercher estiveram no Festival do Rio 2011, cuja edição passada já houvera recebido calorosamente seu primeiro longa-metragem: “Plano B”.
Crítica completa:
Um Método Perigoso
3.5 1,1KHá de se dizer, inicialmente, tratar-se de um Cronenberg diferente, na abordagem ao argumento principalmente, apesar de não fugir à exploração de temas recorrentes em sua filmografia: o obscuro, o mal, o aversivo da personalidade. Impossível deixar de destacar a maestria com que o diretor captura cada cena dos noventa e quatro minutos de projeção. Cenografia, edição, figurinos, direção de atores e de arte, tornam algumas delas memoráveis. O “tour de force” do trio de protagonistas para dar vida aos vultos históricos retratados é impecável: Viggo Mortensen e Michael Fassbender estão perfeitos em suas caracterizações de Freud e Jung. Keira Knightley tem um dos melhores desempenhos de sua carreira como Spielrein, quiçá o melhor! Não esquecendo a ótima participação de Vicent Cassel
Leia a crítica completa em:
Eu Sou Carolyn Parker: A Boa, A Louca e A …
1.9 1O documentário estadunidense propõe-se a contar a trajetória de Carolyn Parker, uma cidadã norte-americana cuja notoriedade pública não faz jus aos grandes feitos que marcaram seus sessenta e sete anos de vida. Em 2005, quando a população de Nova Orleans recebeu ordens de evacuar toda área inundada pelo furacão Katrina, Carolyn foi a última moradora a deixar a cidade. Esteve à frente da luta dos moradores de Nova Orleans pelo direito de voltar às suas residências após a tragédia, e foi a primeira a fazê-lo, com o sonho de reconstruir seu agora devastado lar. Sua história inclui ainda uma ativa militância pelos direitos civis dos negros na década de 1960. Os problemas do filme não estão na protagonista, nem em sua notável existência, mas na incompetência do diretor Jonathan Demme ao lidar com o potencial do material que tinha em mãos.
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Minha Vida em Cor-de-Rosa
4.3 394 Assista AgoraUma "pequena" obra prima!
Sem Saída
2.7 1,4KA fila da frente preenchida com dez adolescentes que gargalhavam e ovulavam em jocosa celebração era o prenúncio de um prognóstico sombrio. “Sem Saída” é o thriller de ação estrelado pelo jovem e belo ator Taylor Lautner, o lobisomem Jacob de “A Saga Crepúsculo” e dirigido por John Singleton, que do diretor incisivo e competente de seu primeiro filme “Os Donos da Rua” só guarda a sombra.
Leia a crítica completa em:
Além da Estrada
3.5 88 Assista AgoraSimples e sensorial, assim podemos definir o longa “Além Da Estrada”. Trafegando na contramão da cartilha dos “road-movies” de baixo-orçamento, em que se havendo carência de conteúdo há de se compensar com abundante sedução estética e laureado pelo prêmio de melhor diretor no Festival do Rio 2010, o estreante Charly Braun nos leva ao Uruguai com o argentino Santiago (Esteban Feuni de Colombi) e sua jornada rumo às terras deixadas por seus falecidos pais.
Crítica completa:
Perfect Blue
4.3 815Excelente! Um magnífico e assustador thriller psicológico com argumento, roteiro, personagens e trilha sonora dignos de grandes obras cinematográficas. Diferente de toda animação que eu algum dia possa ter assistido! Não sou um grande fã do gênero, mas vários trabalhos japoneses figuram entre os meus favoritos. Cheguei à filmografia do talentoso diretor (infelizmente morto em 2010) através de "Páprika", outra interessante obra de Satoshi, e desejo avidamente devorar toda sua filmografia!
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraUma legião de realizadores, teóricos, críticos ou simples entusiastas da sétima arte concordam que nenhuma cidade mostra-se tão encantadoramente bela, estampada em uma película, como a célebre cidade-luz. Berço da expansão e divulgação das idéias do mais importante crítico da história do cinema, por sua vez inspirador de um de seus maiores movimentos artísticos, de onde vimos o egresso de geniais cérebros e clássicos imortais, o passeio (quase “turístico-babão”) da câmera de Woody Allen por conhecidíssimos cartões-postais de Paris, entrecortado pelos créditos iniciais, no prólogo de seu mais novo longa dificilmente deixará de captar e apaixonar qualquer tipo de audiência. Caso típico, e nem sempre constante, de produção capaz de agradar tanto aos críticos quanto aos cinéfilos que amam e os que detratam sua filmografia, a pergunta inicial que fica não é “por que Allen elegeu a cidade como o cenário para a sua história?” mas sim “por que diabos não o fez anteriormente?”
“Meia-noite em Paris” não é original em relação às temáticas tratadas. O ostracismo, a nostálgica ode ao passado, o amor às variadas expressões artísticas, às mulheres, a crítica metalingüística ácida e inconformista, tudo isso já foi incansavelmente retratado pelo diretor, mas há anos não de forma tão deliciosamente coesa. Nem tão pouco seria exatamente original a abordagem surrealista como recurso de linguagem, o que fatalmente remeterá todos ao espetacular “A Rosa Púrpura do Cairo”, um dos filmes favoritos de seu realizador.
Gil Pender é um roteirista de Hollywood cuja fama não foi suficiente para trazer uma sincera realização profissional e emocional. Frustrado em relação ao desempenho em sua carreira e nas relações pessoais com sua noiva e sogros, uma viagem de negócios à mais bela cidade francesa parece ser um relaxante entreato em uma existência ansiosa e angustiante. Como a magistral direção de atores típica dos trabalhos de W.A. conseguiu extrair tudo isso da interpretação (normalmente inconstante e incomodamente exagerada) do ator de comédias pastelões Owen Wilson é um dos grandes trunfos do filme. O certo é que há muitos anos o alterego do diretor não chega às telas de forma tão divertidamente jovial e cheio de adrenalina, nem tão pouco vivido por um intérprete tão belo.
A partir dessa premissa inicial acompanhamos como a magia da capital do amor influenciará todos os rumos a vida do protagonista. Realidade e fantasia se alternam incidindo sobre Pender e colocando-o em situações deliciosamente românticas (Ces’t Paris!) e agradavelmente cômicas. O experiente e eficiente olhar de Allen sobre seu ótimo script faz tudo ganhar vida de forma magistral, utilizando os mais simples (e nem por isso sempre bem utilizados) artifícios cinematográficos, como mostrar seu frágil e inseguro protagonista sempre à esquerda da tela nos diálogos com sua prática e controladora noiva nas primeiras cenas (inexplicavelmente uma dessas cenas foi estampada no único, e mais insosso pôster escolhido pelas distribuidoras brasileiras para divulgar a película!!!) e deslocando-o progressivamente para a direita (lado da intuição, imaginação e criatividade) conforme as cenas dissecam os reflexos de suas experiências no caminhar em direção a uma existência mais auto-confiante.
Contar os segredos do roteiro para além do já conhecido encontro de Pender com grandes personalidades da história da arte mundial que coabitaram a cidade no início de século XX e com a encarnação do ideal da perfeição feminina, divinamente encarnado por Marion Cotillard, certamente estragará a experiência vivida na cadeira da sala de projeção. Porém é muito importante ressaltar que o conhecimento mínimo da vida e obra daqueles torna a mesma experiência ainda mais prazerosa (ressaltando que o próprio W.A. critica de forma ácida o “pseudo-intelectualismo” encarnado no divertido antagonista de Pender, vivido por Michael Sheen) e que o elenco de apoio que dá vida aos artistas, junto com a trilha sonora (recorrente) com excertos de Cole Porter são fortíssimos trunfos da produção. De Kathy Bates à Tom Hiddleston, todos estão perfeitamente escalados. Adrien Brody como Dalí e Adrien de Van como Buñuel são responsáveis pelas melhores piadas do filme.
Em determinado momento o protagonista de “Meia-noite Em Paris” se questiona: “Como essa cidade pode ser tão incrivelmente mágica?”. Com o agradável sorriso do dever cumprido, o inteligente Allen parece saber a exata resposta à pergunta e nos presenteia com seu melhor trabalho desde “Match Point – Ponto Final”.
#ARS GRATIA ARTIS
Megan is Missing
2.7 303A onda do "Mockumentary" invadiu o cinema e trouxe obras ruins como "Atividade Paranormal", mornas como "A bruxa de Blair" e ótimas como "Catfish", "Cloverfield" e "Monsters". Estamos diante de um belo exemplar do gênero. A qualidade da execução de "Megan Is Missing" impressiona. Na impossibilidade de ser inteiramente original tecnicamente, Michail Goi investe em desenvolver corretamente seu argumento. O filme nos gruda na cadeira, envolvendo-nos rapidamente. Não é uma obra-prima, é cinema pipoca "de qualidade"
#Ars Gratia Artis
A Solidão dos Números Primos
3.9 145"Números primos: divisíveis apenas por um e por eles mesmos"
Uma elegia ao amor, à sensibilidade e à dor e delícia de sermos o que somos
Belíssimo!
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraObra Prima!
Tempestade de Verão
3.5 202Ótimo e divertidíssimo filme! Com roteiro simples e discretamente eficaz, sem arriscar em uma edição mais ousada nem aprofundar demasiadamente o desenvolvimento das tramas, afastando-se de chatíssimas psicologizações de relações interpessoais, "Tempestade de Verão" cresce em cima de personagens interessantíssimos, perfeitamente aproveitados pela ágil, divertida e segura direção de Marco Kreuzpaintner, em cuja prerformance deve-se destacar ainda um incrível trabalho de fotografia extraída de cenários bem simples e recorrentes em diversas cinematografias. O casting do filme é outro grande trunfo, e ainda que não apresente nenhum grande destaque, prima pela beleza dos atores e suas equilibradas interpretações. A trilha sonora realmente completa e enriquece o processo de descoberta fílmica da sexualidade de Tobi, e quem entende de cinema GLTB e não sorriu quando escutou "Go West - Pet Shop Boys" que atire a primeira pedra!
#Ars Gratia Artis
Teenage Angst
2.6 25Com clara inspiração na saga do "Jovem Torless", clássico livro do círculo de Viena do início do século XX (inclusive o sangue azul de um dos mancebos envolvidos na história) o filme tem êxito em modernizar a história exatamente esvaziando-a de qualquer motivação filosófica no que concerne à motivação dos algozes. "Desperdício e dinheiro. São os nossos objetivos" diz um dos personagens. Temos assim um belo, simples e cruel recorte da vida dos estudantes aristocratas alemães no exercício das relações interpessoais e (principalmente) relações de poder. O final do filme é ótimo!
O Homem Que Sabia Demais
3.9 258 Assista AgoraPrefiro a versão de 1934. Na fase inglesa, bem mais classudo, divertido e ainda tinha Peter Lorre em uma atuação memorável. Mas vale, bom filme!