"Vocês não são pessoas sérias". Os filhos como reflexo dos pais - de uma forma ou de outra. O maior legado de Logan não foi o império de mídia construído, o dinheiro ou a influência política deixada no nome Roy. Foi a incapacidade de gerar conexões humanas genuínas deixadas para seus filhos.
Nesta espetacular quarta temporada vimos "Succession" mais afiada do que nunca com suas acirradas disputas por poder, acompanhamos como praticamente tudo que essas figuras frias, egoístas e donas de grande obsessão por poder tocam gera algum mal. Como eles afetam todos em volta, num alcance inacreditável.
Dentro dessa frieza e incapacidade de enxergar o outro, há uma deprimente, deveras triste, condição humana que cria conexões fortíssimas com o espectador. Não esqueceremos Shiv e Tom como o casal tóxico que nasceram para serem "infelizes para sempre", por enxergarem o pior de si no outro e reconhecerem que se merecem. Nem Kendall e seu mergulho de cabeça numa obsessão plantada desde a infância que ele sequer sabe se o fará feliz. Nem Roman e sua psicopatia, humor desconcertante e tocante vulnerabilidade ao lidar com seus sentimentos pelo pai. Nem Logan e sua presença super intensa. De persona tão temida, respeitada e poderosa, mas também falha por ser incapaz de manter quem ama perto. Nem Greg e seu irresistível jeito atrapalhado. Nem Conor e seu otimismo e também tristeza por sempre ser deixado de lado pela família.
"Succession" nos entregou uma galeria deveras impressionantes de grandes personagens. Impossível esquecer essas 4 temporadas. O impacto de altíssimo nível excelência de atuações, direção, roteiro, montagem e potente desenvolvimento de história vai ficar marcado. Como esquecer as brilhantes reviravoltas, encerramentos de temporadas e impactantes momentos dramáticos?
Os anos vão deixar mais claro em que patamar a série será colocada, mas já podemos dizer que essa quarta temporada é facilmente uma das mais incríveis dos últimos anos(a chance de vermos outra melhor em 2023 é quase nula) e que estamos diante de uma das gigantes da TV.
A liberdade está no fracasso? O peso do nome é maior do que eles podem aguentar. Fantástica quarta temporada. Que prazer viver na mesma época de "Succession". Que honra foi acompanhar uma das mais bem construídas obras das últimas décadas.
Com todo respeito: a infelicidade de vocês foi a nossa felicidade. Brincadeirinha. Ou não.♡
A busca por fugir de uma existência que se odeia, de deixar para trás a violência que tanto marcou e atormenta. A impossibilidade de deixar de encarar seus maiores demônios e piores versões de si mesmo(a). A tristeza de constatar essa realidade não importa onde se vá.
Mudanças de vida drásticas e saltos temporais marcaram a temporada e também a série. Seja através do teatro/atuação ou lidando com a vida do crime, "Barry" sempre viu seus personagens almejando sonhos ao darem tudo de si e perdendo praticamente tudo que os mesmos mais amavam pelo caminho.
No final, há a ironia de enxergar um mundo que sempre distorceu a verdade. O que resta é abraçar como for possível aquilo que sempre deu sentido à tudo.
A paixão pela culinária que faz crescer e dá sentido. Os traumas que afundam, abalam tudo em volta e deixam marcas. Sobre se encontrar. Sobre fortes conexões. Tão fortes que são difíceis de se explicar, mas que nos movem. Tocante ano.
A arte que estuda a vida e lida com o medo. Aprender com os erros e crescer. Na teoria tudo funciona bem, mas não se controla o coração. Nos momentos que nascem belos sentimentos a série se torna ainda mais rica. Fascinante temporada.
Não me empolgou de verdade(em hora nenhuma), mas até que funciona bem quando se entrega totalmente a loucura. Gosto das personagens, do quanto são estranhas(no melhor dos sentidos), são a melhor coisa de Yellowjackets.
Uma grande história sobre amizade e o poder imenso dentro de nós. Uma obra que fala com muita força acerca da dor do luto que deixa marcas eternas.
Os ancestrais/família e o passado dialogam o tempo todo com o presente nessa belíssima série. O amor aqui cura de maneira espiritual e inexplicável. Trata-se de um sentimento que rompe as barreira do nosso olhar, que desafia o entendimento das coisas que estamos acostumadas a compreender como lógicas e reais.
Que quarteto principal maravilhoso. Que amizade poderosa. Outra bela temporada. "Reservation Dogs" está se consolidando fortemente como uma das grandes séries da atualidade.
Uma temporada final sobre aprender a lidar com traumas, fases e inseguranças da adolescência, com a frustração dos fracassos e a tristeza e solidão da vida adulta. Um ano sobre aceitar o que não se esperava viver. Um desfecho sobre deixar ir por amor e crer que o que virá será bom.
As interações memoráveis e absurdamente realistas entre Sam, Max, Frankie, Duke e Phyllis ficarão nas nossas memórias. Sam é fantástica! Que protagonista! Pamela Adlon merece todos os elogios do mundo. Adlon é uma atriz, criadora, roteirista e diretora deveras especial, merece ser muitíssimo mais conhecida.
Uma das mais sensíveis séries da TV. Guardarei "Better Things" com carinho no meu coração.
A volta para casa. Um passado revelado em pequenos detalhes que explica a opção de vida totalmente diferente de hoje. Fugir do perigo e perceber que o caos está em todo lugar, mas o seu próprio canto é o mais seguro. Encontrar sua casa é estar ao lado daqueles que se ama e entender quem realmente importa.
O caos e insanidade do cotidiano em total sintonia com o mundo que tanto muda. As tendências e buscas por viralizar e fazer sucesso revelam um universo de total falta de lógica. Procurar o sentido das coisas mais do que nunca se mostra algo incerto na vida profissional.
"Atlanta" foi incrível durante seus 4 anos, firmou-se como uma das mais brilhantes séries dos últimos tempos(entre as fabulosas é certamente a mais inventiva). Foi um prazer ser surpreendido por episódios com temas e plots completamente originais, universais e atuais. A série de Donald Glover é dona de um humor único, possui uma atmosfera que é uma combinação perfeita entre surrealismo e realidade e consegue também ser tremendamente profunda. Reflexão e emoção surgem naturalmente através de uma forma impressionante e deveras particular de se contar histórias.
Earn, Al/Paper Boi, Darius e Van já moram e vão continuar morando nos nossos corações. "Atlanta" não é uma série com uma trama que segue uma linha de eventos tradicional, logo o final não possui cara de final. Mas sempre desejaremos que esses personagens sejam felizes. Sentiremos saudade, enorme saudade.
Se "Atlanta" foi um sonho, temos certeza que vamos querer viver esse sonho novamente várias vezes.
Grande final. Bela temporada. Incrível série.
Para sempre uma das minhas favoritas. Muito obrigado por tudo, Donald Golver e cia(e que incrível companhia).
Mortes que mudam o rumo de todos em volta. Mortes doloridas, mas que não dão tempo para que sejam sentidas. Mortes geradas por difíceis decisões, que causam tristeza, porém permitem que sonhos se realizem. Mortes que permitem que venenosas pessoas ganhem força e ardilosos e violentos golpes aconteçam.
Se há alguma inocência ela logo dá espaço aos muitos interesses egoístas - tanto particulares quanto de terceiros. Não é o amor que move o que há em volta. O amor pode até ser verdadeiro, contudo ele sempre é usado como ferramenta. Só existe espaço para esse sentimento se o mesmo não te tirar do destino que você sonha e têm certeza que deve ser seu.
O passar dos anos nos mostrou rachaduras que foram crescendo até se tornarem definitivas. A forte desavença virará uma guerra sangrenta.
"House of the Dragon" construiu em sua primeira temporada um fascinante mundo de disputas por poder, brigas familiares e conflitantes sentimentos. Os egos são enormes. Os desejos de grandeza também. Laços fortes são necessários, mas não há garantias de fidelidade. O grande tabuleiro de xadrez humano, movido por ótimos e carismáticos personagens, dá peso a história e permite que a fantasia e a imprevisível violência assumam a dianteira na hora certa de maneira avassaladora.
Um início que honra os ótimos dias de "Game of Thrones". Como não gostar de "The Lord of the Tides", o fabuloso episódio 8?
Paddy Considine, Matt Smith, Emma D'Arcy, Olivia Cooke, Milly Alcock, Emily Carey, Eve Best, Rhys Ifans e companhia mandaram muito bem em seus papéis, seus rostos vão ficar marcados pelos admiradores da obra.
Como reconhecer o mal em seu início? Como tomar as melhores decisões para combatê-lo antes que seja tarde demais? Devastar para criar algo totalmente novo. Criar algo novo e incrivelmente poderoso para dominar tudo à sua maneira. Há o mal que seduz e engana multidões, mas existe também o bem e as fortes relações que nascem e se fortalecem mesmo nos cenários mais adversos. O grande combate de Luz x Trevas na Terra Média apenas começou a ser traçado.
Os diálogos e as atuações agradam menos do que deveriam e o ritmo(na maior parte do tempo) é mais lento do que a maior parte da audiência atual está acostumada a consumir, porém "The Rings of Power" é muito eficiente em nos transportar para um belo mundo de fantasia. O universo de atmosfera fascinante e dono de povos, sentimentos e interações bastante ricos inevitavelmente nos atrai.
Amanda Seyfried brilha como Elizabeth Holmes nesta história de incontrolável ambição e negação da realidade. O desejo de grandeza ganhou contornos incontroláveis. "Fazer a diferença e transformar o mundo" nunca foi de fato o objetivo. Sentir o gosto de ser uma mulher bem sucedida e não mais alguém invisível aos olhos do mundo tornou-se algo indispensável. Fracassar não era mais uma opção.
Há altos e baixos, mas "The Dropout" funciona bem graças a sua empolgação venenosa e seus diferentes/crescentes tons de absurdo, drama e loucura. A lógica do capitalismo atropelando a ética científica. Intrigante e envolvente mundo de fraudes.
Renascimento e crescimento. Empolgação e frustração. O novo que engana e o velho que deixa tudo como era antes.
Desejos mágicos, importantes novas responsabilidades e inéditas relações nos surpreenderam. Tivemos uma temporada bem marcada por núcleos nos quais seus protagonistas se jogaram de cabeça para preencher os vazios de suas vidas. Ainda assim faltou algo, as coisas não aconteceram como se imaginava. Nem mesmo figuras SUPER vividas possuem as respostas.
Há alguma melancolia, porém o humor prevalece muitíssimoíssimo mais. Não faltam momentos hilários e episódios inspiradíssimos. A série continua deveras inventiva, segue se desafiando com plots originais e episódios com formatos/propostas inesperados.
Nadja, Laszlo, Nandor, Guillermo e Colin Robinson são estrelas, personagens deveras maravilhosos. E o que dizer das incríveis participações especiais? O nono episódio fala por si só.
Continua sendo a comédia mais engraçada da atualidade. Outro grande ano.
"What If...?" não nos conquista logo de cara, mas aos poucos a inventividade(o motor natural da obra desde sua concepção) transforma boas ideias em real qualidade. Ver os acontecimentos e caminhos opostos aqueles que vimos nos filmes é sempre interessante, causa uma boa sensação de estranheza. Porém ter isso como principal trunfo não é o suficiente para fazer o todo funcionar. Quando a série foca de fato em si mesma e abraça suas escolhas ela se encontra.
Os episódios 4, 5, 8 e 9 são belos exemplos do quanto "What If...?" pode ser fascinante. Doutor Estranho, Ultron, Viúva Negra e o Vigia se destacam bastante positivamente. E Thor foi o destaque negativo.
Vale a pena não viver por inteiro para diminuir a dor? Abrir mão de parte de nós é garantia de sofrimento.
"Severance" dialoga fortemente com "Westworld" e "Brilho Eterno de Uma Mente Sem lembranças". A curiosidade que humaniza e rompe barreiras na primeira e o coração que luta contra a mente no segundo também carregam essa obra.
Os poéticos momentos de maravilhamento com as descobertas numa vida de pouquíssimo conhecimento e o desespero crescente de uma existência limitadíssima, vazia e sem perspectiva são os motores que despertam. Qual o sentido de continuar apenas seguindo ordens como meros robôs operacionais? Contestar o caminho já determinado é desafiador, mas apenas assim se alcança a real liberdade.
Operários e chefes. Criaturas e criadores. A luta com o pouco que se tem. A luta pelo desejo de possuir mais do que se tem.
O brilho e a força reveladora dos olhares são poderosos demais para serem apagados. O tempo é valioso demais para ser jogado fora.
O ótimo elenco(John Turturro, Adam Scott, Britt Lower, Zach Cherry, Tramell Tillman, Dichen Lachman, Christopher Walken e Patricia Arquette estão muito bem), a direção e o roteiro merecem inúmeros elogios.
Intrigante, cruel, engenhoso e encantador mundo de muitas possibilidades e mistérios.
Não vou esquecer a tristeza e o fio de esperança nos olhares. Belíssima temporada de estreia.
O cotidiano escolar e suas muitas missões numa obra muito divertida e crível. Uma grande homenagem aqueles que dedicam sua vida por uma causa, pela educação e futuro da sociedade.
Da empolgação idealista da ótima protagonista aos coadjuvantes(todos com muito espaço para brilhar) temos uma galeria de personagens com características bem particulares. A série desenvolve bem os mesmos, construindo assim interações muito engraçadas e conflitos que dizem muito sobre o estado atual de cada um - não só na vida profissional.
Erros/dificuldades ao ensinar, estagnação, incerteza com o futuro e desânimo com a profissão e condições de trabalho afetam todos de alguma forma(uns mais, outros menos), mas eles acabam seguindo por perceberem que estão fazendo a escolha certa. Da professora que tenta resolver todos os problemas da escola sozinha se for preciso à diretora que parece não se importar com nada além de si mesma: todos aprendem a amar onde estão. A sensação/certeza de pertencimento pode demorar, mas ela chega.
O formato de mockumentary foi uma escolha certeira para fazer a série funcionar e nos cativar.
Como lidar com o luto? Como viver depois de ter perdido o que te fazia sorrir? Como continuar após não ver sentido nas coisas?
Série pesada, mas também deveras humana. "After Life" é hilária, porém consegue nos emocionar igualmente. O processo de aceitação e entendimento que leva o protagonista a enxergar motivos para continuar é bem bonito.
Muito bom ver Ricky Gervais novamente mostrando seu talento para o humor e seu olhar minucioso acerca das questões cotidianas numa série completamente diferente de "The Office".
Acreditar na bondade ou na maldade do outro? O que prevalece quando não há mais nada a perder?
A forte pegada dramática nos atinge com vontade(dá uma bela apelada em muito momentos, né? Vamos combinar). Os vários personagens carismáticos ajudam a nos prender bastante ao que acontece, tornam tudo mais doloroso.
Lembra muito o cult "Battle Royale", ótimo filme de 2000. O estilo sangrento e muito violento funciona no cenário de selvageria e desespero estabelecido desde o início.
Infelizmente, algumas decisões ruins que acontecem na parte final(últimos episódios) comprometem a avaliação geral, mas não podemos desconsiderar as boas qualidades que carregam bem "Squid Game".
Um insano pesadelo de sobreviventes sem saída, cheios de pecados. Um jogo mortal de uma sociedade desigual, vazia e egoísta.
Os frutos do trabalho de anos finalmente aparecendo. Aprender a torcer pelo outro. Aprender a reconhecer a importância das companhias mais valiosas - tanto em vida quanto depois que elas se vão. Uma temporada de bonitos sentimentos, mas bastante irregular(certamente pior que as anteriores). O primeiro episódio é o único digno dos melhores da série. Apesar da queda de nível, esse terceiro ano consegue nos divertir e emocionar em seus melhores momentos.
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*SPOILER ABAIXO!*
Impossível não sentir a imensa falta que o personagem do Alan Arkin faz. As inspiradas interações entre os dois amigos protagonistas são a alma de "The Kominsky Method". A série perdeu demais sem a química poderosa dos dois.
Durante 50 episódios vimos personagens sendo crescentemente corrompidos ou se afundando da forma perigosa possível em suas respectivas existências. O fascínio por poder, dinheiro ou, simplesmente, por viver no limite do risco sempre esteve presente.
Nesta sexta temporada as consequências das escolhas questionáveis atingiram a todos. Todos perderam alguém/algo importante, sentiram na pele seu tempo esgotar ou sua vida desmoronar. Sobreviver é algo raro neste universo. E nem mesmo isso traz algum alívio quando se perde tanto.
O presente que acompanhamos por anos, o futuro já conhecido e o desconhecido(tão aguardado pelo público) conversaram diretamente entre si, modificando assim o que conhecemos do mundo de "Better Call Saul" e "Breaking Bad". Foi fascinante acompanhar essa engrenagem funcionar.
A vingança/plano de Lalo e a fuga de Nacho movimentaram bastante a temporada. Os arcos dos dois personagens foram memoráveis. Muitos dos momentos mais poderosos e algumas sequências antológicas da série estão diretamente ligados aos dois.
Nacho confirmou ser muito mais que um simples capanga. Pode-se dizer que Ignacio foi a segunda figura da série que mais nos fez torcer pelo seu bem. O personagem, que quase sempre esteve por um fio, fechou sua participação em "Better Call Saul" de maneira brilhante(numa sequência poderosíssima), não esqueceremos dele quando lembrarmos da série. Seu pai sabia que ele poderia ser uma pessoa bem melhor, mas sua ambição o levou para outro caminho.
E Lalo, que já prometia muito antes, se firmou como um dos grandes vilões do universo. O mais ameaçador de todos? Cabe discussão. O que não se discute é que cada movimento e ação do personagem sempre geraram enorme tensão. Provavelmente nunca vimos alguém tão carismático, cruel e esperto quanto esse sujeito no universo televisivo.
Conhecemos também mais de Gus. Enquanto acompanhamos um cenário mais nebuloso acerca de suas parcerias e negócios e uma sombra bastante ameaçadora atrás do personagem, vimos um vislumbre de seu lado mais humano. Maravilhosas sequências brilhantemente dirigidas entregaram um espetacular nível de ação e tensão(algo que estamos, felizmente, acostumados a ver no programa). Ao lado de Mike(aqui mais do que nunca seu fiel escudeiro em BCS), presenciamos o personagem passando por seu maior teste para se tornar a figura temível apresentada na obra irmã.
Falando em Mike, sua participação foi menor do que em anos anteriores. Apesar disso, sua presença é marcante. Por trás da execução perfeita de suas ações e obrigações, há um misto de decepção e tristeza com cada tragédia em seu olhar. Esses sentimentos e a frieza adquirida ao longo dos anos simbolizam muito das cores que se vão neste mundo tão violento, numa cidade cada vez mais vazia. Mike é enorme, uma presença importantíssima em "Better Call Saul".
No lado jurídico da série(digamos assim), aquele mais ligado aos golpes da dupla principal, vimos Howard ganhar um destacado espaço. Howard brilhou como Chuck em seus bons momentos. Foi um movimento inesperado da série(não se pensarmos na quinta temporada, claro, mas sim considerando o tamanho do personagem anteriormente) que se mostrou formidável. O pouco que conhecemos a mais da vida pessoal de Howard tornou sua importância e o impacto relacionado a tudo que envolveu o mesmo bem maiores. Basta dizer que a cena mais impactante e surpreendente da série esteve diretamente ligada ao advogado. Certas pessoas conhecidas são piores do que ele imaginava. Bela surpresa. Bom personagem.
E temos Kim & Jimmy. Que logo virou Kim & Saul. O deslumbramento com os golpes, algo que sempre fez parte da persona dele, dominou a advogada completamente. Não que a personagem tenha deixado de amar sua vocação por exercer sua profissão para ajudar os outros, porém aqui ela deixou o lado Bonnie & Clyde do casal ser mais importante do que sua carreira. Quando pregar uma peça passa a ser algo cada vez maior e mais prejudicial à alguém significa que tudo está a um passo de sair do controle. Quando alguém tão inteligente e que preza(ou prezou) a justiça e o próximo passa a não se sentir mal ao ferir outra pessoa é sinal de que algo dentro de si mesma se perdeu para sempre. Jamais as coisas voltarão a ser como antes.
Pulamos para o futuro. Passamos a acompanhar os passos do apático Gene(o Jimmy/Saul de anos depois), que fomos apresentados nos primeiros minutos de cada uma das temporadas da série. O personagem sempre apareceu como alguém inseguro, seu olhar de constante desconfiança observava cada esquina e rosto estranho com medo. Parecia que Saul era parte do passado, que Gene queria que fosse assim até o final de sua vida. A verdade? Gene estava apenas esperando o momento de Saul Goodman assumir o controle. Por mais perigoso e prejudicial que isso seja: apenas assim ele se sente vivo.
Na reta final, nos deparamos com importantes velhos rostos do universo como Chuck, Walter White e Jesse Pinkman(os dois primeiros trouxeram memórias importantíssimas). "Better Call Saul" já estava em "Breaking Bad" e "Breaking Bad" passou a estar em "Better Call Saul" - como parte de suas histórias e também como títulos de episódios. Uma gigante engrandece a outra. Por mais diferenças que existam(em temas, estrutura, ritmo e evolução na forma de se contar as tramas), as duas compõem a mesma genial história.
O passado explica o presente. E apenas olhando de frente para o mesmo e assumindo os próprios erros é possível sentir arrependimento pelo que se fez e tentar deixar para trás definitivamente a sua pior versão. Provavelmente apenas o uso do "poder"/vocação para o bem permitirá que se siga em frente numa vida com paz - por mais que isso não seja capaz de redimir os males causados.
Kim e Saul fazem mal um ao outro, os dois não podem ficar juntos. E Kim e Jimmy? Caberá a nossa imaginação essa resposta.
Escrever sobre esta última temporada não foi fácil. Revi os 5 anos anteriores em 2022, opinei sobre essas temporadas e deixei comentários(mesmo que bem breves) de todos os episódios em algum lugar. Vou rever esse ano final em breve, mas escrever a respeito dele é o meu último ato inédito em relação a "Better Call Saul". Trata-se de uma sentida despedida. Ou melhor: de um até logo.
"Rock and Hard Place", "Plan and Execution", "Point and Shoot", "Waterworks" e, claro, "Saul Gone" são episódios fenomenais. Temporada final estupenda. Direção, roteiro, fotografia e atuações do mais alto nível. Uma das maiores de todos os tempos se despede. Voltarei a te assistir todinha, "Better Call Saul". Foi um prazer infinito te acompanhar ao longo dos anos. Você está entre as obras mais especiais da minha vida.
Te amo, Kim! ♥
.
*SPOILER ABAIXO!*
P.S.: Se Jimmy e Kim são os únicos sobreviventes que aparecem no início e no fim do universo BB/BCS(considerando a linha do tempo da história), podemos chamá-los de os principais personagens do mesmo? É possível enxergar dessa forma.
Uma ameaça que despedaça a mente e o corpo ferozmente. "Stranger Things" nunca foi tão assustadora como agora. Sci-fi e terror sempre caminharam juntos na série, mas aqui os núcleos e momentos que mais agradam são aqueles dominados pelo terror.
A opção de ter muitos núcleos em episódios bastante longos ressaltou bem as fragilidades da trama, foi decisiva para que não tivéssemos episódios tão consistentes. Os criadores devem pensar seriamente em como lidar com essa questão na próxima temporada.
Visualmente este ano foi o auge da série(embora eu tenha ressalvas em relação a maquiagens e efeitos especiais e tenha demorado a me acostumar/gostar da aparência do vilão). O mundo de Vecna é assustador(mais até que o próprio), nota-se claramente o enorme investimento financeiro nessa temporada.
"Chapter Four: Dear Billy" é incrível, um episódio para se guardar na memória com enorme carinho. Como esquecer o final? O melhor de "Stranger Things" está ali. E o que dizer de "Running Up That Hill"? A volta do sucesso foi um fenômeno cultural que furou a bolha da série, algo memorável que teve impacto dentro e fora das telas.
Apesar de não empolgar em muitos momentos, o enorme coração da obra sempre a salva do pior. Os personagens cativantes e os enormes sentimentos dos mesmos são capazes de tudo.
Uma interessantíssima realidade alternativa que se mostra tão convincente que nos faz esquecer(desde o primeiro episódio) que esse cenário não foi o que de fato aconteceu no mundo de quem assiste. As cenas no espaço entregam o que se espera. Acompanhar a imensidão do universo através do olhar dos astronautas é fascinante. Há um encantamento natural, mas nunca se esquece também do risco que essas mesmas figuras correm diariamente.
"For All Mankind" é uma série sobre corajosos personagens que lutam pelo impossível que se tornou possível, pelo êxito de seu país na corrida espacial. Uma grande união de seres com as mais diferentes personalidades que desafiam seus limites e os limites tecnológicos da época. O avanço que simboliza a esperança de progresso para todos. Não há dúvida que esse pensamento é o que move os personagens da série.
A grandiosidade do desbravar do espaço em contraste com as "pequenas grandes" questões cotidianas de todos nós. Alcançar o sonho de se tornar um astronauta cobra preços pesados na vida pessoal. O encantamento com a parte técnica existe e sem dúvida é fundamental para que tudo funcione, porém a alma da série está nos intensos dramas de cada personagem. Essa combinação aliada a riqueza histórica do período(cheia de pensamentos, regras e atitudes arcaicas, limitadoras e cruéis) tornam a obra muito atraente.
Sim, "For All Mankind" nitidamente pesa a mão no drama, falta sutileza em alguns momentos, mas esse fator não chega a incomodar muito. Acredito que a série melhora nesse quesito nos anos seguintes.
"The Office" sempre teve o amor como importante elemento de sua história sobre trabalho e inacreditáveis situações que envolvem seus carismáticos e super exóticos(e realistas) personagens. Nesta sétima temporada a esperança em amores adormecidos ressurgiu e atingiu o auge de forma muito bonita em uns e agiu de forma oposta em outros.
Michael nos tocou como nunca. Holly confirmou que se existe alma gêmea, ela é sem dúvida alguma a do protagonista da série. Aliás, provavelmente nunca vimos almas gêmeas tão convincentes quanto Michael e Holly na TV.
A despedida de Michael Scott foi perfeita, representou muito bem o que vimos do personagem ao longo de 7 anos. O jeito atrapalhado pelo qual ele se joga de cabeça em seus interesses e o amor por seus funcionários/companheiros de trabalho, que ele sempre enxergou como amigos(não todos, claro. Pobre, Toby), renderam grandes e emocionantes momentos nesses seus últimos instantes. No final, descobrimos que não dá para não amar Michael Scott. Os outros personagens e nós torceremos por sua felicidade.
E as mudanças começaram. Como a obra seguirá sem ele? Já começamos a ver esse processo, até agora a série se virou bem.
Caótica realidade e portas abertas para diferentes universos.
"Loki" abraça o completo descontrole durante seus 6 episódios. A série nos diverte horrores com essa escolha. A desconstrução da pose do protagonista e a reflexão sobre a jornada do mesmo são interessantes de se ver. O surpreendente laço forte que surge rende momentos bonitos, sinceros e tocantes - e isso chama atenção por estarmos falando de situações/sentimentos que envolvem um protagonista que não combina com nada disso. A ironia de descobrir o amor literalmente olhando para si mesmo é ótima. Tinha que ser o Loki, né.
O livre arbítrio existe? Pode-se confiar em alguém quando sua existência sempre provou o contrário? Vale a pena desafiar tudo e talvez despertar uma realidade(ou realidades) piores? Final bem digno.
Grande produção(os figurinos se destacam), boa ambientação e uma época retratada fascinante. A ação como consequência da violência entre gangues, as complicadas questões familiares o romance atraem, entende-se o sucesso da série. O roteiro que encontra soluções fáceis para os conflitos é um limitador claro(ao menos na primeira temporada), o mesmo coloca "Peaky Blinders" num nível abaixo das grandes atuais. Talvez a obra melhore nesse quesito adiante, descobrirei isso no futuro. Primeiro ano competente.
Succession (4ª Temporada)
4.5 218 Assista AgoraSucessores e insucessos.
"Vocês não são pessoas sérias".
Os filhos como reflexo dos pais - de uma forma ou de outra.
O maior legado de Logan não foi o império de mídia construído, o dinheiro ou a influência política deixada no nome Roy. Foi a incapacidade de gerar conexões humanas genuínas deixadas para seus filhos.
Nesta espetacular quarta temporada vimos "Succession" mais afiada do que nunca com suas acirradas disputas por poder, acompanhamos como praticamente tudo que essas figuras frias, egoístas e donas de grande obsessão por poder tocam gera algum mal. Como eles afetam todos em volta, num alcance inacreditável.
Dentro dessa frieza e incapacidade de enxergar o outro, há uma deprimente, deveras triste, condição humana que cria conexões fortíssimas com o espectador.
Não esqueceremos Shiv e Tom como o casal tóxico que nasceram para serem "infelizes para sempre", por enxergarem o pior de si no outro e reconhecerem que se merecem.
Nem Kendall e seu mergulho de cabeça numa obsessão plantada desde a infância que ele sequer sabe se o fará feliz.
Nem Roman e sua psicopatia, humor desconcertante e tocante vulnerabilidade ao lidar com seus sentimentos pelo pai.
Nem Logan e sua presença super intensa. De persona tão temida, respeitada e poderosa, mas também falha por ser incapaz de manter quem ama perto.
Nem Greg e seu irresistível jeito atrapalhado. Nem Conor e seu otimismo e também tristeza por sempre ser deixado de lado pela família.
"Succession" nos entregou uma galeria deveras impressionantes de grandes personagens. Impossível esquecer essas 4 temporadas. O impacto de altíssimo nível excelência de atuações, direção, roteiro, montagem e potente desenvolvimento de história vai ficar marcado. Como esquecer as brilhantes reviravoltas, encerramentos de temporadas e impactantes momentos dramáticos?
Os anos vão deixar mais claro em que patamar a série será colocada, mas já podemos dizer que essa quarta temporada é facilmente uma das mais incríveis dos últimos anos(a chance de vermos outra melhor em 2023 é quase nula) e que estamos diante de uma das gigantes da TV.
A liberdade está no fracasso? O peso do nome é maior do que eles podem aguentar. Fantástica quarta temporada.
Que prazer viver na mesma época de "Succession". Que honra foi acompanhar uma das mais bem construídas obras das últimas décadas.
Com todo respeito: a infelicidade de vocês foi a nossa felicidade.
Brincadeirinha. Ou não.♡
Até mais, família Roy. Sentirei enorme saudade.
Barry (4ª Temporada)
3.9 65 Assista AgoraRedenção através da arte.
A busca por fugir de uma existência que se odeia, de deixar para trás a violência que tanto marcou e atormenta.
A impossibilidade de deixar de encarar seus maiores demônios e piores versões de si mesmo(a). A tristeza de constatar essa realidade não importa onde se vá.
Mudanças de vida drásticas e saltos temporais marcaram a temporada e também a série.
Seja através do teatro/atuação ou lidando com a vida do crime, "Barry" sempre viu seus personagens almejando sonhos ao darem tudo de si e perdendo praticamente tudo que os mesmos mais amavam pelo caminho.
No final, há a ironia de enxergar um mundo que sempre distorceu a verdade. O que resta é abraçar como for possível aquilo que sempre deu sentido à tudo.
Ótima temporada. Maravilhosa série.
O Urso (1ª Temporada)
4.3 411 Assista AgoraMente e estômago.
A paixão pela culinária que faz crescer e dá sentido.
Os traumas que afundam, abalam tudo em volta e deixam marcas.
Sobre se encontrar. Sobre fortes conexões. Tão fortes que são difíceis de se explicar, mas que nos movem.
Tocante ano.
O Ensaio (1ª Temporada)
4.1 58 Assista AgoraRecriar e plantar.
A arte que estuda a vida e lida com o medo. Aprender com os erros e crescer.
Na teoria tudo funciona bem, mas não se controla o coração.
Nos momentos que nascem belos sentimentos a série se torna ainda mais rica.
Fascinante temporada.
Yellowjackets (1ª Temporada)
3.8 211 Assista AgoraNão me empolgou de verdade(em hora nenhuma), mas até que funciona bem quando se entrega totalmente a loucura.
Gosto das personagens, do quanto são estranhas(no melhor dos sentidos), são a melhor coisa de Yellowjackets.
A segunda tem potencial para ser melhor.
Reservation Dogs (2ª Temporada)
4.2 13 Assista AgoraFuga, reencontro e paz.
Uma grande história sobre amizade e o poder imenso dentro de nós. Uma obra que fala com muita força acerca da dor do luto que deixa marcas eternas.
Os ancestrais/família e o passado dialogam o tempo todo com o presente nessa belíssima série.
O amor aqui cura de maneira espiritual e inexplicável. Trata-se de um sentimento que rompe as barreira do nosso olhar, que desafia o entendimento das coisas que estamos acostumadas a compreender como lógicas e reais.
Que quarteto principal maravilhoso. Que amizade poderosa.
Outra bela temporada. "Reservation Dogs" está se consolidando fortemente como uma das grandes séries da atualidade.
Imperdível.
Better Things (5ª Temporada)
4.4 11Mudar, amar e seguir.
Uma temporada final sobre aprender a lidar com traumas, fases e inseguranças da adolescência, com a frustração dos fracassos e a tristeza e solidão da vida adulta.
Um ano sobre aceitar o que não se esperava viver. Um desfecho sobre deixar ir por amor e crer que o que virá será bom.
As interações memoráveis e absurdamente realistas entre Sam, Max, Frankie, Duke e Phyllis ficarão nas nossas memórias. Sam é fantástica! Que protagonista! Pamela Adlon merece todos os elogios do mundo. Adlon é uma atriz, criadora, roteirista e diretora deveras especial, merece ser muitíssimo mais conhecida.
Uma das mais sensíveis séries da TV. Guardarei "Better Things" com carinho no meu coração.
Até mais, Sam e cia.♥
Atlanta (4ª Temporada)
4.4 53 Assista AgoraLar e sonho.
A volta para casa.
Um passado revelado em pequenos detalhes que explica a opção de vida totalmente diferente de hoje.
Fugir do perigo e perceber que o caos está em todo lugar, mas o seu próprio canto é o mais seguro.
Encontrar sua casa é estar ao lado daqueles que se ama e entender quem realmente importa.
O caos e insanidade do cotidiano em total sintonia com o mundo que tanto muda.
As tendências e buscas por viralizar e fazer sucesso revelam um universo de total falta de lógica.
Procurar o sentido das coisas mais do que nunca se mostra algo incerto na vida profissional.
"Atlanta" foi incrível durante seus 4 anos, firmou-se como uma das mais brilhantes séries dos últimos tempos(entre as fabulosas é certamente a mais inventiva).
Foi um prazer ser surpreendido por episódios com temas e plots completamente originais, universais e atuais. A série de Donald Glover é dona de um humor único, possui uma atmosfera que é uma combinação perfeita entre surrealismo e realidade e consegue também ser tremendamente profunda. Reflexão e emoção surgem naturalmente através de uma forma impressionante e deveras particular de se contar histórias.
Earn, Al/Paper Boi, Darius e Van já moram e vão continuar morando nos nossos corações. "Atlanta" não é uma série com uma trama que segue uma linha de eventos tradicional, logo o final não possui cara de final. Mas sempre desejaremos que esses personagens sejam felizes. Sentiremos saudade, enorme saudade.
Se "Atlanta" foi um sonho, temos certeza que vamos querer viver esse sonho novamente várias vezes.
Grande final. Bela temporada. Incrível série.
Para sempre uma das minhas favoritas. Muito obrigado por tudo, Donald Golver e cia(e que incrível companhia).
Até mais, "Atlanta".♡
A Casa do Dragão (1ª Temporada)
4.1 711 Assista AgoraÚltimos suspiros e derradeiros tempos de paz.
Mortes que mudam o rumo de todos em volta. Mortes doloridas, mas que não dão tempo para que sejam sentidas. Mortes geradas por difíceis decisões, que causam tristeza, porém permitem que sonhos se realizem. Mortes que permitem que venenosas pessoas ganhem força e ardilosos e violentos golpes aconteçam.
Se há alguma inocência ela logo dá espaço aos muitos interesses egoístas - tanto particulares quanto de terceiros.
Não é o amor que move o que há em volta. O amor pode até ser verdadeiro, contudo ele sempre é usado como ferramenta. Só existe espaço para esse sentimento se o mesmo não te tirar do destino que você sonha e têm certeza que deve ser seu.
O passar dos anos nos mostrou rachaduras que foram crescendo até se tornarem definitivas. A forte desavença virará uma guerra sangrenta.
"House of the Dragon" construiu em sua primeira temporada um fascinante mundo de disputas por poder, brigas familiares e conflitantes sentimentos.
Os egos são enormes. Os desejos de grandeza também. Laços fortes são necessários, mas não há garantias de fidelidade.
O grande tabuleiro de xadrez humano, movido por ótimos e carismáticos personagens, dá peso a história e permite que a fantasia e a imprevisível violência assumam a dianteira na hora certa de maneira avassaladora.
Um início que honra os ótimos dias de "Game of Thrones". Como não gostar de "The Lord of the Tides", o fabuloso episódio 8?
Paddy Considine, Matt Smith, Emma D'Arcy, Olivia Cooke, Milly Alcock, Emily Carey, Eve Best, Rhys Ifans e companhia mandaram muito bem em seus papéis, seus rostos vão ficar marcados pelos admiradores da obra.
Belo ano. Ganhamos uma nova grande série.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 787 Assista AgoraAs diferentes faces do mal.
Como reconhecer o mal em seu início? Como tomar as melhores decisões para combatê-lo antes que seja tarde demais?
Devastar para criar algo totalmente novo. Criar algo novo e incrivelmente poderoso para dominar tudo à sua maneira.
Há o mal que seduz e engana multidões, mas existe também o bem e as fortes relações que nascem e se fortalecem mesmo nos cenários mais adversos.
O grande combate de Luz x Trevas na Terra Média apenas começou a ser traçado.
Os diálogos e as atuações agradam menos do que deveriam e o ritmo(na maior parte do tempo) é mais lento do que a maior parte da audiência atual está acostumada a consumir, porém "The Rings of Power" é muito eficiente em nos transportar para um belo mundo de fantasia. O universo de atmosfera fascinante e dono de povos, sentimentos e interações bastante ricos inevitavelmente nos atrai.
Galadriel.♥
Uma das ótimas estreias do ano.
The Dropout
4.0 57 Assista AgoraA mentira que construiu um império.
Amanda Seyfried brilha como Elizabeth Holmes nesta história de incontrolável ambição e negação da realidade.
O desejo de grandeza ganhou contornos incontroláveis. "Fazer a diferença e transformar o mundo" nunca foi de fato o objetivo. Sentir o gosto de ser uma mulher bem sucedida e não mais alguém invisível aos olhos do mundo tornou-se algo indispensável. Fracassar não era mais uma opção.
Há altos e baixos, mas "The Dropout" funciona bem graças a sua empolgação venenosa e seus diferentes/crescentes tons de absurdo, drama e loucura.
A lógica do capitalismo atropelando a ética científica. Intrigante e envolvente mundo de fraudes.
O Que Fazemos nas Sombras (4ª Temporada)
4.1 25A eterna insatisfação.
Renascimento e crescimento. Empolgação e frustração.
O novo que engana e o velho que deixa tudo como era antes.
Desejos mágicos, importantes novas responsabilidades e inéditas relações nos surpreenderam. Tivemos uma temporada bem marcada por núcleos nos quais seus protagonistas se jogaram de cabeça para preencher os vazios de suas vidas. Ainda assim faltou algo, as coisas não aconteceram como se imaginava. Nem mesmo figuras SUPER vividas possuem as respostas.
Há alguma melancolia, porém o humor prevalece muitíssimoíssimo mais. Não faltam momentos hilários e episódios inspiradíssimos. A série continua deveras inventiva, segue se desafiando com plots originais e episódios com formatos/propostas inesperados.
Nadja, Laszlo, Nandor, Guillermo e Colin Robinson são estrelas, personagens deveras maravilhosos. E o que dizer das incríveis participações especiais? O nono episódio fala por si só.
Continua sendo a comédia mais engraçada da atualidade. Outro grande ano.
What If...? (1ª Temporada)
3.8 279 Assista AgoraUm universo de possibilidades.
"What If...?" não nos conquista logo de cara, mas aos poucos a inventividade(o motor natural da obra desde sua concepção) transforma boas ideias em real qualidade.
Ver os acontecimentos e caminhos opostos aqueles que vimos nos filmes é sempre interessante, causa uma boa sensação de estranheza. Porém ter isso como principal trunfo não é o suficiente para fazer o todo funcionar. Quando a série foca de fato em si mesma e abraça suas escolhas ela se encontra.
Os episódios 4, 5, 8 e 9 são belos exemplos do quanto "What If...?" pode ser fascinante.
Doutor Estranho, Ultron, Viúva Negra e o Vigia se destacam bastante positivamente.
E Thor foi o destaque negativo.
Boa temporada de estreia.
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 748 Assista AgoraO grito dos esquecidos.
Vale a pena não viver por inteiro para diminuir a dor? Abrir mão de parte de nós é garantia de sofrimento.
"Severance" dialoga fortemente com "Westworld" e "Brilho Eterno de Uma Mente Sem lembranças". A curiosidade que humaniza e rompe barreiras na primeira e o coração que luta contra a mente no segundo também carregam essa obra.
Os poéticos momentos de maravilhamento com as descobertas numa vida de pouquíssimo conhecimento e o desespero crescente de uma existência limitadíssima, vazia e sem perspectiva são os motores que despertam.
Qual o sentido de continuar apenas seguindo ordens como meros robôs operacionais? Contestar o caminho já determinado é desafiador, mas apenas assim se alcança a real liberdade.
Operários e chefes. Criaturas e criadores. A luta com o pouco que se tem. A luta pelo desejo de possuir mais do que se tem.
O brilho e a força reveladora dos olhares são poderosos demais para serem apagados.
O tempo é valioso demais para ser jogado fora.
O ótimo elenco(John Turturro, Adam Scott, Britt Lower, Zach Cherry, Tramell Tillman, Dichen Lachman, Christopher Walken e Patricia Arquette estão muito bem), a direção e o roteiro merecem inúmeros elogios.
Intrigante, cruel, engenhoso e encantador mundo de muitas possibilidades e mistérios.
Não vou esquecer a tristeza e o fio de esperança nos olhares. Belíssima temporada de estreia.
Abbott Elementary (1ª Temporada)
4.2 57Por um lugar melhor.
O cotidiano escolar e suas muitas missões numa obra muito divertida e crível.
Uma grande homenagem aqueles que dedicam sua vida por uma causa, pela educação e futuro da sociedade.
Da empolgação idealista da ótima protagonista aos coadjuvantes(todos com muito espaço para brilhar) temos uma galeria de personagens com características bem particulares.
A série desenvolve bem os mesmos, construindo assim interações muito engraçadas e conflitos que dizem muito sobre o estado atual de cada um - não só na vida profissional.
Erros/dificuldades ao ensinar, estagnação, incerteza com o futuro e desânimo com a profissão e condições de trabalho afetam todos de alguma forma(uns mais, outros menos), mas eles acabam seguindo por perceberem que estão fazendo a escolha certa.
Da professora que tenta resolver todos os problemas da escola sozinha se for preciso à diretora que parece não se importar com nada além de si mesma: todos aprendem a amar onde estão. A sensação/certeza de pertencimento pode demorar, mas ela chega.
O formato de mockumentary foi uma escolha certeira para fazer a série funcionar e nos cativar.
Bonita, engraçada e tocante temporada de estreia.
After Life: Vocês Vão Ter de Me Engolir (1ª Temporada)
4.2 183 Assista AgoraSeguir ou não seguir.
Como lidar com o luto?
Como viver depois de ter perdido o que te fazia sorrir?
Como continuar após não ver sentido nas coisas?
Série pesada, mas também deveras humana. "After Life" é hilária, porém consegue nos emocionar igualmente.
O processo de aceitação e entendimento que leva o protagonista a enxergar motivos para continuar é bem bonito.
Muito bom ver Ricky Gervais novamente mostrando seu talento para o humor e seu olhar minucioso acerca das questões cotidianas numa série completamente diferente de "The Office".
Ótima primeira temporada.
Round 6 (1ª Temporada)
4.0 1,2K Assista AgoraOs limites humanos.
Acreditar na bondade ou na maldade do outro?
O que prevalece quando não há mais nada a perder?
A forte pegada dramática nos atinge com vontade(dá uma bela apelada em muito momentos, né? Vamos combinar).
Os vários personagens carismáticos ajudam a nos prender bastante ao que acontece, tornam tudo mais doloroso.
Lembra muito o cult "Battle Royale", ótimo filme de 2000. O estilo sangrento e muito violento funciona no cenário de selvageria e desespero estabelecido desde o início.
Infelizmente, algumas decisões ruins que acontecem na parte final(últimos episódios) comprometem a avaliação geral, mas não podemos desconsiderar as boas qualidades que carregam bem "Squid Game".
Um insano pesadelo de sobreviventes sem saída, cheios de pecados.
Um jogo mortal de uma sociedade desigual, vazia e egoísta.
Entretenimento original e muito envolvente.
P.S.: Por isso nunca gostei de bola de gude.
O Método Kominsky (3ª Temporada)
4.0 50Vida e morte.
O amor pela arte de atuar.
Os frutos do trabalho de anos finalmente aparecendo.
Aprender a torcer pelo outro. Aprender a reconhecer a importância das companhias mais valiosas - tanto em vida quanto depois que elas se vão.
Uma temporada de bonitos sentimentos, mas bastante irregular(certamente pior que as anteriores). O primeiro episódio é o único digno dos melhores da série.
Apesar da queda de nível, esse terceiro ano consegue nos divertir e emocionar em seus melhores momentos.
.
*SPOILER ABAIXO!*
Impossível não sentir a imensa falta que o personagem do Alan Arkin faz. As inspiradas interações entre os dois amigos protagonistas são a alma de "The Kominsky Method".
A série perdeu demais sem a química poderosa dos dois.
Better Call Saul (6ª Temporada)
4.7 406 Assista AgoraTempo de perder.
Durante 50 episódios vimos personagens sendo crescentemente corrompidos ou se afundando da forma perigosa possível em suas respectivas existências. O fascínio por poder, dinheiro ou, simplesmente, por viver no limite do risco sempre esteve presente.
Nesta sexta temporada as consequências das escolhas questionáveis atingiram a todos. Todos perderam alguém/algo importante, sentiram na pele seu tempo esgotar ou sua vida desmoronar.
Sobreviver é algo raro neste universo. E nem mesmo isso traz algum alívio quando se perde tanto.
O presente que acompanhamos por anos, o futuro já conhecido e o desconhecido(tão aguardado pelo público) conversaram diretamente entre si, modificando assim o que conhecemos do mundo de "Better Call Saul" e "Breaking Bad". Foi fascinante acompanhar essa engrenagem funcionar.
A vingança/plano de Lalo e a fuga de Nacho movimentaram bastante a temporada. Os arcos dos dois personagens foram memoráveis. Muitos dos momentos mais poderosos e algumas sequências antológicas da série estão diretamente ligados aos dois.
Nacho confirmou ser muito mais que um simples capanga. Pode-se dizer que Ignacio foi a segunda figura da série que mais nos fez torcer pelo seu bem.
O personagem, que quase sempre esteve por um fio, fechou sua participação em "Better Call Saul" de maneira brilhante(numa sequência poderosíssima), não esqueceremos dele quando lembrarmos da série. Seu pai sabia que ele poderia ser uma pessoa bem melhor, mas sua ambição o levou para outro caminho.
E Lalo, que já prometia muito antes, se firmou como um dos grandes vilões do universo. O mais ameaçador de todos? Cabe discussão. O que não se discute é que cada movimento e ação do personagem sempre geraram enorme tensão. Provavelmente nunca vimos alguém tão carismático, cruel e esperto quanto esse sujeito no universo televisivo.
Conhecemos também mais de Gus. Enquanto acompanhamos um cenário mais nebuloso acerca de suas parcerias e negócios e uma sombra bastante ameaçadora atrás do personagem, vimos um vislumbre de seu lado mais humano. Maravilhosas sequências brilhantemente dirigidas entregaram um espetacular nível de ação e tensão(algo que estamos, felizmente, acostumados a ver no programa).
Ao lado de Mike(aqui mais do que nunca seu fiel escudeiro em BCS), presenciamos o personagem passando por seu maior teste para se tornar a figura temível apresentada na obra irmã.
Falando em Mike, sua participação foi menor do que em anos anteriores. Apesar disso, sua presença é marcante. Por trás da execução perfeita de suas ações e obrigações, há um misto de decepção e tristeza com cada tragédia em seu olhar. Esses sentimentos e a frieza adquirida ao longo dos anos simbolizam muito das cores que se vão neste mundo tão violento, numa cidade cada vez mais vazia. Mike é enorme, uma presença importantíssima em "Better Call Saul".
No lado jurídico da série(digamos assim), aquele mais ligado aos golpes da dupla principal, vimos Howard ganhar um destacado espaço. Howard brilhou como Chuck em seus bons momentos. Foi um movimento inesperado da série(não se pensarmos na quinta temporada, claro, mas sim considerando o tamanho do personagem anteriormente) que se mostrou formidável.
O pouco que conhecemos a mais da vida pessoal de Howard tornou sua importância e o impacto relacionado a tudo que envolveu o mesmo bem maiores. Basta dizer que a cena mais impactante e surpreendente da série esteve diretamente ligada ao advogado.
Certas pessoas conhecidas são piores do que ele imaginava. Bela surpresa. Bom personagem.
E temos Kim & Jimmy. Que logo virou Kim & Saul. O deslumbramento com os golpes, algo que sempre fez parte da persona dele, dominou a advogada completamente. Não que a personagem tenha deixado de amar sua vocação por exercer sua profissão para ajudar os outros, porém aqui ela deixou o lado Bonnie & Clyde do casal ser mais importante do que sua carreira.
Quando pregar uma peça passa a ser algo cada vez maior e mais prejudicial à alguém significa que tudo está a um passo de sair do controle. Quando alguém tão inteligente e que preza(ou prezou) a justiça e o próximo passa a não se sentir mal ao ferir outra pessoa é sinal de que algo dentro de si mesma se perdeu para sempre. Jamais as coisas voltarão a ser como antes.
Pulamos para o futuro. Passamos a acompanhar os passos do apático Gene(o Jimmy/Saul de anos depois), que fomos apresentados nos primeiros minutos de cada uma das temporadas da série. O personagem sempre apareceu como alguém inseguro, seu olhar de constante desconfiança observava cada esquina e rosto estranho com medo.
Parecia que Saul era parte do passado, que Gene queria que fosse assim até o final de sua vida. A verdade? Gene estava apenas esperando o momento de Saul Goodman assumir o controle. Por mais perigoso e prejudicial que isso seja: apenas assim ele se sente vivo.
Na reta final, nos deparamos com importantes velhos rostos do universo como Chuck, Walter White e Jesse Pinkman(os dois primeiros trouxeram memórias importantíssimas). "Better Call Saul" já estava em "Breaking Bad" e "Breaking Bad" passou a estar em "Better Call Saul" - como parte de suas histórias e também como títulos de episódios. Uma gigante engrandece a outra. Por mais diferenças que existam(em temas, estrutura, ritmo e evolução na forma de se contar as tramas), as duas compõem a mesma genial história.
O passado explica o presente. E apenas olhando de frente para o mesmo e assumindo os próprios erros é possível sentir arrependimento pelo que se fez e tentar deixar para trás definitivamente a sua pior versão.
Provavelmente apenas o uso do "poder"/vocação para o bem permitirá que se siga em frente numa vida com paz - por mais que isso não seja capaz de redimir os males causados.
Kim e Saul fazem mal um ao outro, os dois não podem ficar juntos. E Kim e Jimmy? Caberá a nossa imaginação essa resposta.
Escrever sobre esta última temporada não foi fácil. Revi os 5 anos anteriores em 2022, opinei sobre essas temporadas e deixei comentários(mesmo que bem breves) de todos os episódios em algum lugar. Vou rever esse ano final em breve, mas escrever a respeito dele é o meu último ato inédito em relação a "Better Call Saul". Trata-se de uma sentida despedida. Ou melhor: de um até logo.
"Rock and Hard Place", "Plan and Execution", "Point and Shoot", "Waterworks" e, claro, "Saul Gone" são episódios fenomenais. Temporada final estupenda.
Direção, roteiro, fotografia e atuações do mais alto nível. Uma das maiores de todos os tempos se despede.
Voltarei a te assistir todinha, "Better Call Saul". Foi um prazer infinito te acompanhar ao longo dos anos. Você está entre as obras mais especiais da minha vida.
Te amo, Kim! ♥
.
*SPOILER ABAIXO!*
P.S.: Se Jimmy e Kim são os únicos sobreviventes que aparecem no início e no fim do universo BB/BCS(considerando a linha do tempo da história), podemos chamá-los de os principais personagens do mesmo? É possível enxergar dessa forma.
*FIM DO SPOILER.*
Stranger Things (4ª Temporada)
4.2 1,0K Assista AgoraPesadelos reais.
O salvador som do coração.
Uma ameaça que despedaça a mente e o corpo ferozmente. "Stranger Things" nunca foi tão assustadora como agora.
Sci-fi e terror sempre caminharam juntos na série, mas aqui os núcleos e momentos que mais agradam são aqueles dominados pelo terror.
A opção de ter muitos núcleos em episódios bastante longos ressaltou bem as fragilidades da trama, foi decisiva para que não tivéssemos episódios tão consistentes. Os criadores devem pensar seriamente em como lidar com essa questão na próxima temporada.
Visualmente este ano foi o auge da série(embora eu tenha ressalvas em relação a maquiagens e efeitos especiais e tenha demorado a me acostumar/gostar da aparência do vilão). O mundo de Vecna é assustador(mais até que o próprio), nota-se claramente o enorme investimento financeiro nessa temporada.
"Chapter Four: Dear Billy" é incrível, um episódio para se guardar na memória com enorme carinho. Como esquecer o final? O melhor de "Stranger Things" está ali.
E o que dizer de "Running Up That Hill"? A volta do sucesso foi um fenômeno cultural que furou a bolha da série, algo memorável que teve impacto dentro e fora das telas.
Apesar de não empolgar em muitos momentos, o enorme coração da obra sempre a salva do pior. Os personagens cativantes e os enormes sentimentos dos mesmos são capazes de tudo.
Os grandes destaques: Max e Eddie.
Que venha a temível última temporada.
For All Mankind (1ª Temporada)
4.2 41 Assista AgoraMais humanos do que heróis.
Uma interessantíssima realidade alternativa que se mostra tão convincente que nos faz esquecer(desde o primeiro episódio) que esse cenário não foi o que de fato aconteceu no mundo de quem assiste.
As cenas no espaço entregam o que se espera. Acompanhar a imensidão do universo através do olhar dos astronautas é fascinante. Há um encantamento natural, mas nunca se esquece também do risco que essas mesmas figuras correm diariamente.
"For All Mankind" é uma série sobre corajosos personagens que lutam pelo impossível que se tornou possível, pelo êxito de seu país na corrida espacial. Uma grande união de seres com as mais diferentes personalidades que desafiam seus limites e os limites tecnológicos da época.
O avanço que simboliza a esperança de progresso para todos. Não há dúvida que esse pensamento é o que move os personagens da série.
A grandiosidade do desbravar do espaço em contraste com as "pequenas grandes" questões cotidianas de todos nós. Alcançar o sonho de se tornar um astronauta cobra preços pesados na vida pessoal. O encantamento com a parte técnica existe e sem dúvida é fundamental para que tudo funcione, porém a alma da série está nos intensos dramas de cada personagem. Essa combinação aliada a riqueza histórica do período(cheia de pensamentos, regras e atitudes arcaicas, limitadoras e cruéis) tornam a obra muito atraente.
Sim, "For All Mankind" nitidamente pesa a mão no drama, falta sutileza em alguns momentos, mas esse fator não chega a incomodar muito. Acredito que a série melhora nesse quesito nos anos seguintes.
Bonita temporada de estreia.
The Office (7ª Temporada)
4.5 401 Assista Agora*Spoilers abaixo!"
Amor, despedida e mudanças.
"The Office" sempre teve o amor como importante elemento de sua história sobre trabalho e inacreditáveis situações que envolvem seus carismáticos e super exóticos(e realistas) personagens. Nesta sétima temporada a esperança em amores adormecidos ressurgiu e atingiu o auge de forma muito bonita em uns e agiu de forma oposta em outros.
Michael nos tocou como nunca. Holly confirmou que se existe alma gêmea, ela é sem dúvida alguma a do protagonista da série. Aliás, provavelmente nunca vimos almas gêmeas tão convincentes quanto Michael e Holly na TV.
A despedida de Michael Scott foi perfeita, representou muito bem o que vimos do personagem ao longo de 7 anos. O jeito atrapalhado pelo qual ele se joga de cabeça em seus interesses e o amor por seus funcionários/companheiros de trabalho, que ele sempre enxergou como amigos(não todos, claro. Pobre, Toby), renderam grandes e emocionantes momentos nesses seus últimos instantes.
No final, descobrimos que não dá para não amar Michael Scott. Os outros personagens e nós torceremos por sua felicidade.
E as mudanças começaram. Como a obra seguirá sem ele? Já começamos a ver esse processo, até agora a série se virou bem.
Outra temporada de muito bom nível.
Loki (1ª Temporada)
4.0 489 Assista AgoraCaótica realidade e portas abertas para diferentes universos.
"Loki" abraça o completo descontrole durante seus 6 episódios. A série nos diverte horrores com essa escolha.
A desconstrução da pose do protagonista e a reflexão sobre a jornada do mesmo são interessantes de se ver.
O surpreendente laço forte que surge rende momentos bonitos, sinceros e tocantes - e isso chama atenção por estarmos falando de situações/sentimentos que envolvem um protagonista que não combina com nada disso.
A ironia de descobrir o amor literalmente olhando para si mesmo é ótima. Tinha que ser o Loki, né.
O livre arbítrio existe? Pode-se confiar em alguém quando sua existência sempre provou o contrário? Vale a pena desafiar tudo e talvez despertar uma realidade(ou realidades) piores?
Final bem digno.
Temporada atraente e envolvente.
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (1ª Temporada)
4.4 461 Assista AgoraTudo pela família.
Grande produção(os figurinos se destacam), boa ambientação e uma época retratada fascinante.
A ação como consequência da violência entre gangues, as complicadas questões familiares o romance atraem, entende-se o sucesso da série.
O roteiro que encontra soluções fáceis para os conflitos é um limitador claro(ao menos na primeira temporada), o mesmo coloca "Peaky Blinders" num nível abaixo das grandes atuais. Talvez a obra melhore nesse quesito adiante, descobrirei isso no futuro.
Primeiro ano competente.