Um mergulho intenso, íntimo e irresistível numa amizade repleta de complexidade como nenhuma outra.
Transformações de mundo e pessoais. A vida(imparável e implacável) e suas escolhas que determinam os destinos. A ambientação histórica e o primor técnico arrebatam o espectador. O texto é poderosíssimo, nos envolve de tal maneira que nos sentimos incrivelmente próximos daquelas pessoas e nos identificamos muito com os sentimentos tão palpáveis. A construção de personagens é primorosa, os mesmos respiram humanidade.
Os processos de amadurecimento, os traumas e as decepções são deveras críveis e detalhados. O tempo passa, mas as memórias permanecem afetando(muitas vezes atormentando).
Duas protagonistas femininas num universo machista, duro e bastante conservador. Duas mulheres de personalidades opostas, que caminham em direções contrárias, ligadas por um laço potente inquebrável desde a infância. Os sentimentos conflitantes de uma em relação a outra são fascinantes. Contudo, a cumplicidade/solidariedade vista entre elas nos momentos mais difíceis é ainda mais marcante.
Lila machucada e cansada, porém dona de suas próprias escolhas. Lenù crescendo e tendo realizações, mas ainda insegura em assumir o protagonismo de sua própria história.
Sublime segunda temporada de "My Brilliant Friend". Indiscutivelmente trata-se de uma das melhores e mais obrigatórias séries da atualidade.
A genialidade como mudança de condição e salvação.
A narrativa não impressiona por sua qualidade e parte técnica(os flashbacks iniciais que mostram a mãe surgem deslocados/desajeitados e o episódio final é piegas e pouco inspirado), mas a série consegue ser envolvente graças a sua protagonista complexa e capacidade de tornar atraente o universo competitivo do xadrez. Entendo que a obra torne o xadrez popular nos próximos meses, a forma como mostram as partidas/competições é inegavelmente bem feita.
Anya Taylor-Joy é fascinante.♡ Fico feliz que essa talentosíssima atriz esteja tendo espaço em séries e filmes de sucesso.
"The Queen's Gambit" está muito longe de ser uma das melhores séries/minisséries do ano, porém trata-se de um bom entretenimento.
Uma sólida temporada que consolidou a série como uma das grandes comédias dos anos 2000.
Jim & Pam. Pam & Jim. Jim & Pam. Pam & Jim. Jim & Pam.
Essa dupla é o coração da série. Impossível não se importar com a jornada difícil de envolvimento entre os dois.
A segunda temporada humanizou Michael, deixou claro que o personagem é muito mais um sujeito carente de carinho e com medo de ser rejeitado do que um grande egoísta(embora seja obviamente um defeito seu). Dwight segue maravilhoso. A aproximação do personagem com Angela funcionou muito. Os outros coadjuvantes são muito interessantes também, acredito que os mesmos se destacam ainda mais nos anos seguintes.
Os personagens são fascinantes e excêntricos. O quinteto principal é realmente muito muito bom. O roteiro cada vez mais inspirado explora maravilhosamente bem o formato e as possibilidades sobrenaturais/satíricas da série.
O "desabrochar" de Guillermo marcou a segunda temporada, indiscutivelmente. O aparecimento/descoberta das habilidades do personagem e o maior espaço/importância do mesmo abriu caminho para novas possibilidades na trama.
A comédia mais engraçada da atualidade? Muito provavelmente.
Final marcante. Bela 2ª temporada de "What We Do in the Shadows".
*Leves detalhes da trama/possíveis spoilers abaixo!*
Limites e luto.
"Kidding" é muito competente ao equilibrar drama e humor(bastante particular, aliás) em sua trama deveras humana. Os personagens da série(mais cedo ou mais tarde) caminham numa direção na qual inevitavelmente necessitam olhar para si mesmos, tentar vencer seus tramas e saírem de suas condições atuais melancólicas/vidas estagnadas.
Jim Carrey novamente comprova seu enorme talento dramático. O ator cria uma complexa caracterização que consegue transmitir através de seu olhar inúmeros sentimentos. O protagonista transita entre euforia, profunda tristeza e explosões de raiva com naturalidade impressionante. Jeff é sinônimo de bondade, mas também oculta um profundo desespero que grita e assume o controle crescentemente. Figura fascinante.
O elenco coadjuvante também merece elogios. Há espaço para todos os personagens se destacarem em algum momento.
O texto + a persona de Larry David dão vida as nossas pequenas(ou não tão pequenas) falhas de todos os dias. Não necessariamente nos identificamos com seus atos, mas certamente já presenciamos por meio de conhecidos nossos inúmeras das atitudes, pensamentos controversos e até situações vividas pelo protagonista.
Os roteiros amarram bastante bem os episódios do início ao fim(característica muito vista também em Seinfeld). "The Doll" e "Shaq" são os mais marcantes, os mesmos apresentam momentos realmente inspirados e memoráveis.
Segundo ano superior ao primeiro. Há sem dúvida espaço para um crescimento ainda maior da série nas próximas temporadas.
A adaptação inevitável para sobreviver numa época sombria.
Os arcos são maravilhosamente construídos. A redenção e o castigo abraçam o acaso e o divino/inexplicável no processo de transformação humano que está presente na vida de todos os personagens. Molly, Lorne e Lester são personagens especialíssimos, desses que guardamos na memória. Os coadjuvantes também são muito bem bem escritos, em sua maioria são figuras exóticas e/ou complexas. Há espaço para todos brilharem em algum momento.
Ação e reação que mudam destinos de maneira radical e definitiva. Os monólogos e enigmas filosóficos enriquecem o universo e complementam maravilhosamente a trama.
Temporada deveras maravilhosa e marcante. "Fargo" é obrigatória.
David continua brilhando no seu divertido processo de adaptação(a excelência do humor físico e as expressões maravilhosas do personagem seguem me impressionando); Moira, aquela que mais parece ser diferente das pessoas de sua cidade atual, segue roubando os holofotes com sua presença marcante(Catherine O'Hara é muito talentosa); Johnny funciona ao ser o chefe de família que alterna entre momentos nos quais ele mantém a pose do passado e outros nos quais ele nos faz rir com seus instantes de desespero/pedidos de ajuda; Alexis é a patricinha que adoramos e passamos a adorá-la mais ainda ao vê-la crescer e mudar aos poucos.
David ainda é o meu favorito, mas Alexis foi quem mais subiu de patamar de uma temporada para a outra.
Um segundo ano melhor. O crescimento é nítido, acredito que a série continuará nessa pegada.
Tô curioso, mas não terei pressa para chegar ao premiado ano final.
As memórias que ganham forma num mundo de descobertas, durezas, entendimento e sensações.
Somos transportados para uma rica e atraente Itália dos anos 50 e acompanhamos os destinos e transformações dos vários personagens e lugares vividos/conhecidos pelos mesmos. A ambientação é impressionante, realmente se destaca.
A complexa e bonita amizade entre Elena e Lila sem dúvida é a alma de "My Brilliant Friend". Ao vermos o mundo e suas mudanças através dos caminhos das protagonistas conhecemos as muitas barreiras, impossibilidades e sacrifícios necessários que duas brilhantes meninas pobres precisam fazer em sua época para obter algum sucesso pessoal.
Confrontos entre classes sociais em suas muitas formas, desencontros do coração, casais inesperados e realização e frustração pessoal são vistos num universo no qual o crescimento necessário precisa lidar o tempo todo com o conservadorismo da sociedade e/ou os mais poderosos que tudo controlam.
Série de excelente contextualização histórica e enorme coração. Uma obra que esbanja sensibilidade e humanidade. Bela primeira temporada. Essa série italiana é uma gratíssima surpresa, tomara que a mesma alcance um público cada vez maior.
Despretensiosa e cativante. O humor simples e o caráter universal agradam facilmente.
O desespero da perda de status e a mudança de vida radical geram logo de cara momentos bastante divertidos. Essa questão é sempre bem explorada ao longo dos episódios, geram momentos engraçados.
Somos apresentados aos personagens e rapidamente gostamos deles. Johnny, Moira, David e Alexis possuem personalidades bastante diferentes entre si, a dinâmica ótima e bem particular de se relacionarem diz muito sobre essas diferenças. Temos aqui uma família única que nos ganha de variadas formas, aprendemos a gostar dos mesmos tanto quando estão juntos como quando não estão. Os coadjuvantes são boas surpresas, também funcionam e possuem espaço para se destacar. Sem dúvida essa é uma qualidade da série.
Alguns temas como sexualidade, amizade, amadurecimento, amor e solidão estão presentes na temporada ainda de forma meio tímida, mas acredito que os mesmos são mais bem desenvolvidos nos anos seguintes.
Boa estreia, me conquistou. Confio que as próximas temporadas são melhores.
*Possíveis/leves spoilers abaixo nos meus comentários sobre os episódios!*
Uma estreia impressionante. Logo de cara "Atlanta" mostrou que figura entre as melhores séries da atualidade.
- "B.A.N." é absolutamente genial. Narrativa inventiva, humor inspirado e conteúdo deveras crítico. Um dos melhores episódios dos últimos anos. - "Juneteenth" é um episódio que funciona como "Corra!", com o mesmo desconforto e questão racial/social, mas sem o tom de terror. - "Nobody Beats the Biebs" satiriza de forma maravilhosa a relação do público e da mídia com as celebridades e esse mundo. - "Streets on Lock" diverte com seus personagens inusitados, mas mostra duramente os diferentes preconceitos enraizados e a violência policial manifestando-se. - "The Big Bang" apresenta o tom realista, o humor inspirado tão particular e os elementos inexplicáveis da série que flertam com o surreal.
Citei os meus preferidos acima, porém gosto muito dos 10 episódios da temporada. Primeiro ano bastante sólido e excelente.
Uma das obras realmente imperdíveis de nossa época. Vejam "Atlanta".
Um olhar duro, sedutor e moderno sobre a adolescência e seus lados mais secretos e obscuros.
Visualmente é um espetáculo. A fotografia encanta e impressiona bem. A montagem e a direção esbanjam originalidade, dão ritmo e atmosfera diferenciadas a obra. Temas como dependência química e afetiva, pornografia, aborto, exposição nas redes sociais, relações abusivas e depressão são muito bem inseridos numa história de complexas e contaminadas relações. O amor e a amizade são importantes refúgios, mas até os mesmos podem ser prejudiciais dentro desse universo de complicados laços de "Euphoria".
A galeria de personagens é muito boa. Rapidamente passamos a gostar muito e/ou nos interessar por Rue, Jules e cia. Zendaya entrega uma performance marcante. Impossível não torcer pela felicidade de Rue.
Um roteiro eficiente que adentra em temas espinhosos ao mergulhar nos bastidores de um grande programa/rede de televisão. "The Morning Show" fala de maneira forte e universal sobre assédio sexual(mostrando suas muitas abordagens e formas existentes) e expõe a sujeira que quase sempre se varre para debaixo do tapete nas grandes corporações.
Tenho ressalvas quanto a qualidade da direção e tom, mas no geral a série entrega grandes momentos e faz refletir por meio de seus temas.
Jennifer Aniston, Reese Witherspoon, Billy Crudup, Steve Carell, Mark Duplass e Gugu Mbatha-Raw entregam performances convincentes. As jornadas de seus personagens nos mantém sempre interessados.
Boa estreia. Temporada intensa, de final marcante. Tomara que a série cresça nos próximos anos, material e elenco para isso certamente existem.
Caminhos obscuros e contradições da justiça e da fé inseridos numa trama de atmosfera noir que dialoga com os tempos atuais.
O excelente Matthew Rhys lidera o belo elenco. O protagonista é bastante bem construído, entendemos e vemos de forma convincente como cada motivação leva o mesmo a promover mudanças em sua vida e carreira. Juliet Rylance, John Lithgow, Tatiana Maslany, Lili Taylor e Gayle Rankin são alguns dos nomes que também se destacam.
Temporada de qualidade crescente e ótimo final. "Perry Mason" tem tudo para crescer nos próximos anos. Bela estreia.
A criatividade para brincar com o gênero de vampiros é enorme. A série diverte enormemente ao mergulhar nas tradições vampirescas de centenas de anos e confrontá-la com a modernidade do mundo atual. O roteiro esperto e inspirado explora muito bem o choque entre seres e mundos tão diferentes. O formato mockumentary é um grande acerto indiscutivelmente, o mesmo torna toda a experiência ainda mais rica.
Nandor, Nadja, Laszlo, Guillermo e Colin Robinson são personagens realmente ótimos, igualmente engraçados e interessantes. As participações especiais também são uma atração à parte, realmente empolgam.
Apenas uma temporada foi o suficiente para termos certeza que "What We Do in the Shadows" veio para ficar.
Uma rotina de contratempos de facílima identificação. Situações constrangedoras, temas espinhosos e falhas extremamente humanas e reprováveis dos personagens dominam os muito bem escritos episódios. Ver pessoas famosas interpretando si mesmas em participações especiais é um deleite à parte, tal fator aumenta ainda mais o caráter realista das cenas criadas. O que dizer de assistir a rainha Julia num episódio? Sem palavras para o quanto amei vê-la.
O criador de Seinfeld(um dos) sempre merece atenção e respeito. "Curb Your Enthusiasm" comprova que Larry David continua afiado.
Acredito que vou achar os anos seguintes ainda melhores. Bela temporada de estreia.
Décadas de imenso desgaste e provações derrubam relações e expõem o que há de pior nos corações. Personagens repletos de falhas se esbarram e magoam, tropeçam nas próprias pernas e tentam como podem seguir. Aceitar as perdas e acreditar no recomeço são as alternativas que restam.
Drama devastador, desses difíceis de serem vistos todos de uma vez. O sofrimento humano visto é deveras palpável.
Mark Ruffalo está irretocável. O ator possui uma carreira sólida, mas dá para afirmar que está performance é a melhor de sua carreira.
O piloto é excelente, mas o fato de ser basicamente igual ao da original britânica me deixou com boas dúvidas do que viria nos próximos episódios. Felizmente, a série mostrou méritos próprios durante os seis episódios.
A apresentação de universo e personagens são fascinantes. Rapidamente somos envolvidos por essa dinâmica profissional de facílima identificação, porém repleta de absurdos hilários e constrangedores. Michael é o chefe que se acha o cara mais fodão, mas na verdade é apenas um grande covarde; Pam e Jim formam uma dupla repleta de carisma que se gosta muito; e Dwight é o bobão de quem adoramos rir. Os personagens são interessantes e as interações mais ainda. Fui conquistado, não há dúvida.
Expectativa ótima para os anos seguintes. "The Office" mostra-se bem diferenciada já em sua primeira temporada.
O grande número de arroubos emocionais e coincidências facilitadoras mostram a falta de sutileza na construção. Contudo, a série mostra-se envolvente. Os episódios conseguem nos prender sem tanta dificuldade.
As reflexões são pertinentes e os temas atuais, há uma real comoção com sentimentos universais. Maternidade, racismo, privilégios de classe, sexualidade e liberdade são alguns dos importantes assuntos abordados. O texto não é excelente, porém sempre é bom ver questões tão relevantes vistas numa obra audiovisual.
Gostei de conhecer algumas jovens atrizes e atores, foi uma das coisas bacanas apresentadas.
A acirrada busca pelo estrelato numa otimista fábula sobre a importância das oportunidades para as minorias. As boas intenções e o charme da época retratada são fatores positivos, mas o desenrolar frágil e pouquíssimo convincente comprometem a obra.
Gosto do elenco, apesar de alguns(especialmente boa parte dos atores principais) não se saírem tão bem assim. Jeremy Pope é o melhor deles. Ver atores interpretando figuras como Vivien Leigh, George Cukor e Rock Hudson também foi bem bacana, um deleite para qualquer cinéfilo.
Uma pena ver uma minissérie com tantos temas ricos inseridos em sua história não aprofundar os mesmos de forma complexa e sólida como poderia.
Uma figura histórica inspiradora numa história sem inspiração.
Personagens mal desenvolvidos e ações pouco críveis dentro de uma trama novelesca bem brega e piegas. Um claro desperdício de elenco e potencial. Os temas relevantes existentes não são o suficiente para emplacar a obra da 1ª mulher a se tornar milionária nos EUA.
"Self Made: Inspired by the Life of Madam C.J. Walker" é o típico produto bem discutível que vemos(eu pelo menos) apenas por estar indicado em alguma premiação muito importante. Minisséries desse nível não deveriam conseguir nomeação alguma no Emmy.
Os complicados processos da justiça e a dedicação profissional como dever humano com o próximo.
Depois de um piloto intrigante e surpreendente, "Unbelievable" apresenta episódios de estrutura parecida com as séries criminais tradicionais, aquelas com os "caso da semana". enquanto acompanhamos o desenrolar detalhista do avanço da investigação, vemos também um importante espaço para as vítimas e suas jornadas. Os dramas e sequelas bastante críveis dessas mulheres engrandecem bastante os episódios.
Uma sociedade que se aproveita das fraquezas e julga precipitadamente deixa(ou pode deixar) marcas irreversíveis. Os prejuízos atingem todos os níveis psicológicos, pessoais e profissionais. A jornada de Marie(especialmente) é bastante comovente.
A boa construção e tensão crescente da investigação que domina a trama torna-se ainda mais interessante graças a dupla de detetives protagonistas. As policiais Karen e Grace são muito bem desenvolvidas, ambas tão diferentes em termos de personalidade, mas tão parecidas na dedicação extrema com a profissão - uma entrega que tira a possibilidade de preciosos momentos em casa e/ou impedem uma vida pessoal mais saudável. São duas personagens fascinantes. Uma dupla marcante(com enorme química) que poderia tranquilamente estrelar uma série de muitas temporadas.
Reflexiva, envolvente, tocante e relevante obra. Kaitlyn Dever, Merritt Wever e Toni Collette atuam em altíssimo nível.
Uma jornada de introspecção transformadora. "I May Destroy You" mergulha na mente e na alma de sua protagonista. Michaela Coel aprofunda de maneira super complexa, direta e corajosa sua trama sobre consentimento e abuso sexual no mundo contemporâneo.
O tema do estupro é colocado na tela em suas inúmeras possibilidades e camadas. Tudo é discutido de forma tão eloquente que essa série merece ser reconhecida como uma verdadeira aula definitiva sobre o assunto. Vítimas, abusadores, amigos e cúmplices(diretos e indiretos) sendo observados e estudados de forma bastante humana e realista. Questões difíceis de serem abordadas são colocadas em debate e destrinchadas. Diferentes lados e ângulos inesperados são discutidos com sobriedade admirável.
Os episódios fluem num ritmo maravilhosamente envolvente. A série consegue transmitir certa leveza e humor mesmo sem nunca abandonar nem por um segundo seu caráter questionador.
Os coadjuvantes(bastante importantes e bem aproveitados) e as subtramas também ficam na memória. Feminismo, privilégios de classe, inoperância da justiça criminal, uso moderno e dependência das redes sociais e um olhar geral que aponta outros lados e intenções em ações aparentemente positivas(de pessoas e instituições) são alguns exemplos dos muitos assuntos presentes nos 12 episódios. O olhar apurado de Coel sobre o mundo atual é único.
O último episódio, o brilhante "Ego Death", encerra a obra lindamente. Um episódio que eleva o material a outro nível em termos de direção e profundidade narrativa.
"I May Destroy You" é tudo isso e mais um pouco. Provavelmente, a série mais arrebatadora e obrigatória de 2020.
A Amiga Genial (2ª Temporada)
4.6 42 Assista AgoraUm mergulho intenso, íntimo e irresistível numa amizade repleta de complexidade como nenhuma outra.
Transformações de mundo e pessoais. A vida(imparável e implacável) e suas escolhas que determinam os destinos.
A ambientação histórica e o primor técnico arrebatam o espectador.
O texto é poderosíssimo, nos envolve de tal maneira que nos sentimos incrivelmente próximos daquelas pessoas e nos identificamos muito com os sentimentos tão palpáveis.
A construção de personagens é primorosa, os mesmos respiram humanidade.
Os processos de amadurecimento, os traumas e as decepções são deveras críveis e detalhados.
O tempo passa, mas as memórias permanecem afetando(muitas vezes atormentando).
Duas protagonistas femininas num universo machista, duro e bastante conservador.
Duas mulheres de personalidades opostas, que caminham em direções contrárias, ligadas por um laço potente inquebrável desde a infância. Os sentimentos conflitantes de uma em relação a outra são fascinantes. Contudo, a cumplicidade/solidariedade vista entre elas nos momentos mais difíceis é ainda mais marcante.
Lila machucada e cansada, porém dona de suas próprias escolhas.
Lenù crescendo e tendo realizações, mas ainda insegura em assumir o protagonismo de sua própria história.
Sublime segunda temporada de "My Brilliant Friend". Indiscutivelmente trata-se de uma das melhores e mais obrigatórias séries da atualidade.
O Gambito da Rainha
4.4 931 Assista AgoraA genialidade como mudança de condição e salvação.
A narrativa não impressiona por sua qualidade e parte técnica(os flashbacks iniciais que mostram a mãe surgem deslocados/desajeitados e o episódio final é piegas e pouco inspirado), mas a série consegue ser envolvente graças a sua protagonista complexa e capacidade de tornar atraente o universo competitivo do xadrez.
Entendo que a obra torne o xadrez popular nos próximos meses, a forma como mostram as partidas/competições é inegavelmente bem feita.
Anya Taylor-Joy é fascinante.♡ Fico feliz que essa talentosíssima atriz esteja tendo espaço em séries e filmes de sucesso.
"The Queen's Gambit" está muito longe de ser uma das melhores séries/minisséries do ano, porém trata-se de um bom entretenimento.
The Office (2ª Temporada)
4.5 392Uma sólida temporada que consolidou a série como uma das grandes comédias dos anos 2000.
Jim & Pam.
Pam & Jim.
Jim & Pam.
Pam & Jim.
Jim & Pam.
Essa dupla é o coração da série. Impossível não se importar com a jornada difícil de envolvimento entre os dois.
A segunda temporada humanizou Michael, deixou claro que o personagem é muito mais um sujeito carente de carinho e com medo de ser rejeitado do que um grande egoísta(embora seja obviamente um defeito seu).
Dwight segue maravilhoso. A aproximação do personagem com Angela funcionou muito.
Os outros coadjuvantes são muito interessantes também, acredito que os mesmos se destacam ainda mais nos anos seguintes.
Bela segunda temporada. Obra deliciosa.
O Que Fazemos nas Sombras (2ª Temporada)
4.4 59O crescimento de um universo especialíssimo.
Os personagens são fascinantes e excêntricos. O quinteto principal é realmente muito muito bom.
O roteiro cada vez mais inspirado explora maravilhosamente bem o formato e as possibilidades sobrenaturais/satíricas da série.
O "desabrochar" de Guillermo marcou a segunda temporada, indiscutivelmente.
O aparecimento/descoberta das habilidades do personagem e o maior espaço/importância do mesmo abriu caminho para novas possibilidades na trama.
A comédia mais engraçada da atualidade? Muito provavelmente.
Final marcante. Bela 2ª temporada de "What We Do in the Shadows".
Kidding (1ª Temporada)
4.4 104*Leves detalhes da trama/possíveis spoilers abaixo!*
Limites e luto.
"Kidding" é muito competente ao equilibrar drama e humor(bastante particular, aliás) em sua trama deveras humana. Os personagens da série(mais cedo ou mais tarde) caminham numa direção na qual inevitavelmente necessitam olhar para si mesmos, tentar vencer seus tramas e saírem de suas condições atuais melancólicas/vidas estagnadas.
Jim Carrey novamente comprova seu enorme talento dramático. O ator cria uma complexa caracterização que consegue transmitir através de seu olhar inúmeros sentimentos.
O protagonista transita entre euforia, profunda tristeza e explosões de raiva com naturalidade impressionante. Jeff é sinônimo de bondade, mas também oculta um profundo desespero que grita e assume o controle crescentemente. Figura fascinante.
O elenco coadjuvante também merece elogios. Há espaço para todos os personagens se destacarem em algum momento.
Bela temporada e obra.
Segura a Onda (2ª Temporada)
4.3 15 Assista AgoraQuanto mais azarado melhor.
O texto + a persona de Larry David dão vida as nossas pequenas(ou não tão pequenas) falhas de todos os dias. Não necessariamente nos identificamos com seus atos, mas certamente já presenciamos por meio de conhecidos nossos inúmeras das atitudes, pensamentos controversos e até situações vividas pelo protagonista.
Os roteiros amarram bastante bem os episódios do início ao fim(característica muito vista também em Seinfeld). "The Doll" e "Shaq" são os mais marcantes, os mesmos apresentam momentos realmente inspirados e memoráveis.
Segundo ano superior ao primeiro. Há sem dúvida espaço para um crescimento ainda maior da série nas próximas temporadas.
Fargo (1ª Temporada)
4.5 511A adaptação inevitável para sobreviver numa época sombria.
Os arcos são maravilhosamente construídos. A redenção e o castigo abraçam o acaso e o divino/inexplicável no processo de transformação humano que está presente na vida de
todos os personagens.
Molly, Lorne e Lester são personagens especialíssimos, desses que guardamos na memória. Os coadjuvantes também são muito bem bem escritos, em sua maioria são figuras exóticas e/ou complexas. Há espaço para todos brilharem em algum momento.
Ação e reação que mudam destinos de maneira radical e definitiva.
Os monólogos e enigmas filosóficos enriquecem o universo e complementam maravilhosamente a trama.
Temporada deveras maravilhosa e marcante. "Fargo" é obrigatória.
Schitt's Creek (2ª Temporada)
4.0 18Uma jornada de amadurecimento.
David continua brilhando no seu divertido processo de adaptação(a excelência do humor físico e as expressões maravilhosas do personagem seguem me impressionando);
Moira, aquela que mais parece ser diferente das pessoas de sua cidade atual, segue roubando os holofotes com sua presença marcante(Catherine O'Hara é muito talentosa);
Johnny funciona ao ser o chefe de família que alterna entre momentos nos quais ele mantém a pose do passado e outros nos quais ele nos faz rir com seus instantes de desespero/pedidos de ajuda;
Alexis é a patricinha que adoramos e passamos a adorá-la mais ainda ao vê-la crescer e mudar aos poucos.
David ainda é o meu favorito, mas Alexis foi quem mais subiu de patamar de uma temporada para a outra.
Um segundo ano melhor. O crescimento é nítido, acredito que a série continuará nessa pegada.
Tô curioso, mas não terei pressa para chegar ao premiado ano final.
A Amiga Genial (1ª Temporada)
4.5 80 Assista AgoraAs memórias que ganham forma num mundo de descobertas, durezas, entendimento e sensações.
Somos transportados para uma rica e atraente Itália dos anos 50 e acompanhamos os destinos e transformações dos vários personagens e lugares vividos/conhecidos pelos mesmos. A ambientação é impressionante, realmente se destaca.
A complexa e bonita amizade entre Elena e Lila sem dúvida é a alma de "My Brilliant Friend". Ao vermos o mundo e suas mudanças através dos caminhos das protagonistas conhecemos as muitas barreiras, impossibilidades e sacrifícios necessários que duas brilhantes meninas pobres precisam fazer em sua época para obter algum sucesso pessoal.
Confrontos entre classes sociais em suas muitas formas, desencontros do coração, casais inesperados e realização e frustração pessoal são vistos num universo no qual o crescimento necessário precisa lidar o tempo todo com o conservadorismo da sociedade e/ou os mais poderosos que tudo controlam.
Série de excelente contextualização histórica e enorme coração. Uma obra que esbanja sensibilidade e humanidade.
Bela primeira temporada. Essa série italiana é uma gratíssima surpresa, tomara que a mesma alcance um público cada vez maior.
Schitt's Creek (1ª Temporada)
3.8 23Despretensiosa e cativante. O humor simples e o caráter universal agradam facilmente.
O desespero da perda de status e a mudança de vida radical geram logo de cara momentos bastante divertidos. Essa questão é sempre bem explorada ao longo dos episódios, geram momentos engraçados.
Somos apresentados aos personagens e rapidamente gostamos deles. Johnny, Moira, David e Alexis possuem personalidades bastante diferentes entre si, a dinâmica ótima e bem particular de se relacionarem diz muito sobre essas diferenças. Temos aqui uma família única que nos ganha de variadas formas, aprendemos a gostar dos mesmos tanto quando estão juntos como quando não estão.
Os coadjuvantes são boas surpresas, também funcionam e possuem espaço para se destacar. Sem dúvida essa é uma qualidade da série.
Alguns temas como sexualidade, amizade, amadurecimento, amor e solidão estão presentes na temporada ainda de forma meio tímida, mas acredito que os mesmos são mais bem desenvolvidos nos anos seguintes.
Boa estreia, me conquistou. Confio que as próximas temporadas são melhores.
Atlanta (1ª Temporada)
4.5 294 Assista Agora*Possíveis/leves spoilers abaixo nos meus comentários sobre os episódios!*
Uma estreia impressionante. Logo de cara "Atlanta" mostrou que figura entre as melhores séries da atualidade.
- "B.A.N." é absolutamente genial. Narrativa inventiva, humor inspirado e conteúdo deveras crítico. Um dos melhores episódios dos últimos anos.
- "Juneteenth" é um episódio que funciona como "Corra!", com o mesmo desconforto e questão racial/social, mas sem o tom de terror.
- "Nobody Beats the Biebs" satiriza de forma maravilhosa a relação do público e da mídia com as celebridades e esse mundo.
- "Streets on Lock" diverte com seus personagens inusitados, mas mostra duramente os diferentes preconceitos enraizados e a violência policial manifestando-se.
- "The Big Bang" apresenta o tom realista, o humor inspirado tão particular e os elementos inexplicáveis da série que flertam com o surreal.
Citei os meus preferidos acima, porém gosto muito dos 10 episódios da temporada.
Primeiro ano bastante sólido e excelente.
Uma das obras realmente imperdíveis de nossa época. Vejam "Atlanta".
Barry (2ª Temporada)
4.3 122Revi essa temporada espetacular e achei ainda mais impressionante. Série obrigatória, tranquilamente uma das melhores 5 da atualidade.
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 892Um olhar duro, sedutor e moderno sobre a adolescência e seus lados mais secretos e obscuros.
Visualmente é um espetáculo. A fotografia encanta e impressiona bem.
A montagem e a direção esbanjam originalidade, dão ritmo e atmosfera diferenciadas a obra.
Temas como dependência química e afetiva, pornografia, aborto, exposição nas redes sociais, relações abusivas e depressão são muito bem inseridos numa história de complexas e contaminadas relações. O amor e a amizade são importantes refúgios, mas até os mesmos podem ser prejudiciais dentro desse universo de complicados laços de "Euphoria".
A galeria de personagens é muito boa. Rapidamente passamos a gostar muito e/ou nos interessar por Rue, Jules e cia.
Zendaya entrega uma performance marcante. Impossível não torcer pela felicidade de Rue.
Uma das belas séries a estrearem em 2019.
The Morning Show (1ª Temporada)
4.4 207A arte como resposta.
Um roteiro eficiente que adentra em temas espinhosos ao mergulhar nos bastidores de um grande programa/rede de televisão. "The Morning Show" fala de maneira forte e universal sobre assédio sexual(mostrando suas muitas abordagens e formas existentes) e expõe a sujeira que quase sempre se varre para debaixo do tapete nas grandes corporações.
Tenho ressalvas quanto a qualidade da direção e tom, mas no geral a série entrega grandes momentos e faz refletir por meio de seus temas.
Jennifer Aniston, Reese Witherspoon, Billy Crudup, Steve Carell, Mark Duplass e Gugu Mbatha-Raw entregam performances convincentes. As jornadas de seus personagens nos mantém sempre interessados.
Boa estreia. Temporada intensa, de final marcante.
Tomara que a série cresça nos próximos anos, material e elenco para isso certamente existem.
Perry Mason (1ª Temporada)
3.8 34 Assista AgoraUma reimaginação sombria, dramática e atraente.
Caminhos obscuros e contradições da justiça e da fé inseridos numa trama de atmosfera noir que dialoga com os tempos atuais.
O excelente Matthew Rhys lidera o belo elenco. O protagonista é bastante bem construído, entendemos e vemos de forma convincente como cada motivação leva o mesmo a promover mudanças em sua vida e carreira.
Juliet Rylance, John Lithgow, Tatiana Maslany, Lili Taylor e Gayle Rankin são alguns dos nomes que também se destacam.
Temporada de qualidade crescente e ótimo final. "Perry Mason" tem tudo para crescer nos próximos anos. Bela estreia.
O Que Fazemos nas Sombras (1ª Temporada)
4.4 94Uma comédia especialíssima.
A criatividade para brincar com o gênero de vampiros é enorme. A série diverte enormemente ao mergulhar nas tradições vampirescas de centenas de anos e confrontá-la com a modernidade do mundo atual. O roteiro esperto e inspirado explora muito bem o choque entre seres e mundos tão diferentes.
O formato mockumentary é um grande acerto indiscutivelmente, o mesmo torna toda a experiência ainda mais rica.
Nandor, Nadja, Laszlo, Guillermo e Colin Robinson são personagens realmente ótimos, igualmente engraçados e interessantes. As participações especiais também são uma atração à parte, realmente empolgam.
Apenas uma temporada foi o suficiente para termos certeza que "What We Do in the Shadows" veio para ficar.
Uma das melhores comédias da atualidade.
Segura a Onda (1ª Temporada)
4.3 46 Assista AgoraO azar cotidiano.
Uma rotina de contratempos de facílima identificação. Situações constrangedoras, temas espinhosos e falhas extremamente humanas e reprováveis dos personagens dominam os muito bem escritos episódios.
Ver pessoas famosas interpretando si mesmas em participações especiais é um deleite à parte, tal fator aumenta ainda mais o caráter realista das cenas criadas. O que dizer de assistir a rainha Julia num episódio? Sem palavras para o quanto amei vê-la.
O criador de Seinfeld(um dos) sempre merece atenção e respeito. "Curb Your Enthusiasm" comprova que Larry David continua afiado.
Acredito que vou achar os anos seguintes ainda melhores. Bela temporada de estreia.
I Know This Much Is True
4.3 105 Assista AgoraO sobreviver às heranças e rachaduras.
Décadas de imenso desgaste e provações derrubam relações e expõem o que há de pior nos corações. Personagens repletos de falhas se esbarram e magoam, tropeçam nas próprias pernas e tentam como podem seguir.
Aceitar as perdas e acreditar no recomeço são as alternativas que restam.
Drama devastador, desses difíceis de serem vistos todos de uma vez. O sofrimento humano visto é deveras palpável.
Mark Ruffalo está irretocável. O ator possui uma carreira sólida, mas dá para afirmar que está performance é a melhor de sua carreira.
Competente e intensa minissérie da HBO(mais uma).
The Office (1ª Temporada)
4.1 554Uma bela temporada de estreia.
O piloto é excelente, mas o fato de ser basicamente igual ao da original britânica me deixou com boas dúvidas do que viria nos próximos episódios. Felizmente, a série mostrou méritos próprios durante os seis episódios.
A apresentação de universo e personagens são fascinantes. Rapidamente somos envolvidos por essa dinâmica profissional de facílima identificação, porém repleta de absurdos hilários e constrangedores.
Michael é o chefe que se acha o cara mais fodão, mas na verdade é apenas um grande covarde; Pam e Jim formam uma dupla repleta de carisma que se gosta muito; e Dwight é o bobão de quem adoramos rir.
Os personagens são interessantes e as interações mais ainda. Fui conquistado, não há dúvida.
Expectativa ótima para os anos seguintes. "The Office" mostra-se bem diferenciada já em sua primeira temporada.
Pequenos Incêndios Por Toda Parte
4.3 526 Assista AgoraSacrifícios, pertencimento e recomeços.
O grande número de arroubos emocionais e coincidências facilitadoras mostram a falta de sutileza na construção. Contudo, a série mostra-se envolvente. Os episódios conseguem nos prender sem tanta dificuldade.
As reflexões são pertinentes e os temas atuais, há uma real comoção com sentimentos universais.
Maternidade, racismo, privilégios de classe, sexualidade e liberdade são alguns dos importantes assuntos abordados. O texto não é excelente, porém sempre é bom ver questões tão relevantes vistas numa obra audiovisual.
Gostei de conhecer algumas jovens atrizes e atores, foi uma das coisas bacanas apresentadas.
Minissérie de altos e baixos.
Hollywood
4.1 330 Assista AgoraEntre sonhos e favores.
A acirrada busca pelo estrelato numa otimista fábula sobre a importância das oportunidades para as minorias. As boas intenções e o charme da época retratada são fatores positivos, mas o desenrolar frágil e pouquíssimo convincente comprometem a obra.
Gosto do elenco, apesar de alguns(especialmente boa parte dos atores principais) não se saírem tão bem assim. Jeremy Pope é o melhor deles.
Ver atores interpretando figuras como Vivien Leigh, George Cukor e Rock Hudson também foi bem bacana, um deleite para qualquer cinéfilo.
Uma pena ver uma minissérie com tantos temas ricos inseridos em sua história não aprofundar os mesmos de forma complexa e sólida como poderia.
Apenas regular.
A Vida e a História de Madam C.J. Walker
4.2 222 Assista AgoraUma figura histórica inspiradora numa história sem inspiração.
Personagens mal desenvolvidos e ações pouco críveis dentro de uma trama novelesca bem brega e piegas.
Um claro desperdício de elenco e potencial. Os temas relevantes existentes não são o suficiente para emplacar a obra da 1ª mulher a se tornar milionária nos EUA.
"Self Made: Inspired by the Life of Madam C.J. Walker" é o típico produto bem discutível que vemos(eu pelo menos) apenas por estar indicado em alguma premiação muito importante. Minisséries desse nível não deveriam conseguir nomeação alguma no Emmy.
Fraca e decepcionante.
Inacreditável
4.4 424 Assista AgoraOs complicados processos da justiça e a dedicação profissional como dever humano com o próximo.
Depois de um piloto intrigante e surpreendente, "Unbelievable" apresenta episódios de estrutura parecida com as séries criminais tradicionais, aquelas com os "caso da semana".
enquanto acompanhamos o desenrolar detalhista do avanço da investigação, vemos também um importante espaço para as vítimas e suas jornadas. Os dramas e sequelas bastante críveis dessas mulheres engrandecem bastante os episódios.
Uma sociedade que se aproveita das fraquezas e julga precipitadamente deixa(ou pode deixar) marcas irreversíveis. Os prejuízos atingem todos os níveis psicológicos, pessoais e profissionais. A jornada de Marie(especialmente) é bastante comovente.
A boa construção e tensão crescente da investigação que domina a trama torna-se ainda mais interessante graças a dupla de detetives protagonistas. As policiais Karen e Grace são muito bem desenvolvidas, ambas tão diferentes em termos de personalidade, mas tão parecidas na dedicação extrema com a profissão - uma entrega que tira a possibilidade de preciosos momentos em casa e/ou impedem uma vida pessoal mais saudável. São duas personagens fascinantes. Uma dupla marcante(com enorme química) que poderia tranquilamente estrelar uma série de muitas temporadas.
Reflexiva, envolvente, tocante e relevante obra. Kaitlyn Dever, Merritt Wever e Toni Collette atuam em altíssimo nível.
Uma das excelentes minisséries dos últimos anos.
I May Destroy You
4.5 277 Assista AgoraTrauma, enfrentamento e cura.
Uma jornada de introspecção transformadora. "I May Destroy You" mergulha na mente e na alma de sua protagonista. Michaela Coel aprofunda de maneira super complexa, direta e corajosa sua trama sobre consentimento e abuso sexual no mundo contemporâneo.
O tema do estupro é colocado na tela em suas inúmeras possibilidades e camadas.
Tudo é discutido de forma tão eloquente que essa série merece ser reconhecida como uma verdadeira aula definitiva sobre o assunto.
Vítimas, abusadores, amigos e cúmplices(diretos e indiretos) sendo observados e estudados de forma bastante humana e realista. Questões difíceis de serem abordadas são colocadas em debate e destrinchadas. Diferentes lados e ângulos inesperados são discutidos com sobriedade admirável.
Os episódios fluem num ritmo maravilhosamente envolvente. A série consegue transmitir certa leveza e humor mesmo sem nunca abandonar nem por um segundo seu caráter questionador.
Os coadjuvantes(bastante importantes e bem aproveitados) e as subtramas também ficam na memória. Feminismo, privilégios de classe, inoperância da justiça criminal, uso moderno e dependência das redes sociais e um olhar geral que aponta outros lados e intenções em ações aparentemente positivas(de pessoas e instituições) são alguns exemplos dos muitos assuntos presentes nos 12 episódios. O olhar apurado de Coel sobre o mundo atual é único.
O último episódio, o brilhante "Ego Death", encerra a obra lindamente. Um episódio que eleva o material a outro nível em termos de direção e profundidade narrativa.
"I May Destroy You" é tudo isso e mais um pouco. Provavelmente, a série mais arrebatadora e obrigatória de 2020.