Serve como um documento precursor do melhor que o Lanthimos pode fazer, pois há vários elementos que se tornariam característicos do seu cinema, como o confronto às normas sociais, a visão de um mundo sem sublimações e uma atmosfera de incômodo e desconforto constante, baseada principalmente nas interações nada naturais entre os personagens. De resto, é de um experimentalismo vago e confuso, num filme de poucas palavras e com pouquíssimo brilho. Mesmo sabendo a sinopse, não dá pra entender bem qual é o ponto do filme. Que bom que depois o diretor saberia como direcionar melhor suas narrativas.
O acompanhamento da rotina estava se tornando um pouco cansativo, mas quando a sobrinha entra no filme, a coisa se torna aconchegante e emocional de uma forma gostosa. A cena final de Koji Yakusho é a melhor de 2023 com facilidade. Wim Wenders não sabe deixar de ser mestre no que faz.
Dos jogos políticos feitos em segredo do primeiro filme, temos uma continuação que foca mais no confronto direto. As cenas das batalhas e lutas estão impecáveis, assim como tudo relativo à técnica e estética do filme. Por investir ainda mais no deserto, a fotografia sobe um degrau a mais, e ainda impressiona o quanto os efeitos especiais são orgânicos, pois é impossível pensar que as máquinas e naves de proporções colossais são feitas em CGI. O trabalho de som e a trilha sonora também conseguem superar o antecessor, novamente devido à maior ambientação no deserto, que traz todo o peso do som dos vermes gigantes, além da trilha se tornar ainda mais imponente. O elenco está todo muito bom, com destaque para Rebecca Ferguson (no pique joga y joga), Austin Butler (Feyd-Rautha de respeito) e Chalamet (incrível pensar que ele pôde passar tanta imponência como no ato final). Não li o livro para comparar, mas gostei de como o roteiro se construiu. Há algumas quedas de ritmo, mas isso é bem entrecortado pelos momentos de ação. A construção do romance foi sutil, mas funcional, e o destaque fica para o terceiro ato frenético. Um belo conto sobre como déspotas nascem e se desenvolvem. Que venha Messias de Duna.
Não sei se entendi todas as intenções, mas sei que senti tudo que o filme quis passar. Uma experiência muito íntima e profunda, um desnudamento da vida do protagonista que nos deixa cada vez mais conectados a ele. Um drama de toques surrealistas que encontra caminhos diferentes para ser o mais honesto possível sobre amor, traumas, solidão, luto, isolamento. Incrível como o elenco, sem exceções, se sai de forma excepcional e a direção dá ao filme uma atmosfera própria, atemporal, magnética. A trilha sonora é um aconchego e, apesar de muito triste, tudo é muito bonito e poético. A cena final é de deixar sem palavras.
Não pensava que um filme repleto de caras malhados ia me fazer chorar. Que história dolorosa - e pensar que ainda teve o Chris von Erich que nem foi adicionado ao filme e teve destino semelhante a alguns dos seus irmãos -, é muito difícil pensar como Kevin e a mãe conseguiram (o pai não, esse era um desgraçado que só sabia colocar pressão nas costas dos filhos). Atuações no ponto, mas o trio Zac Efron, Jeremy Allen White e Harris Dickinson brilham um pouco mais. O momento do reencontro de Kerry com David, Mike e Jack Jr., além da cena final, me derrubaram. E ainda por cima as cenas de luta ficaram todas muito boas. Bela fotografia e belo trabalho de Sean Durkin roteirizando e dirigindo.
Impactante. De uma forma distinta do que é habitual no cinema, sem apelar à espetacularização da violência e ao melodrama, Glazer traz a normalização da barbárie com os algozes em foco. A beleza dos cenários verdes e floridos da casa e dos arredores bucólicos contrastam com as chaminés expelindo cinzas e fumaça dos mortos nos campos de concentração, dos prédios opacos e opressivos de Auschwitz e, principalmente, dos sons sórdidos de gritos, tiros, latidos, choros e todo tipo de expressão sonora que representa os sofrimentos vividos pelas vítimas do Holocausto - um mérito ímpar da equipe responsável pelo som no filme, que é basicamente um personagem. É uma experiência desconfortável, porque ver aquela família vivendo tranquilamente, conversando sobre como matar mais pessoas e ameaçando a vida de quem está dentro de sua própria casa é constatar não só que o passado é cruel, mas o presente também, pois vivemos rodeados de sordidez e crueldade e encaramos de forma semelhante, às vezes incomodados, mas quase sempre apáticos ou indiferentes. A sequência final, nas escadas e no museu, é muito marcante.
Tenho plena certeza que Lanthimos é a reencarnação de Sócrates: grego e questionador de nossa realidade. Nada é estabelecido nas obras dele, e isso é sempre o que mais me fascina. Acordos sociais são apagados e seus mundos são o real sem filtros sublimantes. No fundo, a própria ideia de identidade é só mais um construto social, e o eu e o outro têm o mesmo valor: nenhum.
Uma base do cinema de Miyazaki em cinco minutos, bucólico, aconchegante e com uma protagonista com peculiaridades. Dá um bom exemplo de tudo que estaria por vir.
Comecei a ver sem esperar nada e acabei ficando interessado de cara pela história. É o primeiro dorama que assisto e gostei da experiência. Trama interessante, boas reviravoltas, personagens cativantes e odiáveis e um enredo que soube trazer novos elementos no momento certo. Algumas decisões não são tão boas e alguns episódios ficam confusos com o tanto de informações, mas no final o encerramento foi bastante satisfatório.
Poderia ser um filme qualquer, cheio de saídas fáceis e invencionices, mas tudo muda de figura quando os elementos metalinguísticos entram em cena. O teor infantil, fantasioso e conveniente do filme se explica de uma forma muito satisfatória, pois coloca a história como uma narrativa em construção pelos próprios personagens, que a cada nova adição se expande e mostra como uma história não precisa ter um fim, fazer sentido ou ser simples. Charlie Kaufman diferente do habitual, mas se saindo bem.
Bonitinho, caloroso e bem padrão. Diverte e traz a velha história de amor familiar, superar diferenças e correr atrás de objetivos que já cansamos de ver nos filmes americanos, mas não ofende nem incomoda em momento algum. O carisma dos pais da protagonista e as escaramuças entre as avós deixam tudo mais divertido.
Tem uma premissa interessante, mas se desenvolve sem despertar muito interesse. Talvez as fracas atuações pesem negativamente nesse sentido. Não cativou muito.
Uma prévia do que seria visto, aprofundado e desenvolvido em O Som ao Redor. Um retrato bem fiel do cotidiano de classe média, com direito a uma surpresinha no fim. Acabou sendo também uma propaganda e tanto da Omo.
Achei que foi o filme mais feliz que vi do Lanthimos até hoje (provavelmente só não vi um ou dois, então é quase certeza que é o filme mais "alto astral" do cara). É um filme fora da caixinha e que põe em questão - como bem pontuado no próprio roteiro - a polidez social, os contratos estabelecidos e as relações intra e interpessoais. Com exceção de Bella, todos são estereótipos, enquanto a protagonista é uma folha em branco pronta a ser preenchida, que parte de um contexto baseado no empirismo e livre de amarras emocionais ou sociais. Por isso, a descoberta do sexo e a relação íntima com isso é tão presente no filme e é retratada de várias formas, pois o nosso incômodo com o sexo é um construto moral que nos é inserido desde que nascemos. E o filme deixa bem claro quem são os indivíduos que oferecem somente isso a Bella, e não são os melhores exemplos. É cinema de Lanthimos como esperado, e me impressiona ver tanta gente chocada quando o diretor nunca foi diferente disso, e sempre lidou com sexo, absurdo e amoralidade de forma crua. Aqui, ele conseguiu ser ainda mais poético, mas também divertidíssimo. O elenco está incrível, mas Emma Stone com facilidade é o destaque, e a disputa entre ela e Lily Gladstone no Oscar vai ser acirrada. Mais uma vez Lanthimos acerta em incomodar, mas também em fazer refletir e, por que não, se divertir.
Parece que a música e o clipe ganham um peso novo ao ver esse documentário. Entender o processo de composição e gravação, os esforços e a dedicação dos envolvidos, especialmente de Quincy Jones, Lionel Richie e Michael Jackson, além das particularidades de cada um ali que foram respeitadas ou deixadas de lado, é o que torna esse projeto maior do que ele mesmo. É isso que faz falta na música pop de hoje em dia, esse tipo de comunhão em prol de.um objetivo maior. Grande momento da história da música pop.
Pungente, belo e doloroso. Cada parte da história te faz acreditar em um culpado diferente, para no final a coisa ser muito diferente do que se pode acreditar vendo somente as partes, e não o todo. Toda história é feita de várias partes, e toda vida tem seus segredos. Há realmente um monstro? Ou nós precisamos criá-los? O final é dolorosamente poético.
Uma delícia de animação, com cores vivas, traços cartunescos e um universo diferente, mas muito igual ao nosso. Os caminhos do cão e do robô, formados pelos encontros e desencontros, acabam funcionando como um grande reflexo da vida comum, e o final do filme é lindo por trazer tão bem isso, sobre saber amar, saber deixar ir e saber aproveitar os bons momentos e as boas lembranças. Fiquei muito surpreso, pois não esperava nada e veio uma animação belíssima.
Um grande elenco e uma química ótima entre o casal de protagonistas, mas algo se perdeu nos dois últimos episódios. A história ficou meio perdida, mas até o ótimo episódio 6 estava sendo bem divertido e com momentos de ação legais. A coreografia não é tão boa quanto deveria ser, mas dá pro gasto.
Inventivo e viajado demais, trazendo um universo desenvolvido de um modo muito diferente do que já vi no cinema de ficção científica. O final do curta é uma pancada ainda maior. Que design esplendoroso.
Nem filme-legado, nem filme-homenagem, porque falta tudo dos dois. É uma produção sem alma e sem carisma que inicia, desenvolve e conclui no automático, a ponto de ter o desmérito de conseguir fazer todas as músicas serem esquecíveis (tentava lembrar delas na cena seguinte e não consegui nenhuma, impressionante). A estrela é a única coisa que ainda diverte e tem algum carisma, mas de resto é corrido, raso e apático. A qualidade da animação é boa, mas não se sobressai a algo do nível de um grande estúdio como a Disney. O que não se sobressai mesmo é o próprio produto final. As imagens dos filmes de animação do estúdio nos créditos e a cena pós-crédito com When You Wish Upon a Star poderiam valar de algo se o filme fizesse o mínimo esforço para honrar os 100 anos da empresa.
Trilha sonora impecável, atuações eletrizantes (Yeun e Wong estão fenomenais), direção inspirada, roteiro maluco e uma minissérie que surpreende a cada episódio. Não sei bem o que achei do final, mas eu gostei de todo o percurso, entre odiar e entender os personagens (especialmente a Amy, como teve momentos que a odiei). Mesmo os coadjuvantes são muito complexos e todos, sem exceção, estão lutando contra a mesma sensação que moveu os protagonistas a fazer a ação inicial que gerou todas as confusões. Os exageros são só uma liberdade artística que deixam tudo que precisa ser dito ainda mais claro, e isso se vê em especial na season finale. Merece os elogios e os prêmios que recebeu.
Um daqueles dramas de romances reais que nunca aconteceram e ficam marcados durante toda a vida pelas circunstâncias. O fato de ser tão próximo da realidade torna o filme mais aconchegante, bonito e, de certo modo, doloroso. O personagem de Arthur é um elemento que adiciona uma problemática distinta a esse tipo de abordagem pela maturidade como é adicionada. Sem maneirismos, sem clichês e sem apelar ao que queremos ver, Celine Song entrega uma obra belíssima sobre os caminhos e desencontros do amor e da vida. Greta Lee e Teo Yoo estão apaixonantes.
Kinetta
2.4 19 Assista AgoraServe como um documento precursor do melhor que o Lanthimos pode fazer, pois há vários elementos que se tornariam característicos do seu cinema, como o confronto às normas sociais, a visão de um mundo sem sublimações e uma atmosfera de incômodo e desconforto constante, baseada principalmente nas interações nada naturais entre os personagens. De resto, é de um experimentalismo vago e confuso, num filme de poucas palavras e com pouquíssimo brilho. Mesmo sabendo a sinopse, não dá pra entender bem qual é o ponto do filme. Que bom que depois o diretor saberia como direcionar melhor suas narrativas.
Dias Perfeitos
4.2 284 Assista AgoraO acompanhamento da rotina estava se tornando um pouco cansativo, mas quando a sobrinha entra no filme, a coisa se torna aconchegante e emocional de uma forma gostosa. A cena final de Koji Yakusho é a melhor de 2023 com facilidade. Wim Wenders não sabe deixar de ser mestre no que faz.
Duna: Parte 2
4.4 635Dos jogos políticos feitos em segredo do primeiro filme, temos uma continuação que foca mais no confronto direto. As cenas das batalhas e lutas estão impecáveis, assim como tudo relativo à técnica e estética do filme. Por investir ainda mais no deserto, a fotografia sobe um degrau a mais, e ainda impressiona o quanto os efeitos especiais são orgânicos, pois é impossível pensar que as máquinas e naves de proporções colossais são feitas em CGI. O trabalho de som e a trilha sonora também conseguem superar o antecessor, novamente devido à maior ambientação no deserto, que traz todo o peso do som dos vermes gigantes, além da trilha se tornar ainda mais imponente. O elenco está todo muito bom, com destaque para Rebecca Ferguson (no pique joga y joga), Austin Butler (Feyd-Rautha de respeito) e Chalamet (incrível pensar que ele pôde passar tanta imponência como no ato final). Não li o livro para comparar, mas gostei de como o roteiro se construiu. Há algumas quedas de ritmo, mas isso é bem entrecortado pelos momentos de ação. A construção do romance foi sutil, mas funcional, e o destaque fica para o terceiro ato frenético. Um belo conto sobre como déspotas nascem e se desenvolvem. Que venha Messias de Duna.
Todos Nós Desconhecidos
3.9 181 Assista AgoraNão sei se entendi todas as intenções, mas sei que senti tudo que o filme quis passar. Uma experiência muito íntima e profunda, um desnudamento da vida do protagonista que nos deixa cada vez mais conectados a ele. Um drama de toques surrealistas que encontra caminhos diferentes para ser o mais honesto possível sobre amor, traumas, solidão, luto, isolamento. Incrível como o elenco, sem exceções, se sai de forma excepcional e a direção dá ao filme uma atmosfera própria, atemporal, magnética. A trilha sonora é um aconchego e, apesar de muito triste, tudo é muito bonito e poético. A cena final é de deixar sem palavras.
Garra de Ferro
3.9 114Não pensava que um filme repleto de caras malhados ia me fazer chorar. Que história dolorosa - e pensar que ainda teve o Chris von Erich que nem foi adicionado ao filme e teve destino semelhante a alguns dos seus irmãos -, é muito difícil pensar como Kevin e a mãe conseguiram (o pai não, esse era um desgraçado que só sabia colocar pressão nas costas dos filhos). Atuações no ponto, mas o trio Zac Efron, Jeremy Allen White e Harris Dickinson brilham um pouco mais. O momento do reencontro de Kerry com David, Mike e Jack Jr., além da cena final, me derrubaram. E ainda por cima as cenas de luta ficaram todas muito boas. Bela fotografia e belo trabalho de Sean Durkin roteirizando e dirigindo.
Zona de Interesse
3.6 594 Assista AgoraImpactante. De uma forma distinta do que é habitual no cinema, sem apelar à espetacularização da violência e ao melodrama, Glazer traz a normalização da barbárie com os algozes em foco. A beleza dos cenários verdes e floridos da casa e dos arredores bucólicos contrastam com as chaminés expelindo cinzas e fumaça dos mortos nos campos de concentração, dos prédios opacos e opressivos de Auschwitz e, principalmente, dos sons sórdidos de gritos, tiros, latidos, choros e todo tipo de expressão sonora que representa os sofrimentos vividos pelas vítimas do Holocausto - um mérito ímpar da equipe responsável pelo som no filme, que é basicamente um personagem. É uma experiência desconfortável, porque ver aquela família vivendo tranquilamente, conversando sobre como matar mais pessoas e ameaçando a vida de quem está dentro de sua própria casa é constatar não só que o passado é cruel, mas o presente também, pois vivemos rodeados de sordidez e crueldade e encaramos de forma semelhante, às vezes incomodados, mas quase sempre apáticos ou indiferentes. A sequência final, nas escadas e no museu, é muito marcante.
Nimic
3.5 62Tenho plena certeza que Lanthimos é a reencarnação de Sócrates: grego e questionador de nossa realidade. Nada é estabelecido nas obras dele, e isso é sempre o que mais me fascina. Acordos sociais são apagados e seus mundos são o real sem filtros sublimantes. No fundo, a própria ideia de identidade é só mais um construto social, e o eu e o outro têm o mesmo valor: nenhum.
Copycat
3.0 2 Assista AgoraEm 8 minutos, você tem a história de um filme que você fica louco para assistir e de um plágio que impressiona. A concisão aqui foi o grande acerto.
Get Ready
3.2 3 Assista AgoraUm minuto de potencialidades cinematográficas que vai da calma ao frenesi.
O Sol de Yuki
3.1 16 Assista AgoraUma base do cinema de Miyazaki em cinco minutos, bucólico, aconchegante e com uma protagonista com peculiaridades. Dá um bom exemplo de tudo que estaria por vir.
Marry My Husband
4.3 29 Assista AgoraComecei a ver sem esperar nada e acabei ficando interessado de cara pela história. É o primeiro dorama que assisto e gostei da experiência. Trama interessante, boas reviravoltas, personagens cativantes e odiáveis e um enredo que soube trazer novos elementos no momento certo. Algumas decisões não são tão boas e alguns episódios ficam confusos com o tanto de informações, mas no final o encerramento foi bastante satisfatório.
Orion e o Escuro
3.3 72 Assista AgoraPoderia ser um filme qualquer, cheio de saídas fáceis e invencionices, mas tudo muda de figura quando os elementos metalinguísticos entram em cena. O teor infantil, fantasioso e conveniente do filme se explica de uma forma muito satisfatória, pois coloca a história como uma narrativa em construção pelos próprios personagens, que a cada nova adição se expande e mostra como uma história não precisa ter um fim, fazer sentido ou ser simples. Charlie Kaufman diferente do habitual, mas se saindo bem.
Uma Família Extraordinária
3.6 45Bonitinho, caloroso e bem padrão. Diverte e traz a velha história de amor familiar, superar diferenças e correr atrás de objetivos que já cansamos de ver nos filmes americanos, mas não ofende nem incomoda em momento algum. O carisma dos pais da protagonista e as escaramuças entre as avós deixam tudo mais divertido.
Noite de Sexta Manhã de Sábado
3.2 12Tem uma premissa interessante, mas se desenvolve sem despertar muito interesse. Talvez as fracas atuações pesem negativamente nesse sentido. Não cativou muito.
Eletrodoméstica
3.8 67 Assista AgoraUma prévia do que seria visto, aprofundado e desenvolvido em O Som ao Redor. Um retrato bem fiel do cotidiano de classe média, com direito a uma surpresinha no fim. Acabou sendo também uma propaganda e tanto da Omo.
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraAchei que foi o filme mais feliz que vi do Lanthimos até hoje (provavelmente só não vi um ou dois, então é quase certeza que é o filme mais "alto astral" do cara). É um filme fora da caixinha e que põe em questão - como bem pontuado no próprio roteiro - a polidez social, os contratos estabelecidos e as relações intra e interpessoais. Com exceção de Bella, todos são estereótipos, enquanto a protagonista é uma folha em branco pronta a ser preenchida, que parte de um contexto baseado no empirismo e livre de amarras emocionais ou sociais. Por isso, a descoberta do sexo e a relação íntima com isso é tão presente no filme e é retratada de várias formas, pois o nosso incômodo com o sexo é um construto moral que nos é inserido desde que nascemos. E o filme deixa bem claro quem são os indivíduos que oferecem somente isso a Bella, e não são os melhores exemplos. É cinema de Lanthimos como esperado, e me impressiona ver tanta gente chocada quando o diretor nunca foi diferente disso, e sempre lidou com sexo, absurdo e amoralidade de forma crua. Aqui, ele conseguiu ser ainda mais poético, mas também divertidíssimo. O elenco está incrível, mas Emma Stone com facilidade é o destaque, e a disputa entre ela e Lily Gladstone no Oscar vai ser acirrada. Mais uma vez Lanthimos acerta em incomodar, mas também em fazer refletir e, por que não, se divertir.
A Noite que Mudou o Pop
4.2 160 Assista AgoraParece que a música e o clipe ganham um peso novo ao ver esse documentário. Entender o processo de composição e gravação, os esforços e a dedicação dos envolvidos, especialmente de Quincy Jones, Lionel Richie e Michael Jackson, além das particularidades de cada um ali que foram respeitadas ou deixadas de lado, é o que torna esse projeto maior do que ele mesmo. É isso que faz falta na música pop de hoje em dia, esse tipo de comunhão em prol de.um objetivo maior. Grande momento da história da música pop.
Monstro
4.3 273 Assista AgoraPungente, belo e doloroso. Cada parte da história te faz acreditar em um culpado diferente, para no final a coisa ser muito diferente do que se pode acreditar vendo somente as partes, e não o todo. Toda história é feita de várias partes, e toda vida tem seus segredos. Há realmente um monstro? Ou nós precisamos criá-los? O final é dolorosamente poético.
Meu Amigo Robô
4.0 86Uma delícia de animação, com cores vivas, traços cartunescos e um universo diferente, mas muito igual ao nosso. Os caminhos do cão e do robô, formados pelos encontros e desencontros, acabam funcionando como um grande reflexo da vida comum, e o final do filme é lindo por trazer tão bem isso, sobre saber amar, saber deixar ir e saber aproveitar os bons momentos e as boas lembranças. Fiquei muito surpreso, pois não esperava nada e veio uma animação belíssima.
Sr. e Sra. Smith (1ª Temporada)
3.7 75 Assista AgoraUm grande elenco e uma química ótima entre o casal de protagonistas, mas algo se perdeu nos dois últimos episódios. A história ficou meio perdida, mas até o ótimo episódio 6 estava sendo bem divertido e com momentos de ação legais. A coreografia não é tão boa quanto deveria ser, mas dá pro gasto.
Escaravelhos
3.9 3Inventivo e viajado demais, trazendo um universo desenvolvido de um modo muito diferente do que já vi no cinema de ficção científica. O final do curta é uma pancada ainda maior. Que design esplendoroso.
Wish: O Poder dos Desejos
3.0 169 Assista AgoraNem filme-legado, nem filme-homenagem, porque falta tudo dos dois. É uma produção sem alma e sem carisma que inicia, desenvolve e conclui no automático, a ponto de ter o desmérito de conseguir fazer todas as músicas serem esquecíveis (tentava lembrar delas na cena seguinte e não consegui nenhuma, impressionante). A estrela é a única coisa que ainda diverte e tem algum carisma, mas de resto é corrido, raso e apático. A qualidade da animação é boa, mas não se sobressai a algo do nível de um grande estúdio como a Disney. O que não se sobressai mesmo é o próprio produto final. As imagens dos filmes de animação do estúdio nos créditos e a cena pós-crédito com When You Wish Upon a Star poderiam valar de algo se o filme fizesse o mínimo esforço para honrar os 100 anos da empresa.
Treta
4.1 313 Assista AgoraTrilha sonora impecável, atuações eletrizantes (Yeun e Wong estão fenomenais), direção inspirada, roteiro maluco e uma minissérie que surpreende a cada episódio. Não sei bem o que achei do final, mas eu gostei de todo o percurso, entre odiar e entender os personagens (especialmente a Amy, como teve momentos que a odiei). Mesmo os coadjuvantes são muito complexos e todos, sem exceção, estão lutando contra a mesma sensação que moveu os protagonistas a fazer a ação inicial que gerou todas as confusões. Os exageros são só uma liberdade artística que deixam tudo que precisa ser dito ainda mais claro, e isso se vê em especial na season finale. Merece os elogios e os prêmios que recebeu.
Vidas Passadas
4.2 753 Assista AgoraUm daqueles dramas de romances reais que nunca aconteceram e ficam marcados durante toda a vida pelas circunstâncias. O fato de ser tão próximo da realidade torna o filme mais aconchegante, bonito e, de certo modo, doloroso. O personagem de Arthur é um elemento que adiciona uma problemática distinta a esse tipo de abordagem pela maturidade como é adicionada. Sem maneirismos, sem clichês e sem apelar ao que queremos ver, Celine Song entrega uma obra belíssima sobre os caminhos e desencontros do amor e da vida. Greta Lee e Teo Yoo estão apaixonantes.