A abordagem e o formato me lembraram muito a incrível I May Destroy You. Richard Gadd se despe e se revela, nos seus piores traumas, erros, neuroses e confusões, de forma que vemos um mosaico de um homem quebrado e em busca de aceitação e autodescoberta. A perseguição que dá início à série leva a caminhos inesperados que trazem o passado do protagonista à tona, e a perseguição deixa de ser o foco, como se espera de obras do tipo, para ser o que leva a vítima a se permitir ser uma vítima, e de certo modo entender porque a perseguidora estava naquela posição. É uma jornada de buscas e descobertas que machuca, corrói, destroça, mas que revela um talento incrível e uma força e tanto. Richard Gadd se revela genial como escritor e ator, acompanhado de perto pela excelente Jessica Gunning. Uma minissérie impressionante e dolorosa.
Ainda melhor que a primeira temporada, principalmente pelo crescimento de Guillermo e pela forma como a relação dele com os vampiros foi se estabelecendo. O humor funciona melhor, mas é a ação (acho que posso colocar assim) que acaba rendendo os melhores momentos.
Não vou mentir que a season finale foi um pouco frustrante pelo número de ganchos e pontas soltas, mas foi uma temporada tão boa quanto a primeira, mas com um desenvolvimento maior dos arcos dramáticos. A ação se mantém presente e a violência gráfica não deixa de ser a marca da série (a season finale, o episódio 4 e o episódio 5 que o digam), mas o drama acaba sendo o grande destaque, além da cena metalinguística na convenção de quadrinhos que tem o diretor explicando ao público os motivos do atraso da série. Agora a vontade por uma terceira temporada é gigante, só espero que não demore mais dois anos para que ela chegue.
Tinha tudo pra ser de nível semelhante pelo menos a The Pacific: orçamento altíssimo, produção de Hanks e Spielberg, um elenco com bons nomes, mas parece que envolveram gente amadora no desenvolvimento da série. O CGI está insatisfatório em vários momentos, principalmente em relação a iluminação e cor dos ambientes e objetos, os personagens têm pouquíssimas nuances (Austin Butler está horrível como um simulacro do James Dean sem talento) e é difícil se apegar a qualquer um deles, sem falar que vários são introduzidos e somem do nada ou não tem o mínimo de tempo em tela para ter seus plots, aparentemente até mais interessantes que o de vários personagens centrais, desenvolvidos. Ainda por cima, eles têm decisões absurdas de deixar grandes cenas históricas e que determinam os acontecimentos da série em off. Foi uma sucessão de más escolhas narrativas e técnicas. Não é uma série ruim porque tem uns três episódios muito bons, principalmente quando focam nos combates aéreos mais frenéticos e nos pilotos tentando passar ilesos em território inimigo, e quando acertam no visual e na fotografia, é tudo lindíssimo. A trilha sonora também é outro grande acerto, pois a música de abertura ficou maravilhosa. Mas, tendo em vista tudo que já foi entregue sobre a Segunda Guerra não só nos séries dessa "trilogia", mas em vários outros filmes, o resultado final se mostra superficial na forma de lidar com seus personagens, incerto quando aos seus focos narrativos e constantemente anticlimático, relegando grandes momentos a uma passagem num diálogo ou deixando de lado tramas e personagens que despertam interesse.
Comecei a ver sem esperar nada e acabei ficando interessado de cara pela história. É o primeiro dorama que assisto e gostei da experiência. Trama interessante, boas reviravoltas, personagens cativantes e odiáveis e um enredo que soube trazer novos elementos no momento certo. Algumas decisões não são tão boas e alguns episódios ficam confusos com o tanto de informações, mas no final o encerramento foi bastante satisfatório.
Um grande elenco e uma química ótima entre o casal de protagonistas, mas algo se perdeu nos dois últimos episódios. A história ficou meio perdida, mas até o ótimo episódio 6 estava sendo bem divertido e com momentos de ação legais. A coreografia não é tão boa quanto deveria ser, mas dá pro gasto.
Trilha sonora impecável, atuações eletrizantes (Yeun e Wong estão fenomenais), direção inspirada, roteiro maluco e uma minissérie que surpreende a cada episódio. Não sei bem o que achei do final, mas eu gostei de todo o percurso, entre odiar e entender os personagens (especialmente a Amy, como teve momentos que a odiei). Mesmo os coadjuvantes são muito complexos e todos, sem exceção, estão lutando contra a mesma sensação que moveu os protagonistas a fazer a ação inicial que gerou todas as confusões. Os exageros são só uma liberdade artística que deixam tudo que precisa ser dito ainda mais claro, e isso se vê em especial na season finale. Merece os elogios e os prêmios que recebeu.
Uma série bem infantojuvenil, o que não é em si seu problema, mas que tem um roteiro bem raso, o que atrapalha o desenvolvimento de personagens e tramas. Apesar de serem 8 episódios de em média 40 minutos, é muita coisa para acontecer, e tudo se resolve sem que haja muito envolvimento com cada situação. A season finale ilustra bem isso, pois tinha tudo pra ser o grande momento da temporada, mas acaba parecendo muito corrida. Mas ainda é uma experiência leve e divertida, ideal para passar o tempo sem se preocupar. A aparição de Lance Reddick deu um calorzinho no coração.
Já tinha visto o piloto e parte do segundo episódio há anos, mas eles não me conquistaram de cara. Resolvi dar uma chance agora e é uma série de comédia muito divertida, que consegue trazer a veia cômica do filme original sem se escorar nisso. Os episódios com os lobisomens, com o Barão passeando pela cidade e com o Conselho Vampírico foram os melhores, e o último em especial por contar com tantas participações especiais.
Mesmo sem conhecer nada da família Duggar, os temas abordados pela série me mantiveram preso e são muito pertinentes, principalmente com a expansão do fundamentalismo e da extrema direita na política mundial, tornando-se um verdadeiro risco à democracia. Só acho que faltou um pouco mais sobre como a vida realmente era dentro da família que é o foco do documentário, mas tudo que foi trabalhado nos quatro episódios foi muito informativo e, por vezes, bem chocante.
Uma temporada impressionante. Os cinco primeiros episódios são bons, mas não num nível que surpreenda como alguns episódios da temporada anterior fizeram, mas os cinco últimos episódios são um outro patamar da qualidade que The Bear pode atingir com maestria. Fishes é um dos episódios dramáticos mais bem escritos que já vi, com o elenco na melhor forma e uma tensão constante e incômoda que perdura até a última cena, num episódio que desde o início você sente o pavio queimando para a explosão de uma bomba. Forks traz um dos episódios mais libertadores que já vi em tempos e que eu nem ao menos sabia que precisava. A season finale é mais uma aula de plano-sequência, que consegue ser ainda mais impressionante com as mudanças de trilha sonora e atmosfera quando saía do ambiente do salão e ia para a cozinha. Todo o elenco está perfeito, mas as participações de Bob Odenkirk e especialmente Jon Bernthal e Jamie Lee Curtis elevaram a temporada a um nível além. Até a trilha sonora está ainda melhor. Tudo aqui cresceu, e cresceu muito. Temporada incrível.
A última e melhor temporada da jornada pessoal de John Wilson em uma terrivelmente caótica, mas fascinante Nova York. Aqui, os episódios usam muito mais da digressão do tema, indo por caminhos mais inesperados que nunca, e curiosamente isso deixa tudo ainda mais interessante, porque percebemos o quanto as pessoas podem ser estranhas, complexas e profundas, seja pelos motivos de colecionar aspiradores de pó, de morar num trailer isolado das pessoas, participar do Burning Man, ouvir música alta, ser armazenado numa câmara criogênica e tantas outras coisas. O final é o episódio que mais pega o espírito geral da série, indo do bizarro ao surpreendente e depois ao emocional de forma inesperada, mas coerente. No fim, é uma carta de amor a Nova York; não uma carta de amor daquelas bonitinhas que só fala do que é bom, mas sinceras, que mostra tudo que a cidade pode ter de pior, mas que ao mesmo tempo tornam ela tão única e especial. Obrigado, John Wilson, pelos aprendizados.
Mantém o mesmo nível de diversão e ação das temporadas anteriores, talvez até superando tecnicamente, mas em relação à segunda temporada, o enredo não chega ao mesmo nível, porque apesar de ter o plot da Legião do Mal, muitas vezes essa parte fica ou escanteada ou adiada para se resolver somente nos últimos episódios. De qualquer forma, foi muito boa a história envolvendo os vilões e a reviravolta no final, que é porradaria pura, além de ter o plot sobre Shayera, Carter e John.
Uma pena que essa temporada tenha sido tão oscilante, porque dois dos melhores episódios de toda a série, o quinto e o décimo, estão aqui. De resto, temos alguns episódios divertidos inofensivos, alguns um tanto idiotas ou bobos demais, como o primeiro e o sétimo, e temos o problemático episódio quatro, que traz uma abordagem no mínimo nada cuidadosa de algo que pode trazer vários gatilhos. O que incomoda bastante é o fato de que o fim da temporada anterior prometia grandes preparativos para um confronto final, mas por quatro episódios vimos só situações episódicas desconectadas desse plot para só no quinto episódio termos algo - que valeu muito a pena, ao menos.
Gostei mais do que a primeira temporada, talvez porque me acostumei mais com a proposta da série, mas sinto que aqui os episódios ficaram mais fluidos e menos cansativos, com menos barrigas, além de trazer desenvolvimentos de temas muito mais interessantes e profundos, com alguns momentos bastante fortes emocionalmente e bem construídos dentro da ideia da narrativa dos episódios. Os dois últimos episódios são particularmente especiais.
Uma sensação... estranha. Não ruim, mas de estranheza mesmo, de ver algo incomum. Isso foi o que senti com essa terceira temporada. É como se a série estivesse começando novamente, pois tudo se torna mais misterioso que antes, e as respostas, que sempre parecem tão próximas, não vêm. No fim, elas pouco ou nada importam. O que importa é aquilo que fica, é aquilo que retorna, é aquilo pelo qual se espera. E é nessa simplicidade final que reside a beleza de tudo, porque talvez o mundo não precisasse ser salvo ou ser condenado, de um messias ou de um anticristo, de uma nova partida ou do retorno dos que foram antes. Tudo só tinha que seguir em frente após um grande trauma que nunca terá uma justificativa. A vida sempre tende a continuar, e essa temporada traz isso talvez da melhor forma. The Leftovers fez história, realmente.
Enquanto a primeira temporada é um descobrimento completo do universo da série, adentrando em problemáticas, dilemas, traumas e interações entre os personagens, a segunda já traz uma trama que apresenta uma direção mais clara desde o início, mas sem perder o melhor do que trazia antes, estando alguns degraus acima da primeira temporada, principalmente nas atuações (a adição de Regina King foi formidável nesse sentido), direções (o que falar daquela cena do questionário no final do episódio 6...) e roteiro, no sentido de deixar tudo muito mais interconectado e inserir ganchos que deixavam a temporada impossível de parar. Há muitos momentos e episódios memoráveis, que justificam colocar The Leftovers na história da TV, e tudo se encaminha para um desfecho grandioso. Temporada fenomenal.
Poucas vezes uma série falou tanto comigo em níveis tão íntimos. Ainda mais após a pandemia e a confusão espiritual e emocional que causou, ver The Leftovers é como um reflexo dos traumas, medos e receios. Mais do que saber o que virá à frente, a premissa de saber o que veio depois é muito fascinante, e a construção de todos os personagens é soberba. Destaque para o chamado de Kevin Garvey, algo que mexeu muito particularmente comigo, e os plots de Matt Jamison e Nora Durst. Tudo é tão bem feito que às vezes só dói de tão real.
Um tanto acima da primeira temporada por conseguir ser ainda mais deslumbrante e ter os episódios com direções inspiradíssimas que usam da arquitetura e arte italiana para conversar com o enredo, numa relação entre texto e imagem que vai a um outro nível. Odiei ainda mais os personagens aqui do que na temporada anterior, e fiquei deslumbrado com a beleza de Simona Tabasco. Um enredo que agora foca em como o sexo é poder e rege as relações, que traz uma season finale com acontecimentos bem inesperados. Apesar de não me cativar tanto quanto eu esperava pelos comentários de ser muito superior à primeira, é uma grande temporada de mais uma série que se torna um título de peso da HBO.
Uma série de excelência técnica tão impecável quanto sua predecessora, mas que fica atrás nos quesitos trilha sonora (a canção de abertura de Band of Brothers sempre me emociona quando escuto) e fluidez narrativa. Como os personagens centrais fazem parte de diferentes divisões dos fuzileiros e lutam em pontos distintos, a troca de foco entre os episódios acaba tornando mais difícil de criar algum apego emocional aos personagens, além de que prejudica um pouco o ritmo para desenvolver a vida de cada um fora do campo de batalha. Ainda assim, o elenco é tão competente quanto o de Band of Brothers e aqui temos algumas momentos memoráveis, que facilmente entram para o rol de grandes episódios televisivos, como as partes 6 e 9, além das batalhas dos episódios 1, 5 e 8. O episódio 10 também merece atenção por trazer mais do reflexo da guerra após seu fim e a diferença de como os fuzileiros lidaram em relação aos soldados. Uma minissérie gigantesca.
Uma temporada fantástica, acima das outras, que acerta principalmente em unir quase todos os episódios num mesmo arco, especialmente do 9 ao 12, que trazem o melhor momento de enredo de todos (além de ter aquela cena fodástica do Flash mostrando o que pode fazer), sem falar no episódio do embate entre Shazam e Super, ou entre Super e Apocalypse, dois momentos gigantescos da série toda. Facilmente uma das melhores temporadas de animação de sempre, e com folga a melhor temporada de série sobre heróis.
O tipo de série que você não gosta de ninguém, pois praticamente todos são detestáveis. Elenco afiadíssimo, enredo instigante e, apesar de não trazer um plot central tão magnético, consegue prender o interesse até o fim no desenvolvimento das relações dos personagens. A trilha sonora é um luxo puro, como a fotografia e as locações maravilhosas. O episódio 4 é de um timing dialógico fascinante. Além disso, o piloto cria uma expectativa falsa muito bem sustentada, e a conclusão disso não podia ser mais verossímil. Não é da prateleira mais alta da HBO, mas chega perto.
Começou com grande potencial, mas, tal qual The Boys, no meio da temporada insere um ou mais episódios que andam em círculos só para prolongar a duração em número de episódios. Aqui isso foi mais gritante, pois algumas subtramas e episódios pouco ou nada serviram para aprofundar fosse a história, os personagens, o universo ou as relações entre esses. O fato dos personagens (ou atores) serem em boa parte pouco carismáticos também ajuda. Não achei que a falta de um vilão tenha sido um problema, gostei do plot da Floresta, mas no fim a resolução foi mal desenvolvida, feita só para que alguns links com a série principal fossem feitos. No fim das contas, Gen V abraça todos os clichês e todas as características dos jovens americanos de hoje e de produções em torno disso, com os mesmos tipos de problemáticas, vivências e discussões, e o problema da série está longe de residir nisso, mas sim no fato de que visivelmente é uma série que serve somente como um tapa-buraco para um ano sem The Boys e fazer o público ficar ansioso para a 4ª temporada, pois é muito claro que tudo que aconteceu aqui terá repercussão lá.
Como disseram anteriormente nos comentários, é como se fosse uma sucessora espiritual ou algo do mesmo universo de Atlanta, pois traz um realismo fantástico com muita crítica social e bom humor em que o protagonismo negro é a força motriz de toda a trama. Todo o elenco se sai muito bem, e os plots sobre Scat e O Herói são muito interessantes, com arcos dramáticos muito fortes. Gostei do uso dos poderes e dos dramas pessoais dos poderosos. Talvez uma coisa ou outra se desencontre nas várias experimentações surrealistas, ou haja alguns momentos em que o ritmo pesa, mas no geral é uma grata surpresa, que infelizmente tem sido muito pouco falada.
Bebê Rena
4.2 170A abordagem e o formato me lembraram muito a incrível I May Destroy You. Richard Gadd se despe e se revela, nos seus piores traumas, erros, neuroses e confusões, de forma que vemos um mosaico de um homem quebrado e em busca de aceitação e autodescoberta. A perseguição que dá início à série leva a caminhos inesperados que trazem o passado do protagonista à tona, e a perseguição deixa de ser o foco, como se espera de obras do tipo, para ser o que leva a vítima a se permitir ser uma vítima, e de certo modo entender porque a perseguidora estava naquela posição. É uma jornada de buscas e descobertas que machuca, corrói, destroça, mas que revela um talento incrível e uma força e tanto. Richard Gadd se revela genial como escritor e ator, acompanhado de perto pela excelente Jessica Gunning. Uma minissérie impressionante e dolorosa.
O Que Fazemos nas Sombras (2ª Temporada)
4.4 59Ainda melhor que a primeira temporada, principalmente pelo crescimento de Guillermo e pela forma como a relação dele com os vampiros foi se estabelecendo. O humor funciona melhor, mas é a ação (acho que posso colocar assim) que acaba rendendo os melhores momentos.
Invencível (2ª Temporada)
3.9 67Não vou mentir que a season finale foi um pouco frustrante pelo número de ganchos e pontas soltas, mas foi uma temporada tão boa quanto a primeira, mas com um desenvolvimento maior dos arcos dramáticos. A ação se mantém presente e a violência gráfica não deixa de ser a marca da série (a season finale, o episódio 4 e o episódio 5 que o digam), mas o drama acaba sendo o grande destaque, além da cena metalinguística na convenção de quadrinhos que tem o diretor explicando ao público os motivos do atraso da série. Agora a vontade por uma terceira temporada é gigante, só espero que não demore mais dois anos para que ela chegue.
Mestres do Ar
3.8 37Tinha tudo pra ser de nível semelhante pelo menos a The Pacific: orçamento altíssimo, produção de Hanks e Spielberg, um elenco com bons nomes, mas parece que envolveram gente amadora no desenvolvimento da série. O CGI está insatisfatório em vários momentos, principalmente em relação a iluminação e cor dos ambientes e objetos, os personagens têm pouquíssimas nuances (Austin Butler está horrível como um simulacro do James Dean sem talento) e é difícil se apegar a qualquer um deles, sem falar que vários são introduzidos e somem do nada ou não tem o mínimo de tempo em tela para ter seus plots, aparentemente até mais interessantes que o de vários personagens centrais, desenvolvidos. Ainda por cima, eles têm decisões absurdas de deixar grandes cenas históricas e que determinam os acontecimentos da série em off. Foi uma sucessão de más escolhas narrativas e técnicas. Não é uma série ruim porque tem uns três episódios muito bons, principalmente quando focam nos combates aéreos mais frenéticos e nos pilotos tentando passar ilesos em território inimigo, e quando acertam no visual e na fotografia, é tudo lindíssimo. A trilha sonora também é outro grande acerto, pois a música de abertura ficou maravilhosa. Mas, tendo em vista tudo que já foi entregue sobre a Segunda Guerra não só nos séries dessa "trilogia", mas em vários outros filmes, o resultado final se mostra superficial na forma de lidar com seus personagens, incerto quando aos seus focos narrativos e constantemente anticlimático, relegando grandes momentos a uma passagem num diálogo ou deixando de lado tramas e personagens que despertam interesse.
Marry My Husband
4.3 24Comecei a ver sem esperar nada e acabei ficando interessado de cara pela história. É o primeiro dorama que assisto e gostei da experiência. Trama interessante, boas reviravoltas, personagens cativantes e odiáveis e um enredo que soube trazer novos elementos no momento certo. Algumas decisões não são tão boas e alguns episódios ficam confusos com o tanto de informações, mas no final o encerramento foi bastante satisfatório.
Sr. e Sra. Smith (1ª Temporada)
3.7 72Um grande elenco e uma química ótima entre o casal de protagonistas, mas algo se perdeu nos dois últimos episódios. A história ficou meio perdida, mas até o ótimo episódio 6 estava sendo bem divertido e com momentos de ação legais. A coreografia não é tão boa quanto deveria ser, mas dá pro gasto.
Treta
4.1 307Trilha sonora impecável, atuações eletrizantes (Yeun e Wong estão fenomenais), direção inspirada, roteiro maluco e uma minissérie que surpreende a cada episódio. Não sei bem o que achei do final, mas eu gostei de todo o percurso, entre odiar e entender os personagens (especialmente a Amy, como teve momentos que a odiei). Mesmo os coadjuvantes são muito complexos e todos, sem exceção, estão lutando contra a mesma sensação que moveu os protagonistas a fazer a ação inicial que gerou todas as confusões. Os exageros são só uma liberdade artística que deixam tudo que precisa ser dito ainda mais claro, e isso se vê em especial na season finale. Merece os elogios e os prêmios que recebeu.
Percy Jackson e os Olimpianos (1ª Temporada)
3.3 130Uma série bem infantojuvenil, o que não é em si seu problema, mas que tem um roteiro bem raso, o que atrapalha o desenvolvimento de personagens e tramas. Apesar de serem 8 episódios de em média 40 minutos, é muita coisa para acontecer, e tudo se resolve sem que haja muito envolvimento com cada situação. A season finale ilustra bem isso, pois tinha tudo pra ser o grande momento da temporada, mas acaba parecendo muito corrida. Mas ainda é uma experiência leve e divertida, ideal para passar o tempo sem se preocupar. A aparição de Lance Reddick deu um calorzinho no coração.
O Que Fazemos nas Sombras (1ª Temporada)
4.3 94Já tinha visto o piloto e parte do segundo episódio há anos, mas eles não me conquistaram de cara. Resolvi dar uma chance agora e é uma série de comédia muito divertida, que consegue trazer a veia cômica do filme original sem se escorar nisso. Os episódios com os lobisomens, com o Barão passeando pela cidade e com o Conselho Vampírico foram os melhores, e o último em especial por contar com tantas participações especiais.
Felicidade aparente: os segredos da família Duggar
3.4 1Mesmo sem conhecer nada da família Duggar, os temas abordados pela série me mantiveram preso e são muito pertinentes, principalmente com a expansão do fundamentalismo e da extrema direita na política mundial, tornando-se um verdadeiro risco à democracia. Só acho que faltou um pouco mais sobre como a vida realmente era dentro da família que é o foco do documentário, mas tudo que foi trabalhado nos quatro episódios foi muito informativo e, por vezes, bem chocante.
O Urso (2ª Temporada)
4.5 234Uma temporada impressionante. Os cinco primeiros episódios são bons, mas não num nível que surpreenda como alguns episódios da temporada anterior fizeram, mas os cinco últimos episódios são um outro patamar da qualidade que The Bear pode atingir com maestria. Fishes é um dos episódios dramáticos mais bem escritos que já vi, com o elenco na melhor forma e uma tensão constante e incômoda que perdura até a última cena, num episódio que desde o início você sente o pavio queimando para a explosão de uma bomba. Forks traz um dos episódios mais libertadores que já vi em tempos e que eu nem ao menos sabia que precisava. A season finale é mais uma aula de plano-sequência, que consegue ser ainda mais impressionante com as mudanças de trilha sonora e atmosfera quando saía do ambiente do salão e ia para a cozinha. Todo o elenco está perfeito, mas as participações de Bob Odenkirk e especialmente Jon Bernthal e Jamie Lee Curtis elevaram a temporada a um nível além. Até a trilha sonora está ainda melhor. Tudo aqui cresceu, e cresceu muito. Temporada incrível.
How to with John Wilson (3ª Temporada)
4.2 4A última e melhor temporada da jornada pessoal de John Wilson em uma terrivelmente caótica, mas fascinante Nova York. Aqui, os episódios usam muito mais da digressão do tema, indo por caminhos mais inesperados que nunca, e curiosamente isso deixa tudo ainda mais interessante, porque percebemos o quanto as pessoas podem ser estranhas, complexas e profundas, seja pelos motivos de colecionar aspiradores de pó, de morar num trailer isolado das pessoas, participar do Burning Man, ouvir música alta, ser armazenado numa câmara criogênica e tantas outras coisas. O final é o episódio que mais pega o espírito geral da série, indo do bizarro ao surpreendente e depois ao emocional de forma inesperada, mas coerente. No fim, é uma carta de amor a Nova York; não uma carta de amor daquelas bonitinhas que só fala do que é bom, mas sinceras, que mostra tudo que a cidade pode ter de pior, mas que ao mesmo tempo tornam ela tão única e especial. Obrigado, John Wilson, pelos aprendizados.
Liga da Justiça Sem Limites (3ª Temporada)
4.3 13Mantém o mesmo nível de diversão e ação das temporadas anteriores, talvez até superando tecnicamente, mas em relação à segunda temporada, o enredo não chega ao mesmo nível, porque apesar de ter o plot da Legião do Mal, muitas vezes essa parte fica ou escanteada ou adiada para se resolver somente nos últimos episódios. De qualquer forma, foi muito boa a história envolvendo os vilões e a reviravolta no final, que é porradaria pura, além de ter o plot sobre Shayera, Carter e John.
P.S.: não tem jeito, o Flash é muito foda.
Rick and Morty (7ª Temporada)
4.0 59Uma pena que essa temporada tenha sido tão oscilante, porque dois dos melhores episódios de toda a série, o quinto e o décimo, estão aqui. De resto, temos alguns episódios divertidos inofensivos, alguns um tanto idiotas ou bobos demais, como o primeiro e o sétimo, e temos o problemático episódio quatro, que traz uma abordagem no mínimo nada cuidadosa de algo que pode trazer vários gatilhos. O que incomoda bastante é o fato de que o fim da temporada anterior prometia grandes preparativos para um confronto final, mas por quatro episódios vimos só situações episódicas desconectadas desse plot para só no quinto episódio termos algo - que valeu muito a pena, ao menos.
How to with John Wilson (2ª Temporada)
4.3 8Gostei mais do que a primeira temporada, talvez porque me acostumei mais com a proposta da série, mas sinto que aqui os episódios ficaram mais fluidos e menos cansativos, com menos barrigas, além de trazer desenvolvimentos de temas muito mais interessantes e profundos, com alguns momentos bastante fortes emocionalmente e bem construídos dentro da ideia da narrativa dos episódios. Os dois últimos episódios são particularmente especiais.
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427Uma sensação... estranha. Não ruim, mas de estranheza mesmo, de ver algo incomum. Isso foi o que senti com essa terceira temporada. É como se a série estivesse começando novamente, pois tudo se torna mais misterioso que antes, e as respostas, que sempre parecem tão próximas, não vêm. No fim, elas pouco ou nada importam. O que importa é aquilo que fica, é aquilo que retorna, é aquilo pelo qual se espera. E é nessa simplicidade final que reside a beleza de tudo, porque talvez o mundo não precisasse ser salvo ou ser condenado, de um messias ou de um anticristo, de uma nova partida ou do retorno dos que foram antes. Tudo só tinha que seguir em frente após um grande trauma que nunca terá uma justificativa. A vida sempre tende a continuar, e essa temporada traz isso talvez da melhor forma. The Leftovers fez história, realmente.
The Leftovers (2ª Temporada)
4.5 422Enquanto a primeira temporada é um descobrimento completo do universo da série, adentrando em problemáticas, dilemas, traumas e interações entre os personagens, a segunda já traz uma trama que apresenta uma direção mais clara desde o início, mas sem perder o melhor do que trazia antes, estando alguns degraus acima da primeira temporada, principalmente nas atuações (a adição de Regina King foi formidável nesse sentido), direções (o que falar daquela cena do questionário no final do episódio 6...) e roteiro, no sentido de deixar tudo muito mais interconectado e inserir ganchos que deixavam a temporada impossível de parar. Há muitos momentos e episódios memoráveis, que justificam colocar The Leftovers na história da TV, e tudo se encaminha para um desfecho grandioso. Temporada fenomenal.
The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583Poucas vezes uma série falou tanto comigo em níveis tão íntimos. Ainda mais após a pandemia e a confusão espiritual e emocional que causou, ver The Leftovers é como um reflexo dos traumas, medos e receios. Mais do que saber o que virá à frente, a premissa de saber o que veio depois é muito fascinante, e a construção de todos os personagens é soberba. Destaque para o chamado de Kevin Garvey, algo que mexeu muito particularmente comigo, e os plots de Matt Jamison e Nora Durst. Tudo é tão bem feito que às vezes só dói de tão real.
The White Lotus (2ª Temporada)
4.2 343Um tanto acima da primeira temporada por conseguir ser ainda mais deslumbrante e ter os episódios com direções inspiradíssimas que usam da arquitetura e arte italiana para conversar com o enredo, numa relação entre texto e imagem que vai a um outro nível. Odiei ainda mais os personagens aqui do que na temporada anterior, e fiquei deslumbrado com a beleza de Simona Tabasco. Um enredo que agora foca em como o sexo é poder e rege as relações, que traz uma season finale com acontecimentos bem inesperados. Apesar de não me cativar tanto quanto eu esperava pelos comentários de ser muito superior à primeira, é uma grande temporada de mais uma série que se torna um título de peso da HBO.
O Pacífico
4.4 264Uma série de excelência técnica tão impecável quanto sua predecessora, mas que fica atrás nos quesitos trilha sonora (a canção de abertura de Band of Brothers sempre me emociona quando escuto) e fluidez narrativa. Como os personagens centrais fazem parte de diferentes divisões dos fuzileiros e lutam em pontos distintos, a troca de foco entre os episódios acaba tornando mais difícil de criar algum apego emocional aos personagens, além de que prejudica um pouco o ritmo para desenvolver a vida de cada um fora do campo de batalha. Ainda assim, o elenco é tão competente quanto o de Band of Brothers e aqui temos algumas momentos memoráveis, que facilmente entram para o rol de grandes episódios televisivos, como as partes 6 e 9, além das batalhas dos episódios 1, 5 e 8. O episódio 10 também merece atenção por trazer mais do reflexo da guerra após seu fim e a diferença de como os fuzileiros lidaram em relação aos soldados. Uma minissérie gigantesca.
Liga da Justiça Sem Limites (2ª Temporada)
4.3 23Uma temporada fantástica, acima das outras, que acerta principalmente em unir quase todos os episódios num mesmo arco, especialmente do 9 ao 12, que trazem o melhor momento de enredo de todos (além de ter aquela cena fodástica do Flash mostrando o que pode fazer), sem falar no episódio do embate entre Shazam e Super, ou entre Super e Apocalypse, dois momentos gigantescos da série toda. Facilmente uma das melhores temporadas de animação de sempre, e com folga a melhor temporada de série sobre heróis.
The White Lotus (1ª Temporada)
3.9 399O tipo de série que você não gosta de ninguém, pois praticamente todos são detestáveis. Elenco afiadíssimo, enredo instigante e, apesar de não trazer um plot central tão magnético, consegue prender o interesse até o fim no desenvolvimento das relações dos personagens. A trilha sonora é um luxo puro, como a fotografia e as locações maravilhosas. O episódio 4 é de um timing dialógico fascinante. Além disso, o piloto cria uma expectativa falsa muito bem sustentada, e a conclusão disso não podia ser mais verossímil. Não é da prateleira mais alta da HBO, mas chega perto.
Gen V (1ª Temporada)
3.8 218Começou com grande potencial, mas, tal qual The Boys, no meio da temporada insere um ou mais episódios que andam em círculos só para prolongar a duração em número de episódios. Aqui isso foi mais gritante, pois algumas subtramas e episódios pouco ou nada serviram para aprofundar fosse a história, os personagens, o universo ou as relações entre esses. O fato dos personagens (ou atores) serem em boa parte pouco carismáticos também ajuda. Não achei que a falta de um vilão tenha sido um problema, gostei do plot da Floresta, mas no fim a resolução foi mal desenvolvida, feita só para que alguns links com a série principal fossem feitos. No fim das contas, Gen V abraça todos os clichês e todas as características dos jovens americanos de hoje e de produções em torno disso, com os mesmos tipos de problemáticas, vivências e discussões, e o problema da série está longe de residir nisso, mas sim no fato de que visivelmente é uma série que serve somente como um tapa-buraco para um ano sem The Boys e fazer o público ficar ansioso para a 4ª temporada, pois é muito claro que tudo que aconteceu aqui terá repercussão lá.
Sou de Virgem (1ª Temporada)
3.9 9Como disseram anteriormente nos comentários, é como se fosse uma sucessora espiritual ou algo do mesmo universo de Atlanta, pois traz um realismo fantástico com muita crítica social e bom humor em que o protagonismo negro é a força motriz de toda a trama. Todo o elenco se sai muito bem, e os plots sobre Scat e O Herói são muito interessantes, com arcos dramáticos muito fortes. Gostei do uso dos poderes e dos dramas pessoais dos poderosos. Talvez uma coisa ou outra se desencontre nas várias experimentações surrealistas, ou haja alguns momentos em que o ritmo pesa, mas no geral é uma grata surpresa, que infelizmente tem sido muito pouco falada.