Mais de dez anos depois, continua sendo um dos melhores da saga dos mutantes nos cinemas, e também um dos melhores exemplares de adaptação dos quadrinhos da Marvel. As mudanças não afetam muito o resultado final e situar o filme no período da Crise dos Mísseis deixa tudo muito mais interessante. A entrada de McAvoy e Fassbender como Xavier e Magneto é um acerto ímpar, e Kevin Bacon como Sebastian Shaw resulta num vilão detestável e destacável.
Um bom início para os mutantes nos cinemas. Tem várias mudanças na trama e a importância dos personagens é muito modificada, assim como a extensão de seus poderes, mas a história trazida é interessante e os personagens cativam.
Assistir esse depois da versão sombria de Svankmajer tem outro efeito. Apesar de muito bem realizado, acaba se tornando bem cansativo, mesmo curtinho, e a Alice da Disney acaba sendo um pouco menos interessante que a dos livros. Muito mágico, mas fez falta o teor sombrio que a obra original carrega.
Divertido, mas um tanto cansativo. As melhores partes são as interações entre Pip, Nathaniel e o príncipe, e a Giselle cantando para chamar os "animais fofinhos" da cidade grande para ajudar na limpeza da casa, além de usar tapetes e cortinas para fazer vestidos. O filme tem várias referências aos clássicos da Disney e os satiriza tanto quanto reproduz. Esperava um pouco mais de sátira do que comédia romântica, e esse ponto tornou meio maçante de assistir.
Revendo depois de anos, continua muito divertido e bem construído. A ideia da morte como uma entidade com vontade própria é muito legal e bem aproveitada. Os personagens não são grandes coisas, mas também não fazem feio, e as mortes são bem realizadas, algumas até criativas. Datado em alguns pontos, mas ainda funcional.
Um filme que traz traços diferentes dos vistos em Cinderela e Branca de Neve, e que se destaca pelo peso dos personagens secundários, como as fadas e o príncipe, e da antagonista, que é facilmente uma das, senão a melhor, dos filmes de princesa da Disney. O que enfraquece um pouco é o fato da Aurora parecer ser a coadjuvante de sua própria história, tendo pouco destaque e uma importância um tanto limitada na história.
Divertido, mas meio solto às vezes. Do meio pro fim fica entre corrido e desconexo, não sei bem o que faltou, mas pareceu menos orgânico que a primeira metade. Alguns momentos de comédia são forçados de forma boba, outros funcionam perfeitamente. Jennifer Lawrence super confortável no papel e se divertindo bastante. Feldman também não fez feio. É um filme clichê que inverte os clichês, mas não sai muito do feijão com arroz do gênero para filmes nessa pegada.
Uma animação formidável, principalmente nas cenas da Rainha Má e da fuga de Branca de Neve pelo bosque, tudo muito bem feito. Se não fossem a Rainha Má e os anões, não ia dar pra suportar muito a princesa ingênua. O príncipe simplesmente aparece, manda o xaveco, some e reaparece de novo tascando um beijo na morta e depois levando ela pra casa dele na maior naturalidade. Bom demais isso kkkk.
Uma belezura de trabalho de animação. É impressionante que, nas histórias das princesas, o que mais deixa o filme legal não é ela mesma, e sim os personagens secundários. A madrasta e as filhas megeras são Vilas detestáveis, mas a "gentileza" de Cinderela chega irrita um pouco. Os ratos e Lúcifer são os melhores personagens, além da Fada Madrinha.
O cara fez o melhor filme de Five Nights at Freddy's antes da porcaria que saiu ano passado. Qualidade horrenda, mas o fato de ter Nicolas Cage fazendo um desconhecido badass sem nome e que nunca diz uma palavra chutando bundas e destroçando animatrônicos demoníacos com muito sangue no meio já me diverte pra caramba. Uma trasheira assumida e que abraça o que tem de pior/melhor. As cenas dele obedecendo religiosamente suas pausas e dançando enquanto joga pinball são a cobertura do bolo.
Pra ficar ruim, tem que melhorar muito. Minha sorte é ter sido fã da banda na adolescência, porque se ainda fosse fã hoje, eu teria quebrado a TV de raiva. Impressionante como conseguiram errar em absolutamente tudo. Foi inclusive a primeira vez que eu senti agonia vendo uma cena, e olha que assisto muito filme ruim e me divirto (a cena em questão foi aquela no final em que a ex-namorada do Júlio aparece e começa a tocar a música que viralizou no TikTok automaticamente, tão brega que me deu desespero). Nada, nada, NADA funciona. Atuações tenebrosas, direção de arte inexistente, fotografia péssimo, direção ridícula, roteiro horrível, caracterizações vergonhosas (não sempre, mas quando erram, é pra valer) e uma montagem sem noção. Parece que saíram gravando vídeos curtos e fizeram uma colagem qualquer pra juntar e dar uma hora e meia. Se era pra os fãs, foi punição; se era pra apresentar à nova geração, é mais provável eles acharem ridículo que a banda que está naquele filme tenha feito tanto sucesso; no fim, acho que contempla somente quem sempre odiou a banda, e tenho lá minhas dúvidas. Terrível. Qualquer memória afetiva com a banda é simplesmente destroçada aqui. Horripilante.
No quesito técnico, bem simples, parecendo uma grande matéria jornalística do Fantástico, mas traz informações bem apuradas, na medida do possível, sobre os bastidores do 8 de janeiro dentro do governo, e de que forma diferentes agentes buscaram resolver todo aquele problema. Os depoimentos variam entre alguns muito bons e outros nem tanto (particularmente achei a participação de Lula pouco relevante, e gostei especialmente das provocações da jornalista ao cara de pau do Múcio), além de trazer o clima tenso entre governo e parte dos militares, que estavam caçando brechas para retaliar ou assumir o comando da situação, podendo resultar em um golpe. Bom resultado final, e espero que os envolvidos sejam devidamente punidos para que não haja risco de ocorrer novamente algo desse tipo.
Uma história sobre a qual nunca tinha ouvido falar, realizada de uma forma muito eficiente. Gostei muito da contextualização no início e da construção dos personagens, pois você acaba se apegando a cada um. As motivações do sequestrador são insanas (mas, na verdade, quem nunca pensou o mesmo?), mas a forma como o próprio governo age em relação ao caso consegue ser ainda mais, o que deixa o final mais revoltante. O governo Sarney foi uma pequena extensão da ditadura, e esse filme exemplifica o porquê. No mais, boas atuações, há limitações de efeitos, mas a direção consegue contornar isso muito bem. As cenas das manobras realizadas pelo piloto são frenéticas. E quem diria que a grande inspiração do 11 de setembro viria justamente do Brasil... Sempre pioneiros.
Não compreendo porque concorre nas indicações que conseguiu. As atuações são boas, mas nada destoante, e o roteiro parte de premissas interessantíssimas, mas se desenvolve de forma fraca. Parece que são dois filmes em um que não conseguem dialogar entre si, e nenhum dos dois consegue também atingir o verdadeiro ponto. O primeiro ato é uma apresentação que ilude quanto ao que veremos no decorrer da duração do filme, mas o segundo começa a não saber qual foco escolher e o terceiro é frustrante, recorrendo a um uso de metalinguagem que só reforça (de forma prejudicial ao próprio filme) o que ele mesmo crítica. Uma pena, pois tinha material pra ser uma sátira marcante sobre as expectativas da sociedade branca em relação aos negros, e ao verdadeiro sentido da arte, mas no fim essa trama, que é de.longe a mais interessante do filme, não se desenvolve de forma satisfatória.
Poderia até ser uma nota menor, mas rever os atores nos mesmos personagens é gratificante, e o humor funciona várias vezes. Traz uma boa discussão sobre a gentrificação de Salvador, especialmente as regiões do Pelourinho e Rio Vermelho, mas não desenvolve, assim como trata do apagamento de artistas negros de forma superficial. Uma pena que o roteiro ficou super raso e não aprofundou nada. O primeiro tinha um roteiro risível, mas soube se sustentar no aprofundamento do cotidiano dos personagens e em alguns conflitos, mas nisso nem isso teve bem. Há mais cenas musicais, e que praticamente não funcionam aqui, assim como a participação dos cantores baianos - se bem que achei boa a participação de Guiguio. O drama em torno de Joana e as homenagens a Auristela Sá foram os pontos altos, assim como a representação da cultura baiana em torno das religiões de matriz africana e da cultura afro-brasileira. Só faltou ser mais natural, pois tudo soou engessado e "Globo Filmes" demais.
Serve como um documento precursor do melhor que o Lanthimos pode fazer, pois há vários elementos que se tornariam característicos do seu cinema, como o confronto às normas sociais, a visão de um mundo sem sublimações e uma atmosfera de incômodo e desconforto constante, baseada principalmente nas interações nada naturais entre os personagens. De resto, é de um experimentalismo vago e confuso, num filme de poucas palavras e com pouquíssimo brilho. Mesmo sabendo a sinopse, não dá pra entender bem qual é o ponto do filme. Que bom que depois o diretor saberia como direcionar melhor suas narrativas.
O acompanhamento da rotina estava se tornando um pouco cansativo, mas quando a sobrinha entra no filme, a coisa se torna aconchegante e emocional de uma forma gostosa. A cena final de Koji Yakusho é a melhor de 2023 com facilidade. Wim Wenders não sabe deixar de ser mestre no que faz.
Dos jogos políticos feitos em segredo do primeiro filme, temos uma continuação que foca mais no confronto direto. As cenas das batalhas e lutas estão impecáveis, assim como tudo relativo à técnica e estética do filme. Por investir ainda mais no deserto, a fotografia sobe um degrau a mais, e ainda impressiona o quanto os efeitos especiais são orgânicos, pois é impossível pensar que as máquinas e naves de proporções colossais são feitas em CGI. O trabalho de som e a trilha sonora também conseguem superar o antecessor, novamente devido à maior ambientação no deserto, que traz todo o peso do som dos vermes gigantes, além da trilha se tornar ainda mais imponente. O elenco está todo muito bom, com destaque para Rebecca Ferguson (no pique joga y joga), Austin Butler (Feyd-Rautha de respeito) e Chalamet (incrível pensar que ele pôde passar tanta imponência como no ato final). Não li o livro para comparar, mas gostei de como o roteiro se construiu. Há algumas quedas de ritmo, mas isso é bem entrecortado pelos momentos de ação. A construção do romance foi sutil, mas funcional, e o destaque fica para o terceiro ato frenético. Um belo conto sobre como déspotas nascem e se desenvolvem. Que venha Messias de Duna.
Não sei se entendi todas as intenções, mas sei que senti tudo que o filme quis passar. Uma experiência muito íntima e profunda, um desnudamento da vida do protagonista que nos deixa cada vez mais conectados a ele. Um drama de toques surrealistas que encontra caminhos diferentes para ser o mais honesto possível sobre amor, traumas, solidão, luto, isolamento. Incrível como o elenco, sem exceções, se sai de forma excepcional e a direção dá ao filme uma atmosfera própria, atemporal, magnética. A trilha sonora é um aconchego e, apesar de muito triste, tudo é muito bonito e poético. A cena final é de deixar sem palavras.
Não pensava que um filme repleto de caras malhados ia me fazer chorar. Que história dolorosa - e pensar que ainda teve o Chris von Erich que nem foi adicionado ao filme e teve destino semelhante a alguns dos seus irmãos -, é muito difícil pensar como Kevin e a mãe conseguiram (o pai não, esse era um desgraçado que só sabia colocar pressão nas costas dos filhos). Atuações no ponto, mas o trio Zac Efron, Jeremy Allen White e Harris Dickinson brilham um pouco mais. O momento do reencontro de Kerry com David, Mike e Jack Jr., além da cena final, me derrubaram. E ainda por cima as cenas de luta ficaram todas muito boas. Bela fotografia e belo trabalho de Sean Durkin roteirizando e dirigindo.
Impactante. De uma forma distinta do que é habitual no cinema, sem apelar à espetacularização da violência e ao melodrama, Glazer traz a normalização da barbárie com os algozes em foco. A beleza dos cenários verdes e floridos da casa e dos arredores bucólicos contrastam com as chaminés expelindo cinzas e fumaça dos mortos nos campos de concentração, dos prédios opacos e opressivos de Auschwitz e, principalmente, dos sons sórdidos de gritos, tiros, latidos, choros e todo tipo de expressão sonora que representa os sofrimentos vividos pelas vítimas do Holocausto - um mérito ímpar da equipe responsável pelo som no filme, que é basicamente um personagem. É uma experiência desconfortável, porque ver aquela família vivendo tranquilamente, conversando sobre como matar mais pessoas e ameaçando a vida de quem está dentro de sua própria casa é constatar não só que o passado é cruel, mas o presente também, pois vivemos rodeados de sordidez e crueldade e encaramos de forma semelhante, às vezes incomodados, mas quase sempre apáticos ou indiferentes. A sequência final, nas escadas e no museu, é muito marcante.
Poderia ser um filme qualquer, cheio de saídas fáceis e invencionices, mas tudo muda de figura quando os elementos metalinguísticos entram em cena. O teor infantil, fantasioso e conveniente do filme se explica de uma forma muito satisfatória, pois coloca a história como uma narrativa em construção pelos próprios personagens, que a cada nova adição se expande e mostra como uma história não precisa ter um fim, fazer sentido ou ser simples. Charlie Kaufman diferente do habitual, mas se saindo bem.
Bonitinho, caloroso e bem padrão. Diverte e traz a velha história de amor familiar, superar diferenças e correr atrás de objetivos que já cansamos de ver nos filmes americanos, mas não ofende nem incomoda em momento algum. O carisma dos pais da protagonista e as escaramuças entre as avós deixam tudo mais divertido.
Achei que foi o filme mais feliz que vi do Lanthimos até hoje (provavelmente só não vi um ou dois, então é quase certeza que é o filme mais "alto astral" do cara). É um filme fora da caixinha e que põe em questão - como bem pontuado no próprio roteiro - a polidez social, os contratos estabelecidos e as relações intra e interpessoais. Com exceção de Bella, todos são estereótipos, enquanto a protagonista é uma folha em branco pronta a ser preenchida, que parte de um contexto baseado no empirismo e livre de amarras emocionais ou sociais. Por isso, a descoberta do sexo e a relação íntima com isso é tão presente no filme e é retratada de várias formas, pois o nosso incômodo com o sexo é um construto moral que nos é inserido desde que nascemos. E o filme deixa bem claro quem são os indivíduos que oferecem somente isso a Bella, e não são os melhores exemplos. É cinema de Lanthimos como esperado, e me impressiona ver tanta gente chocada quando o diretor nunca foi diferente disso, e sempre lidou com sexo, absurdo e amoralidade de forma crua. Aqui, ele conseguiu ser ainda mais poético, mas também divertidíssimo. O elenco está incrível, mas Emma Stone com facilidade é o destaque, e a disputa entre ela e Lily Gladstone no Oscar vai ser acirrada. Mais uma vez Lanthimos acerta em incomodar, mas também em fazer refletir e, por que não, se divertir.
X-Men: Primeira Classe
3.9 3,4K Assista AgoraMais de dez anos depois, continua sendo um dos melhores da saga dos mutantes nos cinemas, e também um dos melhores exemplares de adaptação dos quadrinhos da Marvel. As mudanças não afetam muito o resultado final e situar o filme no período da Crise dos Mísseis deixa tudo muito mais interessante. A entrada de McAvoy e Fassbender como Xavier e Magneto é um acerto ímpar, e Kevin Bacon como Sebastian Shaw resulta num vilão detestável e destacável.
X-Men: O Filme
3.5 903 Assista AgoraUm bom início para os mutantes nos cinemas. Tem várias mudanças na trama e a importância dos personagens é muito modificada, assim como a extensão de seus poderes, mas a história trazida é interessante e os personagens cativam.
Alice no País das Maravilhas
4.0 767 Assista AgoraAssistir esse depois da versão sombria de Svankmajer tem outro efeito. Apesar de muito bem realizado, acaba se tornando bem cansativo, mesmo curtinho, e a Alice da Disney acaba sendo um pouco menos interessante que a dos livros. Muito mágico, mas fez falta o teor sombrio que a obra original carrega.
Encantada
3.4 1,2K Assista AgoraDivertido, mas um tanto cansativo. As melhores partes são as interações entre Pip, Nathaniel e o príncipe, e a Giselle cantando para chamar os "animais fofinhos" da cidade grande para ajudar na limpeza da casa, além de usar tapetes e cortinas para fazer vestidos. O filme tem várias referências aos clássicos da Disney e os satiriza tanto quanto reproduz. Esperava um pouco mais de sátira do que comédia romântica, e esse ponto tornou meio maçante de assistir.
Premonição
3.3 1,2K Assista AgoraRevendo depois de anos, continua muito divertido e bem construído. A ideia da morte como uma entidade com vontade própria é muito legal e bem aproveitada. Os personagens não são grandes coisas, mas também não fazem feio, e as mortes são bem realizadas, algumas até criativas. Datado em alguns pontos, mas ainda funcional.
A Bela Adormecida
3.6 452 Assista AgoraUm filme que traz traços diferentes dos vistos em Cinderela e Branca de Neve, e que se destaca pelo peso dos personagens secundários, como as fadas e o príncipe, e da antagonista, que é facilmente uma das, senão a melhor, dos filmes de princesa da Disney. O que enfraquece um pouco é o fato da Aurora parecer ser a coadjuvante de sua própria história, tendo pouco destaque e uma importância um tanto limitada na história.
Que Horas Eu Te Pego?
3.3 492Divertido, mas meio solto às vezes. Do meio pro fim fica entre corrido e desconexo, não sei bem o que faltou, mas pareceu menos orgânico que a primeira metade. Alguns momentos de comédia são forçados de forma boba, outros funcionam perfeitamente. Jennifer Lawrence super confortável no papel e se divertindo bastante. Feldman também não fez feio. É um filme clichê que inverte os clichês, mas não sai muito do feijão com arroz do gênero para filmes nessa pegada.
Branca de Neve e os Sete Anões
3.8 711Uma animação formidável, principalmente nas cenas da Rainha Má e da fuga de Branca de Neve pelo bosque, tudo muito bem feito. Se não fossem a Rainha Má e os anões, não ia dar pra suportar muito a princesa ingênua. O príncipe simplesmente aparece, manda o xaveco, some e reaparece de novo tascando um beijo na morta e depois levando ela pra casa dele na maior naturalidade. Bom demais isso kkkk.
Cinderela
3.7 452 Assista AgoraUma belezura de trabalho de animação. É impressionante que, nas histórias das princesas, o que mais deixa o filme legal não é ela mesma, e sim os personagens secundários. A madrasta e as filhas megeras são Vilas detestáveis, mas a "gentileza" de Cinderela chega irrita um pouco. Os ratos e Lúcifer são os melhores personagens, além da Fada Madrinha.
Willy's Wonderland: Parque Maldito
2.8 205 Assista AgoraO cara fez o melhor filme de Five Nights at Freddy's antes da porcaria que saiu ano passado. Qualidade horrenda, mas o fato de ter Nicolas Cage fazendo um desconhecido badass sem nome e que nunca diz uma palavra chutando bundas e destroçando animatrônicos demoníacos com muito sangue no meio já me diverte pra caramba. Uma trasheira assumida e que abraça o que tem de pior/melhor. As cenas dele obedecendo religiosamente suas pausas e dançando enquanto joga pinball são a cobertura do bolo.
Mamonas Assassinas: O Filme
2.4 215 Assista AgoraPra ficar ruim, tem que melhorar muito. Minha sorte é ter sido fã da banda na adolescência, porque se ainda fosse fã hoje, eu teria quebrado a TV de raiva. Impressionante como conseguiram errar em absolutamente tudo. Foi inclusive a primeira vez que eu senti agonia vendo uma cena, e olha que assisto muito filme ruim e me divirto (a cena em questão foi aquela no final em que a ex-namorada do Júlio aparece e começa a tocar a música que viralizou no TikTok automaticamente, tão brega que me deu desespero). Nada, nada, NADA funciona. Atuações tenebrosas, direção de arte inexistente, fotografia péssimo, direção ridícula, roteiro horrível, caracterizações vergonhosas (não sempre, mas quando erram, é pra valer) e uma montagem sem noção. Parece que saíram gravando vídeos curtos e fizeram uma colagem qualquer pra juntar e dar uma hora e meia. Se era pra os fãs, foi punição; se era pra apresentar à nova geração, é mais provável eles acharem ridículo que a banda que está naquele filme tenha feito tanto sucesso; no fim, acho que contempla somente quem sempre odiou a banda, e tenho lá minhas dúvidas. Terrível. Qualquer memória afetiva com a banda é simplesmente destroçada aqui. Horripilante.
8/1: A Democracia Resiste
3.6 35No quesito técnico, bem simples, parecendo uma grande matéria jornalística do Fantástico, mas traz informações bem apuradas, na medida do possível, sobre os bastidores do 8 de janeiro dentro do governo, e de que forma diferentes agentes buscaram resolver todo aquele problema. Os depoimentos variam entre alguns muito bons e outros nem tanto (particularmente achei a participação de Lula pouco relevante, e gostei especialmente das provocações da jornalista ao cara de pau do Múcio), além de trazer o clima tenso entre governo e parte dos militares, que estavam caçando brechas para retaliar ou assumir o comando da situação, podendo resultar em um golpe. Bom resultado final, e espero que os envolvidos sejam devidamente punidos para que não haja risco de ocorrer novamente algo desse tipo.
O Sequestro do Voo 375
3.8 190 Assista AgoraUma história sobre a qual nunca tinha ouvido falar, realizada de uma forma muito eficiente. Gostei muito da contextualização no início e da construção dos personagens, pois você acaba se apegando a cada um. As motivações do sequestrador são insanas (mas, na verdade, quem nunca pensou o mesmo?), mas a forma como o próprio governo age em relação ao caso consegue ser ainda mais, o que deixa o final mais revoltante. O governo Sarney foi uma pequena extensão da ditadura, e esse filme exemplifica o porquê. No mais, boas atuações, há limitações de efeitos, mas a direção consegue contornar isso muito bem. As cenas das manobras realizadas pelo piloto são frenéticas. E quem diria que a grande inspiração do 11 de setembro viria justamente do Brasil... Sempre pioneiros.
Ficção Americana
3.8 369 Assista AgoraNão compreendo porque concorre nas indicações que conseguiu. As atuações são boas, mas nada destoante, e o roteiro parte de premissas interessantíssimas, mas se desenvolve de forma fraca. Parece que são dois filmes em um que não conseguem dialogar entre si, e nenhum dos dois consegue também atingir o verdadeiro ponto. O primeiro ato é uma apresentação que ilude quanto ao que veremos no decorrer da duração do filme, mas o segundo começa a não saber qual foco escolher e o terceiro é frustrante, recorrendo a um uso de metalinguagem que só reforça (de forma prejudicial ao próprio filme) o que ele mesmo crítica. Uma pena, pois tinha material pra ser uma sátira marcante sobre as expectativas da sociedade branca em relação aos negros, e ao verdadeiro sentido da arte, mas no fim essa trama, que é de.longe a mais interessante do filme, não se desenvolve de forma satisfatória.
Ó Paí, Ó 2
2.7 67Poderia até ser uma nota menor, mas rever os atores nos mesmos personagens é gratificante, e o humor funciona várias vezes. Traz uma boa discussão sobre a gentrificação de Salvador, especialmente as regiões do Pelourinho e Rio Vermelho, mas não desenvolve, assim como trata do apagamento de artistas negros de forma superficial. Uma pena que o roteiro ficou super raso e não aprofundou nada. O primeiro tinha um roteiro risível, mas soube se sustentar no aprofundamento do cotidiano dos personagens e em alguns conflitos, mas nisso nem isso teve bem. Há mais cenas musicais, e que praticamente não funcionam aqui, assim como a participação dos cantores baianos - se bem que achei boa a participação de Guiguio. O drama em torno de Joana e as homenagens a Auristela Sá foram os pontos altos, assim como a representação da cultura baiana em torno das religiões de matriz africana e da cultura afro-brasileira. Só faltou ser mais natural, pois tudo soou engessado e "Globo Filmes" demais.
Kinetta
2.4 19 Assista AgoraServe como um documento precursor do melhor que o Lanthimos pode fazer, pois há vários elementos que se tornariam característicos do seu cinema, como o confronto às normas sociais, a visão de um mundo sem sublimações e uma atmosfera de incômodo e desconforto constante, baseada principalmente nas interações nada naturais entre os personagens. De resto, é de um experimentalismo vago e confuso, num filme de poucas palavras e com pouquíssimo brilho. Mesmo sabendo a sinopse, não dá pra entender bem qual é o ponto do filme. Que bom que depois o diretor saberia como direcionar melhor suas narrativas.
Dias Perfeitos
4.2 260 Assista AgoraO acompanhamento da rotina estava se tornando um pouco cansativo, mas quando a sobrinha entra no filme, a coisa se torna aconchegante e emocional de uma forma gostosa. A cena final de Koji Yakusho é a melhor de 2023 com facilidade. Wim Wenders não sabe deixar de ser mestre no que faz.
Duna: Parte 2
4.4 611Dos jogos políticos feitos em segredo do primeiro filme, temos uma continuação que foca mais no confronto direto. As cenas das batalhas e lutas estão impecáveis, assim como tudo relativo à técnica e estética do filme. Por investir ainda mais no deserto, a fotografia sobe um degrau a mais, e ainda impressiona o quanto os efeitos especiais são orgânicos, pois é impossível pensar que as máquinas e naves de proporções colossais são feitas em CGI. O trabalho de som e a trilha sonora também conseguem superar o antecessor, novamente devido à maior ambientação no deserto, que traz todo o peso do som dos vermes gigantes, além da trilha se tornar ainda mais imponente. O elenco está todo muito bom, com destaque para Rebecca Ferguson (no pique joga y joga), Austin Butler (Feyd-Rautha de respeito) e Chalamet (incrível pensar que ele pôde passar tanta imponência como no ato final). Não li o livro para comparar, mas gostei de como o roteiro se construiu. Há algumas quedas de ritmo, mas isso é bem entrecortado pelos momentos de ação. A construção do romance foi sutil, mas funcional, e o destaque fica para o terceiro ato frenético. Um belo conto sobre como déspotas nascem e se desenvolvem. Que venha Messias de Duna.
Todos Nós Desconhecidos
3.9 171 Assista AgoraNão sei se entendi todas as intenções, mas sei que senti tudo que o filme quis passar. Uma experiência muito íntima e profunda, um desnudamento da vida do protagonista que nos deixa cada vez mais conectados a ele. Um drama de toques surrealistas que encontra caminhos diferentes para ser o mais honesto possível sobre amor, traumas, solidão, luto, isolamento. Incrível como o elenco, sem exceções, se sai de forma excepcional e a direção dá ao filme uma atmosfera própria, atemporal, magnética. A trilha sonora é um aconchego e, apesar de muito triste, tudo é muito bonito e poético. A cena final é de deixar sem palavras.
Garra de Ferro
3.9 110Não pensava que um filme repleto de caras malhados ia me fazer chorar. Que história dolorosa - e pensar que ainda teve o Chris von Erich que nem foi adicionado ao filme e teve destino semelhante a alguns dos seus irmãos -, é muito difícil pensar como Kevin e a mãe conseguiram (o pai não, esse era um desgraçado que só sabia colocar pressão nas costas dos filhos). Atuações no ponto, mas o trio Zac Efron, Jeremy Allen White e Harris Dickinson brilham um pouco mais. O momento do reencontro de Kerry com David, Mike e Jack Jr., além da cena final, me derrubaram. E ainda por cima as cenas de luta ficaram todas muito boas. Bela fotografia e belo trabalho de Sean Durkin roteirizando e dirigindo.
Zona de Interesse
3.6 585 Assista AgoraImpactante. De uma forma distinta do que é habitual no cinema, sem apelar à espetacularização da violência e ao melodrama, Glazer traz a normalização da barbárie com os algozes em foco. A beleza dos cenários verdes e floridos da casa e dos arredores bucólicos contrastam com as chaminés expelindo cinzas e fumaça dos mortos nos campos de concentração, dos prédios opacos e opressivos de Auschwitz e, principalmente, dos sons sórdidos de gritos, tiros, latidos, choros e todo tipo de expressão sonora que representa os sofrimentos vividos pelas vítimas do Holocausto - um mérito ímpar da equipe responsável pelo som no filme, que é basicamente um personagem. É uma experiência desconfortável, porque ver aquela família vivendo tranquilamente, conversando sobre como matar mais pessoas e ameaçando a vida de quem está dentro de sua própria casa é constatar não só que o passado é cruel, mas o presente também, pois vivemos rodeados de sordidez e crueldade e encaramos de forma semelhante, às vezes incomodados, mas quase sempre apáticos ou indiferentes. A sequência final, nas escadas e no museu, é muito marcante.
Orion e o Escuro
3.3 71 Assista AgoraPoderia ser um filme qualquer, cheio de saídas fáceis e invencionices, mas tudo muda de figura quando os elementos metalinguísticos entram em cena. O teor infantil, fantasioso e conveniente do filme se explica de uma forma muito satisfatória, pois coloca a história como uma narrativa em construção pelos próprios personagens, que a cada nova adição se expande e mostra como uma história não precisa ter um fim, fazer sentido ou ser simples. Charlie Kaufman diferente do habitual, mas se saindo bem.
Uma Família Extraordinária
3.6 45Bonitinho, caloroso e bem padrão. Diverte e traz a velha história de amor familiar, superar diferenças e correr atrás de objetivos que já cansamos de ver nos filmes americanos, mas não ofende nem incomoda em momento algum. O carisma dos pais da protagonista e as escaramuças entre as avós deixam tudo mais divertido.
Pobres Criaturas
4.1 1,1K Assista AgoraAchei que foi o filme mais feliz que vi do Lanthimos até hoje (provavelmente só não vi um ou dois, então é quase certeza que é o filme mais "alto astral" do cara). É um filme fora da caixinha e que põe em questão - como bem pontuado no próprio roteiro - a polidez social, os contratos estabelecidos e as relações intra e interpessoais. Com exceção de Bella, todos são estereótipos, enquanto a protagonista é uma folha em branco pronta a ser preenchida, que parte de um contexto baseado no empirismo e livre de amarras emocionais ou sociais. Por isso, a descoberta do sexo e a relação íntima com isso é tão presente no filme e é retratada de várias formas, pois o nosso incômodo com o sexo é um construto moral que nos é inserido desde que nascemos. E o filme deixa bem claro quem são os indivíduos que oferecem somente isso a Bella, e não são os melhores exemplos. É cinema de Lanthimos como esperado, e me impressiona ver tanta gente chocada quando o diretor nunca foi diferente disso, e sempre lidou com sexo, absurdo e amoralidade de forma crua. Aqui, ele conseguiu ser ainda mais poético, mas também divertidíssimo. O elenco está incrível, mas Emma Stone com facilidade é o destaque, e a disputa entre ela e Lily Gladstone no Oscar vai ser acirrada. Mais uma vez Lanthimos acerta em incomodar, mas também em fazer refletir e, por que não, se divertir.