Ao contrário da cor e da diversão que a versão da Disney popularizou, o que Svankmajer traz aqui tem uma atmosfera bizarra e sombria mais próxima da obra original, tendo uma marca própria do realizador. O universo da casa de Alice é inventivo e grotesco, e toda a estranheza só contribui com o fato do filme funcionar bem. A metade final acaba se tornando um pouco cansativa e senti falta do gato doidão, mas essa é provavelmente a melhor versão do clássico de Lewis Carroll.
É um filme que tem seus problemas em algumas escolhas da direção, no foco da narrativa que não aprofunda na vida pessoal do Claudinho e nas apresentações ao vivo que acerta em colocar os atores para cantar, mas não parecem verossímeis na dublagem, mas o fio emocional e espiritual do filme, além do desempenho do elenco e a química dos protagonistas, faz com que toda a nostalgia e o saudosismo venham com força, emocionando em vários momentos pela saudade que desperta de Claudinho, principalmente em quem escutava a dupla e acompanhou essa grande perda para a música brasileira. Mesmo que Claudinho no filme só existe em função de Buchecha, que é o protagonista, o filme consegue criar uma imagem linda da pessoa e da amizade, de forma que é impossível não se apaixonar por ele. E a trilha sonora nem preciso dizer nada, a nata do funk melody.
Ri bastante com o sarcasmo e a subversão de gêneros que o filme traz. Não se leva a sério e ridiculariza todos os clichês de filmes de comédia adolescentes. O personagem do Sr. G, nesse sentido, é impagável. Porém, justamente pela construção de quebra de padrão que o filme apresentava, a meia hora final se torna um tanto decepcionante por seguir a linha de roteiro de todo filme do gênero: protagonistas desmascaradas e odiadas, descoberta bombástica, necessidade de reunião e no fim tudo fica bem. Claro que os caminhos que o filme toma pra isso são diferentes, mas a forma como o enredo se construiu me fez esperar mais para a forma como tudo se resolveria. Ainda assim, é uma comédia muito boa e que traz um ar novo ao gênero, com Ayo Edebiri dominando o filme e Rachel Sennott se fazendo sentir muito bem no roteiro.
Um filme frio, metódico e introspectivo como seu protagonista. Uma direção perfeita de Fincher e uma fotografia que se encaixa como uma luva, além de ter Reznor e Ross entregando mais uma trilha incrível. O roteiro, com narração em off, é certeiro em mostrar a cena e o que se passa na mente do assassino. Fassbender merece estar entres os indicados a melhor ator na temporada de premiações, atuação sem erros. Porém, o terceiro ato não segue a mesma linha apresentada no decorrer do filme e acaba deixando aquela sensação de que faltou algo para ser um filme realmente memorável. Ainda assim, um grande filme para os currículos já bem estrelados de Fincher e Fassbender.
O maior mérito desse filme é ter simplesmente a vida de uma personalidade histórica como Napoleão Bonaparte, uma das mais emblemáticas da humanidade, cheia de momentos marcantes, e conseguir entregar uma obra sem alma, fria e sem objetivo, chegando por vezes a ser... monótona. E olha que nem sou muito chegado a Era Napoleônica, nunca aprofundei os estudos sobre isso, mas é palpável como o filme patina em decidir um tom, uma abordagem, uma narrativa. Se a produção está nos trinques (forte concorrente aos Oscars de design de produção e figurino, que estão maravilhosos), o roteiro, a fotografia e a direção não conversam entre si de forma harmônica. De um lado, o roteiro quer trazer uma sátira sobre o sexo como uma forma velada de poder, tentando inserir um erotismo que Ridley Scott transforma em cinismo, piada ou ridículo. A fotografia, acinzentada e azulada, perde a chance de trazer com vivacidade o show de cores em tela e, apesar de talvez representar o momento sufocante vivido pela França, a própria França não é personagem aqui para que a influência de Napoleão sobre ela seja sentida. Na verdade, se a relação entre Napoleão e França mal é trabalhada e entre ele e Josefina é enviesada (quase como se o imperador fosse mais vítima dentro dos trâmites amorosos e conjugais), o próprio desenvolvimento do personagem título é quase inexistente, saindo de um ambicioso sem traquejo social e pensamento bélico estratégico para quase a mesma coisa. As relações políticas não são desenvolvidas, o aspecto do general gigante que foi se resume a algumas cenas de batalhas (que são facilmente a melhor parte do filme, mesmo com alguns problemas em algumas delas), o lado histórico é cheio de lacunas e erros grotescos (e olha que sequer prestei atenção nessa parte, mas a sequência do Egito foi vergonhosa, por exemplo) e as relações interpessoais são deixadas de lado, com óbvia exceção ao relacionamento com Josefina. No fim das contas, a gente vê um Ridley Scott perdido no que quer dizer e focado em satirizar franceses em algumas partes, e talvez uma tesourada do estúdio na duração do filme tão grotesca que tirou toda a coesão que o filme talvez tivesse - dúvida que só será sanada com a versão de 4 horas do diretor. Filme muito bonito, com grandes cenas de batalha como Scott sabe fazer, mas no qual falta praticamente todo o resto, principalmente uma montagem que ajude a história a andar.
Em relação ao original, investe mais na violência e nos fantasmas, o que é um bom sinal, mas de resto é uma edição picotada, uma direção afetada cheia de câmeras lentas desnecessárias e um roteiro que tenta ser grandioso demais, mas acaba sendo bem forçado. Pelo menos tem umas cenas violentas boas na pegada Premonição e o Matthew Lillard faz o tipo de maluco que a gente gosta de ver.
Um elenco recheado de nomes em ascensão em boa forma, uma trilha sonora que traz uma música destruidora cantada por Stevie Wonder e um dos maiores diretores de todos os tempos na cadeira de direção, com direito a referências visuais a ...E o Tempo Levou. Apesar de ser um "filme menor" da carreira de Coppola e ter seus problemas, empolga, emociona e mostra as diferenças sociais e a falta de perspectiva dos jovens das gangues da década de 1950/60. Um filme gostoso de assistir.
Um primor da técnica, o auge de Nolan como realizador, sem nenhuma dúvida. O trabalho de som é magnífico, impecável, com uma trilha poderosa de Göransson, além de uma fotografia deslumbrante e uma direção certeira de Nolan. Cillian Murphy faz o papel de sua carreira e tem tudo para ganhar as principais premiações da temporada, assim como Robert Downer Jr. Porém, algo no enredo, especificamente no ato final, me incomodou. Gostei muito do desenvolvimento da trama com o inquérito e a história do Projeto Manhattan, a cena da explosão no Trinity é simplesmente o melhor momento do filme para mim fácil, e gostei da decisão de não mostrar a bomba e seus efeitos no Japão, mas a montagem no último ato, principalmente na concatenação entre o Strauss putaço e o Oppenheimer mártir da humanidade no inquérito, me deixou um tanto incomodado, talvez porque o tom que o filme vinha trazendo era distinto e nesse momento veio aquela necessidade nolanesca de deixar mais dramático o que já era suficientemente dramático - algo que foi reafirmado na última cena, que soou mais como um atestado de mea culpa um tanto fajuto. O discurso político existente no filme não surpreende nem a decisão de como mostrar o personagem, e gostei de não fazê-lo só um gênio incompreendido, mas alguém difícil de conviver. Porém, ironicamente, talvez faltou mais tempo de filme para que víssemos Oppenheimer além de um mulherengo egocêntrico e arrogante e o que aconteceu melhor entre o Trinity e o inquérito. Está longe de ser um filme ruim, e por pouco não é para mim um filme ótimo, mas esses pontos que saltaram à vista no último ato me fizeram gostar menos do que eu vinha gostando.
Vejo aqui os mesmos problemas de abordagem que senti em Triângulo da Tristeza, uma crítica quase que covarde às pessoas ricas, numa trama que precisa introduzir alguém de fora que cai lá de paraquedas para termos por quem torcer - o que é totalmente desnecessário, pois o filme seria muito mais interessante se fosse somente sobre um bando de ricos e pessoas aficionadas pelo glamour e exclusividade que passam por uma... inesquecível experiência gastronômica, digamos assim. É um filme bem dirigido, afinal temos Mylod na cadeira de direção, e com um bom elenco, principalmente nos personagens de Nicholas Hoult e Ralph Fiennes. Sobre Anya Taylor-Joy, pareceu uma atuação protocolar, não houve muito destaque. A fotografia e direção de arte também, lindas. O problema maior foi o roteiro que se acovardou em muitos momentos e no terceiro ato ficou perdido, mas ainda é um filme que carrega uma tensão e um interesse até o fim, o que faz ser a experiência ainda valer a pena. Ah, e só eu notei que o filme tem um quê de Midsommar?
Tem gore bom, tem um retorno da pegada dos primeiros filmes, mas acho que perdi o interesse que tinha antes, ainda mais com um enredo tão furado e que tenta colocar o Kramer completamente como o mocinho da história. Tem boas armadilhas, mas as últimas são frustrantes, principalmente a do final. Fica na metade boa da franquia, provavelmente no mesmo nível do quarto filme.
Indescritível a sensação de poder ver no cinema um lançamento de um dos maiores diretores vivos pela primeira vez. Assassinos da Lua das Flores é uma espécie de junção de um pouco de tudo que Scorsese fez em sua carreira: você vê um pouco de Goodfellas, Silêncio, O Irlandês, Alice Não Mora Mais Aqui, O Rei da Comédia, num verdadeiro passeio por gêneros em um filme que, durante suas quase 3 horas e meia, não cansa e sustenta um ritmo muito próprio, que concatena diálogos, violência crua e poesia visual com muita fluidez. É uma história forte, desagradável, que vai te minando à medida que a duração progride, fazendo o espectador se sentir como a protagonista Molly Burkhart, perfeitamente interpretada por Lily Gladstone (há momentos que ela me causou arrepios de tanta veracidade na dor demonstrada em tela). Contar com um parceiro de protagonismo como Leonardo DiCaprio só abrilhanta mais o conjunto, sem contar o coadjuvante-quase-protagonista Robert De Niro, que mostra porque ainda é um dos maiores atores vivos. É um prazer ver esses dois reunidos, ver Lily Gladstone tão bem, ver um elenco de apoio representativo, ver uma história que desvela injustiças e quebra mitos da história americana, e que sabe a posição em que se encontra a ponto de culminar numa excepcional cena metalinguística que deixa um nó na garganta. Não quero deixar de citar o último grande presente que Robbie Robertson deixou com essa incrível trilha sonora, e o quanto ela me surpreendeu, pois de início duvidei que funcionaria. Enfim, é mais um capítulo da história do cinema sendo escrito por um de seus maiores personagens.
Já havia assistido Aterrados do diretor, e apesar dos problemas, é admirável como ele tenta trazer originalidade na mitologia que cria em seu universo e no aspecto gráfico. Aqui ele acerta ainda mais, com uma história que não perde o ritmo e se mantém tensa do início ao fim, com muita violência, sangue e umas bagaceiras das boas, não tendo pudor em usar crianças nesses tipos de cena. Alguns pontos da história ficam mal explicados, o final acaba sendo corrido, mas o que vale é o quanto o filme consegue divertir/assustar os fãs de terror, e nisso ele é muito bem sucedido.
Da trilogia clássica de George Romero, é o que mais demora a engatar, não chegando a ser algo maçante, mas muito centrado nas relações entre os majoritariamente detestáveis habitantes do bunker, com especial asco dos militares. Porém, o ato final é disparado o mais sanguinolento, um dos maiores shows que Savini realizou em sua carreira, com desmembramentos e gore da melhor qualidade, de encher os olhos. O plot relativo a Bub é muito bom e temos nele o zumbi mais memorável do cinema. Mais um grande filme do mestre dos zumbis.
É um filme com problemas? Com certeza, como a grande maioria dos filmes da Marvel desde 2020 - e uma parte deles antes disso -, mas está longe de ser, como alguns sites e críticos dizem, o pior filme de herói ou coisa do tipo. Tem boas sequências de ação, tem momentos divertidos (especialmente a cena dos gatos), os efeitos em sua maioria estão muito bons (alguns deslizes notáveis, mas nada horrível com Thor 4 conseguiu fazer) e a dinâmica entre as protagonistas funciona (Carol Denvers se tornou mais leve e carismática aqui - e olha que eu não curtia nada a personagem no seu filme só -, Kamala é enjoadinha, mas num nível muito aceitável de adolescente sonhadora, e Mônica é uma personagem com várias camadas possíveis e atraentes, para as quais o filme simplesmente cagou). O problema maior é o roteiro e coisas que já vimos antes: vilã esquecível com motivações mal desenvolvidas, edição improdutiva, momentos de comédia que passam muito do ponto (o que falar da sequência naquele planeta oceânico...), trilha sonora genérica e estética padronizada que não dá ao filme cara própria. Além disso, o fato do UCM ter se expandido para as séries faz com que a necessidade de introduzir novos personagens nos filmes que já apareceram por lá "suma", mas para quem só vê os filmes (como é no meu caso), ainda que dê pra entender a posição de cada um naquele universo, a conexão emocional é nula, fazendo com que as urgências do filme não tenham qualquer impacto - se bem que isso não foi problema, porque o drama que quiseram introduzir foi extremamente mal realizado, sem peso algum. No fim, é mais um dos produtos da tal fórmula Marvel, com um primeiro ato atropelado e uma conclusão que força a barra para ter uma conexão gigante com o futuro do UCM, mas que ainda diverte se for assistir despretensiosamente. Como fui de graça e as sequências de ação foram legais, não foi grande perda. Mais um tapa buraco da Marvel só para não passar o semestre em branco.
O encerramento de uma trilogia que poderia ter sido realizada em um filme só. Se, por um lado, é um filme tematicamente mais interessante que os outros dois, já que a história vai além e mostra os efeitos do crime, a participação da mídia e a investigação policial (esta última a única parte que salva o filme), por outro, é talvez o que traz as piores escolhas técnicas e artísticas. A direção tenta trazer um ar sensorial a algumas cenas que soa mais brega e amador que funcional, a trilha sonora chega a ser uma piada de tão mal conectada à trama, além de que temos uma atmosfera que parece colocar os assassinos como vítimas, e tudo se torna muito romantizado, quase uma ovação à Suzane. Se os dois filmes anteriores foram dos protagonistas, esse felizmente teve uma participação maior de Allan Souza Lima, que atua muito bem, enquanto Bittencourt é fraquíssimo e Carla Diaz não parece saber diminuir o tom, mantendo e ampliando os trejeitos, gestos e expressões exageradas e caricatas que apareciam anteriormente de forma pontual. Infelizmente, esse filme é mais um estereótipo do "filme brasileiro que tenta ser americano".
Da direção de John Ford à atuação de Henry Fonda, tudo aqui é fascinante. Belíssimo e inesquecível conto do cruel processo de transição do capitalismo para sua fase.financeira, em que camponeses foram expropriados de suas terras e tornaram-se trabalhadores precarizados. Tudo aqui é muito bem inserido, visualmente lindo e emocionalmente poderoso. Uma história e tanto sobre o que os EUA se tornaram durante o século XX e sobre a gradual morte do espírito dos pioneiros.
Nunca joguei Five Nights at Freddy's e acabei pegando a sessão desse filme por ser a única num horário em que eu estava disponível. A garotada na sala curtiu, mas pra mim foi um filme que se escorou em jumpscares bobos e sem efeito, investiu muito pouco em suspense e violência e o pior: passou mais durante o dia que à noite, porque o protagonista só queria saber de dormir. Tem elementos interessantes na trama, mas nenhum é realmente bem desenvolvido, e o fato da trama se levar muito a sério não ajuda em nada. O final podia dar uma elevada na qualidade do filme, mas foi bem corrido, além de que o elenco não parecia querer muito estar ali. Fraquinho, fraquinho, mas talvez eu não fosse o público-alvo.
Perda de tempo total. Qualquer ameaça de se tornar um filme decente e de engatar uma boa cena de terror é exterminada pelas próprias decisões narrativas e de direção. É um atropelo de coisa, nada é bem explicado, tudo é só jogado de forma expositiva e repetitiva, pois não há qualquer adição útil à mitologia da franquia. Na verdade, nem consegui manter a atenção no filme, porque é tudo incrivelmente maçante e chato, a ponto de a meia hora final, que supostamente seria a melhor do filme, ser justamente a mais insuportável. Menos de 90 minutos que pareceram muito mais, e no fim das contas já nem lembro direito do que tratava o filme - porque de origem não tem nada (e no fim isso é mais uma cagada de tradução brasileira, pois o certo seria "Linhagens de Sangue" - o que ainda assim foi muito mal feito).
Assisti depois de ver o live action e foi gratificante, pois o carisma que lá falta sobra aqui. Não considero uma das animações da prateleira de cima da Disney, mas é concisa, divertida, engraçada e com bastante vivacidade. Os visuais são fascinantes e os personagens são muito legais. A trilha sonora também funciona completamente aqui.
Totalmente frustrante. Nem parece um filme da mesma produtora que fez o live action de Aladdin. Quase tudo é de fraco para medíocre: CGI muito fraco, direção de arte péssima (Houve corte de gastos no mar? Cadê Atlantis? Cadê os cenários no oceano que mais parece uma piscina com fundo de pedra? Cadê a atmosfera tenebrosa do covil de Úrsula?), trilha sonora pouco expressiva (falando não das músicas cantadas - algumas são meio chatinhas, mas tem umas boas -, mas das instrumentais), direção totalmente no automático, que ou só imita o que a animação fez ou faz o básico, atuações medíocres e personagens sem carisma (Halle Bailey só se sai bem nas músicas e a exceção é Melissa McCarthy, que faz o que pode com o que tem, até Javier Bardem tá totalmente apagado), além de uma duração inflada com um roteiro que só perde tempo, sem adicionar absolutamente nada relevante em relação ao original e que justifique quase uma hora a mais de projeção. A vivacidade, o bom humor, a alegria, a tensão e as emoções que essa história poderia trazer não foram alcançadas aqui, e olha que assisti esse antes de ver a animação e foi ainda mais duro constatar o quanto esse live action foi algo totalmente sem alma. O melhor adjetivo que eu usaria para definir esse remake é medíocre, porque infelizmente não souberam aproveitar nenhum potencial que tudo relativo à história poderia atingir.
É cheio de analogias impressionantes, uma abordagem intrigante da culpa, do crescimento sob a sombra de uma mãe narcisista e de um pai ausente, da solidão e incompletude provenientes disso, e tem umas cenas super malucas que ora deixam a parada mais legal, ora deixam pra lá de nada a ver. Ari Aster dirige muito bem e brinca com linguagens, mostrando tudo que pode fazer além do terror, mas sem largar o desconforto, que pelo visto é sua marca registrada. Porém, é um filme longo demais, inchado demais e pretensioso demais, que muitas vezes parece se perder em suas próprias divagações e esquece do público. Ainda vejo como um saldo mais positivo que negativo, principalmente pelas qualidades técnicas, pelas ótimas atuações (especialmente de Phoenix, a quem elogiar é chover no molhado), pelo primeiro ato maluco e pelos temas pesados trazidos à tona (Aster, sua terapia tá em dia?), mas toda a hipérbole da coisa deixa o filme muito menos memorável do que ele realmente poderia ser
Um filme charmoso e intrigante, que conta com um elenco estrelado e um trio de protagonistas inspirado, especialmente Al Pacino, que domina o filme sem esforço, e Charlize Theron, que rouba a cena sempre que surge. É um filme que exala sensualidade, tensão e depravação durante sua projeção. Um pouco mais longo do que deveria, talvez, mas a trama é bem montada, apesar de algumas barrigas aqui e ali, e, mesmo um tanto datado, ainda impressiona.
Um bom entretenimento. Divertido, engraçado, mas acaba vindo num esteira de filmes de temática e abordagem semelhante que acaba minando um pouco do impacto pela originalidade menor. Isso não diminui o filme em si, mas afeta um pouco na impressão que se tem dele. Ainda tem algumas barrigas, como na sequência da cabana, que acabam deixando o filme um pouco cansativo nessa parte, mas o protagonismo de Shipka é bom e o filme sabe manter o interesse até o final.
Alice
4.1 265Ao contrário da cor e da diversão que a versão da Disney popularizou, o que Svankmajer traz aqui tem uma atmosfera bizarra e sombria mais próxima da obra original, tendo uma marca própria do realizador. O universo da casa de Alice é inventivo e grotesco, e toda a estranheza só contribui com o fato do filme funcionar bem. A metade final acaba se tornando um pouco cansativa e senti falta do gato doidão, mas essa é provavelmente a melhor versão do clássico de Lewis Carroll.
Nosso Sonho
3.8 178É um filme que tem seus problemas em algumas escolhas da direção, no foco da narrativa que não aprofunda na vida pessoal do Claudinho e nas apresentações ao vivo que acerta em colocar os atores para cantar, mas não parecem verossímeis na dublagem, mas o fio emocional e espiritual do filme, além do desempenho do elenco e a química dos protagonistas, faz com que toda a nostalgia e o saudosismo venham com força, emocionando em vários momentos pela saudade que desperta de Claudinho, principalmente em quem escutava a dupla e acompanhou essa grande perda para a música brasileira. Mesmo que Claudinho no filme só existe em função de Buchecha, que é o protagonista, o filme consegue criar uma imagem linda da pessoa e da amizade, de forma que é impossível não se apaixonar por ele. E a trilha sonora nem preciso dizer nada, a nata do funk melody.
Clube da Luta Para Meninas
3.4 227 Assista AgoraRi bastante com o sarcasmo e a subversão de gêneros que o filme traz. Não se leva a sério e ridiculariza todos os clichês de filmes de comédia adolescentes. O personagem do Sr. G, nesse sentido, é impagável. Porém, justamente pela construção de quebra de padrão que o filme apresentava, a meia hora final se torna um tanto decepcionante por seguir a linha de roteiro de todo filme do gênero: protagonistas desmascaradas e odiadas, descoberta bombástica, necessidade de reunião e no fim tudo fica bem. Claro que os caminhos que o filme toma pra isso são diferentes, mas a forma como o enredo se construiu me fez esperar mais para a forma como tudo se resolveria. Ainda assim, é uma comédia muito boa e que traz um ar novo ao gênero, com Ayo Edebiri dominando o filme e Rachel Sennott se fazendo sentir muito bem no roteiro.
O Assassino
3.3 514Um filme frio, metódico e introspectivo como seu protagonista. Uma direção perfeita de Fincher e uma fotografia que se encaixa como uma luva, além de ter Reznor e Ross entregando mais uma trilha incrível. O roteiro, com narração em off, é certeiro em mostrar a cena e o que se passa na mente do assassino. Fassbender merece estar entres os indicados a melhor ator na temporada de premiações, atuação sem erros. Porém, o terceiro ato não segue a mesma linha apresentada no decorrer do filme e acaba deixando aquela sensação de que faltou algo para ser um filme realmente memorável. Ainda assim, um grande filme para os currículos já bem estrelados de Fincher e Fassbender.
Napoleão
3.1 322 Assista AgoraO maior mérito desse filme é ter simplesmente a vida de uma personalidade histórica como Napoleão Bonaparte, uma das mais emblemáticas da humanidade, cheia de momentos marcantes, e conseguir entregar uma obra sem alma, fria e sem objetivo, chegando por vezes a ser... monótona. E olha que nem sou muito chegado a Era Napoleônica, nunca aprofundei os estudos sobre isso, mas é palpável como o filme patina em decidir um tom, uma abordagem, uma narrativa. Se a produção está nos trinques (forte concorrente aos Oscars de design de produção e figurino, que estão maravilhosos), o roteiro, a fotografia e a direção não conversam entre si de forma harmônica. De um lado, o roteiro quer trazer uma sátira sobre o sexo como uma forma velada de poder, tentando inserir um erotismo que Ridley Scott transforma em cinismo, piada ou ridículo. A fotografia, acinzentada e azulada, perde a chance de trazer com vivacidade o show de cores em tela e, apesar de talvez representar o momento sufocante vivido pela França, a própria França não é personagem aqui para que a influência de Napoleão sobre ela seja sentida. Na verdade, se a relação entre Napoleão e França mal é trabalhada e entre ele e Josefina é enviesada (quase como se o imperador fosse mais vítima dentro dos trâmites amorosos e conjugais), o próprio desenvolvimento do personagem título é quase inexistente, saindo de um ambicioso sem traquejo social e pensamento bélico estratégico para quase a mesma coisa. As relações políticas não são desenvolvidas, o aspecto do general gigante que foi se resume a algumas cenas de batalhas (que são facilmente a melhor parte do filme, mesmo com alguns problemas em algumas delas), o lado histórico é cheio de lacunas e erros grotescos (e olha que sequer prestei atenção nessa parte, mas a sequência do Egito foi vergonhosa, por exemplo) e as relações interpessoais são deixadas de lado, com óbvia exceção ao relacionamento com Josefina. No fim das contas, a gente vê um Ridley Scott perdido no que quer dizer e focado em satirizar franceses em algumas partes, e talvez uma tesourada do estúdio na duração do filme tão grotesca que tirou toda a coesão que o filme talvez tivesse - dúvida que só será sanada com a versão de 4 horas do diretor. Filme muito bonito, com grandes cenas de batalha como Scott sabe fazer, mas no qual falta praticamente todo o resto, principalmente uma montagem que ajude a história a andar.
13 Fantasmas
2.9 657 Assista AgoraEm relação ao original, investe mais na violência e nos fantasmas, o que é um bom sinal, mas de resto é uma edição picotada, uma direção afetada cheia de câmeras lentas desnecessárias e um roteiro que tenta ser grandioso demais, mas acaba sendo bem forçado. Pelo menos tem umas cenas violentas boas na pegada Premonição e o Matthew Lillard faz o tipo de maluco que a gente gosta de ver.
Vidas Sem Rumo
3.8 259Um elenco recheado de nomes em ascensão em boa forma, uma trilha sonora que traz uma música destruidora cantada por Stevie Wonder e um dos maiores diretores de todos os tempos na cadeira de direção, com direito a referências visuais a ...E o Tempo Levou. Apesar de ser um "filme menor" da carreira de Coppola e ter seus problemas, empolga, emociona e mostra as diferenças sociais e a falta de perspectiva dos jovens das gangues da década de 1950/60. Um filme gostoso de assistir.
Oppenheimer
4.0 1,1KUm primor da técnica, o auge de Nolan como realizador, sem nenhuma dúvida. O trabalho de som é magnífico, impecável, com uma trilha poderosa de Göransson, além de uma fotografia deslumbrante e uma direção certeira de Nolan. Cillian Murphy faz o papel de sua carreira e tem tudo para ganhar as principais premiações da temporada, assim como Robert Downer Jr. Porém, algo no enredo, especificamente no ato final, me incomodou. Gostei muito do desenvolvimento da trama com o inquérito e a história do Projeto Manhattan, a cena da explosão no Trinity é simplesmente o melhor momento do filme para mim fácil, e gostei da decisão de não mostrar a bomba e seus efeitos no Japão, mas a montagem no último ato, principalmente na concatenação entre o Strauss putaço e o Oppenheimer mártir da humanidade no inquérito, me deixou um tanto incomodado, talvez porque o tom que o filme vinha trazendo era distinto e nesse momento veio aquela necessidade nolanesca de deixar mais dramático o que já era suficientemente dramático - algo que foi reafirmado na última cena, que soou mais como um atestado de mea culpa um tanto fajuto. O discurso político existente no filme não surpreende nem a decisão de como mostrar o personagem, e gostei de não fazê-lo só um gênio incompreendido, mas alguém difícil de conviver. Porém, ironicamente, talvez faltou mais tempo de filme para que víssemos Oppenheimer além de um mulherengo egocêntrico e arrogante e o que aconteceu melhor entre o Trinity e o inquérito. Está longe de ser um filme ruim, e por pouco não é para mim um filme ótimo, mas esses pontos que saltaram à vista no último ato me fizeram gostar menos do que eu vinha gostando.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraVejo aqui os mesmos problemas de abordagem que senti em Triângulo da Tristeza, uma crítica quase que covarde às pessoas ricas, numa trama que precisa introduzir alguém de fora que cai lá de paraquedas para termos por quem torcer - o que é totalmente desnecessário, pois o filme seria muito mais interessante se fosse somente sobre um bando de ricos e pessoas aficionadas pelo glamour e exclusividade que passam por uma... inesquecível experiência gastronômica, digamos assim. É um filme bem dirigido, afinal temos Mylod na cadeira de direção, e com um bom elenco, principalmente nos personagens de Nicholas Hoult e Ralph Fiennes. Sobre Anya Taylor-Joy, pareceu uma atuação protocolar, não houve muito destaque. A fotografia e direção de arte também, lindas. O problema maior foi o roteiro que se acovardou em muitos momentos e no terceiro ato ficou perdido, mas ainda é um filme que carrega uma tensão e um interesse até o fim, o que faz ser a experiência ainda valer a pena. Ah, e só eu notei que o filme tem um quê de Midsommar?
Jogos Mortais X
3.4 481 Assista AgoraTem gore bom, tem um retorno da pegada dos primeiros filmes, mas acho que perdi o interesse que tinha antes, ainda mais com um enredo tão furado e que tenta colocar o Kramer completamente como o mocinho da história. Tem boas armadilhas, mas as últimas são frustrantes, principalmente a do final. Fica na metade boa da franquia, provavelmente no mesmo nível do quarto filme.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 608 Assista AgoraIndescritível a sensação de poder ver no cinema um lançamento de um dos maiores diretores vivos pela primeira vez. Assassinos da Lua das Flores é uma espécie de junção de um pouco de tudo que Scorsese fez em sua carreira: você vê um pouco de Goodfellas, Silêncio, O Irlandês, Alice Não Mora Mais Aqui, O Rei da Comédia, num verdadeiro passeio por gêneros em um filme que, durante suas quase 3 horas e meia, não cansa e sustenta um ritmo muito próprio, que concatena diálogos, violência crua e poesia visual com muita fluidez. É uma história forte, desagradável, que vai te minando à medida que a duração progride, fazendo o espectador se sentir como a protagonista Molly Burkhart, perfeitamente interpretada por Lily Gladstone (há momentos que ela me causou arrepios de tanta veracidade na dor demonstrada em tela). Contar com um parceiro de protagonismo como Leonardo DiCaprio só abrilhanta mais o conjunto, sem contar o coadjuvante-quase-protagonista Robert De Niro, que mostra porque ainda é um dos maiores atores vivos. É um prazer ver esses dois reunidos, ver Lily Gladstone tão bem, ver um elenco de apoio representativo, ver uma história que desvela injustiças e quebra mitos da história americana, e que sabe a posição em que se encontra a ponto de culminar numa excepcional cena metalinguística que deixa um nó na garganta. Não quero deixar de citar o último grande presente que Robbie Robertson deixou com essa incrível trilha sonora, e o quanto ela me surpreendeu, pois de início duvidei que funcionaria. Enfim, é mais um capítulo da história do cinema sendo escrito por um de seus maiores personagens.
O Mal Que Nos Habita
3.6 534 Assista AgoraJá havia assistido Aterrados do diretor, e apesar dos problemas, é admirável como ele tenta trazer originalidade na mitologia que cria em seu universo e no aspecto gráfico. Aqui ele acerta ainda mais, com uma história que não perde o ritmo e se mantém tensa do início ao fim, com muita violência, sangue e umas bagaceiras das boas, não tendo pudor em usar crianças nesses tipos de cena. Alguns pontos da história ficam mal explicados, o final acaba sendo corrido, mas o que vale é o quanto o filme consegue divertir/assustar os fãs de terror, e nisso ele é muito bem sucedido.
Dia dos Mortos
3.7 304 Assista AgoraDa trilogia clássica de George Romero, é o que mais demora a engatar, não chegando a ser algo maçante, mas muito centrado nas relações entre os majoritariamente detestáveis habitantes do bunker, com especial asco dos militares. Porém, o ato final é disparado o mais sanguinolento, um dos maiores shows que Savini realizou em sua carreira, com desmembramentos e gore da melhor qualidade, de encher os olhos. O plot relativo a Bub é muito bom e temos nele o zumbi mais memorável do cinema. Mais um grande filme do mestre dos zumbis.
As Marvels
2.7 403 Assista AgoraÉ um filme com problemas? Com certeza, como a grande maioria dos filmes da Marvel desde 2020 - e uma parte deles antes disso -, mas está longe de ser, como alguns sites e críticos dizem, o pior filme de herói ou coisa do tipo. Tem boas sequências de ação, tem momentos divertidos (especialmente a cena dos gatos), os efeitos em sua maioria estão muito bons (alguns deslizes notáveis, mas nada horrível com Thor 4 conseguiu fazer) e a dinâmica entre as protagonistas funciona (Carol Denvers se tornou mais leve e carismática aqui - e olha que eu não curtia nada a personagem no seu filme só -, Kamala é enjoadinha, mas num nível muito aceitável de adolescente sonhadora, e Mônica é uma personagem com várias camadas possíveis e atraentes, para as quais o filme simplesmente cagou). O problema maior é o roteiro e coisas que já vimos antes: vilã esquecível com motivações mal desenvolvidas, edição improdutiva, momentos de comédia que passam muito do ponto (o que falar da sequência naquele planeta oceânico...), trilha sonora genérica e estética padronizada que não dá ao filme cara própria. Além disso, o fato do UCM ter se expandido para as séries faz com que a necessidade de introduzir novos personagens nos filmes que já apareceram por lá "suma", mas para quem só vê os filmes (como é no meu caso), ainda que dê pra entender a posição de cada um naquele universo, a conexão emocional é nula, fazendo com que as urgências do filme não tenham qualquer impacto - se bem que isso não foi problema, porque o drama que quiseram introduzir foi extremamente mal realizado, sem peso algum. No fim, é mais um dos produtos da tal fórmula Marvel, com um primeiro ato atropelado e uma conclusão que força a barra para ter uma conexão gigante com o futuro do UCM, mas que ainda diverte se for assistir despretensiosamente. Como fui de graça e as sequências de ação foram legais, não foi grande perda. Mais um tapa buraco da Marvel só para não passar o semestre em branco.
A Menina que Matou os Pais: A Confissão
3.1 218 Assista AgoraO encerramento de uma trilogia que poderia ter sido realizada em um filme só. Se, por um lado, é um filme tematicamente mais interessante que os outros dois, já que a história vai além e mostra os efeitos do crime, a participação da mídia e a investigação policial (esta última a única parte que salva o filme), por outro, é talvez o que traz as piores escolhas técnicas e artísticas. A direção tenta trazer um ar sensorial a algumas cenas que soa mais brega e amador que funcional, a trilha sonora chega a ser uma piada de tão mal conectada à trama, além de que temos uma atmosfera que parece colocar os assassinos como vítimas, e tudo se torna muito romantizado, quase uma ovação à Suzane. Se os dois filmes anteriores foram dos protagonistas, esse felizmente teve uma participação maior de Allan Souza Lima, que atua muito bem, enquanto Bittencourt é fraquíssimo e Carla Diaz não parece saber diminuir o tom, mantendo e ampliando os trejeitos, gestos e expressões exageradas e caricatas que apareciam anteriormente de forma pontual. Infelizmente, esse filme é mais um estereótipo do "filme brasileiro que tenta ser americano".
Vinhas da Ira
4.4 205Da direção de John Ford à atuação de Henry Fonda, tudo aqui é fascinante. Belíssimo e inesquecível conto do cruel processo de transição do capitalismo para sua fase.financeira, em que camponeses foram expropriados de suas terras e tornaram-se trabalhadores precarizados. Tudo aqui é muito bem inserido, visualmente lindo e emocionalmente poderoso. Uma história e tanto sobre o que os EUA se tornaram durante o século XX e sobre a gradual morte do espírito dos pioneiros.
Five Nights At Freddy's: O Pesadelo Sem Fim
2.5 289 Assista AgoraNunca joguei Five Nights at Freddy's e acabei pegando a sessão desse filme por ser a única num horário em que eu estava disponível. A garotada na sala curtiu, mas pra mim foi um filme que se escorou em jumpscares bobos e sem efeito, investiu muito pouco em suspense e violência e o pior: passou mais durante o dia que à noite, porque o protagonista só queria saber de dormir. Tem elementos interessantes na trama, mas nenhum é realmente bem desenvolvido, e o fato da trama se levar muito a sério não ajuda em nada. O final podia dar uma elevada na qualidade do filme, mas foi bem corrido, além de que o elenco não parecia querer muito estar ali. Fraquinho, fraquinho, mas talvez eu não fosse o público-alvo.
13 Fantasmas
3.1 46 Assista AgoraBoa história, tem um clima de terror família legal, mas faltou justamente o principal: os fantasmas.
Cemitério Maldito: A Origem
1.9 128 Assista AgoraPerda de tempo total. Qualquer ameaça de se tornar um filme decente e de engatar uma boa cena de terror é exterminada pelas próprias decisões narrativas e de direção. É um atropelo de coisa, nada é bem explicado, tudo é só jogado de forma expositiva e repetitiva, pois não há qualquer adição útil à mitologia da franquia. Na verdade, nem consegui manter a atenção no filme, porque é tudo incrivelmente maçante e chato, a ponto de a meia hora final, que supostamente seria a melhor do filme, ser justamente a mais insuportável. Menos de 90 minutos que pareceram muito mais, e no fim das contas já nem lembro direito do que tratava o filme - porque de origem não tem nada (e no fim isso é mais uma cagada de tradução brasileira, pois o certo seria "Linhagens de Sangue" - o que ainda assim foi muito mal feito).
A Pequena Sereia
3.7 576 Assista AgoraAssisti depois de ver o live action e foi gratificante, pois o carisma que lá falta sobra aqui. Não considero uma das animações da prateleira de cima da Disney, mas é concisa, divertida, engraçada e com bastante vivacidade. Os visuais são fascinantes e os personagens são muito legais. A trilha sonora também funciona completamente aqui.
A Pequena Sereia
3.3 526 Assista AgoraTotalmente frustrante. Nem parece um filme da mesma produtora que fez o live action de Aladdin. Quase tudo é de fraco para medíocre: CGI muito fraco, direção de arte péssima (Houve corte de gastos no mar? Cadê Atlantis? Cadê os cenários no oceano que mais parece uma piscina com fundo de pedra? Cadê a atmosfera tenebrosa do covil de Úrsula?), trilha sonora pouco expressiva (falando não das músicas cantadas - algumas são meio chatinhas, mas tem umas boas -, mas das instrumentais), direção totalmente no automático, que ou só imita o que a animação fez ou faz o básico, atuações medíocres e personagens sem carisma (Halle Bailey só se sai bem nas músicas e a exceção é Melissa McCarthy, que faz o que pode com o que tem, até Javier Bardem tá totalmente apagado), além de uma duração inflada com um roteiro que só perde tempo, sem adicionar absolutamente nada relevante em relação ao original e que justifique quase uma hora a mais de projeção. A vivacidade, o bom humor, a alegria, a tensão e as emoções que essa história poderia trazer não foram alcançadas aqui, e olha que assisti esse antes de ver a animação e foi ainda mais duro constatar o quanto esse live action foi algo totalmente sem alma. O melhor adjetivo que eu usaria para definir esse remake é medíocre, porque infelizmente não souberam aproveitar nenhum potencial que tudo relativo à história poderia atingir.
Beau Tem Medo
3.2 406É cheio de analogias impressionantes, uma abordagem intrigante da culpa, do crescimento sob a sombra de uma mãe narcisista e de um pai ausente, da solidão e incompletude provenientes disso, e tem umas cenas super malucas que ora deixam a parada mais legal, ora deixam pra lá de nada a ver. Ari Aster dirige muito bem e brinca com linguagens, mostrando tudo que pode fazer além do terror, mas sem largar o desconforto, que pelo visto é sua marca registrada. Porém, é um filme longo demais, inchado demais e pretensioso demais, que muitas vezes parece se perder em suas próprias divagações e esquece do público. Ainda vejo como um saldo mais positivo que negativo, principalmente pelas qualidades técnicas, pelas ótimas atuações (especialmente de Phoenix, a quem elogiar é chover no molhado), pelo primeiro ato maluco e pelos temas pesados trazidos à tona (Aster, sua terapia tá em dia?), mas toda a hipérbole da coisa deixa o filme muito menos memorável do que ele realmente poderia ser
Advogado do Diabo
4.0 1,4K Assista AgoraUm filme charmoso e intrigante, que conta com um elenco estrelado e um trio de protagonistas inspirado, especialmente Al Pacino, que domina o filme sem esforço, e Charlize Theron, que rouba a cena sempre que surge. É um filme que exala sensualidade, tensão e depravação durante sua projeção. Um pouco mais longo do que deveria, talvez, mas a trama é bem montada, apesar de algumas barrigas aqui e ali, e, mesmo um tanto datado, ainda impressiona.
Dezesseis Facadas
3.3 392Um bom entretenimento. Divertido, engraçado, mas acaba vindo num esteira de filmes de temática e abordagem semelhante que acaba minando um pouco do impacto pela originalidade menor. Isso não diminui o filme em si, mas afeta um pouco na impressão que se tem dele. Ainda tem algumas barrigas, como na sequência da cabana, que acabam deixando o filme um pouco cansativo nessa parte, mas o protagonismo de Shipka é bom e o filme sabe manter o interesse até o final.