Pior das temporadas, cheia de altos e baixos (e quantos baixos!), furos de roteiro, episódios mal feitos, relações entre personagens mal construídas e muito mais. Ainda assim, há coisas boas, como a season finale, que foi bem frenética, o penúltimo episódio, que foi bem emocionante e alguns vilões. Mas Savitar foi uma jogada bem mais ou menos, deixando um monte de coisas sem explicação, além de usarem bem mal o Ponto de Ignição. Apesar de tudo, tem seu brilho e sua diversão, e a season final realmente se superou. Só esperar que corresponda e não caia (de novo) nos clichês de sempre. E QUE VENHA AGORA UM VILÃO NÃO VELOCISTA!
Depois que mudou de casa, Supergirl foi uma série que cresceu muito. Sendo, basicamente, a representante da "era de prata" das séries da DC pela pegada mais leve e todo o pano de fundo de esperança e bondade que permeiam a personagem-título e seu primo, Superman (que está extremamente bem representado e interpretado na série), a segunda temporada de Supergirl é melhor em todos os sentidos: melhor ritmo, personagens mais bem trabalhados, efeitos especiais (muito) melhores - inclusive, a season finale é impressionante -, cenas de luta bem coreografadas, ampliação da mitologia DC na TV, entre outros bons aspectos. Mas, ainda assim, sendo CW como é, há muita enrolação, perda de tempo com romances e papos motivacionais, além de furos de roteiro, soluções muitas vezes pouco criativas e confusão no trabalho e na conclusão de múltiplos arcos simultâneos. De qualquer forma, Supergirl é um grande evento televisivo e, tendo a possibilidade de fazer parte do universo CW das séries DC, pode crescer muito. E que surpresas a próxima temporada guarda?
Para adaptar um livro pequeno e intimista como 13 Reasons Why, a série expande o alcance do livro, deixando de se focar somente no Clay ouvindo as fitas, mas mostrando os planos, as reações e as atitudes dos outros personagens em relação às fitas e ao suicídio, mostrando coisas não ditas no livro e correndo riscos de não se sair bem. Felizmente, não há tantos deslizes. Para uma série adolescente americana, o nível de direção, enredo e produção é altíssimo, se destacando no gênero, mas é uma série que no máximo é boa. As atuações variam muito: temos algumas mais ou menos ruins, com alguns pontos altos (como o caso dos personagens de Jessica, Tony e Alex) e outros bem construídos e compatíveis aos personagens (Zach, Tyler e Marcus), enquanto os protagonistas entregam atuações muito convincentes e seguram o filme, principalmente o Dylan Minnette como Clay, que é de um carisma incrível; outro personagem que conquista pelo carisma puro é o Jeff, enquanto Hannah, tal qual no livro, divide opiniões sobre estar certa ou não. As questões relativas aos pais dos alunos na história da série e as deixas criadas para uma nova temporada trazem grandes riscos à série, expandindo para muito além do material-base, não dando um fim à história em si e podendo entrar num terreno perigoso. Mas já que há uma segunda temporada garantida devido ao hype e ao tanto de polêmicas envolvidas, só basta esperar para ver se o resultado será satisfatório e se a série não será desnecessariamente prolongada.
Mesmo não carregando o humor característico de animações adultas, como Family Guy e Brickleberry, F is for Family, sendo bem mais madura, cria situações cômicas usando de estereótipos setentistas manjados, como a família conservadora, o jovem rebelde, o adulto da indústria fonográfica drogado e bem sucedido ou a relação dos sindicatos com a máfia, além de trazer à tona uma porrada de preconceitos da época que até hoje persistem. Além do mais, traz uma visão um tanto diferente do habitual do que é viver em família, fugindo dos clichês de perfeição tão típicas da mídia americana.
Não peca mesmo. Muito bem roteirizada, dirigida e produzida, Dear White People é uma série negra que mostra seus personagens humanos como são: mesmo se tratando de uma abordagem relativa ao racismo enraizado na sociedade e cultura americana, os personagens apresentados mostram as diferentes facetas de pessoas envolvidas com o movimento negro, mostrando não só suas qualidades, mas suas incongruências, contradições e falhas, sem deixar de lado o contexto da vida universitária - num lugar que se diz pós-racial mas é recheado de preconceitos -, além de mostrar preconceitos dentro do próprio grupo em questão, deixando de ser somente algo negros x brancos, mas também pessoas x pessoas. Os personagens são extremamente bem construídos e revelam muitas complexidades. Grande série, ótimo ritmo e belíssimo enredo.
Se a primeira temporada foi uma grande introdução, essa traz aprofundamento. Tudo que deu certo antes é melhorado e aumentado: ao mesmo tempo em que há mais romance, há mais ação, mais drama, mais reviravoltas e o plot principal avança muito, ganha o status máximo no enredo, enquanto as sub-tramas não perdem em nada, sendo bem mais intensas e mostrando grandes repercussões tanto na vida pessoal de cada personagem quanto no grupo. Há também a ampliação da consciência do que são os sensate e de quem é seu inimigo, e a season finale, tanto os primeiros 20 minutos quanto os 15 últimos, foi simplesmente de tirar o fôlego. Diferentemente da primeira parte, essa segunda me deixou extremamente ansioso com o que vem a seguir.
De início promete algo de dimensões assustadoras e estratosféricas, mas decepciona no meio do caminho. A volta de grandes personagens da série e a revelação de uma surpresa que permeia Supernatural desde a quinta temporada é algo que vale a pena, mas o desfecho meia boca, com uma season finale que prometia algo foda e não foi essas coisas, além de vários momentos em que a série esquece de sua história principal (com aquela história batida de "faz semanas que está tudo parado") fizeram a temporada perder um fôlego que seria melhor dado se fossem menos episódios. Ainda assim, dois ganchos foram deixados para a próxima temporada e só espero que sejam bem utilizados.
Mantenho meus elogios feitos à primeira parte, mas notadamente houve algo que fez a segunda parte um tiquinho menos que a primeira; fica visível o corte de gastos, tanto pelas animações utilizadas como recurso quanto o menor número de episódios e outras coisinhas, mas a produção continua excelente. O triste é que The Get Down vem como uma segunda opção sempre. Sabia de seu lançamento porque fiquei louco pela série assim que ela foi anunciada, e qual não foi minha surpresa agora ao ver que a caixa vermelha de novos episódios surgiu! Mas ao mesmo tempo em que estourava o fenômeno 13 Reasons Why, assim como na época da primeira parte estourava Stranger Things; típico erro de divulgação, erro bobo, pois podia segurar um pouco para lançar num momento em que a série se destacasse, até porque ela é importante em incontáveis aspectos: representatividade, temática, cinematografia, parte musical, debates, história, atuações - revelando novos talentos -, dentre muitas outras coisas. As músicas continuam impecáveis, mas há alguns momentos que parecem estar fora de contexto, músicas que parecem muito à frente da época abordada. Também há umas falhas de roteiro e ritmo, que é lesado com a introdução das animações, que achei algo genial, mas que foi visivelmente uma forma de cobrir a falta de orçamento - já que a primeira parte foi caríssima e possivelmente não deu o retorno esperado. Ainda assim, há um show de dança, música, drama, romance e muito clichê de musicais no melhor estilo Baz Luhrmann, e o que dizer contra? Musical tem que ter clichê mesmo. O último episódio me emocionou em alguns momentos e espero que tenha um pouco mais de Get Down a ser mostrado (apesar de saber que é muito improvável :/). Série importante e linda demais para dar menos que cinco estrelas. Entra fácil nas preferidas da vida.
Parece que ao ultrapassar a série de livros, Game of Thrones se firma de vez como o fenômeno que é. Algumas das cenas mais agressivas e surpreendentes estão nessa temporada, assim como dois dos melhores episódios. A season finale mesmo se firma como o melhor episódio da série, ao trazer numa das primeiras vezes na série a sensação de arco fechado, de evolução e união dos vários caminhos num ponto só. Apesar de alguns deslizes nos núcleos de Dorne e das Ilhas de Ferro, a trama vai sendo mais bem costurada, com um papel importantíssimo pousando nas mãos de Bran, Daenerys e Arya crescendo como talvez as personagens mais fortes da série, Jon Snow cumprindo a promessa de ser um personagem grandioso e Cersei num momento crítico, e agora cada passo dado vai definir o esperado fim da saga. Caminhantes Brancos vem por aí e a guerra pelo trono de Westeros só está começando.
Não achei que, como um todo, foi tão boa quanto a quarta temporada, mas devido aos três últimos episódios e ao tanto de agressividade (Filhos da Harpia mandando ver), crueldade (as cenas do sacrifício e da lua de mel são particularmente repulsivas e dolorosas) e transformação dos personagens que foi visto, entra como a minha segunda temporada favorita. O núcleo de Meereen foi bem agitado, personagens importantes passaram por grandes transformações pessoais, como Arya, Jon Snow e Sansa, além de grandes - e violentas - reviravoltas, mortes surpreendentes e adições de ótimos personagens. Belíssimo final de temporada, principalmente o fim do episódio 8 com os Caminhantes Brancos e a Caminhada da Vergonha do episódio 10.
Já entrou como uma das séries mais fodas que já vi em todos os aspectos: atuação, roteiro, direção, cinematografia, enredo e, acima de tudo, foge de lugar comum das séries de herói. Fazer uma série sobre um personagem tão complexo que possui múltiplas personalidades e ainda é filho do fucking líder dos X-Men nos quadrinhos não é pouca pretensão, mas a Fox parece que achou aqui o lugar onde deveria se firmar: o universo das séries. Eles arriscam sem medo! Propõem-se a entrar na mente de David Haller e são bem-sucedidos na forma como montam as cenas, como as cores trabalham com o enredo de forma perfeita, como o surreal é introduzido de forma súbita, como a confusão é latente e como tudo é pura loucura até que se encontre ordem no meio do caos. Vilão foda, medonho e forte, e o que mais satisfaz é saber que a série não vem essa de "vilão da temporada", mas com a proposta de um mutante super-poderoso lutando contra seus demônios internos e externos. Aí vem também a Divisão 3 que é ideia incrível, vem os outros mutantes que são ótimos, vem o Oliver, adição súbita que no último episódio se mostrou imprescindível, além de ter a maravilhosa Aubrey Plaza e a grande surpresa Rachel Keller (que mulheres, meus amigos), o Dan Stevens DESTRUINDO TUDO como protaganista (que homão da porra), a trilha sonora que tem até Pink Floyd, a violência gráfica, as cenas que pareciam viagens de ácido... Pô, gostei de tudo! Melhor série de heróis que já vi, sem dúvidas. Finalmente algo que não trata o espectador como uma porta para quem tudo tem que ser mastigadinho, fazendo a gente ficar confuso (e como) e pensativo, além de nos tirar de nossas zonas de conforto. Surpresa do ano.
Conheço muito pouco dos personagens das HQs, mas o que vi aqui foi bem aquém do que eu esperava após os trailers. Porém, não é uma série ruim. Tipo, os Meachum são a melhor coisa da série (apesar de as atuações não impressionarem, mas há bons momentos do Ward), e o Harold também não é essa ameaça toda. A aparição de Hogarth é o que dá um brilho a mais, porque a personagem é ótima. Não gostei dessa forçação de inserção da Claire Temple em TUDO, e aqui ela está especialmente chata, mais do que nas outras séries. O enredo do núcleo Meachum é bem conduzido e mostra que a Netflix sabe trabalhar com os temas de família e mundo corporativo. Entretanto, são deslizes demais para com o protagonista. Finn Jones não tem o carisma necessário nem habilidade para passar a imagem do Punho de Ferro; todos na série que lutam parecem melhores que ele. Isso leva a outra ponto: como o próprio Punho de Ferro não luta tão bem, as lutas são mal coreografadas, sendo as menos atraentre do Universo Marvel-Netflix (porque mesmo as lutas de Luke Cage e Jessica Jones tinham seu sentido, mas a Arma Viva lutar mal não é aceitável); daí, há muita apelação para cortes, jogos de câmera e etc, algo que deixa bem visível a falha nas coreografias - mas a cena do soco no chão foi muito legal. O enredo em relação à missão do Punho de Ferro, o Tentáculo e Danny Rand é meio jogado, mal amarrado e a série acaba com você sentindo que faltou algo. Colleen Wing também foi interpretada por uma atriz pouco expressiva, mas compensou na habilidade marcial. O bom foi ver mais de Madame Gao em ação e a introdução de Bakuto e Davos. Esperava mais, e certamente é a série de mais baixo nível dos heróis Marvel-Netflix, mas Os Defensores vem aí e espero que finalmente Danny Rand volte como um verdadeiro Punho de Ferro.
Das séries que já vi, a segunda temporada de Legends of Tomorrow foi a que trouxe o verdadeiro significado de redenção. Depois de uma primeira temporada parada, repetitiva e pouco empolgante, a segunda traz tudo o que faltava e melhora o que tinha de bom. Os personagens são mais bem trabalhados e aprofundados, com conflitos mais verossímeis e dramas mais palpáveis, com uma ótima dosagem e posição do drama como parte do roteiro. As cenas de ação estão muito bem coreografadas e dirigidas, com ótimos efeitos - não que não haja um deslize aqui e ali - e bons cenários e figurinos. O roteiro tem seus furos, mas traz um enredo suficientemente empolgante e confuso, cheio de reviravoltas. Os vilões dão uma sensação de ameaça maior do que Savage, e os artefatos místicos introduzidos são interessantes, além de que essa temporada não teve medo de colocar muitas mortes importantes ao seu decorrer. A melhor das temporadas das séries de heróis da DC do ano até o momento.
Meio difícil de definir por ser bem diferente em vários sentidos: primeiro, a sinopse não diz nada, basicamente, então você não sabe exatamente do que se trata; segundo, você realmente não sabe dizer sobre o que é a série quando alguém te pergunta sobre ela e ainda está na metade, apesar de estar entendendo; terceiro, o ritmo propositadamente lento e com poucas revelações divide o público, e eu particularmente gostei muito dessa forma de contar a história tão lentamente e sendo tão introspectivo, mostrando melhor cada personagem, criando uma sensação de proximidade e grupo. Aí a série aborda esoterismo, EQM, pós-vida, dimensões paralelas, viagens interdimensionais, estresse pós-traumático, envolvimento familiar em diversos casos, mas tudo gira em torno de uma incerteza do que é e não é real e o maior trunfo da série é a forma como mostra que a união faz toda a diferença, pondo personagens diferentes e sem qualquer semelhança num círculo forte, numa ligação fraternal e familiar. Direção fantástica de Zal Batmanglij e roteiro único. Há umas coisas estranhas e soltas, mas espero que tudo se resolva na próxima temporada. E o fato de deixar tudo no ar me fez realmente gostar da série.
Das temporadas que vi até agora, a única que favoritei e a melhor disparada por saber dosar bem tudo e trazer mais intensidade. Mesmo os episódios parados são intensamente intricados, com jogos políticos, familiares e judiciais, e há mais batalhas, mais lutas, mais mortes prazerosas e o crescimento fantástico de Arya, Jon Snow e Tyrion, os três principais pilares da história em Westeros. Extremamente satisfatória e empolgante. E a melhor season finale até agora.
Estou ainda finalizando os livros (saga fantástica, diga-se de passagem) e tenho que dizer, uma senhora adaptação e fidelidade à história original. O visual é incrível e belíssimo, passando a sensação necessária de fantasia sombria que a série merece, os personagens são muito bem construídos, tais quais suas contrapartes literárias, e a presença de Lemony Snicket como narrador "participante" da história, inclusive usando trechos integrais dos livros, é a coisa mais divertida. Apesar de ainda estarem frescas nas memórias as ótimas impressões do filme com Jim Carrey, as novidades são muito gratificantes. O Sr. Poe é mais irritante e sem noção, os capangas de Olaf são mais engraçados e participativos, os tutores tem personalidades fortes e parecidas com as dos livros e o Neil Patrick Harris é a melhor das coisas, trazendo um conde Olaf cínico e maldoso, menos cruel que o do livro e menos louco que o do filme, mas culminando num resultado impressionante. Quanto aos órfãos Baudelaire, os atores são fisicamente iguais, mas a atuação de Klaus parece ainda faltar algo e Sunny é pouco presente, pelo trabalho de se atuar com um bebê; já Violet está muito bem delineada. Algumas mudanças na história são grandes e até um pouco decepcionantes para quem leu os livros, como já deixar a questão da organização secreta revelada desde cedo e a cena de Sunny x Orwell na serraria que era na verdade a cena que eu mais queria ver e não foi o que eu esperava. Mas isso não ofusca o resultado final, que foi excelente e até acima das expectativas, dando uma roupagem atraente e um pouco acessível da triste história dos órfãos Baudelaire. Recomendaria a todos assistirem, mas já aviso: você não encontrará finais felizes ou histórias que começam com cafés dá manhã servidos no quarto de uma mansão, mas sim uma série de desgraças e tristezas com os pobres irmãos Baudelaire.
Eu fui dar uma chance porque, quando li a saga O Guia do Mochileiro das Galáxias, também li o livro O Salmão da Dúvida, que constava com trechos de livros inacabados, entrevistas e contos não publicados pelo Douglas Adams. Vi o início do livro de Dirk Gently e era bem interessante, mas nunca pensei em ver aquilo no mundo cinematográfico. Fiquei surpreso de ver um dia qualquer no Netflix e mais ainda pelo resultado final. Agora estou louco pela segunda temporada. Os personagens e atores se encaixam muito bem um com o outro, a trama é louca, de início totalmente no sense, mas conta com um roteiro fechadinho, cheio de ficção científica, investigação, ação e comédia do melhor estilo Douglas Adams; o ritmo dos diálogos é um deleite, assim como a sequência dos episódios que não tem nada a mais nem nada a menos, e os ganchos deixados para a segunda temporada só deixam aquela curiosidade enorme para saber o que vem pela frente. Das melhores séries que vi no Netflix. Genial e extremamente divertida.
A série é boa. Poderia ser muito boa, mas se arrisca muito pouco. Os pontos interessantes são o fato de saber dosar o protagonismo dos personagens e desenvolver com os enredos particulares de cada um, trabalhando muito bem seus dilemas durante essa primeira temporada. Os sensate são muito bem delineados e com motivações e personalidades definidas, com boas atuações. A série é muito bem produzida e bem dirigida, com uma ótima trilha sonora, além de fazer muitas críticas sociais e quebrar com vários paradigmas, principalmente na questão sexual. Em contraponto, o plot que deveria ser o principal é difuso e pouco trabalhado, o vilão é muito pouco mostrado e há muita coisa confusa (que se espera que seja bem trabalhado na próxima temporada). O foco nas questões pessoais é tanto que se deixa de lado o enredo geral, mas a forma como os personagens se conectam e interagem é bem feita e interessante. A série é bem a cara das Wachowski, com críticas sociais, ficção científica quase fantasiosa e foco à força dos sentimentos e do amor nas relações e resoluções humanas. Boa série, mas a primeira temporada parece somente uma grande introdução.
Parecia pretensioso demais pegar o maior clássico de terror da história de cinema e transformá-lo numa série derivada após 43 anos de seu lançamento. O pior de tudo é que no final o resultado saiu melhor que a encomenda. A série tem seus erros, como algumas atuações não muito boas, um roteiro meio apressado em alguns momentos e problemas de produção, mas a história construída tomando o filme não como referência, mas como passado do universo da série, é muito bem inserida. Os dois plots principais são bem conduzidos e desenvolvidos, honrando de forma digna o legado deixado por Friedkin. Além disso, as atuações de Ben Daniels e Alfonso Herrera são ótimas, assim como a fotografia da série. Para quem esperava um completo fracasso, o resultado final ficou bem longe disso. Agora é esperar para ver se a história terá continuidade, pois ainda há muito a mostrar, o que promete ser algo de proporções enormes.
Um pouco superior às duas primeiras temporadas por contar com mais cenas violentas e mortes inesperadas, além de mostrar transformações nos personagens: Arya se torna mais forte, assim como Daenerys que se firma como uma das personagens mais interessantes. Outros personagens só se tornam mais odiáveis, como Joffrey e Walder Frey. Além de tudo, entram novos personagens e novas situações, que parecem funcionar melhor do que nas outras temporadas. O ritmo mantém a mesma pegada de esquentar nos últimos episódios, mas por causa das cenas violentas em maior número, os primeiros episódios são mais movimentados, o que deixa a temporada mais empolgante e interessante.
Nem sei dizer se essa temporada foi melhor ou a primeira foi, só sei que uma das melhores coisas da década foi a volta do Ash protagonizando uma série combatendo o mal (que nunca se acaba). Além disso, os personagens de apoio são ótimos, a série mantém o humor negro e canastrão dos filmes, até porque a maior parte disso vem do Bruce Campbell, o gore e a violência extrema, cheia de sangue, tripas, serras elétricas, demônios, desmembramentos e o que há de melhor no estilo de Sam Raimi, trazendo diretores que emulam muito bem o estilo desse mestre expandindo a história da melhor série trash do cinema; Por mim a série não termina nunca. Vem aí a terceira temporada e que tenha mais e mais.
Se você ainda não assistiu, assista agora, pois a HBO trouxe a melhor série do ano e uma das melhores de ficção científica. O molde dela é algo diferenciado: o ritmo cadenciado e suave vai delineando os personagens e principais narrativas aos poucos, para, ao chegar na metade da temporada, iniciar uma série de episódios movimentados e repletos de surpresas. Tudo se encaixa com perfeição: o roteiro de Jonathan Nolan é de um perfeccionismo impecável, deixando dicas espalhadas por todos os cantos e sabendo como entregar as surpresas sem ser clichê ou totalmente previsível - recomendo tentar ver toda a série sem tentar formular teorias, o resultado é ainda melhor. A direção e produção HBO, como sempre, é da mais alta qualidade, entregando cenas e cenários belíssimos, quase como composições de pinturas. E por falar em composições, a trilha sonora - desde as músicas autorais às releituras ao estilo do Velho Oeste de clássicos contemporâneos - é deliciosa de se ouvir, especialmente o tema de abertura, que compõe uma das melhores aberturas de séries, ao lado da abertura de The Sopranos. As atuações, claro, não podiam ser menos que ótimas. Aliás, com o time de atores que se formou, era difícil sair algo menor que muito bom. Mas o resultado final é ainda mais satisfatório. Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jimmi Simpson, Ed Harris e em especial Jeffrey Wright e o mestre Anthony Hopkins são de cair o queixo. Hopkins, em seu debut televisivo, nos mostra seu sempre maravilhoso lado frio, calculista e aparentemente psicótico, com aquele maldito sorriso que gela qualquer alma e tom de voz mais medonho do que qualquer personagem de filmes de terror. Alie isso à forma como é construído o conflito interno dos anfitriões e o atrito entre estes e os humanos. A season finale foi uma das melhores que já vi e responde muitas perguntas, enquanto deixa outras questões em aberto para serem desenvolvidas na próxima temporada (que só virá em 2018). Repito: se ainda não assistiu, assista; sente-se, relaxe, foque-se e delicie-se com essa obra-prima que alçou o clássico de 1973 a outro nível, expandindo seu universo de forma competente e inteligente.
Apesar de eu achar as temporadas anteriores superiores, não há queda alguma de qualidade quando Black Mirror passa às mãos do Netflix; em verdade, vemos o cuidado tanto na produção quanto nos aspectos criativos, tentando trazer novas abordagens a essa antologia futurista e assustadora. As histórias dessa temporada, em sua maior parte, conseguem ser mais "atuais", como nos episódios Nosedive, Shut Up and Dance e Men Against Fire, trazendo críticas pesadas a como a tecnologia é usada de camuflagem e autorização para a barbárie humana inerente a ele. Playtest definitivamente entrou meu top 3 episódios de toda a série. Como sempre, impecável, e agora teremos o dobro de oportunidades de nos sentir receosos quanto ao futuro.
Talvez eu tenha posto muitas expectativas em cima da série, o que fez com que algumas coisas me desapontassem no resultado final, mas foi tão bom quanto o esperado (afora alguns detalhes). A produção Netflix dá uma lapidada no visual da série que, apesar de não possuir a atmosfera cinzenta e cruel do piloto original, convence mais quanto a uma realidade distópica futurista, abusando de referências visuais do cinema de ficção científica e de um trabalho de cores muito bem dosado. A direção dos episódios, ainda que oscilantes, mostram grande qualidade, em especial a do episódio 4, disparado o melhor da temporada. Em suma, visualmente e esteticamente a série é belíssima. As ressalvas vão para atuações e roteiro. Sendo uma obra nacional, sempre se espera uma verossimilhança roteirística em relação ao vocabulário dos personagens, condizente com o mundo real, então o uso de xingamentos, gírias e palavras abreviadas cai bem demais, mas algumas coisas do enredo em si, além de alguns diálogos, caem nos clichês do gênero. Entretanto, as reviravoltas dão novas definições a esses clichês, trazendo um resultado em partes inesperado para uma obra fictícia, mas bem situado num caso real. O destino do personagem Fernando, por exemplo, é realista, mas fez com que o personagem perdesse parte de sua força em suas motivações principais. O destino de Michelle também parece injusto, assim como o da maioria dos personagens. Porém os que roubam a cena são Rafael, Joana e Marcos, os personagem mais bem (des)construídos da série, e os dois primeiros prometem trazer arcos grandiosos na próxima temporada. Infelizmente, Ezequiel termina a temporada tão misterioso quanto no começo, talvez até mais, onde não se sabe definir ou o que esperar do personagem. De modo geral, a série deixa mais interrogações do que antes de assisti-la, o que até certo ponto é bom. Apesar de certas cenas desnecessárias e do processo em si ser mais fraco do que o esperado (especialmente as provas individuais, que com exceção das provas de Fernando e Joana foram bem mal trabalhadas), a série é um grande estudo social, fazendo paralelos com a realidade, além de ser um estudo psicológico de cada personagem, dentro de uma hipótese bem possível. As atuações em geral são boas com algumas medianas, mas quem rouba a cena mesmo são os personagens Fernando, Marcos, Rafael e especialmente a Joana (DONA DA PORRA TODA). João Miguel e Bianca Comparato, os "globais", apresentam atuações oscilantes, por vezes não muito convincentes, ficando atrás dos estreantes. E a trilha sonora chama atenção por ser totalmente nacional. Em geral, há alguns erros que podem ser consertados na próxima temporada, mas 3% é uma realidade e uma grande conquista do cenário audiovisual brasileiro, batendo de frente com séries do estilo de renome. Agora é esperar o que vem pela frente.
The Flash (3ª Temporada)
3.6 172 Assista AgoraPior das temporadas, cheia de altos e baixos (e quantos baixos!), furos de roteiro, episódios mal feitos, relações entre personagens mal construídas e muito mais. Ainda assim, há coisas boas, como a season finale, que foi bem frenética, o penúltimo episódio, que foi bem emocionante e alguns vilões. Mas Savitar foi uma jogada bem mais ou menos, deixando um monte de coisas sem explicação, além de usarem bem mal o Ponto de Ignição. Apesar de tudo, tem seu brilho e sua diversão, e a season final realmente se superou. Só esperar que corresponda e não caia (de novo) nos clichês de sempre. E QUE VENHA AGORA UM VILÃO NÃO VELOCISTA!
Supergirl (2ª Temporada)
3.9 132 Assista AgoraDepois que mudou de casa, Supergirl foi uma série que cresceu muito. Sendo, basicamente, a representante da "era de prata" das séries da DC pela pegada mais leve e todo o pano de fundo de esperança e bondade que permeiam a personagem-título e seu primo, Superman (que está extremamente bem representado e interpretado na série), a segunda temporada de Supergirl é melhor em todos os sentidos: melhor ritmo, personagens mais bem trabalhados, efeitos especiais (muito) melhores - inclusive, a season finale é impressionante -, cenas de luta bem coreografadas, ampliação da mitologia DC na TV, entre outros bons aspectos. Mas, ainda assim, sendo CW como é, há muita enrolação, perda de tempo com romances e papos motivacionais, além de furos de roteiro, soluções muitas vezes pouco criativas e confusão no trabalho e na conclusão de múltiplos arcos simultâneos. De qualquer forma, Supergirl é um grande evento televisivo e, tendo a possibilidade de fazer parte do universo CW das séries DC, pode crescer muito. E que surpresas a próxima temporada guarda?
13 Reasons Why (1ª Temporada)
3.8 1,5K Assista AgoraPara adaptar um livro pequeno e intimista como 13 Reasons Why, a série expande o alcance do livro, deixando de se focar somente no Clay ouvindo as fitas, mas mostrando os planos, as reações e as atitudes dos outros personagens em relação às fitas e ao suicídio, mostrando coisas não ditas no livro e correndo riscos de não se sair bem. Felizmente, não há tantos deslizes. Para uma série adolescente americana, o nível de direção, enredo e produção é altíssimo, se destacando no gênero, mas é uma série que no máximo é boa. As atuações variam muito: temos algumas mais ou menos ruins, com alguns pontos altos (como o caso dos personagens de Jessica, Tony e Alex) e outros bem construídos e compatíveis aos personagens (Zach, Tyler e Marcus), enquanto os protagonistas entregam atuações muito convincentes e seguram o filme, principalmente o Dylan Minnette como Clay, que é de um carisma incrível; outro personagem que conquista pelo carisma puro é o Jeff, enquanto Hannah, tal qual no livro, divide opiniões sobre estar certa ou não. As questões relativas aos pais dos alunos na história da série e as deixas criadas para uma nova temporada trazem grandes riscos à série, expandindo para muito além do material-base, não dando um fim à história em si e podendo entrar num terreno perigoso. Mas já que há uma segunda temporada garantida devido ao hype e ao tanto de polêmicas envolvidas, só basta esperar para ver se o resultado será satisfatório e se a série não será desnecessariamente prolongada.
F Is for Family (1ª Temporada)
4.0 109 Assista AgoraMesmo não carregando o humor característico de animações adultas, como Family Guy e Brickleberry, F is for Family, sendo bem mais madura, cria situações cômicas usando de estereótipos setentistas manjados, como a família conservadora, o jovem rebelde, o adulto da indústria fonográfica drogado e bem sucedido ou a relação dos sindicatos com a máfia, além de trazer à tona uma porrada de preconceitos da época que até hoje persistem. Além do mais, traz uma visão um tanto diferente do habitual do que é viver em família, fugindo dos clichês de perfeição tão típicas da mídia americana.
Cara Gente Branca (Volume 1)
4.3 304 Assista AgoraNão peca mesmo. Muito bem roteirizada, dirigida e produzida, Dear White People é uma série negra que mostra seus personagens humanos como são: mesmo se tratando de uma abordagem relativa ao racismo enraizado na sociedade e cultura americana, os personagens apresentados mostram as diferentes facetas de pessoas envolvidas com o movimento negro, mostrando não só suas qualidades, mas suas incongruências, contradições e falhas, sem deixar de lado o contexto da vida universitária - num lugar que se diz pós-racial mas é recheado de preconceitos -, além de mostrar preconceitos dentro do próprio grupo em questão, deixando de ser somente algo negros x brancos, mas também pessoas x pessoas. Os personagens são extremamente bem construídos e revelam muitas complexidades. Grande série, ótimo ritmo e belíssimo enredo.
Sense8 (2ª Temporada)
4.3 892 Assista AgoraSe a primeira temporada foi uma grande introdução, essa traz aprofundamento. Tudo que deu certo antes é melhorado e aumentado: ao mesmo tempo em que há mais romance, há mais ação, mais drama, mais reviravoltas e o plot principal avança muito, ganha o status máximo no enredo, enquanto as sub-tramas não perdem em nada, sendo bem mais intensas e mostrando grandes repercussões tanto na vida pessoal de cada personagem quanto no grupo. Há também a ampliação da consciência do que são os sensate e de quem é seu inimigo, e a season finale, tanto os primeiros 20 minutos quanto os 15 últimos, foi simplesmente de tirar o fôlego. Diferentemente da primeira parte, essa segunda me deixou extremamente ansioso com o que vem a seguir.
Sobrenatural (11ª Temporada)
4.1 351 Assista AgoraDe início promete algo de dimensões assustadoras e estratosféricas, mas decepciona no meio do caminho. A volta de grandes personagens da série e a revelação de uma surpresa que permeia Supernatural desde a quinta temporada é algo que vale a pena, mas o desfecho meia boca, com uma season finale que prometia algo foda e não foi essas coisas, além de vários momentos em que a série esquece de sua história principal (com aquela história batida de "faz semanas que está tudo parado") fizeram a temporada perder um fôlego que seria melhor dado se fossem menos episódios. Ainda assim, dois ganchos foram deixados para a próxima temporada e só espero que sejam bem utilizados.
The Get Down (1ª Temporada)
4.5 417 Assista AgoraMantenho meus elogios feitos à primeira parte, mas notadamente houve algo que fez a segunda parte um tiquinho menos que a primeira; fica visível o corte de gastos, tanto pelas animações utilizadas como recurso quanto o menor número de episódios e outras coisinhas, mas a produção continua excelente. O triste é que The Get Down vem como uma segunda opção sempre. Sabia de seu lançamento porque fiquei louco pela série assim que ela foi anunciada, e qual não foi minha surpresa agora ao ver que a caixa vermelha de novos episódios surgiu! Mas ao mesmo tempo em que estourava o fenômeno 13 Reasons Why, assim como na época da primeira parte estourava Stranger Things; típico erro de divulgação, erro bobo, pois podia segurar um pouco para lançar num momento em que a série se destacasse, até porque ela é importante em incontáveis aspectos: representatividade, temática, cinematografia, parte musical, debates, história, atuações - revelando novos talentos -, dentre muitas outras coisas. As músicas continuam impecáveis, mas há alguns momentos que parecem estar fora de contexto, músicas que parecem muito à frente da época abordada. Também há umas falhas de roteiro e ritmo, que é lesado com a introdução das animações, que achei algo genial, mas que foi visivelmente uma forma de cobrir a falta de orçamento - já que a primeira parte foi caríssima e possivelmente não deu o retorno esperado. Ainda assim, há um show de dança, música, drama, romance e muito clichê de musicais no melhor estilo Baz Luhrmann, e o que dizer contra? Musical tem que ter clichê mesmo. O último episódio me emocionou em alguns momentos e espero que tenha um pouco mais de Get Down a ser mostrado (apesar de saber que é muito improvável :/). Série importante e linda demais para dar menos que cinco estrelas. Entra fácil nas preferidas da vida.
Game of Thrones (6ª Temporada)
4.6 1,6KParece que ao ultrapassar a série de livros, Game of Thrones se firma de vez como o fenômeno que é. Algumas das cenas mais agressivas e surpreendentes estão nessa temporada, assim como dois dos melhores episódios. A season finale mesmo se firma como o melhor episódio da série, ao trazer numa das primeiras vezes na série a sensação de arco fechado, de evolução e união dos vários caminhos num ponto só. Apesar de alguns deslizes nos núcleos de Dorne e das Ilhas de Ferro, a trama vai sendo mais bem costurada, com um papel importantíssimo pousando nas mãos de Bran, Daenerys e Arya crescendo como talvez as personagens mais fortes da série, Jon Snow cumprindo a promessa de ser um personagem grandioso e Cersei num momento crítico, e agora cada passo dado vai definir o esperado fim da saga. Caminhantes Brancos vem por aí e a guerra pelo trono de Westeros só está começando.
Game of Thrones (5ª Temporada)
4.4 1,4KNão achei que, como um todo, foi tão boa quanto a quarta temporada, mas devido aos três últimos episódios e ao tanto de agressividade (Filhos da Harpia mandando ver), crueldade (as cenas do sacrifício e da lua de mel são particularmente repulsivas e dolorosas) e transformação dos personagens que foi visto, entra como a minha segunda temporada favorita. O núcleo de Meereen foi bem agitado, personagens importantes passaram por grandes transformações pessoais, como Arya, Jon Snow e Sansa, além de grandes - e violentas - reviravoltas, mortes surpreendentes e adições de ótimos personagens. Belíssimo final de temporada, principalmente o fim do episódio 8 com os Caminhantes Brancos e a Caminhada da Vergonha do episódio 10.
P.S.: E o Bran??
Legion (1ª Temporada)
4.2 287 Assista AgoraJá entrou como uma das séries mais fodas que já vi em todos os aspectos: atuação, roteiro, direção, cinematografia, enredo e, acima de tudo, foge de lugar comum das séries de herói. Fazer uma série sobre um personagem tão complexo que possui múltiplas personalidades e ainda é filho do fucking líder dos X-Men nos quadrinhos não é pouca pretensão, mas a Fox parece que achou aqui o lugar onde deveria se firmar: o universo das séries. Eles arriscam sem medo! Propõem-se a entrar na mente de David Haller e são bem-sucedidos na forma como montam as cenas, como as cores trabalham com o enredo de forma perfeita, como o surreal é introduzido de forma súbita, como a confusão é latente e como tudo é pura loucura até que se encontre ordem no meio do caos. Vilão foda, medonho e forte, e o que mais satisfaz é saber que a série não vem essa de "vilão da temporada", mas com a proposta de um mutante super-poderoso lutando contra seus demônios internos e externos. Aí vem também a Divisão 3 que é ideia incrível, vem os outros mutantes que são ótimos, vem o Oliver, adição súbita que no último episódio se mostrou imprescindível, além de ter a maravilhosa Aubrey Plaza e a grande surpresa Rachel Keller (que mulheres, meus amigos), o Dan Stevens DESTRUINDO TUDO como protaganista (que homão da porra), a trilha sonora que tem até Pink Floyd, a violência gráfica, as cenas que pareciam viagens de ácido... Pô, gostei de tudo! Melhor série de heróis que já vi, sem dúvidas. Finalmente algo que não trata o espectador como uma porta para quem tudo tem que ser mastigadinho, fazendo a gente ficar confuso (e como) e pensativo, além de nos tirar de nossas zonas de conforto. Surpresa do ano.
Punho de Ferro (1ª Temporada)
3.0 499 Assista AgoraConheço muito pouco dos personagens das HQs, mas o que vi aqui foi bem aquém do que eu esperava após os trailers. Porém, não é uma série ruim. Tipo, os Meachum são a melhor coisa da série (apesar de as atuações não impressionarem, mas há bons momentos do Ward), e o Harold também não é essa ameaça toda. A aparição de Hogarth é o que dá um brilho a mais, porque a personagem é ótima. Não gostei dessa forçação de inserção da Claire Temple em TUDO, e aqui ela está especialmente chata, mais do que nas outras séries. O enredo do núcleo Meachum é bem conduzido e mostra que a Netflix sabe trabalhar com os temas de família e mundo corporativo. Entretanto, são deslizes demais para com o protagonista. Finn Jones não tem o carisma necessário nem habilidade para passar a imagem do Punho de Ferro; todos na série que lutam parecem melhores que ele. Isso leva a outra ponto: como o próprio Punho de Ferro não luta tão bem, as lutas são mal coreografadas, sendo as menos atraentre do Universo Marvel-Netflix (porque mesmo as lutas de Luke Cage e Jessica Jones tinham seu sentido, mas a Arma Viva lutar mal não é aceitável); daí, há muita apelação para cortes, jogos de câmera e etc, algo que deixa bem visível a falha nas coreografias - mas a cena do soco no chão foi muito legal. O enredo em relação à missão do Punho de Ferro, o Tentáculo e Danny Rand é meio jogado, mal amarrado e a série acaba com você sentindo que faltou algo. Colleen Wing também foi interpretada por uma atriz pouco expressiva, mas compensou na habilidade marcial. O bom foi ver mais de Madame Gao em ação e a introdução de Bakuto e Davos. Esperava mais, e certamente é a série de mais baixo nível dos heróis Marvel-Netflix, mas Os Defensores vem aí e espero que finalmente Danny Rand volte como um verdadeiro Punho de Ferro.
P.S.: Decepção adicional: nada de uniforme? Nem um vislumbrezinho no último episódio como em Demolidor?
Lendas do Amanhã (2ª Temporada)
3.8 63 Assista AgoraDas séries que já vi, a segunda temporada de Legends of Tomorrow foi a que trouxe o verdadeiro significado de redenção. Depois de uma primeira temporada parada, repetitiva e pouco empolgante, a segunda traz tudo o que faltava e melhora o que tinha de bom. Os personagens são mais bem trabalhados e aprofundados, com conflitos mais verossímeis e dramas mais palpáveis, com uma ótima dosagem e posição do drama como parte do roteiro. As cenas de ação estão muito bem coreografadas e dirigidas, com ótimos efeitos - não que não haja um deslize aqui e ali - e bons cenários e figurinos. O roteiro tem seus furos, mas traz um enredo suficientemente empolgante e confuso, cheio de reviravoltas. Os vilões dão uma sensação de ameaça maior do que Savage, e os artefatos místicos introduzidos são interessantes, além de que essa temporada não teve medo de colocar muitas mortes importantes ao seu decorrer. A melhor das temporadas das séries de heróis da DC do ano até o momento.
The OA (Parte 1)
4.1 981 Assista AgoraMeio difícil de definir por ser bem diferente em vários sentidos: primeiro, a sinopse não diz nada, basicamente, então você não sabe exatamente do que se trata; segundo, você realmente não sabe dizer sobre o que é a série quando alguém te pergunta sobre ela e ainda está na metade, apesar de estar entendendo; terceiro, o ritmo propositadamente lento e com poucas revelações divide o público, e eu particularmente gostei muito dessa forma de contar a história tão lentamente e sendo tão introspectivo, mostrando melhor cada personagem, criando uma sensação de proximidade e grupo. Aí a série aborda esoterismo, EQM, pós-vida, dimensões paralelas, viagens interdimensionais, estresse pós-traumático, envolvimento familiar em diversos casos, mas tudo gira em torno de uma incerteza do que é e não é real e o maior trunfo da série é a forma como mostra que a união faz toda a diferença, pondo personagens diferentes e sem qualquer semelhança num círculo forte, numa ligação fraternal e familiar. Direção fantástica de Zal Batmanglij e roteiro único. Há umas coisas estranhas e soltas, mas espero que tudo se resolva na próxima temporada. E o fato de deixar tudo no ar me fez realmente gostar da série.
Game of Thrones (4ª Temporada)
4.6 1,5K Assista AgoraDas temporadas que vi até agora, a única que favoritei e a melhor disparada por saber dosar bem tudo e trazer mais intensidade. Mesmo os episódios parados são intensamente intricados, com jogos políticos, familiares e judiciais, e há mais batalhas, mais lutas, mais mortes prazerosas e o crescimento fantástico de Arya, Jon Snow e Tyrion, os três principais pilares da história em Westeros. Extremamente satisfatória e empolgante. E a melhor season finale até agora.
Desventuras em Série (1ª Temporada)
3.9 600 Assista AgoraEstou ainda finalizando os livros (saga fantástica, diga-se de passagem) e tenho que dizer, uma senhora adaptação e fidelidade à história original. O visual é incrível e belíssimo, passando a sensação necessária de fantasia sombria que a série merece, os personagens são muito bem construídos, tais quais suas contrapartes literárias, e a presença de Lemony Snicket como narrador "participante" da história, inclusive usando trechos integrais dos livros, é a coisa mais divertida. Apesar de ainda estarem frescas nas memórias as ótimas impressões do filme com Jim Carrey, as novidades são muito gratificantes. O Sr. Poe é mais irritante e sem noção, os capangas de Olaf são mais engraçados e participativos, os tutores tem personalidades fortes e parecidas com as dos livros e o Neil Patrick Harris é a melhor das coisas, trazendo um conde Olaf cínico e maldoso, menos cruel que o do livro e menos louco que o do filme, mas culminando num resultado impressionante. Quanto aos órfãos Baudelaire, os atores são fisicamente iguais, mas a atuação de Klaus parece ainda faltar algo e Sunny é pouco presente, pelo trabalho de se atuar com um bebê; já Violet está muito bem delineada. Algumas mudanças na história são grandes e até um pouco decepcionantes para quem leu os livros, como já deixar a questão da organização secreta revelada desde cedo e a cena de Sunny x Orwell na serraria que era na verdade a cena que eu mais queria ver e não foi o que eu esperava. Mas isso não ofusca o resultado final, que foi excelente e até acima das expectativas, dando uma roupagem atraente e um pouco acessível da triste história dos órfãos Baudelaire. Recomendaria a todos assistirem, mas já aviso: você não encontrará finais felizes ou histórias que começam com cafés dá manhã servidos no quarto de uma mansão, mas sim uma série de desgraças e tristezas com os pobres irmãos Baudelaire.
Dirk Gently's Holistic Detective Agency (1ª Temporada)
4.3 188 Assista AgoraEu fui dar uma chance porque, quando li a saga O Guia do Mochileiro das Galáxias, também li o livro O Salmão da Dúvida, que constava com trechos de livros inacabados, entrevistas e contos não publicados pelo Douglas Adams. Vi o início do livro de Dirk Gently e era bem interessante, mas nunca pensei em ver aquilo no mundo cinematográfico. Fiquei surpreso de ver um dia qualquer no Netflix e mais ainda pelo resultado final. Agora estou louco pela segunda temporada. Os personagens e atores se encaixam muito bem um com o outro, a trama é louca, de início totalmente no sense, mas conta com um roteiro fechadinho, cheio de ficção científica, investigação, ação e comédia do melhor estilo Douglas Adams; o ritmo dos diálogos é um deleite, assim como a sequência dos episódios que não tem nada a mais nem nada a menos, e os ganchos deixados para a segunda temporada só deixam aquela curiosidade enorme para saber o que vem pela frente. Das melhores séries que vi no Netflix. Genial e extremamente divertida.
Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraA série é boa. Poderia ser muito boa, mas se arrisca muito pouco. Os pontos interessantes são o fato de saber dosar o protagonismo dos personagens e desenvolver com os enredos particulares de cada um, trabalhando muito bem seus dilemas durante essa primeira temporada. Os sensate são muito bem delineados e com motivações e personalidades definidas, com boas atuações. A série é muito bem produzida e bem dirigida, com uma ótima trilha sonora, além de fazer muitas críticas sociais e quebrar com vários paradigmas, principalmente na questão sexual. Em contraponto, o plot que deveria ser o principal é difuso e pouco trabalhado, o vilão é muito pouco mostrado e há muita coisa confusa (que se espera que seja bem trabalhado na próxima temporada). O foco nas questões pessoais é tanto que se deixa de lado o enredo geral, mas a forma como os personagens se conectam e interagem é bem feita e interessante. A série é bem a cara das Wachowski, com críticas sociais, ficção científica quase fantasiosa e foco à força dos sentimentos e do amor nas relações e resoluções humanas. Boa série, mas a primeira temporada parece somente uma grande introdução.
O Exorcista (1ª Temporada)
4.0 347 Assista AgoraParecia pretensioso demais pegar o maior clássico de terror da história de cinema e transformá-lo numa série derivada após 43 anos de seu lançamento. O pior de tudo é que no final o resultado saiu melhor que a encomenda. A série tem seus erros, como algumas atuações não muito boas, um roteiro meio apressado em alguns momentos e problemas de produção, mas a história construída tomando o filme não como referência, mas como passado do universo da série, é muito bem inserida. Os dois plots principais são bem conduzidos e desenvolvidos, honrando de forma digna o legado deixado por Friedkin. Além disso, as atuações de Ben Daniels e Alfonso Herrera são ótimas, assim como a fotografia da série. Para quem esperava um completo fracasso, o resultado final ficou bem longe disso. Agora é esperar para ver se a história terá continuidade, pois ainda há muito a mostrar, o que promete ser algo de proporções enormes.
Game of Thrones (3ª Temporada)
4.6 1,8K Assista AgoraUm pouco superior às duas primeiras temporadas por contar com mais cenas violentas e mortes inesperadas, além de mostrar transformações nos personagens: Arya se torna mais forte, assim como Daenerys que se firma como uma das personagens mais interessantes. Outros personagens só se tornam mais odiáveis, como Joffrey e Walder Frey. Além de tudo, entram novos personagens e novas situações, que parecem funcionar melhor do que nas outras temporadas. O ritmo mantém a mesma pegada de esquentar nos últimos episódios, mas por causa das cenas violentas em maior número, os primeiros episódios são mais movimentados, o que deixa a temporada mais empolgante e interessante.
Ash vs Evil Dead (2ª Temporada)
4.2 188 Assista AgoraNem sei dizer se essa temporada foi melhor ou a primeira foi, só sei que uma das melhores coisas da década foi a volta do Ash protagonizando uma série combatendo o mal (que nunca se acaba). Além disso, os personagens de apoio são ótimos, a série mantém o humor negro e canastrão dos filmes, até porque a maior parte disso vem do Bruce Campbell, o gore e a violência extrema, cheia de sangue, tripas, serras elétricas, demônios, desmembramentos e o que há de melhor no estilo de Sam Raimi, trazendo diretores que emulam muito bem o estilo desse mestre expandindo a história da melhor série trash do cinema; Por mim a série não termina nunca. Vem aí a terceira temporada e que tenha mais e mais.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KSe você ainda não assistiu, assista agora, pois a HBO trouxe a melhor série do ano e uma das melhores de ficção científica. O molde dela é algo diferenciado: o ritmo cadenciado e suave vai delineando os personagens e principais narrativas aos poucos, para, ao chegar na metade da temporada, iniciar uma série de episódios movimentados e repletos de surpresas. Tudo se encaixa com perfeição: o roteiro de Jonathan Nolan é de um perfeccionismo impecável, deixando dicas espalhadas por todos os cantos e sabendo como entregar as surpresas sem ser clichê ou totalmente previsível - recomendo tentar ver toda a série sem tentar formular teorias, o resultado é ainda melhor. A direção e produção HBO, como sempre, é da mais alta qualidade, entregando cenas e cenários belíssimos, quase como composições de pinturas. E por falar em composições, a trilha sonora - desde as músicas autorais às releituras ao estilo do Velho Oeste de clássicos contemporâneos - é deliciosa de se ouvir, especialmente o tema de abertura, que compõe uma das melhores aberturas de séries, ao lado da abertura de The Sopranos. As atuações, claro, não podiam ser menos que ótimas. Aliás, com o time de atores que se formou, era difícil sair algo menor que muito bom. Mas o resultado final é ainda mais satisfatório. Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jimmi Simpson, Ed Harris e em especial Jeffrey Wright e o mestre Anthony Hopkins são de cair o queixo. Hopkins, em seu debut televisivo, nos mostra seu sempre maravilhoso lado frio, calculista e aparentemente psicótico, com aquele maldito sorriso que gela qualquer alma e tom de voz mais medonho do que qualquer personagem de filmes de terror. Alie isso à forma como é construído o conflito interno dos anfitriões e o atrito entre estes e os humanos. A season finale foi uma das melhores que já vi e responde muitas perguntas, enquanto deixa outras questões em aberto para serem desenvolvidas na próxima temporada (que só virá em 2018). Repito: se ainda não assistiu, assista; sente-se, relaxe, foque-se e delicie-se com essa obra-prima que alçou o clássico de 1973 a outro nível, expandindo seu universo de forma competente e inteligente.
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraApesar de eu achar as temporadas anteriores superiores, não há queda alguma de qualidade quando Black Mirror passa às mãos do Netflix; em verdade, vemos o cuidado tanto na produção quanto nos aspectos criativos, tentando trazer novas abordagens a essa antologia futurista e assustadora. As histórias dessa temporada, em sua maior parte, conseguem ser mais "atuais", como nos episódios Nosedive, Shut Up and Dance e Men Against Fire, trazendo críticas pesadas a como a tecnologia é usada de camuflagem e autorização para a barbárie humana inerente a ele. Playtest definitivamente entrou meu top 3 episódios de toda a série. Como sempre, impecável, e agora teremos o dobro de oportunidades de nos sentir receosos quanto ao futuro.
3% (1ª Temporada)
3.6 772 Assista AgoraTalvez eu tenha posto muitas expectativas em cima da série, o que fez com que algumas coisas me desapontassem no resultado final, mas foi tão bom quanto o esperado (afora alguns detalhes). A produção Netflix dá uma lapidada no visual da série que, apesar de não possuir a atmosfera cinzenta e cruel do piloto original, convence mais quanto a uma realidade distópica futurista, abusando de referências visuais do cinema de ficção científica e de um trabalho de cores muito bem dosado. A direção dos episódios, ainda que oscilantes, mostram grande qualidade, em especial a do episódio 4, disparado o melhor da temporada. Em suma, visualmente e esteticamente a série é belíssima. As ressalvas vão para atuações e roteiro. Sendo uma obra nacional, sempre se espera uma verossimilhança roteirística em relação ao vocabulário dos personagens, condizente com o mundo real, então o uso de xingamentos, gírias e palavras abreviadas cai bem demais, mas algumas coisas do enredo em si, além de alguns diálogos, caem nos clichês do gênero. Entretanto, as reviravoltas dão novas definições a esses clichês, trazendo um resultado em partes inesperado para uma obra fictícia, mas bem situado num caso real. O destino do personagem Fernando, por exemplo, é realista, mas fez com que o personagem perdesse parte de sua força em suas motivações principais. O destino de Michelle também parece injusto, assim como o da maioria dos personagens. Porém os que roubam a cena são Rafael, Joana e Marcos, os personagem mais bem (des)construídos da série, e os dois primeiros prometem trazer arcos grandiosos na próxima temporada. Infelizmente, Ezequiel termina a temporada tão misterioso quanto no começo, talvez até mais, onde não se sabe definir ou o que esperar do personagem. De modo geral, a série deixa mais interrogações do que antes de assisti-la, o que até certo ponto é bom. Apesar de certas cenas desnecessárias e do processo em si ser mais fraco do que o esperado (especialmente as provas individuais, que com exceção das provas de Fernando e Joana foram bem mal trabalhadas), a série é um grande estudo social, fazendo paralelos com a realidade, além de ser um estudo psicológico de cada personagem, dentro de uma hipótese bem possível. As atuações em geral são boas com algumas medianas, mas quem rouba a cena mesmo são os personagens Fernando, Marcos, Rafael e especialmente a Joana (DONA DA PORRA TODA). João Miguel e Bianca Comparato, os "globais", apresentam atuações oscilantes, por vezes não muito convincentes, ficando atrás dos estreantes. E a trilha sonora chama atenção por ser totalmente nacional. Em geral, há alguns erros que podem ser consertados na próxima temporada, mas 3% é uma realidade e uma grande conquista do cenário audiovisual brasileiro, batendo de frente com séries do estilo de renome. Agora é esperar o que vem pela frente.