Ao invés de um discurso nobre, prevalece um jogo de sedução quase perverso entre Kirk Douglas e Elsa Martinelli. E, todo feito em locação, é bem fotografado pelas lentes do cinemascope ao explorar a profundidade de campo mesclando planos médios e abertos.
A câmera se infiltrando livremente na mansão constrói, juntamente com o clima fantasmagórico, uma rica mise-en-scène. Só tem o problema de ser repetitivo em sua conclusão, explicando sem pudor a reviravolta.
O personagem poderosíssimo de Kirk Douglas é arrematado pela câmera de Wilder através de um plano tatame, em que o astro, já fraco, começa no alto e termina com a cara no chão. Já na locação, o gigantesco canyon desolado engole o único ser que ali resta.
Há carinho e amor na nova vida de Mitchum, mas a redenção é difícil e o prazer é maior que a perenidade espiritual ou de um relacionamento. Jacques Tourneur controla a mise-en-scène, a montagem e a fotografia como integrantes do todo. Noir exemplo.
Vazio, frágil e efêmero. Estética naturalista é desculpa, o discurso do lado animalesco do ser humano é completamente inútil e repetitivo, aliás como o filme todo. Uma parte da vida sem vida.
Pitt bate e Norton apanha, aquele como ideal de masculinidade e de vida. Há signos visuais de valor, mas também há problemas: autoexplicativo, narração em off improdutiva, crítica pouco sutil, cenas computadorizadas (falsos planos-sequência) estéreis.
A pós-modernidade retratada através da montagem e da multifacetada identidade de um homem à frente de seu tempo. O caleidoscópio como mundo e o mutante que, assim como a banda nacional, absorve influências por tudo que passa.
Satoshi Kon essencialmente hitchcockiano: planos-detalhe revelando elementos ao espectador, perseguições em telhados e o voyeurismo/metalinguagem de "Janela Indiscreta". Também um olhar para a promiscuidade e a exploração do corpo feminino na sociedade.
Mero discurso para ilustrar paixões do diretor pelo cinema. A fotografia alaranjada conduz os finais de tarde "em Techonicolor" e os closes das atrizes em soft focus, como na era de ouro de Hollywood. E a narração em off preenche os vazios da narrativa.
Filme de planos-detalhe, de sons diegéticos e de pessoas através de véus e grades. Características que dão ênfase à repugnância dos personagens e do processo de cozimento. A vaidade, um dos sete pecados capitais, em excesso leva ao vício, à loucura.
Brasileiríssimo. Miscelânea estética (Kubrick, Leone, Antonioni, nouvelle vague...) assim como a cultura no país. Olha a promiscuidade, a realidade/onírico, o público/privado e a saturação da cidade. Segundo Chico Science: da lama ao caos, do caos à lama.
Tudo passa indiferente, a corrupção, as revoltas populares e até a esposa, pois ele só direciona seus olhos obsessivos à amante. E em um encerramento belíssimo, é o homem branco que fica desolado com a partida da oriental, oposto ao que ocorre na ópera.
Fassbinder dificilmente posiciona sua protagonista no centro do quadro, preferindo cantos, frestas ou espelhos esquisitos. É uma busca por identidade e por enquadramento no mundo. E Casablanca, desde H. Bogart e Ingrid Bergman, é um refúgio amoroso.
Turbilhão de emoções. Losey, em um exercício de câmera incrível, compõe uma mise-en-scène onde as sombras e os reflexos dizem mais dos personagens do que diálogos.
O filme todo ficamos no ponto de vista do protagonista, mas no desfecho, em um toque de mestre de Polanski, o olhar é invertido e tudo é revelado a nós. Cineasta que, junto de Sven Nykvist, tem uma composição visual riquíssima.
Insosso, Tom Tykwer não consegue fazer a transição entre comédia, drama e romance funcionar. Talvez o melhor seja a estrutura em flashback, que acrescenta o passado no estudo do personagem; ou algumas metáforas no enredo."
Estética e argumento subversivos. Espelhos para lá e espelhos para cá aparecem nos quadros de Frankenheimer, que cria uma visão distorcida (lentes grandes angulares em planos fechados; nitidez comprometida; expressionista) para uma identidade distorcida.
Amor não há neste filme, há pessoas dizendo torpezas a outras. É uma arte enganosamente profunda e conceitual - principalmente no argumento -, que quer chocar (o que dizer do plot twist?) antes de se qualificar. Constrangedora, risível ou indiferente.
A Um Passo da Morte
3.5 13Ao invés de um discurso nobre, prevalece um jogo de sedução quase perverso entre Kirk Douglas e Elsa Martinelli. E, todo feito em locação, é bem fotografado pelas lentes do cinemascope ao explorar a profundidade de campo mesclando planos médios e abertos.
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraA câmera se infiltrando livremente na mansão constrói, juntamente com o clima fantasmagórico, uma rica mise-en-scène. Só tem o problema de ser repetitivo em sua conclusão, explicando sem pudor a reviravolta.
A Montanha dos Sete Abutres
4.4 246 Assista AgoraO personagem poderosíssimo de Kirk Douglas é arrematado pela câmera de Wilder através de um plano tatame, em que o astro, já fraco, começa no alto e termina com a cara no chão. Já na locação, o gigantesco canyon desolado engole o único ser que ali resta.
Fuga do Passado
4.0 86 Assista AgoraHá carinho e amor na nova vida de Mitchum, mas a redenção é difícil e o prazer é maior que a perenidade espiritual ou de um relacionamento. Jacques Tourneur controla a mise-en-scène, a montagem e a fotografia como integrantes do todo. Noir exemplo.
Boi Neon
3.6 461Vazio, frágil e efêmero. Estética naturalista é desculpa, o discurso do lado animalesco do ser humano é completamente inútil e repetitivo, aliás como o filme todo. Uma parte da vida sem vida.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraPitt bate e Norton apanha, aquele como ideal de masculinidade e de vida. Há signos visuais de valor, mas também há problemas: autoexplicativo, narração em off improdutiva, crítica pouco sutil, cenas computadorizadas (falsos planos-sequência) estéreis.
Não Estou Lá
3.9 497 Assista AgoraA pós-modernidade retratada através da montagem e da multifacetada identidade de um homem à frente de seu tempo. O caleidoscópio como mundo e o mutante que, assim como a banda nacional, absorve influências por tudo que passa.
Perfect Blue
4.3 815Satoshi Kon essencialmente hitchcockiano: planos-detalhe revelando elementos ao espectador, perseguições em telhados e o voyeurismo/metalinguagem de "Janela Indiscreta". Também um olhar para a promiscuidade e a exploração do corpo feminino na sociedade.
Café Society
3.3 531 Assista AgoraMero discurso para ilustrar paixões do diretor pelo cinema. A fotografia alaranjada conduz os finais de tarde "em Techonicolor" e os closes das atrizes em soft focus, como na era de ouro de Hollywood. E a narração em off preenche os vazios da narrativa.
Escravas da Vaidade
3.7 81Filme de planos-detalhe, de sons diegéticos e de pessoas através de véus e grades. Características que dão ênfase à repugnância dos personagens e do processo de cozimento. A vaidade, um dos sete pecados capitais, em excesso leva ao vício, à loucura.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraBrasileiríssimo. Miscelânea estética (Kubrick, Leone, Antonioni, nouvelle vague...) assim como a cultura no país. Olha a promiscuidade, a realidade/onírico, o público/privado e a saturação da cidade. Segundo Chico Science: da lama ao caos, do caos à lama.
A Fantástica Fábrica de Chocolate
4.0 1,1K Assista AgoraCrítica óbvia e opções modernas frágeis na imagem. Mas "A Fantástica Fábrica de Chocolate" carrega uma carga emotiva quase mágica.
Sorrisos de uma Noite de Amor
4.0 58Bergman e Gunnar Fischer, a partir das luzes e das sombras, realçam as motivações dos personagens propostas no roteiro, em que o sexo é central.
M. Butterfly
3.8 89Tudo passa indiferente, a corrupção, as revoltas populares e até a esposa, pois ele só direciona seus olhos obsessivos à amante. E em um encerramento belíssimo, é o homem branco que fica desolado com a partida da oriental, oposto ao que ocorre na ópera.
Num Ano de 13 Luas
4.1 24Fassbinder dificilmente posiciona sua protagonista no centro do quadro, preferindo cantos, frestas ou espelhos esquisitos. É uma busca por identidade e por enquadramento no mundo. E Casablanca, desde H. Bogart e Ingrid Bergman, é um refúgio amoroso.
Holy Motors
3.9 652O ator da vida real na distopia contemporânea e ficcional. Mudanças de identidade atravessam o personagem e atingem o gênero fílmico.
O Criado
4.1 55Turbilhão de emoções. Losey, em um exercício de câmera incrível, compõe uma mise-en-scène onde as sombras e os reflexos dizem mais dos personagens do que diálogos.
O Inquilino
4.0 292O filme todo ficamos no ponto de vista do protagonista, mas no desfecho, em um toque de mestre de Polanski, o olhar é invertido e tudo é revelado a nós. Cineasta que, junto de Sven Nykvist, tem uma composição visual riquíssima.
Negócio das Arábias
2.9 178 Assista AgoraInsosso, Tom Tykwer não consegue fazer a transição entre comédia, drama e romance funcionar. Talvez o melhor seja a estrutura em flashback, que acrescenta o passado no estudo do personagem; ou algumas metáforas no enredo."
O Segundo Rosto
4.1 68 Assista AgoraEstética e argumento subversivos. Espelhos para lá e espelhos para cá aparecem nos quadros de Frankenheimer, que cria uma visão distorcida (lentes grandes angulares em planos fechados; nitidez comprometida; expressionista) para uma identidade distorcida.
Zelig
4.2 355Concepção primorosa de Woody Allen. Mas a montadora Susan E. Morse também merece elogios.
Paixão
2.7 333A imagem é questionável, o cinema de De Palma é verdadeiro.
Time: O Amor Contra a Passagem do Tempo
3.9 132Amor não há neste filme, há pessoas dizendo torpezas a outras. É uma arte enganosamente profunda e conceitual - principalmente no argumento -, que quer chocar (o que dizer do plot twist?) antes de se qualificar. Constrangedora, risível ou indiferente.
Depois de Maio
3.2 83 Assista Agora"E agora, José?".