Os dois atores estão muito bem no papel, principalmente o Félix. Apesar de ser uma história triste, a gente já sabe o desfecho desde o começo, o que não deixa a coisa pesada. Achei um filme bem bonito. Recomendo.
O que eu mais adoro no filmow são os comentários e eu adoro comentar sobre eles. Vamos lá. A maioria absoluta das pessoas diz que essa temporada é pior porque é menos verossímil e mais fantasiosa. Eu acho esse argumento equivocadíssimo. A primeira temporada é puro Jason Bourne feminista e continuação seguiu a mesma premissa 007. Uma organização criminosa que criou um orfanato para treinar pessoas e colocá-las em posições chave da sociedade com o objetivo de dominá-la? Gente, isso é pura teoria da conspiração no melhor estilo estilo Iluminatti. Não tem como um organização dessas existir por décadas sem que o Ministério Público ou a polícia federal não desconfiem ou sem que ninguém da imprensa note algo estranho. Se fosse num rincão do Brasil até vai, mas em plena cidade de São Paulo? Esse enredo surreal já está lá na primeira temporada, que termina com o mega clichê da pessoa que forja a própria morte. Nada mais clichezão que isso. A única diferença de Bom dia, Verônica para outras séries do mesmo estilo é que ela conseguiu introduzir de modo convincente temas bem contemporâneos à sua história (como a violência contra a mulher), o que deu à trama um ar mais "realista". Mas o espírito 007 sempre esteve lá. Brasileiro tem problemas com a maioria dos gêneros de história que não são comuns no Brasil. Como Verônica é uma série policial, a galera quer ver Um Tropa de Elite, um Cidade de Deus, com críticas sociais e "realismo". Pra mim, essa nunca foi a proposta.
O ator que fez o protagonista da série, Beam Paphangkon infelizmente veio a falecer algumas horas atrás. A Tailândia está em choque. O rapaz tinha apenas 25 anos. A família chegou em casa e o Beam estava dormindo. Eles não conseguiram acordar o ator. Levaram ele para o hospital, mas não conseguiram salvá-lo. Uma notícia muito triste. Era um jovem talento promissor. Estava gravando outra série para a Netflix onde interpretaria o técnico do time de futebol dos meninos que ficaram presos na caverna no norte da Tailândia. Meus sentimentos à família.
Boas interpretações e bons personagens desperdiçados numa história arrastada. Daria até pra aturar se não fosse o que fizeram com o personagem do Conrad.
Cansado de histórias de gays que se apaixonam por héteros.
Sério!
PAREM DE FAZER HISTÓRIAS ASSIM!
Vcs não tem criatividade? Além de tudo, é tão ofensivo colocar sempre as gays como amarguradas que ficam sozinhas e só sabem correr atrás de héteros que não as querem.
Nós brasileiros somos colônia mesmo. Se um diretor brasileiro fizesse um filme mostrando homofobia truculenta numa escola brasileira, os franceses assistiriam e diriam: "Nossa, é assim mesmo que o Brasil deve ser, que país bárbaro". Agora, quando os próprios franceses fazem um filme mostrando homofobia na França, os brasileiros assistem e dizem: "Só pode ser mentira, a França é um país evoluído".
Tais comentários são menos um elogio à França do que uma visão pessimista do Brasil. Se tais situações são demais até para o Brasil, eles supõem, então é impossível que isso aconteça na França.
Acontece que se você fizer uma pesquisa sobre homofobia na França, vai ver que ainda há registros de violência escolar acontecendo hoje. Não é nada impossível.
Ler tais comentários me fizeram lembrar de um outro filme gay que assisti anos atrás. Se chama "Como vencer no jogo (sempre)". É um filme tailandês que mostra um casal gay que é aceito pela sociedade. Daí eu fui ler algumas críticas e tinha gente dizendo que o filme era irrealista, pois o casal deveria sofrer homofobia. Ou seja, se é um filme asiático, esperam que tenha discriminação, afinal, a Ásia é um continente de pessoas bárbaras, não é mesmo? Filme de casal gay vivendo bem e feliz só vale para países "civilizados".
Esses nuances dizem muito sobre como o brasileiro enxerga a si mesmo e aos outros. Ele se acha um vira lata diante dos europeus, mas sem dúvida se acha melhor do que asiáticos e africanos.
Engraçado como alguns dizem que só gostaram da primeira metade e outros dizem que só gostaram da segunda metade. Quem gostou da primeira, diz que a segunda é clichê. Quem gostou da segunda, diz que a primeira parta é chata. Eu sinceramente não sei o que vocês queriam que tivesse no filme para não ser chato ou não ser clichê. Gostaria muito de ouvir as razões, pois ninguém nos comentários disse nada, ninguém analisou o filme, apenas reclamou.
Eu gostei bastante do filme. Fala sobre o embate entre fé e desconfiança, sobre o conflito entre as expectativas sociais e nossos anseios individuais e sobre a figura feminina como protagonista num mundo dominando pelos homens.
Nim e Noi vivem um conflito porque a segunda decidiu rejeitar seu papel como xamã da deusa Ba Yam e deixou essa missão para sua irmã mais nova. Essa rejeição não é apenas religiosa, mas um cisma familiar profundo. Tanto que Noi decide escolher uma religião completamente diferente, no que parece ser uma tentativa de deixar clara sua intenção de produzir uma ruptura com a tradição familiar.
Apesar das duas irmãs seguirem, aparentemente, caminhos diferentes em suas crenças, ambas cultivam secretamente dúvidas e a crise gerada pela possessão de Ming expõe as incertezas das duas.
Três cenas são muito emblemáticas nesse sentido. A primeira é quando a Noi decide abandonar suas convicções cristãs e vai procurar outro xamã para ajudar sua filha. Outro momento impactante é quando as duas irmãs discutem sobre o estado de Ming. Nim afirma que não é Ba Yam que possuiu sua sobrinha. Noi se desespera e pergunta quem permitiu essa possessão e a quem recorrer nessa situação? Ba Yam? O deus cristão? Buda? Nenhuma das duas tinha a menor ideia.
Mas a cena mais marcante pra mim foi a confissão final de Nim de que não nunca tivera certeza de que Ba Yam havia realmente a possuído.
Gostei muito da forma como o filme retratou a relação dessas mulheres com suas crenças.
Sobre a possessão em si, ela parece estar ligada ao que os antepassados da família deles tinham feito. O conceito de carma está sempre presente nos filmes de terror tailandeses e esse aqui não é diferente.
Ming foi possuída por causa da maldição das pessoas prejudicadas pelo pai dela. Quando aquele xamã faz o ritual de aceitação, ela não estava aceitando Ba Yam, mas sim todos os espíritos vingativos que queriam prejudicá-la, é por isso que o estado dela piora muito depois do ritual.
Apesar de Ming ser a pessoa sofrendo a maldição, o alvo dos espíritos era toda a família, tanto que foram todos mortos. A deusa Ba Yam, ao que tudo indica, nunca possuiu Nim, pois ainda esperava pela oportunidade de possuir Noi, o que acontece no final do filme. Entretanto, Ba Yam subestimou os demônios, pois sua conexão com Noi ainda era fraca no momento em que foi atacada e cercada pelos espíritos vingativos. Noi-Ba Yam ficou dividida entre o dever divino de acabar com os demônios e o dever materno de tentar salvar Ming e isso a tornou um alvo fácil.
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Há muitas outras coisas que gostaria de falar, pois o filme é bem rico em nuances, mas acho que já escrevi demais. É um filme que mostra maturidade do diretor Bajong, muito mais complexo e bem feito do que Shutter out Alone.
esquiva-se de dar um desfecho para os acontecimentos - fica tudo sem explicação - além de entregar ao protagonista um final digno dos derrotados e humilhados. A cena final da correspondência entre o filho e o pai deveria algo bonito e tocante? Pra mim ficou parecendo que a gente que é LGBTQIA+ tem que se contentar com o reconhecimento poético do nosso amor, e que isso basta. Quanto ao reconhecimento do Estado, das autoridades, fica pra depois. Enquanto o pai perde o filho, o tio sovina que só voltou pra ficar com o dinheiro fica com o garoto e casa.
É lenta e meio bagunçada, mas não achei isso um grande problema, uma vez que a história é envolvente e instigante. Discordo de quem disse que 5 capítulos seriam o suficiente. Achei o ritmo e a quantidade de episódios perfeitos.
Cássia Kiss e Cláudia Abreu se entregaram aos seus papéis. Ambas estão muito bem e são o ponto forte do elenco. Por outro lado, o elenco jovem está bem perdido aqui.
Sobre os diálogos e atuações, acho que melhoraria 50% só de cortar as Ênclises. Gente, brasileiro não usa ênclise. Custa fazer todos os diálogos com Próclise para que soem mais naturais? As pessoas nessa série falam como se estivessem num jogral estudantil ou declamando uma poesia num sarau. Isso prejudica muito a naturalidade das falas e, consequentemente, a atuação. A cena, por exemplo, em que um grupo de pessoas vai até a casa da Bruxa pedir ajuda para encontrar a menina desaparecida é um exemplo de diálogo e atuação ruins. A atriz que interpreta Iryna Burko se saiu tão mal quando ofende a personagem da Cássia Kiss que me fez sentir até vergonha.
Mas tem tantas séries americanas com atuações e diálogos meia boca que o povão ama, não é mesmo? Essa daqui não está nada mal.
Nunca tinha visto antes um documentário que vitimizava um psicopata. Dar o protagonismo de um documentário para alguém que cometeu um crime desses e, pior, comprar a narrativa do psicopata, é algo estarrecedor. Psicopatas podem ser sedutores, podem muitas das vezes saber o que falar para enganar as pessoas. A Suzane Von Richthofen tentou fazer o mesmo naquela entrevista para o fantástico. Sendo uma mulher branca e loira fica mais fácil ainda ganhar empatia das pessoas. E, esperta como ela é, Elize usa uma linguagem afinada com a luta identitarista para se colocar como vítima. Os investigadores do caso são machistas e falam da vida dela como prostituta com preconceito misógino. Sabendo disso, ela consegue imprimir a narrativa de mulher injustiçada com maestria. Segundo essa narrativa, Elize foi vítima de um marido cruel e machista, cuja tóxica relação terminou numa discussão seguida de morte, algo não premeditado por ela.
Elize justifica sua condenação e as críticas que recebe como expressões do patriarcado. Segundo a autora do crime, se ela fosse homem o tratamento por parte da mídia e da justiça seriam diferentes. Há verdade na afirmação sobre a misoginia da sociedade brasileira, mas muitos questionamentos dela não tem sustentação. Elize pergunta, por exemplo, se o caso teria a mesma repercussão se fosse o marido dela que a tivesse matado, dando a entender que só houve interesse no caso e julgamentos morais por ela ser mulher. Isso não é bem verdade. A sociedade é machista, mas a mídia não ignora casos de mulheres mortas pelo companheiro. Dá pra citar inúmeros casos que sofreram cobertura da mídia: goleiro Bruno, Doca Street e Angela Diniz, Elloá Pimentel, Daniella Perez, Sandra Gomide, entre outros. A justiça, a imprensa e a sociedade foram machistas em muitos desses casos, mas não dá pra dizer que caso fosse o herdeiro da Yoki a matar a Elize não haveria repercussão. O dono de uma empresa famosa como a Yoki ser preso por esquartejar a esposa não chamaria a atenção da mídia? O questionamento dela é risível.
Além disso, apesar de todo o machismo que sofreu durante a investigação e julgamento por ter sido garota de programa, ela ainda recebeu uma pena relativamente pequena para o seu crime. O goleiro Bruno, por exemplo, recebeu uma pena maior. Aliás, assim como muitos homens assassinos, ela recebeu o privilégio do regime semi-aberto. E isso já tem dois anos! Qual a diferença de tratamento que ela recebeu da justiça em relação ao goleiro Bruno? É verdade que muita gente continuou apoiando o Bruno depois dele sair da cadeia e poderiam dizer que isso só aconteceu por ele ser homem. Mas a Elize não tem nenhum apoio? Quantos assassinos ganharam documentário da Globo?
Acho, aliás, que esse é o ponto: ela conseguiu o documentário justamente por que sua cor e discurso alinhado ao feminismo lhe possibilitam angariar empatia que outros na mesma situação não conseguiriam.
As críticas que ela sofreu e sofre por ter sido garota de programa são deploráveis. Mas isso não a isenta de ser cobrada ou criticada por esquartejamento. O fato do marido assassinado ter sido um mau companheiro também não é relevante. Agora vamos aceitar justificativas pra assassinato? Me traiu tem que morrer? Vamos voltar a aceitar crimes "pela honra"? Podem argumentar que muitos homens heterossexuais ainda realizam esses crimes "pela honra", nome arcaico para feminicídio. Mas e daí? Por causa disso vamos aceitar que os outros também o façam?
O primeiro filme achei ruim e só quis ver esse porque no trailer ficou claro que seriam outros personagens. A história não focou na Deena, personagem do primeiro filme que eu odiei. A Ziggy é uma personagem bem mais carismática e o clima anos 70 deu um charme pra história. Infinitamente melhor que a primeira parte, onde eu quase dormi várias vezes. Nesse sequência, a história realmente te prende e você não fica tentado a pular partes, como no primeiro filme. Dessa vez eu torci pelos personagens, enquanto no primeiro filme eu torci pra bruxa matar todo mundo pra encurtar o filme pq tava chato demais e pq os personagens são ridículos.
Tirando o Simon e o Josh, não curti nenhum personagem. A Deena é particularmente sem carisma e irritante. É difícil acompanhar uma série de filmes quando os protagonistas são tão malas. Entre o casal sem sal das duas protagonistas e a bruxa do mal, fico com a bruxa. Bem mais carismática.
Comentário meio aleatório mas que acho necessário:
Gostei muito do fato deles terem deixado a pele dos atores bem naturais, com as imperfeições típicas. Tem espinha, manchas, cicatrizes. Também achei que a escolha do elenco não visou atores e atrizes super lindos e modelos. São pessoas mais comuns, mas que não deixam de ser bonitas.
Gostei da naturalidade como a atração entre eles foi construída. Achei toda a questão física entre eles muito bonita e bem feita. A química realmente foi natural e convincente.
Geral dizendo que o Benji é chato. Eu achei o oposto. Odiei o Victor a temporada inteira! Só ficava defendendo a mãe chata dele. Aliás, que purgante que é aquela mulher. Adorei quando o pai dele disse que queria sair com outras pessoas. Você arranja coisa melhor, campeão. Vai fundo.
A verdade é que o Benji fez caridade a série toda. Eu odiaria ter um namorado que fica defendendo a família homofóbica. "Ah, mas vc tem que entender que eles são religiosos, blá blá, blá"... FODA-SE! Eu me identifiquei muito com o Benji pq eu namorei um rapaz cuja avó era racista e ficava fazendo comentários racistas na mesa do jantar bem na minha cara e quando eu pedia pro meu namorado dizer alguma coisa, ele vinha com esse mesmo papinho de que "Ah, mas vc tem que entender que ela é de outra geração, tem outra cultura". FODA-SE ela e a geração dela! Não sou obrigado a ouvir certas coisas e ficar calado! Agora tenho que ter paciência e ouvir calado coisas como "Você é escurinho, mas é boa pessoa"? Vai se ferrar!
E o pior é a justificativa colonialista que o Victor usa pra desqualificar o Benji. Ele diz que seu namorado não entende sua mãe pq ele é branco. Oi? Então o Victor acha que brancos são seres evoluídos e gay friendly, enquanto não-brancos são pessoas bárbaras, retrógradas e atrasadas cuja homofobia é explicável devido às dificuldades que enfrentaram na vida? Por que foi basicamente isso que a conversa dele com o Rahim significou. Como brasileiro e descendente de africanos e indígenas eu achei isso um insulto. Como se famílias brancas fossem super progressistas e como se o majoritariamente branco EUA fosse super progressista e a América Latina fosse o continente das trevas e do atraso mental. Victor basicamente disse: "Olha, vc tem que entender que minha família é latina, somos católicos, nossa cultura é homofóbica mesmo. Você está sendo culturalmente insensível por não compreender a homofobia latino americana. Nem todo mundo tem sorte de nascer numa família branca e gay friendly. Eu tive azar de nascer numa cultura homofóbica e diferente da sua. Na próxima reencarnação, espero nascer branco e protestante".
E o Victor ainda contou o segredo do Benji ter sido alcoólatra pro Rahim, alguém que ele mal conhecia? Além de ser falta de verossimilhança, ainda fizeram o Victor ficar parecendo ainda mais cuzão.
Outro problema são os personagens do Rahim e da Mia. Nenhum deles disse a que veio. O Rahim só está lá pra cumprir uma cota racial? Ele caiu de para-quedas na história. Não acrescentou nada. O que fizeram com a Mia? A história dela ficou desconectada do restante. O namoro dela ficou perdido no rolê, sem nenhum atrativo.
Felix, maravilhoso, roubou a cena. A história dele é a mais interessante. Personagem cativante, ator super entregue ao personagem. Sem defeitos.
Eu gostei de assistir a série, mas essas coisas me incomodaram. Deveriam se preocupar mais em desenvolver os personagens e suas relações invés de enfiarem personagens novos e situações forçadas.
Não sei se foi problema no site que eu vi, mas o áudio do filme é baixo. É difícil ouvir o que os atores mirins dizem. Perdi vários diálogos por causa disso. Achei a adaptação decente, mas não maravilhosa. Cebolinha, protagonista.
Se o Cole não existisse e os protagonistas fossem Liu Kang e King Lao, eu teria gostado. Achei um absurdo o Liu Kang, o mais foda de todos, ser tratado como se fosse um menininho assustado de 11 anos. Apanhou o filme todo, foi um personagem fraco. Decepção total. E esse Cole, que personagem chatoooooooo.
Podiam investir mais na história e menos na porradaria.
A chatíssima Yuri estragou um pouco a segunda temporada. Se não tivesse ela, eu teria adorado. Amei o episódio da senhora lésbica que odiava homens por causa do aborto que resultou na morte de sua paixão de infância.
Palmas pra atriz principal, Kitty Chicha, e para o ator Aim Phumiphat que faz o episódio do trote universitário.
Para um país conservador e governado por militares como a Tailândia, acho incrível como uma série que debocha de várias instituições e tradições do país não foi censurada. Acho que os censores são burros e não entendem sarcasmo.
Há vários elementos tradicionais e reacionários bastante próprios da sociedade tailandesa que estão nas entrelinhas dessa história. Na verdade, sendo sincero, alguns não estão nem nas entrelinhas, estão explícitos. Tian era um menino rico e fútil que gostava de beber e organizar rachas, aquelas corridas de rua super perigosas. Pois então, o Tian organizou o racha que causou a morte da professora da vila nortista. Ele não dirigia o carro, mas ele organizou a corrida clandestina e ainda deu o carro dele para o atropelador. Tian não estava na corrida, pois passou mal antes dela acontecer e foi levado ao hospital. Lá, ficou entre a vida e a morte e foi salvo pelo coração da professora, a mesma que seu comparsa atropelou enquanto ele estava indo para o hospital. Como se não bastasse, a rica família do Tian usou de seu dinheiro e influência para furar a fila do transplante de órgãos, o que torna possível, desse modo, que o coração da moça seja entregue ao nosso protagonista. Em suma: ele ajudou a matar a professora e ainda roubou o coração dela. Literalmente. Depois de acordar e se recuperar, ele soube de tudo que aconteceu e se sentiu culpado. É por isso que ele (como um bom budista) decide pagar o seu carma e ir para o norte assumir a vaga que era da sua doadora. Uma vez no norte, Tian passa por todo tipo de necessidades: não tem energia elétrica e nem internet no local. Ele sofre com os mosquitos, sofre com a água fria para tomar banho, e sofre para conquistar a simpatia dos brutos e incultos aldeões. Os pobres moradores locais são burros e ignorantes. São enganados facilmente pelos compradores de chá que aparecem no local, uma vez que não sabem fazer cálculos simples na hora da pesagem das folhas. Nosso herói, Tian, se revolta contra o sistema opressor e enfrenta os enganadores. O que ele não sabe é que essas pessoas são ligadas aos traficantes de animais da região. Tian acaba atraindo a ira dos traficantes e leva a vila à uma guerra com os bandidos. Quem salva os aldeões (e Tian) da enrascada são os guardas florestais (que na verdade são parte do exército na história original contada no livro) que usam suas armas e táticas de guerrilha para atacar o assentamento dos traficantes e derrotá-los. Nada disso seria possível, é claro, se não fosse a liderança de Tian. Ele é o único que entende que a opressão deve acabar e que é necessário enfrentá-la. Os pobres aldeões são incapazes de fazer qualquer coisa por si mesmos, sendo o bando de tapados que são. Mas, no fim das contas, são os guardas/soldados que precisam usar a força (mas seguindo a liderança de Tian) para salvar o dia. Tanto o soldado Phupha quanto os humildes aldeões ficam muito tristes ao descobrirem que Tian está envolvido na morte da sua querida professora. Mas, com o tempo, eles o perdoam ao verem todo o sacrifício dele na luta contra os malignos traficantes. Afinal, ele é um menino rico que rejeitou toda a sua riqueza para estar ao lado deles, defendendo-os dos traficantes do mal. Entretanto, Phupha, o soldado musculoso por quem Tian está apaixonado, acha que a relação dele com Tian não tem futuro, pois ele quer que Tian volte pra Bangcoc para estudar. Ele acredita que o jovem terá um melhor futuro se deixar a vila e for construir uma carreira. Os dois se desentendem e Tian deixa a vila e volta para a universidade. Entretanto, ele larga a Engenharia e escolhe Pedagogia, pois quer ser professor. Ao fim, o pai de Tian, o mesmo político corrupto que encobriu os crimes do filho e que ainda roubou um coração da fila de transplante, aparece como o homem de bem que não só abençoa a relação homossexual de Phupha e Tian, como também é o promotor do reatamento entre os dois. Ele é um político corrupto, mas é gay-friendly. Aparentemente é isso que importa. Fim.
Agora vamos para a análise dos personagens principais. Tian representa a elite tailandesa de Bangcoc. Phupha representa as Forças Armadas. Os aldeões são o povo tailandês. O povo, sendo burro e idiota, não é protagonista de sua própria história. Eles precisariam de uma direção, pois sua ignorância os impediria de saber o que fazer. Essa direção é dada pela elite educada de Bangcoc. Os pobres aldeões não sabem que estão sendo explorados e precisam que Tian não só diga isso para eles, como também diga o que eles devem fazer. Mas não basta apenas ter a direção. É necessário a força para fazer o que for necessário. Se a elite é a cabeça, os soldados são os braços e pernas da nação. Eles tem o monopólio do uso da força e são capazes de defender os aldeões dos malignos traficantes, que representam a banda pobre da sociedade. Curiosamente, os traficantes são retratadas como malignos bandidos por seus crimes, enquanto os crimes de Tian e sua família são ignorados e até mesmo visto como redimidos pelo fato de Tian ser voluntário na vila e pelo pai abençoar a relação gay dos protagonistas. Aqui entra o (mau) uso que a elite faz do budismo. Você tem um carma ruim? Basta fazer umas boas ações que está tudo ótimo. A narrativa nacionalista é bem clara aqui: a nação só está de pé porque a elite de Bangcoc se sacrifica pelo povo. Mesmo o povo sendo inculto e incapaz, a elite não desiste, ela dá seu sangue para o bem comum. Nessa empreitada, a elite conta com o apoio corajoso e abnegado das Forças Armadas, sem o qual o país já teria sucumbido aos mal elementos. Esses mal elementos mudam de acordo com a época: já foram os comunistas, já foram os camisas vermelhas, já foram os estudantes, agora são os protestos pró-democracia. O povo, sendo inculto, não consegue enxergar o rumo que o país deve seguir, mas a elite de Bangcoc, graças ao seu sacrifício e consequente bom carma acumulado, tem a capacidade de ver além. Infelizmente, às vezes o povo não consegue enxergar a boa intenção da elite, mas quando um conflito aparece, as Forças Armadas surgem para salvar a todos.
Se você acha que essa minha análise está muito ampla, podemos ver a coisa de modo mais direto e objetivo. Vamos falar sobre mortes no trânsito. Assim como Tian, os jovens membros da elite tailandesa estão sempre enrolados com a justiça por causa de sua conduta assassina atrás do volante. Há vários casos de jovens ricos que mataram pessoas enquanto dirigiam, sem que nenhum deles tenha ido parar atrás das grades. Se está curioso para saber do que estou falando aqui, procure o caso de Orachorn “Praewa” Thephasadin. Aconteceu em 2010 e é um bom exemplo de como os jovens tailandeses ricos podem fazer o que quiserem e se safarem. Praewa matou nove pessoas ao bater seu carro numa van que transportava estudantes. Ela nunca foi presa e ninguém recebeu nenhuma indenização até hoje. Numa das sentenças de seu julgamento, o juiz em questão escreveu que a família dela fez muitas coisas boas pela Tailândia, por isso não poderia ser presa. Há também o caso do herdeiro da Red Bull. O neto do dono da empresa atropelou um policial e arrastou seu corpo por vários quilômetros. Não prestou socorro e tentou ocultar o crime, mas o rastro de sangue até a garagem da sua casa o denunciou. O sujeito está vivendo na Europa há anos e não sabemos se algum dia vai pagar pelo crime. Tanto no caso da Praewa quanto no caso da Red Bull, as famílias dos criminosos trataram de "limpar" a sua imagem pública através de caridade e doando dinheiro para projetos sociais que ajudam pessoas que moram em afastadas zonas rurais. Exatamente a mesma coisa que Tian fez na série. A elite pode fazer isso porque, supostamente, graças aos seus carmas acumulados, ela enxergaria melhor. Ela se sacrificaria pelos pobres, por isso seus eventuais erros devem ser perdoados. Se não ela, quem pode governar a Tailândia? Os militares, apesar de sua suposta fibra moral, não podem fazer isso sozinhos. Eles precisam da direção de quem entende, de quem tem a visão.
No final das contas, fica nítido aqui como a narrativa nacionalista pode se adaptar a qualquer gênero e contexto. Nessa série, a elite se coloca como apoiadora do casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao mesmo tempo em que reitera a importância de sua participação, ao lado dos militares, na direção da nação. E sem pagar pelos seus crimes.
Eu gostei do filme e achei as cenas entre os dois bem ousadas. Acho que hoje em dia não permitiriam um ator tão jovem fazer cenas sexuais com um homem adulto. Mas não achei as cenas pesadas, se bem que eu não sou o tipo de pessoa que se escandaliza fácil com cenas de sexo (consentido), violência me afeta bem mais. Não acho o filme uma romantização da pedofilia, como dizem. É um filme de lembranças. Ele aparentemente lembra da história com carinho e ternura. Não me sinto capaz de julgá-lo e dizer que ele está errado. Há casos de adolescentes que mantiveram relações com adultos e que depois, com o passar dos tempos, percebem que foram abusados. Não li o livro, mas baseado no filme eu sinto que o homem adulto não sente que sofreu abuso e tem boas memórias sobre o que aconteceu. Quando eu tinha 14 anos, tive relação com alguém de 19 anos e não foi abuso de forma alguma. Eu não tenho a mesma lembrança super romântica sobre o ocorrido, mas não sinto vergonha ou nenhum arrependimento. Foi algo consentido que eu não me arrependo nenhum pouco de ter feito. Por isso sou capaz de me colocar no lugar do protagonista e entender o que ele sente.
Terra Vermelha
3.6 25No you tube tem esse filme em baixa qualidade. Sabem onde encontrar em boa qualidade para download?
Moneyboys
3.5 12Alguém sabe onde encontrar esse filme?
Verão de 85
3.5 173 Assista AgoraOs dois atores estão muito bem no papel, principalmente o Félix. Apesar de ser uma história triste, a gente já sabe o desfecho desde o começo, o que não deixa a coisa pesada. Achei um filme bem bonito. Recomendo.
Bom Dia, Verônica (2ª Temporada)
3.8 257 Assista AgoraO que eu mais adoro no filmow são os comentários e eu adoro comentar sobre eles. Vamos lá.
A maioria absoluta das pessoas diz que essa temporada é pior porque é menos verossímil e mais fantasiosa. Eu acho esse argumento equivocadíssimo. A primeira temporada é puro Jason Bourne feminista e continuação seguiu a mesma premissa 007. Uma organização criminosa que criou um orfanato para treinar pessoas e colocá-las em posições chave da sociedade com o objetivo de dominá-la? Gente, isso é pura teoria da conspiração no melhor estilo estilo Iluminatti. Não tem como um organização dessas existir por décadas sem que o Ministério Público ou a polícia federal não desconfiem ou sem que ninguém da imprensa note algo estranho. Se fosse num rincão do Brasil até vai, mas em plena cidade de São Paulo? Esse enredo surreal já está lá na primeira temporada, que termina com o mega clichê da pessoa que forja a própria morte. Nada mais clichezão que isso. A única diferença de Bom dia, Verônica para outras séries do mesmo estilo é que ela conseguiu introduzir de modo convincente temas bem contemporâneos à sua história (como a violência contra a mulher), o que deu à trama um ar mais "realista". Mas o espírito 007 sempre esteve lá. Brasileiro tem problemas com a maioria dos gêneros de história que não são comuns no Brasil. Como Verônica é uma série policial, a galera quer ver Um Tropa de Elite, um Cidade de Deus, com críticas sociais e "realismo". Pra mim, essa nunca foi a proposta.
A Escola Amaldiçoada
2.5 21Os episódios Almoço e Fantasmas na escola são os melhores e valem a pena. O episódio 5 é uma vergonha alheia sem fim. Desisti antes dos 5 minutos.
Nada ao Redor
3.4 27 Assista AgoraO ator que fez o protagonista da série, Beam Paphangkon infelizmente veio a falecer algumas horas atrás. A Tailândia está em choque. O rapaz tinha apenas 25 anos. A família chegou em casa e o Beam estava dormindo. Eles não conseguiram acordar o ator. Levaram ele para o hospital, mas não conseguiram salvá-lo. Uma notícia muito triste. Era um jovem talento promissor. Estava gravando outra série para a Netflix onde interpretaria o técnico do time de futebol dos meninos que ficaram presos na caverna no norte da Tailândia.
Meus sentimentos à família.
Temporada de Verão (1ª Temporada)
3.0 24Boas interpretações e bons personagens desperdiçados numa história arrastada. Daria até pra aturar se não fosse o que fizeram com o personagem do Conrad.
Cansado de histórias de gays que se apaixonam por héteros.
Sério!
PAREM DE FAZER HISTÓRIAS ASSIM!
Vcs não tem criatividade? Além de tudo, é tão ofensivo colocar sempre as gays como amarguradas que ficam sozinhas e só sabem correr atrás de héteros que não as querem.
2gether: The Movie
2.8 4Vou dar um spoiler:
A série já é ruim, o filme será ainda pior.
Beijos Escondidos
3.4 99 Assista AgoraNós brasileiros somos colônia mesmo. Se um diretor brasileiro fizesse um filme mostrando homofobia truculenta numa escola brasileira, os franceses assistiriam e diriam: "Nossa, é assim mesmo que o Brasil deve ser, que país bárbaro". Agora, quando os próprios franceses fazem um filme mostrando homofobia na França, os brasileiros assistem e dizem: "Só pode ser mentira, a França é um país evoluído".
Tais comentários são menos um elogio à França do que uma visão pessimista do Brasil. Se tais situações são demais até para o Brasil, eles supõem, então é impossível que isso aconteça na França.
Acontece que se você fizer uma pesquisa sobre homofobia na França, vai ver que ainda há registros de violência escolar acontecendo hoje. Não é nada impossível.
Ler tais comentários me fizeram lembrar de um outro filme gay que assisti anos atrás. Se chama "Como vencer no jogo (sempre)". É um filme tailandês que mostra um casal gay que é aceito pela sociedade. Daí eu fui ler algumas críticas e tinha gente dizendo que o filme era irrealista, pois o casal deveria sofrer homofobia. Ou seja, se é um filme asiático, esperam que tenha discriminação, afinal, a Ásia é um continente de pessoas bárbaras, não é mesmo? Filme de casal gay vivendo bem e feliz só vale para países "civilizados".
Esses nuances dizem muito sobre como o brasileiro enxerga a si mesmo e aos outros. Ele se acha um vira lata diante dos europeus, mas sem dúvida se acha melhor do que asiáticos e africanos.
A Médium
3.4 344 Assista AgoraEngraçado como alguns dizem que só gostaram da primeira metade e outros dizem que só gostaram da segunda metade. Quem gostou da primeira, diz que a segunda é clichê. Quem gostou da segunda, diz que a primeira parta é chata.
Eu sinceramente não sei o que vocês queriam que tivesse no filme para não ser chato ou não ser clichê. Gostaria muito de ouvir as razões, pois ninguém nos comentários disse nada, ninguém analisou o filme, apenas reclamou.
Eu gostei bastante do filme. Fala sobre o embate entre fé e desconfiança, sobre o conflito entre as expectativas sociais e nossos anseios individuais e sobre a figura feminina como protagonista num mundo dominando pelos homens.
Nim e Noi vivem um conflito porque a segunda decidiu rejeitar seu papel como xamã da deusa Ba Yam e deixou essa missão para sua irmã mais nova. Essa rejeição não é apenas religiosa, mas um cisma familiar profundo. Tanto que Noi decide escolher uma religião completamente diferente, no que parece ser uma tentativa de deixar clara sua intenção de produzir uma ruptura com a tradição familiar.
Apesar das duas irmãs seguirem, aparentemente, caminhos diferentes em suas crenças, ambas cultivam secretamente dúvidas e a crise gerada pela possessão de Ming expõe as incertezas das duas.
Três cenas são muito emblemáticas nesse sentido. A primeira é quando a Noi decide abandonar suas convicções cristãs e vai procurar outro xamã para ajudar sua filha. Outro momento impactante é quando as duas irmãs discutem sobre o estado de Ming. Nim afirma que não é Ba Yam que possuiu sua sobrinha. Noi se desespera e pergunta quem permitiu essa possessão e a quem recorrer nessa situação? Ba Yam? O deus cristão? Buda? Nenhuma das duas tinha a menor ideia.
Mas a cena mais marcante pra mim foi a confissão final de Nim de que não nunca tivera certeza de que Ba Yam havia realmente a possuído.
Gostei muito da forma como o filme retratou a relação dessas mulheres com suas crenças.
Sobre a possessão em si, ela parece estar ligada ao que os antepassados da família deles tinham feito. O conceito de carma está sempre presente nos filmes de terror tailandeses e esse aqui não é diferente.
Ming foi possuída por causa da maldição das pessoas prejudicadas pelo pai dela. Quando aquele xamã faz o ritual de aceitação, ela não estava aceitando Ba Yam, mas sim todos os espíritos vingativos que queriam prejudicá-la, é por isso que o estado dela piora muito depois do ritual.
Apesar de Ming ser a pessoa sofrendo a maldição, o alvo dos espíritos era toda a família, tanto que foram todos mortos. A deusa Ba Yam, ao que tudo indica, nunca possuiu Nim, pois ainda esperava pela oportunidade de possuir Noi, o que acontece no final do filme. Entretanto, Ba Yam subestimou os demônios, pois sua conexão com Noi ainda era fraca no momento em que foi atacada e cercada pelos espíritos vingativos. Noi-Ba Yam ficou dividida entre o dever divino de acabar com os demônios e o dever materno de tentar salvar Ming e isso a tornou um alvo fácil.
Há muitas outras coisas que gostaria de falar, pois o filme é bem rico em nuances, mas acho que já escrevi demais. É um filme que mostra maturidade do diretor Bajong, muito mais complexo e bem feito do que Shutter out Alone.
Dear Tenant
4.0 5Achei o final do filme covarde pois
esquiva-se de dar um desfecho para os acontecimentos - fica tudo sem explicação - além de entregar ao protagonista um final digno dos derrotados e humilhados. A cena final da correspondência entre o filho e o pai deveria algo bonito e tocante? Pra mim ficou parecendo que a gente que é LGBTQIA+ tem que se contentar com o reconhecimento poético do nosso amor, e que isso basta. Quanto ao reconhecimento do Estado, das autoridades, fica pra depois. Enquanto o pai perde o filho, o tio sovina que só voltou pra ficar com o dinheiro fica com o garoto e casa.
Cherry Magic!
4.4 30Série pra fujoshi. Pouco realismo e muita melação clichê. Um show de estereótipos sobre quem é o Uke e o Seme.
Desalma (1ª Temporada)
3.8 195Eu curti.
É lenta e meio bagunçada, mas não achei isso um grande problema, uma vez que a história é envolvente e instigante. Discordo de quem disse que 5 capítulos seriam o suficiente. Achei o ritmo e a quantidade de episódios perfeitos.
Cássia Kiss e Cláudia Abreu se entregaram aos seus papéis. Ambas estão muito bem e são o ponto forte do elenco. Por outro lado, o elenco jovem está bem perdido aqui.
Sobre os diálogos e atuações, acho que melhoraria 50% só de cortar as Ênclises. Gente, brasileiro não usa ênclise. Custa fazer todos os diálogos com Próclise para que soem mais naturais? As pessoas nessa série falam como se estivessem num jogral estudantil ou declamando uma poesia num sarau. Isso prejudica muito a naturalidade das falas e, consequentemente, a atuação. A cena, por exemplo, em que um grupo de pessoas vai até a casa da Bruxa pedir ajuda para encontrar a menina desaparecida é um exemplo de diálogo e atuação ruins. A atriz que interpreta Iryna Burko se saiu tão mal quando ofende a personagem da Cássia Kiss que me fez sentir até vergonha.
Mas tem tantas séries americanas com atuações e diálogos meia boca que o povão ama, não é mesmo? Essa daqui não está nada mal.
Ansioso pela próxima temporada.
Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime
3.4 387Nunca tinha visto antes um documentário que vitimizava um psicopata. Dar o protagonismo de um documentário para alguém que cometeu um crime desses e, pior, comprar a narrativa do psicopata, é algo estarrecedor. Psicopatas podem ser sedutores, podem muitas das vezes saber o que falar para enganar as pessoas. A Suzane Von Richthofen tentou fazer o mesmo naquela entrevista para o fantástico. Sendo uma mulher branca e loira fica mais fácil ainda ganhar empatia das pessoas. E, esperta como ela é, Elize usa uma linguagem afinada com a luta identitarista para se colocar como vítima. Os investigadores do caso são machistas e falam da vida dela como prostituta com preconceito misógino. Sabendo disso, ela consegue imprimir a narrativa de mulher injustiçada com maestria. Segundo essa narrativa, Elize foi vítima de um marido cruel e machista, cuja tóxica relação terminou numa discussão seguida de morte, algo não premeditado por ela.
Elize justifica sua condenação e as críticas que recebe como expressões do patriarcado. Segundo a autora do crime, se ela fosse homem o tratamento por parte da mídia e da justiça seriam diferentes. Há verdade na afirmação sobre a misoginia da sociedade brasileira, mas muitos questionamentos dela não tem sustentação. Elize pergunta, por exemplo, se o caso teria a mesma repercussão se fosse o marido dela que a tivesse matado, dando a entender que só houve interesse no caso e julgamentos morais por ela ser mulher. Isso não é bem verdade. A sociedade é machista, mas a mídia não ignora casos de mulheres mortas pelo companheiro. Dá pra citar inúmeros casos que sofreram cobertura da mídia: goleiro Bruno, Doca Street e Angela Diniz, Elloá Pimentel, Daniella Perez, Sandra Gomide, entre outros. A justiça, a imprensa e a sociedade foram machistas em muitos desses casos, mas não dá pra dizer que caso fosse o herdeiro da Yoki a matar a Elize não haveria repercussão. O dono de uma empresa famosa como a Yoki ser preso por esquartejar a esposa não chamaria a atenção da mídia? O questionamento dela é risível.
Além disso, apesar de todo o machismo que sofreu durante a investigação e julgamento por ter sido garota de programa, ela ainda recebeu uma pena relativamente pequena para o seu crime. O goleiro Bruno, por exemplo, recebeu uma pena maior. Aliás, assim como muitos homens assassinos, ela recebeu o privilégio do regime semi-aberto. E isso já tem dois anos! Qual a diferença de tratamento que ela recebeu da justiça em relação ao goleiro Bruno? É verdade que muita gente continuou apoiando o Bruno depois dele sair da cadeia e poderiam dizer que isso só aconteceu por ele ser homem. Mas a Elize não tem nenhum apoio? Quantos assassinos ganharam documentário da Globo?
Acho, aliás, que esse é o ponto: ela conseguiu o documentário justamente por que sua cor e discurso alinhado ao feminismo lhe possibilitam angariar empatia que outros na mesma situação não conseguiriam.
As críticas que ela sofreu e sofre por ter sido garota de programa são deploráveis. Mas isso não a isenta de ser cobrada ou criticada por esquartejamento. O fato do marido assassinado ter sido um mau companheiro também não é relevante. Agora vamos aceitar justificativas pra assassinato? Me traiu tem que morrer? Vamos voltar a aceitar crimes "pela honra"? Podem argumentar que muitos homens heterossexuais ainda realizam esses crimes "pela honra", nome arcaico para feminicídio. Mas e daí? Por causa disso vamos aceitar que os outros também o façam?
Esse documentário é um desserviço.
Rua do Medo: 1978 - Parte 2
3.5 549 Assista AgoraO primeiro filme achei ruim e só quis ver esse porque no trailer ficou claro que seriam outros personagens. A história não focou na Deena, personagem do primeiro filme que eu odiei. A Ziggy é uma personagem bem mais carismática e o clima anos 70 deu um charme pra história. Infinitamente melhor que a primeira parte, onde eu quase dormi várias vezes. Nesse sequência, a história realmente te prende e você não fica tentado a pular partes, como no primeiro filme. Dessa vez eu torci pelos personagens, enquanto no primeiro filme eu torci pra bruxa matar todo mundo pra encurtar o filme pq tava chato demais e pq os personagens são ridículos.
Rua do Medo: 1994 - Parte 1
3.1 773 Assista AgoraTirando o Simon e o Josh, não curti nenhum personagem. A Deena é particularmente sem carisma e irritante. É difícil acompanhar uma série de filmes quando os protagonistas são tão malas. Entre o casal sem sal das duas protagonistas e a bruxa do mal, fico com a bruxa. Bem mais carismática.
Young Royals (1ª Temporada)
4.3 347 Assista AgoraComentário meio aleatório mas que acho necessário:
Gostei muito do fato deles terem deixado a pele dos atores bem naturais, com as imperfeições típicas. Tem espinha, manchas, cicatrizes. Também achei que a escolha do elenco não visou atores e atrizes super lindos e modelos. São pessoas mais comuns, mas que não deixam de ser bonitas.
Gostei da naturalidade como a atração entre eles foi construída. Achei toda a questão física entre eles muito bonita e bem feita. A química realmente foi natural e convincente.
Com Amor, Victor (2ª Temporada)
4.1 112 Assista AgoraMano, erraram a mão em algumas coisas.
Geral dizendo que o Benji é chato. Eu achei o oposto. Odiei o Victor a temporada inteira! Só ficava defendendo a mãe chata dele. Aliás, que purgante que é aquela mulher. Adorei quando o pai dele disse que queria sair com outras pessoas. Você arranja coisa melhor, campeão. Vai fundo.
A verdade é que o Benji fez caridade a série toda. Eu odiaria ter um namorado que fica defendendo a família homofóbica. "Ah, mas vc tem que entender que eles são religiosos, blá blá, blá"... FODA-SE! Eu me identifiquei muito com o Benji pq eu namorei um rapaz cuja avó era racista e ficava fazendo comentários racistas na mesa do jantar bem na minha cara e quando eu pedia pro meu namorado dizer alguma coisa, ele vinha com esse mesmo papinho de que "Ah, mas vc tem que entender que ela é de outra geração, tem outra cultura". FODA-SE ela e a geração dela! Não sou obrigado a ouvir certas coisas e ficar calado! Agora tenho que ter paciência e ouvir calado coisas como "Você é escurinho, mas é boa pessoa"? Vai se ferrar!
E o pior é a justificativa colonialista que o Victor usa pra desqualificar o Benji. Ele diz que seu namorado não entende sua mãe pq ele é branco. Oi? Então o Victor acha que brancos são seres evoluídos e gay friendly, enquanto não-brancos são pessoas bárbaras, retrógradas e atrasadas cuja homofobia é explicável devido às dificuldades que enfrentaram na vida? Por que foi basicamente isso que a conversa dele com o Rahim significou. Como brasileiro e descendente de africanos e indígenas eu achei isso um insulto. Como se famílias brancas fossem super progressistas e como se o majoritariamente branco EUA fosse super progressista e a América Latina fosse o continente das trevas e do atraso mental. Victor basicamente disse: "Olha, vc tem que entender que minha família é latina, somos católicos, nossa cultura é homofóbica mesmo. Você está sendo culturalmente insensível por não compreender a homofobia latino americana. Nem todo mundo tem sorte de nascer numa família branca e gay friendly. Eu tive azar de nascer numa cultura homofóbica e diferente da sua. Na próxima reencarnação, espero nascer branco e protestante".
E o Victor ainda contou o segredo do Benji ter sido alcoólatra pro Rahim, alguém que ele mal conhecia? Além de ser falta de verossimilhança, ainda fizeram o Victor ficar parecendo ainda mais cuzão.
Outro problema são os personagens do Rahim e da Mia. Nenhum deles disse a que veio. O Rahim só está lá pra cumprir uma cota racial? Ele caiu de para-quedas na história. Não acrescentou nada. O que fizeram com a Mia? A história dela ficou desconectada do restante. O namoro dela ficou perdido no rolê, sem nenhum atrativo.
Felix, maravilhoso, roubou a cena. A história dele é a mais interessante. Personagem cativante, ator super entregue ao personagem. Sem defeitos.
Eu gostei de assistir a série, mas essas coisas me incomodaram. Deveriam se preocupar mais em desenvolver os personagens e suas relações invés de enfiarem personagens novos e situações forçadas.
Turma da Mônica: Laços
3.6 607 Assista AgoraNão sei se foi problema no site que eu vi, mas o áudio do filme é baixo. É difícil ouvir o que os atores mirins dizem. Perdi vários diálogos por causa disso.
Achei a adaptação decente, mas não maravilhosa. Cebolinha, protagonista.
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraSe o Cole não existisse e os protagonistas fossem Liu Kang e King Lao, eu teria gostado. Achei um absurdo o Liu Kang, o mais foda de todos, ser tratado como se fosse um menininho assustado de 11 anos. Apanhou o filme todo, foi um personagem fraco. Decepção total.
E esse Cole, que personagem chatoooooooo.
Podiam investir mais na história e menos na porradaria.
Garota de Fora (2ª Temporada)
3.6 53A chatíssima Yuri estragou um pouco a segunda temporada. Se não tivesse ela, eu teria adorado. Amei o episódio da senhora lésbica que odiava homens por causa do aborto que resultou na morte de sua paixão de infância.
Palmas pra atriz principal, Kitty Chicha, e para o ator Aim Phumiphat que faz o episódio do trote universitário.
Para um país conservador e governado por militares como a Tailândia, acho incrível como uma série que debocha de várias instituições e tradições do país não foi censurada. Acho que os censores são burros e não entendem sarcasmo.
A Tale of a Thousand Stars
4.2 29Eu tenho sérias críticas a essa série. Vamos lá.
Há vários elementos tradicionais e reacionários bastante próprios da sociedade tailandesa que estão nas entrelinhas dessa história. Na verdade, sendo sincero, alguns não estão nem nas entrelinhas, estão explícitos. Tian era um menino rico e fútil que gostava de beber e organizar rachas, aquelas corridas de rua super perigosas. Pois então, o Tian organizou o racha que causou a morte da professora da vila nortista. Ele não dirigia o carro, mas ele organizou a corrida clandestina e ainda deu o carro dele para o atropelador. Tian não estava na corrida, pois passou mal antes dela acontecer e foi levado ao hospital. Lá, ficou entre a vida e a morte e foi salvo pelo coração da professora, a mesma que seu comparsa atropelou enquanto ele estava indo para o hospital.
Como se não bastasse, a rica família do Tian usou de seu dinheiro e influência para furar a fila do transplante de órgãos, o que torna possível, desse modo, que o coração da moça seja entregue ao nosso protagonista. Em suma: ele ajudou a matar a professora e ainda roubou o coração dela. Literalmente.
Depois de acordar e se recuperar, ele soube de tudo que aconteceu e se sentiu culpado. É por isso que ele (como um bom budista) decide pagar o seu carma e ir para o norte assumir a vaga que era da sua doadora. Uma vez no norte, Tian passa por todo tipo de necessidades: não tem energia elétrica e nem internet no local. Ele sofre com os mosquitos, sofre com a água fria para tomar banho, e sofre para conquistar a simpatia dos brutos e incultos aldeões. Os pobres moradores locais são burros e ignorantes. São enganados facilmente pelos compradores de chá que aparecem no local, uma vez que não sabem fazer cálculos simples na hora da pesagem das folhas. Nosso herói, Tian, se revolta contra o sistema opressor e enfrenta os enganadores. O que ele não sabe é que essas pessoas são ligadas aos traficantes de animais da região. Tian acaba atraindo a ira dos traficantes e leva a vila à uma guerra com os bandidos. Quem salva os aldeões (e Tian) da enrascada são os guardas florestais (que na verdade são parte do exército na história original contada no livro) que usam suas armas e táticas de guerrilha para atacar o assentamento dos traficantes e derrotá-los. Nada disso seria possível, é claro, se não fosse a liderança de Tian. Ele é o único que entende que a opressão deve acabar e que é necessário enfrentá-la. Os pobres aldeões são incapazes de fazer qualquer coisa por si mesmos, sendo o bando de tapados que são. Mas, no fim das contas, são os guardas/soldados que precisam usar a força (mas seguindo a liderança de Tian) para salvar o dia.
Tanto o soldado Phupha quanto os humildes aldeões ficam muito tristes ao descobrirem que Tian está envolvido na morte da sua querida professora. Mas, com o tempo, eles o perdoam ao verem todo o sacrifício dele na luta contra os malignos traficantes. Afinal, ele é um menino rico que rejeitou toda a sua riqueza para estar ao lado deles, defendendo-os dos traficantes do mal.
Entretanto, Phupha, o soldado musculoso por quem Tian está apaixonado, acha que a relação dele com Tian não tem futuro, pois ele quer que Tian volte pra Bangcoc para estudar. Ele acredita que o jovem terá um melhor futuro se deixar a vila e for construir uma carreira. Os dois se desentendem e Tian deixa a vila e volta para a universidade. Entretanto, ele larga a Engenharia e escolhe Pedagogia, pois quer ser professor.
Ao fim, o pai de Tian, o mesmo político corrupto que encobriu os crimes do filho e que ainda roubou um coração da fila de transplante, aparece como o homem de bem que não só abençoa a relação homossexual de Phupha e Tian, como também é o promotor do reatamento entre os dois. Ele é um político corrupto, mas é gay-friendly. Aparentemente é isso que importa. Fim.
Agora vamos para a análise dos personagens principais. Tian representa a elite tailandesa de Bangcoc. Phupha representa as Forças Armadas. Os aldeões são o povo tailandês. O povo, sendo burro e idiota, não é protagonista de sua própria história. Eles precisariam de uma direção, pois sua ignorância os impediria de saber o que fazer. Essa direção é dada pela elite educada de Bangcoc. Os pobres aldeões não sabem que estão sendo explorados e precisam que Tian não só diga isso para eles, como também diga o que eles devem fazer.
Mas não basta apenas ter a direção. É necessário a força para fazer o que for necessário. Se a elite é a cabeça, os soldados são os braços e pernas da nação. Eles tem o monopólio do uso da força e são capazes de defender os aldeões dos malignos traficantes, que representam a banda pobre da sociedade. Curiosamente, os traficantes são retratadas como malignos bandidos por seus crimes, enquanto os crimes de Tian e sua família são ignorados e até mesmo visto como redimidos pelo fato de Tian ser voluntário na vila e pelo pai abençoar a relação gay dos protagonistas. Aqui entra o (mau) uso que a elite faz do budismo. Você tem um carma ruim? Basta fazer umas boas ações que está tudo ótimo.
A narrativa nacionalista é bem clara aqui: a nação só está de pé porque a elite de Bangcoc se sacrifica pelo povo. Mesmo o povo sendo inculto e incapaz, a elite não desiste, ela dá seu sangue para o bem comum. Nessa empreitada, a elite conta com o apoio corajoso e abnegado das Forças Armadas, sem o qual o país já teria sucumbido aos mal elementos. Esses mal elementos mudam de acordo com a época: já foram os comunistas, já foram os camisas vermelhas, já foram os estudantes, agora são os protestos pró-democracia. O povo, sendo inculto, não consegue enxergar o rumo que o país deve seguir, mas a elite de Bangcoc, graças ao seu sacrifício e consequente bom carma acumulado, tem a capacidade de ver além. Infelizmente, às vezes o povo não consegue enxergar a boa intenção da elite, mas quando um conflito aparece, as Forças Armadas surgem para salvar a todos.
Se você acha que essa minha análise está muito ampla, podemos ver a coisa de modo mais direto e objetivo. Vamos falar sobre mortes no trânsito. Assim como Tian, os jovens membros da elite tailandesa estão sempre enrolados com a justiça por causa de sua conduta assassina atrás do volante. Há vários casos de jovens ricos que mataram pessoas enquanto dirigiam, sem que nenhum deles tenha ido parar atrás das grades. Se está curioso para saber do que estou falando aqui, procure o caso de Orachorn “Praewa” Thephasadin. Aconteceu em 2010 e é um bom exemplo de como os jovens tailandeses ricos podem fazer o que quiserem e se safarem. Praewa matou nove pessoas ao bater seu carro numa van que transportava estudantes. Ela nunca foi presa e ninguém recebeu nenhuma indenização até hoje. Numa das sentenças de seu julgamento, o juiz em questão escreveu que a família dela fez muitas coisas boas pela Tailândia, por isso não poderia ser presa. Há também o caso do herdeiro da Red Bull. O neto do dono da empresa atropelou um policial e arrastou seu corpo por vários quilômetros. Não prestou socorro e tentou ocultar o crime, mas o rastro de sangue até a garagem da sua casa o denunciou. O sujeito está vivendo na Europa há anos e não sabemos se algum dia vai pagar pelo crime. Tanto no caso da Praewa quanto no caso da Red Bull, as famílias dos criminosos trataram de "limpar" a sua imagem pública através de caridade e doando dinheiro para projetos sociais que ajudam pessoas que moram em afastadas zonas rurais. Exatamente a mesma coisa que Tian fez na série.
A elite pode fazer isso porque, supostamente, graças aos seus carmas acumulados, ela enxergaria melhor. Ela se sacrificaria pelos pobres, por isso seus eventuais erros devem ser perdoados. Se não ela, quem pode governar a Tailândia? Os militares, apesar de sua suposta fibra moral, não podem fazer isso sozinhos. Eles precisam da direção de quem entende, de quem tem a visão.
No final das contas, fica nítido aqui como a narrativa nacionalista pode se adaptar a qualquer gênero e contexto. Nessa série, a elite se coloca como apoiadora do casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao mesmo tempo em que reitera a importância de sua participação, ao lado dos militares, na direção da nação. E sem pagar pelos seus crimes.
Para um Soldado Perdido
3.6 77Eu gostei do filme e achei as cenas entre os dois bem ousadas. Acho que hoje em dia não permitiriam um ator tão jovem fazer cenas sexuais com um homem adulto. Mas não achei as cenas pesadas, se bem que eu não sou o tipo de pessoa que se escandaliza fácil com cenas de sexo (consentido), violência me afeta bem mais. Não acho o filme uma romantização da pedofilia, como dizem. É um filme de lembranças. Ele aparentemente lembra da história com carinho e ternura. Não me sinto capaz de julgá-lo e dizer que ele está errado. Há casos de adolescentes que mantiveram relações com adultos e que depois, com o passar dos tempos, percebem que foram abusados. Não li o livro, mas baseado no filme eu sinto que o homem adulto não sente que sofreu abuso e tem boas memórias sobre o que aconteceu. Quando eu tinha 14 anos, tive relação com alguém de 19 anos e não foi abuso de forma alguma. Eu não tenho a mesma lembrança super romântica sobre o ocorrido, mas não sinto vergonha ou nenhum arrependimento. Foi algo consentido que eu não me arrependo nenhum pouco de ter feito. Por isso sou capaz de me colocar no lugar do protagonista e entender o que ele sente.
WandaVision
4.2 844 Assista AgoraAssisti até o episódio 4 e desisti. Série muito chata!