Fui ver este filme no cinema, paguei por ele e me deleitei. Aí vem um monte de gente meses depois vendo de graça na TV ou através de torrent, besta pra cacete dar nota baixa no filmow, porque achou que Pattinson iria fazer um novo Crepúsculo. Tenham dó! Se são tão limitados, não deveriam nem avaliar o filme.
No final das contas, não interessa se o filme tem algo de sobrenatural, ou é um drama sobre doenças, ou apenas um discorrer metafórico sobre a velhice, o que faz dele um tanto especial é de fato mostrar sob o enfoque do horror essa dura parte da vida que é envelhecer sozinho, adoecido física e psicologicamente, além de levantar discussões sobre levar o idoso a um asilo ou cuidar dele mesmo com dificuldades, ter paciência mesmo nos momentos mais insanos e refletir sobre o que se passa com ele, enfim, externar sobre o abandono.
Ah, e antes que venham dizer que não é papel do terror a reflexão, digo que só pensa isso quem vive de terrir ou separa esse gênero do drama. Todo terror que se preze atua num tom dramático ou trágico, pode até ter alívio cômico, jumpscare, mas a crítica social está lá machucando alguém. Gostei do filme, muito embora esperava mais, não acho que veio para surpreender, mas trouxe um clima de desconforto típico do terror psicológico, a direção soube envolver nesse aspecto, já que a história não entregava muito.
Todas as simbologias sobre envelhecer da pior forma estão na casa como objetos antigos e entulhados, mofo, apodrecimento, descascamento(aliás, isso se reflete no filme num simples descascar de batatas, raspar vela de cera, descascar paredes e descascar a própria pele). A cena inicial da Edna nua, com águas nos pés em frente a árvores de Natal numa escuridão e vazio, nada pode ser mais remetente ao abandono familiar e nisso há terror real, mais que a sombra que surge ao canto da sala.
As atuações estão ótimas e o final do filme teria talvez causado um certo estranhamento, caso não se tratasse dessa relação de amor de mãe, filha, neta, mas ao contrário, quando lembramos desse vínculo de amor, responsabilidade, compromisso, hereditariedade, relíquias humanas são o que nos restam de mais lindo e abandonar, jamais. Aliás, essa é uma fase da vida que de fato pesa em certos aspectos, sem romantizar, há de se encarar as flores e os espinhos que vamos ter com nós mesmos e com os nossos entes fraternos. O que tá por trás dessa casca velha é o que importa.
As burrices dos personagens até dá pra ignorar, afinal de contas, na vida real, se nos encontrássemos em momentos de muita tensão, encurralamento e pavor, certamente cometeríamos boa parte das sandices. Mas, um final sem propósito nenhum é foda. Tá certo, adoro filmes que deixam um ar de mistério e não responde tudo, mas nesse caso, pela qualidade do filme(que em nenhum momento se propõe a ser cult), esse fechamento foi pura incompetência mesmo. Tome duas estrelas pelo envolvimento mediano que causou.
Os corretores têm cara de passarinho, já viu né? Vão te levar para um viveiro e tudo que ele representa para os pássaros, ou seja, uma falsa sensação de liberdade numa imitação de mundo perfeito. As casinhas todas iguais parecem mesmo com aviários, então, a estética do filme está bem empregada para o que ele quer dizer.
Algumas metáforas mais claras, como aquela que já foi batida por aqui sobre a cena inicial de um cuco sendo expulso do ninho, já que não é filhote daquele tipo de pássaro, misturam-se a ideia central de algo sobre-humano querendo transformar humanos em parasitados também, inserindo em suas vidas um parasita que se assemelha a nossa espécie.
Interpretações nesse gênero de filme é o que não faltam, basta a experiência e conhecimento pessoal de cada um para tentar fazer analogias. Do pai que não tem paciência com filhos e só liga para o trabalho, tentando encontrar uma saída para os problemas que afligem a família. Da mãe, que apesar de ter um filho endemonhado, aceita incondicionalmente a tarefa de cuidar e proteger. Do sonho da casa própria e toda vida mecanizada e superficial que os humanos se preocupam em ter, além de claro, a percepção que esses seres estranhos têm da gente, ou seja, nos copiam da forma que nos vêem e não é nada grandioso, pelo contrário, é artificial, insípido, esdrúxulo.
Daí surgem as reflexões acerca da criação dos filhos, digo, será que eles não são um pouco de nós? Então, a criança ou homem que ele se tornou é um pouco de nossa responsabilidade. Tá, não quero dizer que aquele filho só é asqueroso, irritante e sem alma porque os "pais" o criaram mal, mas talvez fosse um pouco melhor se eles tivessem paciência ou suportassem a situação. Eu não suportaria, já teria mandando pro saco, mas faz parte do jogo.
Sobre a intenção desses estrangeiros, alienígenas ou sabe lá o que são eles, não ficou clara, a não ser o fato de que gostam de nos copiar, nos aprisionar e depositar seus filhotes em nossas responsabilidades numa realidade inventada, em outra dimensão. Surge um ciclo infinito, até atingirem o propósito. É uma visão pessimista sobre nossa forma de vida neste mundo que cada dia tá se tornando mais patético mesmo, estamos cavando nossa própria cova tentando encontrar a libertação de nossa existência insossa ou apenas ocupar o tempo trabalhando para o sistema. Então, perdemos a oportunidade de nos fixar em coisas simples como sentir o vento por exemplo, que naquela realidade morta, seria como desfrutar do paraíso.
Interpretações muito boas de Eisenberg e principalmente, da composição da bela Imogen. Ah, o menino Senam também da show de antipatia, ou seja, isso é um elogio grande, pois o personagem dele pede isso.
Um bom filme tem que ter desenvolvimento de personagens para que nos importemos com eles, e esse filme mal se aprofunda na personalidade da personagem central, quanto mais do resto. Além disso, tem uma faceta de movie adolescente erótico, fazendo com que as camadas mais interessantes como a relação com o pai, com a mãe, melhor amiga, inimigos, etc, ficassem bem caricatural, por outro lado, a nudez teen, ah, essa os produtores não deixam passar. Aliás, o crush também é paia. A história tinha potencial, sempre gostei dessa coisa de espelhos esconderem outra alma, nosso alter ego ou sei lá quantas facetas de nossa imagem física e espiritual, mas, preferiu ter cara de filme tipo b. A atriz é bem boa e fez o que pôde com esse roteiro fraco.
Quando a gente começa a torcer para a vitória de outra raça que não seja a sua.
Cesar, que Macaco! E olha que os efeitos de captura de imagens ainda não estavam tão perfeitos quanto nos dois filmes sucessores, mas Serkis está lá tornando tudo mais real ainda. Eu choro em vários momentos, porque tem uma essência triste, de luta, de vitória, mas ao mesmo tempo dessa coisa que chamamos ódio e dominação de uma raça que se acha superior a outra que por sua vez, nem sabe muito bem porque é alvo de maldade e exploração. Porém, o reerguer contra o inimigo, unindo forças e estratégias, vale salientar, com seres que estavam aprendendo a pensar, é bonito demais de se ver. Todo o elenco tá afinado e salve Cesar.
Bem se vê que filmow não é referência pra saber se o filme é bom. Nos 10 minutos de filme já dava pra ver que era uma bomba horrível. Fui até o fim, porque estava ocupada com outros afazeres e fui vendo nas coxas.Se for adulto com QI normal, não perca o tempo.
Eu gosto de filmes europeus pela humanização das coisas, mas alguns que venho assistindo ultimamente estão meio que tentando dar uma copiada no cinema americano e quando fazem isso, são bem ruins. É um filme sobre direito de propriedade, lei dos mais fortes, violência contida, e citando John Locke em cena, revela a famosa teoria do estado de natureza. Daria pra ser mais cativante com esse tema instigante, mas escolhe uma morosidade tamanha durante o filme quase todo e no ato final, joga toda violência. Além disso, os europeus têm uma contradição com relação aos americanos, enquanto estes últimos querem exacerbar na violência explícita e ser conservador no resto, europeus abusam nas cenas sexuais, muitas vezes sem razão. Aqui neste longa, vai na medida certa da violência, já que o filme clama por isso, não é gratuito. Já o final, mostra que violência e desejo sexual andam juntos e colocam uma cena enooooorme pra dizer isso. aff...
Em tempos de um ódio grotesco saltando aos olhos após as máscaras caídas, é muito bom ver um personagem como Fred Rogers(melhor dizendo, alguém real sendo retratado), cheio de doçura, gentileza e preocupação com os problemas das pessoas, buscando ajudar, indo fundo na criança de cada um de nós em tempos ruins e bons dessa época e trazendo através da arte da televisão algo produtivo ao mundo. Em Um Lindo Dia na Vizinhança os conflitos não são dele, e assim como acontecia em seu programa, são os outros que protagonizam, ou melhor, Lloyd recebe essa função, mas o filme trata de afirmar nos mínimos detalhes das cenas e diálogos que Rogers tenha o papel fundamental na transformação dessas vidas. Tom Hanks é supremo em tudo. Senti um lugar quentinho nesse olhar, nessa voz e em cenas lindas como a do 1 minuto de silêncio. Muito bom.
O Homem Invisível é um filme que evoca ficção científica, drama, mas prevalece o suspense e o terror como grande trunfo. O roteiro é bem bom, não é nada genial, mas a história é muito bem articulada sem se preocupar em nos dar viradas mirabolantes, faz com que fiquemos mais próximos da atmosfera dramática da personagem central, então, as surpresas aqui são o de menos, o melhor é a tensão provocada pelo aprisionamento de Cecilia ao seu marido doido ou ao espectro dele. Ficamos de fato aflitos ao nos colocar em sua situação de lidar com o que não se vê, mas se sente na carne e na alma todas as consequências. Além de boas cenas de ação e doses de terror e violência, graças a direção, a condução de uma historia que poderia ser simples se torna bem mais polpuda. Com um deslize aqui, um clichê ali, mas o filme é muito bom em sua atmosfera. Moss está encaixada na personagem de forma intensa e o resto do elenco é eficiente. Pega 4 estrelas.
Um drama de terror ou vice versa que se move mais por reflexão que por medo ou susto. Há um ritmo mais lento inicialmente, revelando cada personagem e seus sentimentos pelo rapaz que morreu. Aos poucos vamos vendo a tomada da pequena cidade e interação com os personagens, coisas, imóveis e os mistérios que envolvem os estranhos visitantes. Aliás, aqui não tem respostas prontas, os mistérios podem não se resolver, ficando só muitos pensamentos. Uma parte da linguagem do Diretor Denis Côté é a de passar uma reação natural dos personagens com toda a história sobrenatural, (sopoiler) ou seja, tratar fantasmas como se fossem ameaças não sobrenaturais, mas como qualquer ameaça real de um estranho qualquer que invade seu espaço, ou ao qual você teme por não conhecer. Paisagem gélida canadense, uma história bem articulada e boa trilha sonora e atuações.
Perfeito para sair do ponto A para o ponto B num plano sequência de game pra ganha o Oscar. Roteiro simples demais, forma excelente, mas acho que não basta pra ser um filmão.
O terror anda surpreendendo nas margens do psicológico, do drama e das críticas sociais. A comédia superou o pastelão e transformou em bons diálogos, provocando o riso ao fazer pensar sobre as situações cotidianas ou filosóficas. O suspense assumiu a forma de plot twists e também mescla com o terror psicológico. Mas, o romance, esse continua sendo a mesma coisa. Tá, Adoráveis Mulheres é um filme bom de drama e romance, mas é só. Eu não vi as outras versões, mas desanimo por não ver mais obras originais do gênero. Ok, a Greta fez um belo trabalho criando uma nova roupagem mais moderna dos filmes de época, enxergo a doçura, alguns bons diálogos, a crítica e o empoderamento feminino, mas pra mim isso não basta. Gosto de histórias originais, e um bom romance pode até deitar em alguns clichês, mas teria que me surpreender mais. As atuações são o que há de melhor, cada uma das atrizes são adoráveis mulheres em suas adoráveis personagens e seria redundante ter que falar de cada uma delas. Além da fotografia linda. Bom filme levando-se em consideração adaptação.
É uma pintura de filme, um romance delicado e forte ao mesmo tempo. Apesar dos dilemas sobre assuntos sexuais, as mulheres do filme não se prendem a problematizar isso calorosamente, elas apenas agem racionalmente(quando necessário) ou cedendo aos impulsos e desviam do perigo, como se fosse o procedimento usual de quem sabe que a sociedade e o resto do mundo não perdoam subversão. É sensual, íntimo e discreto, mas jamais silente. Aliás, há empatia e sororidade de sobra com situações que hoje são polêmicas ridículas. Trilha perfeita, atuações intensas e meu coração está em chamas.
Sei que o tema é necessário, o machismo é escrachadamente escroto na sociedade, mas quando tratamos desse mundo do poder burguês, seja homem ou mulher, não consigo me sentir solidária demais. Muita cobra criada na mídia e no jornalismo conservador americano. Tá, é um defeito meu não abstrair, mas tudo é culpa da forma como se conduz a história e se a intenção era a indignação e a denúncia, acho que o tiro não foi tão certeiro. O tema é necessário, mas tratado de forma não tão adequada. E não é só por descambar ao humor em certo nível, mas de como isso é feito. No cinema tinha uma pá de machinhos e velhinhas desavisadas rindo de cenas bem sem graça, pelo menos no que diz respeito a crítica social. Aliás, ultrapassava-se o bom senso. Enfim, palmas para as atuações de Kidman, Theron e Robbie num grau absurdo de escândalos que nem são tão mais escandalosos assim.
O praguejar gigante do Thomas Wake, brilhantemente feito pelo Dafoe é algo para guardar na memória e ao mesmo tempo não lembrar de uma só palavra. Maravilhosa atuação. Pattinson está soberbo também num papel intenso e insano. Sem estereótipos de terror mesmo, o filme é muito aterrorizante, começando pela composição em preto e branco num ambiente já escuro(aliás, isso me lembra muito A Bruxa, pois um dos elementos assombrosos lá era a escuridão constante). O trabalho de som, trilha sonora e os diálogos literalmente sem sobriedade são ótimos, as alucinações, sonhos, o isolamento, um mergulho na loucura e outro no mar revolto, sujo, nojento, enfim, tudo isso desenvolto por dois atores fortes. Eu sempre digo por aí que a luz do farol me produzia um certo conforto, mas só até uma determinada cena, enfim, terror em diversos aspecto. Têm muitas simbologias em meio a tudo isso que já estão sendo comentadas, não é o caso aqui, mas vale conferir algumas teorias ou alusões filosóficas, psicanalíticas, históricas, mitologia etc. É mais um filme que foge a grade comercial e que arrisca no mais original possível. O Farol é Ótimo.
Acabei de ver e continua um filme bem bom. Só perde com relação ao primeiro, porque a construção do arco do Bola de Neve foi ótima naquele filme, além das histórias se amarrarem melhor e o entrosamento dos personagens estarem mais aprofundados. Já aqui neste segundo filme, a aventura dos bichos continua e enquanto seus donos não sabem de nada, eles aprontam muito. A dinâmica dos personagens continua boa, mas a surpresa no arco do Max é o Cachorro fazendeiro Galo(ô personalidade sem frescura), além do filho de sua dona, um menino fofinho. A cena da Gigi de gata, a escolhida, é impagável. E o Bola de Neve cheio das vaidades de herói, com uma nova companheira cachorra altiva e solidária, não deu pra segurar o riso. Foram três arcos bem direcionados e unidos ao final. Muito bom.
O pior do filme é o roteiro. A Ascensão Skywalker tem alguns defeitos sanáveis e contornáveis, mas a trama em si é muito fraca em comparação com O Despertar da Força e Os Últimos Jedi...ô...está há anos luz nessa galáxia. Ou seja, o fechamento dessa terceira trilogia Star Wars é bem meia boca. Eu seria mentirosa se dissesse que não diverte ou emociona em certos momentos, mas dá raiva ao mesmo tempo, quando pensamos que tinha material pra fazer uma obra de arte para os fãs da saga e para o público em geral. Escolheu o caminho mais fácil e se perdeu num emaranhado de bobagens sem sentido, num escape comercial, em forçação de barra para alguns destinos e até uma certa covardia. Daisy Ridley é uma pérola, mas é preciso mais que dois sabres de luz para dar brio a esse filme.
Eis uma animação simples sobre bichos, que a crítica desdenhou, mas eu acho ótima. Simples, pois tem um roteiro sem grandes reviravoltas, mas a dinâmica entre os personagens, as piadas certeiras com inocência mas, ao mesmo tempo sarcásticas, a caracterização bem desenhada da personalidade de cada pet, inclusive com crítica social discreta em analogia aos humanos, enfim, ainda tem bom gosto musical. Bichos escrotos, saiam dos esgotos e venham enfeitar o nosso lar. Bichos fofinhos, venham revirar latas. Eu ri a valer sem precisar de esforços pra isso.
Quando reunimos três monstros da atuação como De Niro, Pesci e Pacino, um Diretor genial como Scorsese e uma história de máfia contada maravilhosamente bem em mais de 3 horas, sob a ótica da vida pessoal e cinzenta dos bons companheiros de crime, mais precisamente do irlandês Frank , então dá o filme mais completo do ano. Só quero saber quantas doses eu repetirei, porque vou ver de novo e de novo para analisar todas as sacadas técnicas dessa obra. Mesmo em streaming é Cinema demais
Gosto do cinema espanhol, mas ultimamente vi muitos filmes de mistério, suspense e drama, que apesar de me agradarem no todo, sinto uma certa novelização do roteiro, interpretação e narrativa. Então, finalmente me vem uma comédia dramática maravilhosa como Dezessete, que me dá gosto em acompanhar. Muito bem produzida, foge a maioria dos clichês e depende muito de diálogos corretos que condizem com as personalidades e o contexto da história. A não aceitação da perda de forma geral é o problema que causa todos os problemas, então, aprender a perder nem sempre traduz derrota, pode ser a compreensão de algo melhor para todos, ou mesmo, adequar as coisas ao que é justo e correto. Os personagens centrais travam esses dilemas. Ri muito sem perder a ternura jamais.
O problema não é ter um romance entre os protagonistas(afinal, não há banda mais romântica que The Beatles), mas a construção irregular disso e o desfoque do tema central que seria um mundo sem Beatles para dar lugar ao que não estimula. Deram até uma forçação de barra com (spoiler) John Lennon incentivando Jack ao contar sobre sua vida sem fama, vivo e feliz por estar ao lado do amor, mas soou foçado para justificar o romance do filme da forma que foi. A cena é linda, mas como impulso, nem tanto. Muitas ideias bacanas, mas mal desenvolvidas. Havia um mundo a ser explorado nessa premissa e nos deram menos. A única questão melhor foi a do peso na consciência por estar se apropriando de arte alheia, violando propriedade intelectual(ainda que não existente naquela realidade paralela), crimes autorais etc e ao mesmo tempo, o conflito desse peso e da necessidade de fazer o mundo descobrir músicas belíssimas que nunca vieram à tona. Bela saída no final desse conflito com a ética vencendo. Mas, Yesterday serve mais para passar o tempo e curtir trechos de músicas dos nossos rapazes de Liverpool com uma ou outra tirada engraçada. Himesh Patel está muito bem como Jack, convence em seu amor pelos Beatles, suas gracinhas ingênuas e na singeleza da comédia. Lily James não fez tanto aqui, mas tem carisma usual. Eu acho que só por isso, vale e vale pra toda família.
Eu não ligo se o filme mistura gêneros, ou sugere alguma coisa e pula pra outra, mas eu ligo se ele consegue ser eficiente e instigante. Infelizmente, Eli não convence. Pode até ser um passatempo pra quem curte um clima de suspense dúbio, ou seja, se tudo que tá acontecendo é real ou não? Se sicrano é vilão ou mocinho?Essas dubiedades psicológicas e comportamentais que estão muito na moda ultimamente, principalmente nos filmes da Netflix e que aqui foram mal empregadas. Tem uma boa premissa, mas falta conteúdo, criam furos na história pra ludibriar e sobram clichês na óbvia narrativa, muito embora queiram findar com algo diferente. No geral, prende, mas não instiga.
Esse foi o primeiro Gore que vi na vida quando criança. É Nojento sobremaneira e isso é um super elogio. Que terror! Não dá pra ver Goldblum depois disso e não compará-lo com inseto e a maquiagem horripilante, além de matar saudades da ótima Geena Davis em um romance trágico. Salve, David Cronenberg.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraFui ver este filme no cinema, paguei por ele e me deleitei. Aí vem um monte de gente meses depois vendo de graça na TV ou através de torrent, besta pra cacete dar nota baixa no filmow, porque achou que Pattinson iria fazer um novo Crepúsculo. Tenham dó! Se são tão limitados, não deveriam nem avaliar o filme.
Relíquia Macabra
3.3 260No final das contas, não interessa se o filme tem algo de sobrenatural, ou é um drama sobre doenças, ou apenas um discorrer metafórico sobre a velhice, o que faz dele um tanto especial é de fato mostrar sob o enfoque do horror essa dura parte da vida que é envelhecer sozinho, adoecido física e psicologicamente, além de levantar discussões sobre levar o idoso a um asilo ou cuidar dele mesmo com dificuldades, ter paciência mesmo nos momentos mais insanos e refletir sobre o que se passa com ele, enfim, externar sobre o abandono.
Ah, e antes que venham dizer que não é papel do terror a reflexão, digo que só pensa isso quem vive de terrir ou separa esse gênero do drama. Todo terror que se preze atua num tom dramático ou trágico, pode até ter alívio cômico, jumpscare, mas a crítica social está lá machucando alguém. Gostei do filme, muito embora esperava mais, não acho que veio para surpreender, mas trouxe um clima de desconforto típico do terror psicológico, a direção soube envolver nesse aspecto, já que a história não entregava muito.
Todas as simbologias sobre envelhecer da pior forma estão na casa como objetos antigos e entulhados, mofo, apodrecimento, descascamento(aliás, isso se reflete no filme num simples descascar de batatas, raspar vela de cera, descascar paredes e descascar a própria pele). A cena inicial da Edna nua, com águas nos pés em frente a árvores de Natal numa escuridão e vazio, nada pode ser mais remetente ao abandono familiar e nisso há terror real, mais que a sombra que surge ao canto da sala.
As atuações estão ótimas e o final do filme teria talvez causado um certo estranhamento, caso não se tratasse dessa relação de amor de mãe, filha, neta, mas ao contrário, quando lembramos desse vínculo de amor, responsabilidade, compromisso, hereditariedade, relíquias humanas são o que nos restam de mais lindo e abandonar, jamais. Aliás, essa é uma fase da vida que de fato pesa em certos aspectos, sem romantizar, há de se encarar as flores e os espinhos que vamos ter com nós mesmos e com os nossos entes fraternos. O que tá por trás dessa casca velha é o que importa.
Armadilha
2.2 589As burrices dos personagens até dá pra ignorar, afinal de contas, na vida real, se nos encontrássemos em momentos de muita tensão, encurralamento e pavor, certamente cometeríamos boa parte das sandices. Mas, um final sem propósito nenhum é foda. Tá certo, adoro filmes que deixam um ar de mistério e não responde tudo, mas nesse caso, pela qualidade do filme(que em nenhum momento se propõe a ser cult), esse fechamento foi pura incompetência mesmo. Tome duas estrelas pelo envolvimento mediano que causou.
Viveiro
3.2 763 Assista AgoraOs corretores têm cara de passarinho, já viu né? Vão te levar para um viveiro e tudo que ele representa para os pássaros, ou seja, uma falsa sensação de liberdade numa imitação de mundo perfeito. As casinhas todas iguais parecem mesmo com aviários, então, a estética do filme está bem empregada para o que ele quer dizer.
Algumas metáforas mais claras, como aquela que já foi batida por aqui sobre a cena inicial de um cuco sendo expulso do ninho, já que não é filhote daquele tipo de pássaro, misturam-se a ideia central de algo sobre-humano querendo transformar humanos em parasitados também, inserindo em suas vidas um parasita que se assemelha a nossa espécie.
Interpretações nesse gênero de filme é o que não faltam, basta a experiência e conhecimento pessoal de cada um para tentar fazer analogias. Do pai que não tem paciência com filhos e só liga para o trabalho, tentando encontrar uma saída para os problemas que afligem a família. Da mãe, que apesar de ter um filho endemonhado, aceita incondicionalmente a tarefa de cuidar e proteger. Do sonho da casa própria e toda vida mecanizada e superficial que os humanos se preocupam em ter, além de claro, a percepção que esses seres estranhos têm da gente, ou seja, nos copiam da forma que nos vêem e não é nada grandioso, pelo contrário, é artificial, insípido, esdrúxulo.
Daí surgem as reflexões acerca da criação dos filhos, digo, será que eles não são um pouco de nós? Então, a criança ou homem que ele se tornou é um pouco de nossa responsabilidade. Tá, não quero dizer que aquele filho só é asqueroso, irritante e sem alma porque os "pais" o criaram mal, mas talvez fosse um pouco melhor se eles tivessem paciência ou suportassem a situação. Eu não suportaria, já teria mandando pro saco, mas faz parte do jogo.
Sobre a intenção desses estrangeiros, alienígenas ou sabe lá o que são eles, não ficou clara, a não ser o fato de que gostam de nos copiar, nos aprisionar e depositar seus filhotes em nossas responsabilidades numa realidade inventada, em outra dimensão. Surge um ciclo infinito, até atingirem o propósito. É uma visão pessimista sobre nossa forma de vida neste mundo que cada dia tá se tornando mais patético mesmo, estamos cavando nossa própria cova tentando encontrar a libertação de nossa existência insossa ou apenas ocupar o tempo trabalhando para o sistema. Então, perdemos a oportunidade de nos fixar em coisas simples como sentir o vento por exemplo, que naquela realidade morta, seria como desfrutar do paraíso.
Interpretações muito boas de Eisenberg e principalmente, da composição da bela Imogen. Ah, o menino Senam também da show de antipatia, ou seja, isso é um elogio grande, pois o personagem dele pede isso.
Não Olhe
2.5 224 Assista AgoraUm bom filme tem que ter desenvolvimento de personagens para que nos importemos com eles, e esse filme mal se aprofunda na personalidade da personagem central, quanto mais do resto. Além disso, tem uma faceta de movie adolescente erótico, fazendo com que as camadas mais interessantes como a relação com o pai, com a mãe, melhor amiga, inimigos, etc, ficassem bem caricatural, por outro lado, a nudez teen, ah, essa os produtores não deixam passar. Aliás, o crush também é paia. A história tinha potencial, sempre gostei dessa coisa de espelhos esconderem outra alma, nosso alter ego ou sei lá quantas facetas de nossa imagem física e espiritual, mas, preferiu ter cara de filme tipo b. A atriz é bem boa e fez o que pôde com esse roteiro fraco.
Planeta dos Macacos: A Origem
3.8 3,2K Assista AgoraQuando a gente começa a torcer para a vitória de outra raça que não seja a sua.
Cesar, que Macaco! E olha que os efeitos de captura de imagens ainda não estavam tão perfeitos quanto nos dois filmes sucessores, mas Serkis está lá tornando tudo mais real ainda. Eu choro em vários momentos, porque tem uma essência triste, de luta, de vitória, mas ao mesmo tempo dessa coisa que chamamos ódio e dominação de uma raça que se acha superior a outra que por sua vez, nem sabe muito bem porque é alvo de maldade e exploração. Porém, o reerguer contra o inimigo, unindo forças e estratégias, vale salientar, com seres que estavam aprendendo a pensar, é bonito demais de se ver. Todo o elenco tá afinado e salve Cesar.
Colega de Quarto
2.7 1,1K Assista AgoraBem se vê que filmow não é referência pra saber se o filme é bom. Nos 10 minutos de filme já dava pra ver que era uma bomba horrível. Fui até o fim, porque estava ocupada com outros afazeres e fui vendo nas coxas.Se for adulto com QI normal, não perca o tempo.
Estranhos em Casa
2.7 202 Assista AgoraEu gosto de filmes europeus pela humanização das coisas, mas alguns que venho assistindo ultimamente estão meio que tentando dar uma copiada no cinema americano e quando fazem isso, são bem ruins. É um filme sobre direito de propriedade, lei dos mais fortes, violência contida, e citando John Locke em cena, revela a famosa teoria do estado de natureza. Daria pra ser mais cativante com esse tema instigante, mas escolhe uma morosidade tamanha durante o filme quase todo e no ato final, joga toda violência. Além disso, os europeus têm uma contradição com relação aos americanos, enquanto estes últimos querem exacerbar na violência explícita e ser conservador no resto, europeus abusam nas cenas sexuais, muitas vezes sem razão. Aqui neste longa, vai na medida certa da violência, já que o filme clama por isso, não é gratuito. Já o final, mostra que violência e desejo sexual andam juntos e colocam uma cena enooooorme pra dizer isso. aff...
Um Lindo Dia Na Vizinhança
3.5 273 Assista AgoraEm tempos de um ódio grotesco saltando aos olhos após as máscaras caídas, é muito bom ver um personagem como Fred Rogers(melhor dizendo, alguém real sendo retratado), cheio de doçura, gentileza e preocupação com os problemas das pessoas, buscando ajudar, indo fundo na criança de cada um de nós em tempos ruins e bons dessa época e trazendo através da arte da televisão algo produtivo ao mundo. Em Um Lindo Dia na Vizinhança os conflitos não são dele, e assim como acontecia em seu programa, são os outros que protagonizam, ou melhor, Lloyd recebe essa função, mas o filme trata de afirmar nos mínimos detalhes das cenas e diálogos que Rogers tenha o papel fundamental na transformação dessas vidas. Tom Hanks é supremo em tudo. Senti um lugar quentinho nesse olhar, nessa voz e em cenas lindas como a do 1 minuto de silêncio. Muito bom.
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraO Homem Invisível é um filme que evoca ficção científica, drama, mas prevalece o suspense e o terror como grande trunfo. O roteiro é bem bom, não é nada genial, mas a história é muito bem articulada sem se preocupar em nos dar viradas mirabolantes, faz com que fiquemos mais próximos da atmosfera dramática da personagem central, então, as surpresas aqui são o de menos, o melhor é a tensão provocada pelo aprisionamento de Cecilia ao seu marido doido ou ao espectro dele. Ficamos de fato aflitos ao nos colocar em sua situação de lidar com o que não se vê, mas se sente na carne e na alma todas as consequências. Além de boas cenas de ação e doses de terror e violência, graças a direção, a condução de uma historia que poderia ser simples se torna bem mais polpuda. Com um deslize aqui, um clichê ali, mas o filme é muito bom em sua atmosfera. Moss está encaixada na personagem de forma intensa e o resto do elenco é eficiente. Pega 4 estrelas.
Antologia da Cidade Fantasma
3.1 8Um drama de terror ou vice versa que se move mais por reflexão que por medo ou susto. Há um ritmo mais lento inicialmente, revelando cada personagem e seus sentimentos pelo rapaz que morreu. Aos poucos vamos vendo a tomada da pequena cidade e interação com os personagens, coisas, imóveis e os mistérios que envolvem os estranhos visitantes. Aliás, aqui não tem respostas prontas, os mistérios podem não se resolver, ficando só muitos pensamentos. Uma parte da linguagem do Diretor Denis Côté é a de passar uma reação natural dos personagens com toda a história sobrenatural, (sopoiler) ou seja, tratar fantasmas como se fossem ameaças não sobrenaturais, mas como qualquer ameaça real de um estranho qualquer que invade seu espaço, ou ao qual você teme por não conhecer. Paisagem gélida canadense, uma história bem articulada e boa trilha sonora e atuações.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraPerfeito para sair do ponto A para o ponto B num plano sequência de game pra ganha o Oscar. Roteiro simples demais, forma excelente, mas acho que não basta pra ser um filmão.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraO terror anda surpreendendo nas margens do psicológico, do drama e das críticas sociais. A comédia superou o pastelão e transformou em bons diálogos, provocando o riso ao fazer pensar sobre as situações cotidianas ou filosóficas. O suspense assumiu a forma de plot twists e também mescla com o terror psicológico. Mas, o romance, esse continua sendo a mesma coisa. Tá, Adoráveis Mulheres é um filme bom de drama e romance, mas é só. Eu não vi as outras versões, mas desanimo por não ver mais obras originais do gênero. Ok, a Greta fez um belo trabalho criando uma nova roupagem mais moderna dos filmes de época, enxergo a doçura, alguns bons diálogos, a crítica e o empoderamento feminino, mas pra mim isso não basta. Gosto de histórias originais, e um bom romance pode até deitar em alguns clichês, mas teria que me surpreender mais. As atuações são o que há de melhor, cada uma das atrizes são adoráveis mulheres em suas adoráveis personagens e seria redundante ter que falar de cada uma delas. Além da fotografia linda. Bom filme levando-se em consideração adaptação.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista AgoraÉ uma pintura de filme, um romance delicado e forte ao mesmo tempo. Apesar dos dilemas sobre assuntos sexuais, as mulheres do filme não se prendem a problematizar isso calorosamente, elas apenas agem racionalmente(quando necessário) ou cedendo aos impulsos e desviam do perigo, como se fosse o procedimento usual de quem sabe que a sociedade e o resto do mundo não perdoam subversão. É sensual, íntimo e discreto, mas jamais silente. Aliás, há empatia e sororidade de sobra com situações que hoje são polêmicas ridículas. Trilha perfeita, atuações intensas e meu coração está em chamas.
O Escândalo
3.6 459 Assista AgoraSei que o tema é necessário, o machismo é escrachadamente escroto na sociedade, mas quando tratamos desse mundo do poder burguês, seja homem ou mulher, não consigo me sentir solidária demais. Muita cobra criada na mídia e no jornalismo conservador americano. Tá, é um defeito meu não abstrair, mas tudo é culpa da forma como se conduz a história e se a intenção era a indignação e a denúncia, acho que o tiro não foi tão certeiro. O tema é necessário, mas tratado de forma não tão adequada. E não é só por descambar ao humor em certo nível, mas de como isso é feito. No cinema tinha uma pá de machinhos e velhinhas desavisadas rindo de cenas bem sem graça, pelo menos no que diz respeito a crítica social. Aliás, ultrapassava-se o bom senso. Enfim, palmas para as atuações de Kidman, Theron e Robbie num grau absurdo de escândalos que nem são tão mais escandalosos assim.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraO praguejar gigante do Thomas Wake, brilhantemente feito pelo Dafoe é algo para guardar na memória e ao mesmo tempo não lembrar de uma só palavra. Maravilhosa atuação. Pattinson está soberbo também num papel intenso e insano. Sem estereótipos de terror mesmo, o filme é muito aterrorizante, começando pela composição em preto e branco num ambiente já escuro(aliás, isso me lembra muito A Bruxa, pois um dos elementos assombrosos lá era a escuridão constante). O trabalho de som, trilha sonora e os diálogos literalmente sem sobriedade são ótimos, as alucinações, sonhos, o isolamento, um mergulho na loucura e outro no mar revolto, sujo, nojento, enfim, tudo isso desenvolto por dois atores fortes. Eu sempre digo por aí que a luz do farol me produzia um certo conforto, mas só até uma determinada cena, enfim, terror em diversos aspecto. Têm muitas simbologias em meio a tudo isso que já estão sendo comentadas, não é o caso aqui, mas vale conferir algumas teorias ou alusões filosóficas, psicanalíticas, históricas, mitologia etc. É mais um filme que foge a grade comercial e que arrisca no mais original possível. O Farol é Ótimo.
Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2
3.5 262Acabei de ver e continua um filme bem bom. Só perde com relação ao primeiro, porque a construção do arco do Bola de Neve foi ótima naquele filme, além das histórias se amarrarem melhor e o entrosamento dos personagens estarem mais aprofundados. Já aqui neste segundo filme, a aventura dos bichos continua e enquanto seus donos não sabem de nada, eles aprontam muito. A dinâmica dos personagens continua boa, mas a surpresa no arco do Max é o Cachorro fazendeiro Galo(ô personalidade sem frescura), além do filho de sua dona, um menino fofinho. A cena da Gigi de gata, a escolhida, é impagável. E o Bola de Neve cheio das vaidades de herói, com uma nova companheira cachorra altiva e solidária, não deu pra segurar o riso. Foram três arcos bem direcionados e unidos ao final. Muito bom.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraO pior do filme é o roteiro. A Ascensão Skywalker tem alguns defeitos sanáveis e contornáveis, mas a trama em si é muito fraca em comparação com O Despertar da Força e Os Últimos Jedi...ô...está há anos luz nessa galáxia. Ou seja, o fechamento dessa terceira trilogia Star Wars é bem meia boca. Eu seria mentirosa se dissesse que não diverte ou emociona em certos momentos, mas dá raiva ao mesmo tempo, quando pensamos que tinha material pra fazer uma obra de arte para os fãs da saga e para o público em geral. Escolheu o caminho mais fácil e se perdeu num emaranhado de bobagens sem sentido, num escape comercial, em forçação de barra para alguns destinos e até uma certa covardia. Daisy Ridley é uma pérola, mas é preciso mais que dois sabres de luz para dar brio a esse filme.
Pets: A Vida Secreta dos Bichos
3.5 937 Assista AgoraEis uma animação simples sobre bichos, que a crítica desdenhou, mas eu acho ótima. Simples, pois tem um roteiro sem grandes reviravoltas, mas a dinâmica entre os personagens, as piadas certeiras com inocência mas, ao mesmo tempo sarcásticas, a caracterização bem desenhada da personalidade de cada pet, inclusive com crítica social discreta em analogia aos humanos, enfim, ainda tem bom gosto musical. Bichos escrotos, saiam dos esgotos e venham enfeitar o nosso lar. Bichos fofinhos, venham revirar latas. Eu ri a valer sem precisar de esforços pra isso.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraQuando reunimos três monstros da atuação como De Niro, Pesci e Pacino, um Diretor genial como Scorsese e uma história de máfia contada maravilhosamente bem em mais de 3 horas, sob a ótica da vida pessoal e cinzenta dos bons companheiros de crime, mais precisamente do irlandês Frank , então dá o filme mais completo do ano. Só quero saber quantas doses eu repetirei, porque vou ver de novo e de novo para analisar todas as sacadas técnicas dessa obra. Mesmo em streaming é Cinema demais
Dezessete
3.8 122 Assista AgoraGosto do cinema espanhol, mas ultimamente vi muitos filmes de mistério, suspense e drama, que apesar de me agradarem no todo, sinto uma certa novelização do roteiro, interpretação e narrativa. Então, finalmente me vem uma comédia dramática maravilhosa como Dezessete, que me dá gosto em acompanhar. Muito bem produzida, foge a maioria dos clichês e depende muito de diálogos corretos que condizem com as personalidades e o contexto da história. A não aceitação da perda de forma geral é o problema que causa todos os problemas, então, aprender a perder nem sempre traduz derrota, pode ser a compreensão de algo melhor para todos, ou mesmo, adequar as coisas ao que é justo e correto. Os personagens centrais travam esses dilemas. Ri muito sem perder a ternura jamais.
Yesterday: A Trilha do Sucesso
3.4 1,0KO problema não é ter um romance entre os protagonistas(afinal, não há banda mais romântica que The Beatles), mas a construção irregular disso e o desfoque do tema central que seria um mundo sem Beatles para dar lugar ao que não estimula. Deram até uma forçação de barra com (spoiler) John Lennon incentivando Jack ao contar sobre sua vida sem fama, vivo e feliz por estar ao lado do amor, mas soou foçado para justificar o romance do filme da forma que foi. A cena é linda, mas como impulso, nem tanto. Muitas ideias bacanas, mas mal desenvolvidas. Havia um mundo a ser explorado nessa premissa e nos deram menos. A única questão melhor foi a do peso na consciência por estar se apropriando de arte alheia, violando propriedade intelectual(ainda que não existente naquela realidade paralela), crimes autorais etc e ao mesmo tempo, o conflito desse peso e da necessidade de fazer o mundo descobrir músicas belíssimas que nunca vieram à tona. Bela saída no final desse conflito com a ética vencendo. Mas, Yesterday serve mais para passar o tempo e curtir trechos de músicas dos nossos rapazes de Liverpool com uma ou outra tirada engraçada. Himesh Patel está muito bem como Jack, convence em seu amor pelos Beatles, suas gracinhas ingênuas e na singeleza da comédia. Lily James não fez tanto aqui, mas tem carisma usual. Eu acho que só por isso, vale e vale pra toda família.
Eli
2.5 589 Assista AgoraEu não ligo se o filme mistura gêneros, ou sugere alguma coisa e pula pra outra, mas eu ligo se ele consegue ser eficiente e instigante. Infelizmente, Eli não convence. Pode até ser um passatempo pra quem curte um clima de suspense dúbio, ou seja, se tudo que tá acontecendo é real ou não? Se sicrano é vilão ou mocinho?Essas dubiedades psicológicas e comportamentais que estão muito na moda ultimamente, principalmente nos filmes da Netflix e que aqui foram mal empregadas. Tem uma boa premissa, mas falta conteúdo, criam furos na história pra ludibriar e sobram clichês na óbvia narrativa, muito embora queiram findar com algo diferente. No geral, prende, mas não instiga.
A Mosca
3.7 1,1KEsse foi o primeiro Gore que vi na vida quando criança. É Nojento sobremaneira e isso é um super elogio. Que terror! Não dá pra ver Goldblum depois disso e não compará-lo com inseto e a maquiagem horripilante, além de matar saudades da ótima Geena Davis em um romance trágico. Salve, David Cronenberg.