Apenas para complementar meu comentário de 1 ano atrás, é bom saber que o filme foi considerado, pelo crítico literário Harold Bloom como a melhor adaptação cinematográfica de Macbeth. Caso você ainda não viu, o filme está em meu blog na área DRAMA, página 20.
Ai meu deus!!!! Já pensou se fosse verdade? Tá bom, tá bom! Casamento é coisa séria, mas esse padreco é de lascar. E aqueles bebezinhos chorões que fazem cocô azul? Ai meu D-E-U-S-? Não é de hoje que sabemos da veia palhaça de Robin Willians (lembram de Path?) mas nesse ele se supera vivendo essa coisa a que chamam de reverendo, e o que falar do pobre coitado do Ben Murphy (John Krasinski) na seca por três longas semanas. Af! Maria mãe do deusinho, ninguém merece um reverendo picareya como esse... Mas o melhor mesmo é que filme diverte, faz a gente rir e esquecer esse calor infernal que queima miolos! ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção COMÉDIA página 19. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar do que há de melhor na cinematografia mundial!
Ainda retornando àqueles filmes não devo, e nem posso, deixar de 'conversar um pouco' sobre esse filme vivido em um Recife como um mundo em desarranjo segundo sugere a narração em off inicial, e temos que aceitar isso como fato consumado para entrar no filme: estamos sobre um barco no meio do Rio Capibaribe e tudo o que nos é dado a ver da cidade são as palafitas na margem, os edifícios a média distância e o trânsito sobre as pontes. Não há pessoas, só fantasmas de uma ordem mal estabelecida, como os rostos num outdoor reutilizado como parede de barraco. E nem se precisa queimar os neurônios para antever, então, antes mesmo do primeiro nu frontal em cena, que Febre do Rato parte dos corpos para propor uma nova organização. Irandhir Santos (que personificou o deputado de Tropa de Elite 2) transita sem camisa e com calça a meio mastro por galpões, jardins e bares no papel de Zizo, um poeta que edita e imprime em casa o jornal-manifesto "Febre do Rato". Quando não está discursando contra a desigualdade, Zizo escreve poemas para os amigos e come as mulheres de idade da vizinhança, tudo pelo social e Zizo não é só um tipo de xavecos e fodas solidárias quando se apaixona por Eneida (Nanda Costa), menina de bons estudos que resiste aos avanços do poeta. Assim como Enéias, o troiano do épico Eneidade Virgílio, que parte ao mar depois da destruição de Troia para procurar um lugar onde possa construir uma nova cidade, a perdição de Zizo, a destruição de seu orgulho, o motiva a construir uma nova ordem, acometida pela febre do rato, que tem o corpo como unidade de medida. Aqui também se descobre um Cláudio Assis que filma as transas e os movimentos dos corpos nus por cima, como se estivesse com Febre do Rato elaborando um guia de ruas - como se a política dos corpos nos viesse questão de cartografia e mesmo quando troca essa perspectiva radicalmente vertical pela horizontalidade, as relações "subversivas" do filme (o homem e o travesti, o homem e a velha, o homem e a estudante) acontecem diante da paisagem aberta em uma sobreposição de camadas, o espaço público tornado íntimo. A cena da mijada é um ótimo exemplo disso: Zizo e Eneida no barco parecem alheios à festa junina rolando no plano do fundo, mas na sobreposição de camadas tudo se torna uma coisa só. Tudo uma provocação, a suruba, a pichação na parede, o corpo dividido em pedaços de xerox, tudo se desorganizando para reorganizar. Obviamente, há uma ordem estabelecida que não se deixa substituir sem reagir. Até aqui, Febre do Rato se desenrolou no paralelo, numa espécie de para cidade (os barracos, os botecos, a praia, o rio sob a ponte), mas é no clímax do filme que a Cidade se revela pela primeira vez, sua brutalidade sintetizada pela parada militar de 7 de Setembro pelas ruas do Recife Antigo. Calma, não vou contar aqui o que acontece depois, se contasse perderia a graça em assistir! A questão é que não importa se o cenário é Recife, ou São Paulo, ou São Luís do Maranhão (sempre metido em enroladas, roubos, mortes e esse mar de corrupção em que navega esse cancro chamado família Sarney que nos quer empurrar um tal de Lobinho corrupto e eternamente ladrão). Há um estado de coisas inviável nas nossas metrópoles, pedindo para se reorganizar, e quem acha que nudez no cinema brasileiro é sinônimo de baixaria infelizmente não vai perceber que Febre do Rato toma uma posição política atual em nome da coletividade. ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção DRAMA página 9. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar do que há de melhor na cinematografia mundial!
Não, não vou continuar me repetindo e (aos que acompanham minhas considerações aqui em filmow sabem) coloco esse naqueles primeiros, os que assiste-se e nada fica. Chris Columbus sempre nos habituou a simples e a engraçados filmes de comédia, é o caso do sucesso Sozinho em Casa e dos dois primeiros filmes da saga Harry Potter. Este filme com Hugh Grant como protagonista até que poderia não ser exceção em alguns dos tópicos repetidamente repetidos pelo diretor, pois foca-se na vida perfeita de um homem, que vê a vida mudar drasticamente no momento em que descobre que a namorada está grávida de um filho seu. Como seria de esperar a sua vida não poderá a voltar a ser a mesma, mas Sam tem dúvidas quanto a isso. Até concordo ser uma comédia ligeira e simples com piadas, digamos, bem organizadas. Talvez por não ser um filme ainda cheirando a leite (não, não estou fazendo piadas com a chupada que levou Grant para a prisão) retrata bem Hugh Grant na sua época de ouro como ator de comédias românticas, e Julianna Moore como sua companheira, na altura ainda não bem reconhecida além do bom Robin Williams que faz uma participação neste filme familiar (digamos assim), como o médico ginecologista e, estranhamente ao vermos o seu desempenho neste filme recordamos: onde é que já vimos isto? É que, no milênio passado, parece até que Robin é quase sempre o mesmo de filme para filme. Quanto ao argumento fica latente ser uma história um tanto frouxa apesar dos personagens conseguirem um desenvolvimento natural que poderia resultar numa história simples com uma boa comédia à mistura. E muitas das vezes cada um de nós até pode se identifica com estas personagens. No frigir dos ovos (pelamordedeus, não estou me referindo à chupada de Grant, minha gente!) é um filme insosso, sem gosto! ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção COMÉDIA página 18. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Escrever sobre a obra de alguém que é gênio às vezes pode ser visto como pedantismo desvairado de quem (talvez) não consiga ir ou ser um milésimo de quem se escreve, mas quando esse alguém que escreve busca ver o que, a muitos (quiçá a maioria) não vê ou vê e não se importa em ter visto, pode amainar um pouco esse sentimento de culpa. Quem acompanha a carreira de Woody Allen já deve ter se acostumado com um tipo de personagem constante em sua obra – a figura do escritor neurótico, caracterizado pela insegurança em relação a um novo trabalho e que sempre desperta paixões em uma de suas estudantes. Enquanto nas demais obras esta figura ocupa lugar secundário, ela se torna o ponto principal de Desconstruindo Harry. O nível de envolvimento pessoal que Harry tem com seus projetos é responsável por várias situações desagradáveis e que acabam por afastar pessoas da sua vida – exemplo disso é sua ex-mulher, que descobriu o caso extra-conjugal que o escritor teve com a cunhada durante o casamento, eteceteras, eteceteras e, assim, embora seja bem sucedido na carreira, o escritor se vê odiado pela maioria das pessoas com quem um dia conviveu intimamente. A história do longa mistura várias situações em que Harry se confunde com sua própria obra, com direito a cenas saídas diretamente de seus romances (com destaque para aquela em que Robin Williams interpreta um homem que literalmente perdeu o foco). Em alguns momentos, o escritor chega a realmente interagir com suas diversas facetas ficcionais, em uma tentativa de entender a si mesmo e procurar soluções para os problemas de sua vida. Desconstruindo Harry pode não ter a mesma carga dramática de obras como A Rosa Púrpura do Cairo, porém é um longa obrigatório para quem é fã dos trabalhos de Woody Allen. Recomendado especialmente para quem procura uma comédia com humor mais sofisticado e que não dependa de clichês e situações escatológicas para ser engraçada. Para concluir aqui deixo claro que não sinto culpa em escrever sobre Allen! ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção COMÉDIA página 18. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Uma vez escrevi aqui que existem filmes e FILMES, os primeiros assistimos e simplesmente assistimos e passa, não fica nada, os segundo... Ah! Os segundos entram na gente sem pedir licença e se alojam lá no fundo de nossa alma e fica, não pediu licença, não esperou que abríssemos a janela (ou a porta) de nossa alma e se plantam e implantam e ficam, jamais nos deixam e ficam... O carinhoso e misterioso Patch é doutor da alegria, profissão abençoada, que leva alegria aquelas crianças com doenças terminais, mas a sua inovação vai parar na justiça e a luta por salvar o sorriso de uma criança é maior do que parece. Neste belo filme de Tom Shadyac, a trilha sonora é boa, e acompanha o filme lindamente, casa com a película. Robin Williams está nada mais nada menos do que sensacional, consegue nos alegrar e nos fazer sorrir muitas vezes com suas palhaçadas e piadas. O filme é engraçado, mas ao mesmo tempo dramático e muito emocionante, de levar as lágrimas muitas vezes. Afinal os doutores da alegria foram criados para conseguir tirar um sorriso de onde só vem doença e notícias piores ainda, ele consegue ver a vida onde os médicos só veem morte. Patch Adams é uma verdadeira lição de vida e de filme drama alegre. Merecia ao menos uma indicação ao Oscar de ser humano. Vai Robim, vai que o seu Patch Adams: O Amor É Contagioso contagiou em 1998 e continua contagiando até hoje... ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção DRAMApágina 36. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Talvez um dos mais desconhecidos filmes em que Robin Williams tenha atuado. E não é por David Duchovny, que atua, dirige e assina o roteiro (desenvolvido e escrito em apenas seis dias) mais conhecido por seu trabalho na série Arquivo X , estréia na direção desse drama que apesar da boa história, erra a mão ao não aprofundar os temas aos quais se propõe e deixa quem assiste com uma sensação de que faltou alguma coisa, o mesmo não pode-se dizer de Robin Williams, que dá vida a Pappass, um retardado mental que roubou o que deveria ser o grande filme de David, um sujeito que precisa resolver problemas com seu passado e seu presente, principalmente com as pessoas que o ajudaram a se tornar o homem que ele é hoje. As crianças escolhidas superaram as expectativas da equipe. A garotinha da história, namorada de Tommy, é a filha de Robin Williams, Zelda. Segundo o ator, ela quis ler as falas para David Duchovny quando descobriu que ainda não havia uma atriz escalada para o papel. Foi tão natural que entrou, sem precisar de um empurrãozinho do pai. Anton Yelchin conta que, sem perceber, pegou algumas das manias de Duchovny, o que ajuda na composição das versões do mesmo personagem. A única diferença era no cabelo, já que o de Anton era ondulado, o que foi logo resolvido. Por aqui foi lançado diretamente em DVD. ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção DRAMApágina 36. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Hoje (12/8) o mundo acordou triste e mais pobre: morreu Robim Willians! Não é por sua morte e nem poderia ser quando resolvi rever alguns dos filmes onde ele emprestou seu corpo e voz e brilhou como em 'quase' todos os filmes em que esteve presente e resolvi começar por esse quiçá por sempre ter achado impressionante que dois jovens como Matt Damon e Ben Affleck tenham sido capazes de escrever um roteiro tão complexo quanto o de Gênio Indomável. O filme é tão engenhosamente construído que, quando percebemos, já estamos sinceramente envolvidos com a história de seu protagonista. O filme é cheio de grandes ideias, é daqueles que poderá ser visto e interpretado de formas diferentes, cada pessoa levará consigo algo, é uma obra que deixa rastros, nos faz pensar e refletir sobre muita coisa. É sobre amizade, sobre como pessoas podem ser salvas por outras, sobre como uma palavra, uma conversa, pode ser confortante, inspiradora. É de se analisar também o desenvolvimento de Will Hunting, aquele que evita o próprio crescimento, sua agressividade, sua loucura, é resposta de seu medo, medo de admitir a própria genialidade, mais do que isso, medo do desapontamento e foi apenas isso que o limitou, medo de ser decepcionado, seja quando não consegue aceitar os planos de Lambeau, seja quando evita um relacionamento mais profundo com Skylar. "Gênio Indomável" é a bela prova de que não está nos livros a resposta para uma vida plena, a resposta disso está no dia-a-dia, está na convivência, nas relações humanas, de que há uma diferença entre inteligência e conhecimento, de que um indivíduo não é apenas composto pelo conhecimento teórico que ele adquiri, seu conhecimento está relacionado ao que adquiriu com a vida, com as conquistas, perdas e a sabedoria de lidar com tudo isso. E que sucesso não é necessariamente conquistado por um diploma. Matt Damon dá um belo show de interpretação, um personagem difícil mas que o ator conseguiu dosar bem cada uma de suas oscilações, melhor ainda é quando ele divide a cena com o mestre Robin Williams, que há muito tempo nos devia uma atuação tão boa como esta, se mostrando como poucos conheceram, um incrível ator dramático. Os coadjuvantes são ótimos também e possuem grande espaço e importância na trama, como Ben Affleck e Stellan Skarsgard, mas é Minnie Driver quem se destaca, realizando cenas surpreendentemente boas. É interessante como estes personagens surgem na trama, surgem como meros conhecidos, aquelas pessoas que passam por nossas vidas e mal reparamos, de repente, enxergamos todos como grandes amigos e quando menos esperamos estamos com um sorriso no rosto com cada diálogo, cada abraço, e assim, porém, sentimos também nossas lágrimas, por cada erro que cometem, cada confissão, cada despedida. Gus Van Sant é definitivamente um grande diretor, teve em suas mãos a difícil missão de transmitir a excelente ideia de Damon e Affleck, e conseguiu com grande êxito. Destaco também a belíssima trilha sonora. Um filme para se guardar na memória. Recomendo!. ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção DRAMApágina 36. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Ontem assisti um filme que me fez querer conhecer um pouco mais sobre o cinema alemão e soube que, nos anos 90 sofre de um problema semelhante ao nosso: o objetivo primeiro é fazer um produto acabado (no nível da produção), deixando para segundo plano o aprimoramento (estético). A gramática dos filmes é muitas vezes emprestada da publicidade – muitos diretores começam mesmo nesse ramo. A Música e o Silêncio é um filme que tenta um pouco romper com esse esquema, mas acaba tropeçando em seus compatriotas. Daí vermos uma boate filmada com filtro vermelho, para dar um tom de inferninho, uma noite realçada por um filtro azul para "embelezar" a paisagem e movimentos de câmara que são menos calcados no nível da movimentação dos personagens do que numa maior espetacularização da mise-en-scène. Se essas figuras de estilo cinematográficas de mau gosto ainda podem ser usada com fins expressivos (como no cinema de Wong Kar-wai, por exemplo), em A Música e o Silêncio elas só servem para diluir o desenrolar dos personagens – desenrolar, por sinal, despido de um maior interesse. Do filme de Caroline Link observar-se, ao menos, a força da interpretação de Sylvie Testud, que em momentos consegue extrair realidade de um filme que parece estar tão distanciado de qualquer apelo ao real. Mas não se pode querer desdizer um filme indicado ao Oscar e vencedor de festivais de renome como o German Film Awards 1997 ou o Tokyo International Film Festival 1997. O certo é que, apesar da fase meia conturbada, alguns poucos (dentre esses esse) filmes se destacaram. ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção DRAMApágina 36. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Belle et Sébastien é um romance de Cécile Aubry sobre um menino de seis anos chamado Sébastien e seu cachorro Belle, um cão da montanha dos Pirinéus, que vivem em uma aldeia nas franceses Alpes perto da fronteira com a Itália. Sébastien vive com seu avô adotado, irmã e irmão, como sua mãe, uma cigana que morreu depois de dar à luz a ele enquanto tentava atravessar a fronteira no dia de São Sebastião. O romance é bastante conhecido foi filmado pela primeira vez, em preto e branco, pela BBC em 1965. Novamente em 1968 a BBC lançou uma série com 13 capítulos que se tornou grande sucesso entre as crianças. Em 1970 a BBC relançou em 15 capítulos sem passar na inglaterra. Existe também um desenho estilo anime japonês. Na versão de 2013 acrescentaram novos personagens (fugitivos que travessam a montanha e o tenente alemão). O filme está em meu blog na seção AVENTURA página 14, assista!
Adaptar o romance mais desvairado de William Burroughs, Almoço Nu (esse o título real e não o que nossos distribuidores imprimiram e que muitos não sabem ser falso) , é uma tarefa que poderia ser considerada absurda por qualquer um. A magnum opus do beatnik é um dos livros mais complexos que se tem notícia: um livro escrito à base dos delírios heroinômanos do artista, mais de 200 páginas de parágrafos soltos e historietas fragmentadas de conteúdo bizarro, escatológico, chocante e herético. Visualmente, o filme cria um universo escuro e opaco, ornado por verdes e por laranjas discretos mas pregnantes, e sempre resignados a uma pequena parte da tela. O terreno é o do neo-noir, solo que no mesmo ano de Mistérios e Paixões deu Barton Fink - Delírios de Hollywood(1991), filme quase irmão na estética e na temática, ainda que o lógica do derrisório dos irmãos Coen tenha muito pouco a ver com a lógica de imersão do cinema de Cronenberg. Como em todo (ou quase todo) noir ou neo-noir, é uma lógica da investigação e do complô que rege a relação do personagem principal com o mundo. Mas é uma investigação sem objeto (atrás de que corre William Lee? O que ele busca?), e um complô do qual não somos informados, nem sobre seus limites, nem sobre seu objetivo (o que leva o personagem a correr atrás de Benway, de Fadela ou do francês Yves Cloquet? Sobre o que eles conspiram? Quais os segredos que eles guardam?). Toda a trama de mistério parece ser apenas um grande mcguffin - obrigação externa cujo único propósito dramático é propulsionar o personagem a perseguir o verdadeiro tema da obra - para a verdadeira investigação do filme.E o centro oculto do filme, aquilo que se instala sub-repticiamente e vai aos poucos dominando de forma completa, é o ato literário, o acesso ao escrever como acontecimento na vida de uma pessoa, e esse acontecimento não como dom, mas como vício, como praga e como doença (característica pregnante em todo cinema de Cronenberg) que, uma vez instalados, só farão prescrever suas rotinas sobre os corpos de seus hóspedes. Se a "impensável sandice temática" de Cronenberg existe, é porque agora o "corpo estranho" não se insinua mais no terreno da ficção fantástica, mas daqui em diante opera nos delírios mentais do cotidiano, nas relações com nossos objetos de predileção, nossas obsessões corriqueiras. Nada glamourosa ou chique, a literatura em Mistérios e Paixões é a última provação, é a matéria insidiosa e viciante que arremessa nosso personagem-escritor no mundo das alucinações paranoicas, um universo estranho em que nada é o que parece, e tudo aquilo que não é central pode funcionar como desvio de atenção. É a partir desses pequenos escritos pinçados da obra de William S. Burroughs e de coisas prosaicas como uma relação muito particular com máquinas de escrever que nasce o tecido literário, que inconscientemente ao próprio artista brota o livro (e aqui visto e sentido pelo espectador), que de um relato a partir da vivência surge a matéria da escrita por si mesma. O mesmo lance de dados jogado até o final: como gesto que inaugura sua viagem (em sentido figurado e em sentido próprio), é preciso que William Lee repita Guilherme Tell para provar seu ofício de escritor.Como o curta-metragem Câmera ou Videodrome, Mistérios e Paixões é um filme decisivo na carreira de Cronenberg. É o momento que o narrador cronenberguiano abandona a frieza distanciada, clínica, característica de algumas de suas obras-primas (Crash vem à mente primeiro), e mergulha de cabeça no vício do personagem transformado em vício da ficção. Filmes entrópicos, de compreensão difícil ou por vezes impossível - os encontros de William com os outros personagens de Mistérios e Paixões nunca funcionam no sentido da evolução narrativa, e isso nos impede de entender dramaticamente sua colocação na história -, são momentos particulares em que David Cronenberg prova de seu próprio veneno, se insere na trama que enreda para nós, cai voluntariamente em sua própria teia. Menos um filme de crise do que a base para um novo programa, Mistérios e Paixões (se) apaixona pelas incertezas da arte. ------- Em Tempo: O filme está em meu blog na seção TERROR página 8. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Até em cinema a providência mete o dedinho, senão como justificar as recusas de Nicolas Cage e George Clooney e a ótima atuação de Kevin Spacey dando corpo e vida ao brilhante professor e matemático vencedo do Prêmio Lester R. Ford (1980), Prêmio Teoria John von Neumann (1980)? Um filme certamente inovador, criado para refletir sobre a pena de morte com um enredo bem urdido e sem arestas que permite ao (também brilhante) Alan Parker brindar o mundo da grande tela esse filme bom que não tira e nem esconde as expectativas de quem assiste em nenhum segundo. E, como já coloquei acima, é impressionante além do roteiro as atuações, as colocações filosóficas que pincelam a cada instante e essa história inovadora, quiçá nunca tinha visto antes no cinema tamanha criatividade onde pessoas que defendem a causa até a morte, vivem e morrem por ela. O final é surpreendente. Mas também me permito discordar um pouco e, aqui talvez uma incoerência, chegar até mesmo concordar com a crítica e com o público americano que não foi ao cinema. Talvez fosse mais condigno tentar ver por que o filme foi mal recebido na terra onde foi gerado e gestado ao me fazer corpo gritante e reverberar o que David Gale diz no filme: "...vocês sabem quanto custa para executar um preso no Texas?" Confesso que não sei, mas sei que é bem menos do que custa para mantê-lo o resto da vida em prisão perpétua e, aqui, contestar o sistema judicial e penal texano quando, apesar de ser o maior estado americano, gasta muito com segurança, prisões e penas contra um sistema criminal que cresce a cada dia numa vasta fronteira com o México, por onde entra diariamente toneladas de drogas e armas. Mas isso é coisa para ser pensado por lá que por cá, na banda de baixo do mapa, temos muito a nos preocupar com 'nossas leis tacanhas' que permitem ao jovem de 16 anos eleger um presidente da república e não os reconhece donos de seus atos vândalos e criminosos. Não! Não sou a favor da pena de morte - se por cá houvesse negros e pobres estariam mortos aos montes enquanto ricos e brancos continuariam bandidos e com bandidos ditando nossas leis (como essa quadrilha em nosso Congresso) que por cá manda quem tem no bolso em detrimento do ter na honra. Mas, voltando ao filme, é bom sabermos que o verdadeiro David Gale morreu em Alta Bates Medical Center, em Berkeley após um ataque cardíaco deixando três filhas (Karen, Katharine, e Kirsten) fruto de seu casamento com Julie B Skeby. Também seria bom saber-se que Constance Harraway nunca foi sua aluna e sim colega e pesquisadora como ele, outro fato que merece destaque é que, talvez, tudo não passe de história sem a propalada existência de verdade em toda essa trama! Mas não posso deixar de dar parabéns ao diretor e ao roteirista por tamanha competência, mesmo que o filme não retrate a propalada história real... -------- Em tempo: O filme está em meu blog na seção POLICIAL, página 6. Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Foi exibido na seção Apresentação Especial no 2013 Toronto International Film Festival, vencedor de fotografia em San Sebastian e alguns outros importantes, porém não mostra o que o título sugere. Assista em meu blog, na seção SUSPENSE página 7.
Deus do céu, porque tanta comida quando estou com tanta fome? Há algum tempo, as receitas já não são estrelas solitárias da literatura gastronômica. Comer, por razões óbvias (o estômago ronca), nunca saiu de moda, mas o crescente interesse pela boa mesa vem tornando as estantes de cultura da alimentação e gastronomia uma das mais requisitadas das livrarias – e as que trazem mais novidades. Mas, para usar uma expressão apetitosa, o que veio primeiro, o ovo ou a galinha? O desejo de retorno à cozinha surge naturalmente ou é conseqüência de mais uma estratégia marqueteira que envolve lançamentos de livros, revistas, filmes e programas de TV com chefs alçados à condição de astros? Mas deixemos de lado esses fazedores de comida e falemos sobre Ang Lee que foi um dos primeiros cineastas asiáticos a conquistar sucesso comercial e a admiração dos críticos tanto no oriente quanto no ocidente. Nascido em 1954 em Taipei, Lee se mudou para Taiwan depois que seus avós paternos foram executados pelo regime comunista. O jovem se formou na Escola de Artes de Taiwan em 1975 e, logo em seguida, surpreendeu toda sua família partindo para os Estados Unidos, onde deu início a uma carreira fortemente marcada pela mistura das duas culturas. Agora sobre esse divino poder de transformar coisas cruas em divinos pratos brilhantemente vivido por Sihung Lung que emprestou o corpo para dar vida ao singelo e cativante Chu em "Comer Beber Viver". Um filme que deve ser o ponto de inveja de tantos diretores afinal não é a toa ter sido indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e ao BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro além de arrebatar outros imporantes títulos nos principais Festivais de Cinema na terra do tio San e na terra do pessoal de olhinhos puxados. E o melhor é que o filme está em meu blog na seção COMÉDIA, página 18. -------- Em tempo: Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Talvez fosse mais justo se soubessem um que de antes que bem poderia ser assim... "Bem-vindos à República (imaginária) de Zubrowka, país situado nos confins do leste europeu e que abriga um hotel que reina no alto de uma montanha. Tanto o país quanto o hotel foram afetados por grandes acontecimentos no século 20: a “Belle époque” cedeu lugar a um crescente fascismo, que culminou com uma guerra. Como se não bastasse, o país fez parte do bloco comunista. Eis o pano de fundo em que se desenrola “O grande Hotel Budapeste”, novo filme do diretor norte-americano Wes Anderson (“Moonrise kingdom”) que abriu o mais recente Festival de Berlim, em fevereiro. As plateias brasileiras têm se surpreendido quando os créditos sobem ao final e estampa um que de segredo não tão escondido: "Inspirado na obra de Stefan Zweig (Viena, 1881 - Petrópolis, 1942)", o que tem deixado muita gente se perguntando sobre qual a relação entre o longa do cineasta norte-americano com a cidade serrana do Rio de Janeiro. Nem há de adiantar se soubessem que a resposta está na vida e obra do escritor austríaco que Anderson descobriu recentemente e que foi responsável por cunhar a frase "Brasil, o país do futuro" e tudo gira em torno de M. Gustave (Ralph Fiennes), o concièrge do hotel de um país fictício do leste Europeu, que tenta manter os padrões de refinamento e o ambiente de luxuosa perfeição que já rareiam no mundo exterior, prestes a entrar em guerra. Anderson admite que não só personagens como M. Gustave foram inspirados no escritor, mas também que "roubou" de Zweig a estrutura da trama (uma história dentro de outra história, em que um escritor reconta uma narrativa ouvida há muitos anos do proprietário do hotel) e a atmosfera do filme. Seria injusto não mencionar a excelente atuação do novato Toni Revolori (Zero, fiel escudeiro do concierge) e da bela Saoirse Ronan (Agatha), sua namorada. Além desta constelação de talentos, o filme impressiona pela fluidez com a qual a ação se desenrola. Tanto os atores, quanto o roteiro, a fotografia, o figurino, tudo foi pensado de modo a fazer da trama de Wes Anderson uma verdadeira alegoria dos eventos que marcaram a Europa no século passado através daqueles que o viveram. A trajetória do concierge vivido por Ralph Fiennes chega até nós graças ao encontro com aquele que foi seu fiel escudeiro, Zero (na maturidade, interpretado por F. Murray Abraham) com um jovem escritor - espécie de alter-ego do escritor Stefan Zweig (austríaco que, desencantado com os rumos da 2ª guerra, suicidou-se em Petrópolis, em 1942), cujos livros serviram de inspiração na construção do roteiro. “O grande Hotel Budapeste” é um filme em que cada personagem parece retratar com grande talento os encantos deste microcosmo – e a trama apresenta reviravoltas no melhor estilo Agatha Christie. Visualmente, a sincronia dos movimentos da câmera em relação ao roteiro e às nuances de interpretação remete a filmes como “Delicatessen” (de Jean-Pierre Jeunet, 1991). Uma pequena curiosidade: O edifício usado nas filmagens foi uma antiga loja de departamentos localizada em Gorlitz, cidade alemã junto às fronteiras com a Polônia e a República Tcheca. Só resta colocar que o filme está em meu blog na seção COMÉDIA, página 18. -------- Em tempo: Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Talvez um dos mais corajosos filmes dos últimos tempos lá pelas bandas onde mulher não tem vez e, sem que houvesse desejos prévios, coincidindo com os protestos que tomaram conta do Egito, em 2010, Mohamed Diab, até então conhecido por seu trabalho como roteirista, deu início a sua carreira de diretor com o longa-metragem Cairo 678. Um filme dramático gesado em cultura estranha, aos moldes do nosso viver codidiano, se faz mais que uma simles denúncia que liga as vidas de três mulheres de classes sociais diferentes que resolvem se rebelar contra o assédio sexual, tabu na sociedade egípcia. As personagens centrais – Fayza (Bushra), da classe trabalhadora; Seba (Nelly Karim) da classe alta; e a aspirante a comediante Nelly (Nahed El Sebai), da classe média – foram todas violentadas: Fayza, constantemente assediada nos ônibus lotados; Nelly, atacada na rua, e Seba, estuprada por uma gangue no passado. O resultado é um filme forte com ótimas atuações, que expõe de forma clara a complexidade de seu país, onde a cultura, por vezes, atua como uma barreira intransponível. Um golpe na barreira e um sopro de esperança. Com certeza há de agradar por vários motivos, mas o conhecer e reconhecer do dia-a-dia de seres sem direito onde o machismo é lei perene e inviolável por certo será a tônica aos que assistiram ou asistirão esse ótimo filme que incorporei ao meu blog na seção DRAMA, página 36. -------- Em tempo: Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutar as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
Agora só falta um, os outros dois (Conto da Primavera (1990) e Conto de Outono (1998) ambos na seção ROMANCE, página 10) há um bom tempo já estão em Cine Rialto. O obviamente os filmes até que estão em sintonia com o nosso calendário, mas completamente em oposição à cronologia do lançamento original da série. Assisti Conto de Inverno (1992) e, como era de se esperar, adorei. Aliás, é tão bom quanto os outros. Esse mais uma vez fala de personagens como nós, conta a história (mais do que corriqueira) de Felicia, uma cabelereira, dividida entre o amor de dois homens: Este capítulo dos quatro “contos das estações” de Rohmer é igualmente um filme sobre o amor nos seus diversos significados, nas várias formas e maneiras de sentir: na paixão, na amizade, no companheirismo. Mas como nos demais filmes dele, são também incluídas discussões filosóficas sobre a religião, o significado da vida e a existência ou não da alma e sua eternidade. De quebra, há um trecho de uma encenação teatral do homônimo Conto de Inverno, de Shakespeare, adequadamente inserido como um dos elementos destinados a resolver o problema de Felicie e suas contradições. Na verdade, o alvo principal dos filmes de Rohmer parece estar sempre na moral da história, como numa fábula grega, e nada de muito dramático acontece. Nos dias de hoje, com a infantilização (alguns mais radicais diriam a imbecilização) desenfreada do cinema - americano, esclareça-se - e a estética da violência gráfica, assistir a um filme como Conto de Inverno é quase um refrigério. O roteiro rohmeriano, tipicamente, traz personagens que poderiam ser qualquer um de nós vivendo qualquer uma daquelas situações. As ações e sentimentos quase comuns do dia a dia parecem ser o pano de fundo deste e dos seus demais filmes : as pessoas conversam, amam, discordam, sofrem as suas derrotas ou recebem as suas vitórias de uma forma contida, natural e civilizada . Seus filmes são focados nas pessoas, mais do que nos temas. Ele extrai beleza da vida dos seus personagens, das situações, das locações simples, das coisas que compõem a vida das pessoas, onde qualquer um de nós pode se identificar. Os dilemas éticos do cotidiano parecem ser a grande preocupação desse cineasta às vezes difícil, a ponto de que assistir a seus filmes já tenha sido definido (por críticos americanos, sobretudo) como uma chatice e como “ver a tinta secar ou a grama crescer”. Pode ser. Mas também é sair do cinema com um “gosto da história” que por muito tempo permanece ativo, como o bom vinho que acompanhou um prato delicado. Pois é! Aos poucos consigo juntar, em CINE RIALTO, as maviosas estações desse francês que soube falar e mostrar o viver de gente como a gente. Contos de Inverno está na seção DRAMA, página 36. Assista!
Há 87 anos (e alguns meses) Charles Augustus Lindbergh, de Minnesota, com apenas 25 anos de idade, faz o primeiro voo, pilotando sozinho, isolado, um avião na rota Nova York/Paris. Sozinho, era a primeira aventura na história da aviação. Naquele longínquo 20 de maio (1927), o céu deixou de ser do condor, foi do autor da façanha, foi do Águia Solitária. No dia seguinte, 21.05, às 10h21min, hora local, ele desembarcava no Campo Le Bourget, nas proximidades de Paris. A despeito da disparidade etária (25 o original contra 49 do atpr), James Stewart talvez, depois de James Dean, que faria 26 anos em 1957, fosse o ator mais indicado para representar Charles Lindbergh. Foi instrutor de voo durante a Segunda Guerra Mundial, ganhou uma condecoração como comandante de um Esquadrão de Bombardeiros e foi promovido a Coronel, recebendo o comando de um Grupo de Bombardeiros ainda antes do fim da guerra. "A partida registrou-se às 7h52min da manhã do dia 20 de maio de 1927. Já devia ser dia claro, mas não era. A chuva e o nevoeiro cobriam o Campo Roosevelt, em Long Island, que era um tremedal de poças d'água e lama". Uma viagem arriscada, solitária, uma monotonia raramente quebrada, como a mosca que pousou ao lado do lápis utilizado para anotações no mapa que levara, voou depois em direção ao seu joelho, ficou ali por um breve instante, alçou voo em torno da cabina e saiu pela janela, livre, leve e solta. "- E olha que não a culpo por me abandonar", disse ele com voz sorridente. Estava, agora ainda mais sozinho, sobre a imensidão do mar. A aventura desse voo solitário e cego lembra outra batalha, a do Velho e o Mar (1958), de John Sturges, roteiro adaptado da novela de Hemingway, em que Spencer Tracy luta, sozinho também, para trazer até até à praia o grande peixe. É James Stewart no céu com o mar lá embaixo, é Spencer Tracy no mar com o céu nas alturas. É natural que um filme de longa metragem, em que só um ator é enquadrado, sem diálogo, só o pensamento povoando a sua mente, se torna um pouco linear, monótono, às vezes. O piloto, com sono, chegou mesmo a cochilar, despertado em seguida pelos raios solares que invadiram a cabina. Se não é nenhum A Montanha dos Sete Abutres, nenhum Pacto de Sangue nem Inferno nº 17, muito menos Crepúsculo dos Deuses, todos feitos anteriormente e naqueles áureos tempos do cinema, não chega a ser nenhuma ovelha negra na família; é, mais, uma ÁGUIA SOLITÁRIA que justifica, sim, o rico currículo cinematográfico do genial Billy Wilder.
Billy Wilder lamentou o fracasso comercial de Águia Solitária, um filme caro produzido pela Warner Bros. O diretor reconheceu, em suas memórias, que errou ao aceitar contar uma história sobre um herói solitário, como dá a entender o título brasileiro, e certinho demais. O diretor revelou ter sido difícil transpor para a tela toda a emoção sentida pelo piloto às vésperas e durante a longa travessia. Nada poderia fugir do convencional, pois havia sempre o risco de macular a imagem de herói cultivada por Charles A. Lindbergh. James Stewart, na época, já quase cinquentão, insistiu em fazer o papel de Lindbergh, a pesar de Wilder considerá-lo velho demais para as cenas de juventude. Tanto Stewart, por sua atuação na Segunda Guerra Mundial, quanto Lindbergh eram, segundo o democrata Wilder, homens honrados e extremamente conservadores. E não se deve estranhar a falta de sucesso naquela época em que fervilhavam filmes de ação real, além do que as duas horas e pouco acompanhando um sonolento sobrevoar ainda hoje afugenta ou faz dormir aqueles que esperavam algo mais que o recontar de um fato! O filme está em meu blog nas seção Ação/Aventura, página 14.
Existem filmes fáceis de serem assistidos e tremendamente difíceis de serem comentados e filmes difíceis de serem assistidos e muito mais difíceis de serem comentados. Alguns - não poucos - preferi 'fingir' não te-los visto e esquecer-me completamente de tentar escrever sobre eles, mas sem querer ofender é tão abominável quanto um comportamento heterodoxo. O assassinato mata apenas o indivíduo - e afinal de contas, o que é um indivíduo? Podemos fazer um novo da maneira mais fácil - quantos quisermos. O heterodoxo ameaça mais do que a vida de um mero indivíduo; ele atinge a própria Sociedade. Ao falar sobre os absurdos da guerra contra as drogas, na qual pequenos traficantes são frequentemente punidos com mais crueldade do que assassinos, Jennifer Abel, do Guardian, citou o romance profético e infernal "Brave New World", de Aldous Huxley, para perguntar: "Será simplório ver as pessoas que usam drogas como desajustadas?". Adaptação do livro de Irvine Welsh (o mesmo que escreveu Trainspotting), Acid House conta 3 curtas histórias em que jovens passionais entram numa ‘viagem’ um pouco diferente. Segundo o encarte do filme, trata-se de um história sobre festas e excesso de químicos. Mas o filme não é apenas sobre isso: questiona certos valores e mostra o duro dia a dia de muitas pessoas. Após ver esse difícil filme (em toda essência possível de imaginar) e compar-alo com outros do gênero (se bem que me proponho a estar apenas nesse e me abster daqueles) devo declarar que não acho que a acid house realmente ameaçou a sociedade, embora seja difícil acreditar hoje em dia que caras que construíam as caixas de som das festas acabavam amargando 6 meses em cadeias vitorianas e que você poderia passar 10 anos se fosse pego com cinco pílulas, Mas naquela era (sim 'era', lembre-se que o filme é do milênio passado) era tudo muito novo ninguém tinha visto nada parecido antes. Dez mil chapados dançando em galpões abandonados, ignorando os bloqueios policiais nas estradas, virando e incendiando carros de polícia; para a geração que estava no poder esse nível de desobediência civil deve ter sido um horror. Mas como não pretedo ser prolixo e muito menos tacaha, vamos (e podemos) dizer que o filme conta o nascimento da cultura Acid House no Reino Unido em 1988, passando pelo problemas com o governo e até os DJs se tornando superstars.
É muito interessante ter a oportunidade de ver o nascimento de uma nova cultura, que inclusive, além de muita música serviu para quebrar várias barreiras culturais na época, como unir classes sociais e raciais. Porem o que se pode gestar de um filme que apresenta imagens de clubes, festas ilegais e batidas policiais, além de entrevistas com Marshall Jefferson, Derrick May, Carl Cox, Colin Faver, Larry Heard, Paul Oakenfold, Robert Owens, Danny Rampling, Evil Eddie Richards, Pete Tong e muitos outros? "Acho que a maneira que o filme foi feito parece um pouco com o jeito que as festas aconteceram há vinte anos. Vários indivíduos determinados trabalhando juntos para fazer algo que amam e em que acreditam," finalizo com isso dito por Piers Sanderson. Meio complicado tentar dizer sobre esse filme em tão pouco espaço, o melhor mesmo é assisti-lo em meu blog na seção DRAMA, página 36.
Esperem, esperem... Será que tudo isso posto nesse filme realmente é real? Excêntrica, bizarra, manipuladora, arrogante, mãe ausente... Seria mesmo assim Enid Blyton? Custa a crer que esta escritora que encantou gerações de crianças e jovens com os seus livros de aventura e mistério tivesse sido, afinal, uma megera, ou será coisa de britânicos que vê chifre na cabeça de minhoca? Por lá isso é fácil de acontecer e nem a 'respeitosa e respeitada BBC' está imune como temos visto nesses tempos em que nada se esconde. Confesso desconhecer esta faceta de Enid e, por isso, surpreendeu-me um filme sobre a sua vida que não podemos negar, uma excelente produção da BBC (2009). No filme Blyton é apresentada como uma mulher fria, ambiciosa e mãe distante interessando-se mais pelos seus pequenos fãs que pelas filhas. Enid casou em 1924 com Hugh Pollock - que trabalhava na George Newnes, a sua editora durante anos - mas com o casamento a desfazer-se afastou-o 19 anos depois para se casar com o cirurgião Kenneth Waters com quem vinha mantendo um relacionamento. E para lhe facilitar a vida obrigou Pollock a assumir-se como adúltero em tribunal se quisesse manter o direito de ver as filhas, direito esse que mais tarde lhe sonega e ainda consegue que o primeiro marido seja despedido da editora. A única explicação dada no filme para o seu carácter tão odioso tem a ver com a sua alegada ambição e uma infância turbulenta pelo fato do pai ter abandonado a família quando ela era pequena, mas nem isso há de se encontrar em todas as biografias (não poucas) já publicadas sobre ela. É certo que Eid saiu de casa muito cedo passando a ignorar a família (a mãe com quem não se dava bem e os dois irmãos). Mas, pensando bem, se analisarmos os livros de Enid as pistas bem poderão estar lá. Adultos ausentes com coisas mais importantes para fazer que aturar pequerruchos, crianças que vivem em colégios durante todo o ano e que durante as férias ficam entregues à sua sorte, enfrentando terríveis criminosos com os quais têm de lidar sozinhas ou, na melhor das hipóteses, com a ajuda de um cachorro. Também é impressionante a quantidade de órfãos nos seus livros. Mas considerações à parte, é aí que reside toda a magia de seus livros para crianças; é que elas vivem absolutamente sozinhas, num mundo apenas para crianças e onde os adultos fazem apenas parte do cenário. E isso é fascinante para qualquer criança e, a bem da verdade se formos analisar obras de gênero idêntico nos obrigaríamos a esculachar Samuel Langhorne Clemens (o mundialmente conhecido Mark Twain) pelas diabruras de seu Huckleberry ou Tom Sawyer para não citar outros. Em 43 anos de trabalho Enid Blyton escreveu 750 livros, tendo vendido até hoje 500 milhões de exemplares. Morreu em 1968 com demência, aquilo a que hoje se chama Alzheimer. Se esse filme retrata a verdade somente Gillian ou Imogen (Gillian Baverstock e Imogen Mary Smallwood suas filhas do primeiro casamento, no segundo casamento abortou o que seria seu filho varão por causa de uma queda e não teve mais filhos) poderiam dizer, se vivas estivessem... O filme está em meu blog na seção DRAMA, página 36.
Devo confessar que não sei o porquê assisti esse filme, não gosto nem um pouco de filmes melosos com fundo religioso, só sei que assisti e, agora, não sei se devo dizer o que achei, mas vou dizer... Está certo que Alley é uma garota bonita, mas não é uma boa atriz - me desculpem em dizer - e também que não há nada de novo que possa agradar a quem aprecia a sétima arte a não ser que é um filme meloso, mau conduzido e repleto desses clichês melosos que sempre encantam e acalantam a quem esse tipo de filme aprecia, eu não... Poderia até deixar que o enredo, se trabalhado de uma outra visão, poderia gestar um algo melhor. Só não sei se o viver nos moldes americanos podem ser observados e/ou vividos por essas bandas de cá desmistificando a tão alardeada universalização de atos e fatos. Olhem, observem que aqui coloco minhas impressões e, para que você possa também ter as suas, o filme está em meu blog na seção DRAMA, página 36.
Esperem, esperem! Que diabo é isso, onde estamos, meu Deus!!!!! Precisam ver esse filme corajoso que, em tempos de discussão sobre a máfia da medicina e da indústria farmacêutica no Brasil, reúne mais dados relevantes sobre o tópico. Investigando mais o funcionamento do atendimento obstétrico nacional que esses organismos medíocres do governo, um filme que tem como tema o grande número de cesarianas realizadas nos dias de hoje. Eduardo Chauvet investiga a mercantilização de um ato natural da trajetória humana, se o formato é o convencional – com entrevistas e imagens de parto – a relevância está no que é dito pelos entrevistados. A cesariana, não há o que duvidar, é uma cirurgia que salva vidas todos os dias, mas não é para ser feita desnecessariamente, explica uma médica entrevistada, a mesma que diz a frase que melhor descreve os nossos tempos: “O parto passou a ser encarado como um ato cirúrgico, ao invés de um evento fisiológico”. Estranhamente Esther Vilela, gestora do Ministério da Saúde, afirma sintomáticamente: “Existe uma cultura da cesariana como modo de nascer mais confortável. Talvez mais adequado a essa sociedade de consumo”. Dessa forma, ao falar dessa questão, O Renascimento do parto traça um retrato crítico de nossa sociedade. Você é mãe, ou pai ou pretendem ser? E seu(s) filhos(as) sabem como vieram ao mundo e porque vieram assim? Esse é um filme revelador, assista! ----------------- Em Cine Rialto na seção DOCUMENTÁRIO, página 6.
Trono Manchado de Sangue
4.4 121 Assista AgoraApenas para complementar meu comentário de 1 ano atrás, é bom saber que o filme foi considerado, pelo crítico literário Harold Bloom como a melhor adaptação cinematográfica de Macbeth.
Caso você ainda não viu, o filme está em meu blog na área DRAMA, página 20.
Licença para Casar
2.8 263Ai meu deus!!!! Já pensou se fosse verdade?
Tá bom, tá bom! Casamento é coisa séria, mas esse padreco é de lascar. E aqueles bebezinhos chorões que fazem cocô azul? Ai meu D-E-U-S-?
Não é de hoje que sabemos da veia palhaça de Robin Willians (lembram de Path?) mas nesse ele se supera vivendo essa coisa a que chamam de reverendo, e o que falar do pobre coitado do Ben Murphy (John Krasinski) na seca por três longas semanas. Af! Maria mãe do deusinho, ninguém merece um reverendo picareya como esse...
Mas o melhor mesmo é que filme diverte, faz a gente rir e esquecer esse calor infernal que queima miolos!
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Em Tempo:
O filme está em meu blog na seção COMÉDIA página 19.
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Tempo de Despertar
4.3 648 Assista AgoraUm filme que perturba e encanta!
Assista em meu Blog na seção DRAMA, página 36
Febre do Rato
4.0 657Ainda retornando àqueles filmes não devo, e nem posso, deixar de 'conversar um pouco' sobre esse filme vivido em um Recife como um mundo em desarranjo segundo sugere a narração em off inicial, e temos que aceitar isso como fato consumado para entrar no filme: estamos sobre um barco no meio do Rio Capibaribe e tudo o que nos é dado a ver da cidade são as palafitas na margem, os edifícios a média distância e o trânsito sobre as pontes. Não há pessoas, só fantasmas de uma ordem mal estabelecida, como os rostos num outdoor reutilizado como parede de barraco.
E nem se precisa queimar os neurônios para antever, então, antes mesmo do primeiro nu frontal em cena, que Febre do Rato parte dos corpos para propor uma nova organização. Irandhir Santos (que personificou o deputado de Tropa de Elite 2) transita sem camisa e com calça a meio mastro por galpões, jardins e bares no papel de Zizo, um poeta que edita e imprime em casa o jornal-manifesto "Febre do Rato". Quando não está discursando contra a desigualdade, Zizo escreve poemas para os amigos e come as mulheres de idade da vizinhança, tudo pelo social e Zizo não é só um tipo de xavecos e fodas solidárias quando se apaixona por Eneida (Nanda Costa), menina de bons estudos que resiste aos avanços do poeta.
Assim como Enéias, o troiano do épico Eneidade Virgílio, que parte ao mar depois da destruição de Troia para procurar um lugar onde possa construir uma nova cidade, a perdição de Zizo, a destruição de seu orgulho, o motiva a construir uma nova ordem, acometida pela febre do rato, que tem o corpo como unidade de medida.
Aqui também se descobre um Cláudio Assis que filma as transas e os movimentos dos corpos nus por cima, como se estivesse com Febre do Rato elaborando um guia de ruas - como se a política dos corpos nos viesse questão de cartografia e mesmo quando troca essa perspectiva radicalmente vertical pela horizontalidade, as relações "subversivas" do filme (o homem e o travesti, o homem e a velha, o homem e a estudante) acontecem diante da paisagem aberta em uma sobreposição de camadas, o espaço público tornado íntimo. A cena da mijada é um ótimo exemplo disso: Zizo e Eneida no barco parecem alheios à festa junina rolando no plano do fundo, mas na sobreposição de camadas tudo se torna uma coisa só.
Tudo uma provocação, a suruba, a pichação na parede, o corpo dividido em pedaços de xerox, tudo se desorganizando para reorganizar.
Obviamente, há uma ordem estabelecida que não se deixa substituir sem reagir. Até aqui, Febre do Rato se desenrolou no paralelo, numa espécie de para cidade (os barracos, os botecos, a praia, o rio sob a ponte), mas é no clímax do filme que a Cidade se revela pela primeira vez, sua brutalidade sintetizada pela parada militar de 7 de Setembro pelas ruas do Recife Antigo.
Calma, não vou contar aqui o que acontece depois, se contasse perderia a graça em assistir!
A questão é que não importa se o cenário é Recife, ou São Paulo, ou São Luís do Maranhão (sempre metido em enroladas, roubos, mortes e esse mar de corrupção em que navega esse cancro chamado família Sarney que nos quer empurrar um tal de Lobinho corrupto e eternamente ladrão). Há um estado de coisas inviável nas nossas metrópoles, pedindo para se reorganizar, e quem acha que nudez no cinema brasileiro é sinônimo de baixaria infelizmente não vai perceber que Febre do Rato toma uma posição política atual em nome da coletividade.
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O filme está em meu blog na seção DRAMA página 9.
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Nove Meses
3.0 110Não, não vou continuar me repetindo e (aos que acompanham minhas considerações aqui em filmow sabem) coloco esse naqueles primeiros, os que assiste-se e nada fica.
Chris Columbus sempre nos habituou a simples e a engraçados filmes de comédia, é o caso do sucesso Sozinho em Casa e dos dois primeiros filmes da saga Harry Potter. Este filme com Hugh Grant como protagonista até que poderia não ser exceção em alguns dos tópicos repetidamente repetidos pelo diretor, pois foca-se na vida perfeita de um homem, que vê a vida mudar drasticamente no momento em que descobre que a namorada está grávida de um filho seu. Como seria de esperar a sua vida não poderá a voltar a ser a mesma, mas Sam tem dúvidas quanto a isso.
Até concordo ser uma comédia ligeira e simples com piadas, digamos, bem organizadas.
Talvez por não ser um filme ainda cheirando a leite (não, não estou fazendo piadas com a chupada que levou Grant para a prisão) retrata bem Hugh Grant na sua época de ouro como ator de comédias românticas, e Julianna Moore como sua companheira, na altura ainda não bem reconhecida além do bom Robin Williams que faz uma participação neste filme familiar (digamos assim), como o médico ginecologista e, estranhamente ao vermos o seu desempenho neste filme recordamos: onde é que já vimos isto?
É que, no milênio passado, parece até que Robin é quase sempre o mesmo de filme para filme. Quanto ao argumento fica latente ser uma história um tanto frouxa apesar dos personagens conseguirem um desenvolvimento natural que poderia resultar numa história simples com uma boa comédia à mistura. E muitas das vezes cada um de nós até pode se identifica com estas personagens.
No frigir dos ovos (pelamordedeus, não estou me referindo à chupada de Grant, minha gente!) é um filme insosso, sem gosto!
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O filme está em meu blog na seção COMÉDIA página 18.
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Desconstruindo Harry
4.0 334 Assista AgoraEscrever sobre a obra de alguém que é gênio às vezes pode ser visto como pedantismo desvairado de quem (talvez) não consiga ir ou ser um milésimo de quem se escreve, mas quando esse alguém que escreve busca ver o que, a muitos (quiçá a maioria) não vê ou vê e não se importa em ter visto, pode amainar um pouco esse sentimento de culpa.
Quem acompanha a carreira de Woody Allen já deve ter se acostumado com um tipo de personagem constante em sua obra – a figura do escritor neurótico, caracterizado pela insegurança em relação a um novo trabalho e que sempre desperta paixões em uma de suas estudantes. Enquanto nas demais obras esta figura ocupa lugar secundário, ela se torna o ponto principal de Desconstruindo Harry.
O nível de envolvimento pessoal que Harry tem com seus projetos é responsável por várias situações desagradáveis e que acabam por afastar pessoas da sua vida – exemplo disso é sua ex-mulher, que descobriu o caso extra-conjugal que o escritor teve com a cunhada durante o casamento, eteceteras, eteceteras e, assim, embora seja bem sucedido na carreira, o escritor se vê odiado pela maioria das pessoas com quem um dia conviveu intimamente.
A história do longa mistura várias situações em que Harry se confunde com sua própria obra, com direito a cenas saídas diretamente de seus romances (com destaque para aquela em que Robin Williams interpreta um homem que literalmente perdeu o foco). Em alguns momentos, o escritor chega a realmente interagir com suas diversas facetas ficcionais, em uma tentativa de entender a si mesmo e procurar soluções para os problemas de sua vida.
Desconstruindo Harry pode não ter a mesma carga dramática de obras como A Rosa Púrpura do Cairo, porém é um longa obrigatório para quem é fã dos trabalhos de Woody Allen. Recomendado especialmente para quem procura uma comédia com humor mais sofisticado e que não dependa de clichês e situações escatológicas para ser engraçada.
Para concluir aqui deixo claro que não sinto culpa em escrever sobre Allen!
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Patch Adams: O Amor É Contagioso
4.1 1,2K Assista AgoraUma vez escrevi aqui que existem filmes e FILMES, os primeiros assistimos e simplesmente assistimos e passa, não fica nada, os segundo... Ah! Os segundos entram na gente sem pedir licença e se alojam lá no fundo de nossa alma e fica, não pediu licença, não esperou que abríssemos a janela (ou a porta) de nossa alma e se plantam e implantam e ficam, jamais nos deixam e ficam...
O carinhoso e misterioso Patch é doutor da alegria, profissão abençoada, que leva alegria aquelas crianças com doenças terminais, mas a sua inovação vai parar na justiça e a luta por salvar o sorriso de uma criança é maior do que parece.
Neste belo filme de Tom Shadyac, a trilha sonora é boa, e acompanha o filme lindamente, casa com a película.
Robin Williams está nada mais nada menos do que sensacional, consegue nos alegrar e nos fazer sorrir muitas vezes com suas palhaçadas e piadas. O filme é engraçado, mas ao mesmo tempo dramático e muito emocionante, de levar as lágrimas muitas vezes. Afinal os doutores da alegria foram criados para conseguir tirar um sorriso de onde só vem doença e notícias piores ainda, ele consegue ver a vida onde os médicos só veem morte. Patch Adams é uma verdadeira lição de vida e de filme drama alegre. Merecia ao menos uma indicação ao Oscar de ser humano.
Vai Robim, vai que o seu Patch Adams: O Amor É Contagioso contagiou em 1998 e continua contagiando até hoje...
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Em Tempo:
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Reflexos da Amizade
4.0 80 Assista AgoraTalvez um dos mais desconhecidos filmes em que Robin Williams tenha atuado.
E não é por David Duchovny, que atua, dirige e assina o roteiro (desenvolvido e escrito em apenas seis dias) mais conhecido por seu trabalho na série Arquivo X , estréia na direção desse drama que apesar da boa história, erra a mão ao não aprofundar os temas aos quais se propõe e deixa quem assiste com uma sensação de que faltou alguma coisa, o mesmo não pode-se dizer de Robin Williams, que dá vida a Pappass, um retardado mental que roubou o que deveria ser o grande filme de David, um sujeito que precisa resolver problemas com seu passado e seu presente, principalmente com as pessoas que o ajudaram a se tornar o homem que ele é hoje.
As crianças escolhidas superaram as expectativas da equipe. A garotinha da história, namorada de Tommy, é a filha de Robin Williams, Zelda. Segundo o ator, ela quis ler as falas para David Duchovny quando descobriu que ainda não havia uma atriz escalada para o papel. Foi tão natural que entrou, sem precisar de um empurrãozinho do pai. Anton Yelchin conta que, sem perceber, pegou algumas das manias de Duchovny, o que ajuda na composição das versões do mesmo personagem. A única diferença era no cabelo, já que o de Anton era ondulado, o que foi logo resolvido.
Por aqui foi lançado diretamente em DVD.
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Gênio Indomável
4.2 1,3K Assista AgoraHoje (12/8) o mundo acordou triste e mais pobre: morreu Robim Willians!
Não é por sua morte e nem poderia ser quando resolvi rever alguns dos filmes onde ele emprestou seu corpo e voz e brilhou como em 'quase' todos os filmes em que esteve presente e resolvi começar por esse quiçá por sempre ter achado impressionante que dois jovens como Matt Damon e Ben Affleck tenham sido capazes de escrever um roteiro tão complexo quanto o de Gênio Indomável. O filme é tão engenhosamente construído que, quando percebemos, já estamos sinceramente envolvidos com a história de seu protagonista.
O filme é cheio de grandes ideias, é daqueles que poderá ser visto e interpretado de formas diferentes, cada pessoa levará consigo algo, é uma obra que deixa rastros, nos faz pensar e refletir sobre muita coisa. É sobre amizade, sobre como pessoas podem ser salvas por outras, sobre como uma palavra, uma conversa, pode ser confortante, inspiradora. É de se analisar também o desenvolvimento de Will Hunting, aquele que evita o próprio crescimento, sua agressividade, sua loucura, é resposta de seu medo, medo de admitir a própria genialidade, mais do que isso, medo do desapontamento e foi apenas isso que o limitou, medo de ser decepcionado, seja quando não consegue aceitar os planos de Lambeau, seja quando evita um relacionamento mais profundo com Skylar.
"Gênio Indomável" é a bela prova de que não está nos livros a resposta para uma vida plena, a resposta disso está no dia-a-dia, está na convivência, nas relações humanas, de que há uma diferença entre inteligência e conhecimento, de que um indivíduo não é apenas composto pelo conhecimento teórico que ele adquiri, seu conhecimento está relacionado ao que adquiriu com a vida, com as conquistas, perdas e a sabedoria de lidar com tudo isso. E que sucesso não é necessariamente conquistado por um diploma.
Matt Damon dá um belo show de interpretação, um personagem difícil mas que o ator conseguiu dosar bem cada uma de suas oscilações, melhor ainda é quando ele divide a cena com o mestre Robin Williams, que há muito tempo nos devia uma atuação tão boa como esta, se mostrando como poucos conheceram, um incrível ator dramático. Os coadjuvantes são ótimos também e possuem grande espaço e importância na trama, como Ben Affleck e Stellan Skarsgard, mas é Minnie Driver quem se destaca, realizando cenas surpreendentemente boas. É interessante como estes personagens surgem na trama, surgem como meros conhecidos, aquelas pessoas que passam por nossas vidas e mal reparamos, de repente, enxergamos todos como grandes amigos e quando menos esperamos estamos com um sorriso no rosto com cada diálogo, cada abraço, e assim, porém, sentimos também nossas lágrimas, por cada erro que cometem, cada confissão, cada despedida. Gus Van Sant é definitivamente um grande diretor, teve em suas mãos a difícil missão de transmitir a excelente ideia de Damon e Affleck, e conseguiu com grande êxito. Destaco também a belíssima trilha sonora. Um filme para se guardar na memória.
Recomendo!.
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A Música e o Silêncio
3.8 18Ontem assisti um filme que me fez querer conhecer um pouco mais sobre o cinema alemão e soube que, nos anos 90 sofre de um problema semelhante ao nosso: o objetivo primeiro é fazer um produto acabado (no nível da produção), deixando para segundo plano o aprimoramento (estético).
A gramática dos filmes é muitas vezes emprestada da publicidade – muitos diretores começam mesmo nesse ramo.
A Música e o Silêncio é um filme que tenta um pouco romper com esse esquema, mas acaba tropeçando em seus compatriotas. Daí vermos uma boate filmada com filtro vermelho, para dar um tom de inferninho, uma noite realçada por um filtro azul para "embelezar" a paisagem e movimentos de câmara que são menos calcados no nível da movimentação dos personagens do que numa maior espetacularização da mise-en-scène. Se essas figuras de estilo cinematográficas de mau gosto ainda podem ser usada com fins expressivos (como no cinema de Wong Kar-wai, por exemplo), em A Música e o Silêncio elas só servem para diluir o desenrolar dos personagens – desenrolar, por sinal, despido de um maior interesse. Do filme de Caroline Link observar-se, ao menos, a força da interpretação de Sylvie Testud, que em momentos consegue extrair realidade de um filme que parece estar tão distanciado de qualquer apelo ao real.
Mas não se pode querer desdizer um filme indicado ao Oscar e vencedor de festivais de renome como o German Film Awards 1997 ou o Tokyo International Film Festival 1997. O certo é que, apesar da fase meia conturbada, alguns poucos (dentre esses esse) filmes se destacaram.
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Belle e Sebastian
3.8 39Belle et Sébastien é um romance de Cécile Aubry sobre um menino de seis anos chamado Sébastien e seu cachorro Belle, um cão da montanha dos Pirinéus, que vivem em uma aldeia nas franceses Alpes perto da fronteira com a Itália. Sébastien vive com seu avô adotado, irmã e irmão, como sua mãe, uma cigana que morreu depois de dar à luz a ele enquanto tentava atravessar a fronteira no dia de São Sebastião. O romance é bastante conhecido foi filmado pela primeira vez, em preto e branco, pela BBC em 1965. Novamente em 1968 a BBC lançou uma série com 13 capítulos que se tornou grande sucesso entre as crianças. Em 1970 a BBC relançou em 15 capítulos sem passar na inglaterra. Existe também um desenho estilo anime japonês. Na versão de 2013 acrescentaram novos personagens (fugitivos que travessam a montanha e o tenente alemão).
O filme está em meu blog na seção AVENTURA página 14, assista!
Mistérios e Paixões
3.8 312Adaptar o romance mais desvairado de William Burroughs, Almoço Nu (esse o título real e não o que nossos distribuidores imprimiram e que muitos não sabem ser falso) , é uma tarefa que poderia ser considerada absurda por qualquer um. A magnum opus do beatnik é um dos livros mais complexos que se tem notícia: um livro escrito à base dos delírios heroinômanos do artista, mais de 200 páginas de parágrafos soltos e historietas fragmentadas de conteúdo bizarro, escatológico, chocante e herético.
Visualmente, o filme cria um universo escuro e opaco, ornado por verdes e por laranjas discretos mas pregnantes, e sempre resignados a uma pequena parte da tela. O terreno é o do neo-noir, solo que no mesmo ano de Mistérios e Paixões deu Barton Fink - Delírios de Hollywood(1991), filme quase irmão na estética e na temática, ainda que o lógica do derrisório dos irmãos Coen tenha muito pouco a ver com a lógica de imersão do cinema de Cronenberg. Como em todo (ou quase todo) noir ou neo-noir, é uma lógica da investigação e do complô que rege a relação do personagem principal com o mundo. Mas é uma investigação sem objeto (atrás de que corre William Lee? O que ele busca?), e um complô do qual não somos informados, nem sobre seus limites, nem sobre seu objetivo (o que leva o personagem a correr atrás de Benway, de Fadela ou do francês Yves Cloquet? Sobre o que eles conspiram? Quais os segredos que eles guardam?). Toda a trama de mistério parece ser apenas um grande mcguffin - obrigação externa cujo único propósito dramático é propulsionar o personagem a perseguir o verdadeiro tema da obra - para a verdadeira investigação do filme.E o centro oculto do filme, aquilo que se instala sub-repticiamente e vai aos poucos dominando de forma completa, é o ato literário, o acesso ao escrever como acontecimento na vida de uma pessoa, e esse acontecimento não como dom, mas como vício, como praga e como doença (característica pregnante em todo cinema de Cronenberg) que, uma vez instalados, só farão prescrever suas rotinas sobre os corpos de seus hóspedes. Se a "impensável sandice temática" de Cronenberg existe, é porque agora o "corpo estranho" não se insinua mais no terreno da ficção fantástica, mas daqui em diante opera nos delírios mentais do cotidiano, nas relações com nossos objetos de predileção, nossas obsessões corriqueiras. Nada glamourosa ou chique, a literatura em Mistérios e Paixões é a última provação, é a matéria insidiosa e viciante que arremessa nosso personagem-escritor no mundo das alucinações paranoicas, um universo estranho em que nada é o que parece, e tudo aquilo que não é central pode funcionar como desvio de atenção. É a partir desses pequenos escritos pinçados da obra de William S. Burroughs e de coisas prosaicas como uma relação muito particular com máquinas de escrever que nasce o tecido literário, que inconscientemente ao próprio artista brota o livro (e aqui visto e sentido pelo espectador), que de um relato a partir da vivência surge a matéria da escrita por si mesma. O mesmo lance de dados jogado até o final: como gesto que inaugura sua viagem (em sentido figurado e em sentido próprio), é preciso que William Lee repita Guilherme Tell para provar seu ofício de escritor.Como o curta-metragem Câmera ou Videodrome, Mistérios e Paixões é um filme decisivo na carreira de Cronenberg. É o momento que o narrador cronenberguiano abandona a frieza distanciada, clínica, característica de algumas de suas obras-primas (Crash vem à mente primeiro), e mergulha de cabeça no vício do personagem transformado em vício da ficção. Filmes entrópicos, de compreensão difícil ou por vezes impossível - os encontros de William com os outros personagens de Mistérios e Paixões nunca funcionam no sentido da evolução narrativa, e isso nos impede de entender dramaticamente sua colocação na história -, são momentos particulares em que David Cronenberg prova de seu próprio veneno, se insere na trama que enreda para nós, cai voluntariamente em sua própria teia. Menos um filme de crise do que a base para um novo programa, Mistérios e Paixões (se) apaixona pelas incertezas da arte.
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Em Tempo:
O filme está em meu blog na seção TERROR página 8.
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A Vida de David Gale
4.2 947 Assista AgoraAté em cinema a providência mete o dedinho, senão como justificar as recusas de Nicolas Cage e George Clooney e a ótima atuação de Kevin Spacey dando corpo e vida ao brilhante professor e matemático vencedo do Prêmio Lester R. Ford (1980), Prêmio Teoria John von Neumann (1980)?
Um filme certamente inovador, criado para refletir sobre a pena de morte com um enredo bem urdido e sem arestas que permite ao (também brilhante) Alan Parker brindar o mundo da grande tela esse filme bom que não tira e nem esconde as expectativas de quem assiste em nenhum segundo. E, como já coloquei acima, é impressionante além do roteiro as atuações, as colocações filosóficas que pincelam a cada instante e essa história inovadora, quiçá nunca tinha visto antes no cinema tamanha criatividade onde pessoas que defendem a causa até a morte, vivem e morrem por ela. O final é surpreendente.
Mas também me permito discordar um pouco e, aqui talvez uma incoerência, chegar até mesmo concordar com a crítica e com o público americano que não foi ao cinema.
Talvez fosse mais condigno tentar ver por que o filme foi mal recebido na terra onde foi gerado e gestado ao me fazer corpo gritante e reverberar o que David Gale diz no filme: "...vocês sabem quanto custa para executar um preso no Texas?" Confesso que não sei, mas sei que é bem menos do que custa para mantê-lo o resto da vida em prisão perpétua e, aqui, contestar o sistema judicial e penal texano quando, apesar de ser o maior estado americano, gasta muito com segurança, prisões e penas contra um sistema criminal que cresce a cada dia numa vasta fronteira com o México, por onde entra diariamente toneladas de drogas e armas. Mas isso é coisa para ser pensado por lá que por cá, na banda de baixo do mapa, temos muito a nos preocupar com 'nossas leis tacanhas' que permitem ao jovem de 16 anos eleger um presidente da república e não os reconhece donos de seus atos vândalos e criminosos.
Não! Não sou a favor da pena de morte - se por cá houvesse negros e pobres estariam mortos aos montes enquanto ricos e brancos continuariam bandidos e com bandidos ditando nossas leis (como essa quadrilha em nosso Congresso) que por cá manda quem tem no bolso em detrimento do ter na honra.
Mas, voltando ao filme, é bom sabermos que o verdadeiro David Gale morreu em Alta Bates Medical Center, em Berkeley após um ataque cardíaco deixando três filhas (Karen, Katharine, e Kirsten) fruto de seu casamento com Julie B Skeby. Também seria bom saber-se que Constance Harraway nunca foi sua aluna e sim colega e pesquisadora como ele, outro fato que merece destaque é que, talvez, tudo não passe de história sem a propalada existência de verdade em toda essa trama!
Mas não posso deixar de dar parabéns ao diretor e ao roteirista por tamanha competência, mesmo que o filme não retrate a propalada história real...
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Em tempo: O filme está em meu blog na seção POLICIAL, página 6.
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Canibal
2.6 53 Assista AgoraFoi exibido na seção Apresentação Especial no 2013 Toronto International Film Festival, vencedor de fotografia em San Sebastian e alguns outros importantes, porém não mostra o que o título sugere.
Assista em meu blog, na seção SUSPENSE página 7.
Comer Beber Viver
3.9 35 Assista AgoraDeus do céu, porque tanta comida quando estou com tanta fome?
Há algum tempo, as receitas já não são estrelas solitárias da literatura gastronômica. Comer, por razões óbvias (o estômago ronca), nunca saiu de moda, mas o crescente interesse pela boa mesa vem tornando as estantes de cultura da alimentação e gastronomia uma das mais requisitadas das livrarias – e as que trazem mais novidades.
Mas, para usar uma expressão apetitosa, o que veio primeiro, o ovo ou a galinha? O desejo de retorno à cozinha surge naturalmente ou é conseqüência de mais uma estratégia marqueteira que envolve lançamentos de livros, revistas, filmes e programas de TV com chefs alçados à condição de astros?
Mas deixemos de lado esses fazedores de comida e falemos sobre Ang Lee que foi um dos primeiros cineastas asiáticos a conquistar sucesso comercial e a admiração dos críticos tanto no oriente quanto no ocidente. Nascido em 1954 em Taipei, Lee se mudou para Taiwan depois que seus avós paternos foram executados pelo regime comunista. O jovem se formou na Escola de Artes de Taiwan em 1975 e, logo em seguida, surpreendeu toda sua família partindo para os Estados Unidos, onde deu início a uma carreira fortemente marcada pela mistura das duas culturas.
Agora sobre esse divino poder de transformar coisas cruas em divinos pratos brilhantemente vivido por Sihung Lung que emprestou o corpo para dar vida ao singelo e cativante Chu em "Comer Beber Viver". Um filme que deve ser o ponto de inveja de tantos diretores afinal não é a toa ter sido indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e ao BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro além de arrebatar outros imporantes títulos nos principais Festivais de Cinema na terra do tio San e na terra do pessoal de olhinhos puxados.
E o melhor é que o filme está em meu blog na seção COMÉDIA, página 18.
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O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KTalvez fosse mais justo se soubessem um que de antes que bem poderia ser assim... "Bem-vindos à República (imaginária) de Zubrowka, país situado nos confins do leste europeu e que abriga um hotel que reina no alto de uma montanha. Tanto o país quanto o hotel foram afetados por grandes acontecimentos no século 20: a “Belle époque” cedeu lugar a um crescente fascismo, que culminou com uma guerra.
Como se não bastasse, o país fez parte do bloco comunista. Eis o pano de fundo em que se desenrola “O grande Hotel Budapeste”, novo filme do diretor norte-americano Wes Anderson (“Moonrise kingdom”) que abriu o mais recente Festival de Berlim, em fevereiro.
As plateias brasileiras têm se surpreendido quando os créditos sobem ao final e estampa um que de segredo não tão escondido: "Inspirado na obra de Stefan Zweig (Viena, 1881 - Petrópolis, 1942)", o que tem deixado muita gente se perguntando sobre qual a relação entre o longa do cineasta norte-americano com a cidade serrana do Rio de Janeiro.
Nem há de adiantar se soubessem que a resposta está na vida e obra do escritor austríaco que Anderson descobriu recentemente e que foi responsável por cunhar a frase "Brasil, o país do futuro" e tudo gira em torno de M. Gustave (Ralph Fiennes), o concièrge do hotel de um país fictício do leste Europeu, que tenta manter os padrões de refinamento e o ambiente de luxuosa perfeição que já rareiam no mundo exterior, prestes a entrar em guerra.
Anderson admite que não só personagens como M. Gustave foram inspirados no escritor, mas também que "roubou" de Zweig a estrutura da trama (uma história dentro de outra história, em que um escritor reconta uma narrativa ouvida há muitos anos do proprietário do hotel) e a atmosfera do filme.
Seria injusto não mencionar a excelente atuação do novato Toni Revolori (Zero, fiel escudeiro do concierge) e da bela Saoirse Ronan (Agatha), sua namorada.
Além desta constelação de talentos, o filme impressiona pela fluidez com a qual a ação se desenrola. Tanto os atores, quanto o roteiro, a fotografia, o figurino, tudo foi pensado de modo a fazer da trama de Wes Anderson uma verdadeira alegoria dos eventos que marcaram a Europa no século passado através daqueles que o viveram.
A trajetória do concierge vivido por Ralph Fiennes chega até nós graças ao encontro com aquele que foi seu fiel escudeiro, Zero (na maturidade, interpretado por F. Murray Abraham) com um jovem escritor - espécie de alter-ego do escritor Stefan Zweig (austríaco que, desencantado com os rumos da 2ª guerra, suicidou-se em Petrópolis, em 1942), cujos livros serviram de inspiração na construção do roteiro.
“O grande Hotel Budapeste” é um filme em que cada personagem parece retratar com grande talento os encantos deste microcosmo – e a trama apresenta reviravoltas no melhor estilo Agatha Christie. Visualmente, a sincronia dos movimentos da câmera em relação ao roteiro e às nuances de interpretação remete a filmes como “Delicatessen” (de Jean-Pierre Jeunet, 1991).
Uma pequena curiosidade: O edifício usado nas filmagens foi uma antiga loja de departamentos localizada em Gorlitz, cidade alemã junto às fronteiras com a Polônia e a República Tcheca.
Só resta colocar que o filme está em meu blog na seção COMÉDIA, página 18.
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Cairo 678
4.3 120 Assista AgoraTalvez um dos mais corajosos filmes dos últimos tempos lá pelas bandas onde mulher não tem vez e, sem que houvesse desejos prévios, coincidindo com os protestos que tomaram conta do Egito, em 2010, Mohamed Diab, até então conhecido por seu trabalho como roteirista, deu início a sua carreira de diretor com o longa-metragem Cairo 678.
Um filme dramático gesado em cultura estranha, aos moldes do nosso viver codidiano, se faz mais que uma simles denúncia que liga as vidas de três mulheres de classes sociais diferentes que resolvem se rebelar contra o assédio sexual, tabu na sociedade egípcia.
As personagens centrais – Fayza (Bushra), da classe trabalhadora; Seba (Nelly Karim) da classe alta; e a aspirante a comediante Nelly (Nahed El Sebai), da classe média – foram todas violentadas: Fayza, constantemente assediada nos ônibus lotados; Nelly, atacada na rua, e Seba, estuprada por uma gangue no passado.
O resultado é um filme forte com ótimas atuações, que expõe de forma clara a complexidade de seu país, onde a cultura, por vezes, atua como uma barreira intransponível. Um golpe na barreira e um sopro de esperança.
Com certeza há de agradar por vários motivos, mas o conhecer e reconhecer do dia-a-dia de seres sem direito onde o machismo é lei perene e inviolável por certo será a tônica aos que assistiram ou asistirão esse ótimo filme que incorporei ao meu blog na seção DRAMA, página 36.
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Conto de Inverno
3.8 33Agora só falta um, os outros dois (Conto da Primavera (1990) e Conto de Outono (1998) ambos na seção ROMANCE, página 10) há um bom tempo já estão em Cine Rialto. O obviamente os filmes até que estão em sintonia com o nosso calendário, mas completamente em oposição à cronologia do lançamento original da série. Assisti Conto de Inverno (1992) e, como era de se esperar, adorei. Aliás, é tão bom quanto os outros. Esse mais uma vez fala de personagens como nós, conta a história (mais do que corriqueira) de Felicia, uma cabelereira, dividida entre o amor de dois homens:
Este capítulo dos quatro “contos das estações” de Rohmer é igualmente um filme sobre o amor nos seus diversos significados, nas várias formas e maneiras de sentir: na paixão, na amizade, no companheirismo. Mas como nos demais filmes dele, são também incluídas discussões filosóficas sobre a religião, o significado da vida e a existência ou não da alma e sua eternidade. De quebra, há um trecho de uma encenação teatral do homônimo Conto de Inverno, de Shakespeare, adequadamente inserido como um dos elementos destinados a resolver o problema de Felicie e suas contradições. Na verdade, o alvo principal dos filmes de Rohmer parece estar sempre na moral da história, como numa fábula grega, e nada de muito dramático acontece. Nos dias de hoje, com a infantilização (alguns mais radicais diriam a imbecilização) desenfreada do cinema - americano, esclareça-se - e a estética da violência gráfica, assistir a um filme como Conto de Inverno é quase um refrigério.
O roteiro rohmeriano, tipicamente, traz personagens que poderiam ser qualquer um de nós vivendo qualquer uma daquelas situações. As ações e sentimentos quase comuns do dia a dia parecem ser o pano de fundo deste e dos seus demais filmes : as pessoas conversam, amam, discordam, sofrem as suas derrotas ou recebem as suas vitórias de uma forma contida, natural e civilizada . Seus filmes são focados nas pessoas, mais do que nos temas. Ele extrai beleza da vida dos seus personagens, das situações, das locações simples, das coisas que compõem a vida das pessoas, onde qualquer um de nós pode se identificar. Os dilemas éticos do cotidiano parecem ser a grande preocupação desse cineasta às vezes difícil, a ponto de que assistir a seus filmes já tenha sido definido (por críticos americanos, sobretudo) como uma chatice e como “ver a tinta secar ou a grama crescer”. Pode ser. Mas também é sair do cinema com um “gosto da história” que por muito tempo permanece ativo, como o bom vinho que acompanhou um prato delicado.
Pois é! Aos poucos consigo juntar, em CINE RIALTO, as maviosas estações desse francês que soube falar e mostrar o viver de gente como a gente. Contos de Inverno está na seção DRAMA, página 36. Assista!
Águia Solitária
3.6 13 Assista AgoraHá 87 anos (e alguns meses) Charles Augustus Lindbergh, de Minnesota, com apenas 25 anos de idade, faz o primeiro voo, pilotando sozinho, isolado, um avião na rota Nova York/Paris. Sozinho, era a primeira aventura na história da aviação. Naquele longínquo 20 de maio (1927), o céu deixou de ser do condor, foi do autor da façanha, foi do Águia Solitária. No dia seguinte, 21.05, às 10h21min, hora local, ele desembarcava no Campo Le Bourget, nas proximidades de Paris. A despeito da disparidade etária (25 o original contra 49 do atpr), James Stewart talvez, depois de James Dean, que faria 26 anos em 1957, fosse o ator mais indicado para representar Charles Lindbergh. Foi instrutor de voo durante a Segunda Guerra Mundial, ganhou uma condecoração como comandante de um Esquadrão de Bombardeiros e foi promovido a Coronel, recebendo o comando de um Grupo de Bombardeiros ainda antes do fim da guerra. "A partida registrou-se às 7h52min da manhã do dia 20 de maio de 1927. Já devia ser dia claro, mas não era. A chuva e o nevoeiro cobriam o Campo Roosevelt, em Long Island, que era um tremedal de poças d'água e lama". Uma viagem arriscada, solitária, uma monotonia raramente quebrada, como a mosca que pousou ao lado do lápis utilizado para anotações no mapa que levara, voou depois em direção ao seu joelho, ficou ali por um breve instante, alçou voo em torno da cabina e saiu pela janela, livre, leve e solta. "- E olha que não a culpo por me abandonar", disse ele com voz sorridente. Estava, agora ainda mais sozinho, sobre a imensidão do mar. A aventura desse voo solitário e cego lembra outra batalha, a do Velho e o Mar (1958), de John Sturges, roteiro adaptado da novela de Hemingway, em que Spencer Tracy luta, sozinho também, para trazer até até à praia o grande peixe. É James Stewart no céu com o mar lá embaixo, é Spencer Tracy no mar com o céu nas alturas. É natural que um filme de longa metragem, em que só um ator é enquadrado, sem diálogo, só o pensamento povoando a sua mente, se torna um pouco linear, monótono, às vezes. O piloto, com sono, chegou mesmo a cochilar, despertado em seguida pelos raios solares que invadiram a cabina. Se não é nenhum A Montanha dos Sete Abutres, nenhum Pacto de Sangue nem Inferno nº 17, muito menos Crepúsculo dos Deuses, todos feitos anteriormente e naqueles áureos tempos do cinema, não chega a ser nenhuma ovelha negra na família; é, mais, uma ÁGUIA SOLITÁRIA que justifica, sim, o rico currículo cinematográfico do genial Billy Wilder.
Billy Wilder lamentou o fracasso comercial de Águia Solitária, um filme caro produzido pela Warner Bros. O diretor reconheceu, em suas memórias, que errou ao aceitar contar uma história sobre um herói solitário, como dá a entender o título brasileiro, e certinho demais. O diretor revelou ter sido difícil transpor para a tela toda a emoção sentida pelo piloto às vésperas e durante a longa travessia. Nada poderia fugir do convencional, pois havia sempre o risco de macular a imagem de herói cultivada por Charles A. Lindbergh. James Stewart, na época, já quase cinquentão, insistiu em fazer o papel de Lindbergh, a pesar de Wilder considerá-lo velho demais para as cenas de juventude. Tanto Stewart, por sua atuação na Segunda Guerra Mundial, quanto Lindbergh eram, segundo o democrata Wilder, homens honrados e extremamente conservadores.
E não se deve estranhar a falta de sucesso naquela época em que fervilhavam filmes de ação real, além do que as duas horas e pouco acompanhando um sonolento sobrevoar ainda hoje afugenta ou faz dormir aqueles que esperavam algo mais que o recontar de um fato!
O filme está em meu blog nas seção Ação/Aventura, página 14.
Zonas Úmidas
3.6 77Assisti e gostei, depois escrevo. Por enquanto assista em meu blog na seção DRAMA, página 36
The Acid House
3.4 76Existem filmes fáceis de serem assistidos e tremendamente difíceis de serem comentados e filmes difíceis de serem assistidos e muito mais difíceis de serem comentados. Alguns - não poucos - preferi 'fingir' não te-los visto e esquecer-me completamente de tentar escrever sobre eles, mas sem querer ofender é tão abominável quanto um comportamento heterodoxo. O assassinato mata apenas o indivíduo - e afinal de contas, o que é um indivíduo? Podemos fazer um novo da maneira mais fácil - quantos quisermos. O heterodoxo ameaça mais do que a vida de um mero indivíduo; ele atinge a própria Sociedade.
Ao falar sobre os absurdos da guerra contra as drogas, na qual pequenos traficantes são frequentemente punidos com mais crueldade do que assassinos, Jennifer Abel, do Guardian, citou o romance profético e infernal "Brave New World", de Aldous Huxley, para perguntar: "Será simplório ver as pessoas que usam drogas como desajustadas?".
Adaptação do livro de Irvine Welsh (o mesmo que escreveu Trainspotting), Acid House conta 3 curtas histórias em que jovens passionais entram numa ‘viagem’ um pouco diferente. Segundo o encarte do filme, trata-se de um história sobre festas e excesso de químicos. Mas o filme não é apenas sobre isso: questiona certos valores e mostra o duro dia a dia de muitas pessoas.
Após ver esse difícil filme (em toda essência possível de imaginar) e compar-alo com outros do gênero (se bem que me proponho a estar apenas nesse e me abster daqueles) devo declarar que não acho que a acid house realmente ameaçou a sociedade, embora seja difícil acreditar hoje em dia que caras que construíam as caixas de som das festas acabavam amargando 6 meses em cadeias vitorianas e que você poderia passar 10 anos se fosse pego com cinco pílulas,
Mas naquela era (sim 'era', lembre-se que o filme é do milênio passado) era tudo muito novo ninguém tinha visto nada parecido antes. Dez mil chapados dançando em galpões abandonados, ignorando os bloqueios policiais nas estradas, virando e incendiando carros de polícia; para a geração que estava no poder esse nível de desobediência civil deve ter sido um horror.
Mas como não pretedo ser prolixo e muito menos tacaha, vamos (e podemos) dizer que o filme conta o nascimento da cultura Acid House no Reino Unido em 1988, passando pelo problemas com o governo e até os DJs se tornando superstars.
É muito interessante ter a oportunidade de ver o nascimento de uma nova cultura, que inclusive, além de muita música serviu para quebrar várias barreiras culturais na época, como unir classes sociais e raciais.
Porem o que se pode gestar de um filme que apresenta imagens de clubes, festas ilegais e batidas policiais, além de entrevistas com Marshall Jefferson, Derrick May, Carl Cox, Colin Faver, Larry Heard, Paul Oakenfold, Robert Owens, Danny Rampling, Evil Eddie Richards, Pete Tong e muitos outros?
"Acho que a maneira que o filme foi feito parece um pouco com o jeito que as festas aconteceram há vinte anos. Vários indivíduos determinados trabalhando juntos para fazer algo que amam e em que acreditam," finalizo com isso dito por Piers Sanderson.
Meio complicado tentar dizer sobre esse filme em tão pouco espaço, o melhor mesmo é assisti-lo em meu blog na seção DRAMA, página 36.
Enid
3.7 37Esperem, esperem...
Será que tudo isso posto nesse filme realmente é real? Excêntrica, bizarra, manipuladora, arrogante, mãe ausente... Seria mesmo assim Enid Blyton? Custa a crer que esta escritora que encantou gerações de crianças e jovens com os seus livros de aventura e mistério tivesse sido, afinal, uma megera, ou será coisa de britânicos que vê chifre na cabeça de minhoca? Por lá isso é fácil de acontecer e nem a 'respeitosa e respeitada BBC' está imune como temos visto nesses tempos em que nada se esconde.
Confesso desconhecer esta faceta de Enid e, por isso, surpreendeu-me um filme sobre a sua vida que não podemos negar, uma excelente produção da BBC (2009). No filme Blyton é apresentada como uma mulher fria, ambiciosa e mãe distante interessando-se mais pelos seus pequenos fãs que pelas filhas. Enid casou em 1924 com Hugh Pollock - que trabalhava na George Newnes, a sua editora durante anos - mas com o casamento a desfazer-se afastou-o 19 anos depois para se casar com o cirurgião Kenneth Waters com quem vinha mantendo um relacionamento. E para lhe facilitar a vida obrigou Pollock a assumir-se como adúltero em tribunal se quisesse manter o direito de ver as filhas, direito esse que mais tarde lhe sonega e ainda consegue que o primeiro marido seja despedido da editora.
A única explicação dada no filme para o seu carácter tão odioso tem a ver com a sua alegada ambição e uma infância turbulenta pelo fato do pai ter abandonado a família quando ela era pequena, mas nem isso há de se encontrar em todas as biografias (não poucas) já publicadas sobre ela. É certo que Eid saiu de casa muito cedo passando a ignorar a família (a mãe com quem não se dava bem e os dois irmãos). Mas, pensando bem, se analisarmos os livros de Enid as pistas bem poderão estar lá. Adultos ausentes com coisas mais importantes para fazer que aturar pequerruchos, crianças que vivem em colégios durante todo o ano e que durante as férias ficam entregues à sua sorte, enfrentando terríveis criminosos com os quais têm de lidar sozinhas ou, na melhor das hipóteses, com a ajuda de um cachorro. Também é impressionante a quantidade de órfãos nos seus livros. Mas considerações à parte, é aí que reside toda a magia de seus livros para crianças; é que elas vivem absolutamente sozinhas, num mundo apenas para crianças e onde os adultos fazem apenas parte do cenário. E isso é fascinante para qualquer criança e, a bem da verdade se formos analisar obras de gênero idêntico nos obrigaríamos a esculachar Samuel Langhorne Clemens (o mundialmente conhecido Mark Twain) pelas diabruras de seu Huckleberry ou Tom Sawyer para não citar outros.
Em 43 anos de trabalho Enid Blyton escreveu 750 livros, tendo vendido até hoje 500 milhões de exemplares. Morreu em 1968 com demência, aquilo a que hoje se chama Alzheimer.
Se esse filme retrata a verdade somente Gillian ou Imogen (Gillian Baverstock e Imogen Mary Smallwood suas filhas do primeiro casamento, no segundo casamento abortou o que seria seu filho varão por causa de uma queda e não teve mais filhos) poderiam dizer, se vivas estivessem...
O filme está em meu blog na seção DRAMA, página 36.
Uma Carta para Você
3.7 75 Assista AgoraDevo confessar que não sei o porquê assisti esse filme, não gosto nem um pouco de filmes melosos com fundo religioso, só sei que assisti e, agora, não sei se devo dizer o que achei, mas vou dizer...
Está certo que Alley é uma garota bonita, mas não é uma boa atriz - me desculpem em dizer - e também que não há nada de novo que possa agradar a quem aprecia a sétima arte a não ser que é um filme meloso, mau conduzido e repleto desses clichês melosos que sempre encantam e acalantam a quem esse tipo de filme aprecia, eu não...
Poderia até deixar que o enredo, se trabalhado de uma outra visão, poderia gestar um algo melhor. Só não sei se o viver nos moldes americanos podem ser observados e/ou vividos por essas bandas de cá desmistificando a tão alardeada universalização de atos e fatos.
Olhem, observem que aqui coloco minhas impressões e, para que você possa também ter as suas, o filme está em meu blog na seção DRAMA, página 36.
O Renascimento do Parto
4.4 92Esperem, esperem! Que diabo é isso, onde estamos, meu Deus!!!!!
Precisam ver esse filme corajoso que, em tempos de discussão sobre a máfia da medicina e da indústria farmacêutica no Brasil, reúne mais dados relevantes sobre o tópico. Investigando mais o funcionamento do atendimento obstétrico nacional que esses organismos medíocres do governo, um filme que tem como tema o grande número de cesarianas realizadas nos dias de hoje.
Eduardo Chauvet investiga a mercantilização de um ato natural da trajetória humana, se o formato é o convencional – com entrevistas e imagens de parto – a relevância está no que é dito pelos entrevistados. A cesariana, não há o que duvidar, é uma cirurgia que salva vidas todos os dias, mas não é para ser feita desnecessariamente, explica uma médica entrevistada, a mesma que diz a frase que melhor descreve os nossos tempos: “O parto passou a ser encarado como um ato cirúrgico, ao invés de um evento fisiológico”.
Estranhamente Esther Vilela, gestora do Ministério da Saúde, afirma sintomáticamente: “Existe uma cultura da cesariana como modo de nascer mais confortável. Talvez mais adequado a essa sociedade de consumo”. Dessa forma, ao falar dessa questão, O Renascimento do parto traça um retrato crítico de nossa sociedade.
Você é mãe, ou pai ou pretendem ser? E seu(s) filhos(as) sabem como vieram ao mundo e porque vieram assim? Esse é um filme revelador, assista!
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Em Cine Rialto na seção DOCUMENTÁRIO, página 6.