Nunca, depois de ter visto "A Imagem que Falta", de Rithy Panh, hei de crer em tudo o que meus amigos petistas e comunistas falam sobre onde o comunismo andou metendo suas garras. Esse é um filme que nasce sob a dor de uma falta sentido, de um lugar vago pelo mundo mundano da irracionalidade. O título já anuncia uma ausência, a qual será transformada, logo nas primeiras falas do narrador em primeira pessoa, na pedra fundamental do filme. Panh (através da narração de Randal Douc) afirma que sempre procurou uma imagem, produzida durante os anos em que o Khmer Vermelho comandou o Camboja. Como nunca a encontrou, resolveu produzi-la. O que vemos em seguida é o fruto dessa inquietação, dessa angústia, dessa procura insaciável. A Imagem que Falta é a fabricação de uma matéria capaz de suprir e eternizar essa lacuna, de simultaneamente rememorar, eternizar e historicizar o horror que foi o genocídio de cerca de 2 milhões de seres humanos. A imagem que falta se coloca muito distante de alguma tentativa de diálogo com – ou inserção em – qualquer “tendência contemporânea” do documentário. O assunto de que trata é muito sério e por isso mesmo não tem medo de recorrer seja à narração em primeira pessoa seja à encenação – procedimentos considerados ou anacrônicos ou banalizados – de forma a garantir uma espécie de acesso direto e potente aos objetivos que se coloca. Seu principal impasse advém, contudo, da própria trajetória que o cineasta trilhou, do papel que tomou para si e da importância de sua filmografia pregressa.
As encenações surgem através de bonecos feitos argila, inseridos em maquetes, um registro muito próximo da animação. Porém, a principal estratégia de Panh, para produzir sua imagem que falta, reside na profusão de materiais. Em conjunto com a encenação dos bonecos e a narração em primeira pessoa, surgem diversos outros registros: filmes oficiais do regime de Pol Pot, antigos filmes cambojanos e até mesmo o registro do homem chegando à lua. Uma multifacetação que parece frisar a onipresença do horror.
A figura de Pol Pot caminhando sorridente por dentre seus partidários; a fotografia do rosto de uma jovem que nos encara firmemente, parecendo desafiar aqueles que a prenderam; a imagem de uma menina, que morreu de inanição, e que Panh, após uma certa resistência, finalmente nos mostra; a população reunida para assistir à chegada do homem à lua, ou a um filme de propaganda do regime, que após projetados no cenário de maquete, nos é mostrado por inteiro, e no qual vemos uma série de pessoas caminhando em fileiras quase geométricas, realizando trabalhos forçados; uma mãe sendo denunciada pelo próprio filho aos oficiais do Khmer Vermelho; a história de um cinegrafista oficial do sanguinário regime, que possivelmente tentou, através de suas imagens, denunciar, ou pelo menos demonstrar um certo incomodo e descompasso com aquilo que elas mostravam. A imersão profusa nas histórias e relatos, em consonância com uma também profusão e sobreposição de materiais utilizados, aponta para existência do horror em todas as instâncias: desde os indivíduos, como a garota que morreu de inanição, o pai do próprio diretor, o cinegrafista que velava algumas de suas imagens, a mãe que morreu pela denúncia do filho e mesmo a temível figura do ditador Pol Pot (ainda hoje cultuado pela irracionalidade burra do partido da estrela vermelha), registrada de perto e sorridente; até os grandes grupos, a sociedade como um todo, como nas cenas das pessoas nos campos de trabalho forçado ou sendo agrupadas para assistir um filme-propaganda do regime. Para além de apontar tal profusão e existência do horror em todas as instâncias possíveis, as imagens de Panh apontam também para uma consciência não só da permanência inevitável e dolorida dessa memória, mas também de seu pertencimento à uma geopolítica global, que apesar de qualquer sentimentalismo para com a triste história do genocídio cambojano, ainda insiste em condenar tal população à uma condição opressora, eternos coletores de arroz, subservientes aos colonizadores (hoje cinicamente chamados de parceiros comerciais) – algo já insinuado no final de Uma Barragem Contra o Pacífico (2008). Se você assistiu deve recordar uma cena de S21 – A Máquina de Morte do Khmer Vermelho, dois homens que serviram ao regime de Pol Pot se sentam à mesa com um homem que foi preso e torturado pelo mesmo regime. Na conversa, a vítima insiste não apenas na impossibilidade de reconciliação, mas sim na permanência inevitável e essencial dessa condição de não-reconciliados. A imagem que falta é, de certa forma, o prolongamento e a ampliação desse austero sentimento de não-reconciliação. Um filme documento que deve ser visto por quem necessita conhecer, ver e ouvir das mazelas doloridas que a insanidade política pode infringir à mente e ao corpo. E, por fim, o filme documento está em meu blog na seção DOCUMENTÁRIO, página 6.
Magnifique! Magnificent! Großartig! Великолепный! Wspaniały! Prachtig! 壯麗!壮大です! Em uma época em que pipocam guerras pelo mundo afora e gente morre aos montes quer por balas ou, como na sofrida África, de ebola nada mais justo que tentar encontrar algo para descontrair ou para sair da rotina do que este “A mecânica do Coração”. O original é um pequeno livrinho que tem andado um pouco entre mesas de cabeceira, saltando ora de cima para baixo, ora de baixo para cima e assim consecutivamente, encantando e embalando com seu mundo poético, negro, mágico, surrealista, inacreditável. São os adjetivos que encontro para o descrever. Curiosamente o protagonista Jack, encontra-se com personagens bem reais tais como Jack O Estripador e Georges Méliès, gostei bastante desta parte foi deveras original. Um verdadeiro conto de fadas para adultos, que por vezes nos faz sentir bem crianças. E que nos mostra como o amor pode muitas vezes ser a causa para a desgraça e a loucura. E, para adoçar de vez, com um final que não é bem o esperado, sem o “foram felizes para sempre” (visto que é legítimo dar a recompensa aos bonzinhos) mas após uma pequena reflexão, acabamos por aceita-lo e acabamos por nos perguntar até que ponto Jack e a sua obsessão não poderá ter contribuído para o desfecho. Será que tudo aquilo não terá sido a má mecânica do seu coração? Não deixe de assistir e, se possível, também leia o livro e embarque nessa peregrinação sentimental até à Andaluzia, a terra natal da sua amada, onde encontrará as delícias do amor… e a sua crueldade. O filme está em meu blog na seção ANIMAÇÃO, página 7. Você irá adorar!
O que teria que falar quanto a esse desenho japonês (baseado no “Ghost em Shell” de Masamune Shirow) com dedo americano - eternos xerifes globais - que mais parece um ode à esperança de futuro do ser humano? Pouco, muito pouco. Primeiramente que não sou fã de desenhos de computador, depois que realmente é um bom filme, daqueles que enche o coração de esperança de que há luz no fundo do poço. Uma animação que prende a atenção pelo enredo, pelos diálogos de sóbria esperança e pelo dom de tocar a alma. E o melhor é que está em meu blog, na seção ANIMAÇÃO, página 7.
Ô, gente, faz assim não... Está bem que os amigos canadenses meteram os pés pela mão na vã tentativo de provarem um 'tikin' do quinhão desse gênero, mas daí a dizer que é mal feito, que é ruim e esses bichos feios de cabeça é um 'pequeno' exagero. Lembremos, a título de informação comparativa, do filme cultuado Independence Day onde durante as cenas de abertura, a Terra pode ser vista ao fundo enquanto a nave alienígena se aproxima. Note que a rotação do planeta está visivelmente alterada, girando em torno de dois a três graus por segundo. Isto daria ao dia terrestre uma duração aproximada de três minutos e ainda na famosa seqüência da enxurrada de fogo, após a explosão do Empire State Building, note que duas palmeiras permanecem intactas na saída do túnel. Também é curioso notar que tamanha quantidade de fogo consumiria todo o oxigênio presente no túnel, asfixiando qualquer pessoa que não tenha sido carbonizada pelas chamas... Está bem que não seja um primor de filme e que as cenas das batalhas aéreas mais parecem jogos de computador porém, temos de convir, dá para divertir. Para quem não viu e para quem deseja ver novamente o filme está em meu blog na seção FICÇÃO, página 5.
Deixe-me pensar... Pensei! Não é um filme comum, não há dúvidas, e nem poderia ser tendo sido gestado a partir do show do ator Guillaume Gallienne (que também é o roteirista, atua e dirige) que nos coloca uma estrutura curiosa para contar sua história. Iniciando a produção exatamente com o show de seu personagem, faz uso do monólogo teatral para dar origem às cenas do passado. Nisso, a montagem de Valérie Deseine merece crédito ao conseguir intercalar organicamente as cenas que em que o protagonista aparece no palco com as que mostram sua história na tela. Assim, é até perdoável o fato de algumas passagens do texto serem um tanto expositivas demais, já que ele está recitando tudo para uma plateia que está em cena. No entanto, o que faz mesmo com que Eu, Mamãe e os Meninos seja interessante é a sensibilidade de Gallienne na condução desta trama em busca de sua identidade sexual (e por ser um projeto tão pessoal, é difícil imaginar outra pessoa assumindo a cadeira de direção). Este detalhe ajuda a tornar envolvente e até mesmo simpática a jornada de seu personagem. Desde o início é possível ver que o modo dele agir ao longo do filme parece vir de uma necessidade de ser aceito dentro da própria família. Isso fica claro quando decide passar um tempo na Espanha e aprende a dançar flamenco, mas ao saber que seus passos que aprendeu são femininos, ao invés de dar espaço a uma frustração, fica feliz por acreditar que sua mãe gostará de saber disso. O curioso é que Guillaume realmente se vê em dúvida com relação a sua própria natureza, algo que lhe traz certa vulnerabilidade, e por isso acaba sendo bacana vê-lo agir de maneira tão segura a partir do momento em que finalmente se encontra. E, para terminar, tem um que de clímax tocante, que mostra que o que vimos na tela não deixa de ser uma homenagem de Gallienne a sua mãe. Eu, Mamãe e os Meninos pode não ser o melhor filme francês do ano passado, mas certamente é um belo trabalho e uma estreia promissora de Guillaume Gallienne como realizador. Pronto. Pensei, escrevi e coloquei o filme em meu blog (Índice Comédia, página 18) para que você, como eu, possa aprender a gostar...
Existem filmes que permanecem, que nos acompanha e nos faz sentir o quando a humanidade humana faz bem. Assistir Dersu Uzala é um exercício de reflexão sobre o instinto de sobrevivência natural do ser humano, na verdadeira acepção da palavra. E a tenho como a obra mais eloquente que o cineasta japonês Akira Kurosawa produziu a respeito do tema. De forma sutil, ele nos faz pensar em nossos limites, propondo situações em que a natureza nos põe à prova, testando nossa habilidade de sobrevivência em um mundo diferente do nosso, onde pouco importa o que aprendemos anteriormente. Em tais condições, seguir os ensinamentos de quem já tem a experiência da adaptação ao ambiente que nos é inóspito torna-se primordial. Ao superarem obstáculos em conjunto, os personagens constroem uma relação de mútuo respeito, em que conhecimento é transmitido de forma natural. Dersu Uzala é um filme do renascimento de Kurosawa, após uma tentativa de suicídio, em 1971. Frustrado com seus filmes anteriores, talvez influenciado pela morte do seu irmão, Heigo – que disparou contra o próprio peito após forte processo de depressão, aos 22 anos – o cineasta cortou-se diversas vezes na garganta e pulsos, passando por um difícil período de recuperação. Sobreviveu e aceitou convite do mais importante estúdio da União Soviética (o Mosfilm) para filmar a história do encontro entre o capitão Arseniev e Dersu Uzala. A obra foi realizada em situações dificílimas, em sets de filmagens no interior da Sibéria, onde foi decisiva a infra-estrutura colocada à sua disposição pelo governo soviético. Estava concluída em agosto de 1975. Numa das cenas inesquecíveis do filme (aos 53 minutos), Dersu e o explorador russo se encontram em local aberto, uma estepe, quando uma nevasca os atinge. No frio siberiano (que pode atingir até 60º negativos), o russo se abate, quase que como entregue à morte certa. Dersu o convence a recolher os arbustos da estepe. Mesmo sem entender direito o significado do ato, este, cambaleante, faz o que Dersu lhe pede, até o esgotamento. Dersu então, continua recolhendo a vegetação rala, que mais tarde se transformará numa pequena cabana, cavada na terra. Uma cena digna das melhores do cinema com relação ao embate entre natureza e sobrevivência. O filme inicia e termina com a procura que o capitão empreende, para descobrir onde Dersu Uzala foi enterrado. Seu túmulo estava escondido, pois a floresta onde jazia seu corpo fora destruída para dar lugar a uma recente construção de casas. O mongol fora assassinado por um ladrão que cobiçava seu moderno rifle, presente do amigo. Bela história, em filme incomum. Mas, também um tema para reflexão, em momentos de procura do novo homem que todos buscamos e, caso você deseje assistir ou rever essa peça de arte, o filme está em meu blog no índice DRAMA, página 36.
Tomei conhecimento desse austríaco em uma das conversas que tive com meu pai, em uma das memoráveis tarde sentados na calçada em um final de tarde rodeados de estudantes do SESI que pareciam deslumbrados com 'aqueles' dois velhinhos falando sobre coisas de cinema. Crimes de ódio não são novidade nos filmes de Michael Haneke (Violência Gratuita), e em A Fita Branca (Das Weiße Band), Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2009, ele procura a origem do crime de ódio mais filmado e analisado do século 20, o Holocausto, obviamente a antevisão da futura etiquetação antissemita de judeus nos princípios da Segunda Guerra. A maneira que o diretor austríaco encontra para dar rosto a esse mal é agressivamente despojada: close-ups de caras limpas, de feições sem traços de culpa ou de remorso, sem traço mesmo de ódio - ainda que esse ódio, nós sabemos, exploda de tempos em tempos. Um personagem diz, em algum momento, certeiro, que se trata de um ódio pior: os linchadores odeiam a si mesmos. De novo, como em Caché, a questão é entender quem é de fato a vítima. Se A Fita Branca está preso à analogia com o nazismo, pelo menos a exerce com lampejos de brilhantismo, como no plano final, da missa na igreja, com sua arquitetura que lembraria depois um salão do Terceiro Reich. Independente da crítica que se faça à postura de Haneke diante do espectador, é inegável que ele está se fazendo entender. Um ótimo filme que deve constar entre os assistidos (ou assistíveis) de quem aprecia a arte e, para aqueles que pretendem vê-lo, o filme está em meu blog no índice SUSPENSE, página 7.
Puxa! Nem precisava terem sido feitas 5 versões diferentes do roteiro até se chegar ao formato definitivo. Em uma delas o filme iniciaria com a explosão de Krypton, mostrada em Superman - O Filme (1978), e nem Helen Slater ter treinado de 3 horas por dia, durante 3 meses, para poder realizar as cenas de voo de sua personagem. Para realizar estas cenas a atriz foi suspensa por cabos de um guindaste à altura de 60 metros. E, a bem da verdade, nem que tivesse passado a vida inteira treinando esse filme jamais decolaria e, mesmo que às vezes discorde, o pessoal do Framboesa de Ouro bem que deveria ter confirmado o prêmio máximo para Peter O'Toole (Pior Ator) e Faye Dunaway (Pior Atriz) que esse filme é o pior que lhes poderia ter acontecido. Mas (Putz! lá vem um mas...) nem tudo pode-se ter e nem tinha como não ser assim: o filme está em meu blog no índice AÇÃO/AVENTURA, página 14 pelo que peço humildes desculpas afinal... Ah! Deixa pra lá!
Curiosidades e Informações extras (ERROS): ● Paul Chart seria o diretor e roteirista de Viagem ao Centro da Terra - O Filme, mas deixou o projeto após a decisão de rodar o filme usando a tecnologia 3D. ● O roteiro escrito por Paul Chart foi bastante modificado após sua saída do filme, de forma a ressaltar cenas que explorassem os efeitos 3D. ● É o primeiro filme com atores a ser inteiramente rodado usando a tecnologia 3D. ● O personagem Max Anderson foi nomeado em referência ao famoso dramaturgo Maxwell Anderson.
Prêmios e Indicações: ● Teen Choice Awards ● Indicado na Categoria Prêmio Teen Choice Filme do Verão de Aventura ● World Soundtrack Awards ● Indicado na Categoria Revelação do Ano Andrew Lockington ● Young Artist Awards ● Indicado na Categoria Melhor Performance em um Longa-Metragem - O ator jovem Josh Hutcherson ● BMI Film & TV Awards ● Ganhou na Categoria Prêmio BMI Film Music Andrew Lockington ● International 3D Society ● Ganhou na Categoria: Melhor talento 3D, para Brendan Fraser
O filme está em meu blog no índice AÇÃO/Aventura, página 1.
● O filme gerou polêmica em alguns países, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos da América, devido à alegações de que ele promovia o uso de drogas. O senador estadunidense Bob Dole o criticou duramente durante a campanha eleitoral para a presidência de 1996, apesar de ter admitido que de fato não chegou a assistir ao filme. ● Apesar das críticas, Trainspotting foi geralmente aclamado como um filme bastante original e interessante, retratando o movimento clubber no Reino Unido. Em 2004, foi considerado pelo The New York Times como um dos 1000 melhores filmes já produzidos. ●A trilha sonora foi lançada pela gravadora EMI Records. Integra a lista elaborada pela revista Rolling Stone das vinte e cinco melhores trilhas sonoras de todos os tempos.
Não vamos exagerar e nem taxar esse cono o melhor filme de guerra, mas o formato de ficção, mas com forte inspiração documental esses, então novatos, diretores Mike McCoy e Scott Waugh: Ato de Coragem. É também o primeiro na história do cinema a utilizar - inclusive como gancho de promoção do longa - fuzileiros navais americanos no elenco principal. Apesar de causar estranheza à primeira vista, a ousadia desperta curiosidade. Na própria campanha de divulgação do filme fica claro que não se trata de uma ficção sobre missões secretas, mas sim de um mergulho no cotidiano desses soldados. A história é ficcional, mas os equipamentos e táticas de batalha são reais. Hei de convir que o roteiro é digno de qualquer filme de Ethan Hunt ou James Bond, mas sem o romantismo que lhes é próprio. As missões são retratadas em sequências duras e secas, sem qualquer charme. Isso não significa, no entanto, que sejam mal executadas ou tediosas. Muito pelo contrário. A maior parte do filme é de sequências bastante complexas muito bem filmadas. A fotografia do filme se adapta às sequencias de ação escolhendo ângulos inusitados para conduzir o espectador ao centro dos conflitos. Em pontos de vista que vão desde a mira de uma arma até tomadas aéreas do combate, o espectador é empurrado num mergulho categórico na adrenalina dos soldados. Há bastante tempo não se vê um longa com sequências de ação tão intensas, realistas e envolventes. No entanto, o que o filme proporciona de arrebatador nas cenas de ação, desaponta nas atuações. Como é previsível, há um sensível desequilíbrio de qualidade entre as atuações dos fuzileiros e as dos vilões do filme (interpretados por atores). É um exemplo extremo de um viés cada vez mais comum no cinema moderno, principalmente brasileiro, de se utilizar não atores para interpretar papéis na telona. Naturalmente, há nele um propósito maior que simplesmente buscar nos "atores" a "vivência" dos personagens. Grande parte da graça do filme é essa: saber que há menos ficção do que se imagina é um gosto a mais. Como resultado disso - da presença dos fuzileiros como atores - percebe-se um forte caráter publicitário no longa como um todo. O romantismo que falta aos personagens e à representação, sobra no discurso militarista e patriota. Ao espectador fica a impressão de orgulho ao sair do cinema, a imagem de heróis que lutam pela liberdade. Aos mais avessos à discursos do American Way of Life, isso pode incomodar, inclusive. E, por fim, devo aconselhar aos maravilhados pelo visto sem que, no entanto, tenham melhor observado (ou assistido) com um pouco mais de acuidade, devo indicar que assistam "Tora, Tora, Tora", ou "A Rapos do Mar" e tantos outros de inigualável beleza antes de terem esse como um ótimo filme. Não, não é ótimo mas não é ruim, fiquemos como um bom filme! Sim, o filme está em meu blog no índice GUERRA, página 1.
Curiosidades e Informações extras (ERROS): ● No começo do filme vemos um japonês de branco descendo a montanha na frente dos outros, mas não é ele que é o primeiro a entrar na caverna. ● Os dois soldados japoneses estão cavando a trincheira quando um oficial se aproxima, o soldado de faixa na cabeça se vira e fica em posição de sentido, depois do corte ele repete o movimento. ● Quando o avião aterrissa na ilha, um grupo de 5 japoneses se aproxima da pista e param. Depois do corte eles estão em posições diferentes, agora todos alinhados e em formação. ● Depois do general vir a noite olhar o mapa, existe um corte para uma cena do soldado indo levar sua carta para um outro soldado que está atrás de uma bancada. Observe que entre os cortes os objetos em cima da bancada mudam, principalmente ao lado da caneca. ● Quando acontece a tomada da rua com os soldados marchando, vemos a direita da imagem um japonês acenado a bandeira do Japão, e atrás dele os dois oficiais. Atrás dos oficiais existe um homem de bicicleta e um outro homem de faixa branca na cabeça que está parado. Depois do corte esse sujeito aparece andando bem atrás dos oficiais, o que seria impossível. ● Quando o oficial pula o obstáculo com seu cavalo, o soldado aparece batendo palmas, mas na tomada afastada o oficial que briga com eles não aparece, só depois. ● O cavaleiro volta quase derrubando o oficial com o cavalo. Depois do corte o soldado que tem um lenço branco na cabeça embaixo do seu quepe, aparece segurando uma madeira, depois do corte ele segura a madeira ao contrário, do outro lado do corpo. ● Perto de dezenove minutos do filme, quando o cavaleiro chega perto do general na praia, esse corre e coloca o lápis atrás da orelha direita, arrumando seu quepe em seguida. Logo depois ele abaixa seu braço direito, mas após o corte da tomada de costas para a tomada de frente ele está arrumando o lápis atrás da orelha novamente. ---------------------- Assista em meu blog: Índice Guerra, página 1.
Curiosidades e Informações extras: ● O filme seria originariamente sobre um episódio ocorrido na cidade de Cawnpore durante a Revolta dos Sipais ou Sipaios. Quando foi descoberto que a rebelião ocorrera três anos após a Batalha de Balaclava, o nome de Cawnpore (atual Kanpur) foi mudado para Chukoti e a rebelião se tornou um levante contra o governante fictício Surat Khan, do país imaginário do Suristão (referências vagas à Turquia). Suristão é, na verdade, um nome antigo da língua Pérsia para Síria. Niven comenta a mudança em seu livro sobre Hollywood. ● O episódio real da Carga da Brigada Ligeira não foi a vingança contra Surat Khan mas o resultado de uma disputa entre Lorde Cardigan e Lorde Raglan. A Batalha de Balaklava não resultou na queda de Sebastopol, como é citado de forma errada no filme. Os "Vigésimos Sétimos Lanceiros" são igualmente fictícios. Somente após 1941 é que surgiu uma unidade no Exército Britânico com essa denominação. ● A famosa carga da cavalaria foi montada por Michael Curtiz e o especialista em sequências de ação B. Reeves Eason, com o apoio da fotografia de Sol Polito e da música de Max Steiner. O texto do poema de Tennyson é sobreposto à cena da Carga, acompanhado da música de fundo de Max Steiner. Nessa sequência, o diretor Michael Curtiz, que não falava muito bem o inglês, ordenou "Bring on the empty horses" (Tragam os cavalos vazios), quando ele deveria dizer "riderless horses" (cavalos sem montaria). David Niven usou a frase como título do seu livro sobre Hollywood. ● Muitos cavalos morreram nas cenas de guerra, forçando o Congresso Americano a tomar medidas de segurança em favor dos animais nos filmes. ● As locações do filme foram em Agoura Hills, Califórnia. ● O grupo Iron Maiden usou cenas do filme para o seu clip de "The Trooper".
O filme está em meu blog, no índice GUERRA, página 1.
Está bem, está bem! Não resta dúvidas ser um bom filme mas...
1. Quando o soldado russo está dando as instruções sobre os rifles, ele tem um mega-fone na mão direita. Então porque ele não o usa e fica gritando o tempo todo?
2. O oficial político tem a lente esquerda do seu óculos quebrada logo no começo do filme quando seu carro capota. Mas depois ele aparece com a lente inteira. Onde consegui consertar o óculos?
3. Quando o atirador chega de trem, suas mãos estão ao lado do livro, uma de cada lado. Mas quando a cena é mostrada de dentro do trem, sua mão direita está em cima.
4. Durante a cena de sexo, veja o soldado que está dormindo, no topo da tela, parece que é difícil dele não rir ou sorrir.
5. Quando o mapa do avanço alemão é mostrado, a Suíça é mostrada a ponto de ser assumida. A Suíça nunca foi invadida pelos alemães.
6. Na cena de batalha de abertura, um soldado russo é atingido na perna e então na cabeça. Algumas cenas depois, o mesmo clipe é mostrado novamente.
7. Na cena onde Danilov mostra para Vasily os folhetos que elogiam as façanhas dele, a câmera mostra um folheto com 4 soldados alemães mortos por ele. Depois aparece o folheto com 5 soldados.
8. Quando Kruschev e Vasily vão para a reunião de imprensa, o hino nacional soviético está tocando no fundo. O hino atual não foi escrito até janeiro de 1944, um ano depois da Batalha de Estalingrado.
9. No filme quando eles estão mostrando o avanço da Alemanha no mapa da Europa, eles mostram a Alemanha invadindo a Turquia. A Turquia não entrou na guerra até 1945.
10. Bem no começo do filme quando Danilov está dirigindo para escapar dos alemães pela cidade, você pode ver o capacete do bublê quando o carro começa a girar.
11. Depois que eles tentam apanhar Konig com o truque do capacete, nós vemos um deles acender um cigarro. Parece ser muito grande inicialmente. Quando o ângulo muda, o cigarro encolheu até sua metade.
12. No começo do filme, quando você vê as pessoas que pegam os trens de tempo em tempo, há uma cena de um vagão com duas torres. Você pode ver que as armas são feitas de plástico.
13. Na casa da senhora velha, ela ouve algo, e assopra a vela, mas ela ainda ilumina a casa depois de ser apagada.
14. Em uma cena um tanque T-34 soviético é mostrado no meio do campo de batalha. Este é claramente um modelo de T-34/85, mas este tipo de tanque não apareceu até 1943. Durante a Batalha de Estalingrado eles estavam usando o modelo T-34/76, mais velho e com a torre menor.
15. Na cena onde Danilov e Kruschev estão no quarto de guerra quando eles pensam que Zaitsev está morto, preste atenção aos mapas nas paredes. Estes mostram os EUA moderno e os mapas de defesa britânicos que não estavam disponíveis até 1960.
16. Na sucessão de mapa que mostra a aquisição da Alemanha dos países europeus, a Noruega não está invadida. Ela foi invadida em 9 de abril de 1940.
17. Quando Vasily e Danilov se encontram na fonte, onde eles são rodeados por soldados russos mortos. Em um certo ponto, há um close-up de Danilov. Você pode ver um dos soldados mortos se movendo. Será que estava fingindo também? O Falhinha acha que não.
18. No começo, quando o oficial político está se abaixando atrás da parede, o pino no rifle dele está levantado, mas quando ele apóia para atirar, o pino está abaixado. --> O "pino" referido neste erro é, na verdade, a alavanca de manejo do ferrolho. Fuzis de repetição por ferrolho precisam que, a cada tiro, o atirador levante esta alavanca (o que destrava o ferrolho e, em alguns modelos, arma o percussor), puxe-a para trás (o que ejeta o cartucho vazio), empurre-a de volta para a frente (coloca um cartucho na câmara e, em outros modelos, o percussor é armado nesta fase) e a abaixe novamente a cada tiro. Com a alavanca levantada, a arma não atira, devido a um mecanismo de segurança que impede o disparo caso o ferrolho não esteja completamente fechado. Havia quem portasse esse tipo de fuzil com a alavanca do ferrolho levantada por questão de segurança, abaixando-a na hora de atirar. O movimento de baixar esta alavanca pode ser feito tão rapidamente que não dá para considerar que seja um erro por ter passado despercebido ou que tenha sido executado entre as duas tomadas.
19. O exército alemão nunca teve uma Divisão 116 de Infantaria na Segunda Guerra Mundial. Houve uma Divisão 116 de Panzer que foi formada em 1944, da 16ª Divisão de Panzergrenadier.
20. Na cena onde Jude e Joseph Fiennes vão conhecer Bob, Jude tem um corte na testa. Ele muda de acordo com as tomadas.
21. Na cena onde Vasily está atrás da fábrica química e espera pela aparição do major, os soldados correm para debaixo dos vagões do trem. Nas outras cenas alguns dos soldados desaparecem de repente, e então reaparecem.
22. No começo do filme, quando eles mostram o mapa da Europa que é assumida lentamente pelo Nazistas, a União Soviética no mapa é a Rússia de hoje. Eles descrevem a Ucrânia como um país separado, quando de fato, fazia parte da União Soviética.
23. Na realidade, os russos fizeram uso extenso de camuflagem de inverno durante as batalhas, contudo todo soldado russo que nós vemos não tem este equipamento.
24. Vasily parece ter uma orelha esquerda perfurada. De um brinco talvez, algo meio Incomum para um soldado russo na Segunda Guerra Mundial.
25. Podemos perceber que os óculos de Joseph Fiennes quando ele está na sede soviética, são feitos com lentes anti-reflexo, algo que não estava disponível na época.
26. No começo quando eles mostram o rifle do Vasily quando ele é jovem. O pino na parte de trás do rifle aparece diferente nas tomadas.
27. Na cena do salto, na segunda vez, o sujeito francês salta e é atingido no lado da cabeça. Na próxima cena ele tem a ferida de bala na frente da cabeça.
28. O duelo do filme não está em nenhum registro Russo existente.
29. Se Vasily era tão importante para o exército Russo, então ele não deveria sair para pegar as provas de seu tiro. Não seria muito arriscado ? Será que não tinha ninguém para fazer isto?
30. Na primeira batalha quando os soldados revesam aqueles que ficam com rifles e balas, durante a batalha quando um soldado cai, uma parte de terra cai na lente da câmera.
31. Na cena de travessia do rio, no começo do filme, um barco é atingido e explode. Esta cena é mostrada mais de duas vezes por ângulos diferentes.
32. A foto do fuzil Mosin-Nagant que aparece na capa do filme está invertida, pois a alavanca de manejo do ferrolho está virada para o lado esquerdo.
33. No filme, a maioria dos soldados russos é vista portando fuzis Mosin-Nagant de ferrolho, e pouquíssimos armados com as submetralhadoras PPSh-41. O Exército Vermelho foi o único na Segunda Guerra Mundial a ter mais submetralhadoras do que fuzis, prática que foi adotada depois da guerra contra a Finlândia (1939/1940), onde os russos aprenderam a dar mais valor a este tipo de armamento em relação ao fuzil de infantaria.
Bem, continua sendo um bom filme...
Sim! Ia esquecendo: O filme está em meu blog no Índice Guerra, página 1.
Nem sei onde ouvi falar desse filme, mas fiquei maravilhado ao assistir. Sabe como é, é inevitável que tenhamos algum tipo de expectativa para cada filme que iremos assistir, entretanto, há uma espera comum desde o momento do play: a expectativa de que algo menos ordinário aconteça no decorrer da trama, principalmente quando não se tem a mínima ideia de 'o que será, o que há porvir'.. Alice nas cidades é diferente, a proposta desse longa é simplesmente essa gratuidade dos acontecimentos. O filme inteiro é uma quebra de expectativa quanto ao extraordinário; eficiente, porém talvez por conta da expectativa em momento algum sequer se imagina que há um 'porque' dentro dessa quebra contínua das expectativas peklo que há de vir após um qualquer momento. Esse longa é o primeiro da trilogia de Road movies do diretor, sempre repleto de imagens contínuas; seguido por Movimento Falso (1975) e Reis da Estrada (1976), todos contando com o mesmo ator principal. A beleza da obra de Wenders está em seu significado. Encantado com poder do cinema de dá movimento às imagens, o diretor constrói esse belíssimo Road movie existencialista. Pois o personagem, antes de conhecer a pequena, vivia um drama interno em busca de sentido para viver. Eis a explicação para as fotos tiradas por ele – as imagens eram tidas como uma comprovação de que ele realmente tinha visto aquilo, que ele existia. Novamente, aqui aparece a verossimilhança do diretor em busca de imagens para seu filme metafórico e a magia que o cinema lhe proporcionara em poder registrá-las. Em suma, Alice nas cidades faz valer o tempo gasto assistindo. Os diálogos que pode haver entre um homem e uma menina de 9 anos são impressionantes. É altamente agradável assistir a esse longa que mostra, simplesmente, uma sucessão de acontecimentos. A amizade que nasce entre os personagens – ele pela solidão e ela pela carência paternalista – é linda de se vê. Enfim, chega a ser engraçado como um filme de acontecimentos tão ordinários desperta em nós uma sensação extra. Está bem, queres ver? Pois dê uma bisurada em meu blog, no índice DRAMA, página 36!
Não resta dúvidas, eles sabiam montar um espetáculo e, dolorido para a humanidade, esse louco achou que poderia ser DOMO DO MUNDO! Assista em meu blog: Índice DOCUMENTÁRIO, página 6
Não, não vou escrever sobre esse filme, deixo para o mestre Rubens Ewald Filho.
"O maior interesse é a presença de dois jovens atores /astros franceses do momento, a interessante Lea Seydoux (em cartaz com ) e o ator árabe mas Frances de nascimento Tahar Rahim (revelado em O Profeta, tem uma figura simpática e esta fazendo carreira internacional em filmes como O Principe do Deserto, a Legião Perdida, o recente O Passado, e algo chamado Samba que esta sendo rodado com Omar Sy). A diretora Rebeca ( havia feito Belle épine, 10 com a própria Lea depois de experiência em roteiros e curtas). Mas o resultado é apenas mediano. Talvez curioso por situar a ação numa usina atômica, onde os operários estão sujeitos a constante perigo e contaminação. É lá que Gary Manda (Rahim) vai procurar emprego e se envolve com a namorada de um colega, com quem tem encontros furtivos. Pouco se sabe dela e menos ainda do amor. Os filmes hoje em dia explicam muito pouco dificultando a tarefa do espectador. Como vamos torcer por alguém que não conhecemos, que nos diz tão pouco e mesmo por este herói tão perdido e sem destino. É uma exigência exagerada do espectador que fica esperando uma crise na usina ou algo maior do que simplesmente a moça resolver se casar com outro. Fraquinho. A não ser que exista gente ainda que vai ao cinema para ver os atores que curte."
Pois é, apesar de tudo o filme está em meu blog, índice ROMANCE, página 10.
Putz! O que vou falar (escrever) sobre esse fenomenal filme? Espere, espere... Antes preciso dizer que é inevitável a comparação entre “Aurora” (Vanishing Waves, 2012) da lituana Kristina Buozyte com “A Origem” (Inception, 2010) de Christopher Nolan: enquanto a produção hollywoodiana abordava o mundo onírico pelo viés das neurociências (jamais a palavra “inconsciente” era citada), a produção lituana aborda o mesmo tema, mas fiel ao ponto de vista freudiano sobre a dinâmica do psiquismo, inovando as representações do inconsciente no cinema através de engenhosos efeitos inspirados em MC Escher e expressionismo alemão. Se Freud considerava o inconsciente como o “Isso” e o “Estranho”, “Aurora” mostra como uma neurociência atual munida de interfaces digitais e mapas neuronais tenta ignorar essa origem de toda atividade humana impossível de ser apreendida pela ciência racionalista. Muito melhor que em A Origem, o filme Aurora consegue criar imageticamente representações instigantes do inconsciente no sentido próximo do “Isso” ou “O Estranho” a que Freud se referia: primeiro, a casa de madeira em estilo MC Escher que parece estar eternamente num processo de destruição de si mesma; e a perturbadora cena da orgia que parece ser nada mais do que um emaranhado de braços desmembrados e pernas, ondulando todos juntos em uma única massa autônoma. Por isso Aurora se filia a filmes como Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) onde não só a dimensão do inconsciente ganha criativas representações cinematográficas como também desafia o projeto tecnognóstico de controle e engenharia social que sustenta as neurociências atuais que pretende ignorar esse elemento fundador do psiquismo por um motivo: o inconsciente é anárquico e indomável demais para ser controlado pela ciência. -------- O filme está em meu blog, índice FICÇÃO, página 5.
Escrevi aqui em filmow que "Dentro de cada ato ou fato aparentemente sem sentido, há um sentido intrínseco habitando os momentos incompreendidos." E reafirmo que "Há um que de maravilhoso na arte da grande tela e, muito mais e estranhamente gostoso, é o teu olhar ao assistir um filme. O que tu vê e o que tu sente é somente teu e as tuas impressões são pessoalmente tuas." “Incertezas”(Uncertainty/EUA,2010) salta aos olhos. É um exercício de estilo como não se vê, habitualmente, em nenhuma cinematografia. O titulo reflete um tema: a primeira sequencia é a de um casal que de forma monossilábica refere algo que está num processo decisório entre eles e aqui um início de incertezas. As situações que vivem as figuras desse filme em tempos distintos indaga que não se sabe qual o primeiro a ser vivido (ou em vivência) não são solucionadas e, retilineamente, permanece a incerteza para onde seguirão. Planos alternados os mostram andando. A ponte é a metáfora. O caminho que a câmera observa de longe é a planta de um destino incerto. O titulo do filme. A única e grande certeza é que Scott McGehee e David Siegel são diretores novos e que não se filiam aos estúdios majoritários norte-americanos e, talvez por isso, alguns críticos norte-americanos reclamaram as reticências que seguem a trama (ou as tramas). Poucos alertaram para a novidade formal. Não me lembro de ter visto uma narrativa tão criadora em muitos anos. E não me parece gratuita. Dois destinos para duas pessoas são observados simultaneamente como ilustração de uma incerteza que cerca essas pessoas desde o primeiro plano gravado. Em um deles a trama policial ganha corpo e prende a atenção do espectador. Mas o contraste com o outro destino, mais um romance que não se sabe como vai fechar, serve também de contraste. Os enamorados estão nas duas histórias bem unidos. Se esta união é suficientemente forte para um relacionamento mais forte, o perigo que enfrentam por conta do celular achado é um argumento a convencer. E não é só isso. A incerteza está, também, no resultado da união: o filho gerado há 11 semanas deve nascer? A família, pelo menos de um lado, é importante na decisão? Ou cabe uma volta ao espaço, não necessariamente no tempo, para jogar outra moeda na ponte? Ou simplesmente andar pela ponte até chegar a um “outro lugar”? Um filme muito curioso que não chegou aos nossos cinemas, mas está disponível em DVD nas locadoras (FOXVIDEO). É um exemplo muito sugestivo da cinematografia independente, a que se lança em festivais e circuitos exibidores menores e mais ligados ao que ainda se chama de “filme de arte”. Vale a pena conhecer. ------------------- Outra grande certeza é que esse filme está em meu blog no índice DRAMA, página 35.
● Este é o primeiro longa da diretora. ● O cineasta Quentin Tarantino incluiu Afternoon Delight em sua lista dos dez melhores filmes de 2013 Prêmios e Indicações: ● Jill Soloway ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Sundance 2013. ----------------- O filme está em meu blog: Índice DRAMA, página 35
Compartilhe com seus amigos e contatos, eles merecem ver esse filme e, se desejar receber as atualizações do blog (Cine Rialto), me adicione em seu “Google+” categoria ”Seguindo” e pronto, sempre que houver incorporação de filmes você receberá e poderá desfrutas as delicias que somente CINE RIALTO pode lhe oferecer!
● Adaptação do livro Fogo Fátuo do escritor e ensaísta francês Pierre Drieu La Rochelle. Prêmios e Indicações: ● Festival de Veneza 1963 (Itália) ▪ Recebeu o prêmio especial do júri e o prêmio dos críticos de cinema italianos. ▪ Indicado ao Leão de Ouro. ● Academia Japonesa de Cinema (Japão) ▪ Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro. ----------------------- O filme está em meu blog.
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Curiosidades e Informações extras: ● Todas as canções do filme são versões de músicas do cantor e compositor francês Alex Beaupain.
Prêmios e Indicações: ● Festival de Cinema Romântico de Cabourg 2007 (França) ▪ Ganhou: Melhor Diretor — Christophe Honoré ● Festival de Cinema de Cannes 2007 (França) ▪ Indicado: Palma de Ouro ● Prémios César 2008 (França) ▪ Ganhou: Melhor música original — Alex Beaupain ▪ Indicado: Melhor som (Guillaume Le Bras, Valérie Deloof, Agnès Ravez e Thierry Delor), Melhor ator revelação (Grégoire Leprince-Ringuet), Melhor atriz revelação (Clotilde Hesme). ● Étoiles d'Or 2008 (França) ▪ Ganhou: Melhor compositor — Alex Beaupain
E, para que fique claro, esse filme não é um Musical!
Curiosidades e Informações extras: ● Para produzir o filme, a equipe de criação captou recursos na internet via Kickstarter, tendo por meta arrecadar US$ 70.000. ● Entre 12 de outubro de 2011 a 10 de Novembro de 2011, foi arrecadado US$ 101.030 porém esse fundo se esgotou pouco antes do final da fotografia principal. ------------ Um filme interessante que, mesmo sendo um lugar comum nos filmes americanos, consegue fugir um pouquinho de tantos outros do gênero. A direção descompromissada de Anton King (que também assina o roteiro) deu um toque especial ao trio de atores desconhecidos do grande público, com destaque para o bom desempenho de Fran Kranz (cafiforniano formado na Universidade de Yale que atua desde 2001) com seu Astor bastante diferente e mais maduro que seus trabalhos anteriores (Muito Barulho por Nada, O Segredo da Cabana, Diário de um Banana 2: Rodrick é o Cara, Dollhouse (1ª e 2ª Temporada) para citar alguns). Não é lá grandes coisas, mas dá o recado prometido e, o melhor, está em meu blog no índice COMÉDIA, página 18.
A Imagem que Falta
4.1 48Nunca, depois de ter visto "A Imagem que Falta", de Rithy Panh, hei de crer em tudo o que meus amigos petistas e comunistas falam sobre onde o comunismo andou metendo suas garras. Esse é um filme que nasce sob a dor de uma falta sentido, de um lugar vago pelo mundo mundano da irracionalidade.
O título já anuncia uma ausência, a qual será transformada, logo nas primeiras falas do narrador em primeira pessoa, na pedra fundamental do filme. Panh (através da narração de Randal Douc) afirma que sempre procurou uma imagem, produzida durante os anos em que o Khmer Vermelho comandou o Camboja. Como nunca a encontrou, resolveu produzi-la. O que vemos em seguida é o fruto dessa inquietação, dessa angústia, dessa procura insaciável. A Imagem que Falta é a fabricação de uma matéria capaz de suprir e eternizar essa lacuna, de simultaneamente rememorar, eternizar e historicizar o horror que foi o genocídio de cerca de 2 milhões de seres humanos.
A imagem que falta se coloca muito distante de alguma tentativa de diálogo com – ou inserção em – qualquer “tendência contemporânea” do documentário. O assunto de que trata é muito sério e por isso mesmo não tem medo de recorrer seja à narração em primeira pessoa seja à encenação – procedimentos considerados ou anacrônicos ou banalizados – de forma a garantir uma espécie de acesso direto e potente aos objetivos que se coloca. Seu principal impasse advém, contudo, da própria trajetória que o cineasta trilhou, do papel que tomou para si e da importância de sua filmografia pregressa.
As encenações surgem através de bonecos feitos argila, inseridos em maquetes, um registro muito próximo da animação. Porém, a principal estratégia de Panh, para produzir sua imagem que falta, reside na profusão de materiais. Em conjunto com a encenação dos bonecos e a narração em primeira pessoa, surgem diversos outros registros: filmes oficiais do regime de Pol Pot, antigos filmes cambojanos e até mesmo o registro do homem chegando à lua. Uma multifacetação que parece frisar a onipresença do horror.
A figura de Pol Pot caminhando sorridente por dentre seus partidários; a fotografia do rosto de uma jovem que nos encara firmemente, parecendo desafiar aqueles que a prenderam; a imagem de uma menina, que morreu de inanição, e que Panh, após uma certa resistência, finalmente nos mostra; a população reunida para assistir à chegada do homem à lua, ou a um filme de propaganda do regime, que após projetados no cenário de maquete, nos é mostrado por inteiro, e no qual vemos uma série de pessoas caminhando em fileiras quase geométricas, realizando trabalhos forçados; uma mãe sendo denunciada pelo próprio filho aos oficiais do Khmer Vermelho; a história de um cinegrafista oficial do sanguinário regime, que possivelmente tentou, através de suas imagens, denunciar, ou pelo menos demonstrar um certo incomodo e descompasso com aquilo que elas mostravam.
A imersão profusa nas histórias e relatos, em consonância com uma também profusão e sobreposição de materiais utilizados, aponta para existência do horror em todas as instâncias: desde os indivíduos, como a garota que morreu de inanição, o pai do próprio diretor, o cinegrafista que velava algumas de suas imagens, a mãe que morreu pela denúncia do filho e mesmo a temível figura do ditador Pol Pot (ainda hoje cultuado pela irracionalidade burra do partido da estrela vermelha), registrada de perto e sorridente; até os grandes grupos, a sociedade como um todo, como nas cenas das pessoas nos campos de trabalho forçado ou sendo agrupadas para assistir um filme-propaganda do regime. Para além de apontar tal profusão e existência do horror em todas as instâncias possíveis, as imagens de Panh apontam também para uma consciência não só da permanência inevitável e dolorida dessa memória, mas também de seu pertencimento à uma geopolítica global, que apesar de qualquer sentimentalismo para com a triste história do genocídio cambojano, ainda insiste em condenar tal população à uma condição opressora, eternos coletores de arroz, subservientes aos colonizadores (hoje cinicamente chamados de parceiros comerciais) – algo já insinuado no final de Uma Barragem Contra o Pacífico (2008).
Se você assistiu deve recordar uma cena de S21 – A Máquina de Morte do Khmer Vermelho, dois homens que serviram ao regime de Pol Pot se sentam à mesa com um homem que foi preso e torturado pelo mesmo regime. Na conversa, a vítima insiste não apenas na impossibilidade de reconciliação, mas sim na permanência inevitável e essencial dessa condição de não-reconciliados. A imagem que falta é, de certa forma, o prolongamento e a ampliação desse austero sentimento de não-reconciliação.
Um filme documento que deve ser visto por quem necessita conhecer, ver e ouvir das mazelas doloridas que a insanidade política pode infringir à mente e ao corpo.
E, por fim, o filme documento está em meu blog na seção DOCUMENTÁRIO, página 6.
Jack e a Mecânica do Coração
3.9 226 Assista grátisMagnifique! Magnificent! Großartig! Великолепный! Wspaniały! Prachtig! 壯麗!壮大です!
Em uma época em que pipocam guerras pelo mundo afora e gente morre aos montes quer por balas ou, como na sofrida África, de ebola nada mais justo que tentar encontrar algo para descontrair ou para sair da rotina do que este “A mecânica do Coração”.
O original é um pequeno livrinho que tem andado um pouco entre mesas de cabeceira, saltando ora de cima para baixo, ora de baixo para cima e assim consecutivamente, encantando e embalando com seu mundo poético, negro, mágico, surrealista, inacreditável. São os adjetivos que encontro para o descrever.
Curiosamente o protagonista Jack, encontra-se com personagens bem reais tais como Jack O Estripador e Georges Méliès, gostei bastante desta parte foi deveras original.
Um verdadeiro conto de fadas para adultos, que por vezes nos faz sentir bem crianças. E que nos mostra como o amor pode muitas vezes ser a causa para a desgraça e a loucura.
E, para adoçar de vez, com um final que não é bem o esperado, sem o “foram felizes para sempre” (visto que é legítimo dar a recompensa aos bonzinhos) mas após uma pequena reflexão, acabamos por aceita-lo e acabamos por nos perguntar até que ponto Jack e a sua obsessão não poderá ter contribuído para o desfecho. Será que tudo aquilo não terá sido a má mecânica do seu coração?
Não deixe de assistir e, se possível, também leia o livro e embarque nessa peregrinação sentimental até à Andaluzia, a terra natal da sua amada, onde encontrará as delícias do amor… e a sua crueldade.
O filme está em meu blog na seção ANIMAÇÃO, página 7. Você irá adorar!
Appleseed Alpha
3.4 43O que teria que falar quanto a esse desenho japonês (baseado no “Ghost em Shell” de Masamune Shirow) com dedo americano - eternos xerifes globais - que mais parece um ode à esperança de futuro do ser humano?
Pouco, muito pouco. Primeiramente que não sou fã de desenhos de computador, depois que realmente é um bom filme, daqueles que enche o coração de esperança de que há luz no fundo do poço. Uma animação que prende a atenção pelo enredo, pelos diálogos de sóbria esperança e pelo dom de tocar a alma.
E o melhor é que está em meu blog, na seção ANIMAÇÃO, página 7.
Independence Daysaster
1.8 13Ô, gente, faz assim não...
Está bem que os amigos canadenses meteram os pés pela mão na vã tentativo de provarem um 'tikin' do quinhão desse gênero, mas daí a dizer que é mal feito, que é ruim e esses bichos feios de cabeça é um 'pequeno' exagero. Lembremos, a título de informação comparativa, do filme cultuado Independence Day onde durante as cenas de abertura, a Terra pode ser vista ao fundo enquanto a nave alienígena se aproxima. Note que a rotação do planeta está visivelmente alterada, girando em torno de dois a três graus por segundo. Isto daria ao dia terrestre uma duração aproximada de três minutos e ainda na famosa seqüência da enxurrada de fogo, após a explosão do Empire State Building, note que duas palmeiras permanecem intactas na saída do túnel. Também é curioso notar que tamanha quantidade de fogo consumiria todo o oxigênio presente no túnel, asfixiando qualquer pessoa que não tenha sido carbonizada pelas chamas...
Está bem que não seja um primor de filme e que as cenas das batalhas aéreas mais parecem jogos de computador porém, temos de convir, dá para divertir.
Para quem não viu e para quem deseja ver novamente o filme está em meu blog na seção FICÇÃO, página 5.
Eu, Mamãe e os Meninos
3.7 162 Assista AgoraDeixe-me pensar... Pensei!
Não é um filme comum, não há dúvidas, e nem poderia ser tendo sido gestado a partir do show do ator Guillaume Gallienne (que também é o roteirista, atua e dirige) que nos coloca uma estrutura curiosa para contar sua história. Iniciando a produção exatamente com o show de seu personagem, faz uso do monólogo teatral para dar origem às cenas do passado. Nisso, a montagem de Valérie Deseine merece crédito ao conseguir intercalar organicamente as cenas que em que o protagonista aparece no palco com as que mostram sua história na tela. Assim, é até perdoável o fato de algumas passagens do texto serem um tanto expositivas demais, já que ele está recitando tudo para uma plateia que está em cena.
No entanto, o que faz mesmo com que Eu, Mamãe e os Meninos seja interessante é a sensibilidade de Gallienne na condução desta trama em busca de sua identidade sexual (e por ser um projeto tão pessoal, é difícil imaginar outra pessoa assumindo a cadeira de direção). Este detalhe ajuda a tornar envolvente e até mesmo simpática a jornada de seu personagem. Desde o início é possível ver que o modo dele agir ao longo do filme parece vir de uma necessidade de ser aceito dentro da própria família. Isso fica claro quando decide passar um tempo na Espanha e aprende a dançar flamenco, mas ao saber que seus passos que aprendeu são femininos, ao invés de dar espaço a uma frustração, fica feliz por acreditar que sua mãe gostará de saber disso. O curioso é que Guillaume realmente se vê em dúvida com relação a sua própria natureza, algo que lhe traz certa vulnerabilidade, e por isso acaba sendo bacana vê-lo agir de maneira tão segura a partir do momento em que finalmente se encontra.
E, para terminar, tem um que de clímax tocante, que mostra que o que vimos na tela não deixa de ser uma homenagem de Gallienne a sua mãe. Eu, Mamãe e os Meninos pode não ser o melhor filme francês do ano passado, mas certamente é um belo trabalho e uma estreia promissora de Guillaume Gallienne como realizador.
Pronto. Pensei, escrevi e coloquei o filme em meu blog (Índice Comédia, página 18) para que você, como eu, possa aprender a gostar...
Dersu Uzala
4.4 153 Assista AgoraExistem filmes que permanecem, que nos acompanha e nos faz sentir o quando a humanidade humana faz bem.
Assistir Dersu Uzala é um exercício de reflexão sobre o instinto de sobrevivência natural do ser humano, na verdadeira acepção da palavra. E a tenho como a obra mais eloquente que o cineasta japonês Akira Kurosawa produziu a respeito do tema. De forma sutil, ele nos faz pensar em nossos limites, propondo situações em que a natureza nos põe à prova, testando nossa habilidade de sobrevivência em um mundo diferente do nosso, onde pouco importa o que aprendemos anteriormente. Em tais condições, seguir os ensinamentos de quem já tem a experiência da adaptação ao ambiente que nos é inóspito torna-se primordial. Ao superarem obstáculos em conjunto, os personagens constroem uma relação de mútuo respeito, em que conhecimento é transmitido de forma natural.
Dersu Uzala é um filme do renascimento de Kurosawa, após uma tentativa de suicídio, em 1971. Frustrado com seus filmes anteriores, talvez influenciado pela morte do seu irmão, Heigo – que disparou contra o próprio peito após forte processo de depressão, aos 22 anos – o cineasta cortou-se diversas vezes na garganta e pulsos, passando por um difícil período de recuperação. Sobreviveu e aceitou convite do mais importante estúdio da União Soviética (o Mosfilm) para filmar a história do encontro entre o capitão Arseniev e Dersu Uzala. A obra foi realizada em situações dificílimas, em sets de filmagens no interior da Sibéria, onde foi decisiva a infra-estrutura colocada à sua disposição pelo governo soviético. Estava concluída em agosto de 1975.
Numa das cenas inesquecíveis do filme (aos 53 minutos), Dersu e o explorador russo se encontram em local aberto, uma estepe, quando uma nevasca os atinge. No frio siberiano (que pode atingir até 60º negativos), o russo se abate, quase que como entregue à morte certa. Dersu o convence a recolher os arbustos da estepe. Mesmo sem entender direito o significado do ato, este, cambaleante, faz o que Dersu lhe pede, até o esgotamento. Dersu então, continua recolhendo a vegetação rala, que mais tarde se transformará numa pequena cabana, cavada na terra. Uma cena digna das melhores do cinema com relação ao embate entre natureza e sobrevivência.
O filme inicia e termina com a procura que o capitão empreende, para descobrir onde Dersu Uzala foi enterrado. Seu túmulo estava escondido, pois a floresta onde jazia seu corpo fora destruída para dar lugar a uma recente construção de casas. O mongol fora assassinado por um ladrão que cobiçava seu moderno rifle, presente do amigo.
Bela história, em filme incomum. Mas, também um tema para reflexão, em momentos de procura do novo homem que todos buscamos e, caso você deseje assistir ou rever essa peça de arte, o filme está em meu blog no índice DRAMA, página 36.
A Fita Branca
4.0 756 Assista AgoraTomei conhecimento desse austríaco em uma das conversas que tive com meu pai, em uma das memoráveis tarde sentados na calçada em um final de tarde rodeados de estudantes do SESI que pareciam deslumbrados com 'aqueles' dois velhinhos falando sobre coisas de cinema.
Crimes de ódio não são novidade nos filmes de Michael Haneke (Violência Gratuita), e em A Fita Branca (Das Weiße Band), Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2009, ele procura a origem do crime de ódio mais filmado e analisado do século 20, o Holocausto, obviamente a antevisão da futura etiquetação antissemita de judeus nos princípios da Segunda Guerra.
A maneira que o diretor austríaco encontra para dar rosto a esse mal é agressivamente despojada: close-ups de caras limpas, de feições sem traços de culpa ou de remorso, sem traço mesmo de ódio - ainda que esse ódio, nós sabemos, exploda de tempos em tempos. Um personagem diz, em algum momento, certeiro, que se trata de um ódio pior: os linchadores odeiam a si mesmos. De novo, como em Caché, a questão é entender quem é de fato a vítima.
Se A Fita Branca está preso à analogia com o nazismo, pelo menos a exerce com lampejos de brilhantismo, como no plano final, da missa na igreja, com sua arquitetura que lembraria depois um salão do Terceiro Reich. Independente da crítica que se faça à postura de Haneke diante do espectador, é inegável que ele está se fazendo entender.
Um ótimo filme que deve constar entre os assistidos (ou assistíveis) de quem aprecia a arte e, para aqueles que pretendem vê-lo, o filme está em meu blog no índice SUSPENSE, página 7.
Supergirl
2.2 99 Assista AgoraPuxa!
Nem precisava terem sido feitas 5 versões diferentes do roteiro até se chegar ao formato definitivo. Em uma delas o filme iniciaria com a explosão de Krypton, mostrada em Superman - O Filme (1978), e nem Helen Slater ter treinado de 3 horas por dia, durante 3 meses, para poder realizar as cenas de voo de sua personagem. Para realizar estas cenas a atriz foi suspensa por cabos de um guindaste à altura de 60 metros.
E, a bem da verdade, nem que tivesse passado a vida inteira treinando esse filme jamais decolaria e, mesmo que às vezes discorde, o pessoal do Framboesa de Ouro bem que deveria ter confirmado o prêmio máximo para Peter O'Toole (Pior Ator) e Faye Dunaway (Pior Atriz) que esse filme é o pior que lhes poderia ter acontecido.
Mas (Putz! lá vem um mas...) nem tudo pode-se ter e nem tinha como não ser assim: o filme está em meu blog no índice AÇÃO/AVENTURA, página 14 pelo que peço humildes desculpas afinal... Ah! Deixa pra lá!
Viagem ao Centro da Terra: O Filme
3.0 564 Assista AgoraVocê sabia que...
Curiosidades e Informações extras (ERROS):
● Paul Chart seria o diretor e roteirista de Viagem ao Centro da Terra - O Filme, mas deixou o projeto após a decisão de rodar o filme usando a tecnologia 3D.
● O roteiro escrito por Paul Chart foi bastante modificado após sua saída do filme, de forma a ressaltar cenas que explorassem os efeitos 3D.
● É o primeiro filme com atores a ser inteiramente rodado usando a tecnologia 3D.
● O personagem Max Anderson foi nomeado em referência ao famoso dramaturgo Maxwell Anderson.
Prêmios e Indicações:
● Teen Choice Awards
● Indicado na Categoria Prêmio Teen Choice Filme do Verão de Aventura
● World Soundtrack Awards
● Indicado na Categoria Revelação do Ano Andrew Lockington
● Young Artist Awards
● Indicado na Categoria Melhor Performance em um Longa-Metragem - O ator jovem Josh Hutcherson
● BMI Film & TV Awards
● Ganhou na Categoria Prêmio BMI Film Music Andrew Lockington
● International 3D Society
● Ganhou na Categoria: Melhor talento 3D, para Brendan Fraser
O filme está em meu blog no índice AÇÃO/Aventura, página 1.
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista Agora● O filme gerou polêmica em alguns países, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos da América, devido à alegações de que ele promovia o uso de drogas. O senador estadunidense Bob Dole o criticou duramente durante a campanha eleitoral para a presidência de 1996, apesar de ter admitido que de fato não chegou a assistir ao filme.
● Apesar das críticas, Trainspotting foi geralmente aclamado como um filme bastante original e interessante, retratando o movimento clubber no Reino Unido. Em 2004, foi considerado pelo The New York Times como um dos 1000 melhores filmes já produzidos.
●A trilha sonora foi lançada pela gravadora EMI Records. Integra a lista elaborada pela revista Rolling Stone das vinte e cinco melhores trilhas sonoras de todos os tempos.
Ato de Valor
3.5 256Não vamos exagerar e nem taxar esse cono o melhor filme de guerra, mas o formato de ficção, mas com forte inspiração documental esses, então novatos, diretores Mike McCoy e Scott Waugh: Ato de Coragem. É também o primeiro na história do cinema a utilizar - inclusive como gancho de promoção do longa - fuzileiros navais americanos no elenco principal.
Apesar de causar estranheza à primeira vista, a ousadia desperta curiosidade. Na própria campanha de divulgação do filme fica claro que não se trata de uma ficção sobre missões secretas, mas sim de um mergulho no cotidiano desses soldados. A história é ficcional, mas os equipamentos e táticas de batalha são reais.
Hei de convir que o roteiro é digno de qualquer filme de Ethan Hunt ou James Bond, mas sem o romantismo que lhes é próprio. As missões são retratadas em sequências duras e secas, sem qualquer charme. Isso não significa, no entanto, que sejam mal executadas ou tediosas. Muito pelo contrário. A maior parte do filme é de sequências bastante complexas muito bem filmadas.
A fotografia do filme se adapta às sequencias de ação escolhendo ângulos inusitados para conduzir o espectador ao centro dos conflitos. Em pontos de vista que vão desde a mira de uma arma até tomadas aéreas do combate, o espectador é empurrado num mergulho categórico na adrenalina dos soldados. Há bastante tempo não se vê um longa com sequências de ação tão intensas, realistas e envolventes.
No entanto, o que o filme proporciona de arrebatador nas cenas de ação, desaponta nas atuações. Como é previsível, há um sensível desequilíbrio de qualidade entre as atuações dos fuzileiros e as dos vilões do filme (interpretados por atores). É um exemplo extremo de um viés cada vez mais comum no cinema moderno, principalmente brasileiro, de se utilizar não atores para interpretar papéis na telona. Naturalmente, há nele um propósito maior que simplesmente buscar nos "atores" a "vivência" dos personagens. Grande parte da graça do filme é essa: saber que há menos ficção do que se imagina é um gosto a mais.
Como resultado disso - da presença dos fuzileiros como atores - percebe-se um forte caráter publicitário no longa como um todo. O romantismo que falta aos personagens e à representação, sobra no discurso militarista e patriota. Ao espectador fica a impressão de orgulho ao sair do cinema, a imagem de heróis que lutam pela liberdade. Aos mais avessos à discursos do American Way of Life, isso pode incomodar, inclusive.
E, por fim, devo aconselhar aos maravilhados pelo visto sem que, no entanto, tenham melhor observado (ou assistido) com um pouco mais de acuidade, devo indicar que assistam "Tora, Tora, Tora", ou "A Rapos do Mar" e tantos outros de inigualável beleza antes de terem esse como um ótimo filme. Não, não é ótimo mas não é ruim, fiquemos como um bom filme!
Sim, o filme está em meu blog no índice GUERRA, página 1.
Cartas de Iwo Jima
4.0 300 Assista AgoraCuriosidades e Informações extras (ERROS):
● No começo do filme vemos um japonês de branco descendo a montanha na frente dos outros, mas não é ele que é o primeiro a entrar na caverna.
● Os dois soldados japoneses estão cavando a trincheira quando um oficial se aproxima, o soldado de faixa na cabeça se vira e fica em posição de sentido, depois do corte ele repete o movimento.
● Quando o avião aterrissa na ilha, um grupo de 5 japoneses se aproxima da pista e param. Depois do corte eles estão em posições diferentes, agora todos alinhados e em formação.
● Depois do general vir a noite olhar o mapa, existe um corte para uma cena do soldado indo levar sua carta para um outro soldado que está atrás de uma bancada. Observe que entre os cortes os objetos em cima da bancada mudam, principalmente ao lado da caneca.
● Quando acontece a tomada da rua com os soldados marchando, vemos a direita da imagem um japonês acenado a bandeira do Japão, e atrás dele os dois oficiais. Atrás dos oficiais existe um homem de bicicleta e um outro homem de faixa branca na cabeça que está parado. Depois do corte esse sujeito aparece andando bem atrás dos oficiais, o que seria impossível.
● Quando o oficial pula o obstáculo com seu cavalo, o soldado aparece batendo palmas, mas na tomada afastada o oficial que briga com eles não aparece, só depois.
● O cavaleiro volta quase derrubando o oficial com o cavalo. Depois do corte o soldado que tem um lenço branco na cabeça embaixo do seu quepe, aparece segurando uma madeira, depois do corte ele segura a madeira ao contrário, do outro lado do corpo.
● Perto de dezenove minutos do filme, quando o cavaleiro chega perto do general na praia, esse corre e coloca o lápis atrás da orelha direita, arrumando seu quepe em seguida. Logo depois ele abaixa seu braço direito, mas após o corte da tomada de costas para a tomada de frente ele está arrumando o lápis atrás da orelha novamente.
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Assista em meu blog: Índice Guerra, página 1.
A Carga da Brigada Ligeira
3.7 12 Assista AgoraCuriosidades e Informações extras:
● O filme seria originariamente sobre um episódio ocorrido na cidade de Cawnpore durante a Revolta dos Sipais ou Sipaios. Quando foi descoberto que a rebelião ocorrera três anos após a Batalha de Balaclava, o nome de Cawnpore (atual Kanpur) foi mudado para Chukoti e a rebelião se tornou um levante contra o governante fictício Surat Khan, do país imaginário do Suristão (referências vagas à Turquia). Suristão é, na verdade, um nome antigo da língua Pérsia para Síria. Niven comenta a mudança em seu livro sobre Hollywood.
● O episódio real da Carga da Brigada Ligeira não foi a vingança contra Surat Khan mas o resultado de uma disputa entre Lorde Cardigan e Lorde Raglan. A Batalha de Balaklava não resultou na queda de Sebastopol, como é citado de forma errada no filme. Os "Vigésimos Sétimos Lanceiros" são igualmente fictícios. Somente após 1941 é que surgiu uma unidade no Exército Britânico com essa denominação.
● A famosa carga da cavalaria foi montada por Michael Curtiz e o especialista em sequências de ação B. Reeves Eason, com o apoio da fotografia de Sol Polito e da música de Max Steiner. O texto do poema de Tennyson é sobreposto à cena da Carga, acompanhado da música de fundo de Max Steiner. Nessa sequência, o diretor Michael Curtiz, que não falava muito bem o inglês, ordenou "Bring on the empty horses" (Tragam os cavalos vazios), quando ele deveria dizer "riderless horses" (cavalos sem montaria). David Niven usou a frase como título do seu livro sobre Hollywood.
● Muitos cavalos morreram nas cenas de guerra, forçando o Congresso Americano a tomar medidas de segurança em favor dos animais nos filmes.
● As locações do filme foram em Agoura Hills, Califórnia.
● O grupo Iron Maiden usou cenas do filme para o seu clip de "The Trooper".
O filme está em meu blog, no índice GUERRA, página 1.
Círculo de Fogo
4.0 455 Assista AgoraEstá bem, está bem! Não resta dúvidas ser um bom filme mas...
1. Quando o soldado russo está dando as instruções sobre os rifles, ele tem um mega-fone na mão direita. Então porque ele não o usa e fica gritando o tempo todo?
2. O oficial político tem a lente esquerda do seu óculos quebrada logo no começo do filme quando seu carro capota. Mas depois ele aparece com a lente inteira. Onde consegui consertar o óculos?
3. Quando o atirador chega de trem, suas mãos estão ao lado do livro, uma de cada lado. Mas quando a cena é mostrada de dentro do trem, sua mão direita está em cima.
4. Durante a cena de sexo, veja o soldado que está dormindo, no topo da tela, parece que é difícil dele não rir ou sorrir.
5. Quando o mapa do avanço alemão é mostrado, a Suíça é mostrada a ponto de ser assumida. A Suíça nunca foi invadida pelos alemães.
6. Na cena de batalha de abertura, um soldado russo é atingido na perna e então na cabeça. Algumas cenas depois, o mesmo clipe é mostrado novamente.
7. Na cena onde Danilov mostra para Vasily os folhetos que elogiam as façanhas dele, a câmera mostra um folheto com 4 soldados alemães mortos por ele. Depois aparece o folheto com 5 soldados.
8. Quando Kruschev e Vasily vão para a reunião de imprensa, o hino nacional soviético está tocando no fundo. O hino atual não foi escrito até janeiro de 1944, um ano depois da Batalha de Estalingrado.
9. No filme quando eles estão mostrando o avanço da Alemanha no mapa da Europa, eles mostram a Alemanha invadindo a Turquia. A Turquia não entrou na guerra até 1945.
10. Bem no começo do filme quando Danilov está dirigindo para escapar dos alemães pela cidade, você pode ver o capacete do bublê quando o carro começa a girar.
11. Depois que eles tentam apanhar Konig com o truque do capacete, nós vemos um deles acender um cigarro. Parece ser muito grande inicialmente. Quando o ângulo muda, o cigarro encolheu até sua metade.
12. No começo do filme, quando você vê as pessoas que pegam os trens de tempo em tempo, há uma cena de um vagão com duas torres. Você pode ver que as armas são feitas de plástico.
13. Na casa da senhora velha, ela ouve algo, e assopra a vela, mas ela ainda ilumina a casa depois de ser apagada.
14. Em uma cena um tanque T-34 soviético é mostrado no meio do campo de batalha. Este é claramente um modelo de T-34/85, mas este tipo de tanque não apareceu até 1943. Durante a Batalha de Estalingrado eles estavam usando o modelo T-34/76, mais velho e com a torre menor.
15. Na cena onde Danilov e Kruschev estão no quarto de guerra quando eles pensam que Zaitsev está morto, preste atenção aos mapas nas paredes. Estes mostram os EUA moderno e os mapas de defesa britânicos que não estavam disponíveis até 1960.
16. Na sucessão de mapa que mostra a aquisição da Alemanha dos países europeus, a Noruega não está invadida. Ela foi invadida em 9 de abril de 1940.
17. Quando Vasily e Danilov se encontram na fonte, onde eles são rodeados por soldados russos mortos. Em um certo ponto, há um close-up de Danilov. Você pode ver um dos soldados mortos se movendo. Será que estava fingindo também? O Falhinha acha que não.
18. No começo, quando o oficial político está se abaixando atrás da parede, o pino no rifle dele está levantado, mas quando ele apóia para atirar, o pino está abaixado. --> O "pino" referido neste erro é, na verdade, a alavanca de manejo do ferrolho. Fuzis de repetição por ferrolho precisam que, a cada tiro, o atirador levante esta alavanca (o que destrava o ferrolho e, em alguns modelos, arma o percussor), puxe-a para trás (o que ejeta o cartucho vazio), empurre-a de volta para a frente (coloca um cartucho na câmara e, em outros modelos, o percussor é armado nesta fase) e a abaixe novamente a cada tiro. Com a alavanca levantada, a arma não atira, devido a um mecanismo de segurança que impede o disparo caso o ferrolho não esteja completamente fechado. Havia quem portasse esse tipo de fuzil com a alavanca do ferrolho levantada por questão de segurança, abaixando-a na hora de atirar. O movimento de baixar esta alavanca pode ser feito tão rapidamente que não dá para considerar que seja um erro por ter passado despercebido ou que tenha sido executado entre as duas tomadas.
19. O exército alemão nunca teve uma Divisão 116 de Infantaria na Segunda Guerra Mundial. Houve uma Divisão 116 de Panzer que foi formada em 1944, da 16ª Divisão de Panzergrenadier.
20. Na cena onde Jude e Joseph Fiennes vão conhecer Bob, Jude tem um corte na testa. Ele muda de acordo com as tomadas.
21. Na cena onde Vasily está atrás da fábrica química e espera pela aparição do major, os soldados correm para debaixo dos vagões do trem. Nas outras cenas alguns dos soldados desaparecem de repente, e então reaparecem.
22. No começo do filme, quando eles mostram o mapa da Europa que é assumida lentamente pelo Nazistas, a União Soviética no mapa é a Rússia de hoje. Eles descrevem a Ucrânia como um país separado, quando de fato, fazia parte da União Soviética.
23. Na realidade, os russos fizeram uso extenso de camuflagem de inverno durante as batalhas, contudo todo soldado russo que nós vemos não tem este equipamento.
24. Vasily parece ter uma orelha esquerda perfurada. De um brinco talvez, algo meio Incomum para um soldado russo na Segunda Guerra Mundial.
25. Podemos perceber que os óculos de Joseph Fiennes quando ele está na sede soviética, são feitos com lentes anti-reflexo, algo que não estava disponível na época.
26. No começo quando eles mostram o rifle do Vasily quando ele é jovem. O pino na parte de trás do rifle aparece diferente nas tomadas.
27. Na cena do salto, na segunda vez, o sujeito francês salta e é atingido no lado da cabeça. Na próxima cena ele tem a ferida de bala na frente da cabeça.
28. O duelo do filme não está em nenhum registro Russo existente.
29. Se Vasily era tão importante para o exército Russo, então ele não deveria sair para pegar as provas de seu tiro. Não seria muito arriscado ? Será que não tinha ninguém para fazer isto?
30. Na primeira batalha quando os soldados revesam aqueles que ficam com rifles e balas, durante a batalha quando um soldado cai, uma parte de terra cai na lente da câmera.
31. Na cena de travessia do rio, no começo do filme, um barco é atingido e explode. Esta cena é mostrada mais de duas vezes por ângulos diferentes.
32. A foto do fuzil Mosin-Nagant que aparece na capa do filme está invertida, pois a alavanca de manejo do ferrolho está virada para o lado esquerdo.
33. No filme, a maioria dos soldados russos é vista portando fuzis Mosin-Nagant de ferrolho, e pouquíssimos armados com as submetralhadoras PPSh-41. O Exército Vermelho foi o único na Segunda Guerra Mundial a ter mais submetralhadoras do que fuzis, prática que foi adotada depois da guerra contra a Finlândia (1939/1940), onde os russos aprenderam a dar mais valor a este tipo de armamento em relação ao fuzil de infantaria.
Bem, continua sendo um bom filme...
Sim! Ia esquecendo: O filme está em meu blog no Índice Guerra, página 1.
Alice nas Cidades
4.3 96 Assista AgoraNem sei onde ouvi falar desse filme, mas fiquei maravilhado ao assistir. Sabe como é, é inevitável que tenhamos algum tipo de expectativa para cada filme que iremos assistir, entretanto, há uma espera comum desde o momento do play: a expectativa de que algo menos ordinário aconteça no decorrer da trama, principalmente quando não se tem a mínima ideia de 'o que será, o que há porvir'..
Alice nas cidades é diferente, a proposta desse longa é simplesmente essa gratuidade dos acontecimentos. O filme inteiro é uma quebra de expectativa quanto ao extraordinário; eficiente, porém talvez por conta da expectativa em momento algum sequer se imagina que há um 'porque' dentro dessa quebra contínua das expectativas peklo que há de vir após um qualquer momento.
Esse longa é o primeiro da trilogia de Road movies do diretor, sempre repleto de imagens contínuas; seguido por Movimento Falso (1975) e Reis da Estrada (1976), todos contando com o mesmo ator principal.
A beleza da obra de Wenders está em seu significado. Encantado com poder do cinema de dá movimento às imagens, o diretor constrói esse belíssimo Road movie existencialista. Pois o personagem, antes de conhecer a pequena, vivia um drama interno em busca de sentido para viver. Eis a explicação para as fotos tiradas por ele – as imagens eram tidas como uma comprovação de que ele realmente tinha visto aquilo, que ele existia. Novamente, aqui aparece a verossimilhança do diretor em busca de imagens para seu filme metafórico e a magia que o cinema lhe proporcionara em poder registrá-las.
Em suma, Alice nas cidades faz valer o tempo gasto assistindo. Os diálogos que pode haver entre um homem e uma menina de 9 anos são impressionantes. É altamente agradável assistir a esse longa que mostra, simplesmente, uma sucessão de acontecimentos. A amizade que nasce entre os personagens – ele pela solidão e ela pela carência paternalista – é linda de se vê. Enfim, chega a ser engraçado como um filme de acontecimentos tão ordinários desperta em nós uma sensação extra.
Está bem, queres ver? Pois dê uma bisurada em meu blog, no índice DRAMA, página 36!
O Triunfo da Vontade
3.8 96 Assista AgoraNão resta dúvidas, eles sabiam montar um espetáculo e, dolorido para a humanidade, esse louco achou que poderia ser DOMO DO MUNDO!
Assista em meu blog: Índice DOCUMENTÁRIO, página 6
Grand Central
2.9 45Não, não vou escrever sobre esse filme, deixo para o mestre Rubens Ewald Filho.
"O maior interesse é a presença de dois jovens atores /astros franceses do momento, a interessante Lea Seydoux (em cartaz com ) e o ator árabe mas Frances de nascimento Tahar Rahim (revelado em O Profeta, tem uma figura simpática e esta fazendo carreira internacional em filmes como O Principe do Deserto, a Legião Perdida, o recente O Passado, e algo chamado Samba que esta sendo rodado com Omar Sy). A diretora Rebeca ( havia feito Belle épine, 10 com a própria Lea depois de experiência em roteiros e curtas). Mas o resultado é apenas mediano. Talvez curioso por situar a ação numa usina atômica, onde os operários estão sujeitos a constante perigo e contaminação. É lá que Gary Manda (Rahim) vai procurar emprego e se envolve com a namorada de um colega, com quem tem encontros furtivos. Pouco se sabe dela e menos ainda do amor. Os filmes hoje em dia explicam muito pouco dificultando a tarefa do espectador. Como vamos torcer por alguém que não conhecemos, que nos diz tão pouco e mesmo por este herói tão perdido e sem destino. É uma exigência exagerada do espectador que fica esperando uma crise na usina ou algo maior do que simplesmente a moça resolver se casar com outro. Fraquinho. A não ser que exista gente ainda que vai ao cinema para ver os atores que curte."
Pois é, apesar de tudo o filme está em meu blog, índice ROMANCE, página 10.
O Livro do Apocalipse
3.3 27Sim! ) filme está em meu blog: Ficção, página 5
Aurora
3.6 66Putz! O que vou falar (escrever) sobre esse fenomenal filme?
Espere, espere... Antes preciso dizer que é inevitável a comparação entre “Aurora” (Vanishing Waves, 2012) da lituana Kristina Buozyte com “A Origem” (Inception, 2010) de Christopher Nolan: enquanto a produção hollywoodiana abordava o mundo onírico pelo viés das neurociências (jamais a palavra “inconsciente” era citada), a produção lituana aborda o mesmo tema, mas fiel ao ponto de vista freudiano sobre a dinâmica do psiquismo, inovando as representações do inconsciente no cinema através de engenhosos efeitos inspirados em MC Escher e expressionismo alemão. Se Freud considerava o inconsciente como o “Isso” e o “Estranho”, “Aurora” mostra como uma neurociência atual munida de interfaces digitais e mapas neuronais tenta ignorar essa origem de toda atividade humana impossível de ser apreendida pela ciência racionalista.
Muito melhor que em A Origem, o filme Aurora consegue criar imageticamente representações instigantes do inconsciente no sentido próximo do “Isso” ou “O Estranho” a que Freud se referia: primeiro, a casa de madeira em estilo MC Escher que parece estar eternamente num processo de destruição de si mesma; e a perturbadora cena da orgia que parece ser nada mais do que um emaranhado de braços desmembrados e pernas, ondulando todos juntos em uma única massa autônoma.
Por isso Aurora se filia a filmes como Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) onde não só a dimensão do inconsciente ganha criativas representações cinematográficas como também desafia o projeto tecnognóstico de controle e engenharia social que sustenta as neurociências atuais que pretende ignorar esse elemento fundador do psiquismo por um motivo: o inconsciente é anárquico e indomável demais para ser controlado pela ciência.
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O filme está em meu blog, índice FICÇÃO, página 5.
Incertezas
2.8 109Escrevi aqui em filmow que "Dentro de cada ato ou fato aparentemente sem sentido, há um sentido intrínseco habitando os momentos incompreendidos." E reafirmo que "Há um que de maravilhoso na arte da grande tela e, muito mais e estranhamente gostoso, é o teu olhar ao assistir um filme. O que tu vê e o que tu sente é somente teu e as tuas impressões são pessoalmente tuas."
“Incertezas”(Uncertainty/EUA,2010) salta aos olhos. É um exercício de estilo como não se vê, habitualmente, em nenhuma cinematografia. O titulo reflete um tema: a primeira sequencia é a de um casal que de forma monossilábica refere algo que está num processo decisório entre eles e aqui um início de incertezas. As situações que vivem as figuras desse filme em tempos distintos indaga que não se sabe qual o primeiro a ser vivido (ou em vivência) não são solucionadas e, retilineamente, permanece a incerteza para onde seguirão. Planos alternados os mostram andando. A ponte é a metáfora. O caminho que a câmera observa de longe é a planta de um destino incerto. O titulo do filme.
A única e grande certeza é que Scott McGehee e David Siegel são diretores novos e que não se filiam aos estúdios majoritários norte-americanos e, talvez por isso, alguns críticos norte-americanos reclamaram as reticências que seguem a trama (ou as tramas). Poucos alertaram para a novidade formal. Não me lembro de ter visto uma narrativa tão criadora em muitos anos. E não me parece gratuita. Dois destinos para duas pessoas são observados simultaneamente como ilustração de uma incerteza que cerca essas pessoas desde o primeiro plano gravado. Em um deles a trama policial ganha corpo e prende a atenção do espectador. Mas o contraste com o outro destino, mais um romance que não se sabe como vai fechar, serve também de contraste. Os enamorados estão nas duas histórias bem unidos. Se esta união é suficientemente forte para um relacionamento mais forte, o perigo que enfrentam por conta do celular achado é um argumento a convencer. E não é só isso. A incerteza está, também, no resultado da união: o filho gerado há 11 semanas deve nascer? A família, pelo menos de um lado, é importante na decisão? Ou cabe uma volta ao espaço, não necessariamente no tempo, para jogar outra moeda na ponte? Ou simplesmente andar pela ponte até chegar a um “outro lugar”?
Um filme muito curioso que não chegou aos nossos cinemas, mas está disponível em DVD nas locadoras (FOXVIDEO). É um exemplo muito sugestivo da cinematografia independente, a que se lança em festivais e circuitos exibidores menores e mais ligados ao que ainda se chama de “filme de arte”. Vale a pena conhecer.
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Outra grande certeza é que esse filme está em meu blog no índice DRAMA, página 35.
As Delícias da Tarde
2.9 116 Assista Agora● Este é o primeiro longa da diretora.
● O cineasta Quentin Tarantino incluiu Afternoon Delight em sua lista dos dez melhores filmes de 2013
Prêmios e Indicações:
● Jill Soloway ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Sundance 2013.
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O filme está em meu blog: Índice DRAMA, página 35
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Trinta Anos Esta Noite
4.3 142● Adaptação do livro Fogo Fátuo do escritor e ensaísta francês Pierre Drieu La Rochelle.
Prêmios e Indicações:
● Festival de Veneza 1963 (Itália)
▪ Recebeu o prêmio especial do júri e o prêmio dos críticos de cinema italianos.
▪ Indicado ao Leão de Ouro.
● Academia Japonesa de Cinema (Japão)
▪ Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro.
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O filme está em meu blog.
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Canções de Amor
4.1 829 Assista AgoraCuriosidades e Informações extras:
● Todas as canções do filme são versões de músicas do cantor e compositor francês Alex Beaupain.
Prêmios e Indicações:
● Festival de Cinema Romântico de Cabourg 2007 (França)
▪ Ganhou: Melhor Diretor — Christophe Honoré
● Festival de Cinema de Cannes 2007 (França)
▪ Indicado: Palma de Ouro
● Prémios César 2008 (França)
▪ Ganhou: Melhor música original — Alex Beaupain
▪ Indicado: Melhor som (Guillaume Le Bras, Valérie Deloof, Agnès Ravez e Thierry Delor), Melhor ator revelação (Grégoire Leprince-Ringuet), Melhor atriz revelação (Clotilde Hesme).
● Étoiles d'Or 2008 (França)
▪ Ganhou: Melhor compositor — Alex Beaupain
E, para que fique claro, esse filme não é um Musical!
Assista em meu blog, Índice ROMANCE, página 10
Lust for Love
3.0 9 Assista AgoraCuriosidades e Informações extras:
● Para produzir o filme, a equipe de criação captou recursos na internet via Kickstarter, tendo por meta arrecadar US$ 70.000.
● Entre 12 de outubro de 2011 a 10 de Novembro de 2011, foi arrecadado US$ 101.030 porém esse fundo se esgotou pouco antes do final da fotografia principal.
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Um filme interessante que, mesmo sendo um lugar comum nos filmes americanos, consegue fugir um pouquinho de tantos outros do gênero. A direção descompromissada de Anton King (que também assina o roteiro) deu um toque especial ao trio de atores desconhecidos do grande público, com destaque para o bom desempenho de Fran Kranz (cafiforniano formado na Universidade de Yale que atua desde 2001) com seu Astor bastante diferente e mais maduro que seus trabalhos anteriores (Muito Barulho por Nada, O Segredo da Cabana, Diário de um Banana 2: Rodrick é o Cara, Dollhouse (1ª e 2ª Temporada) para citar alguns).
Não é lá grandes coisas, mas dá o recado prometido e, o melhor, está em meu blog no índice COMÉDIA, página 18.