Achei melhor que a primeira temporada. Chega muito perto das 4 estrelas, mas ainda peca por, apesar de ter poucos episódios, passar um bom tempo andando em círculos com a narrativa para na segunda metade da temporada a coisa impulsionar, além de que certos personagens e fatos importantes aparecem aqui de forma um tanto repentina sem ter sido nem ao menos mencionados na temporada anterior - e ainda tem um tanto de conveniências de roteiro, mas é algo inerente ao gênero. A violência aqui é mais constante e impactante, as críticas estão certeiras e os personagens estão muito melhor desenvolvidos. O plot da Vought e Tempesta caiu como uma luva para os dias atuais, analogia impecável da relação entre capitalismo, democracias e nazismo. A season finale é o melhor episódio da série até o momento, eletrizante. As expectativas para a próxima temporada estão bem boas.
Donald Glover e Hiro Murai chegam nessa temporada para implodir barreiras que eles mesmos tinham construído sem fugir de uma proposta genial. Ainda que alguns episódios sejam menos empolgantes que outros - afinal, temos sequências simplesmente geniais -, todos giram em torno de uma vivência em comum, de uma posição social estabelecida, e brincam com os focos da narrativa, com o ponto que abordam, com o gênero com que flertam, com as referências que satirizam, com os personagens centrais, com tudo possível. Essa temporada é completamente reformulação, desconstrução e ampliação de horizonte. O surreal aqui chega ao ponto máximo - até o momento - e isso é simplesmente fantástico. Até os anti-clímax são calculados e propositais. Continua sendo uma das séries mais geniais em exibição. Valeu muito a pena a espera.
Melhor que a segunda temporada, abaixo da primeira. Souberam acertar nós episódios mais sarcásticos e voltados ao humor. Os voltados a ação e suspense não funcionaram tão bem porque tiveram conclusões um tanto fracas. Mas não dá pra não falar da perfeição que foi Jibaro. Episódio ímpar, talvez o melhor das três temporadas sem ter uma palavra sequer pronunciada. Completa viagem visual, auditiva e narrativa.
Se o final da série foi meio triste, esse especial resgata a alegria dos fãs e dá bons fechamentos aos seus personagens. Muito bom ver as mudanças (ou não) no escritório e presenciar os reencontros. Tudo aqui finalizou bem como deveria.
Melhor que a primeira temporada e uma pena que não continuou. Os três últimos episódios tem cenas impagáveis e extremamente vergonhosos que são os melhores momentos da série. A dinâmica com a fusão das filiais e o "pentágono amoroso" entre Tim, Dawn, Rachel, Gareth e Lee fizeram essa temporada andar muito bem. O último episódio impressiona pelas resoluções um tanto melancólicas. The Office britânica realmente fez história nas séries de comédia.
Consegue ser um tantinho melhor que a anterior porque, como precisa concluir, os enredos ao menos têm desfecho, mas a produção não quis se esforçar muito pra respeitar os fãs que ainda esperavam um vislumbre do auge da série. Poderiam ter acabado no penúltimo episódio que estaria menos ruim, pois o último acabou deixando tudo mais agridoce pela forma como tudo pareceu feito nas correrias, com o roteiro escrito numa madrugada e o episódio realizado num dia só pra ser lançado no dia seguinte. Poderia soar justa a conclusão se não tivessem feito tanto vai e vém de coisa nas últimas três ou quatro temporadas. Foi bom ver vários personagens voltando, ouvir de novo bons clássicos do rock que estavam em falta na série e acho que a nota um pouquinho mais alta é porque o fato de ser finalmente uma conclusão é quase um alívio e a série soube estabelecer essa sensação de tristeza e saudades por ver personagens carismáticos (apesar de serem atores bem ruinzinhos) estarem partindo, pois depois de tanto tempo acompanhando as aventuras dos irmãos, você sente que eles são amigos seus, mesmo com tantos altos e baixos (e quantos baixos). Mas, no fim das contas, poderia tudo ser muito, muito melhor ou ter ao menos um pouco mais de esforço.
Tá entre as piores temporadas da série porque iniciaram vários plots que tinham tudo para ser interessantes, mas estragaram todos. Miguel "pique blainde" foi mais cafona que assustador, a ameaça estrondosa dele se resolveu num ex machina um tanto bobo; o enredo de Jack, que era o mais promissor, teve tanto vai e vem que perdeu a graça no meio do caminho, além de que o personagem mudava de personalidade e nível intelectual de um episódio pra outro sem sentido; a parte do Nick, que era disparada a mais legal, foi tão enrolada que também perdeu o fôlego no meio do caminho; o plot de Miguel na mente de Dean começou bem também, mas ficou cansativo de acompanhar; mas o pior foi a forma como trataram a Mary, deixando óbvio que os roteiristas trouxeram ela de volta, mas não sabiam o que fazer, tanto que a solução que encontraram foi péssima e resultou num dos episódios mais chatos da temporada. Apesar disso, tivemos o ótimo episódio 300 com o retorno do Jeffrey Dean Morgan, a volta do cara na season finale (que também tinha tudo pra ser ótima, mas se perdeu na metade) e os divertidos episódios 4 e 15. Porém, foi muito pouco pra conseguir salvar o todo, numa temporada que conseguiu o mérito de ser mais cansativa com menos episódios.
Foi um episódio bem bonito pelas festas de fim de ano e pela forma como mostra uma conexão muito mais forte entre os sensate, mas não entrega muito além disso, apesar de que as histórias de Wolfgang e Sun chegam a pontos bem empolgantes. Esperando que Sussurros finalmente se mostra ameaçador na segunda temporada.
Toda a base da série americana está aqui, só que ainda mais incômoda e sem intenção de ser agradável aos seus espectadores. É o humor britânico em sua forma mais constrangedora, e Ricky Gervais leva isso ao máximo com seu egocêntrico e irritante David Brent. O elenco coadjuvante manda bem, especialmente Mackenzie Crook e Martin Freeman. A versão americana é mais agradável de se assistir, mas essa preza mais pelo mockumentary e tudo é tão realista que é sinceramente vergonhoso. Mas não é algo que agradará a todos.
Impressionante como o título deixa tão claro que é uma sátira e muita gente não percebe. Pode não ser de fazer gargalhar do início ao fim, mas acerta pela forma como não se leva a sério se levando a sério demais enquanto um monte de acontecimentos sem sentido e furos são exaustivamente expostos, mostrando como o gênero de suspense é cheio de incoerências e clichês, e nesse sentido os exageros caem muito bem, principalmente no escrachado episódio final. Kristen Bell atuando mal para estar bem para a proposta é a cereja do bolo, além das frases da lápide mudando sempre, as ações repetitivas dos personagens, os segredos estranhos, as caçarolas intermináveis, a fobia inexistente, a morte trágica totalmente bizarra, além de um final que deixa um gancho só para satirizar os ganchos. Espero que a Netflix não venha com uma continuação, porque tá bom desse jeito.
Os episódios finais merecem nota 10, pois são um presente gigantesco aos fãs, fecham a história de todos da melhor forma possível, trazem uma enxurrada de momentos emocionantes e hilários, além de cenas e frases que vão ficar nos corações de todos que amaram acompanhar as desventuras desses personagens tão estranhos e reais. Dar-se conta de que não haverá outro episódio para devorar em seguida, de que não veremos mais a abertura icônica nem cantarolaremos juntos a canção-tema dá um aperto no coração e uma tristeza tal qual a partida de um amigo querido, mas foi um dos melhores finais que podiam ser feitos para a série, sendo também um dos melhores e mais emocionantes que vi. Porém, esse fim de temporada, que coroa a trajetória, veio numa temporada final bem aquém do merecido, tendo em sua primeira metade (e um pouco mais além) muitas voltas no roteiro, com diversos momentos em que a trama não saía do lugar e decisões que incomodaram muito o público (o plot de Andy e Erin e a questão de Jim, Pam e Brian foram super chatos de acompanhar). Depois, quando a série se dá conta que caminha para seu fim, entra nos trilhos e encontra seu caminho para uma qualidade vista no auge da série. Uma pena que isso não apaga a decaída anterior, mas ao menos respeita os fãs, os atores e seus personagens. Um final maravilhoso numa temporada oscilante. No fim das contas, apesar dos pesares, tudo valeu a pena e The Office fará muita falta.
A terceira temporada de Succession era uma das grandes expectativas em termos de seriados dos últimos anos, visto que a segunda temporada foi um evento estrondoso, devorando prêmios a rodo e passando por cima dos deslizes anteriores da HBO. Afinal, com uma season finale tão apoteótica quanto This Is Not for Tears, seria possível a terceira temporada manter o mesmo nível ou Jesse Armstrong só deu seu golpe de sorte? Então ele veio e provou que não foi sorte. E provou isso repetidamente. Desde o piloto, toda a dinâmica da série foi atualizada para melhor: as direções dos episódios entregaram momentos sublimes (o que dizer dos finais de episódio de basicamente TODA a temporada? Ou a cena focada na mudança de expressão de Kendall durante a caminhada em The Disruption? Ou os longos silêncios ensurdecedores de Lion in the Meadow? Ou a "caminhada da vergonha" de Shiv em What It Takes? Isso porque nem é necessário falar dos três últimos episódios da temporada, que são irretocáveis); o roteiro conseguiu apostar altíssimo o tempo todo e jogar com riscos grandes, mas conseguiu se sobrepor a isso e entregar resultados inesperados e totalmente eficazes - para não dizer magistrais -, além de trazer um humor muito mais afiado; a produção investiu mais do que nunca em locações que exalam luxo, riqueza e rios de dinheiro em cada detalhe, numa exposição contínua e quase onírica dos excessos do 1%; a trilha sonora de Britell encontra seu ápice máximo (os temas de Chiantishire e a música final de All the Bells Say, por Deus!); e, mais do que nunca, um espetáculo de atuações. Brian Cox tem uma presença magnética e assustadora em tela, sabendo ir da extrema fragilidade da idade a um ódio quase animalesco com uma facilidade que assusta. Ainda assim, acho que os prêmios de melhor ator, se forem para a série (alguém duvida que essa temporada não leve tudo que concorrer?), irão para Jeremy Strong, que entre trancos e barrancos, entregou não só momentos impressionantes, mas episódios inteiros fantásticos, especialmente o 3, o 7 e o 8 - simplesmente de tirar o fôlego. Como coadjuvantes, Alan Ruck tem disparada sua melhor temporada, com destaque para uma cena brilhante na season finale; o mesmo pode se dizer para Nicholas Braun, com seu mesquinho e aproveitador Greg Hirsch; mas os destaques vão para Sarah Snook - quando Shiv se irritava durante a temporada, meu amigo... - e, claro, Matthew Macfadyen e Kieran Culkin, os protagonistas morais dessa terceira parte. Que crescimento absurdo de seus personagens e que performances devastadoras dos intérpretes. Ambos garantiram boa parte dos melhores momentos não só da temporada, mas da série. Por fim, que season finale. Brilhante. Provavelmente um dos cinco ou dez melhores episódios de série que já vi. E não é nada exagerado dizer que, com muita folga, Succession é a melhor série em exibição atualmente e pode vir a figurar entre as melhores já feitas. Essa terceira temporada é a coroação disso. Difícil será sobreviver até a estreia da quarta.
Tem bons momentos na segunda metade da temporada, mas perdeu o brilho anterior. Apesar de gostar do número reduzido de episódios, isso atrapalhou o desenvolvimento de qualquer trama geral, resumindo-se a somente dois plots que no fim das contas pouco influenciou na dinâmica da série, como ocorria a cada temporada. A maioria dos episódios ficou muito filler, sem trazer nada de relevante à história geral. E, apesar de continuar divertida, aqui não se viu o teor crítico e reflexivo que a série sempre gostou de trazer. Uma pena ter caído o nível.
Claro que a saída de Carell seria sentida, mas eles ficaram bem perdidos a maior parte do tempo. A segunda metade da temporada é que melhora porque passa a focar em outras dinâmicas e outros personagens, mas a primeira metade, mais focada em Andy e Robert, é bem maçante, afinal o próprio personagem do Andy não foi a melhor escolha para substituir a presença e o carisma incomparável de Michael Scott. O maior problema com certeza foi Robert California. Prometeu algo no fim da temporada anterior pra passar a temporada toda como uma incógnita insuportável, saindo de cena de uma forma bem fraca. O fim de temporada também foi um dos mais fracos. A relação entre Angela e Pam também foi um ponto bem enjoadinho (na verdade, quase tudo relacionado a Angela e a ausência de Pam por um bom tempo). Mas a maior participação de Daryl e Erin, os bons momentos de Stanley e Kevin, além da relação entre Dwight e Jim, sempre prazerosa de se acompanhar, garantiram o interesse. A mais fraca das temporadas da série.
Um desfecho digno e em alto nível de uma das séries mais divertidas da Netflix. Os arcos se fecham de forma satisfatória e o humor aqui tá ainda mais afiado, com cenas impagáveis. Foi bom acompanhar as confusões de estranha e disfuncional família Murphy.
Se após a temporada 2 tudo foi caindo de nível, aqui despenca à idiotização completa. É pedir demais que o espectador desligue o cérebro por 100% do tempo só porque eles querem focar no "espetáculo" (sendo que a segunda parte dessa temporada não teve nada de ação e confronto) e nos dramalhões bobos (o tanto de crises existenciais ridículas em meio a uma situação de vida ou morte, ou as "fragilidades" em meio a uma guerra só para o roteiro poder ficar enrolando mais e mais...). A inteligência dos personagens é ligada e desligada ao bel-prazer de um roteiro que nem parece ter a mínima vontade de ter sentido, cheio de furos, incoerências e saídas grotescas. Os flashback insistentes, o "discurso revolucionário", o chororô porque é de família de ladrão, tudo acabou sendo um grande porre. O último episódio ainda tem alguns vislumbres do que já foi decente no início, mas é tanta forçada que nem dá pra melhorar a nota. Tudo bem que nada é perfeito nem precisa ser, mas o que fizeram nessa temporada foi o auge da falta de qualidade. Terminou foi muito tarde.
Não posso fazer uma comparação com a obra original, pois ainda não a vi, mas observando só essa minissérie, que grandiosidade. O peso emocional que um Bergman tem, usado de forma distinta e bem mais verbal, é respeitado pela adaptação de Hagai Levi, que usa a casa como simulacro do casamento e conduz com firmeza e consciência os atos dessa conturbada relação. Oscar Isaac e Jessica Chastain somente com muito azar perderão os Emmys de atuação, pois cada um tem seu momento, inclusive há episódios que são especiais para cada um mostrar o que sabe fazer. Mesmo os episódios iniciando com a produção se organizando (que bela ideia), assim que a cena realmente começa, você nem se dá conta que são atores ali. Tudo muito fluido, muito natural. A nota só não é maior porque o último episódio, ainda que intencionalmente, destoa excessivamente do todo e parece ser um trecho de algo avulso. Não que seja ruim, mas quebra com a atmosfera tão bem sucedida que vinha antes. Ainda assim, Cenas de um Casamento é uma minissérie marcante, que faz valer sua existência e seguir seu próprio caminho sem desrespeitar a obra base.
Adoraria ter gostado, mas essa série não traz realmente nada de construtivo. Por mais que queira abordar o racismo de forma pungente para exemplificar o quanto ele é cruel, acaba sendo puro fetichismo, armando uma vitrine gigantesca de sofrimento negro excessivo, numa trama que quer tanto ser excessiva que perde impacto. Todo episódio são olhos esbugalhados, câmeras em close-up e girando, trilha sinistra, vozes do além, racismo pesado, brancos fazendo maldade, cenas de pura violência com músicas oníricas (isso aconteceu tanto que a série parecia sentir prazer com o sofrimento dos personagens, e não abominar isso) e os personagens não tem um mínimo de descanso. Adoro terror, mas para funcionar, é preciso um tempo para respirar. E muito do que se mostra é choque pelo choque, sem fins narrativos práticos ou didáticos, pois quem é negro já sabe muito bem a história do sofrimento e o que passa na pele, sendo uma série para tentar arrancar lágrimas dos brancos e fazê-los sentir culpa pelos racistas. Só que nem o foco no racismo por completo a série dá, visto que ainda quer humanizar os personagens brancos que cometem atrocidades porque sim. Muitas decisões erradas, mas as atuações da família (no caso da Deborah Ayorinde, quando ela sai dos momentos extremamente excessivos e caricatos), a produção e os três últimos episódios deram uma aumentada na nota, porque só aí o sofrimento dos protagonistas teve algum sentido. O sobrenatural maior parte do tempo opera num vácuo e só se resolve no fim de uma forma um tanto rápida. Porém, a relação de Ruby e Henry com suas assombrações funciona bastante bem a maior parte do tempo e garante alguns dos melhores momentos. Se fosse mais curta, focasse menos em querer esticar a história sem necessidades e em querer chocar em cada dois minutos, poderia ser um dos maiores marcos do terror racial. Tentaram ser Jordan Peele, Stanley Kubrick, Roman Polanski e William Friedkin e falharam. Faltou uma abordagem mais própria.
Ótimo ritmo e a curta duração dos episódios facilita demais a maratona. A dramatização de vida de Colin incorre em clichês de gênero, soando às vezes meio Um Sonho Possível, mas sabe como abordar o impacto das tensões raciais na vida do atleta, principalmente em relação ao racismo normalizado e praticado por seus pais adotivos - não incorrendo na santificação dos brancos salvadores. As melhores partes são com certeza as partes em que Kaep aparece e há colagens de imagens, vídeos, desenhos que, num didatismo crítico, aprofunda certas discussões do episódio, o que é enriquecedor e empoderador demais. Uma bela criação de Ava DuVernay e Colin Kaepernick, numa obra poderosa sobre raça, cultura, privilégio, perseverança e, por que não, ativismo social.
Se, por um lado, acerta em abraçar o choque e a violência gráfica, retratando super-poderosos como grandes fdps que cometem todo tipo de atrocidade impunemente, por outro é mais isso que sustenta a série que seu enredo, que demora demais a sair do lugar, tendo um ritmo bastante cansativo na primeira metade. Tanto tramas quanto personagens ficam mal desenvolvidos em vários pontos, o que espero que seja sanado nas próximas temporadas. A produção e o elenco estão afiadíssimos e é uma série sem medo de ser polêmica e incorreta (ainda assim, o desenvolvimento da trama do Profundo soou bastante displicente). Tem sátiras, críticas, humor negro e muita mutilação, que é a melhor parte. A season finale foi meio fraquinha comparada aos episódios anteriores.
Elogiar é chover no molhado, é o que o filme é e mais um pouco. O engraçado é que tenho a impressão de que pouquíssimo do tempo adicional eu nunca vi (provavelmente sempre assisti a versão de 158 minutos, que era a minissérie unida), mas mudaram os efeitos do céu e do inferno, o que ficou bem mais bonito. A abertura também é outro deleite. Quanto à versão de 104 minutos de cinema, parece que ela só se encontra disponível no Telecine atualmente, pois não a encontrei para download em outros lugares.
Um das melhores temporadas da série juntos com a segunda e a terceira. Os personagens crescem muito e alguns dos melhores momentos de toda a série estão aqui,
ainda mais por estar nela o momento que ninguém queria que chegasse, da partida do maior gerente de todos. Inclusive, dois momentos em especial foram bastante emocionantes - o pedido de casamento e as despedidas com Pam e Jim -, e os últimos episódios com as entrevistas foram demais. Uma pena que Steve Carell não esteja mais presente daqui pra frente.
Eu esperava que os episódios fossem mostrar em mais detalhes os dias de Borat com Jim e Jerry durante a quarentena, mas isso ficou resumido ao primeiro episódio e o resto foi um serviço de utilidade pública. Apesar de ter me decepcionado com isso, os episódios curtos acabam sendo realmente muito importantes, porque no nível que as coisas estão hoje é sempre necessário ressaltar o que é ou não verdade, pois tem gente alienada o suficiente para acreditar em teorias malucas da conspiração ditas em um filme de comédia satírica escrachado. O final com o vídeo de Hillary e a fala de Jim foi impagável.
Rapaz, o tanto de enrolação que essa temporada faz só pra poder ter 10 episódios não é brincadeira. Inventaram coisa só pra render e no fim acontecer o que deveria ter ocorrido desde a metade da temporada passada. Basicamente, a segunda parte da quinta temporada não valeu de muita coisa, porque aqui a coisa voltou pro patamar desejado de antes. As tramas ficam andando em círculos, os personagens se tornam mais irritantes, Rory é um porre e Maze fica mais chata ainda de se acompanhar. A melhor coisa foi Dan e talvez Lucifer, mas a pieguice exagerada do episódio 9 ultrapassa os limites de dramalhão de toda a série, além de que o excesso de momentos Glee e galhofas sem necessidade aqui são de envergonhar. Perderam o tom, fizeram fan service e o efeito Netflix de piorar uma série a ponto de sua última temporada ser a pior de todas mais uma vez se fez presente aqui.
The Boys (2ª Temporada)
4.3 647 Assista AgoraAchei melhor que a primeira temporada. Chega muito perto das 4 estrelas, mas ainda peca por, apesar de ter poucos episódios, passar um bom tempo andando em círculos com a narrativa para na segunda metade da temporada a coisa impulsionar, além de que certos personagens e fatos importantes aparecem aqui de forma um tanto repentina sem ter sido nem ao menos mencionados na temporada anterior - e ainda tem um tanto de conveniências de roteiro, mas é algo inerente ao gênero. A violência aqui é mais constante e impactante, as críticas estão certeiras e os personagens estão muito melhor desenvolvidos. O plot da Vought e Tempesta caiu como uma luva para os dias atuais, analogia impecável da relação entre capitalismo, democracias e nazismo. A season finale é o melhor episódio da série até o momento, eletrizante. As expectativas para a próxima temporada estão bem boas.
Atlanta (3ª Temporada)
4.4 83Donald Glover e Hiro Murai chegam nessa temporada para implodir barreiras que eles mesmos tinham construído sem fugir de uma proposta genial. Ainda que alguns episódios sejam menos empolgantes que outros - afinal, temos sequências simplesmente geniais -, todos giram em torno de uma vivência em comum, de uma posição social estabelecida, e brincam com os focos da narrativa, com o ponto que abordam, com o gênero com que flertam, com as referências que satirizam, com os personagens centrais, com tudo possível. Essa temporada é completamente reformulação, desconstrução e ampliação de horizonte. O surreal aqui chega ao ponto máximo - até o momento - e isso é simplesmente fantástico. Até os anti-clímax são calculados e propositais. Continua sendo uma das séries mais geniais em exibição. Valeu muito a pena a espera.
Amor, Morte e Robôs (Volume 3)
4.1 344 Assista AgoraMelhor que a segunda temporada, abaixo da primeira. Souberam acertar nós episódios mais sarcásticos e voltados ao humor. Os voltados a ação e suspense não funcionaram tão bem porque tiveram conclusões um tanto fracas. Mas não dá pra não falar da perfeição que foi Jibaro. Episódio ímpar, talvez o melhor das três temporadas sem ter uma palavra sequer pronunciada. Completa viagem visual, auditiva e narrativa.
The Office UK (Especial de Natal)
4.3 35Se o final da série foi meio triste, esse especial resgata a alegria dos fãs e dá bons fechamentos aos seus personagens. Muito bom ver as mudanças (ou não) no escritório e presenciar os reencontros. Tudo aqui finalizou bem como deveria.
The Office UK (2ª Temporada)
4.2 38Melhor que a primeira temporada e uma pena que não continuou. Os três últimos episódios tem cenas impagáveis e extremamente vergonhosos que são os melhores momentos da série. A dinâmica com a fusão das filiais e o "pentágono amoroso" entre Tim, Dawn, Rachel, Gareth e Lee fizeram essa temporada andar muito bem. O último episódio impressiona pelas resoluções um tanto melancólicas. The Office britânica realmente fez história nas séries de comédia.
Sobrenatural (15ª Temporada)
4.0 233 Assista AgoraConsegue ser um tantinho melhor que a anterior porque, como precisa concluir, os enredos ao menos têm desfecho, mas a produção não quis se esforçar muito pra respeitar os fãs que ainda esperavam um vislumbre do auge da série. Poderiam ter acabado no penúltimo episódio que estaria menos ruim, pois o último acabou deixando tudo mais agridoce pela forma como tudo pareceu feito nas correrias, com o roteiro escrito numa madrugada e o episódio realizado num dia só pra ser lançado no dia seguinte. Poderia soar justa a conclusão se não tivessem feito tanto vai e vém de coisa nas últimas três ou quatro temporadas. Foi bom ver vários personagens voltando, ouvir de novo bons clássicos do rock que estavam em falta na série e acho que a nota um pouquinho mais alta é porque o fato de ser finalmente uma conclusão é quase um alívio e a série soube estabelecer essa sensação de tristeza e saudades por ver personagens carismáticos (apesar de serem atores bem ruinzinhos) estarem partindo, pois depois de tanto tempo acompanhando as aventuras dos irmãos, você sente que eles são amigos seus, mesmo com tantos altos e baixos (e quantos baixos). Mas, no fim das contas, poderia tudo ser muito, muito melhor ou ter ao menos um pouco mais de esforço.
Sobrenatural (14ª Temporada)
4.0 141 Assista AgoraTá entre as piores temporadas da série porque iniciaram vários plots que tinham tudo para ser interessantes, mas estragaram todos. Miguel "pique blainde" foi mais cafona que assustador, a ameaça estrondosa dele se resolveu num ex machina um tanto bobo; o enredo de Jack, que era o mais promissor, teve tanto vai e vem que perdeu a graça no meio do caminho, além de que o personagem mudava de personalidade e nível intelectual de um episódio pra outro sem sentido; a parte do Nick, que era disparada a mais legal, foi tão enrolada que também perdeu o fôlego no meio do caminho; o plot de Miguel na mente de Dean começou bem também, mas ficou cansativo de acompanhar; mas o pior foi a forma como trataram a Mary, deixando óbvio que os roteiristas trouxeram ela de volta, mas não sabiam o que fazer, tanto que a solução que encontraram foi péssima e resultou num dos episódios mais chatos da temporada. Apesar disso, tivemos o ótimo episódio 300 com o retorno do Jeffrey Dean Morgan, a volta do cara na season finale (que também tinha tudo pra ser ótima, mas se perdeu na metade) e os divertidos episódios 4 e 15. Porém, foi muito pouco pra conseguir salvar o todo, numa temporada que conseguiu o mérito de ser mais cansativa com menos episódios.
Sense8: Happy F*cking New Year - A Christmas Special
4.2 6Foi um episódio bem bonito pelas festas de fim de ano e pela forma como mostra uma conexão muito mais forte entre os sensate, mas não entrega muito além disso, apesar de que as histórias de Wolfgang e Sun chegam a pontos bem empolgantes. Esperando que Sussurros finalmente se mostra ameaçador na segunda temporada.
The Office UK (1ª Temporada)
4.0 86Toda a base da série americana está aqui, só que ainda mais incômoda e sem intenção de ser agradável aos seus espectadores. É o humor britânico em sua forma mais constrangedora, e Ricky Gervais leva isso ao máximo com seu egocêntrico e irritante David Brent. O elenco coadjuvante manda bem, especialmente Mackenzie Crook e Martin Freeman. A versão americana é mais agradável de se assistir, mas essa preza mais pelo mockumentary e tudo é tão realista que é sinceramente vergonhoso. Mas não é algo que agradará a todos.
A Vizinha da Mulher na Janela
3.1 196Impressionante como o título deixa tão claro que é uma sátira e muita gente não percebe. Pode não ser de fazer gargalhar do início ao fim, mas acerta pela forma como não se leva a sério se levando a sério demais enquanto um monte de acontecimentos sem sentido e furos são exaustivamente expostos, mostrando como o gênero de suspense é cheio de incoerências e clichês, e nesse sentido os exageros caem muito bem, principalmente no escrachado episódio final. Kristen Bell atuando mal para estar bem para a proposta é a cereja do bolo, além das frases da lápide mudando sempre, as ações repetitivas dos personagens, os segredos estranhos, as caçarolas intermináveis, a fobia inexistente, a morte trágica totalmente bizarra, além de um final que deixa um gancho só para satirizar os ganchos. Espero que a Netflix não venha com uma continuação, porque tá bom desse jeito.
The Office (9ª Temporada)
4.3 653Os episódios finais merecem nota 10, pois são um presente gigantesco aos fãs, fecham a história de todos da melhor forma possível, trazem uma enxurrada de momentos emocionantes e hilários, além de cenas e frases que vão ficar nos corações de todos que amaram acompanhar as desventuras desses personagens tão estranhos e reais. Dar-se conta de que não haverá outro episódio para devorar em seguida, de que não veremos mais a abertura icônica nem cantarolaremos juntos a canção-tema dá um aperto no coração e uma tristeza tal qual a partida de um amigo querido, mas foi um dos melhores finais que podiam ser feitos para a série, sendo também um dos melhores e mais emocionantes que vi. Porém, esse fim de temporada, que coroa a trajetória, veio numa temporada final bem aquém do merecido, tendo em sua primeira metade (e um pouco mais além) muitas voltas no roteiro, com diversos momentos em que a trama não saía do lugar e decisões que incomodaram muito o público (o plot de Andy e Erin e a questão de Jim, Pam e Brian foram super chatos de acompanhar). Depois, quando a série se dá conta que caminha para seu fim, entra nos trilhos e encontra seu caminho para uma qualidade vista no auge da série. Uma pena que isso não apaga a decaída anterior, mas ao menos respeita os fãs, os atores e seus personagens. Um final maravilhoso numa temporada oscilante. No fim das contas, apesar dos pesares, tudo valeu a pena e The Office fará muita falta.
Succession (3ª Temporada)
4.4 188A terceira temporada de Succession era uma das grandes expectativas em termos de seriados dos últimos anos, visto que a segunda temporada foi um evento estrondoso, devorando prêmios a rodo e passando por cima dos deslizes anteriores da HBO. Afinal, com uma season finale tão apoteótica quanto This Is Not for Tears, seria possível a terceira temporada manter o mesmo nível ou Jesse Armstrong só deu seu golpe de sorte? Então ele veio e provou que não foi sorte. E provou isso repetidamente. Desde o piloto, toda a dinâmica da série foi atualizada para melhor: as direções dos episódios entregaram momentos sublimes (o que dizer dos finais de episódio de basicamente TODA a temporada? Ou a cena focada na mudança de expressão de Kendall durante a caminhada em The Disruption? Ou os longos silêncios ensurdecedores de Lion in the Meadow? Ou a "caminhada da vergonha" de Shiv em What It Takes? Isso porque nem é necessário falar dos três últimos episódios da temporada, que são irretocáveis); o roteiro conseguiu apostar altíssimo o tempo todo e jogar com riscos grandes, mas conseguiu se sobrepor a isso e entregar resultados inesperados e totalmente eficazes - para não dizer magistrais -, além de trazer um humor muito mais afiado; a produção investiu mais do que nunca em locações que exalam luxo, riqueza e rios de dinheiro em cada detalhe, numa exposição contínua e quase onírica dos excessos do 1%; a trilha sonora de Britell encontra seu ápice máximo (os temas de Chiantishire e a música final de All the Bells Say, por Deus!); e, mais do que nunca, um espetáculo de atuações. Brian Cox tem uma presença magnética e assustadora em tela, sabendo ir da extrema fragilidade da idade a um ódio quase animalesco com uma facilidade que assusta. Ainda assim, acho que os prêmios de melhor ator, se forem para a série (alguém duvida que essa temporada não leve tudo que concorrer?), irão para Jeremy Strong, que entre trancos e barrancos, entregou não só momentos impressionantes, mas episódios inteiros fantásticos, especialmente o 3, o 7 e o 8 - simplesmente de tirar o fôlego. Como coadjuvantes, Alan Ruck tem disparada sua melhor temporada, com destaque para uma cena brilhante na season finale; o mesmo pode se dizer para Nicholas Braun, com seu mesquinho e aproveitador Greg Hirsch; mas os destaques vão para Sarah Snook - quando Shiv se irritava durante a temporada, meu amigo... - e, claro, Matthew Macfadyen e Kieran Culkin, os protagonistas morais dessa terceira parte. Que crescimento absurdo de seus personagens e que performances devastadoras dos intérpretes. Ambos garantiram boa parte dos melhores momentos não só da temporada, mas da série. Por fim, que season finale. Brilhante. Provavelmente um dos cinco ou dez melhores episódios de série que já vi. E não é nada exagerado dizer que, com muita folga, Succession é a melhor série em exibição atualmente e pode vir a figurar entre as melhores já feitas. Essa terceira temporada é a coroação disso. Difícil será sobreviver até a estreia da quarta.
Brooklyn Nine-Nine (7ª Temporada)
4.2 98 Assista AgoraTem bons momentos na segunda metade da temporada, mas perdeu o brilho anterior. Apesar de gostar do número reduzido de episódios, isso atrapalhou o desenvolvimento de qualquer trama geral, resumindo-se a somente dois plots que no fim das contas pouco influenciou na dinâmica da série, como ocorria a cada temporada. A maioria dos episódios ficou muito filler, sem trazer nada de relevante à história geral. E, apesar de continuar divertida, aqui não se viu o teor crítico e reflexivo que a série sempre gostou de trazer. Uma pena ter caído o nível.
The Office (8ª Temporada)
4.0 302Claro que a saída de Carell seria sentida, mas eles ficaram bem perdidos a maior parte do tempo. A segunda metade da temporada é que melhora porque passa a focar em outras dinâmicas e outros personagens, mas a primeira metade, mais focada em Andy e Robert, é bem maçante, afinal o próprio personagem do Andy não foi a melhor escolha para substituir a presença e o carisma incomparável de Michael Scott. O maior problema com certeza foi Robert California. Prometeu algo no fim da temporada anterior pra passar a temporada toda como uma incógnita insuportável, saindo de cena de uma forma bem fraca. O fim de temporada também foi um dos mais fracos. A relação entre Angela e Pam também foi um ponto bem enjoadinho (na verdade, quase tudo relacionado a Angela e a ausência de Pam por um bom tempo). Mas a maior participação de Daryl e Erin, os bons momentos de Stanley e Kevin, além da relação entre Dwight e Jim, sempre prazerosa de se acompanhar, garantiram o interesse. A mais fraca das temporadas da série.
F is For Family (5ª Temporada)
4.1 29 Assista AgoraUm desfecho digno e em alto nível de uma das séries mais divertidas da Netflix. Os arcos se fecham de forma satisfatória e o humor aqui tá ainda mais afiado, com cenas impagáveis. Foi bom acompanhar as confusões de estranha e disfuncional família Murphy.
La Casa de Papel (Parte 5)
3.7 525 Assista AgoraSe após a temporada 2 tudo foi caindo de nível, aqui despenca à idiotização completa. É pedir demais que o espectador desligue o cérebro por 100% do tempo só porque eles querem focar no "espetáculo" (sendo que a segunda parte dessa temporada não teve nada de ação e confronto) e nos dramalhões bobos (o tanto de crises existenciais ridículas em meio a uma situação de vida ou morte, ou as "fragilidades" em meio a uma guerra só para o roteiro poder ficar enrolando mais e mais...). A inteligência dos personagens é ligada e desligada ao bel-prazer de um roteiro que nem parece ter a mínima vontade de ter sentido, cheio de furos, incoerências e saídas grotescas. Os flashback insistentes, o "discurso revolucionário", o chororô porque é de família de ladrão, tudo acabou sendo um grande porre. O último episódio ainda tem alguns vislumbres do que já foi decente no início, mas é tanta forçada que nem dá pra melhorar a nota. Tudo bem que nada é perfeito nem precisa ser, mas o que fizeram nessa temporada foi o auge da falta de qualidade. Terminou foi muito tarde.
Cenas de um Casamento
4.3 198 Assista AgoraNão posso fazer uma comparação com a obra original, pois ainda não a vi, mas observando só essa minissérie, que grandiosidade. O peso emocional que um Bergman tem, usado de forma distinta e bem mais verbal, é respeitado pela adaptação de Hagai Levi, que usa a casa como simulacro do casamento e conduz com firmeza e consciência os atos dessa conturbada relação. Oscar Isaac e Jessica Chastain somente com muito azar perderão os Emmys de atuação, pois cada um tem seu momento, inclusive há episódios que são especiais para cada um mostrar o que sabe fazer. Mesmo os episódios iniciando com a produção se organizando (que bela ideia), assim que a cena realmente começa, você nem se dá conta que são atores ali. Tudo muito fluido, muito natural. A nota só não é maior porque o último episódio, ainda que intencionalmente, destoa excessivamente do todo e parece ser um trecho de algo avulso. Não que seja ruim, mas quebra com a atmosfera tão bem sucedida que vinha antes. Ainda assim, Cenas de um Casamento é uma minissérie marcante, que faz valer sua existência e seguir seu próprio caminho sem desrespeitar a obra base.
Eles (1ª Temporada)
4.1 543 Assista AgoraAdoraria ter gostado, mas essa série não traz realmente nada de construtivo. Por mais que queira abordar o racismo de forma pungente para exemplificar o quanto ele é cruel, acaba sendo puro fetichismo, armando uma vitrine gigantesca de sofrimento negro excessivo, numa trama que quer tanto ser excessiva que perde impacto. Todo episódio são olhos esbugalhados, câmeras em close-up e girando, trilha sinistra, vozes do além, racismo pesado, brancos fazendo maldade, cenas de pura violência com músicas oníricas (isso aconteceu tanto que a série parecia sentir prazer com o sofrimento dos personagens, e não abominar isso) e os personagens não tem um mínimo de descanso. Adoro terror, mas para funcionar, é preciso um tempo para respirar. E muito do que se mostra é choque pelo choque, sem fins narrativos práticos ou didáticos, pois quem é negro já sabe muito bem a história do sofrimento e o que passa na pele, sendo uma série para tentar arrancar lágrimas dos brancos e fazê-los sentir culpa pelos racistas. Só que nem o foco no racismo por completo a série dá, visto que ainda quer humanizar os personagens brancos que cometem atrocidades porque sim. Muitas decisões erradas, mas as atuações da família (no caso da Deborah Ayorinde, quando ela sai dos momentos extremamente excessivos e caricatos), a produção e os três últimos episódios deram uma aumentada na nota, porque só aí o sofrimento dos protagonistas teve algum sentido. O sobrenatural maior parte do tempo opera num vácuo e só se resolve no fim de uma forma um tanto rápida. Porém, a relação de Ruby e Henry com suas assombrações funciona bastante bem a maior parte do tempo e garante alguns dos melhores momentos. Se fosse mais curta, focasse menos em querer esticar a história sem necessidades e em querer chocar em cada dois minutos, poderia ser um dos maiores marcos do terror racial. Tentaram ser Jordan Peele, Stanley Kubrick, Roman Polanski e William Friedkin e falharam. Faltou uma abordagem mais própria.
Colin em Preto e Branco
4.5 35 Assista AgoraÓtimo ritmo e a curta duração dos episódios facilita demais a maratona. A dramatização de vida de Colin incorre em clichês de gênero, soando às vezes meio Um Sonho Possível, mas sabe como abordar o impacto das tensões raciais na vida do atleta, principalmente em relação ao racismo normalizado e praticado por seus pais adotivos - não incorrendo na santificação dos brancos salvadores. As melhores partes são com certeza as partes em que Kaep aparece e há colagens de imagens, vídeos, desenhos que, num didatismo crítico, aprofunda certas discussões do episódio, o que é enriquecedor e empoderador demais. Uma bela criação de Ava DuVernay e Colin Kaepernick, numa obra poderosa sobre raça, cultura, privilégio, perseverança e, por que não, ativismo social.
P.S.: que trilha sonora ESPLÊNDIDA!
The Boys (1ª Temporada)
4.3 820 Assista AgoraSe, por um lado, acerta em abraçar o choque e a violência gráfica, retratando super-poderosos como grandes fdps que cometem todo tipo de atrocidade impunemente, por outro é mais isso que sustenta a série que seu enredo, que demora demais a sair do lugar, tendo um ritmo bastante cansativo na primeira metade. Tanto tramas quanto personagens ficam mal desenvolvidos em vários pontos, o que espero que seja sanado nas próximas temporadas. A produção e o elenco estão afiadíssimos e é uma série sem medo de ser polêmica e incorreta (ainda assim, o desenvolvimento da trama do Profundo soou bastante displicente). Tem sátiras, críticas, humor negro e muita mutilação, que é a melhor parte. A season finale foi meio fraquinha comparada aos episódios anteriores.
O Auto da Compadecida
4.7 222Elogiar é chover no molhado, é o que o filme é e mais um pouco. O engraçado é que tenho a impressão de que pouquíssimo do tempo adicional eu nunca vi (provavelmente sempre assisti a versão de 158 minutos, que era a minissérie unida), mas mudaram os efeitos do céu e do inferno, o que ficou bem mais bonito. A abertura também é outro deleite. Quanto à versão de 104 minutos de cinema, parece que ela só se encontra disponível no Telecine atualmente, pois não a encontrei para download em outros lugares.
The Office (7ª Temporada)
4.5 401 Assista AgoraUm das melhores temporadas da série juntos com a segunda e a terceira. Os personagens crescem muito e alguns dos melhores momentos de toda a série estão aqui,
ainda mais por estar nela o momento que ninguém queria que chegasse, da partida do maior gerente de todos. Inclusive, dois momentos em especial foram bastante emocionantes - o pedido de casamento e as despedidas com Pam e Jim -, e os últimos episódios com as entrevistas foram demais. Uma pena que Steve Carell não esteja mais presente daqui pra frente.
Lockdown Americano & Desbancando Borat
3.0 11Eu esperava que os episódios fossem mostrar em mais detalhes os dias de Borat com Jim e Jerry durante a quarentena, mas isso ficou resumido ao primeiro episódio e o resto foi um serviço de utilidade pública. Apesar de ter me decepcionado com isso, os episódios curtos acabam sendo realmente muito importantes, porque no nível que as coisas estão hoje é sempre necessário ressaltar o que é ou não verdade, pois tem gente alienada o suficiente para acreditar em teorias malucas da conspiração ditas em um filme de comédia satírica escrachado. O final com o vídeo de Hillary e a fala de Jim foi impagável.
Lucifer (6ª Temporada)
3.8 107 Assista AgoraRapaz, o tanto de enrolação que essa temporada faz só pra poder ter 10 episódios não é brincadeira. Inventaram coisa só pra render e no fim acontecer o que deveria ter ocorrido desde a metade da temporada passada. Basicamente, a segunda parte da quinta temporada não valeu de muita coisa, porque aqui a coisa voltou pro patamar desejado de antes. As tramas ficam andando em círculos, os personagens se tornam mais irritantes, Rory é um porre e Maze fica mais chata ainda de se acompanhar. A melhor coisa foi Dan e talvez Lucifer, mas a pieguice exagerada do episódio 9 ultrapassa os limites de dramalhão de toda a série, além de que o excesso de momentos Glee e galhofas sem necessidade aqui são de envergonhar. Perderam o tom, fizeram fan service e o efeito Netflix de piorar uma série a ponto de sua última temporada ser a pior de todas mais uma vez se fez presente aqui.