Talvez a viagem proposta por David Fincher em "The Killer" (2023) seja esse mergulho na mente do assassino; seu método, sua disciplina, sua rotina e sua paranoia. Fassbender está muito bem escalado no papel, Tilda Swinton tem uma cena marcante, e a participação da nossa Sophie Charlotte não passa despercebida, sendo a força motriz da trama, arrasou. Já tinha até me esquecido que ela estava nesse filme, só a reconheci na cena final.
O primor narrativo aqui está em toda parte, no foco dado a detalhes, na forma que nossa atenção é manipulada através dos enquadramentos cuidadosos, da mixagem de som precisa e da trilha sonora brilhante.
Se já faz um bom tempo que a obra de Fincher abandonou floreios e maneirismos autorais, aqui ele parece ainda mais econômico, mais direto ao ponto – e a edição é o principal fator que dá essa sensação, fazendo um filme de quase duas horas parecer tão ágil. O ritmo sincopado, composto de várias elipses, contribui para um senso de urgência que contrasta com o conceito de "tédio" trazido no início do filme: o protagonista abre dizendo que se você não sabe lidar com o tédio, esse trabalho (ser um assassino de aluguel) não é para você. Achei divertido esse recado do diretor para a audiência alimentada à base do algoritmo da Netflix, sobre o filme dele. Ele já abre o filme desafiando-nos a continuar assistindo aos longos minutos iniciais, onde aparentemente nada acontece, e parece dilatar o tempo sem nunca deixar de construir tensão... até que algo finalmente acontece, e aí vem a recompensa: o filme nunca mais para pra respirar.
Após diversas cenas onde essa tensão jamais é resolvida, como um coito interrompido,
a adrenalina finalmente toma conta, na única cena de ação do filme, numa porradaria brutal de deixar John Wick com inveja.
E como ainda é a metade do filme, a tendência lógica é seguirmos numa crescente, eis então que Fincher subverte as expectativas, e quando chegamos no 'final showdown',
somos brindados com um anticlímax tão inesperado quanto o de "Kill Bill Vol. 2". E foi quando percebi que o clímax já havia passado, o final boss não era esse, era o crossfiteiro.
O que nos leva de volta à recomendação inicial do Fincher: "Se você não sabe lidar com o tédio, este filme não é para você". Aplausos.
- Um filme que desafia nossa noção de moral, que quebra com dogmas fortes da época, que nos apresenta um protagonista tão caxias e insuportável que torna impossível não ficarmos do lado dos "vilões".
- Não tinha ideia que havia tantas cenas musicais no filme e eu adorei. Elas reforçam o senso de estranheza, misticismo e a atmosfera folk daquele universo.
- Edward Woodward está fantástico como Neil Howie, especialmente na sequência final, seus gritos de horror vão ficar por algum tempo na minha cabeça, e Christopher Lee também faz um trabalho memorável como o 'effortlessly cool' Lord Summerisle.
- Filme estranho e bastante progressista, onde o horror vem das rupturas com os valores cristãos que permeiam nosso imaginário, a sociedade e as próprias leis que a regem.
- Tecnicamente deslumbrante, um trabalho hercúleo que levou cerca de 10 anos, resulta em um filme que é um dos maiores triunfos no campo da animação stop-motion - absolutamente admirável. - Tematicamente rico, o twist de Del Toro na história clássica traz o contexto histórico do fascismo que provoca reflexões mais densas sobre humanidade, engrandecem a construção do Pinocchio e tornam o filme relevante culturalmente em 2022. - Artisticamente estelar, o elenco de voz original é recheado de bons atores, com destaque para Cate Blanchett como o macaco Spazzatura (super inesperado) e Ewan McGregor como o Grilo Falante. - Emocionalmente profundo, o filme codirigido por Del Toro e Mark Gustafson me arrancou lágrimas graças à jornada tocante do ingênuo Pinocchio descobrindo o mundo e a maldade do ser humano, enquanto seu amor e o desejo de se reunir com o pai, impulsiona-o através da trama, até a decisão definitiva que ele deve tomar no final.
Mais um exercício de paciência para qualquer um acima dos 11 anos, mesmo acompanhando a franquia. Alguma mudança neste aqui com o vilão revendo seu plano e voltando atrás, mas ainda é pouco para empolgar, a estrutura segue inabalada. E nada pode ser mais irritante que uma trama girando em torno de Max e um pokémon que conversa via telepatia.
- Gostei dos penteados das gatunas da vez e a ilha de Alto Mare com sua atmosfera fortemente inspirada em Veneza; - Mais uma trama de vilões tentando capturar o lendário da vez, causando uma destruição tremenda, alguém se sacrifica, todo mundo chora e eles falham.
- O final deste foi mais agridoce pois pareceu que Latios se sacrificou mesmo, mas aí, nos créditos, apareceu de novo ao lado da irmã e mais um Latios pequeno? Que isso gente, incesto?? Ave Maria... Kkkkk
- E o Ash que quase perdeu o bv? Kk Essa Latias é o boto cor-de-rosa do universo pokémon ;-; - O bom é que são curtinhos esses filmes.
- O cinema argentino atinge novos níveis de excelência com este filme de terror que inova na forma de abordar o tema da possessão demoníaca, fugindo da maioria dos inescapáveis clichês de "O Exorcista", assemelhando-se mais à dinâmica de uma epidemia zumbi; inova também no excepcional trabalho de maquiagem que me deixou de queixo caído; a direção de Demián Rugna é muito feliz em revelar aos poucos as lógicas daquele universo de forma orgânica, a atmosfera é de constante incerteza, paranoia e perigo, equilibrando bem drama familiar, tragédia humana e momentos de puro horror - há várias cenas memoráveis aqui, como a do homem obeso na cabana, a da cabra, a do cachorro e a da mãe com o filho na estrada.
- A trilha sonora é boa e bem trabalhada, a cinematografia passa o clima de povoado rural com sucesso... É um trabalho que me deixou feliz de ver. Nossos hermanos têm muito a nos ensinar enquanto cinema e isso nunca foi novidade, mas no cinema de gênero, é um dos primeiros filmes que tive contato que realmente me mostrou POSSIBILIDADES.
- A animação é muito bonita, os efeitos em 3D se mesclam muito bem com o traço em 2D, ambos com movimentos fluidos e muito superiores à produção mais apressada da série. Os três filmes anteriores já haviam feito isso, e aqui o salto na qualidade é visível, e este é o maior atrativo do filme para mim. - A história é bem padrão e previsível: um vilão inescrupuloso quer capturar o pokémon lendário da vez (o mítico Celebi) e Ash e companhia vêm ao resgate. Muita destruição e lágrimas depois tudo fica bem de novo. O gimmick da vez que é a capacidade de Celebi de viajar no tempo é pouco utilizada narrativamente e poderia ser mais interessante, porém garante um plot twistzinho legal nos créditos finais que eu já havia cogitado. - O belo cão lendário Suicune também faz uma breve participação com seu poder de purificar as águas e é isso. Tive um pensamento inédito e idiota de que aquelas duas fitas que saem do seu traseiro seriam duas vermes presas (risos em idiotês 🤭). - A amizade de Ash e Sam cria margem para interpretações mais românticas, até a revelação final tornar tudo muito awkward para sequer pensar naquilo de novo rs. - Ao menos quando pensamos no público infantil, a mensagem ambiental é uma coisa positiva que o filme transmite.
🔺🔻Design de produção e fotografia são lindíssimos. Mas a decupagem, montagem, direção e diálogos são tão fraquinhos... A maquiagem de alguns personagens como Darkness e Meg Mucklebones entrega, mas a dos duendes ficou uma droga. 🔻O menino que faz o Gump atua melhor que o Tom Cruise. Na verdade ele me lembrou muito o Anthony Hopkins. 🔻Em um take dá pra ver o fio de nylon segurando a fadinha Oona. 🔻Na cena que eles estão no pântano antes da bruxa aparecer, é possível ver uma estátua do pazuzu igual à que padre Merrin encontra no início de "O Exorcista" (1973). 🔻Esperei tantos anos para ver este filme pela atuação de Tim Curry como o diabão lá e foi só maquiagem mesmo. Tom Cruise desde cedo malandro truqueiro para disfarçar sua baixa estatura, atua o filme todo agachado e contracenando a maior parte do tempo com uma criança e três "duendes". Jurava que Jennifer Connelly estava neste filme. 🔻Achei o filme sem imaginação, derivativo e CHATO! Ridley Scott só assinou a direção e descontou o cheque, me recuso a acreditar que ele fez qualquer coisa aqui.
Nossa, como eu odeio esse coringa "gangsta" do Jared Leto...
Will Smith e sua necessidade de parecer um anti-herói com um coração, mesmo quando o personagem claramente pedia outra pegada. O tom desse filme como um todo é um grande equívoco; tudo parece uma grande brincadeira, não há senso de ameaça ou perigo real nenhum (que foi o que matou "Capitão América: Guerra Civil" para mim, porém aqui é ainda pior).
Em um filme que tem "suicida" no título, o cara colocar inimigos que "quebram" para evitar o sangue e manter PG-13, é de cair o c* da bunda. E nem vou falar desse CGI zoado.
Uma coisa que nunca dá pra ignorar é o trabalho fenomenal que Viola Davis faz em cada papel que se propõe, e aqui não é diferente. Margot Robbie também é uma das únicas do elenco que tornam a experiência desse filme menos chata.
Hoyt de "True Blood"! ❤️
Apesar da trilha musical ser boa, a quantidade de música jogada a cada cena tentando desesperadamente conferir tom e ritmo, é muito irritante. E essa direção sem personalidade nenhuma, falha no básico que é mostrar como esses personagens deveriam ser "fodões". Tudo é filmado do jeito mais sem graça possível; a falta de criatividade das cenas de ação é tamanha que faz parecer que o orçamento foi de dois fofura e um guaracamp.
O universo é rico em espécies e o visual é bonito, toda essa coisa meio espacial, eu gostei. O problema é que parece que dedicaram mais tempo na criação de mundo do que nos personagens e no enredo, principalmente. É um plot clássico de "sessão da tarde", só que tem sempre *muita* coisa acontecendo na tela, e falta o principal: o coração. É um filme sem alma, frio. A filha adolescente do herói, Cassie, não é tão carismática quanto a Marvel quer nos vender, e eu não me importei com ela, nem com ninguém, para falar a verdade. Só com o blobzinho dos buracos e o Chidi de "The Good Place", eles são legais.
Não há "stakes", não existe aquela sensação de que há algo em jogo aqui, que vamos perder alguém, etc... E Kang... Affe. Eu amei Jonathan Majors em "Lovecraft Country" e achei que seu futuro na Marvel seria brilhante. Contudo, para meu desânimo, mesmo sem considerar as problemáticas envolvendo o ator, seu Kang já não estava funcionando. Não rolou em "Loki" e não rola aqui. Não sei se é o personagem que não tem apelo mesmo ou se é o ator que não está trazendo 'gravitas' ao papel, aquele senso de peso, importância, imponência, temor... Ele não causa nada! E, meu amigo, depois de um rolo compressor como o Thanos (trabalho brilhante do Josh Brolin que transcendeu o nicho e entrou para a História do cinema), você TEM. QUE. ENTREGAR!! Espero que o recasting que o personagem sofreu mude isto.
Um filme estrelado por Paul Rudd, Michelle Pfeiffer e Michael Douglas que consegue a proeza de apagar o brilho de todos esses astros, tem que se esforçar pra isso. Para melhorar, quem salva o dia é a negacionista safada da Evangeline Lilly AAaaaOOooou, tenha dó! Francamente.
Filme lindo e triste. Baseado em conto do grande Jorge Furtado e seu filho Pedro, dirigido por Carolina Jabor, essa história de amor niilista (ou esperançosa?), rodeada de excessos e distúrbios mentais, tem uma delicadeza que emociona. Deborah Secco está entregue ao papel, João Pedro Zappa transmite toda a inconsequência da juventude e Fernanda Montenegro em participação pequena, mas sempre magistral. A fotografia tem uns planos magníficos que exploram a natureza espalhada pelos jardins da instituição, como o do primeiro encontro de João e Judith, e na piscina também, que injetam um respiro e poesia.
Até mais ou menos a metade do filme, não simpatizei muito com os personagens, me pareceram pessoas desagradáveis; porém a segunda metade tem uma jornada emocional mais intensa e cenas que ajudam a criar com eles uma identificação maior, como a evolução do amor ingênuo de João por Judith, que acabou por redimí-lo aos meus olhos. Roteiro e direção distribuem ao longo da obra toques de sensibilidade que dão personalidade à história, mesmo que a entrega de certos diálogos seja menos casual e mais 'texto lido' do que eu gostaria. Me agradou a economia nas situações mais melancólicas, por exemplo, a forma que João tira Judith do estado de graça que eles vinham vivendo, após fazer algo muito grave e isso muda como ela estava encarando aquele romance... Tudo que João fala a partir daquele momento ganha um peso diferente para ela, pois ele fez Judith se lembrar da própria mortalidade e de como, na visão dela, este relacionamento está condenado. É minha parte preferida da atuação de Deborah Secco, pois ela passa TUDO no olhar, tristeza, decepção, frustração, dor, amor, resignação... São as boas escolhas dramáticas que fazem este longa se destacar de outros com premissa parecida.
Vi críticas à forma que o filme não 'se aprofunda' nas doenças, mas discordo totalmente. Ele não só mergulha fundo, como o faz pela perspectiva mais dura, que é como elas afetam definitivamente essa história de amor. Não é um filme sobre degradação humana, é um romance. E é no aspecto de encontrar momentos de felicidade em meio à desesperança, que reside a força dessa história. Um amor que marca você, e muda você, mesmo que a vida siga seu rumo e você seja o único que vai levar aquela lembrança para sempre... é o tipo de conceito que sempre me emociona.
Toda a parte técnica desta adaptação do livro de Bram Stoker é muito legal; todas as trucagens de câmera, ângulos, perspectivas, fusões, fades, máscaras, uso de sombras, miniaturas, maquetes, painéis... tudo feito bem no estilo da época em que se passa o filme, que coincide com o lançamento do livro e a aurora do cinema no final do século XIX - Coppola dá uma verdadeira aula de linguagem cinematográfica clássica enquanto referencia um sem número de obras do terror.
A direção de arte dos cenários, a maquiagem e os figurinos também são belíssimos (aquele vestido de noiva da Lucy com aquela gola elizabetana é babado, mas o grisalho do cabelo de Jonathan no segundo ato ficou ruim).
As atuações são mais teatrais, afinal estamos falando de um romance gótico, com destaque para Gary Oldman e Sadie Frost, que entregam as melhores e mais intensas performances do filme, e os atores coadjuvantes Cary Elwes, Bill Campbell e Richard E. Grant nunca estiveram tão lindos. Winona Ryder está inocente como pede a sua personagem Mina, e Keanu Reeves falha em passar as emoções de Jonathan, mas não chega a atrapalhar muito. O Van Helsing de Anthony Hopkins prejudica mais o tom do filme na minha opinião, pois os elementos de romance, drama, sensualidade e terror, vinham sendo bem costurados até a entrada do caçador de vampiros no final do segundo ato, e o filme se permite dar uma 'pirada' na comédia, mas não curti o humor aqui. E, claro, Monica Bellucci está perfeita, a mamãe nunca errou.
O ritmo do filme, que já não era dos mais dinâmicos, perde bastante força no último terço e dá a impressão de ser um longo epílogo.
Em resumo, gosto de todas as metáforas que são trabalhadas pelo roteiro de James V. Hart e a direção do Coppola, envolvendo vampiros, sexo, ISTs, estupro, a corrupção da pureza, o medo europeu do estrangeiro e até a crítica ao sistema manicomial, só para ficar nas óbvias. Mas pelo lado negativo temos personagens que não me cativaram e um ritmo cansativo. Mas é um filme obrigatório de um grande mestre e uma reimaginação muito original do monstro clássico.
Meu preferido Brendan Gleeson está gato como sempre, amo ver esse homem atuando. E Luke Evans, John Cusack, Alice Eve e Oliver Jackson-Cohen são um ensemble que funciona, apesar do último ter pouco o que fazer aqui além de entregar beleza e da sua boa cena final.
A produção é primorosa, locações, figurinos e todo o trabalho de iluminação estão impecáveis. Impressionante o que fizeram aqui com os 20 milhões de orçamento, chutaria o dobro fácil. Mas é o tipo de produção que não sai mais nos cinemas, a lógica do mercado atual não permite mais financiar um lançamento desses a não ser que seja em serviços de streaming.
A atmosfera do filme é boa, mesmo que não traga 100% daquela da obra de Edgar Allan Poe, brinca bem com as referências, e a investigação me manteve engajado sem exigir muito do meu cérebro. O filme parece não querer ser nada além de uma reimaginação dos últimos dias que levaram à morte misteriosa do autor, com um toque de romance thriller policial e uma dose de gore inesperada. Um sólido nota 7.
Filme tocante, roteiro redondo, cenas marcantes, ótimas atuações e mensagens poderosas. "It's not your fault", "Your move chief", "The best part of my day"... O roteiro de Damon e Affleck é tão redondinho, tem diálogos tão bem escritos! As atuações de Damon e Robin Williams são fenomenais, Stellan Skarsgård é outro ótimo ator que não vejo ser tão lembrado.
Os traumas do passado de Will precisaram ser acessados para que ele pudesse entender por que sua rebeldia rivalizava com sua genialidade, e finalmente fazer as pazes consigo mesmo. E a grande questão do que realmente ele queria nessa vida, entre ceder à vocação do seu dom ou ir atrás do que ele realmente tinha vontade de fazer, mente ou coração, pode ser simples, mas é o que move a história e ressoou muito comigo. Dado o background de abusos e abandono de Will, ele não tem a estabilidade emocional que um gênio como ele precisava para perseguir as oportunidades que se apresentam para ele, então sua decisão final foi a melhor possível naquele cenário.
Gus Van Sant dirige sem fazer muito alarde de sua presença ao longo do filme (talvez pelo projeto ser muito mais dos roteiristas e da Miramax), estilo cru sem maneirismos e uma eficácia dramática tão sutil que só com um olhar mais atento consegui percebê-la. As performances excelentes que o diretor extrai dos atores e as cenas inesquecíveis que ele constrói... Robin Williams está em um dos melhores papéis de sua carreira... Chef's kiss. A trilha de Danny Elfman e Elliot Smith é mágica.
O filme é o documento de uma cena e de uma era definitiva na cultura LGBTQ+ que influenciou todo o mainstream queer de hoje em dia, desde "Pose" até realities como "Drag Race" e "Legendary". Abrange a relação entre o glamour dos balls, a rivalidade das houses que se formavam para acolher jovens rejeitados pelas famílias ao se descobrirem, a dor da solidão, a necessidade de sentir-se parte de algo, de ser validado enquanto ser social, a discrepância econômica de brancos e pretos/latinos na Nova York daquela época, que inspirava o desejo por aquele estilo de vida inalcançável, a vulnerabilidade social e a exposição à violência... entre vários outros temas.
Bonito, triste, exuberante, político, cru e ainda muito relevante.
Esse foi uma decepção tamanha que nem me preocupei em registrar minhas impressões à época que vi no cinema, apaguei da memória. Não que eu tenha achado um filme ruim, tem boas cenas, a jogada com a fotografia que privilegia os céus e convida a plateia a participar ativamente, buscando algo nas nuvens, é eficaz; o bom comentário sobre o apagamento histórico de pretos na História do cinema, sobre a própria indústria cinematográfica, a espetacularização da tragédia e tooda a teia de simbolismos característica do diretor está lá; Daniel Kaluuya é brilhante, Keke Palmer cria com ele um ótimo contraste e o restante do elenco está muito bem... mas quando chega a hora do retorno, do pay-off, da recompensa no ápice do filme... o que ele entrega fica aquém do que ele mesmo estabelece. O 'wow-factor' de filmes do Spielberg como "Tubarão" e "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" são referenciados, mas nunca reproduzidos. Um monte de referências e easter eggs que parecem estar ali apenas por estar, e o filme, como aventura em si, não segura, não empolga.
Assim como "Nós" (2019), achei que faltou amarrar melhor essa coleção de simbologias com a história que o diretor queria contar para que ela funcionasse em mais de um nível. Jordan Peele ainda não conseguiu recapturar o fascínio que "Corra" (2017) causou em mim.
Nathan Fillion kk lembrei da Missy de "Big Mouth". A construção de universo de James Gunn como sempre é impecável, os cenários, os designs de figurinos, os efeitos práticos são maravilhosos e ele filma cenas de ação com tanta inventividade... Esse filme me fez rir e chorar igual a um fdp, de emoção genuína, por toda a trajetória do James Gunn na Marvel, celebrada com esse filme que fala de família e do valor que cada espécie tem no universo; Animais não deveriam valer menos que a vida humana, mas o filme mostra como, na prática, é assim que é. Tanto nas cenas de tortura animal, como na cena em que fica clara a prioridade dada pelos próprios heróis em salvar os humanos enquanto os bichos são deixados para morrer, não fosse Rocket ver-se representado naquelas criaturas para empatizar com o sofrimento delas... teriam um fim trágico. Também amei a cadela Laika, digo, Cosmos, cuja história mostra mais um dos casos onde a crueldade do ser humano chega a níveis extratosféricos (literalmente) em nome do progresso - não muito diferente do que o vilão do filme fazia.
Queria muito ter visto no cinema, mas a sala IMAX exibiu só por uma semana, sendo dominada pelo lançamento de "A pequena sereia" (que ódio), e as outras salas da minha região só exibiam cópias dubladas, e apesar do meu respeito pelos BONS dubladores br, não vou gastar combustível, estacionamento, lanche e ingresso para ver um filme live-action dublado né... é que nem chupar bala com papel.
A decisão de usar 24 quadros por segundo na animação dá uma fluidez muito bonita, ao mesmo tempo que traz um realismo estranho para o constante movimento e as expressões faciais dos personagens. Muito admirável o trabalho gigantesco que tanto imagem como som exigiram neste filme que extrapolou os limites da animação 2D e influenciou basicamente tudo que veio depois. Um clássico.
A situação da 3ª Guerra Mundial e a explosão em Tóquio, são temas com um pé inegável na realidade; todo o caos social, protestos, ataques, abusos de autoridade, instituições ruindo, golpes de estado... roteiro denso e multi-camadas.
O uso das cores também é muito bonito mesmo nas cenas noturnas, o uso do vermelho da bandeira japonesa, um signo de liderança e poder, traduzido na moto e no figurino de Kaneda, e posteriormente na capa de Tetsuo; A megalópole de Neo-Tokyo, constantemente destruída e reconstruída, se configura como uma entidade opressora, com edifícios imponentes, tubulações parecendo artérias e esgotos imundos, dando bem a vibe cyberpunk que a história pede, assim como a desordem urbana, guerra, miséria e todo tipo de violência.
Analisando tudo que faz este filme tão inovador, sua importância e legado são evidentes. Porém achei seu esqueleto pouco claro, suas muitas tramas e temas não são tão fáceis de absorver por uma relação de tempo de projeção/quantidade de subplots/densidade temática. Talvez se fosse uns 20 min mais longo tivesse mais respiro. Seus personagens, por mais trágicos e complexos, não me cativaram, e tive dificuldade de me conectar com o filme em um nível emocional, o que tirou parte da diversão.
Muitas cenas icônicas neste filme, mas a dos brinquedos gigantes do quarto de hospital do Tetsuo com aquela música medonha e a da transformação explosiva dele são as que eu vou levar comigo.
Realmente é um outro filme, com muito mais tempo para construir e desenvolver cada personagem que vai entrar na liga, nada é apressado, temos o background de cada um, tempo para nos afeiçoarmos, etc. Acho até uma proeza Snyder ter levado 4h para fazer algo que a Marvel precisou de diversos filmes para alcançar.
Ainda me incomodo com a fotografia escura, um pouco menos do que em "Batman V Superman", mas ainda com um alto contraste muito bizarro; mais do que uma escolha estilística do diretor, acredito ser para mascarar o CGI "suspeito", que funciona em algumas sequências, mas na maioria, ficou devendo.
No final, o saldo é positivo. O enredo tem mais caldo, as ações têm mais peso e dá pra entender perfeitamente de onde vem tal atitude ou reação. A montagem horrível de BvS e da versão de Joss Whedon, deram lugar a uma história bem mais coerente onde todas as cenas adicionais trazem um contexto necessário para a progressão do filme e, para minha surpresa, justificam a duração - eu estava preparado para assistir a uma egotrip do Snyder, mas senti um vínculo muito mais emocional dele na realização deste corte, devido à mobilização dos fãs e à tragédia que o afastou da produção.
PS: A cena da chegada do Superman no embate com o Steppenwolf ("NOT IMPRESSED.") foi um flex do crl 😂, mas eu teria vibrado no cinema se tivesse sido lançado nas telonas.
Os problemas na produção deste filme e, mais que isso, os próprios equívocos na concepção do projeto em si, como a tarefa ingrata de introduzir uma equipe tão icônica como a liga da justiça sem a construção prévia necessária, eram a receita para um desastre e, spoiler, ele é.
Ações e consequências não têm peso dramático, a mudança de direção no meio das filmagens de Zack Snyder para Joss Whedon causa uma série de inconsistências tonais, a montagem é bagunçada e eu não me diverti.
Demorei 14 anos para finalmente assistir a este filme que me gerou um baita interesse, pois na época eu estava naquele hype de Spike Jonze/Michel Gondry... Mas que decepção. Um filme aborrecido. Protagonista irritante. A relação de Max com a família é mal explorada, meia dúzia de cenas com eles e nada é aprofundado. Os monstros não têm apelo nenhum e meio que... nada acontece o filme todo.
Acredito que exista alguma tentativa de criar uma metáfora com luto ou trauma ou depressão ou ansiedade ali, porém achei tudo mal trabalhado, faltou amarrar melhor. Até o trabalho de câmera do filme eu achei pobre.
Com tanta gente talentosa envolvida no elenco e na equipe, achei que não tinha como dar errado um projeto desse. Me enganei. Meh.
Esse aqui não ficou devendo em nada ao antecessor; mesmo clima de mistério detetivesco, um elenco estelar (com um merecido destaque para a Electric Lady Janelle Monáe), reviravoltas deliciosas... Diversão pura!
Figurinos, direção de arte e de fotografia conjugados em perfeita sintonia, criando imagens belíssimas a cada frame - um banquete visual.
E os personagens horríveis, super problemáticos da Kate Hudson e do Dave Bautista principalmente, me fizeram rir muito! Kathryn Hahn é um deleite, mas sua personagem não teve muito que fazer aqui. Edward Norton e Daniel Craig são os que parecem estar mais se divertindo em seus papéis.
Esse clássico me surpreendeu pelo dinamismo. Mesmo com uma estética de estúdio bem padrão, traz uma edição e movimentos de câmera enérgicos, ótimos diálogos e um ritmo muito bem cadenciado para um filme dos anos 40. Grande direção de Michael Curtiz.
O tema da Segunda Guerra enquanto estava rolando é corajoso e continua relevante até hoje, falando de vários imigrantes dos diferentes países cujas vidas foram afetadas, o estado de incerteza e desejo de fuga dos personagens - há um senso de urgência constante que o filme transmite com muito sucesso.
Humphrey Bogart interpreta Rick com maestria, um personagem cínico e escorregadio na superfície, mas que esconde um lado sentimental devido a uma desilusão do passado. Rick se mostra neutro em todas as questões tocantes aos lados da guerra (refletindo os EUA na época), mas seu passado de luta antifascista reaparece quando necessário, fazendo dele esse homem fascinante que faz o necessário para se adaptar e sobreviver naquele ambiente hostil.
Amo o filtro que 'adocica' o foco nos close-ups de Ingrid Bergman, belíssima. Ilsa também é complexa, apaixonada, mas com um forte senso de dever e a noção de que há coisas maiores que ela e Rick em jogo aqui, portanto uma heroína de guerra também, e
uma adúltera que o roteiro torna involuntária, num twist verossímil e temporalmente adequado.
A galeria de personagens orbitam em volta dos protagonistas é memorável; Victor Laszlo, Ugarte, o capitão Louis Renault, o pianista Sam, Yvonne, a ex de Rick e a jovem refugiada recém-casada Annina, só para citar alguns. Cada um tem pelo menos uma grande cena no filme, sendo a maior delas, na minha opinião, a batalha dos hinos alemão e francês, em que todos cantam "A Marselhesa" contra os soldados nazistas. O patriotismo sem artificialidade desta cena (fácil de cair no piegas), frente ao que estava acontecendo no mundo, é profundamente emocionante.
Outras cenas que destaco são Rick ajudando o casal búlgaro roubando para eles na roleta; o fechamento do Café pelo capitão, alegando ser proibida a jogatina, e então recebe o dinheiro que ele próprio ganhou no cassino (hilário); a cena final da despedida no aeroporto e, claro, o momento em que Ilsa pede a Sam para tocar "As Time Goes By" e acontece seu reencontro com Richard, magnífica! Todos os outros atores em cena, mesmo os extras, parecem personagens, tudo tem vida, emoção, todos têm uma história não-contada.
Os sets são deslumbrantes, as ruas movimentadas, o Rick's Café Américain é lindo e cheio de detalhes que a câmera explora e a iluminação valoriza... E eu adoro o aviãozinho pousando e a câmera passeando pela maquete no início do filme.
O Assassino
3.3 514Talvez a viagem proposta por David Fincher em "The Killer" (2023) seja esse mergulho na mente do assassino; seu método, sua disciplina, sua rotina e sua paranoia. Fassbender está muito bem escalado no papel, Tilda Swinton tem uma cena marcante, e a participação da nossa Sophie Charlotte não passa despercebida, sendo a força motriz da trama, arrasou. Já tinha até me esquecido que ela estava nesse filme, só a reconheci na cena final.
O primor narrativo aqui está em toda parte, no foco dado a detalhes, na forma que nossa atenção é manipulada através dos enquadramentos cuidadosos, da mixagem de som precisa e da trilha sonora brilhante.
Se já faz um bom tempo que a obra de Fincher abandonou floreios e maneirismos autorais, aqui ele parece ainda mais econômico, mais direto ao ponto – e a edição é o principal fator que dá essa sensação, fazendo um filme de quase duas horas parecer tão ágil. O ritmo sincopado, composto de várias elipses, contribui para um senso de urgência que contrasta com o conceito de "tédio" trazido no início do filme: o protagonista abre dizendo que se você não sabe lidar com o tédio, esse trabalho (ser um assassino de aluguel) não é para você. Achei divertido esse recado do diretor para a audiência alimentada à base do algoritmo da Netflix, sobre o filme dele. Ele já abre o filme desafiando-nos a continuar assistindo aos longos minutos iniciais, onde aparentemente nada acontece, e parece dilatar o tempo sem nunca deixar de construir tensão... até que algo finalmente acontece, e aí vem a recompensa: o filme nunca mais para pra respirar.
Após diversas cenas onde essa tensão jamais é resolvida, como um coito interrompido,
a adrenalina finalmente toma conta, na única cena de ação do filme, numa porradaria brutal de deixar John Wick com inveja.
somos brindados com um anticlímax tão inesperado quanto o de "Kill Bill Vol. 2". E foi quando percebi que o clímax já havia passado, o final boss não era esse, era o crossfiteiro.
O Homem de Palha
4.0 482 Assista Agora- Um filme que desafia nossa noção de moral, que quebra com dogmas fortes da época, que nos apresenta um protagonista tão caxias e insuportável que torna impossível não ficarmos do lado dos "vilões".
- Não tinha ideia que havia tantas cenas musicais no filme e eu adorei. Elas reforçam o senso de estranheza, misticismo e a atmosfera folk daquele universo.
- Edward Woodward está fantástico como Neil Howie, especialmente na sequência final, seus gritos de horror vão ficar por algum tempo na minha cabeça, e Christopher Lee também faz um trabalho memorável como o 'effortlessly cool' Lord Summerisle.
- Filme estranho e bastante progressista, onde o horror vem das rupturas com os valores cristãos que permeiam nosso imaginário, a sociedade e as próprias leis que a regem.
Pinóquio
4.2 542 Assista Agora- Tecnicamente deslumbrante, um trabalho hercúleo que levou cerca de 10 anos, resulta em um filme que é um dos maiores triunfos no campo da animação stop-motion - absolutamente admirável.
- Tematicamente rico, o twist de Del Toro na história clássica traz o contexto histórico do fascismo que provoca reflexões mais densas sobre humanidade, engrandecem a construção do Pinocchio e tornam o filme relevante culturalmente em 2022.
- Artisticamente estelar, o elenco de voz original é recheado de bons atores, com destaque para Cate Blanchett como o macaco Spazzatura (super inesperado) e Ewan McGregor como o Grilo Falante.
- Emocionalmente profundo, o filme codirigido por Del Toro e Mark Gustafson me arrancou lágrimas graças à jornada tocante do ingênuo Pinocchio descobrindo o mundo e a maldade do ser humano, enquanto seu amor e o desejo de se reunir com o pai, impulsiona-o através da trama, até a decisão definitiva que ele deve tomar no final.
Pokémon, O Filme 6: Jirachi, Realizador de Desejos
3.4 28 Assista AgoraMais um exercício de paciência para qualquer um acima dos 11 anos, mesmo acompanhando a franquia.
Alguma mudança neste aqui com o vilão revendo seu plano e voltando atrás, mas ainda é pouco para empolgar, a estrutura segue inabalada. E nada pode ser mais irritante que uma trama girando em torno de Max e um pokémon que conversa via telepatia.
Pokémon, O Filme 5: Heróis Pokémon
3.4 30- Gostei dos penteados das gatunas da vez e a ilha de Alto Mare com sua atmosfera fortemente inspirada em Veneza;
- Mais uma trama de vilões tentando capturar o lendário da vez, causando uma destruição tremenda, alguém se sacrifica, todo mundo chora e eles falham.
- O final deste foi mais agridoce pois pareceu que Latios se sacrificou mesmo, mas aí, nos créditos, apareceu de novo ao lado da irmã e mais um Latios pequeno? Que isso gente, incesto?? Ave Maria... Kkkkk
- E o Ash que quase perdeu o bv? Kk Essa Latias é o boto cor-de-rosa do universo pokémon ;-;
- O bom é que são curtinhos esses filmes.
O Mal Que Nos Habita
3.6 534 Assista Agora- O cinema argentino atinge novos níveis de excelência com este filme de terror que inova na forma de abordar o tema da possessão demoníaca, fugindo da maioria dos inescapáveis clichês de "O Exorcista", assemelhando-se mais à dinâmica de uma epidemia zumbi; inova também no excepcional trabalho de maquiagem que me deixou de queixo caído; a direção de Demián Rugna é muito feliz em revelar aos poucos as lógicas daquele universo de forma orgânica, a atmosfera é de constante incerteza, paranoia e perigo, equilibrando bem drama familiar, tragédia humana e momentos de puro horror - há várias cenas memoráveis aqui, como a do homem obeso na cabana, a da cabra, a do cachorro e a da mãe com o filho na estrada.
- A trilha sonora é boa e bem trabalhada, a cinematografia passa o clima de povoado rural com sucesso... É um trabalho que me deixou feliz de ver. Nossos hermanos têm muito a nos ensinar enquanto cinema e isso nunca foi novidade, mas no cinema de gênero, é um dos primeiros filmes que tive contato que realmente me mostrou POSSIBILIDADES.
Pokémon, O Filme 4: Viajantes do Tempo
3.4 55- A animação é muito bonita, os efeitos em 3D se mesclam muito bem com o traço em 2D, ambos com movimentos fluidos e muito superiores à produção mais apressada da série. Os três filmes anteriores já haviam feito isso, e aqui o salto na qualidade é visível, e este é o maior atrativo do filme para mim.
- A história é bem padrão e previsível: um vilão inescrupuloso quer capturar o pokémon lendário da vez (o mítico Celebi) e Ash e companhia vêm ao resgate. Muita destruição e lágrimas depois tudo fica bem de novo. O gimmick da vez que é a capacidade de Celebi de viajar no tempo é pouco utilizada narrativamente e poderia ser mais interessante, porém garante um plot twistzinho legal nos créditos finais que eu já havia cogitado.
- O belo cão lendário Suicune também faz uma breve participação com seu poder de purificar as águas e é isso. Tive um pensamento inédito e idiota de que aquelas duas fitas que saem do seu traseiro seriam duas vermes presas (risos em idiotês 🤭).
- A amizade de Ash e Sam cria margem para interpretações mais românticas, até a revelação final tornar tudo muito awkward para sequer pensar naquilo de novo rs.
- Ao menos quando pensamos no público infantil, a mensagem ambiental é uma coisa positiva que o filme transmite.
A Lenda
3.4 295 Assista Agora🔺🔻Design de produção e fotografia são lindíssimos. Mas a decupagem, montagem, direção e diálogos são tão fraquinhos... A maquiagem de alguns personagens como Darkness e Meg Mucklebones entrega, mas a dos duendes ficou uma droga.
🔻O menino que faz o Gump atua melhor que o Tom Cruise. Na verdade ele me lembrou muito o Anthony Hopkins.
🔻Em um take dá pra ver o fio de nylon segurando a fadinha Oona.
🔻Na cena que eles estão no pântano antes da bruxa aparecer, é possível ver uma estátua do pazuzu igual à que padre Merrin encontra no início de "O Exorcista" (1973).
🔻Esperei tantos anos para ver este filme pela atuação de Tim Curry como o diabão lá e foi só maquiagem mesmo. Tom Cruise desde cedo malandro truqueiro para disfarçar sua baixa estatura, atua o filme todo agachado e contracenando a maior parte do tempo com uma criança e três "duendes". Jurava que Jennifer Connelly estava neste filme.
🔻Achei o filme sem imaginação, derivativo e CHATO! Ridley Scott só assinou a direção e descontou o cheque, me recuso a acreditar que ele fez qualquer coisa aqui.
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraNossa, como eu odeio esse coringa "gangsta" do Jared Leto...
Will Smith e sua necessidade de parecer um anti-herói com um coração, mesmo quando o personagem claramente pedia outra pegada. O tom desse filme como um todo é um grande equívoco; tudo parece uma grande brincadeira, não há senso de ameaça ou perigo real nenhum (que foi o que matou "Capitão América: Guerra Civil" para mim, porém aqui é ainda pior).
Em um filme que tem "suicida" no título, o cara colocar inimigos que "quebram" para evitar o sangue e manter PG-13, é de cair o c* da bunda. E nem vou falar desse CGI zoado.
Uma coisa que nunca dá pra ignorar é o trabalho fenomenal que Viola Davis faz em cada papel que se propõe, e aqui não é diferente. Margot Robbie também é uma das únicas do elenco que tornam a experiência desse filme menos chata.
Hoyt de "True Blood"! ❤️
Apesar da trilha musical ser boa, a quantidade de música jogada a cada cena tentando desesperadamente conferir tom e ritmo, é muito irritante. E essa direção sem personalidade nenhuma, falha no básico que é mostrar como esses personagens deveriam ser "fodões". Tudo é filmado do jeito mais sem graça possível; a falta de criatividade das cenas de ação é tamanha que faz parecer que o orçamento foi de dois fofura e um guaracamp.
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
2.8 516 Assista AgoraO universo é rico em espécies e o visual é bonito, toda essa coisa meio espacial, eu gostei. O problema é que parece que dedicaram mais tempo na criação de mundo do que nos personagens e no enredo, principalmente. É um plot clássico de "sessão da tarde", só que tem sempre *muita* coisa acontecendo na tela, e falta o principal: o coração. É um filme sem alma, frio. A filha adolescente do herói, Cassie, não é tão carismática quanto a Marvel quer nos vender, e eu não me importei com ela, nem com ninguém, para falar a verdade. Só com o blobzinho dos buracos e o Chidi de "The Good Place", eles são legais.
Não há "stakes", não existe aquela sensação de que há algo em jogo aqui, que vamos perder alguém, etc... E Kang... Affe. Eu amei Jonathan Majors em "Lovecraft Country" e achei que seu futuro na Marvel seria brilhante. Contudo, para meu desânimo, mesmo sem considerar as problemáticas envolvendo o ator, seu Kang já não estava funcionando. Não rolou em "Loki" e não rola aqui. Não sei se é o personagem que não tem apelo mesmo ou se é o ator que não está trazendo 'gravitas' ao papel, aquele senso de peso, importância, imponência, temor... Ele não causa nada! E, meu amigo, depois de um rolo compressor como o Thanos (trabalho brilhante do Josh Brolin que transcendeu o nicho e entrou para a História do cinema), você TEM. QUE. ENTREGAR!! Espero que o recasting que o personagem sofreu mude isto.
Um filme estrelado por Paul Rudd, Michelle Pfeiffer e Michael Douglas que consegue a proeza de apagar o brilho de todos esses astros, tem que se esforçar pra isso. Para melhorar, quem salva o dia é a negacionista safada da Evangeline Lilly AAaaaOOooou, tenha dó! Francamente.
Guardiões da Galáxia: Especial de Festas
3.5 169 Assista AgoraLegal. A melhor parte foi a música e a citação ao Batman.
Boa Sorte
3.6 440Filme lindo e triste. Baseado em conto do grande Jorge Furtado e seu filho Pedro, dirigido por Carolina Jabor, essa história de amor niilista (ou esperançosa?), rodeada de excessos e distúrbios mentais, tem uma delicadeza que emociona. Deborah Secco está entregue ao papel, João Pedro Zappa transmite toda a inconsequência da juventude e Fernanda Montenegro em participação pequena, mas sempre magistral. A fotografia tem uns planos magníficos que exploram a natureza espalhada pelos jardins da instituição, como o do primeiro encontro de João e Judith, e na piscina também, que injetam um respiro e poesia.
Até mais ou menos a metade do filme, não simpatizei muito com os personagens, me pareceram pessoas desagradáveis; porém a segunda metade tem uma jornada emocional mais intensa e cenas que ajudam a criar com eles uma identificação maior, como a evolução do amor ingênuo de João por Judith, que acabou por redimí-lo aos meus olhos. Roteiro e direção distribuem ao longo da obra toques de sensibilidade que dão personalidade à história, mesmo que a entrega de certos diálogos seja menos casual e mais 'texto lido' do que eu gostaria. Me agradou a economia nas situações mais melancólicas, por exemplo, a forma que João tira Judith do estado de graça que eles vinham vivendo, após fazer algo muito grave e isso muda como ela estava encarando aquele romance... Tudo que João fala a partir daquele momento ganha um peso diferente para ela, pois ele fez Judith se lembrar da própria mortalidade e de como, na visão dela, este relacionamento está condenado. É minha parte preferida da atuação de Deborah Secco, pois ela passa TUDO no olhar, tristeza, decepção, frustração, dor, amor, resignação... São as boas escolhas dramáticas que fazem este longa se destacar de outros com premissa parecida.
Vi críticas à forma que o filme não 'se aprofunda' nas doenças, mas discordo totalmente. Ele não só mergulha fundo, como o faz pela perspectiva mais dura, que é como elas afetam definitivamente essa história de amor. Não é um filme sobre degradação humana, é um romance. E é no aspecto de encontrar momentos de felicidade em meio à desesperança, que reside a força dessa história. Um amor que marca você, e muda você, mesmo que a vida siga seu rumo e você seja o único que vai levar aquela lembrança para sempre... é o tipo de conceito que sempre me emociona.
Terminei achando lindo o filme.
Drácula de Bram Stoker
4.0 1,4K Assista AgoraToda a parte técnica desta adaptação do livro de Bram Stoker é muito legal; todas as trucagens de câmera, ângulos, perspectivas, fusões, fades, máscaras, uso de sombras, miniaturas, maquetes, painéis... tudo feito bem no estilo da época em que se passa o filme, que coincide com o lançamento do livro e a aurora do cinema no final do século XIX - Coppola dá uma verdadeira aula de linguagem cinematográfica clássica enquanto referencia um sem número de obras do terror.
A direção de arte dos cenários, a maquiagem e os figurinos também são belíssimos (aquele vestido de noiva da Lucy com aquela gola elizabetana é babado, mas o grisalho do cabelo de Jonathan no segundo ato ficou ruim).
As atuações são mais teatrais, afinal estamos falando de um romance gótico, com destaque para Gary Oldman e Sadie Frost, que entregam as melhores e mais intensas performances do filme, e os atores coadjuvantes Cary Elwes, Bill Campbell e Richard E. Grant nunca estiveram tão lindos. Winona Ryder está inocente como pede a sua personagem Mina, e Keanu Reeves falha em passar as emoções de Jonathan, mas não chega a atrapalhar muito. O Van Helsing de Anthony Hopkins prejudica mais o tom do filme na minha opinião, pois os elementos de romance, drama, sensualidade e terror, vinham sendo bem costurados até a entrada do caçador de vampiros no final do segundo ato, e o filme se permite dar uma 'pirada' na comédia, mas não curti o humor aqui. E, claro, Monica Bellucci está perfeita, a mamãe nunca errou.
O ritmo do filme, que já não era dos mais dinâmicos, perde bastante força no último terço e dá a impressão de ser um longo epílogo.
Em resumo, gosto de todas as metáforas que são trabalhadas pelo roteiro de James V. Hart e a direção do Coppola, envolvendo vampiros, sexo, ISTs, estupro, a corrupção da pureza, o medo europeu do estrangeiro e até a crítica ao sistema manicomial, só para ficar nas óbvias. Mas pelo lado negativo temos personagens que não me cativaram e um ritmo cansativo. Mas é um filme obrigatório de um grande mestre e uma reimaginação muito original do monstro clássico.
O Corvo
3.5 998Meu preferido Brendan Gleeson está gato como sempre, amo ver esse homem atuando. E Luke Evans, John Cusack, Alice Eve e Oliver Jackson-Cohen são um ensemble que funciona, apesar do último ter pouco o que fazer aqui além de entregar beleza e da sua boa cena final.
A produção é primorosa, locações, figurinos e todo o trabalho de iluminação estão impecáveis. Impressionante o que fizeram aqui com os 20 milhões de orçamento, chutaria o dobro fácil. Mas é o tipo de produção que não sai mais nos cinemas, a lógica do mercado atual não permite mais financiar um lançamento desses a não ser que seja em serviços de streaming.
A atmosfera do filme é boa, mesmo que não traga 100% daquela da obra de Edgar Allan Poe, brinca bem com as referências, e a investigação me manteve engajado sem exigir muito do meu cérebro. O filme parece não querer ser nada além de uma reimaginação dos últimos dias que levaram à morte misteriosa do autor, com um toque de romance thriller policial e uma dose de gore inesperada. Um sólido nota 7.
Gênio Indomável
4.2 1,3K Assista AgoraFilme tocante, roteiro redondo, cenas marcantes, ótimas atuações e mensagens poderosas. "It's not your fault", "Your move chief", "The best part of my day"... O roteiro de Damon e Affleck é tão redondinho, tem diálogos tão bem escritos! As atuações de Damon e Robin Williams são fenomenais, Stellan Skarsgård é outro ótimo ator que não vejo ser tão lembrado.
Os traumas do passado de Will precisaram ser acessados para que ele pudesse entender por que sua rebeldia rivalizava com sua genialidade, e finalmente fazer as pazes consigo mesmo. E a grande questão do que realmente ele queria nessa vida, entre ceder à vocação do seu dom ou ir atrás do que ele realmente tinha vontade de fazer, mente ou coração, pode ser simples, mas é o que move a história e ressoou muito comigo. Dado o background de abusos e abandono de Will, ele não tem a estabilidade emocional que um gênio como ele precisava para perseguir as oportunidades que se apresentam para ele, então sua decisão final foi a melhor possível naquele cenário.
Gus Van Sant dirige sem fazer muito alarde de sua presença ao longo do filme (talvez pelo projeto ser muito mais dos roteiristas e da Miramax), estilo cru sem maneirismos e uma eficácia dramática tão sutil que só com um olhar mais atento consegui percebê-la. As performances excelentes que o diretor extrai dos atores e as cenas inesquecíveis que ele constrói... Robin Williams está em um dos melhores papéis de sua carreira... Chef's kiss.
A trilha de Danny Elfman e Elliot Smith é mágica.
Paris is Burning
4.5 242O filme é o documento de uma cena e de uma era definitiva na cultura LGBTQ+ que influenciou todo o mainstream queer de hoje em dia, desde "Pose" até realities como "Drag Race" e "Legendary".
Abrange a relação entre o glamour dos balls, a rivalidade das houses que se formavam para acolher jovens rejeitados pelas famílias ao se descobrirem, a dor da solidão, a necessidade de sentir-se parte de algo, de ser validado enquanto ser social, a discrepância econômica de brancos e pretos/latinos na Nova York daquela época, que inspirava o desejo por aquele estilo de vida inalcançável, a vulnerabilidade social e a exposição à violência... entre vários outros temas.
Bonito, triste, exuberante, político, cru e ainda muito relevante.
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraEsse foi uma decepção tamanha que nem me preocupei em registrar minhas impressões à época que vi no cinema, apaguei da memória.
Não que eu tenha achado um filme ruim, tem boas cenas, a jogada com a fotografia que privilegia os céus e convida a plateia a participar ativamente, buscando algo nas nuvens, é eficaz; o bom comentário sobre o apagamento histórico de pretos na História do cinema, sobre a própria indústria cinematográfica, a espetacularização da tragédia e tooda a teia de simbolismos característica do diretor está lá; Daniel Kaluuya é brilhante, Keke Palmer cria com ele um ótimo contraste e o restante do elenco está muito bem... mas quando chega a hora do retorno, do pay-off, da recompensa no ápice do filme... o que ele entrega fica aquém do que ele mesmo estabelece. O 'wow-factor' de filmes do Spielberg como "Tubarão" e "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" são referenciados, mas nunca reproduzidos. Um monte de referências e easter eggs que parecem estar ali apenas por estar, e o filme, como aventura em si, não segura, não empolga.
Assim como "Nós" (2019), achei que faltou amarrar melhor essa coleção de simbologias com a história que o diretor queria contar para que ela funcionasse em mais de um nível. Jordan Peele ainda não conseguiu recapturar o fascínio que "Corra" (2017) causou em mim.
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 801 Assista AgoraNathan Fillion kk lembrei da Missy de "Big Mouth".
A construção de universo de James Gunn como sempre é impecável, os cenários, os designs de figurinos, os efeitos práticos são maravilhosos e ele filma cenas de ação com tanta inventividade...
Esse filme me fez rir e chorar igual a um fdp, de emoção genuína, por toda a trajetória do James Gunn na Marvel, celebrada com esse filme que fala de família e do valor que cada espécie tem no universo; Animais não deveriam valer menos que a vida humana, mas o filme mostra como, na prática, é assim que é. Tanto nas cenas de tortura animal, como na cena em que fica clara a prioridade dada pelos próprios heróis em salvar os humanos enquanto os bichos são deixados para morrer, não fosse Rocket ver-se representado naquelas criaturas para empatizar com o sofrimento delas... teriam um fim trágico.
Também amei a cadela Laika, digo, Cosmos, cuja história mostra mais um dos casos onde a crueldade do ser humano chega a níveis extratosféricos (literalmente) em nome do progresso - não muito diferente do que o vilão do filme fazia.
Queria muito ter visto no cinema, mas a sala IMAX exibiu só por uma semana, sendo dominada pelo lançamento de "A pequena sereia" (que ódio), e as outras salas da minha região só exibiam cópias dubladas, e apesar do meu respeito pelos BONS dubladores br, não vou gastar combustível, estacionamento, lanche e ingresso para ver um filme live-action dublado né... é que nem chupar bala com papel.
Akira
4.3 868 Assista AgoraA decisão de usar 24 quadros por segundo na animação dá uma fluidez muito bonita, ao mesmo tempo que traz um realismo estranho para o constante movimento e as expressões faciais dos personagens. Muito admirável o trabalho gigantesco que tanto imagem como som exigiram neste filme que extrapolou os limites da animação 2D e influenciou basicamente tudo que veio depois. Um clássico.
A situação da 3ª Guerra Mundial e a explosão em Tóquio, são temas com um pé inegável na realidade; todo o caos social, protestos, ataques, abusos de autoridade, instituições ruindo, golpes de estado... roteiro denso e multi-camadas.
O uso das cores também é muito bonito mesmo nas cenas noturnas, o uso do vermelho da bandeira japonesa, um signo de liderança e poder, traduzido na moto e no figurino de Kaneda, e posteriormente na capa de Tetsuo; A megalópole de Neo-Tokyo, constantemente destruída e reconstruída, se configura como uma entidade opressora, com edifícios imponentes, tubulações parecendo artérias e esgotos imundos, dando bem a vibe cyberpunk que a história pede, assim como a desordem urbana, guerra, miséria e todo tipo de violência.
Analisando tudo que faz este filme tão inovador, sua importância e legado são evidentes. Porém achei seu esqueleto pouco claro, suas muitas tramas e temas não são tão fáceis de absorver por uma relação de tempo de projeção/quantidade de subplots/densidade temática. Talvez se fosse uns 20 min mais longo tivesse mais respiro. Seus personagens, por mais trágicos e complexos, não me cativaram, e tive dificuldade de me conectar com o filme em um nível emocional, o que tirou parte da diversão.
Muitas cenas icônicas neste filme, mas a dos brinquedos gigantes do quarto de hospital do Tetsuo com aquela música medonha e a da transformação explosiva dele são as que eu vou levar comigo.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3KRealmente é um outro filme, com muito mais tempo para construir e desenvolver cada personagem que vai entrar na liga, nada é apressado, temos o background de cada um, tempo para nos afeiçoarmos, etc. Acho até uma proeza Snyder ter levado 4h para fazer algo que a Marvel precisou de diversos filmes para alcançar.
Ainda me incomodo com a fotografia escura, um pouco menos do que em "Batman V Superman", mas ainda com um alto contraste muito bizarro; mais do que uma escolha estilística do diretor, acredito ser para mascarar o CGI "suspeito", que funciona em algumas sequências, mas na maioria, ficou devendo.
No final, o saldo é positivo. O enredo tem mais caldo, as ações têm mais peso e dá pra entender perfeitamente de onde vem tal atitude ou reação. A montagem horrível de BvS e da versão de Joss Whedon, deram lugar a uma história bem mais coerente onde todas as cenas adicionais trazem um contexto necessário para a progressão do filme e, para minha surpresa, justificam a duração - eu estava preparado para assistir a uma egotrip do Snyder, mas senti um vínculo muito mais emocional dele na realização deste corte, devido à mobilização dos fãs e à tragédia que o afastou da produção.
PS: A cena da chegada do Superman no embate com o Steppenwolf ("NOT IMPRESSED.") foi um flex do crl 😂, mas eu teria vibrado no cinema se tivesse sido lançado nas telonas.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraOs problemas na produção deste filme e, mais que isso, os próprios equívocos na concepção do projeto em si, como a tarefa ingrata de introduzir uma equipe tão icônica como a liga da justiça sem a construção prévia necessária, eram a receita para um desastre e, spoiler, ele é.
Ações e consequências não têm peso dramático, a mudança de direção no meio das filmagens de Zack Snyder para Joss Whedon causa uma série de inconsistências tonais, a montagem é bagunçada e eu não me diverti.
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraDemorei 14 anos para finalmente assistir a este filme que me gerou um baita interesse, pois na época eu estava naquele hype de Spike Jonze/Michel Gondry... Mas que decepção. Um filme aborrecido. Protagonista irritante. A relação de Max com a família é mal explorada, meia dúzia de cenas com eles e nada é aprofundado. Os monstros não têm apelo nenhum e meio que... nada acontece o filme todo.
Acredito que exista alguma tentativa de criar uma metáfora com luto ou trauma ou depressão ou ansiedade ali, porém achei tudo mal trabalhado, faltou amarrar melhor. Até o trabalho de câmera do filme eu achei pobre.
Com tanta gente talentosa envolvida no elenco e na equipe, achei que não tinha como dar errado um projeto desse. Me enganei. Meh.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
3.5 651 Assista AgoraEsse aqui não ficou devendo em nada ao antecessor; mesmo clima de mistério detetivesco, um elenco estelar (com um merecido destaque para a Electric Lady Janelle Monáe), reviravoltas deliciosas... Diversão pura!
Figurinos, direção de arte e de fotografia conjugados em perfeita sintonia, criando imagens belíssimas a cada frame - um banquete visual.
E os personagens horríveis, super problemáticos da Kate Hudson e do Dave Bautista principalmente, me fizeram rir muito! Kathryn Hahn é um deleite, mas sua personagem não teve muito que fazer aqui. Edward Norton e Daniel Craig são os que parecem estar mais se divertindo em seus papéis.
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraEsse clássico me surpreendeu pelo dinamismo. Mesmo com uma estética de estúdio bem padrão, traz uma edição e movimentos de câmera enérgicos, ótimos diálogos e um ritmo muito bem cadenciado para um filme dos anos 40. Grande direção de Michael Curtiz.
O tema da Segunda Guerra enquanto estava rolando é corajoso e continua relevante até hoje, falando de vários imigrantes dos diferentes países cujas vidas foram afetadas, o estado de incerteza e desejo de fuga dos personagens - há um senso de urgência constante que o filme transmite com muito sucesso.
Humphrey Bogart interpreta Rick com maestria, um personagem cínico e escorregadio na superfície, mas que esconde um lado sentimental devido a uma desilusão do passado. Rick se mostra neutro em todas as questões tocantes aos lados da guerra (refletindo os EUA na época), mas seu passado de luta antifascista reaparece quando necessário, fazendo dele esse homem fascinante que faz o necessário para se adaptar e sobreviver naquele ambiente hostil.
Amo o filtro que 'adocica' o foco nos close-ups de Ingrid Bergman, belíssima. Ilsa também é complexa, apaixonada, mas com um forte senso de dever e a noção de que há coisas maiores que ela e Rick em jogo aqui, portanto uma heroína de guerra também, e
uma adúltera que o roteiro torna involuntária, num twist verossímil e temporalmente adequado.
A galeria de personagens orbitam em volta dos protagonistas é memorável; Victor Laszlo, Ugarte, o capitão Louis Renault, o pianista Sam, Yvonne, a ex de Rick e a jovem refugiada recém-casada Annina, só para citar alguns. Cada um tem pelo menos uma grande cena no filme, sendo a maior delas, na minha opinião, a batalha dos hinos alemão e francês, em que todos cantam "A Marselhesa" contra os soldados nazistas. O patriotismo sem artificialidade desta cena (fácil de cair no piegas), frente ao que estava acontecendo no mundo, é profundamente emocionante.
Outras cenas que destaco são Rick ajudando o casal búlgaro roubando para eles na roleta; o fechamento do Café pelo capitão, alegando ser proibida a jogatina, e então recebe o dinheiro que ele próprio ganhou no cassino (hilário); a cena final da despedida no aeroporto e, claro, o momento em que Ilsa pede a Sam para tocar "As Time Goes By" e acontece seu reencontro com Richard, magnífica! Todos os outros atores em cena, mesmo os extras, parecem personagens, tudo tem vida, emoção, todos têm uma história não-contada.
Os sets são deslumbrantes, as ruas movimentadas, o Rick's Café Américain é lindo e cheio de detalhes que a câmera explora e a iluminação valoriza... E eu adoro o aviãozinho pousando e a câmera passeando pela maquete no início do filme.
"We'll always have Paris..." Fascinante.