Não achei tão divertido quanto achei que seria, mas é um bom filme, e Harrison Ford está em seu prime. A trilha de John Williams é magnífica, as locações belíssimas, os efeitos especiais, muito eficazes até hoje. Muitas cenas icônicas num suco dos anos 80. Mas para mim, faltou um ka-kara-ka, sei lá.
Um filme estranho, com uma narrativa confusa, tramas e conceitos subdesenvolvidos, uma montagem desconexa e remendada por recursos ridículos como uma introdução que tenta explicar o que o filme em si não é capaz, e um trabalho de voice over vergonhoso que articula os pensamentos dos personagens. David Lynch não teve o corte final da obra, o que explica essa bagunça. Gosto de alguns efeitos, alguns cenários, do elenco e... só.
Este foi (infelizmente) meu primeiro contato com a obra do Frank Herbert e fiquei espantado com a influência que percebi em trocentas obras como "Star Wars", "Matrix", "Avatar", "Game of Thrones" e até mesmo "Beetlejuice" e "Tremors".
E se "Toy Story" não fosse um filme infantil e, em vez de brinquedos, fossem produtos de um supermercado que ganhassem vida? Esse é o microcosmo que "Sausage Party" aborda em mais uma comédia infame produzida por Seth Rogen e seus amigos. Humor é sempre algo bem subjetivo e contexto é deus. As piadas aqui são sujas, estúpidas e grosseiras. Então se você estiver a fim de algo bobo que vai te reconectar com a sua 5ª série interior, pode se divertir como eu.
A adaptação br das piadas realizada pela equipe do "Porta dos fundos" é um trabalho muito bem feito, e na versão dublada, vozes como Fábio Porchat, Gregório Duvivier e Rafael Portugal vão pipocando aqui e ali. Porém trocadilhos como um molho alemão fascista cujo propósito é massacrar caixas de suco ("juice", no original, cuja pronúncia é igual a "jews", judeus) são algumas piadas que se perdem na tradução inevitavelmente; e como o jogo de palavras é outra das principais fontes de piadas, "Festa da salsicha" é um filme muito melhor aproveitado em sua língua original.
O filme não tem pretensão de inovar em nenhuma frente; a animação é apenas funcional à história, o roteiro tem estrutura clichê com personagens pouco memoráveis e barrigas perceptíveis. A duração não precisava ser tão longa... o elenco de voz estelar que além de Seth Rogen, conta com Kristen Wiig, Edward Norton e Michael Cera, entre muitos outros, porém, segura bem o interesse e arranca risadas com as várias boas sacadas que satirizam temas como as religiões e a fé cega, o pós-vida, e até os conflitos de Israel e a Palestina na faixa de Gaza. E a cena que dá título ao filme é tão ultrajante quanto inventiva. Rir de si antes de tudo é o que o também roteirista Rogen sabe fazer de melhor.
Um desperdício de dinheiro e talento. O CGI mais caro que o dinheiro pode pagar e uma fauna marinha multicolorida em números musicais perfeitamente sincronizados... para um filme totalmente sem vida. Tudo é dirigido sem inspiração, formulaico, apenas executando o que está no roteiro. Mesmo com boas vozes no elenco, são poucos os números musicais que me agradaram. Não há uma única sequência ou set piece memorável.
O estúdio não entendeu que transpor animais cartunescos para versões ultrarrealistas já não tinha dado certo no live-action de "O Rei Leão"? Esse pessoal não faz pesquisa de mercado, de opinião, não? Bilheteria é a única métrica que usam? Personagens como Linguado, Sebastião e Sabidão perdem toda a expressividade que faziam deles quem eles eram. Eu acho que o ideal era encontrar um meio termo entre o cartoon e o real, nos moldes do que "Detetive Pikachu" alcançou - um equilíbrio entre esses dois mundos sem cair no vale da estranheza.
Halle Bailey, que eu acompanho desde o YouTube, canta como um passarinho e tem muito carisma; não vai ganhar nenhum prêmio de revelação, mas sua Ariel tem a inocência e a candura que o papel pede. A Ursula de Melissa McCarthy é a grande decepção do filme. Enquanto a vilã da versão animada de 1989 apavorou gerações com suas feições diabólicas, aqui não tivemos nem uma fração disso, o clímax com sua versão gigante em CGI é uma sequência tão escura que irrita. Awkwafina faz o que pode como Sabidão, mas o bom trabalho de voz não é valorizado pela animação insossa. Javier Bardem está no filme. E a melhor coisa que eu posso falar sobre o ator que faz o príncipe Eric é: "I hate to see you leave, but I love to watch you walk away".
- Como é que pode esse filme péssimo ser escrito por Michael Dougherty e Dan Harris, a mesma dupla que nos deu o excelente "X-Men 2" dois anos antes, e dirigido por Mary Lambert, diretora do clássico "Cemitério Maldito" (1989) e de clipes icônicos da Madonna do naipe de "Material Girl" e "Like a Prayer"? Ninguém estava inspirado aqui.
- O elenco é sofrível, com a protagonista interpretada por Kate Mara sendo o único destaque positivo.
- A mudança na mitologia dos dois filmes anteriores, que eram pé-no-chão e envolviam serial killers, para uma lenda urbana sobrenatural de fato, foi um erro.
- Cabelo e maquiagem da fantasma Bloody Mary são inexistentes, até pegadinha do Silvio Santos é mais bem produzido que aquilo.
- Tá, a cena das aranhas foi nojenta no bom sentido. E a do boy que morreu mijando na cerca de alta-voltagem foi engraçada. Mas esse filme é uma bagunça. Que perda de tempo.
Se "Halloween" (1978) é o pai do slasher, "Black Christmas" (1974) é o avô do subgênero derivado do giallo. Gostei das diferentes camadas em que o filme funciona, sendo um dos que mais influenciaram o estilo, ao mesmo tempo que não reproduz os seus maiores clichês. Ele foi o primeiro a transformar uma data comemorativa em algo medonho, e fez isso logo com a mais segura e aconchegante, o Natal; Tem toques pontuais de humor que não descaracterizam o tom do suspense do filme; A câmera subjetiva do ponto de vista do assassino e a parte técnica em geral são bem criativas para balancear o baixo orçamento; As personagens são boas e as atrizes também - Olivia Hussey e Margot Kidder conseguem nos fazer torcer por elas e não para o assassino matá-las logo... aliás, personagens femininas não-objetificadas, com conflitos próprios e ideias bem liberais para a época estão entre minhas coisas favoritas do filme. E a atmosfera de bizarrice que dá arrepios, desde os telefonemas até à presença do assassino, sempre nas sombras. Além do final pessimista, que causa um sem número de emoções.
Um ou outro detalhe da maquiagem ficou devendo, mas não compromete a eficácia das cenas porque a direção do Bob Clark é muito boa! O que dizer da montagem do coral tão inocente, angelical justaposto às punhaladas em Barb? Arte. Encrenquei com a falta de qualquer razão para Peter procurar Jess no porão (?) e ainda mais para quebrar a janela e entrar!? Meio sem sentido. Simplesmente porque o roteiro precisava.
John Saxon, que anos depois estaria em "A Hora do Pesadelo", está ótimo neste filme...
O carisma gigante de Margot Robbie carrega o filme junto com Ewan McGregor, que também está ótimo como um vilão afetado (e sim, ele e o italiano louro estavam transando e só a minha opinião importa), e Jurnee Smollett que tem uma presença inegável como a Canário. Mary Elizabeth Winstead, eu nem tinha reconhecido, mas senti-a um pouco perdida aqui.
Os toques de quadrinhos inseridos na linguagem do filme, o tom de comédia com inserções de loucura, tudo aqui traduz muito bem a Harley. O filme não tenta ser um filme de herói nos moldes atuais, ele se contenta em ser uma comédia de ação despretensiosa de mulheres chutando a bunda de uns homi, dirigida com competência pela Cathy Yan, e essa foi a melhor decisão que eles poderiam ter tomado. E nenhum efeito digital do Snydercut é melhor que Bruce, a hiena.
A cena das olimpíadas das Amazonas na abertura é bem legal, mesmo dando para ver a transição das atrizes para os modelos de CGI. E esta é a primeira trilha do Hans Zimmer que eu acho exagerada.
Tudo que veio depois... O tom leve até demais, boboca; o roteiro pobre, os diálogos que parecem escritos por um adolescente... Os personagens não são bons, esses vilões são patéticos... adoro Kristen Wiig, mas seu talento está mal aproveitado neste papel. E Pedro Pascal completamente perdido no churrasco aqui com aquela peruca horrível. E um filme com esse plot tão simplório precisava mesmo de uma duração de 2h30?
Pelo que percebi, a ideia era fazer algo muito reverente aos quadrinhos e desenhos animados mais clássicos, tanto pelo tom, quase de fantasia, quanto pela introdução de elementos como o jato invisível e da habilidade de voar da heroína, porém a execução deixa a desejar.
Minha conclusão é que Gal Gadot é uma das mulheres mais lindas do cinema e o cameo da Lynda Carter foi muito mais legal que qualquer herói da DC.
Vi este filme quando era moleque e estava bombando nas locadoras de vídeo e na época, achei um filme apenas ok de monstro, mas não fui capaz de perceber as pequenas coisas que fazem dele algo especial. O elenco é ótimo, Bridget Fonda, Bill Pullman, Brendan Gleeson, Oliver Platt e Betty White, que eu amo forte. Todos parecem estar se divertindo muito em seus papéis, pois o texto é muito engraçado! Todos os diálogos têm alguma quebra de expectativa sagaz ou um comentário sarcástico. Ninguém está levando isso a sério! It's camp!
E a direção do Steve Miner, que comandou as partes 2 e 3 de "Sexta-feira 13", e vinha fresco do meta "Halloween H20", segue essa mesma linha meio autorreferente que bebe de "Pânico", e faz aqui uma sátira de produções como "Tubarão" e "Jurassic Park", desde a forma como filma as cenas de ataque antes de finalmente mostrar o monstrão, até o jeito como estabelece as relações e picuinhas dos personagens, que não param de se alfinetar.
O animal de efeito prático feito pelo lendário Stan Winston é ótimo, e o de CGI também não é ruim para a época - vi coisas da Marvel com visuais bem piores este ano. A duração é curtíssima, nem mais nem menos que o necessário.
E a energia de sexy daddy do Brendan Gleeson bateu forte nesse filme, affe...💜
Melhor do que eu esperava. Gal Gadot está perfeita no papel e o filme tem ótimos efeitos. A direção da Patty Jenkins é boa e seria ainda melhor, não fosse o uso irritantemente exagerado de slow-motion com estética de comercial de shampoo. O tom do romance é um pouco sacarino, mas até dá pra passar pano, pois dentro da construção de Diana, vindo de um lugar de certa ingenuidade e sendo forjada na guerra (lembra o Capitão América), tem um certo sentido. Mas mesmo com seus defeitos é um bom filme.
1+1=1... Esse filme me deixou sem palavras, sem chão e sem ar. Que experiência cinematográfica brutal e transformadora. Lindo lindo lindo. Um soco na traqueia! Se eu já achava Denis Villeneuve excepcional por "Os Suspeitos" e "A Chegada", aqui eu precisei gastar mesmo o termo GÊNIO, porque isso aqui é uma obra-prima.
A narrativa envolvendo paralelo temporal da trajetória de mãe/filha é muito eficaz em criar um senso de conexão entre ambas as jornadas. Interessante o jeito que o diretor escolhe expor o conflito de cristãos e muçulmanos, sob um ponto de vista onde os católicos são o "outro lado", os antagonistas, visto que estamos acompanhando o ponto de vista de Nawal, subvertendo o clichê do muçulmano como vilão. A cena do massacre no ônibus com a imagem de Nossa Senhora nas metralhadoras é devastadora, um absurdo.
E que história maravilhosa, que construção fenomenal. Todo o contexto de guerra civil religiosa em uma terra não-identificada, para contar essa narrativa micro que é totalmente afetada pelo macro.
Um filme sobre muitas coisas, com muitas camadas, mas que fala do poder devastador, incendiário da verdade. Ainda preciso ver a maioria dos filmes de Villeneuve, mas acho difícil algum dos seus outros trabalhos superar este aqui. Melhor filme dele.
Amo os zooms, os enquadramentos, os movimentos de câmera dele, aquele travelling da grua no alto até a janela do trem é um belo trabalho. As homenagens a Hitchcock ali...
Todo o jogo de espiões e agentes duplos é muito instigante, fiquei o tempo todo sem saber em quem podia confiar. Acho que dos filmes que já tinha assistido de "Missão: Impossível", este é o que mais traz essa sensação. Fora que o recurso da máscara (que é uma trapaceada de roteiro) não é utilizado em excesso, como é minha memória do segundo filme. E o efeito deste aqui é mais orgânico, mais palpável.
Set pieces como do hacking na sala branca impenetrável da agência e a do trem são tão icônicos e não é à toa, eles são muito eficazes. Ethan suspenso pela corda invadindo o computador é uma aula de orquestração de ritmo e controle absoluto da tensão até o limite. O clímax no trem é espetacular, aflitivo, bem editado e os efeitos envelheceram muito bem para 28 anos.
Um olhar delicado e sensível sobre o que é ser criança em um mundo onde os adultos nunca prestam atenção em você. O professor, por exemplo, que ignora os motivos de cada aluno para se atrasar ou não entregar o dever de casa, mesmo que muitas dessas crianças (meninos, na verdade, agora que parei para pensar, não vi meninas no filme) morem longe ou trabalhem ao chegar em casa, uma rotina dura para uma idade tão nova. Senti agonia em muitos momentos pelo pobre do Ahmad sendo ignorado e recebendo ordens de todos, enquanto só pensava no amigo sendo expulso por não ter levado o caderno de novo. É fascinante como um problema aparentemente banal significa o mundo para ele, e é impossível não se conectar com este sentimento, uma vez que todos fomos crianças um dia; tudo é uma questão de ponto de vista. A jornada do guri por lugares simples que rapidamente vão se tornando familiares e os vários personagens que vão entrando na história, agem como obstáculos para que ele atinja seu objetivos, e apenas um velho tenta realmente ajudá-lo, não por acaso, o outro extremo da vida que também não encontra voz na sociedade. Além disso, as pistas que os personagens vão dando, nos engajam na busca, como a porta azul no final da escada, a árvore seca, a calça, etc. E a cada novo fracasso, vai aumentando a nossa frustração, junto com Ahmad. O trabalho de atuação do pequeno Babek Ahmed Poor é primoroso, o olhar desse menino passa tanta coisa!
O diretor tem um jeito de capturar a realidade que existe na dramaticidade muito particular. Ele parece nem interferir nos ambientes, criando esse senso de que estamos assistindo à vida simplesmente se desenrolar diante de nós, muito bonito. Lindo o jeito que ele fotografa as cenas, aquele plano do menino subindo e descendo a colina em zigue-zague que está no pôster é das coisas mais lindas que eu já vi. O tema das portas e janelas é muito bem trabalhado por Kiarostami como ferramenta visual, dramática e metafórica; surgem aqui e ali, luzes imprimem seus padrões e cores em paredes escuras, e na minha cena preferida, em que Ahmed acredita ter encontrado o pai do seu amigo no fabricante de portas com o burro e o diretor muito espertamente brinca com as nossas expectativas, escondendo o menininho atrás da janela que carrega, depois nos mostra só a calça igual à do seu amigo, depois ele fica oculto atrás do burrico... para no final nos revelar que não era ele. Um detalhe genial de direção.
É um roteiro muito feliz: descomplicado, mas não deixa de ter uma escrita inteligente pois parte de uma premissa muito corriqueira, que ele consegue tornar aquilo um conflito gigante; nossa empatia por Ahmad e seu problema nos faz acreditar, assim como ele, que o que está em jogo aqui é tão importante quanto salvar o mundo em um mega blockbuster, por exemplo. Essa é uma das maiores qualidades que um roteiro pode ter para mim.
Mais um diretor que queria ter conhecido antes, pela simplicidade cheia de poesia que ele passa.
A parte de animação em 3D envelheceu como queijo, mas deve ter sido super legal em '95. Já a parte da animação tradicional em 2D, essa é imperdoável. É muito ruim mesmo para a época. É muito mal feito, gente. Desenhos super bem animados feitos à mão existem desde o nascimento do cinema, não tem desculpa além de desleixo. 👎
Consigo até imaginar a reunião de pitching deste filme: "It's Rosemary's Baby... FROM SPACE!" Até o cabelo e os figurinos de Jill, personagem de Charlize, são chupados de lá. Por que tentar ser tão referente a um filme tão bom, se isso só fará o seu filme parecer ainda pior?
Charlize tenta dar alguma dignidade ao filme fazendo um bom trabalho, mesmo com este roteiro fraco, afinal esta é uma de suas primeiras protagonistas em uma grande produção, acredito eu, e uma grande oportunidade para sua carreira contracenar com Johnny Depp. Depp aliás, estava bombando em 1999, acho que estrelou uns 33 filmes aquele ano. Aqui ele não parece tão feliz em dividir o holofote, e atua no automático.
Mas não tem jeito, o roteiro baseado em um livro que eu desconheço, é cheio de furos e personagens tomando atitudes sem sentido, apenas porque era necessário para o andamento da narrativa. Por exemplo, quando Sherman Reese, da NASA, aborda Jill na loja de brinquedos, ela já passou metade do filme martelando na nossa cabeça que queria saber "o que aconteceu naqueles dois minutos", e ele está cheio de informações sobre coisas estranhas que ocorreram durante a missão. E o que ela faz? Chama ele pra tomar um café enquanto ele conta todos os babados? Nãaao! A mula quer saber se a NASA tem conhecimento de que ele está ali (???)! Agora eu te pergunto: que que tinha a ver o cu com as calças? Nas poucas interações que ambos tiveram anteriormente, Reese sempre foi profissional e cortês com Jill! Então por que caralhos, de repente, ela parece estar com medo de ficar a sós com o homem?? Não faz sentidoo! Ou estamos diante de um caso de racismo, ou o roteirista precisava desse conflito idiota para que sua história tivesse mais caldo até ela finalmente começar a acreditar. Mas que recurso chinfrim!
Outra! Quando Reese marca com Jill na saída do metrô para mostrar-lhe a prova do que ele dizia, e Spencer (Depp) o surpreende antes que a mulher termine de subir a escada, o marido já está ligado do que está acontecendo pela sua conexão com os gêmeos. Então ele o convida para tomarem um café. Reese, por sua vez, também está ciente de que este não é o Spencer, e sim, um alien fdp que certamente vai apagá-lo da existência. Ele declina o convite, mas o Spencer-alien insiste, com a justificativa de que Reese agora é um desempregado vagabundo que não tem nada melhor para fazer, e esta OUTRA MULA se deixa levar para o abate sem PROTESTAR, sem dar um pio!? Cadê aquele cara exasperado e cheio de energia?? Gente, aqui: "Não po. Não é porque eu tô sem emprego que eu tô desocupado não, ô amigão. Tenho uma entrevista de emprego agora, inclusive tô atrasadao vlw? Fui!" QUAL ERA A DIFICULDADE?? KKKKkkk Mais uma vez o roteiro precisava que isso acontecesse e forçou essa situação completamente implausível. E depois essa morte não é confirmada por nada além do vídeo que Jill recebe, assim como a morte de sua irmã, que acontece sem nenhuma consequência para ninguém, nenhuma investigação, nada.
Entre as poucas coisas que gostei de verdade está a composição belíssima da cena do jantar na casa da ricaça das pílulas, aquela paleta marrom e verde é uma pintura. A direção não é ruim quanto à parte mais cinema; iluminação, enquadramentos e movimentos de câmera são bons, melhores que o filme em si na verdade; tanto que surpreende que este seja o único crédito de Rand Ravich como diretor. E Charlize novinha, em plena ascensão, linda como sempre, e ao mesmo tempo tão diferente de hoje em dia. Fico feliz que ela tenha tido o jogo de cintura necessário para fugir do typecasting que vinha sofrendo nessa época, da esposa do vilão que sofre tudo de ruim, exatamente como em "Advogado do Diabo".
"Enigma do espaço" chupa o plot de "O Bebê de Rosemary" e o título BR tenta capitalizar em cima do clássico "O Enigma de Outro Mundo" - dá para ser mais derivativo? A originalidade passou longe aqui, o tal enigma não existe, pois não há ambiguidade alguma; tudo é bem aquilo que você imagina, com muita misoginia gratuita de brinde e um final que só a misericórdia.
O filme parece uma colcha de retalhos, a montagem é caótica, uma cena após a outra sem nenhuma fluidez ou senso de conexão, os diálogos são mal escritos, os furos de roteiro gritam, a fotografia é feia, não se enxerga nada na maioria das cenas noturnas... Odiei essa versão do Lex Luthor, não comprei as motivações do Batman, o desenvolvimento do Superman foi pífio, Lois Lane só corre, grita e chora (Amy Adams sub aproveitada)... Só a Mulher-Maravilha entregou a personagem 100% do tempo, e mesmo assim teve um screen time bem curto. Teve algumas cenas legais, mas o filme como um todo não divertiu.
A música desse filme é um absurdo, as cenas de ação são espetaculares, nenhum único frame é desperdiçado, a direção é magistral! O jeito indiano de contar a história com a câmera, a decupagem dos planos, o uso das ferramentas cinematográficas é explorado ao máximo. Um dos melhores usos de câmera lenta que eu já vi, onde mesmo em outros filmes o excesso do recurso se tornaria cansativo, aqui é sempre eficaz. Os travellings, zooms, CGI, iluminação, cores... É tudo muito bonito.
A opressão sofrida pelo povo indiano como colônia do império inglês é um assunto interessante e rico do ponto de vista histórico e cultural, fora que não é algo comum em filmes grandes que chegam aqui. O tom da narrativa é melodramático para os padrões ocidentais e os números musicais, em sua maioria, tendem a ser redundantes tematicamente por falarem exatamente sobre o que estamos assistindo, há pouco espaço para sutilezas aqui, o que é um traço cultural do cinema bollywoodiano, mas uma vez que embarca na proposta, você se acostuma pois é tudo muito bonito e feito com uma excelência muito singular.
Sem dúvida uma das experiências mais emocionantes e empolgantes que já tive assistindo a um filme. Hollywood tem muito que aprender com Bollywood.
Apesar de não curtir tanto a falta de fluidez desse tipo de animação (devido ao número de fps reduzido praticado aqui), ela funciona bem. Os cenários são bem bonitos e os detalhes em 3D, que podem ficar estranhos, acrescentam.
O gore sendo um dos principais pilares de Mortal Kombat, não poderia ser ignorado, e aqui os produtores entregaram tudo.
O elenco de voz é muito bom, Jennifer Carpenter como Sonya e Joel McHale faz Johnny Cage, mas a versão br também é excelente, algumas das nossas melhores vozes estão aqui.
Johnny Cage funciona como uma espécie de Deadpool desse universo: ele é egocêntrico, palhaço, cheio de one-liners, referências pop e meta, o que quebra o tom de seriedade dos outros personagens.
Um dos maiores acertos aqui é que o filme não passa nem 5 minutos sem uma cena de luta foda, não perdendo de vista o andamento da história.
Também não sou o maior fã da batalha de Godzillas no clímax, se tivesse ido mais pelo caminho "Attack on Titan" da cena em que Scorpion e Sub-Zero enfrentam o "Ser", acho que eu teria curtido mais.
O que este filme mostra, é o potencial de franquia que Mortal Kombat tem. Com essa galeria vasta de personagens tão populares entre tantas gerações, consigo ver fácil uma construção de universo parecida com o que a Marvel fez, culminando em um filme-evento tipo "Avengers: Guerra Infinita". Em vez de focar tanto nas adaptações da DC, que não vêm dando certo, a Warner deveria recalcular a rota e aproveitar esses personagens que estão parados!... Claro que eles teriam que manter a ultraviolência para não descaracterizar o selo e isso elevaria a classificação etária - o que estúdio nenhum gosta -, mas o que tem de público maior de 16 anos que correria para o cinema para ver uma adaptação DECENTE de MK, não está no gibi.
Os cineastas do movimento Dogma 95 sempre abordam temas espinhosos do jeito mais incômodo possível, seja para provocar uma reflexão no espectador sobre o que há de mais nefasto no ser humano ou apenas para chocar mesmo. Então, não deixa de ser interessante a direção de Thomas Vinterberg neste filme que aborda o tema do abuso de menores, de maneira crua, porém com uma sensibilidade inesperada.
Lucas, personagem construído com minimalismo certeiro por Mads Mikkelsen, tem todos os predicados socialmente tidos como agravantes (separado, mora sozinho, professor de jardim de infância) e acaba sofrendo as consequências de um trauma causado pelo irmão adolescente de Klara, uma aluna que apresenta alguns sintomas de TOC, que por sua vez acusa Lucas de um suposto abuso.
Partindo do pressuposto no mínimo questionável de que crianças não mentem, o diretor apresenta uma série de erros de julgamento que se seguem, gerando um efeito manada sobre Lucas, que perde quase tudo que tinha na comunidade em que vive, e traz uma reflexão sobre o quão importante é fazer uma investigação não-enviesada em casos do tipo (ou em quaisquer outros), e como pode ser nocivo um círculo de convivência saltar para conclusões precipitadas — mesmo em um mundo onde a vítima sempre é culpabilizada. E é neste lugar desconfortável que Vinterberg nos coloca como espectador.
Pessoalmente este filme foi um exercício de auteridade para mim, que SEMPRE vou tomar a palavra da vítima de abuso, estupro, etc como verdade até que seja provado o contrário.
Simplesmente sensacional a transição no início do filme, da joia para aquela coisa meio cósmica, daí o letreiro e culmina numa colonoscopia no Sandler, enquanto toca aquela música cheia de synths. Icônico.
O filme é longo, mas muito frenético, uma negociação após a outra, um personagem entrando em cena após o o outro, a câmera sempre inquieta, muito traveling, muita câmera perseguindo o Howard, ele está em um rolo gigantesco, sufocado de todos os lados, na loja, nas apostas, no celular, na família, e a direção dos irmãos Safdie transmite essa sensação com uma eficácia absurda! Fiquei quase sem ar em várias cenas, gatilho de ansiedade AAAAH! Amei.
A CENA DOS CARAS presos na porta, a câmera sai da loja, vai para os fundos, segue os personagens... Claustrofóbico! Os diretores são muito bons em transmitir essas sensações, nos colocar na pele do Howard.
A cena do jantar na casa do sogro em que descobrimos que Arno é parente dele! A relação negócios-família, me lembrou um pouco "O Poderoso Chefão".
Idina Menzel, lenda!
A hora que Howard vai vender a opala para o KG e o mesmo aborda a questão do quanto os Etiópios ganham e quanto ele ganha em cima!
A trilha sonora do final "Amour Toujours (I'll fly with you)" do Gigi D'Agostino! Clássico! Essa trilha sonora é TUDO!
Amei o roteiro, amei a direção, a cinematografia maravilhosa do Darius Khondji, a trilha, o elenco!... Adam Sandler entregou absolutamente TUDO sem prometer com esta atuação. Se até a Sandra Bullock rapou todos os principais prêmios por aquela performance formulaica e básica naquele filme Oscar-bait chatíssimo em 2010, uma mera indicação dele ao Oscar não teria sido exagero. Puta snub.
Este foi meu primeiro contato com Josh & Bennie Safdie e já me considero um fã.
A primeira cena, eu acho legal porque o diretor faz tudo no plano-detalhe, fechadinho.
A cena da matança do elevador que ele termina no pescoço do bandido gordo tem uns probleminhas de ritmo e de tom. Tem um quê de comédia que acho que não casou muito bem.
Apesar de o roteiro "justificar" o despertar sexual de Mathilda dado o lar abusivo em que ela cresceu, é o olhar da câmera de Besson e suas escolhas como diretor que me deixam um pouco desconfortável assistindo a ele agora depois de adulto.
Leon é um personagem com camadas, capaz de assassinar friamente e com muita eficiência, mas tem também um lado delicado no cuidado com suas plantas, gosta de cinema e, obviamente, sua relação paternal com Mathilda. Gosto da cena dele ensinando ela a atirar com paintball no telhado, que culmina numa montagem ao som de "Venus as a boy" da Bjork. Suco dos anos 90.
A cena seguinte, a do jogo de adivinhação foi metade incômoda, metade fofa porque fez o link com a cena do cinema e o Gene Kelly.
O filme ainda tem aspectos que me fazem gostar muito dele, mas envelheceu mal em outros. Natalie Portman, Jean Reno e Gary Oldman estão incríveis em seus papéis e o final continua tristemente perfeito e ultra satisfatório.
Já seria foda se fosse só um filme muito tenso, com muito gore, puta direção, puta elenco e um final sensacional como só o cinema coreano é capaz de entregar. Mas a forma como ele embaça as linhas que separam "justiça" e "vingança" e joga com a relativização da maldade, dá ao filme camadas que trazem uma reflexão e elevam a experiência.
Ao contrário do que muitos pensam, o clichê da casa construída sobre um "cemitério indígena" não só foi evitado no primeiro filme, como foi satirizado por um dos personagens em uma cena lá. Então, é bom ver que a continuação mantém essa fuga de velhos estereótipos racistas e busca retratar os povos originários como guardiões de um saber milenar que pode rivalizar com as forças malignas da vez.
A trilha de Jerry Goldsmith, embora bonita, é redundante em certas partes, principalmente nos créditos iniciais, tentando nos dizer o que sentir. Aquele jump scare com pico de áudio na caverna foi beeem preguiçoso... E podiam ter escalado um ator melhorzinho para o indígena Taylor - Will Sampson tem carisma, mas a entrega de suas falas é pouco natural... Craig T. Nelson tá um gaaato nesse filme, eu teria visto só por ele.
Heather O'Rourke (R.I.P) continua encantadora como Carol Anne, o que só torna a cena do seu encontro com o velho magro assustador "Kane" ainda mais creepy! O cara parece a cruza do Slender Man com o Babadook! Tá amarrado! Arrepiei. Todas as cenas dele foram muito perturbadoras!
A relação da família é bem construída; o amor do casal é crível, e só aquela boa cena deles discutindo sobre o seguro, daí cantando, dançando e então se beijando, já estabeleceu bem o tom leve que tentam levar apesar do trauma coletivo que sofreram.
A cena de Carol Anne falando com a avó recém-falecida no telefone de brinquedo é uma referência ao s02e22 de The Twilight Zone: "Long Distance Call" (1960).
Gosto de filmes de terror que conseguem criar cenas memoráveis inclusive quando não estão tentando me assustar, e Diane no jardim tendo aquele flashback e sentindo a presença da mãe foi simples e eficaz com a emoção certa. Nem a música meio sacarina atrapalhou desta vez.
... Logo depois, uma cena de pesadelo também ótima, assustadora e criando um contraponto bem dinâmico.
Ao primeiro sinal de maledicência espiritual os personagens tomaram a decisão mais lógica e meteram o pé da casa, gostei de ver.
O clímax teve boas sequência de susto e body horror como Steve regurgitando o monstro-lagarta asqueroso arrepiante e o passeio na dimensão psicodélica dos espíritos.
Gostei de como, no final, o roteiro amarrou a mediunidade da avó e a piada sobre o carro estar "nervoso" ou "feliz". São detalhes bobos que mostram o cuidado na escrita.
O comentário social acerca das ansiedades culturais norte-americanas relacionadas ao medo de perder a propriedade privada devido a um "terreno amaldiçoado" ainda está presente aqui e segue sendo o meu aspecto preferido da franquia.
Gostei muito deste clássico que ainda não tinha visto. Lindamente filmado e muito bem montado, teleobjetivas usadas numa época que não era muito comum, as composições de quadro sempre recheadas de coisas acontecendo nos diferentes planos de profundidade, enquadramentos abertos justapostos a outros mais fechados durante as cenas de confronto, reforçando a ideia de muitos bandidos contra um pequeno contingente; uma movimentação de grupo linda e orgânica...
Gostei de como cada um dos samurais é apresentado e desenvolvido, assim como a relação deles com a aldeia, criando um senso de familiaridade que só aumenta a tensão para o showdown que está por vir. O Samurai jovem lá no seu arco de passagem para a vida adulta através do amor, traz uma dimensão mais individual para um enredo que trabalha mais com o senso de colaboração em conjunto; Kikuchiyo e suas camadas, tão interessante, Toshiro Mifune enche a tela, com esse personagem cativante e que tem o melhor tratamento do roteiro, sempre querendo provar seu valor para seus pares. Me apaixonei por ele.
O elenco todo é muito bom, a música... A história evoca muitos filmes que vieram depois que se baseiam nessa estrutura de escalar uma equipe de justiceiros para enfrentar uma ameaça maior - de imediato já lembro de "Vida de inseto" (1997) e "Os Vingadores" (2012). A influência no cinema do ocidente é realmente gigante.
Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida
4.0 668 Assista AgoraNão achei tão divertido quanto achei que seria, mas é um bom filme, e Harrison Ford está em seu prime. A trilha de John Williams é magnífica, as locações belíssimas, os efeitos especiais, muito eficazes até hoje. Muitas cenas icônicas num suco dos anos 80. Mas para mim, faltou um ka-kara-ka, sei lá.
Duna
2.9 412 Assista AgoraUm filme estranho, com uma narrativa confusa, tramas e conceitos subdesenvolvidos, uma montagem desconexa e remendada por recursos ridículos como uma introdução que tenta explicar o que o filme em si não é capaz, e um trabalho de voice over vergonhoso que articula os pensamentos dos personagens.
David Lynch não teve o corte final da obra, o que explica essa bagunça.
Gosto de alguns efeitos, alguns cenários, do elenco e... só.
Este foi (infelizmente) meu primeiro contato com a obra do Frank Herbert e fiquei espantado com a influência que percebi em trocentas obras como "Star Wars", "Matrix", "Avatar", "Game of Thrones" e até mesmo "Beetlejuice" e "Tremors".
Festa da Salsicha
2.9 816 Assista AgoraE se "Toy Story" não fosse um filme infantil e, em vez de brinquedos, fossem produtos de um supermercado que ganhassem vida? Esse é o microcosmo que "Sausage Party" aborda em mais uma comédia infame produzida por Seth Rogen e seus amigos.
Humor é sempre algo bem subjetivo e contexto é deus. As piadas aqui são sujas, estúpidas e grosseiras. Então se você estiver a fim de algo bobo que vai te reconectar com a sua 5ª série interior, pode se divertir como eu.
A adaptação br das piadas realizada pela equipe do "Porta dos fundos" é um trabalho muito bem feito, e na versão dublada, vozes como Fábio Porchat, Gregório Duvivier e Rafael Portugal vão pipocando aqui e ali. Porém trocadilhos como um molho alemão fascista cujo propósito é massacrar caixas de suco ("juice", no original, cuja pronúncia é igual a "jews", judeus) são algumas piadas que se perdem na tradução inevitavelmente; e como o jogo de palavras é outra das principais fontes de piadas, "Festa da salsicha" é um filme muito melhor aproveitado em sua língua original.
O filme não tem pretensão de inovar em nenhuma frente; a animação é apenas funcional à história, o roteiro tem estrutura clichê com personagens pouco memoráveis e barrigas perceptíveis. A duração não precisava ser tão longa... o elenco de voz estelar que além de Seth Rogen, conta com Kristen Wiig, Edward Norton e Michael Cera, entre muitos outros, porém, segura bem o interesse e arranca risadas com as várias boas sacadas que satirizam temas como as religiões e a fé cega, o pós-vida, e até os conflitos de Israel e a Palestina na faixa de Gaza.
E a cena que dá título ao filme é tão ultrajante quanto inventiva. Rir de si antes de tudo é o que o também roteirista Rogen sabe fazer de melhor.
A Pequena Sereia
3.3 526 Assista AgoraUm desperdício de dinheiro e talento. O CGI mais caro que o dinheiro pode pagar e uma fauna marinha multicolorida em números musicais perfeitamente sincronizados... para um filme totalmente sem vida. Tudo é dirigido sem inspiração, formulaico, apenas executando o que está no roteiro. Mesmo com boas vozes no elenco, são poucos os números musicais que me agradaram. Não há uma única sequência ou set piece memorável.
O estúdio não entendeu que transpor animais cartunescos para versões ultrarrealistas já não tinha dado certo no live-action de "O Rei Leão"? Esse pessoal não faz pesquisa de mercado, de opinião, não? Bilheteria é a única métrica que usam? Personagens como Linguado, Sebastião e Sabidão perdem toda a expressividade que faziam deles quem eles eram. Eu acho que o ideal era encontrar um meio termo entre o cartoon e o real, nos moldes do que "Detetive Pikachu" alcançou - um equilíbrio entre esses dois mundos sem cair no vale da estranheza.
Halle Bailey, que eu acompanho desde o YouTube, canta como um passarinho e tem muito carisma; não vai ganhar nenhum prêmio de revelação, mas sua Ariel tem a inocência e a candura que o papel pede. A Ursula de Melissa McCarthy é a grande decepção do filme. Enquanto a vilã da versão animada de 1989 apavorou gerações com suas feições diabólicas, aqui não tivemos nem uma fração disso, o clímax com sua versão gigante em CGI é uma sequência tão escura que irrita. Awkwafina faz o que pode como Sabidão, mas o bom trabalho de voz não é valorizado pela animação insossa. Javier Bardem está no filme. E a melhor coisa que eu posso falar sobre o ator que faz o príncipe Eric é: "I hate to see you leave, but I love to watch you walk away".
Lenda Urbana 3: A Vingança de Mary
2.1 260 Assista Agora- Como é que pode esse filme péssimo ser escrito por Michael Dougherty e Dan Harris, a mesma dupla que nos deu o excelente "X-Men 2" dois anos antes, e dirigido por Mary Lambert, diretora do clássico "Cemitério Maldito" (1989) e de clipes icônicos da Madonna do naipe de "Material Girl" e "Like a Prayer"? Ninguém estava inspirado aqui.
- O elenco é sofrível, com a protagonista interpretada por Kate Mara sendo o único destaque positivo.
- A mudança na mitologia dos dois filmes anteriores, que eram pé-no-chão e envolviam serial killers, para uma lenda urbana sobrenatural de fato, foi um erro.
- Cabelo e maquiagem da fantasma Bloody Mary são inexistentes, até pegadinha do Silvio Santos é mais bem produzido que aquilo.
- Tá, a cena das aranhas foi nojenta no bom sentido. E a do boy que morreu mijando na cerca de alta-voltagem foi engraçada. Mas esse filme é uma bagunça. Que perda de tempo.
Noite do Terror
3.5 219Se "Halloween" (1978) é o pai do slasher, "Black Christmas" (1974) é o avô do subgênero derivado do giallo.
Gostei das diferentes camadas em que o filme funciona, sendo um dos que mais influenciaram o estilo, ao mesmo tempo que não reproduz os seus maiores clichês. Ele foi o primeiro a transformar uma data comemorativa em algo medonho, e fez isso logo com a mais segura e aconchegante, o Natal; Tem toques pontuais de humor que não descaracterizam o tom do suspense do filme; A câmera subjetiva do ponto de vista do assassino e a parte técnica em geral são bem criativas para balancear o baixo orçamento; As personagens são boas e as atrizes também - Olivia Hussey e Margot Kidder conseguem nos fazer torcer por elas e não para o assassino matá-las logo... aliás, personagens femininas não-objetificadas, com conflitos próprios e ideias bem liberais para a época estão entre minhas coisas favoritas do filme. E a atmosfera de bizarrice que dá arrepios, desde os telefonemas até à presença do assassino, sempre nas sombras. Além do final pessimista, que causa um sem número de emoções.
Um ou outro detalhe da maquiagem ficou devendo, mas não compromete a eficácia das cenas porque a direção do Bob Clark é muito boa! O que dizer da montagem do coral tão inocente, angelical justaposto às punhaladas em Barb? Arte.
Encrenquei com a falta de qualquer razão para Peter procurar Jess no porão (?) e ainda mais para quebrar a janela e entrar!? Meio sem sentido. Simplesmente porque o roteiro precisava.
John Saxon, que anos depois estaria em "A Hora do Pesadelo", está ótimo neste filme...
Amei conhecer mais este clássico do terror.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KO carisma gigante de Margot Robbie carrega o filme junto com Ewan McGregor, que também está ótimo como um vilão afetado (e sim, ele e o italiano louro estavam transando e só a minha opinião importa), e Jurnee Smollett que tem uma presença inegável como a Canário. Mary Elizabeth Winstead, eu nem tinha reconhecido, mas senti-a um pouco perdida aqui.
Os toques de quadrinhos inseridos na linguagem do filme, o tom de comédia com inserções de loucura, tudo aqui traduz muito bem a Harley. O filme não tenta ser um filme de herói nos moldes atuais, ele se contenta em ser uma comédia de ação despretensiosa de mulheres chutando a bunda de uns homi, dirigida com competência pela Cathy Yan, e essa foi a melhor decisão que eles poderiam ter tomado.
E nenhum efeito digital do Snydercut é melhor que Bruce, a hiena.
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraA cena das olimpíadas das Amazonas na abertura é bem legal, mesmo dando para ver a transição das atrizes para os modelos de CGI. E esta é a primeira trilha do Hans Zimmer que eu acho exagerada.
Tudo que veio depois... O tom leve até demais, boboca; o roteiro pobre, os diálogos que parecem escritos por um adolescente... Os personagens não são bons, esses vilões são patéticos... adoro Kristen Wiig, mas seu talento está mal aproveitado neste papel. E Pedro Pascal completamente perdido no churrasco aqui com aquela peruca horrível.
E um filme com esse plot tão simplório precisava mesmo de uma duração de 2h30?
Pelo que percebi, a ideia era fazer algo muito reverente aos quadrinhos e desenhos animados mais clássicos, tanto pelo tom, quase de fantasia, quanto pela introdução de elementos como o jato invisível e da habilidade de voar da heroína, porém a execução deixa a desejar.
Minha conclusão é que Gal Gadot é uma das mulheres mais lindas do cinema e o cameo da Lynda Carter foi muito mais legal que qualquer herói da DC.
Pânico no Lago
2.4 215Vi este filme quando era moleque e estava bombando nas locadoras de vídeo e na época, achei um filme apenas ok de monstro, mas não fui capaz de perceber as pequenas coisas que fazem dele algo especial. O elenco é ótimo, Bridget Fonda, Bill Pullman, Brendan Gleeson, Oliver Platt e Betty White, que eu amo forte. Todos parecem estar se divertindo muito em seus papéis, pois o texto é muito engraçado! Todos os diálogos têm alguma quebra de expectativa sagaz ou um comentário sarcástico. Ninguém está levando isso a sério! It's camp!
E a direção do Steve Miner, que comandou as partes 2 e 3 de "Sexta-feira 13", e vinha fresco do meta "Halloween H20", segue essa mesma linha meio autorreferente que bebe de "Pânico", e faz aqui uma sátira de produções como "Tubarão" e "Jurassic Park", desde a forma como filma as cenas de ataque antes de finalmente mostrar o monstrão, até o jeito como estabelece as relações e picuinhas dos personagens, que não param de se alfinetar.
O animal de efeito prático feito pelo lendário Stan Winston é ótimo, e o de CGI também não é ruim para a época - vi coisas da Marvel com visuais bem piores este ano. A duração é curtíssima, nem mais nem menos que o necessário.
E a energia de sexy daddy do Brendan Gleeson bateu forte nesse filme, affe...💜
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraMelhor do que eu esperava. Gal Gadot está perfeita no papel e o filme tem ótimos efeitos. A direção da Patty Jenkins é boa e seria ainda melhor, não fosse o uso irritantemente exagerado de slow-motion com estética de comercial de shampoo. O tom do romance é um pouco sacarino, mas até dá pra passar pano, pois dentro da construção de Diana, vindo de um lugar de certa ingenuidade e sendo forjada na guerra (lembra o Capitão América), tem um certo sentido. Mas mesmo com seus defeitos é um bom filme.
Incêndios
4.5 1,9K1+1=1... Esse filme me deixou sem palavras, sem chão e sem ar. Que experiência cinematográfica brutal e transformadora. Lindo lindo lindo. Um soco na traqueia! Se eu já achava Denis Villeneuve excepcional por "Os Suspeitos" e "A Chegada", aqui eu precisei gastar mesmo o termo GÊNIO, porque isso aqui é uma obra-prima.
A narrativa envolvendo paralelo temporal da trajetória de mãe/filha é muito eficaz em criar um senso de conexão entre ambas as jornadas.
Interessante o jeito que o diretor escolhe expor o conflito de cristãos e muçulmanos, sob um ponto de vista onde os católicos são o "outro lado", os antagonistas, visto que estamos acompanhando o ponto de vista de Nawal, subvertendo o clichê do muçulmano como vilão. A cena do massacre no ônibus com a imagem de Nossa Senhora nas metralhadoras é devastadora, um absurdo.
E que história maravilhosa, que construção fenomenal. Todo o contexto de guerra civil religiosa em uma terra não-identificada, para contar essa narrativa micro que é totalmente afetada pelo macro.
Um filme sobre muitas coisas, com muitas camadas, mas que fala do poder devastador, incendiário da verdade. Ainda preciso ver a maioria dos filmes de Villeneuve, mas acho difícil algum dos seus outros trabalhos superar este aqui. Melhor filme dele.
Missão: Impossível
3.5 516 Assista AgoraAmo os zooms, os enquadramentos, os movimentos de câmera dele, aquele travelling da grua no alto até a janela do trem é um belo trabalho. As homenagens a Hitchcock ali...
Todo o jogo de espiões e agentes duplos é muito instigante, fiquei o tempo todo sem saber em quem podia confiar. Acho que dos filmes que já tinha assistido de "Missão: Impossível", este é o que mais traz essa sensação. Fora que o recurso da máscara (que é uma trapaceada de roteiro) não é utilizado em excesso, como é minha memória do segundo filme. E o efeito deste aqui é mais orgânico, mais palpável.
Set pieces como do hacking na sala branca impenetrável da agência e a do trem são tão icônicos e não é à toa, eles são muito eficazes. Ethan suspenso pela corda invadindo o computador é uma aula de orquestração de ritmo e controle absoluto da tensão até o limite.
O clímax no trem é espetacular, aflitivo, bem editado e os efeitos envelheceram muito bem para 28 anos.
Onde Fica a Casa do Meu Amigo?
4.2 145 Assista AgoraUm olhar delicado e sensível sobre o que é ser criança em um mundo onde os adultos nunca prestam atenção em você. O professor, por exemplo, que ignora os motivos de cada aluno para se atrasar ou não entregar o dever de casa, mesmo que muitas dessas crianças (meninos, na verdade, agora que parei para pensar, não vi meninas no filme) morem longe ou trabalhem ao chegar em casa, uma rotina dura para uma idade tão nova.
Senti agonia em muitos momentos pelo pobre do Ahmad sendo ignorado e recebendo ordens de todos, enquanto só pensava no amigo sendo expulso por não ter levado o caderno de novo. É fascinante como um problema aparentemente banal significa o mundo para ele, e é impossível não se conectar com este sentimento, uma vez que todos fomos crianças um dia; tudo é uma questão de ponto de vista. A jornada do guri por lugares simples que rapidamente vão se tornando familiares e os vários personagens que vão entrando na história, agem como obstáculos para que ele atinja seu objetivos, e apenas um velho tenta realmente ajudá-lo, não por acaso, o outro extremo da vida que também não encontra voz na sociedade. Além disso, as pistas que os personagens vão dando, nos engajam na busca, como a porta azul no final da escada, a árvore seca, a calça, etc. E a cada novo fracasso, vai aumentando a nossa frustração, junto com Ahmad. O trabalho de atuação do pequeno Babek Ahmed Poor é primoroso, o olhar desse menino passa tanta coisa!
O diretor tem um jeito de capturar a realidade que existe na dramaticidade muito particular. Ele parece nem interferir nos ambientes, criando esse senso de que estamos assistindo à vida simplesmente se desenrolar diante de nós, muito bonito.
Lindo o jeito que ele fotografa as cenas, aquele plano do menino subindo e descendo a colina em zigue-zague que está no pôster é das coisas mais lindas que eu já vi.
O tema das portas e janelas é muito bem trabalhado por Kiarostami como ferramenta visual, dramática e metafórica; surgem aqui e ali, luzes imprimem seus padrões e cores em paredes escuras, e na minha cena preferida, em que Ahmed acredita ter encontrado o pai do seu amigo no fabricante de portas com o burro e o diretor muito espertamente brinca com as nossas expectativas, escondendo o menininho atrás da janela que carrega, depois nos mostra só a calça igual à do seu amigo, depois ele fica oculto atrás do burrico... para no final nos revelar que não era ele. Um detalhe genial de direção.
É um roteiro muito feliz: descomplicado, mas não deixa de ter uma escrita inteligente pois parte de uma premissa muito corriqueira, que ele consegue tornar aquilo um conflito gigante; nossa empatia por Ahmad e seu problema nos faz acreditar, assim como ele, que o que está em jogo aqui é tão importante quanto salvar o mundo em um mega blockbuster, por exemplo. Essa é uma das maiores qualidades que um roteiro pode ter para mim.
Mais um diretor que queria ter conhecido antes, pela simplicidade cheia de poesia que ele passa.
Mortal Kombat - Animação
2.6 29A parte de animação em 3D envelheceu como queijo, mas deve ter sido super legal em '95. Já a parte da animação tradicional em 2D, essa é imperdoável. É muito ruim mesmo para a época. É muito mal feito, gente. Desenhos super bem animados feitos à mão existem desde o nascimento do cinema, não tem desculpa além de desleixo. 👎
Enigma do Espaço
2.7 162 Assista AgoraConsigo até imaginar a reunião de pitching deste filme: "It's Rosemary's Baby... FROM SPACE!"
Até o cabelo e os figurinos de Jill, personagem de Charlize, são chupados de lá. Por que tentar ser tão referente a um filme tão bom, se isso só fará o seu filme parecer ainda pior?
Charlize tenta dar alguma dignidade ao filme fazendo um bom trabalho, mesmo com este roteiro fraco, afinal esta é uma de suas primeiras protagonistas em uma grande produção, acredito eu, e uma grande oportunidade para sua carreira contracenar com Johnny Depp. Depp aliás, estava bombando em 1999, acho que estrelou uns 33 filmes aquele ano. Aqui ele não parece tão feliz em dividir o holofote, e atua no automático.
Mas não tem jeito, o roteiro baseado em um livro que eu desconheço, é cheio de furos e personagens tomando atitudes sem sentido, apenas porque era necessário para o andamento da narrativa. Por exemplo, quando Sherman Reese, da NASA, aborda Jill na loja de brinquedos, ela já passou metade do filme martelando na nossa cabeça que queria saber "o que aconteceu naqueles dois minutos", e ele está cheio de informações sobre coisas estranhas que ocorreram durante a missão. E o que ela faz? Chama ele pra tomar um café enquanto ele conta todos os babados? Nãaao! A mula quer saber se a NASA tem conhecimento de que ele está ali (???)! Agora eu te pergunto: que que tinha a ver o cu com as calças? Nas poucas interações que ambos tiveram anteriormente, Reese sempre foi profissional e cortês com Jill! Então por que caralhos, de repente, ela parece estar com medo de ficar a sós com o homem?? Não faz sentidoo! Ou estamos diante de um caso de racismo, ou o roteirista precisava desse conflito idiota para que sua história tivesse mais caldo até ela finalmente começar a acreditar. Mas que recurso chinfrim!
Outra! Quando Reese marca com Jill na saída do metrô para mostrar-lhe a prova do que ele dizia, e Spencer (Depp) o surpreende antes que a mulher termine de subir a escada, o marido já está ligado do que está acontecendo pela sua conexão com os gêmeos. Então ele o convida para tomarem um café. Reese, por sua vez, também está ciente de que este não é o Spencer, e sim, um alien fdp que certamente vai apagá-lo da existência. Ele declina o convite, mas o Spencer-alien insiste, com a justificativa de que Reese agora é um desempregado vagabundo que não tem nada melhor para fazer, e esta OUTRA MULA se deixa levar para o abate sem PROTESTAR, sem dar um pio!? Cadê aquele cara exasperado e cheio de energia?? Gente, aqui: "Não po. Não é porque eu tô sem emprego que eu tô desocupado não, ô amigão. Tenho uma entrevista de emprego agora, inclusive tô atrasadao vlw? Fui!"
QUAL ERA A DIFICULDADE?? KKKKkkk
Mais uma vez o roteiro precisava que isso acontecesse e forçou essa situação completamente implausível. E depois essa morte não é confirmada por nada além do vídeo que Jill recebe, assim como a morte de sua irmã, que acontece sem nenhuma consequência para ninguém, nenhuma investigação, nada.
Entre as poucas coisas que gostei de verdade está a composição belíssima da cena do jantar na casa da ricaça das pílulas, aquela paleta marrom e verde é uma pintura. A direção não é ruim quanto à parte mais cinema; iluminação, enquadramentos e movimentos de câmera são bons, melhores que o filme em si na verdade; tanto que surpreende que este seja o único crédito de Rand Ravich como diretor. E Charlize novinha, em plena ascensão, linda como sempre, e ao mesmo tempo tão diferente de hoje em dia. Fico feliz que ela tenha tido o jogo de cintura necessário para fugir do typecasting que vinha sofrendo nessa época, da esposa do vilão que sofre tudo de ruim, exatamente como em "Advogado do Diabo".
"Enigma do espaço" chupa o plot de "O Bebê de Rosemary" e o título BR tenta capitalizar em cima do clássico "O Enigma de Outro Mundo" - dá para ser mais derivativo? A originalidade passou longe aqui, o tal enigma não existe, pois não há ambiguidade alguma; tudo é bem aquilo que você imagina, com muita misoginia gratuita de brinde e um final que só a misericórdia.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraO filme parece uma colcha de retalhos, a montagem é caótica, uma cena após a outra sem nenhuma fluidez ou senso de conexão, os diálogos são mal escritos, os furos de roteiro gritam, a fotografia é feia, não se enxerga nada na maioria das cenas noturnas... Odiei essa versão do Lex Luthor, não comprei as motivações do Batman, o desenvolvimento do Superman foi pífio, Lois Lane só corre, grita e chora (Amy Adams sub aproveitada)... Só a Mulher-Maravilha entregou a personagem 100% do tempo, e mesmo assim teve um screen time bem curto.
Teve algumas cenas legais, mas o filme como um todo não divertiu.
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução
4.1 321 Assista AgoraA música desse filme é um absurdo, as cenas de ação são espetaculares, nenhum único frame é desperdiçado, a direção é magistral! O jeito indiano de contar a história com a câmera, a decupagem dos planos, o uso das ferramentas cinematográficas é explorado ao máximo. Um dos melhores usos de câmera lenta que eu já vi, onde mesmo em outros filmes o excesso do recurso se tornaria cansativo, aqui é sempre eficaz. Os travellings, zooms, CGI, iluminação, cores... É tudo muito bonito.
A opressão sofrida pelo povo indiano como colônia do império inglês é um assunto interessante e rico do ponto de vista histórico e cultural, fora que não é algo comum em filmes grandes que chegam aqui.
O tom da narrativa é melodramático para os padrões ocidentais e os números musicais, em sua maioria, tendem a ser redundantes tematicamente por falarem exatamente sobre o que estamos assistindo, há pouco espaço para sutilezas aqui, o que é um traço cultural do cinema bollywoodiano, mas uma vez que embarca na proposta, você se acostuma pois é tudo muito bonito e feito com uma excelência muito singular.
Sem dúvida uma das experiências mais emocionantes e empolgantes que já tive assistindo a um filme. Hollywood tem muito que aprender com Bollywood.
PS: E quezomi bonito né menino...
Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos
3.1 64 Assista AgoraApesar de não curtir tanto a falta de fluidez desse tipo de animação (devido ao número de fps reduzido praticado aqui), ela funciona bem. Os cenários são bem bonitos e os detalhes em 3D, que podem ficar estranhos, acrescentam.
O gore sendo um dos principais pilares de Mortal Kombat, não poderia ser ignorado, e aqui os produtores entregaram tudo.
O elenco de voz é muito bom, Jennifer Carpenter como Sonya e Joel McHale faz Johnny Cage, mas a versão br também é excelente, algumas das nossas melhores vozes estão aqui.
Johnny Cage funciona como uma espécie de Deadpool desse universo: ele é egocêntrico, palhaço, cheio de one-liners, referências pop e meta, o que quebra o tom de seriedade dos outros personagens.
Um dos maiores acertos aqui é que o filme não passa nem 5 minutos sem uma cena de luta foda, não perdendo de vista o andamento da história.
Também não sou o maior fã da batalha de Godzillas no clímax, se tivesse ido mais pelo caminho "Attack on Titan" da cena em que Scorpion e Sub-Zero enfrentam o "Ser", acho que eu teria curtido mais.
O que este filme mostra, é o potencial de franquia que Mortal Kombat tem. Com essa galeria vasta de personagens tão populares entre tantas gerações, consigo ver fácil uma construção de universo parecida com o que a Marvel fez, culminando em um filme-evento tipo "Avengers: Guerra Infinita".
Em vez de focar tanto nas adaptações da DC, que não vêm dando certo, a Warner deveria recalcular a rota e aproveitar esses personagens que estão parados!... Claro que eles teriam que manter a ultraviolência para não descaracterizar o selo e isso elevaria a classificação etária - o que estúdio nenhum gosta -, mas o que tem de público maior de 16 anos que correria para o cinema para ver uma adaptação DECENTE de MK, não está no gibi.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraOs cineastas do movimento Dogma 95 sempre abordam temas espinhosos do jeito mais incômodo possível, seja para provocar uma reflexão no espectador sobre o que há de mais nefasto no ser humano ou apenas para chocar mesmo. Então, não deixa de ser interessante a direção de Thomas Vinterberg neste filme que aborda o tema do abuso de menores, de maneira crua, porém com uma sensibilidade inesperada.
Lucas, personagem construído com minimalismo certeiro por Mads Mikkelsen, tem todos os predicados socialmente tidos como agravantes (separado, mora sozinho, professor de jardim de infância) e acaba sofrendo as consequências de um trauma causado pelo irmão adolescente de Klara, uma aluna que apresenta alguns sintomas de TOC, que por sua vez acusa Lucas de um suposto abuso.
Partindo do pressuposto no mínimo questionável de que crianças não mentem, o diretor apresenta uma série de erros de julgamento que se seguem, gerando um efeito manada sobre Lucas, que perde quase tudo que tinha na comunidade em que vive, e traz uma reflexão sobre o quão importante é fazer uma investigação não-enviesada em casos do tipo (ou em quaisquer outros), e como pode ser nocivo um círculo de convivência saltar para conclusões precipitadas — mesmo em um mundo onde a vítima sempre é culpabilizada. E é neste lugar desconfortável que Vinterberg nos coloca como espectador.
Pessoalmente este filme foi um exercício de auteridade para mim, que SEMPRE vou tomar a palavra da vítima de abuso, estupro, etc como verdade até que seja provado o contrário.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraSimplesmente sensacional a transição no início do filme, da joia para aquela coisa meio cósmica, daí o letreiro e culmina numa colonoscopia no Sandler, enquanto toca aquela música cheia de synths. Icônico.
O filme é longo, mas muito frenético, uma negociação após a outra, um personagem entrando em cena após o o outro, a câmera sempre inquieta, muito traveling, muita câmera perseguindo o Howard, ele está em um rolo gigantesco, sufocado de todos os lados, na loja, nas apostas, no celular, na família, e a direção dos irmãos Safdie transmite essa sensação com uma eficácia absurda! Fiquei quase sem ar em várias cenas, gatilho de ansiedade AAAAH! Amei.
A CENA DOS CARAS presos na porta, a câmera sai da loja, vai para os fundos, segue os personagens... Claustrofóbico!
Os diretores são muito bons em transmitir essas sensações, nos colocar na pele do Howard.
A cena do jantar na casa do sogro em que descobrimos que Arno é parente dele! A relação negócios-família, me lembrou um pouco "O Poderoso Chefão".
Idina Menzel, lenda!
A hora que Howard vai vender a opala para o KG e o mesmo aborda a questão do quanto os Etiópios ganham e quanto ele ganha em cima!
A trilha sonora do final "Amour Toujours (I'll fly with you)" do Gigi D'Agostino! Clássico! Essa trilha sonora é TUDO!
Amei o roteiro, amei a direção, a cinematografia maravilhosa do Darius Khondji, a trilha, o elenco!... Adam Sandler entregou absolutamente TUDO sem prometer com esta atuação. Se até a Sandra Bullock rapou todos os principais prêmios por aquela performance formulaica e básica naquele filme Oscar-bait chatíssimo em 2010, uma mera indicação dele ao Oscar não teria sido exagero. Puta snub.
Este foi meu primeiro contato com Josh & Bennie Safdie e já me considero um fã.
O Profissional
4.3 2,2K Assista AgoraReassistido depois de muitos anos:
A primeira cena, eu acho legal porque o diretor faz tudo no plano-detalhe, fechadinho.
A cena da matança do elevador que ele termina no pescoço do bandido gordo tem uns probleminhas de ritmo e de tom. Tem um quê de comédia que acho que não casou muito bem.
Apesar de o roteiro "justificar" o despertar sexual de Mathilda dado o lar abusivo em que ela cresceu, é o olhar da câmera de Besson e suas escolhas como diretor que me deixam um pouco desconfortável assistindo a ele agora depois de adulto.
Leon é um personagem com camadas, capaz de assassinar friamente e com muita eficiência, mas tem também um lado delicado no cuidado com suas plantas, gosta de cinema e, obviamente, sua relação paternal com Mathilda. Gosto da cena dele ensinando ela a atirar com paintball no telhado, que culmina numa montagem ao som de "Venus as a boy" da Bjork. Suco dos anos 90.
A cena seguinte, a do jogo de adivinhação foi metade incômoda, metade fofa porque fez o link com a cena do cinema e o Gene Kelly.
O filme ainda tem aspectos que me fazem gostar muito dele, mas envelheceu mal em outros. Natalie Portman, Jean Reno e Gary Oldman estão incríveis em seus papéis e o final continua tristemente perfeito e ultra satisfatório.
Eu Vi o Diabo
4.1 1,1KJá seria foda se fosse só um filme muito tenso, com muito gore, puta direção, puta elenco e um final sensacional como só o cinema coreano é capaz de entregar. Mas a forma como ele embaça as linhas que separam "justiça" e "vingança" e joga com a relativização da maldade, dá ao filme camadas que trazem uma reflexão e elevam a experiência.
Poltergeist 2: O Outro Lado
3.1 187 Assista AgoraAo contrário do que muitos pensam, o clichê da casa construída sobre um "cemitério indígena" não só foi evitado no primeiro filme, como foi satirizado por um dos personagens em uma cena lá. Então, é bom ver que a continuação mantém essa fuga de velhos estereótipos racistas e busca retratar os povos originários como guardiões de um saber milenar que pode rivalizar com as forças malignas da vez.
A trilha de Jerry Goldsmith, embora bonita, é redundante em certas partes, principalmente nos créditos iniciais, tentando nos dizer o que sentir. Aquele jump scare com pico de áudio na caverna foi beeem preguiçoso... E podiam ter escalado um ator melhorzinho para o indígena Taylor - Will Sampson tem carisma, mas a entrega de suas falas é pouco natural... Craig T. Nelson tá um gaaato nesse filme, eu teria visto só por ele.
Heather O'Rourke (R.I.P) continua encantadora como Carol Anne, o que só torna a cena do seu encontro com o velho magro assustador "Kane" ainda mais creepy! O cara parece a cruza do Slender Man com o Babadook! Tá amarrado! Arrepiei. Todas as cenas dele foram muito perturbadoras!
A relação da família é bem construída; o amor do casal é crível, e só aquela boa cena deles discutindo sobre o seguro, daí cantando, dançando e então se beijando, já estabeleceu bem o tom leve que tentam levar apesar do trauma coletivo que sofreram.
A cena de Carol Anne falando com a avó recém-falecida no telefone de brinquedo é uma referência ao s02e22 de The Twilight Zone: "Long Distance Call" (1960).
Gosto de filmes de terror que conseguem criar cenas memoráveis inclusive quando não estão tentando me assustar, e Diane no jardim tendo aquele flashback e sentindo a presença da mãe foi simples e eficaz com a emoção certa. Nem a música meio sacarina atrapalhou desta vez.
... Logo depois, uma cena de pesadelo também ótima, assustadora e criando um contraponto bem dinâmico.
Ao primeiro sinal de maledicência espiritual os personagens tomaram a decisão mais lógica e meteram o pé da casa, gostei de ver.
O clímax teve boas sequência de susto e body horror como Steve regurgitando o monstro-lagarta asqueroso arrepiante e o passeio na dimensão psicodélica dos espíritos.
Gostei de como, no final, o roteiro amarrou a mediunidade da avó e a piada sobre o carro estar "nervoso" ou "feliz". São detalhes bobos que mostram o cuidado na escrita.
O comentário social acerca das ansiedades culturais norte-americanas relacionadas ao medo de perder a propriedade privada devido a um "terreno amaldiçoado" ainda está presente aqui e segue sendo o meu aspecto preferido da franquia.
Os Sete Samurais
4.5 404Gostei muito deste clássico que ainda não tinha visto. Lindamente filmado e muito bem montado, teleobjetivas usadas numa época que não era muito comum, as composições de quadro sempre recheadas de coisas acontecendo nos diferentes planos de profundidade, enquadramentos abertos justapostos a outros mais fechados durante as cenas de confronto, reforçando a ideia de muitos bandidos contra um pequeno contingente; uma movimentação de grupo linda e orgânica...
Gostei de como cada um dos samurais é apresentado e desenvolvido, assim como a relação deles com a aldeia, criando um senso de familiaridade que só aumenta a tensão para o showdown que está por vir. O Samurai jovem lá no seu arco de passagem para a vida adulta através do amor, traz uma dimensão mais individual para um enredo que trabalha mais com o senso de colaboração em conjunto; Kikuchiyo e suas camadas, tão interessante, Toshiro Mifune enche a tela, com esse personagem cativante e que tem o melhor tratamento do roteiro, sempre querendo provar seu valor para seus pares. Me apaixonei por ele.
O elenco todo é muito bom, a música... A história evoca muitos filmes que vieram depois que se baseiam nessa estrutura de escalar uma equipe de justiceiros para enfrentar uma ameaça maior - de imediato já lembro de "Vida de inseto" (1997) e "Os Vingadores" (2012). A influência no cinema do ocidente é realmente gigante.