Mais uma excelente animação da DC. Entre as melhores, sem dúvida. Roteiro bem amarrado, um dos melhores elencos de vozes dessa série de longas animados, cenas de ação muito bem coreografadas, trilha sonora excepcional, e o clima sombrio e opressivo que casa perfeitamente com as histórias de uma cidade violenta como Gotham City.
Concordo com o Fael logo abaixo, me parece o tipo de história que nas mãos do Nolan renderia um filme tão bom quando O Cavaleiro das Trevas, tamanho é o cuidado com que exploram todos os personagens, suas relações, e os efeitos psicológicos de suas ações.
O clímax está entre os melhores momentos de uma adaptação dos quadrinhos para outra mídia, e supera a maioria delas no quesito tensão.
É assistindo animações como esta e Batman Ano Um que fazem minha confiança na adaptação de O Cavaleiro das Trevas, clássico absoludo de Frank Miller, prometida para o próximo ano, só aumenta.
O roteiro e a montagem são muito bem estruturados, de forma a realizar uma transição entre a comédia e o drama que em nenhum momento parece forçada. Destaque para o primeiro delírio de grandeza de Rupert, alternando entre seu diálogo improvisado no quarto/porão de sua casa, e a conversa com Jerry num restaurante luxuoso; e o programa de auditório imaginário com fotos em tamanho real de Lisa Minelli e Jerry Langford.
As atuações estão excelentes, e graças a elas e à maneira muito acertada com que Scorsese prolonga algumas seqüências, que o filme sustenta seu suspense crescente, através de seu tom cada vez mais desconfortável, em que as investidas de Rupert se tornam mais agressivas e invasivas, tornando o desenrolar imprevisível.
Crítica mordaz ao culto às celebridades e à sua responsabilidade social. Uma sessão dupla com Assassinos por Natureza, por mais estranho que possa soar, seria bem curiosa.
A Infância de Ivan possui todas as características do brilhantismo que seria desenvolvido nos futuros filmes de Tarkovsky, além de suas marcas registradas (não faltam personagens refletidos em espelhos, cavalos e águas correntes). Constata-se aqui o gênio em formação, e uma preocupação constante com a mais absoluta expressão da vida, algo que alcançaria níveis cada vez mais ousados e poéticos nas décadas seguintes.
A direção do Scorsese está ótima. Dá gosto ver a maneira como ele filma os shows de Jimmy e sua banda, e os números musicais de Francine mais pro final do filme. Talvez o maior problema aqui seja o casal principal, que com muito custo conquista nossa simpatia, e sua "química" soa pouco convincente.
Eu confesso que tenho guardo certa antipatia pela Liza Minelli, mas ela se sai bem aqui, tanto nas cenas dramáticas como nos números musicais, onde ela literalmente rouba a cena, e deixa o De Niro comendo poeira.
Devido à duração a trama fica monótona em alguns pontos, e passa a impressão de que algumas cenas se excederam, embora dê pra notar que a intenção do Scorsese foi gerar desconforto justamente pela maneira como algumas delas vão além do que se julgaria o necessário.
Mesmo irregular no ritmo, e com personagens pouco carismáticos, é um bom filme, e mais uma prova de como Scorsese sempre se esforçou para tornar-se um diretor completo, pondo seu talento à prova em gêneros variados. Faltou aqui um roteiro melhor.
Infelizmente o filme soa como mais um que pegou carona no sucesso de Bonnie e Clyde, tanto pelo estilo de edição como pela trilha sonora, que se assemelham muito.
Apesar disto, o quarteto principal é carismático, Barbara Hershey é provocante em cena, especialmente por se portar como uma moleca, que não levar muito a sério os crimes que comete (e o fato de aparecer nua diversas vezes ajuda bastante, é claro), o que atrai nossa atenção e curiosidade com relação ao seu destino.
Mesmo violento, e tocando em temas sérios como racismo, a Grande Depressão e a caçada aos comunistas, é um filme agradável de assistir, tem um ritmo gostoso, que embala, e a duração também ajuda muito.
Destaque também para John Carradine, que diverte bastante com o sotaque e a entonação de voz usada para compôr o "vilão" que interpreta.
As cenas de ação são empolgantes, especialmente a seqüência de abertura, que é de arrepiar. A trama é redondinha, muito bem conduzida, deixando a desejar só na hora de introduzir o avião invisível (senti falta de algum comentário sarcástico do Trevor, que caberia muito bem ali).
Apesar da relação entre a Diana e o Steve seguir o clichê de casal que fica brigando o tempo todo pra depois se entender, a maioria das tiradas de humor decorrentes disto funcionam muito bem. O piloto é o personagem mais divertido do longa, que na maior parte do tempo é bem sério e sombrio.
Gostei também de como eles deram um jeitinho de retratar a violência das batalhas mesmo tento que deixar tudo implícito.
Dá vontade de assistir uma série baseada no longa, especialmente com aquela seqüência final.
Sabe aquele tipo de filme que você não quer que acabe porque praticamente todos os personagens te conquistaram de tal forma que você quer ficar mais um pouquinho na companhia deles? Se você procura um filme assim, não precisa mais procurar.
Ellen Burstun interpreta aqui provavelmente um dos melhores papéis de sua carreira com tanta naturalidade que em nenhum momento você duvida da existência Alice, e até deseja que ela realmente exista, e você trombe com ela qualquer dia desses.
É apaixonante ver sua luta por superar cada impecilho, e ainda assim encontrar disposição pra se divertir com o filho nas horas vagas (as brincadeiras deles são um atrativo a parte).
Scorsese filme com sensibilidade, sabendo a hora certa de interferir, e são pouquíssimas as vezes que notamos sua direção, o que é ótimo, tornando o longa quase um "documentário", tamanha é a naturalidade com que os personagens se comportam, o que também indica o excelente diretor de elenco que ele é.
Gosto muito também da forma como os relacionamentos de Alice são tratados, sem nenhum indício de glamour, as discussões surgem naturalmente, expondo as imperfeições de cada um, e ainda assim fazem com que a gente torça para que Alice encontre alguém que a respeite e faça com que ela sossegue num lugar.
Mesmo não estando entre os filmes mais aclamados do diretor, considero um dos melhores dele pela competência com que tratou o material que tinha em mãos. Um trabalho feito com carinho e respeito por seus personagens, acima de tudo.
O maior destaque do filme é a montagem, que dá certa ambiguidade à trama do início ao fim. Não sabemos ao certo se os encontros de J.R. com a garota-sem-nome (Zina Bethune) realmente aconteceram, ou se foram apenas imaginamos pelo rapaz, como forma de fugir daquela realidade pouco promissora na qual vive. Este é um dos principais recursos usados por Scorsese pra segurar o espectador até o fim.
O outro deles é a química entre o casal principal, muito convincente na interpretação de Harvel Keitel e Zina Bethune. Os diálogos são bem escritos, e soam improvisados (alguns provavelmente são), e de fato acreditamos que são duas pessoas que acabaram de se conhecer, e estão aos poucos se apaixonando. Além disto, Scorsese explora muito bem com sua câmera os momentos de intimidade do casal. Dá pra "sentir" a tensão sexual entre eles, os toques, o calor, o enternecimento.
Gosto particularmente do videoclipe em que vemos J.R. se envolvendo com várias mulheres logo depois de chamar a Feathers (Angie Dickinson) de Onde Começa o Inferno de "assanhada", sem suspeitar de que aquilo atingiu fundo a garota, em parte fazendo com que ela revelasse seu segredo.
A trama tem lá seus excessos, comuns para um diretor estreante, mas ainda é uma ótima estréia de Scorsese em longas. Achei o filme até inusitado pela estrutura narrativa adotada. Vale a pena conferir, nem que for pra se apaixonar por Zina Bethune.
Sidney Lumet, em seu primeiro filme, desperta uma série de questões e reflexões morais, que por si mesmas são mais do que muitos diretores foram capazes de realizar no início de suas carreiras. É a partir de trabalhos assim que reconhecemos o talento de um cineasta nato, algo que se confirmou nos anos seguintes. Um verdadeiro clássico, entre os melhores de todos os tempos.
“Não queremos conquistar o espaço. Queremos expandir a Terra infinitamente. Não queremos novos mundos; queremos um espelho. Buscamos um contato que jamais alcançaremos. Estamos na tola posição de um homem lutando por um objetivo que teme e não deseja. O homem precisa do homem!” - Dr. Snaut
Apesar das pequenas falhas estruturais, Era Uma Vez na América é o trabalho mais maduro de Sergio Leone, que mesmo diante dos desafios e imposições que surgiram ao longo de sua produção, foi capaz de realizar um filme que consegue ser simultaneamente vigoroso, poético e, à sua maneira, filosófico. Trata-se de sua obra-prima, fazendo por merecer seu lugar entre os melhores filmes de máfia de todos os tempos, igualando-se, na minha opinião, com a trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola e Os Bons Companheiros de Martin Scorsese. Trabalho final digno de um dos grandes diretores do cinema.
Benigni forçando a amizade. Braschi atuando pouca coisa melhor que uma pedra. Cantarini levando o espectador ao choro com seus enormes olhos inocentes. Tudo isto embalado por uma comédia que várias vezes insulta a inteligência do espectador, por menos a sério que o filme peça pra ser levado, até começar a levar-se a sério e entornar o caldo de vez.
Ainda assim tem lá seus momentos emocionantes, mas que não sobrevivem ao protagonista mala.
Continuação muito inferior ao primeiro filme. A impressão que passa é que o roteiro foi todo feito como uma tentativa do Gene Hackman repetir a dose e ganhar mais um Oscar, tamanha é a ênfase que dão ao problema que tem para se recuperar das drogas no meio do filme.
Além disto a história sofre graves problemas de ritmo, que prejudicam muito o filme, e as poucas cenas de ação deixam muito a desejar, se comparadas às da primeira parte.
Vale apenas pra matar a curiosidade sobre o final da história. Não fosse por isto seria dispensável.
Com uma direção econômica e segura, que conduz o espectador através de uma trama inteligente e coesa, Contra o Tempo é mais um ponto positivo na carreira de Duncan Jones que, arrisco dizer, vem seguindo um caminho semelhante ao de Christopher Nolan, pela racionalidade e lógica com que dirige tramas cerebrais que desafiam sua capacidade de contar histórias.
O desenrolar da história é lento, o que pode desagradar aqueles que gostam de faroestes cheios de intensos tiroteios, duelos, e empolgantes perseguições à cavalo. Mas aqui o foco é outro. George Stevens busca despertar no espectador o mesmo apreço que aquelas famílias nutrem por seus lares, por aquelas terras férteis, cercadas de belas montanhas, um cenário natural que predomina em quase todas as externas do filme. O diretor ganha muitos pontos por filmá-lo sem o uso de fundos falsos (muito comuns na década de 50), o que aumenta nosso envolvimento com a história e as paisagens, crescendo com isto nossa compreensão do drama daquelas pessoas, sempre sob o risco de perder a paz e prosperidade encontrados naqueles vastos vales, e criando um contraponto com o perigo existente na cidade, uma ameaça constante para as famílias, ponto de encontro de seus inimigos.
Klaus Kinski encarna Aguirre com uma naturalidade assustadora. Sua maneira furtiva e ao mesmo tempo despreocupada de mover-se pelo cenário, parecendo um cruzamento de gato e cobra, o ombro direito caído, o olhar vidrado e distante, a voz baixa e o jeito quase sempre calmo de falar, tudo isto ajuda a tornar o personagem uma presença incômoda, temível e imprevisível, algo que o ator reforça com suas explosões de violência, e seus delírios e divagações súbitos.
Sob o Domínio do Medo é sobre o despertar da macheza de um nerd, quando este decide viver na cidade natal da esposa, habitada por “bárbaros” que não fazem a menor questão de esconder o interesse sexual que nutrem por ela, praticamente uma ninfeta. Simples assim.
Masaki Kobayashi valoriza o roteiro potencializando cada aspecto da narrativa. Notem, por exemplo, como o barulho dos passos do samurai sobre as pedras do pátio, onde Motome faz seus últimos preparativos para o ritual, aumenta a ansiedade presente na cena, e a sensação de morte iminente. E também não há como ignorar a trilha sonora pontual de Tôru Takemitsu, que utiliza batidas esparsas para sugerir um destino inescapável, à medida que se aproxima a hora do harakiri de Motome.
Outro bom momento da direção, aliada à belíssima fotografia de Yoshio Miyajima, é quando acompanhamos a espera de Tsugumo e Miho (Shima Iwashita) pelo retorno de Motome. A aflição e o desamparo sentido por ambos são acentuados pela casa vazia, mergulhada em sombras e numa atmosfera agourenta, que mais tarde se justifica, quando descobrimos o destino do rapaz.
O Sol É Para Todos é uma jóia rara do cinema norte-americano. É o tipo de filme do qual não saímos incólume, e pelo qual nos apaixonamos mais conforme nos lembramos de alguns dos muitos trechos que nos tocam profundamente, seja pela simplicidade com que alguns personagens enfrentam problemas complexos, ou pelas falas e diálogos poderosos o bastante para deixar sua marca em nossa memória por uma vida inteira.
Com um roteiro tão denso em mãos, que ainda lida com temas polêmicos como incesto, estupro e canibalismo, Joseph L. Mankiewicz explora ao máximo seu elenco. Katharine Hepburn é a que mais se destaca, com uma personagem que caminha a todo instante entre a sanidade e a loucura, enquanto Elizabeth Taylor é competente ao trabalhar a oscilação de humor e atitudes de uma mulher desequilibrada e incapaz de acreditar até em si mesma em certos momentos. Já Montgomery Clift transmite toda perplexidade e confusão do Dr. Cukrowicz, um homem preso em uma teia de intrigas, inverdades e distorções dos fatos, que precisa descobrir o que se esconde por trás de tantos interesses egoístas a fim de tomar uma decisão justa.
De Repente, No Último Verão é um filme que merece ser revisto e analisado com minúcia, a fim de abarcar toda riqueza simbólica de sua trama. Um verdadeiro deleite para psicólogos, psicanalistas, e apreciadores de suspenses inteligentes e instigantes.
Bonnie e Clyde pode ter perdido o impacto do novo fôlego que representou na época do lançamento, mas é incontestável sua influência no cenário cinematográfico da década de 70 e das seguintes, tendo sua parcela de “culpa” na gênese de talentos como Martin Scorsese, Quentin Tarantino e Nicolas Winding Refn.
Batman Contra o Capuz Vermelho
4.0 341 Assista AgoraMais uma excelente animação da DC. Entre as melhores, sem dúvida. Roteiro bem amarrado, um dos melhores elencos de vozes dessa série de longas animados, cenas de ação muito bem coreografadas, trilha sonora excepcional, e o clima sombrio e opressivo que casa perfeitamente com as histórias de uma cidade violenta como Gotham City.
Concordo com o Fael logo abaixo, me parece o tipo de história que nas mãos do Nolan renderia um filme tão bom quando O Cavaleiro das Trevas, tamanho é o cuidado com que exploram todos os personagens, suas relações, e os efeitos psicológicos de suas ações.
O clímax está entre os melhores momentos de uma adaptação dos quadrinhos para outra mídia, e supera a maioria delas no quesito tensão.
É assistindo animações como esta e Batman Ano Um que fazem minha confiança na adaptação de O Cavaleiro das Trevas, clássico absoludo de Frank Miller, prometida para o próximo ano, só aumenta.
Recomendação máxima!
O Rei da Comédia
4.0 366 Assista AgoraO roteiro e a montagem são muito bem estruturados, de forma a realizar uma transição entre a comédia e o drama que em nenhum momento parece forçada. Destaque para o primeiro delírio de grandeza de Rupert, alternando entre seu diálogo improvisado no quarto/porão de sua casa, e a conversa com Jerry num restaurante luxuoso; e o programa de auditório imaginário com fotos em tamanho real de Lisa Minelli e Jerry Langford.
As atuações estão excelentes, e graças a elas e à maneira muito acertada com que Scorsese prolonga algumas seqüências, que o filme sustenta seu suspense crescente, através de seu tom cada vez mais desconfortável, em que as investidas de Rupert se tornam mais agressivas e invasivas, tornando o desenrolar imprevisível.
Crítica mordaz ao culto às celebridades e à sua responsabilidade social. Uma sessão dupla com Assassinos por Natureza, por mais estranho que possa soar, seria bem curiosa.
A Infância de Ivan
4.3 156 Assista AgoraA Infância de Ivan possui todas as características do brilhantismo que seria desenvolvido nos futuros filmes de Tarkovsky, além de suas marcas registradas (não faltam personagens refletidos em espelhos, cavalos e águas correntes). Constata-se aqui o gênio em formação, e uma preocupação constante com a mais absoluta expressão da vida, algo que alcançaria níveis cada vez mais ousados e poéticos nas décadas seguintes.
[...]
Crítica completa no Curtindo Cinema:
New York, New York
3.6 109 Assista AgoraA direção do Scorsese está ótima. Dá gosto ver a maneira como ele filma os shows de Jimmy e sua banda, e os números musicais de Francine mais pro final do filme. Talvez o maior problema aqui seja o casal principal, que com muito custo conquista nossa simpatia, e sua "química" soa pouco convincente.
Eu confesso que tenho guardo certa antipatia pela Liza Minelli, mas ela se sai bem aqui, tanto nas cenas dramáticas como nos números musicais, onde ela literalmente rouba a cena, e deixa o De Niro comendo poeira.
Devido à duração a trama fica monótona em alguns pontos, e passa a impressão de que algumas cenas se excederam, embora dê pra notar que a intenção do Scorsese foi gerar desconforto justamente pela maneira como algumas delas vão além do que se julgaria o necessário.
Mesmo irregular no ritmo, e com personagens pouco carismáticos, é um bom filme, e mais uma prova de como Scorsese sempre se esforçou para tornar-se um diretor completo, pondo seu talento à prova em gêneros variados. Faltou aqui um roteiro melhor.
Sexy e Marginal
3.1 52 Assista AgoraInfelizmente o filme soa como mais um que pegou carona no sucesso de Bonnie e Clyde, tanto pelo estilo de edição como pela trilha sonora, que se assemelham muito.
Apesar disto, o quarteto principal é carismático, Barbara Hershey é provocante em cena, especialmente por se portar como uma moleca, que não levar muito a sério os crimes que comete (e o fato de aparecer nua diversas vezes ajuda bastante, é claro), o que atrai nossa atenção e curiosidade com relação ao seu destino.
Mesmo violento, e tocando em temas sérios como racismo, a Grande Depressão e a caçada aos comunistas, é um filme agradável de assistir, tem um ritmo gostoso, que embala, e a duração também ajuda muito.
Destaque também para John Carradine, que diverte bastante com o sotaque e a entonação de voz usada para compôr o "vilão" que interpreta.
Mulher-Maravilha
3.9 113 Assista AgoraAs cenas de ação são empolgantes, especialmente a seqüência de abertura, que é de arrepiar. A trama é redondinha, muito bem conduzida, deixando a desejar só na hora de introduzir o avião invisível (senti falta de algum comentário sarcástico do Trevor, que caberia muito bem ali).
Apesar da relação entre a Diana e o Steve seguir o clichê de casal que fica brigando o tempo todo pra depois se entender, a maioria das tiradas de humor decorrentes disto funcionam muito bem. O piloto é o personagem mais divertido do longa, que na maior parte do tempo é bem sério e sombrio.
Gostei também de como eles deram um jeitinho de retratar a violência das batalhas mesmo tento que deixar tudo implícito.
Dá vontade de assistir uma série baseada no longa, especialmente com aquela seqüência final.
Alice Não Mora Mais Aqui
3.8 167 Assista AgoraSabe aquele tipo de filme que você não quer que acabe porque praticamente todos os personagens te conquistaram de tal forma que você quer ficar mais um pouquinho na companhia deles? Se você procura um filme assim, não precisa mais procurar.
Ellen Burstun interpreta aqui provavelmente um dos melhores papéis de sua carreira com tanta naturalidade que em nenhum momento você duvida da existência Alice, e até deseja que ela realmente exista, e você trombe com ela qualquer dia desses.
É apaixonante ver sua luta por superar cada impecilho, e ainda assim encontrar disposição pra se divertir com o filho nas horas vagas (as brincadeiras deles são um atrativo a parte).
Scorsese filme com sensibilidade, sabendo a hora certa de interferir, e são pouquíssimas as vezes que notamos sua direção, o que é ótimo, tornando o longa quase um "documentário", tamanha é a naturalidade com que os personagens se comportam, o que também indica o excelente diretor de elenco que ele é.
Gosto muito também da forma como os relacionamentos de Alice são tratados, sem nenhum indício de glamour, as discussões surgem naturalmente, expondo as imperfeições de cada um, e ainda assim fazem com que a gente torça para que Alice encontre alguém que a respeite e faça com que ela sossegue num lugar.
Mesmo não estando entre os filmes mais aclamados do diretor, considero um dos melhores dele pela competência com que tratou o material que tinha em mãos. Um trabalho feito com carinho e respeito por seus personagens, acima de tudo.
Quem Bate à Minha Porta?
3.4 54 Assista AgoraO maior destaque do filme é a montagem, que dá certa ambiguidade à trama do início ao fim. Não sabemos ao certo se os encontros de J.R. com a garota-sem-nome (Zina Bethune) realmente aconteceram, ou se foram apenas imaginamos pelo rapaz, como forma de fugir daquela realidade pouco promissora na qual vive. Este é um dos principais recursos usados por Scorsese pra segurar o espectador até o fim.
O outro deles é a química entre o casal principal, muito convincente na interpretação de Harvel Keitel e Zina Bethune. Os diálogos são bem escritos, e soam improvisados (alguns provavelmente são), e de fato acreditamos que são duas pessoas que acabaram de se conhecer, e estão aos poucos se apaixonando. Além disto, Scorsese explora muito bem com sua câmera os momentos de intimidade do casal. Dá pra "sentir" a tensão sexual entre eles, os toques, o calor, o enternecimento.
Gosto particularmente do videoclipe em que vemos J.R. se envolvendo com várias mulheres logo depois de chamar a Feathers (Angie Dickinson) de Onde Começa o Inferno de "assanhada", sem suspeitar de que aquilo atingiu fundo a garota, em parte fazendo com que ela revelasse seu segredo.
A trama tem lá seus excessos, comuns para um diretor estreante, mas ainda é uma ótima estréia de Scorsese em longas. Achei o filme até inusitado pela estrutura narrativa adotada. Vale a pena conferir, nem que for pra se apaixonar por Zina Bethune.
2 Coelhos
4.0 2,7K Assista AgoraO trailer me convenceu. Vamos ver se a promessa se cumpre.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraSidney Lumet, em seu primeiro filme, desperta uma série de questões e reflexões morais, que por si mesmas são mais do que muitos diretores foram capazes de realizar no início de suas carreiras. É a partir de trabalhos assim que reconhecemos o talento de um cineasta nato, algo que se confirmou nos anos seguintes. Um verdadeiro clássico, entre os melhores de todos os tempos.
Crítica completa no Curtindo Cinema:
Solaris
4.2 369 Assista Agora“Não queremos conquistar o espaço. Queremos expandir a Terra infinitamente. Não queremos novos mundos; queremos um espelho. Buscamos um contato que jamais alcançaremos. Estamos na tola posição de um homem lutando por um objetivo que teme e não deseja. O homem precisa do homem!” - Dr. Snaut
Crítica completa no Curtindo Cinema:
Era uma Vez na América
4.3 531 Assista AgoraApesar das pequenas falhas estruturais, Era Uma Vez na América é o trabalho mais maduro de Sergio Leone, que mesmo diante dos desafios e imposições que surgiram ao longo de sua produção, foi capaz de realizar um filme que consegue ser simultaneamente vigoroso, poético e, à sua maneira, filosófico. Trata-se de sua obra-prima, fazendo por merecer seu lugar entre os melhores filmes de máfia de todos os tempos, igualando-se, na minha opinião, com a trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola e Os Bons Companheiros de Martin Scorsese. Trabalho final digno de um dos grandes diretores do cinema.
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Crítica completa no Curtindo Cinema:
A Vida é Bela
4.5 2,7K Assista AgoraBenigni forçando a amizade. Braschi atuando pouca coisa melhor que uma pedra. Cantarini levando o espectador ao choro com seus enormes olhos inocentes. Tudo isto embalado por uma comédia que várias vezes insulta a inteligência do espectador, por menos a sério que o filme peça pra ser levado, até começar a levar-se a sério e entornar o caldo de vez.
Ainda assim tem lá seus momentos emocionantes, mas que não sobrevivem ao protagonista mala.
Operação França 2
3.5 29 Assista AgoraContinuação muito inferior ao primeiro filme. A impressão que passa é que o roteiro foi todo feito como uma tentativa do Gene Hackman repetir a dose e ganhar mais um Oscar, tamanha é a ênfase que dão ao problema que tem para se recuperar das drogas no meio do filme.
Além disto a história sofre graves problemas de ritmo, que prejudicam muito o filme, e as poucas cenas de ação deixam muito a desejar, se comparadas às da primeira parte.
Vale apenas pra matar a curiosidade sobre o final da história. Não fosse por isto seria dispensável.
Contra o Tempo
3.8 2,0K Assista AgoraCom uma direção econômica e segura, que conduz o espectador através de uma trama inteligente e coesa, Contra o Tempo é mais um ponto positivo na carreira de Duncan Jones que, arrisco dizer, vem seguindo um caminho semelhante ao de Christopher Nolan, pela racionalidade e lógica com que dirige tramas cerebrais que desafiam sua capacidade de contar histórias.
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Crítica completa no Curtindo Cinema:
Os Brutos Também Amam
4.0 184 Assista AgoraO desenrolar da história é lento, o que pode desagradar aqueles que gostam de faroestes cheios de intensos tiroteios, duelos, e empolgantes perseguições à cavalo. Mas aqui o foco é outro. George Stevens busca despertar no espectador o mesmo apreço que aquelas famílias nutrem por seus lares, por aquelas terras férteis, cercadas de belas montanhas, um cenário natural que predomina em quase todas as externas do filme. O diretor ganha muitos pontos por filmá-lo sem o uso de fundos falsos (muito comuns na década de 50), o que aumenta nosso envolvimento com a história e as paisagens, crescendo com isto nossa compreensão do drama daquelas pessoas, sempre sob o risco de perder a paz e prosperidade encontrados naqueles vastos vales, e criando um contraponto com o perigo existente na cidade, uma ameaça constante para as famílias, ponto de encontro de seus inimigos.
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Crítica completa no Curtindo Cinema:
Aguirre, a Cólera dos Deuses
4.1 159Klaus Kinski encarna Aguirre com uma naturalidade assustadora. Sua maneira furtiva e ao mesmo tempo despreocupada de mover-se pelo cenário, parecendo um cruzamento de gato e cobra, o ombro direito caído, o olhar vidrado e distante, a voz baixa e o jeito quase sempre calmo de falar, tudo isto ajuda a tornar o personagem uma presença incômoda, temível e imprevisível, algo que o ator reforça com suas explosões de violência, e seus delírios e divagações súbitos.
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Crítica completa no Curtindo Cinema:
Sob o Domínio do Medo
3.8 268Sob o Domínio do Medo é sobre o despertar da macheza de um nerd, quando este decide viver na cidade natal da esposa, habitada por “bárbaros” que não fazem a menor questão de esconder o interesse sexual que nutrem por ela, praticamente uma ninfeta. Simples assim.
[...]
Crítica completa no Curtindo Cinema:
O Velho e o Mar
3.6 50 Assista AgoraUm filme muito subestimado, na minha opinião, tão rico em sua alegoria quanto a obra original.
Minha crítica sobre o filme:
Harakiri
4.6 180Masaki Kobayashi valoriza o roteiro potencializando cada aspecto da narrativa. Notem, por exemplo, como o barulho dos passos do samurai sobre as pedras do pátio, onde Motome faz seus últimos preparativos para o ritual, aumenta a ansiedade presente na cena, e a sensação de morte iminente. E também não há como ignorar a trilha sonora pontual de Tôru Takemitsu, que utiliza batidas esparsas para sugerir um destino inescapável, à medida que se aproxima a hora do harakiri de Motome.
Outro bom momento da direção, aliada à belíssima fotografia de Yoshio Miyajima, é quando acompanhamos a espera de Tsugumo e Miho (Shima Iwashita) pelo retorno de Motome. A aflição e o desamparo sentido por ambos são acentuados pela casa vazia, mergulhada em sombras e numa atmosfera agourenta, que mais tarde se justifica, quando descobrimos o destino do rapaz.
[...]
Crítica completa no Curtindo Cinema:
O Sol É Para Todos
4.3 414 Assista AgoraO Sol É Para Todos é uma jóia rara do cinema norte-americano. É o tipo de filme do qual não saímos incólume, e pelo qual nos apaixonamos mais conforme nos lembramos de alguns dos muitos trechos que nos tocam profundamente, seja pela simplicidade com que alguns personagens enfrentam problemas complexos, ou pelas falas e diálogos poderosos o bastante para deixar sua marca em nossa memória por uma vida inteira.
[...]
Crítica completa no Curtindo Cinema:
Dirty Harry na Lista Negra
3.5 157 Assista AgoraQuando a gente pensa que Harry Callahan não pode mais nos surpreender, ele aparece com um arpão!
Fechou bem a série, mas merecia um 6º filme pra dar um final mais digno para o personagem.
De Repente, No Último Verão
4.2 97 Assista AgoraCom um roteiro tão denso em mãos, que ainda lida com temas polêmicos como incesto, estupro e canibalismo, Joseph L. Mankiewicz explora ao máximo seu elenco. Katharine Hepburn é a que mais se destaca, com uma personagem que caminha a todo instante entre a sanidade e a loucura, enquanto Elizabeth Taylor é competente ao trabalhar a oscilação de humor e atitudes de uma mulher desequilibrada e incapaz de acreditar até em si mesma em certos momentos. Já Montgomery Clift transmite toda perplexidade e confusão do Dr. Cukrowicz, um homem preso em uma teia de intrigas, inverdades e distorções dos fatos, que precisa descobrir o que se esconde por trás de tantos interesses egoístas a fim de tomar uma decisão justa.
De Repente, No Último Verão é um filme que merece ser revisto e analisado com minúcia, a fim de abarcar toda riqueza simbólica de sua trama. Um verdadeiro deleite para psicólogos, psicanalistas, e apreciadores de suspenses inteligentes e instigantes.
[...]
Crítica completa no Curtindo Cinema:
Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas
4.0 399 Assista AgoraBonnie e Clyde pode ter perdido o impacto do novo fôlego que representou na época do lançamento, mas é incontestável sua influência no cenário cinematográfico da década de 70 e das seguintes, tendo sua parcela de “culpa” na gênese de talentos como Martin Scorsese, Quentin Tarantino e Nicolas Winding Refn.
[...]
Crítica completa no Curtindo Cinema: