Comédia musical biográfica em Technicolor da 20th Century Fox indicada a 2 categorias no Oscar: melhor trilha sonora e vencedor de melhor direção de arte em cores. O roteiro foi baseado em reportagem publicada por Theodore Dreiser (1871-1945) no livro de 1919 "Twelve men", que é a biografia à la Hollywood de Paul Dresser (1857-1906), famoso cantor/compositor/ator cômico nos EUA entre o final do século XIX e o início do seguinte.
Raro para a época, o filme abre com um breve medley de artistas cantando trechos de músicas de Dresser antes de se dissolver nos títulos principais. Rita Hayworth (1918-1987) sofreu um hematoma grave no nariz ao colidir com o diretor de dança Hermès Pan durante os ensaios. O romancista americano Theodore Dreiser era o irmão mais novo do compositor Paul Dresser e escreveu um livro sobre seu irmão no qual este filme é vagamente baseado. Nem Rita Hayworth nem Victor Mature (1913-1999) conseguiam cantar uma nota, então ambos tiveram que ser dublados por vocalistas fora da tela. Último filme de Judith Ford (1918-2007) e Edith Haskins (1916-1994).
Musical mediano com bons atores, mas divertido. A química entre Rita Hayworth e Victor Mature funciona muito bem. O filme usou canções de outros compositores como se fossem de Dresser. Rita foi dublada por Nan Wynn (1915-1971).
Drama romântico de aventura de espadachim da Edward Small Productions e United Artists indicado ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco. Apesar do título, a única relação com o romance "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas, é o fato de o personagem principal ser filho de Edmond Dantès, o herói dessa obra.
Este filme é uma continuação de O Conde de Monte Cristo (34), do mesmo diretor, e ainda teve uma sequência não oficial: A volta de Monte Cristo (46). O filme usou os mesmos cenários e muitos dos mesmos elenco e equipe de produção de O Homem da Máscara de Ferro (39). O sul-africano Louis Hayward (1909-1985) e o russo George Sanders (1906-1972) interpretaram o papel de Simon Templar, também conhecido como "The Saint", em diferentes filmes.
PRÓLOGO: "1865. Ameaçado por nações mais poderosas, o país de Lichtenburg - pequeno mas orgulhoso - é conhecido como a Jóia dos Bálcãs. Repleto de antigas tradições de romance e cavalaria, seu povo mantém uma lealdade inabalável ao trono - no qual agora está sentada a jovem Grã-Duquesa Zona, que governa sob a sombra sinistra de um homem, o General Gurko Lanen."
A estória e o roteiro, extraído de uma dúzia de contos semelhantes e melhores, decepciona um pouco. Há algumas cenas de ação capa e espada, mas a maior parte do filme é meio sonolento e descartável. O herói Hayward não tem muita química com Joan Bennett (1910-1990), mas quem desperta melhor atenção é o vilão Gen. Gurko Lanen.
Comédia romântica musical em Technicolor da The Samuel Goldwyn Company e United Artists indicada a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte e melhor trilha sonora; no Festival de Cinema de Veneza, foi nomeado com a Taça Mussolini de melhor filme estrangeiro. O filme é uma sátira eficaz de Hollywood e tem excelentes números de dança e balé coreografados pelo russo George Balanchine (1904-1983).
Este foi o 2° filme a utilizar a nova invenção da maquiagem 'Pan-Cake' da Max Factor Company para filmes coloridos. O 1° foi Vogas de Nova York (37). Este foi o último filme de George Gershwin (1898-1937), que morreu antes do início das filmagens. Ele e seu irmão Ira Gershwin (1896-1983) foram contratados para escrever as canções, que ainda não tinham sido concluídas. Estréias no cinema americano da alemã Vera Zorina (1917-2003) e de Vivian Austin (1920-2004). Último filme da inglesa Ella Logan (1913-1969).
Este subestimado musical satírico revela-se uma produção pródiga em que certas performances e conjuntos individuais apagam a memória de alguns momentos monótonos. Destaque para o engraçado trio de irmãos gêmeos do The Ritz Brothers e para as performances do The American Ballet of the Metropolitan Opera, além do carisma do veterano Adolph Menjou (1890-1963).
Comédia romântica musical da RKO Radio Pictures indicado a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte e vencedor de melhor coreografia. O filme foi vagamente baseado em P.G. Wodehouse (1881-1975), como o romance homônimo de Wodehouse de 1919 e a peça teatral de 1928. Classificado como um musical de Hollywood com temática inglesa. Todos os membros do elenco inglês moravam nos EUA na época da produção. Este filme é a refilmagem da comédia muda A damsel in distress (19).
Quando Fred Astaire (1899-1987) soube que Gracie Allen (1895-1964) estava nervosa por dançar com ele no palco, ele fez questão de tropeçar e cair na frente dela no primeiro dia no set para deixá-la à vontade. Foi o 1° filme do ator na RKO sem Ginger Rogers. O 1° filme de Fred Astaire a perder dinheiro nas bilheterias - apesar da música de George Gershwin e de George Burns (1896-1996) e Gracie Allen serem as principais estrelas do rádio na época. A estreia de Dorothy Barrett (1917-2018).
Bem dirigido, mas um pouco exagerado, com seu enredo de Wodehouse e simulações de inglês, o resultado seria questionável, exceto por uma rica trilha sonora de Gershwin (1898-1937). Alguns números de danças tem coreografias bonitas e bem feitas, sobretudo quando Astaire está sozinho. Não é dos melhores do carismático ator/dançarino, mas não deixa de ser um bom passatempo.
Comédia romântica de ficção científica musical pré-Código em preto e branco da Fox Film Corporation indicado ao Oscar de melhor direção de arte. Este foi o 1° filme de ficção científica feito como filme falado ou musical. O filme se passa em 1880, em 1930 e de maio a setembro de 1980.
Dos membros do elenco creditados do filme, apenas Maureen O'Sullivan (1911-1998) e Joyzelle Joyner (1905-1980) ainda estavam vivas durante o ano de 1980, ano futurista em que se passa a estória do filme. O diretor David Butler (1894-1979) morreu em 14 de junho de 1979, apenas 14 meses antes dos acontecimentos do filme acontecerem. O'Sullivan conheceu seu futuro marido, o diretor John Farrow (1904-1963), durante a produção do filme.
Mais uma curiosidade do filme de ficção científica do que uma verdadeira experiência de entretenimento. Mas visualmente é muito interessante. Estranho e esquisito, o filme mistura gêneros aleatoriamente sem muito sentido. Tem algumas cenas engraçadas e curiosas sobre como seria o futuro imaginado, alguns números musicais com coreografias legais, mas o ritmo vai cansando e se tornando enjoado conforme o tempo passa.
Drama biográfico da The Weinstein Company, Bold Films, Holly Wiersma Productions e MGM indicado a 2 categorias no Globo de Ouro: melhor filme de drama e melhor canção original; no Festival de Cinema de Veneza, mais 2 nomeações: Leão de Ouro de melhor fime e vencedor do Prêmio Biograffilm. Enquanto o restante do elenco é formado por atores e atrizes, o papel central de Robert F. Kennedy (1925-1968) foi retratado quase inteiramente em imagens reais do senador.
Logo a seguir, o documentário RFK must die: The assassination of Bobby Kennedy (07) estreou no ano seguinte. Emilio Estevez levou 7 anos para fazer este filme. Demi Moore e Ashton Kutcher eram casados na época, mas não compartilharam cenas. O escritor e diretor Emilio Estevez, que interpretou o marido de Moore na tela, já foi noivo dela. Numa demonstração de lealdade a este filme, todos os atores e atrizes concordaram em trabalhar em escala. O Ambassador Hotel estava sendo demolido enquanto a equipe de filmagem filmava na propriedade.
Curioso que o roteiro do filme é passado praticamente durante 1 dia apenas (ou horas), antes do assassinato do senador RFK e provável vencedor na presidência dos EUA. Não vemos um ator interpretando ele, mas apenas imagens reais de arquivos. Um grande elenco escalado em que não há atores principais, todos são coadjuvantes e se revezam em histórias paralelas no mesmo ambiente do tal hotel Ambassador, todos em torno da figura icônica que teria seu final trágico poucas horas depois. Poderia ser mais um filme sobre a "maldição dos Kennedys", pois vários outros familiares do próprio Robert foram retratados em outros filmes.
Documentário que faz parte da série de TV "American Masters", iniciada em 1985 e produzida até os dias atuais, estando na 39° temporada e com 292 episódios lançados. Vários destes documentários foram premiados em diversos festivais de televisão, dentre eles, o Primetime Emmy Awards e o Grammy Awards.
Esta parte da biografia da fotógrafa Annie Leibovitz é bem interessante, divertida e sentimental. Talvez não seja tão conhecida por boa parte do público brasileiro interessado em cinema e televisão, mas nos EUA é considerada um ícone deste segmento fotográfico. Ela fotografou os ricos e famosos, os profundos e poderosos, os excepcionais e notórios. A sua câmara documentou os horrores da guerra – mais recentemente em Sarajevo e no Ruanda. Mestre em expor seus temas fotográficos, a vida de Annie tem sido privada e protegida.
Do seu agitado estúdio à sua idílica fazenda, vivenciaremos o trabalho atual de Annie e a criação de seu último livro retrospectivo; enfrentaremos suas perdas, bem como seus grandes sucessos. Imperdível pra quem se interessa em conhecer mais uma personalidade envolvida com tantos artistas famosos no mundo do show business.
Drama de aventura e épico de ficção da Legendary Pictures e Warner Bros. Pictures que é a sequência de Duna (21), e a 2° de uma adaptação em 2 partes do romance de 1965 "Duna", de Frank Herbert (1920-1986). As filmagens aconteceram em Wadi Araba e Wadi Rum, Jordânia, Budapeste, na Hungria, Treviso, Veneto, na Itália, Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e no deserto da Namíbia.
No início do filme, um padre Sardaukar canta "O poder sobre as especiarias é o poder sobre todos" como prólogo, conforme legendado na tela. O ator e músico Sting, que apareceu em Duna (84), recusou uma participação especial neste filme. Lançado no aniversário de 55 anos de Javier Bardem. O veterano Christopher Walken filmou suas cenas em 2 semanas. Da autoparódia ao épico, ‘Duna, parte dois’, contém diversas versões possíveis de si mesmo, mas nenhuma verdadeiramente alcançada.
Antes de mais nada, não gosto muito do diretor Villeneuve, pois até agora nenhum dos filmes que vi dele me chamou tanto a atenção. Este filme de agora não faz o meu estilo, além da extensa duração, é bem INSOSSO, CHATO, CANSATIVO, MODORRENTO..., me parece uma repetição de vários filmes antigos que vi no passado. Não tem nada de interessante, é o mais do mesmo, não sei por que tamanha balbúrdia do pessoal achando que esse se compare ou se assemelhe a qualquer clássico do gênero (longe disso!) e a nota tão alta assim pra um filme tão comum e insípido como esse.
Co-produção da Austrália, Canadá e Estados Unidos da TriStar Pictures, Spyglass Media Group, Ethereal Visage Productions, Cream Productions e Dragonfly Entertainment. Este filme é a versão longa deste trailer falso, o curta Thanksgiving (07), também do mesmo diretor, cujo filme foi baseado em um trailer falso em Grindhouse (07). Uma continuação deverá ser produzida em seguida.
A fonte sangrenta usada no cartão de título e nos créditos finais é a mesma usada no trailer original de "Grindhouse". O filme incorpora uma infinidade de canções clássicas dos anos 80, prestando ainda mais homenagem às influências "slasher" centrais dos anos 80. Este foi o 1° filme de terror distribuído pela Tristar Pictures desde A morte do demônio (13). O jornalista que questiona os assassinatos emergentes ao longo do filme é interpretado pelo escritor/diretor Eli Roth. Patrick Dempsey e Gina Gershon são os mais conhecidos do elenco.
Mais um filme de "assassino em série mascarado" com uma força descomunal que ataca e mata pessoas ingênuas pelo caminho e nunca é descoberto facilmente. Parece que ele é invisível e está em todos os lugares ao mesmo tempo. A revelação do verdadeiro assassino na parte final é meramente ridícula e inesperada. Quantos filmes parecidos já não foram realizados como esse? Outro filme de terror desastroso e fraco que se esforça para ser meramente medíocre. Há muito sadismo e crueldade que podem agradar aos amantes de "slasher", mas para quem gosta de terror com suspense é melhor procurar outro filme. Uma cópia flagrante de "Pânico" que inclui algumas mortes criativas, não dá pra negar, mas a estória batida e previsível já se imagina no começo como vai terminar.
Co-produção sino-estadunidense que é uma animação de aventura, comédia e fantasia de artes marciais da DreamWorks Animation, Universal Pictures e China Film Group Corporation. Foi o 3° filme da DreamWorks do diretor Mike Mitchell, depois de Shrek para sempre (10) e Trolls (16).
Outros filmes dos personagens: os curtas para a TV Kung Fu Panda: Especial de Natal (10) e Kung Fu Panda: Segredos do Pergaminho (16), os vídeos Os Segredos dos cinco furiosos (08) e Kung Fu Panda: Os segredos dos Mestres (11), as séries de TV Kung Fu Panda: Lendas do Dragão Guerreiro (2011–2016), Kung Fu Panda: The paws of destiny (2018–2019) e Kung Fu Panda: O Cavaleiro Dragão (2022–2023). Viola Davis foi a 3° vencedora consecutiva do Oscar a interpretar o vilão em um filme "Kung Fu Panda", depois de Gary Oldman em Kung Fu Panda 2 (11) e J.K. Simmons em Kung Fu Panda 3 (16). Jack Black, Dustin Hoffman, James Hong e Seth Rogen são os únicos atores que aparecem em todos os 4 filmes Kung Fu Panda.
Como quase sempre em filmes de animação, quando resolvem seguir adiante nas sequências, a maioria dos filmes tendem a cair o ritmo, começam a ficar repetitivos demais e a graça começa a perder-se em relação aos filmes originais. Continua à tona, principalmente para os mais pequenos, embora a cada edição perca aquela inspiração que a primeira teve. Um passo atrás em relação ao último filme em termos de ambição, este continua, no entanto, com o humor alegre e amigável da saga, com bons momentos, mas já avisando que querer aumentar a franquia poderá ser pior do que imaginam.
Documentário musical biográfico da Higher Ground Productions, Mercury Studios, Our Time Projects e Netflix indicado ao Oscar de melhor canção original; no BAFTA, foi nomeado a melhor documentário. Ele explora um ano na vida do músico Jon Batiste, sua carreira musical e a luta de sua esposa contra a leucemia. O ex-presidente americano Barack Obama e sua esposa, Michelle Obama, estão entre os produtores executivos do filme.
Jon Batiste: Crescendo em Nova Orleans, a música sempre fez parte da família. Meu pai foi meu primeiro mentor musical. Minha mãe, ela realmente acreditava no piano clássico como base. "Conheça o seu ofício. Faça o que você quer." E a certa altura, tive que decidir. Ficar. Encontrar meu caminho como músico em casa ou ir para a faculdade e fazer alguma coisa. Foi assim que acabei na Julliard.
Uma celebração da arte, da resiliência e da mutabilidade do espírito humano. Parece ser uma verdadeira sinfonia americana e um retrato de uma vida americana específica. Comovente e cheio de música; um retrato surpreendente de coragem e criatividade diante das terríveis adversidades da vida. Este é um filme que capta como a arte não é apenas a forma como curamos; mas como vivemos.
Comédia dramática romântica em Technicolor e VistaVision da Capri Productions e Paramount Pictures indicada ao Oscar de melhor direção de arte em cores; no Globo de Ouro, mais 2 nomeações; melhor filme de comédia ou musical e melhor atriz de comédia ou musical, Sophia Loren. O penúltimo filme de Clark Gable (1901-1960), logo depois faria ainda Os desajustados (61), antes de sua morte.
Filmado em Roma e na Ilha de Capri, Nápoles, Campânia, na Itália. Houve uma produção indiana, English Babu Desi Mem (96), que foi uma refilmagem não autorizada. Embora Clark Gable e Sophia Loren não tenham se dado bem durante as filmagens, ele ajudou a contrabandear Carlo Ponti para a ilha para comemorar seu 25º aniversário. Este foi o último filme que Clark Gable fez e foi lançado durante sua vida. Clark Gable ficou viciado em comida italiana enquanto fazia o filme e seu peso aumentou para 230 libras. Ele ficou claramente muito mais pesado em algumas cenas do que em outras.
Não havia muita química entre Gable e Loren, que tinha o dobro da idade do interesse amoroso, Sophia, nesta comédia um pouco morna e totalmente previsível de conflito cultural, mas não deixa de ser simpática e divertida em alguns momentos. O ator e diretor Vittorio de Sica (1901-1974) tem uma participação pequena, mas quem rouba o filme em todas as cenas que aparece é o garoto Carlo Angeletti, que aqui ficou conhecido como Marietto.
Comédia de guerra da Llenroc Productions e Paramount Pictures indicado ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco; no Globo de Ouro, mais 3 nomeações: melhor ator de comédia ou musical, Charlton Heston (1923-2008), melhor ator coadjuvante, Harry Guardino (1925-1995), e melhor atriz coadjuvante, Gabriella Pallotta. O filme foi baseado no romance de 1961, "The Easter dinner", do ex-espião Donald Downes (1903-1983).
Último filme de Salvatore Baccaloni (1900-1969). O diretor Melville Shavelson (1917-2007) originalmente queria Bob Hope para o papel principal. A semelhança entre Elsa Martinelli (1935-2017) e Gabriella Pallotta é muito grande, tanto que ambas italianas fizeram papéis de irmãs.
Os créditos finais são sobrepostos a imagens de soldados americanos saindo da Itália. Isto é seguido por uma foto de um pombo piscando para a câmera, 'Gerônimo II', como o pombo que conquistou Roma.
Produção francesa da Compagnie Commerciale Française Cinématographique, Stera Films e Columbia Films. S.A. indicada ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco. Esta comédia dramática romântica foi adaptada de 3 contos de Guy de Maupassant (1850-1893) - "Le masque/A máscara" (1889), "La Maison Tellier/A casa de Madame Tellier" (1881) e "Le modèle/A modelo" (1883).
Maurice Yvain iria originalmente compor uma partitura original, mas foi substituído por Joe Hajos, que baseou a maior parte de sua música na música popular do final do século XIX. As estréias de Liliane Yvernault e Maïa Jusanova. As obras de Guy de Maupassant provavelmente foram adaptadas por mais cineastas franceses do que as de qualquer outro autor (com a possível exceção de Georges Simenon).
Um trabalho visualmente suntuoso e irregular, tedioso e irremediavelmente irrelevante. Cada uma das peças explora lados conflitantes da natureza humana. Tive dificuldades de me concentrar nesse tipo de antologia modorrenta, ou seja, não faz meu tipo este tipo de narração confusa e embaralhada. Achei torturante finalizar este filme e nem sei se teria coragem de revisá-lo novamente num futuro próximo após essa minha primeira experiência decepcionante.
Faroeste épico e drama romântico em Metrocolor e CinemaScope da MGM indicado a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte em cores e melhor som. O filme foi baseado no romance homônimo de 1930 de Edna Ferber (1885-1968). O diretor Anthony Mann (1906-1967) foi demitido perto do final das filmagens e substituído por Charles Walters (1911-1982), que não foi creditado.
Este foi um remake de Cimarron (31), que foi o 1° faroeste a ganhar o Oscar de melhor filme. Surpreendentemente, nenhum outro faroeste havia ganhado o Oscar de melhor filme na época em que este filme foi lançado, e passariam quase 60 anos até que outro faroeste ganhasse, Dança com Lobos (90). Uma multidão de 1.000 figurantes, 700 cavalos e 500 carroças e charretes foram usadas para a cena da corrida terrestre. Último filme de John Cason (1918-1961), que morreu em um acidente de carro em julho de 1961.
Prólogo dos créditos de abertura: Ao meio-dia de 22 de abril de 1889, uma seção dos últimos territórios não colonizados na América seria dada gratuitamente às primeiras pessoas que a reivindicassem. Eles vieram do norte e vieram do sul e vieram do outro lado do mar. Em apenas um dia, um território inteiro seria colonizado. Um novo estado nasceria. Eles o chamaram de Oklahoma.
Um vigoroso e subestimado western com elenco de verdadeiro luxo e a sabedoria visual de Mann criam sequências de beleza inesquecível. Destaques para o sempre eficiente Genn Ford (1916-2006) e a bela austríaca Maria Schell (1926-2005), além da sempre linda Anne Baxter (1923-1985). Neste, como na maioria dos filmes do gênero, não poderiam faltar as tradicionais canções "When Johnny comes marching home", de Louis Lambert, e a divertida "Polly-Wolly-Doodle", escrita por Daniel Decatur Emmett.
Drama biográfico da 20th Century Fox indicado a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte em preto e branco, e melhor figurino em preto e branco. O roteiro foi de John Patrick (1905-1995), baseado no romance homônimo de 1951 de Irving Stone (1903-1989). Andrew Jackson (1767-1845) foi o 7° presidente dos Estados Unidos e exerceu 2 mandatos, de 1829 a 1937.
Charlton Heston (1923-2008) interpretou Andrew Jackson pela 2° vez em Lafite, o corsário (58). Susan Hayward (1917-1975) gostou do filme, lembrando Rachel Jackson como um de seus papéis "gentis" favoritos. Último filme da atriz Margaret Wycherly (1881-1956). Estréias no cinema de Juanita Evers (1888-1988), Vera Francis (1925-2014) e Ruth Attaway (1910-1987).
O filme toma a liberdade, provavelmente para construir lentamente a tensão dramática, de situar a morte da filha adotiva indígena dos Jackson, Lyncoya, muito mais cedo na história do que na vida real. Na realidade, Lyncoya morreu no mesmo ano que Rachel, 1828, ano da eleição de Andrew para a presidência. O final do filme parece retratar a morte de Rachel ocorrendo no dia, ou talvez no dia seguinte, da eleição de Andrew para a presidência. Na realidade, a sua morte ocorreu várias semanas após a eleição, em 22 de dezembro de 1828.
História interessante com muitos momentos tristes pra quem se interessa por política e, em especial, a dos EUA, onde passamos a conhecer a história real de Andrew Jackson, talvez um dos menos conhecidos ou populares presidentes norte-americanos.
Produção inglesa em Technicolor e CinemaScope da MGM indicada a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte em cores e melhor som; no Festival de Cinema de Cannes, foi nomeado ao Grande Prêmio do Festival. O filme foi baseado na obra "Le morte D’Arthur", de Sir Thomas Malory (1393-1425), publicada pela primeira vez em 1485 por William Caxton (1422-1491)..
Este drama de aventura foi o 2° de uma trilogia não oficial feita pelo mesmo diretor e produtor e estrelada por Robert Taylor (1911-1969), entre Ivanhoé, o vingador do Rei (52) e A coroa e a espada (55). Outras versões baseadas nesta mesma estória: Lancelot, o cavaleiro de ferro (63), a animação A espada era a lei (63), Camelot (67), Excalibur, a espada do poder (81), os filmes feitos para a TV Camelot (82) e Merlin e a espada (83), além de Lancelot, o primeiro cavaleiro (95) e Rei Arthur (04).
O 1° filme da MGM a ser rodado em CinemaScope. Stanley Baker (1928-1976) foi contratado em muito pouco tempo depois que George Sanders teve que ser substituído por motivo de doença. A palestina Anne Crawford (1920-1956), que interpreta Morgan Le Fay, era apenas 7 anos e 3 meses mais velha que Stanley Baker, que interpreta seu filho Modred. Houve algumas críticas sobre a escalação de Robert Taylor, de meia-idade, como Lancelot. O próprio Taylor se sentiu mal neste filme. O ator só aceitou o papel de Lancelot principalmente por insistência dos produtores e porque queria trabalhar com Ava Gardner (1922-1990).
Ricamente nomeado, apresentando um relato lúcido da lenda arturiana, com Robert Taylor liderando um elenco sólido como o confiável cavaleiro Sir Lancelot, o bom rei interpretado por Mel Ferrer (1917-2008), e com a Rainha Guinevere ensaiada por Ava Gardner, beneficiando de seu esplendor colorido e ambiente fortemente cristão, incluindo um casamento real católico e um momento transcendente de revelação envolvendo o Santo Graal.
Drama romântico de aventura da 20th Century Fox indicado ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco. O filme foi baseado no best-seller homônimo de 1946 de Frank Yerby (1916-1991), seu 1° livro, sendo o 6° romance mais vendido nos EUA no ano anterior. A trama se passa na Nova Orleans da década de 1820 pré-guerra.
Não era amplamente conhecido na época que Yerby era afro-americano. Yerby escreveu 33 livros de ficção histórica. Estréia não creditada no cinema de William Schallert (1922-2016) e estréia da atriz Randy Stuart (1924-1996). É sobre bom rever as belezas e os talentos de Maureen O'Hara (1920-2015) e Patricia Medina (1919-2012).
A violência permeia a esfera doméstica e, além dela, neste drama de época desigual. O produtor e diretor soviético John M. Stahl (1886-1950) faz uma ligação entre o poder económico e a relação conjugal de um homem: à medida que um cresce, a outra definha. É a estória de um casal que reserva seus ressentimentos, adiando a reconciliação, possivelmente preso pela fantasia hegemônica que representa sua frutífera plantação. Enquanto isso, sua queda é sua redenção.
Produção inglesa em Technicolor da Ealing Studios indicado ao Oscar de melhor direção de arte. Também conhecido como "Sarabanda", este drama romântico biográfico de época foi baseado no romance homônimo de 1935 da australiana Helen Simpson (1897-1940). Situado na Hanôver do século XVII, a trama se passa de 14 de setembro de 1682 a 13 de novembro de 1726.
A "sarabanda" mencionada no título é uma espécie de dança espanhola. Este foi o 1° filme do Ealing Studios a ser rodado em cores. O verdadeiro Philip Christoph Von Königsmark foi atacado e sequestrado pelos homens do Eleitor. Ele desapareceu e, de acordo com as confissões de seus supostos assassinos, muitos anos após o evento, seu corpo foi pesado e jogado no rio Leine. O filme foi baseado em grande parte em uma série de cartas de amor publicadas em "The love of an uncrowned Queen" (1900), que podem ou não ser falsificações. Enquanto filmava testes de tela como substituto de Stewart Granger (1913-1993), Sir Christopher Lee conseguiu um papel neste filme, mas a cena foi cortada, provavelmente porque os dois atores eram muito parecidos.
Prólogo dos créditos de abertura: de uma Alemanha que era então um conjunto de Estados pequenos e independentes, George Louis de Hanover sucedeu ao trono da Inglaterra. Como Rei George Primeiro, ele deixou para trás uma prisioneira no Castelo de Ahlden - uma mulher cujo nome ele tentou apagar das páginas da história, cuja história ele determinou que deveria morrer com ela. Era a história da mulher que foi sua esposa... Sophie Dorothea. Epílogo final dos créditos: Sophie Dorothea, Nascida em Celle..... 15 de setembro. 1666; Esposa do Rei George l da Inglaterra e mãe do Rei George ll; morreu em em Ahlden... 13 de novembro. 1726
Alguns ascendem pelo pecado e outros caem pela virtude. O seu povo é forte, o seu diálogo é franco e dá uma imagem viva de um período grosseiramente rico. Bonitas locações e deslumbrantes figurinos que contrastam com a perfeita reconstituição de época.
Suspense romântico noir da RKO Radio Pictures indicado ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco. O filme foi baseado no romance homônimo de 1943, de Margaret Carpenter (1893-1987), ambientado na virada do século XX.
O título é uma variação comum de uma frase de Hipócrates, o pai grego da medicina: "A vida é curta, a arte é longa, a decisão difícil e a experiência perigosa." A frase é recitada por Nick Bederaux no filme. Este foi o último filme de Ruth Eddings (1908-1995) em papel não creditado. Destaque para a beleza de Hedy Lamarr (1914-2000).
Com sua experiência anterior na direção de thrillers e filmes de terror, o diretor francês Jacques Tourneur (1904-1977) preenche a estória com inúmeros pequenos detalhes misteriosos que criam uma atmosfera mais sutil e sombria. Thriller altamente atmosférico que funciona como um quebra-cabeça narrativo a ser resolvido, mas como um aspecto irredutível da experiência humana, mesmo que as vezes um pouco confuso.
Produção inglesa em Technicolor da Gabriel Pascal Productions, Independent Producers e United Artists indicada ao Oscar de melhor direção de arte; no Festival de Cinema de Cannes, foi nomeado ao Grande Prêmio do Festival. O filme foi adaptado da peça homônima de 1901 do irlandês George Bernard Shaw (1856-1950). Algumas cenas foram dirigidas por Brian Desmond Hurst (1895-1986), que não recebeu nenhum crédito formal.
Este drama romântico biográfico de guerra teve outras versões: a produção brasileira e série de TV César e Cleópatra (56), 2 filmes feitos para a TV, a produção alemã Caesar und Cleopatra (64) e a produção inglesa Caesar and Cleopatra (76), além da produção canadense Caesar and Cleopatra (09).
O papel de Júlio César foi originalmente oferecido a Sir John Gielgud, que recusou, porque detestava o diretor austro-húngaro Gabriel Pascal (1894-1954). Pascal, que era produtor, só dirigiu 2 filmes em sua carreira, foi ao Egito coletar areia para conseguir a cor certa. Claude Rains (1889-1967) fez história ao ser o primeiro ator a receber um salário de 1 milhão de dólares para interpretar Júlio César neste filme. Esta foi a única aparição na tela de Anthony Harvey (1930-2017), de 15 anos, que se tornou um aclamado editor e posteriormente diretor. Ele ficou mais conhecido por dirigir O leão no inverno (68), outro romance histórico baseado em uma peça. Durante as filmagens, Vivien Leigh (1913-1967) teve um aborto espontâneo, o que atrasou a produção em 5 semanas.
Mesmo tendo sido um fracasso de bilheteria e defenestrado por boa parte da crítica mundial, não achei tão ruim assim. Uma história de ótima aparência e bem executado que glorifica a escravidão, o imperialismo e a ditadura benigna. Dois famosos atores aparecem em participações especiais: Roger Moore (1927-2017) numa ponta como soldado romano e Jean Simmons (1929-2010) como uma harpista.
Faroeste dramático em preto e branco da Universal Pictures indicado ao Oscar de melhor direção de arte. O filme foi adaptado para as telas por Lawrence Hazard (1897-1959) do romance de Rex Beach (1877-1949) de 1906 com o mesmo nome. A Universal emprestou o diretor Ray Enright (1896-1965) da Warner Bros. Esta foi a 4° de 5 versões cinematográficas do romance de Rex Beach.
Outras versões: os mudos The Spoilers (14) e The Spoilers (23), além de Inferno dourado (30) e Rastros da corrupção (55). Houve tensões entre Randolph Scott (1898-1987) e John Wayne (1907-1979) durante as filmagens. A luta climática na parte final foi uma das mais longas do cinema e dura pouco menos de 4 minutos. De acordo com o relatório de continuidade do estúdio, a cena da luta levou 5 dias para ser tramada e filmada. Único filme em que John Wayne aparece com blackface e único filme em que ele aparece com roupas femininas. Último filme de Richard Barthelmess (1895-1963).
Prólogo: "Esta é uma história do Norte congelado quando não apenas não estava congelado - mas chegou gloriosamente perto de ser um ponto quente. Nome 1900"
Não é o filme mais bem estruturado do mundo, ainda é rápido, semi-espirituoso, cheio de insinuações e expõe métodos de abuso de poder. Há todos os elementos possíveis de um western tradicional, como danças de saloon, romance, brigas no bar e tiroteios. Marlene Dietrich (1901-1992) é a dona de bar mais glamorosa e sexy que já se viu.
Comédia romântica em preto e branco da Columbia Pictures indicada ao Oscar de melhor direção de arte. O filme foi adaptado por Donald Ogden Stewart (1894-1980) e Sidney Buchman (1902-1975) da peça homônima de 1928 de Philip Barry (1896-1949). Este filme é uma refilmagem de Holiday (30).
Cary Grant (1904-1986) realizou suas próprias acrobacias. Antes de se tornar ator, fez parte de uma trupe acrobática de vaudeville. Edward Everett Horton (1886-1970) repetiu o papel de Nick Potter, que também interpretou na versão anterior do filme Holiday (30). O 3° de 4 filmes que juntaram Cary Grant e Katharine Hepburn (1907-2003). Os outros 3 foram: Vivendo em dúvida (35), Levada da breca (38) e Núpcias de escândalo (40). Último longa-metragem de Jean Dixon (1893-1981) e Marion Ballou (1870-1939).
Esta comédia de costumes sugere que a felicidade pode ser encontrada na liberdade, longe da riqueza perniciosa da alta sociedade - mas é também um pouco ingénua, reduzindo a complexidade dos seus temas a questões de certo e errado, ao mesmo tempo que termina com uma resolução fácil e previsível. Há, também, um toque de melancolia que aprofunda ainda mais as conexões emocionais.
Aventura de mistério e romance em Technicolor da MGM e Loew's Inc. que é uma versão cinematográfica do romance homônimo de 1894 de Anthony Hope (1863-1933) e Edward Rose (1849-1904) e uma refilmagem da versão sonora de 1937 e do mudo de 1922. A trama deste filme se passa em junho de 1897.
Outras versões: os mudos The prisoner of Zenda (13), a produção inglesa The prisoner of Zenda (15) e O prisioneiro de Zenda (22), além dos sonoros, a série de TV inglesa Rupert of Hentzau (64), O prisioneiro de Zenda (79), a minissérie de televisão inglesa The prisoner of Zenda (84), a animação australiana O prisioneiro de Zenda (1988), e o filme feito para a TV The prisoner of Zenda, Inc. (96).
Lewis Stone (1879-1953) já interpretou Rudolf Rassendyll e o Rei Rudolf V da Ruritânia em O prisioneiro de Zenda (22). A partitura desta versão era uma adaptação daquela composta por Alfred Newman (1900-1970) para a versão de 1937. Esta foi a montagem mais cara (e financeiramente bem-sucedida) das 8 versões cinematográficas deste material feitas desde que foi levado às telas. O nome do país fictício Ruritânia nunca é mencionado no filme, mas pode ser visto em um pôster na estação ferroviária. Este filme de 1952 não é apenas mais uma adaptação, mas um remake plano por plano com alterações mínimas no roteiro em relação a O prisioneiro de Zenda (37)
Prólogo dos créditos de abertura: Perto do final do século passado, quando a História ainda usava uma Rosa e a Política ainda não havia superado a Valsa, um Grande Escândalo Real foi sussurrado nas antessalas da Europa. Por mais verdade que fosse, qualquer semelhança em O PRISIONEIRO DE ZENDA com heróis, vilões ou heroínas, vivos ou mortos, é uma coincidência não intencional...
Bom filme de aventura onde ação, amor e suspense se combinam com simpatia sem ficar entediado nem por um momento. Stewart Granger (1913-1993), James Mason (1909-1984) e Deborah Kerr (1921-2007) brincam com entusiasmo nesta estória boba, mas divertida. A sequência final da luta de espadas é bem legal.
Minha Namorada Favorita
3.4 3Comédia musical biográfica em Technicolor da 20th Century Fox indicada a 2 categorias no Oscar: melhor trilha sonora e vencedor de melhor direção de arte em cores. O roteiro foi baseado em reportagem publicada por Theodore Dreiser (1871-1945) no livro de 1919 "Twelve men", que é a biografia à la Hollywood de Paul Dresser (1857-1906), famoso cantor/compositor/ator cômico nos EUA entre o final do século XIX e o início do seguinte.
Raro para a época, o filme abre com um breve medley de artistas cantando trechos de músicas de Dresser antes de se dissolver nos títulos principais. Rita Hayworth (1918-1987) sofreu um hematoma grave no nariz ao colidir com o diretor de dança Hermès Pan durante os ensaios. O romancista americano Theodore Dreiser era o irmão mais novo do compositor Paul Dresser e escreveu um livro sobre seu irmão no qual este filme é vagamente baseado. Nem Rita Hayworth nem Victor Mature (1913-1999) conseguiam cantar uma nota, então ambos tiveram que ser dublados por vocalistas fora da tela. Último filme de Judith Ford (1918-2007) e Edith Haskins (1916-1994).
Musical mediano com bons atores, mas divertido. A química entre Rita Hayworth e Victor Mature funciona muito bem. O filme usou canções de outros compositores como se fossem de Dresser. Rita foi dublada por Nan Wynn (1915-1971).
O Filho de Monte Cristo
3.2 3 Assista AgoraDrama romântico de aventura de espadachim da Edward Small Productions e United Artists indicado ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco. Apesar do título, a única relação com o romance "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas, é o fato de o personagem principal ser filho de Edmond Dantès, o herói dessa obra.
Este filme é uma continuação de O Conde de Monte Cristo (34), do mesmo diretor, e ainda teve uma sequência não oficial: A volta de Monte Cristo (46). O filme usou os mesmos cenários e muitos dos mesmos elenco e equipe de produção de O Homem da Máscara de Ferro (39). O sul-africano Louis Hayward (1909-1985) e o russo George Sanders (1906-1972) interpretaram o papel de Simon Templar, também conhecido como "The Saint", em diferentes filmes.
PRÓLOGO: "1865. Ameaçado por nações mais poderosas, o país de Lichtenburg - pequeno mas orgulhoso - é conhecido como a Jóia dos Bálcãs. Repleto de antigas tradições de romance e cavalaria, seu povo mantém uma lealdade inabalável ao trono - no qual agora está sentada a jovem Grã-Duquesa Zona, que governa sob a sombra sinistra de um homem, o General Gurko Lanen."
Folias de Goldwyn
2.8 1Comédia romântica musical em Technicolor da The Samuel Goldwyn Company e United Artists indicada a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte e melhor trilha sonora; no Festival de Cinema de Veneza, foi nomeado com a Taça Mussolini de melhor filme estrangeiro. O filme é uma sátira eficaz de Hollywood e tem excelentes números de dança e balé coreografados pelo russo George Balanchine (1904-1983).
Este foi o 2° filme a utilizar a nova invenção da maquiagem 'Pan-Cake' da Max Factor Company para filmes coloridos. O 1° foi Vogas de Nova York (37). Este foi o último filme de George Gershwin (1898-1937), que morreu antes do início das filmagens. Ele e seu irmão Ira Gershwin (1896-1983) foram contratados para escrever as canções, que ainda não tinham sido concluídas. Estréias no cinema americano da alemã Vera Zorina (1917-2003) e de Vivian Austin (1920-2004). Último filme da inglesa Ella Logan (1913-1969).
Este subestimado musical satírico revela-se uma produção pródiga em que certas performances e conjuntos individuais apagam a memória de alguns momentos monótonos. Destaque para o engraçado trio de irmãos gêmeos do The Ritz Brothers e para as performances do The American Ballet of the Metropolitan Opera, além do carisma do veterano Adolph Menjou (1890-1963).
Cativa E Cativante
3.9 3Comédia romântica musical da RKO Radio Pictures indicado a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte e vencedor de melhor coreografia. O filme foi vagamente baseado em P.G. Wodehouse (1881-1975), como o romance homônimo de Wodehouse de 1919 e a peça teatral de 1928. Classificado como um musical de Hollywood com temática inglesa. Todos os membros do elenco inglês moravam nos EUA na época da produção. Este filme é a refilmagem da comédia muda A damsel in distress (19).
Quando Fred Astaire (1899-1987) soube que Gracie Allen (1895-1964) estava nervosa por dançar com ele no palco, ele fez questão de tropeçar e cair na frente dela no primeiro dia no set para deixá-la à vontade. Foi o 1° filme do ator na RKO sem Ginger Rogers. O 1° filme de Fred Astaire a perder dinheiro nas bilheterias - apesar da música de George Gershwin e de George Burns (1896-1996) e Gracie Allen serem as principais estrelas do rádio na época. A estreia de Dorothy Barrett (1917-2018).
Bem dirigido, mas um pouco exagerado, com seu enredo de Wodehouse e simulações de inglês, o resultado seria questionável, exceto por uma rica trilha sonora de Gershwin (1898-1937). Alguns números de danças tem coreografias bonitas e bem feitas, sobretudo quando Astaire está sozinho. Não é dos melhores do carismático ator/dançarino, mas não deixa de ser um bom passatempo.
Fantasias de 1980
2.8 3Comédia romântica de ficção científica musical pré-Código em preto e branco da Fox Film Corporation indicado ao Oscar de melhor direção de arte. Este foi o 1° filme de ficção científica feito como filme falado ou musical. O filme se passa em 1880, em 1930 e de maio a setembro de 1980.
Dos membros do elenco creditados do filme, apenas Maureen O'Sullivan (1911-1998) e Joyzelle Joyner (1905-1980) ainda estavam vivas durante o ano de 1980, ano futurista em que se passa a estória do filme. O diretor David Butler (1894-1979) morreu em 14 de junho de 1979, apenas 14 meses antes dos acontecimentos do filme acontecerem. O'Sullivan conheceu seu futuro marido, o diretor John Farrow (1904-1963), durante a produção do filme.
Mais uma curiosidade do filme de ficção científica do que uma verdadeira experiência de entretenimento. Mas visualmente é muito interessante. Estranho e esquisito, o filme mistura gêneros aleatoriamente sem muito sentido. Tem algumas cenas engraçadas e curiosas sobre como seria o futuro imaginado, alguns números musicais com coreografias legais, mas o ritmo vai cansando e se tornando enjoado conforme o tempo passa.
Bobby
3.4 130Drama biográfico da The Weinstein Company, Bold Films, Holly Wiersma Productions e MGM indicado a 2 categorias no Globo de Ouro: melhor filme de drama e melhor canção original; no Festival de Cinema de Veneza, mais 2 nomeações: Leão de Ouro de melhor fime e vencedor do Prêmio Biograffilm. Enquanto o restante do elenco é formado por atores e atrizes, o papel central de Robert F. Kennedy (1925-1968) foi retratado quase inteiramente em imagens reais do senador.
Logo a seguir, o documentário RFK must die: The assassination of Bobby Kennedy (07) estreou no ano seguinte. Emilio Estevez levou 7 anos para fazer este filme. Demi Moore e Ashton Kutcher eram casados na época, mas não compartilharam cenas. O escritor e diretor Emilio Estevez, que interpretou o marido de Moore na tela, já foi noivo dela. Numa demonstração de lealdade a este filme, todos os atores e atrizes concordaram em trabalhar em escala. O Ambassador Hotel estava sendo demolido enquanto a equipe de filmagem filmava na propriedade.
Curioso que o roteiro do filme é passado praticamente durante 1 dia apenas (ou horas), antes do assassinato do senador RFK e provável vencedor na presidência dos EUA. Não vemos um ator interpretando ele, mas apenas imagens reais de arquivos. Um grande elenco escalado em que não há atores principais, todos são coadjuvantes e se revezam em histórias paralelas no mesmo ambiente do tal hotel Ambassador, todos em torno da figura icônica que teria seu final trágico poucas horas depois. Poderia ser mais um filme sobre a "maldição dos Kennedys", pois vários outros familiares do próprio Robert foram retratados em outros filmes.
Annie Leibovitz – A Vida Através das Lentes
4.3 47Documentário que faz parte da série de TV "American Masters", iniciada em 1985 e produzida até os dias atuais, estando na 39° temporada e com 292 episódios lançados. Vários destes documentários foram premiados em diversos festivais de televisão, dentre eles, o Primetime Emmy Awards e o Grammy Awards.
Esta parte da biografia da fotógrafa Annie Leibovitz é bem interessante, divertida e sentimental. Talvez não seja tão conhecida por boa parte do público brasileiro interessado em cinema e televisão, mas nos EUA é considerada um ícone deste segmento fotográfico. Ela fotografou os ricos e famosos, os profundos e poderosos, os excepcionais e notórios. A sua câmara documentou os horrores da guerra – mais recentemente em Sarajevo e no Ruanda. Mestre em expor seus temas fotográficos, a vida de Annie tem sido privada e protegida.
Do seu agitado estúdio à sua idílica fazenda, vivenciaremos o trabalho atual de Annie e a criação de seu último livro retrospectivo; enfrentaremos suas perdas, bem como seus grandes sucessos. Imperdível pra quem se interessa em conhecer mais uma personalidade envolvida com tantos artistas famosos no mundo do show business.
Duna: Parte 2
4.4 590Drama de aventura e épico de ficção da Legendary Pictures e Warner Bros. Pictures que é a sequência de Duna (21), e a 2° de uma adaptação em 2 partes do romance de 1965 "Duna", de Frank Herbert (1920-1986). As filmagens aconteceram em Wadi Araba e Wadi Rum, Jordânia, Budapeste, na Hungria, Treviso, Veneto, na Itália, Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e no deserto da Namíbia.
No início do filme, um padre Sardaukar canta "O poder sobre as especiarias é o poder sobre todos" como prólogo, conforme legendado na tela. O ator e músico Sting, que apareceu em Duna (84), recusou uma participação especial neste filme. Lançado no aniversário de 55 anos de Javier Bardem. O veterano Christopher Walken filmou suas cenas em 2 semanas. Da autoparódia ao épico, ‘Duna, parte dois’, contém diversas versões possíveis de si mesmo, mas nenhuma verdadeiramente alcançada.
Antes de mais nada, não gosto muito do diretor Villeneuve, pois até agora nenhum dos filmes que vi dele me chamou tanto a atenção. Este filme de agora não faz o meu estilo, além da extensa duração, é bem INSOSSO, CHATO, CANSATIVO, MODORRENTO..., me parece uma repetição de vários filmes antigos que vi no passado. Não tem nada de interessante, é o mais do mesmo, não sei por que tamanha balbúrdia do pessoal achando que esse se compare ou se assemelhe a qualquer clássico do gênero (longe disso!) e a nota tão alta assim pra um filme tão comum e insípido como esse.
Feriado Sangrento
3.1 397Co-produção da Austrália, Canadá e Estados Unidos da TriStar Pictures, Spyglass Media Group, Ethereal Visage Productions, Cream Productions e Dragonfly Entertainment. Este filme é a versão longa deste trailer falso, o curta Thanksgiving (07), também do mesmo diretor, cujo filme foi baseado em um trailer falso em Grindhouse (07). Uma continuação deverá ser produzida em seguida.
A fonte sangrenta usada no cartão de título e nos créditos finais é a mesma usada no trailer original de "Grindhouse". O filme incorpora uma infinidade de canções clássicas dos anos 80, prestando ainda mais homenagem às influências "slasher" centrais dos anos 80. Este foi o 1° filme de terror distribuído pela Tristar Pictures desde A morte do demônio (13). O jornalista que questiona os assassinatos emergentes ao longo do filme é interpretado pelo escritor/diretor Eli Roth. Patrick Dempsey e Gina Gershon são os mais conhecidos do elenco.
Mais um filme de "assassino em série mascarado" com uma força descomunal que ataca e mata pessoas ingênuas pelo caminho e nunca é descoberto facilmente. Parece que ele é invisível e está em todos os lugares ao mesmo tempo. A revelação do verdadeiro assassino na parte final é meramente ridícula e inesperada. Quantos filmes parecidos já não foram realizados como esse? Outro filme de terror desastroso e fraco que se esforça para ser meramente medíocre. Há muito sadismo e crueldade que podem agradar aos amantes de "slasher", mas para quem gosta de terror com suspense é melhor procurar outro filme. Uma cópia flagrante de "Pânico" que inclui algumas mortes criativas, não dá pra negar, mas a estória batida e previsível já se imagina no começo como vai terminar.
Kung Fu Panda 4
3.0 47Co-produção sino-estadunidense que é uma animação de aventura, comédia e fantasia de artes marciais da DreamWorks Animation, Universal Pictures e China Film Group Corporation. Foi o 3° filme da DreamWorks do diretor Mike Mitchell, depois de Shrek para sempre (10) e Trolls (16).
Outros filmes dos personagens: os curtas para a TV Kung Fu Panda: Especial de Natal (10) e Kung Fu Panda: Segredos do Pergaminho (16), os vídeos Os Segredos dos cinco furiosos (08) e Kung Fu Panda: Os segredos dos Mestres (11), as séries de TV Kung Fu Panda: Lendas do Dragão Guerreiro (2011–2016), Kung Fu Panda: The paws of destiny (2018–2019) e Kung Fu Panda: O Cavaleiro Dragão (2022–2023). Viola Davis foi a 3° vencedora consecutiva do Oscar a interpretar o vilão em um filme "Kung Fu Panda", depois de Gary Oldman em Kung Fu Panda 2 (11) e J.K. Simmons em Kung Fu Panda 3 (16). Jack Black, Dustin Hoffman, James Hong e Seth Rogen são os únicos atores que aparecem em todos os 4 filmes Kung Fu Panda.
Como quase sempre em filmes de animação, quando resolvem seguir adiante nas sequências, a maioria dos filmes tendem a cair o ritmo, começam a ficar repetitivos demais e a graça começa a perder-se em relação aos filmes originais. Continua à tona, principalmente para os mais pequenos, embora a cada edição perca aquela inspiração que a primeira teve. Um passo atrás em relação ao último filme em termos de ambição, este continua, no entanto, com o humor alegre e amigável da saga, com bons momentos, mas já avisando que querer aumentar a franquia poderá ser pior do que imaginam.
Jon Batiste: American Symphony
3.3 25Documentário musical biográfico da Higher Ground Productions, Mercury Studios, Our Time Projects e Netflix indicado ao Oscar de melhor canção original; no BAFTA, foi nomeado a melhor documentário. Ele explora um ano na vida do músico Jon Batiste, sua carreira musical e a luta de sua esposa contra a leucemia. O ex-presidente americano Barack Obama e sua esposa, Michelle Obama, estão entre os produtores executivos do filme.
Jon Batiste: Crescendo em Nova Orleans, a música sempre fez parte da família. Meu pai foi meu primeiro mentor musical. Minha mãe, ela realmente acreditava no piano clássico como base. "Conheça o seu ofício. Faça o que você quer." E a certa altura, tive que decidir. Ficar. Encontrar meu caminho como músico em casa ou ir para a faculdade e fazer alguma coisa. Foi assim que acabei na Julliard.
Uma celebração da arte, da resiliência e da mutabilidade do espírito humano. Parece ser uma verdadeira sinfonia americana e um retrato de uma vida americana específica. Comovente e cheio de música; um retrato surpreendente de coragem e criatividade diante das terríveis adversidades da vida. Este é um filme que capta como a arte não é apenas a forma como curamos; mas como vivemos.
Começou em Nápoles
3.9 29 Assista AgoraComédia dramática romântica em Technicolor e VistaVision da Capri Productions e Paramount Pictures indicada ao Oscar de melhor direção de arte em cores; no Globo de Ouro, mais 2 nomeações; melhor filme de comédia ou musical e melhor atriz de comédia ou musical, Sophia Loren. O penúltimo filme de Clark Gable (1901-1960), logo depois faria ainda Os desajustados (61), antes de sua morte.
Filmado em Roma e na Ilha de Capri, Nápoles, Campânia, na Itália. Houve uma produção indiana, English Babu Desi Mem (96), que foi uma refilmagem não autorizada. Embora Clark Gable e Sophia Loren não tenham se dado bem durante as filmagens, ele ajudou a contrabandear Carlo Ponti para a ilha para comemorar seu 25º aniversário. Este foi o último filme que Clark Gable fez e foi lançado durante sua vida. Clark Gable ficou viciado em comida italiana enquanto fazia o filme e seu peso aumentou para 230 libras. Ele ficou claramente muito mais pesado em algumas cenas do que em outras.
Não havia muita química entre Gable e Loren, que tinha o dobro da idade do interesse amoroso, Sophia, nesta comédia um pouco morna e totalmente previsível de conflito cultural, mas não deixa de ser simpática e divertida em alguns momentos. O ator e diretor Vittorio de Sica (1901-1974) tem uma participação pequena, mas quem rouba o filme em todas as cenas que aparece é o garoto Carlo Angeletti, que aqui ficou conhecido como Marietto.
O Pombo que Conquistou Roma
3.4 1Comédia de guerra da Llenroc Productions e Paramount Pictures indicado ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco; no Globo de Ouro, mais 3 nomeações: melhor ator de comédia ou musical, Charlton Heston (1923-2008), melhor ator coadjuvante, Harry Guardino (1925-1995), e melhor atriz coadjuvante, Gabriella Pallotta. O filme foi baseado no romance de 1961, "The Easter dinner", do ex-espião Donald Downes (1903-1983).
Último filme de Salvatore Baccaloni (1900-1969). O diretor Melville Shavelson (1917-2007) originalmente queria Bob Hope para o papel principal. A semelhança entre Elsa Martinelli (1935-2017) e Gabriella Pallotta é muito grande, tanto que ambas italianas fizeram papéis de irmãs.
Os créditos finais são sobrepostos a imagens de soldados americanos saindo da Itália. Isto é seguido por uma foto de um pombo piscando para a câmera, 'Gerônimo II', como o pombo que conquistou Roma.
O Prazer
4.0 13Produção francesa da Compagnie Commerciale Française Cinématographique, Stera Films e Columbia Films. S.A. indicada ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco. Esta comédia dramática romântica foi adaptada de 3 contos de Guy de Maupassant (1850-1893) - "Le masque/A máscara" (1889), "La Maison Tellier/A casa de Madame Tellier" (1881) e "Le modèle/A modelo" (1883).
Maurice Yvain iria originalmente compor uma partitura original, mas foi substituído por Joe Hajos, que baseou a maior parte de sua música na música popular do final do século XIX. As estréias de Liliane Yvernault e Maïa Jusanova. As obras de Guy de Maupassant provavelmente foram adaptadas por mais cineastas franceses do que as de qualquer outro autor (com a possível exceção de Georges Simenon).
Um trabalho visualmente suntuoso e irregular, tedioso e irremediavelmente irrelevante. Cada uma das peças explora lados conflitantes da natureza humana. Tive dificuldades de me concentrar nesse tipo de antologia modorrenta, ou seja, não faz meu tipo este tipo de narração confusa e embaralhada. Achei torturante finalizar este filme e nem sei se teria coragem de revisá-lo novamente num futuro próximo após essa minha primeira experiência decepcionante.
Cimarron: Jornada da Vida
3.7 9 Assista AgoraFaroeste épico e drama romântico em Metrocolor e CinemaScope da MGM indicado a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte em cores e melhor som. O filme foi baseado no romance homônimo de 1930 de Edna Ferber (1885-1968). O diretor Anthony Mann (1906-1967) foi demitido perto do final das filmagens e substituído por Charles Walters (1911-1982), que não foi creditado.
Este foi um remake de Cimarron (31), que foi o 1° faroeste a ganhar o Oscar de melhor filme. Surpreendentemente, nenhum outro faroeste havia ganhado o Oscar de melhor filme na época em que este filme foi lançado, e passariam quase 60 anos até que outro faroeste ganhasse, Dança com Lobos (90). Uma multidão de 1.000 figurantes, 700 cavalos e 500 carroças e charretes foram usadas para a cena da corrida terrestre. Último filme de John Cason (1918-1961), que morreu em um acidente de carro em julho de 1961.
Prólogo dos créditos de abertura: Ao meio-dia de 22 de abril de 1889, uma seção dos últimos territórios não colonizados na América seria dada gratuitamente às primeiras pessoas que a reivindicassem. Eles vieram do norte e vieram do sul e vieram do outro lado do mar. Em apenas um dia, um território inteiro seria colonizado. Um novo estado nasceria. Eles o chamaram de Oklahoma.
Um vigoroso e subestimado western com elenco de verdadeiro luxo e a sabedoria visual de Mann criam sequências de beleza inesquecível. Destaques para o sempre eficiente Genn Ford (1916-2006) e a bela austríaca Maria Schell (1926-2005), além da sempre linda Anne Baxter (1923-1985). Neste, como na maioria dos filmes do gênero, não poderiam faltar as tradicionais canções "When Johnny comes marching home", de Louis Lambert, e a divertida "Polly-Wolly-Doodle", escrita por Daniel Decatur Emmett.
O Destino Me Persegue
3.2 4Drama biográfico da 20th Century Fox indicado a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte em preto e branco, e melhor figurino em preto e branco. O roteiro foi de John Patrick (1905-1995), baseado no romance homônimo de 1951 de Irving Stone (1903-1989). Andrew Jackson (1767-1845) foi o 7° presidente dos Estados Unidos e exerceu 2 mandatos, de 1829 a 1937.
Charlton Heston (1923-2008) interpretou Andrew Jackson pela 2° vez em Lafite, o corsário (58). Susan Hayward (1917-1975) gostou do filme, lembrando Rachel Jackson como um de seus papéis "gentis" favoritos. Último filme da atriz Margaret Wycherly (1881-1956). Estréias no cinema de Juanita Evers (1888-1988), Vera Francis (1925-2014) e Ruth Attaway (1910-1987).
O filme toma a liberdade, provavelmente para construir lentamente a tensão dramática, de situar a morte da filha adotiva indígena dos Jackson, Lyncoya, muito mais cedo na história do que na vida real. Na realidade, Lyncoya morreu no mesmo ano que Rachel, 1828, ano da eleição de Andrew para a presidência. O final do filme parece retratar a morte de Rachel ocorrendo no dia, ou talvez no dia seguinte, da eleição de Andrew para a presidência. Na realidade, a sua morte ocorreu várias semanas após a eleição, em 22 de dezembro de 1828.
Os Cavaleiros da Távola Redonda
3.3 18Produção inglesa em Technicolor e CinemaScope da MGM indicada a 2 categorias no Oscar: melhor direção de arte em cores e melhor som; no Festival de Cinema de Cannes, foi nomeado ao Grande Prêmio do Festival. O filme foi baseado na obra "Le morte D’Arthur", de Sir Thomas Malory (1393-1425), publicada pela primeira vez em 1485 por William Caxton (1422-1491)..
Este drama de aventura foi o 2° de uma trilogia não oficial feita pelo mesmo diretor e produtor e estrelada por Robert Taylor (1911-1969), entre Ivanhoé, o vingador do Rei (52) e A coroa e a espada (55). Outras versões baseadas nesta mesma estória: Lancelot, o cavaleiro de ferro (63), a animação A espada era a lei (63), Camelot (67), Excalibur, a espada do poder (81), os filmes feitos para a TV Camelot (82) e Merlin e a espada (83), além de Lancelot, o primeiro cavaleiro (95) e Rei Arthur (04).
O 1° filme da MGM a ser rodado em CinemaScope. Stanley Baker (1928-1976) foi contratado em muito pouco tempo depois que George Sanders teve que ser substituído por motivo de doença. A palestina Anne Crawford (1920-1956), que interpreta Morgan Le Fay, era apenas 7 anos e 3 meses mais velha que Stanley Baker, que interpreta seu filho Modred. Houve algumas críticas sobre a escalação de Robert Taylor, de meia-idade, como Lancelot. O próprio Taylor se sentiu mal neste filme. O ator só aceitou o papel de Lancelot principalmente por insistência dos produtores e porque queria trabalhar com Ava Gardner (1922-1990).
Ricamente nomeado, apresentando um relato lúcido da lenda arturiana, com Robert Taylor liderando um elenco sólido como o confiável cavaleiro Sir Lancelot, o bom rei interpretado por Mel Ferrer (1917-2008), e com a Rainha Guinevere ensaiada por Ava Gardner, beneficiando de seu esplendor colorido e ambiente fortemente cristão, incluindo um casamento real católico e um momento transcendente de revelação envolvendo o Santo Graal.
Débil é a Carne
3.5 2Drama romântico de aventura da 20th Century Fox indicado ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco. O filme foi baseado no best-seller homônimo de 1946 de Frank Yerby (1916-1991), seu 1° livro, sendo o 6° romance mais vendido nos EUA no ano anterior. A trama se passa na Nova Orleans da década de 1820 pré-guerra.
Não era amplamente conhecido na época que Yerby era afro-americano. Yerby escreveu 33 livros de ficção histórica. Estréia não creditada no cinema de William Schallert (1922-2016) e estréia da atriz Randy Stuart (1924-1996). É sobre bom rever as belezas e os talentos de Maureen O'Hara (1920-2015) e Patricia Medina (1919-2012).
A violência permeia a esfera doméstica e, além dela, neste drama de época desigual. O produtor e diretor soviético John M. Stahl (1886-1950) faz uma ligação entre o poder económico e a relação conjugal de um homem: à medida que um cresce, a outra definha. É a estória de um casal que reserva seus ressentimentos, adiando a reconciliação, possivelmente preso pela fantasia hegemônica que representa sua frutífera plantação. Enquanto isso, sua queda é sua redenção.
Sepulcro Para um Amor
3.2 1Produção inglesa em Technicolor da Ealing Studios indicado ao Oscar de melhor direção de arte. Também conhecido como "Sarabanda", este drama romântico biográfico de época foi baseado no romance homônimo de 1935 da australiana Helen Simpson (1897-1940). Situado na Hanôver do século XVII, a trama se passa de 14 de setembro de 1682 a 13 de novembro de 1726.
A "sarabanda" mencionada no título é uma espécie de dança espanhola. Este foi o 1° filme do Ealing Studios a ser rodado em cores. O verdadeiro Philip Christoph Von Königsmark foi atacado e sequestrado pelos homens do Eleitor. Ele desapareceu e, de acordo com as confissões de seus supostos assassinos, muitos anos após o evento, seu corpo foi pesado e jogado no rio Leine. O filme foi baseado em grande parte em uma série de cartas de amor publicadas em "The love of an uncrowned Queen" (1900), que podem ou não ser falsificações. Enquanto filmava testes de tela como substituto de Stewart Granger (1913-1993), Sir Christopher Lee conseguiu um papel neste filme, mas a cena foi cortada, provavelmente porque os dois atores eram muito parecidos.
Prólogo dos créditos de abertura: de uma Alemanha que era então um conjunto de Estados pequenos e independentes, George Louis de Hanover sucedeu ao trono da Inglaterra. Como Rei George Primeiro, ele deixou para trás uma prisioneira no Castelo de Ahlden - uma mulher cujo nome ele tentou apagar das páginas da história, cuja história ele determinou que deveria morrer com ela. Era a história da mulher que foi sua esposa... Sophie Dorothea. Epílogo final dos créditos: Sophie Dorothea, Nascida em Celle..... 15 de setembro. 1666; Esposa do Rei George l da Inglaterra e mãe do Rei George ll; morreu em em Ahlden... 13 de novembro. 1726
Idílio Perigoso
3.8 4Suspense romântico noir da RKO Radio Pictures indicado ao Oscar de melhor direção de arte em preto e branco. O filme foi baseado no romance homônimo de 1943, de Margaret Carpenter (1893-1987), ambientado na virada do século XX.
O título é uma variação comum de uma frase de Hipócrates, o pai grego da medicina: "A vida é curta, a arte é longa, a decisão difícil e a experiência perigosa." A frase é recitada por Nick Bederaux no filme. Este foi o último filme de Ruth Eddings (1908-1995) em papel não creditado. Destaque para a beleza de Hedy Lamarr (1914-2000).
Com sua experiência anterior na direção de thrillers e filmes de terror, o diretor francês Jacques Tourneur (1904-1977) preenche a estória com inúmeros pequenos detalhes misteriosos que criam uma atmosfera mais sutil e sombria. Thriller altamente atmosférico que funciona como um quebra-cabeça narrativo a ser resolvido, mas como um aspecto irredutível da experiência humana, mesmo que as vezes um pouco confuso.
César e Cleópatra
3.3 13Produção inglesa em Technicolor da Gabriel Pascal Productions, Independent Producers e United Artists indicada ao Oscar de melhor direção de arte; no Festival de Cinema de Cannes, foi nomeado ao Grande Prêmio do Festival. O filme foi adaptado da peça homônima de 1901 do irlandês George Bernard Shaw (1856-1950). Algumas cenas foram dirigidas por Brian Desmond Hurst (1895-1986), que não recebeu nenhum crédito formal.
Este drama romântico biográfico de guerra teve outras versões: a produção brasileira e série de TV César e Cleópatra (56), 2 filmes feitos para a TV, a produção alemã Caesar und Cleopatra (64) e a produção inglesa Caesar and Cleopatra (76), além da produção canadense Caesar and Cleopatra (09).
O papel de Júlio César foi originalmente oferecido a Sir John Gielgud, que recusou, porque detestava o diretor austro-húngaro Gabriel Pascal (1894-1954). Pascal, que era produtor, só dirigiu 2 filmes em sua carreira, foi ao Egito coletar areia para conseguir a cor certa. Claude Rains (1889-1967) fez história ao ser o primeiro ator a receber um salário de 1 milhão de dólares para interpretar Júlio César neste filme. Esta foi a única aparição na tela de Anthony Harvey (1930-2017), de 15 anos, que se tornou um aclamado editor e posteriormente diretor. Ele ficou mais conhecido por dirigir O leão no inverno (68), outro romance histórico baseado em uma peça. Durante as filmagens, Vivien Leigh (1913-1967) teve um aborto espontâneo, o que atrasou a produção em 5 semanas.
Mesmo tendo sido um fracasso de bilheteria e defenestrado por boa parte da crítica mundial, não achei tão ruim assim. Uma história de ótima aparência e bem executado que glorifica a escravidão, o imperialismo e a ditadura benigna. Dois famosos atores aparecem em participações especiais: Roger Moore (1927-2017) numa ponta como soldado romano e Jean Simmons (1929-2010) como uma harpista.
A Indomável
3.7 9Faroeste dramático em preto e branco da Universal Pictures indicado ao Oscar de melhor direção de arte. O filme foi adaptado para as telas por Lawrence Hazard (1897-1959) do romance de Rex Beach (1877-1949) de 1906 com o mesmo nome. A Universal emprestou o diretor Ray Enright (1896-1965) da Warner Bros. Esta foi a 4° de 5 versões cinematográficas do romance de Rex Beach.
Outras versões: os mudos The Spoilers (14) e The Spoilers (23), além de Inferno dourado (30) e Rastros da corrupção (55). Houve tensões entre Randolph Scott (1898-1987) e John Wayne (1907-1979) durante as filmagens. A luta climática na parte final foi uma das mais longas do cinema e dura pouco menos de 4 minutos. De acordo com o relatório de continuidade do estúdio, a cena da luta levou 5 dias para ser tramada e filmada. Único filme em que John Wayne aparece com blackface e único filme em que ele aparece com roupas femininas. Último filme de Richard Barthelmess (1895-1963).
Prólogo: "Esta é uma história do Norte congelado quando não apenas não estava congelado - mas chegou gloriosamente perto de ser um ponto quente. Nome 1900"
Boêmio Encantador
4.0 30Comédia romântica em preto e branco da Columbia Pictures indicada ao Oscar de melhor direção de arte. O filme foi adaptado por Donald Ogden Stewart (1894-1980) e Sidney Buchman (1902-1975) da peça homônima de 1928 de Philip Barry (1896-1949). Este filme é uma refilmagem de Holiday (30).
Cary Grant (1904-1986) realizou suas próprias acrobacias. Antes de se tornar ator, fez parte de uma trupe acrobática de vaudeville. Edward Everett Horton (1886-1970) repetiu o papel de Nick Potter, que também interpretou na versão anterior do filme Holiday (30). O 3° de 4 filmes que juntaram Cary Grant e Katharine Hepburn (1907-2003). Os outros 3 foram: Vivendo em dúvida (35), Levada da breca (38) e Núpcias de escândalo (40). Último longa-metragem de Jean Dixon (1893-1981) e Marion Ballou (1870-1939).
Esta comédia de costumes sugere que a felicidade pode ser encontrada na liberdade, longe da riqueza perniciosa da alta sociedade - mas é também um pouco ingénua, reduzindo a complexidade dos seus temas a questões de certo e errado, ao mesmo tempo que termina com uma resolução fácil e previsível. Há, também, um toque de melancolia que aprofunda ainda mais as conexões emocionais.
O Prisioneiro de Zenda
3.5 3Aventura de mistério e romance em Technicolor da MGM e Loew's Inc. que é uma versão cinematográfica do romance homônimo de 1894 de Anthony Hope (1863-1933) e Edward Rose (1849-1904) e uma refilmagem da versão sonora de 1937 e do mudo de 1922. A trama deste filme se passa em junho de 1897.
Outras versões: os mudos The prisoner of Zenda (13), a produção inglesa The prisoner of Zenda (15) e O prisioneiro de Zenda (22), além dos sonoros, a série de TV inglesa Rupert of Hentzau (64), O prisioneiro de Zenda (79), a minissérie de televisão inglesa The prisoner of Zenda (84), a animação australiana O prisioneiro de Zenda (1988), e o filme feito para a TV The prisoner of Zenda, Inc. (96).
Lewis Stone (1879-1953) já interpretou Rudolf Rassendyll e o Rei Rudolf V da Ruritânia em O prisioneiro de Zenda (22). A partitura desta versão era uma adaptação daquela composta por Alfred Newman (1900-1970) para a versão de 1937. Esta foi a montagem mais cara (e financeiramente bem-sucedida) das 8 versões cinematográficas deste material feitas desde que foi levado às telas. O nome do país fictício Ruritânia nunca é mencionado no filme, mas pode ser visto em um pôster na estação ferroviária. Este filme de 1952 não é apenas mais uma adaptação, mas um remake plano por plano com alterações mínimas no roteiro em relação a O prisioneiro de Zenda (37)
Prólogo dos créditos de abertura: Perto do final do século passado, quando a História ainda usava uma Rosa e a Política ainda não havia superado a Valsa, um Grande Escândalo Real foi sussurrado nas antessalas da Europa. Por mais verdade que fosse, qualquer semelhança em O PRISIONEIRO DE ZENDA com heróis, vilões ou heroínas, vivos ou mortos, é uma coincidência não intencional...