Fascinante como filme simplesmente desiste de se levar a sério depois de certo tempo. Foi o único caminho possível pra fazer esse filme ser bom. E ele é!
Depois da primeira parte chatíssima, é surpreendente o quão maravilhoso ele fica na segunda parte. O filme se transforma mesmo em história, carisma, e até na cadência da trama. Se soubesse começar melhor, seria um grande filme. E adorei os gráficos desse desenho!
Acaba caindo em algumas armadilhas de filmes misery porn, mas imagino que seja bem difícil de não passar por isso quando você fala sobre um assunto como esse. Mas pelo menos a diretora parece ter noção disso, pois preenche o filme com uma quantidade um pouco excessiva de cenas de alívio cômico, ou de elevação pessoal, sobretudo na segunda parte do filme, que se desenvolve em cima de todos os clichês existentes de filmes de superação. Mas o filme até que é bom.
E Sally El Hosaini, pelo jeito, deve ser uma fã de carteirinha da Sia, né?
Curioso como TÁR não é um filme sobre a criação ou manutenção de um mito, mas exatamente o contrário. É sobre a destruição da lenda, a derrocada do artista, e a total demolição daquilo que transforma um ser humano em inalcançável. Não é por acaso que nunca, de fato, vemos a glória de Lydia Tár, ao contrário até, apenas ouvimos falar. Nós ouvimos ela falar, o que faz toda a diferença aqui. O longa abre com uma cena onde Lydia está sendo entrevistada e todos os seus feitos são listados, mas, além disso, existe uma auto-mitificação concentrada em seu discurso, e é como se ela soubesse que é completamente inigualável, e que tem todo o embasamento possível para ter certeza disso, e pior: gosta muito de ter se tornado essa lenda. Lutou pela posição que ocupa, e luta diariamente para manter essa posição, inclusive abusando do poder que conquistou, e, consequentemente, de todas as pessoas ao seu redor.
Isso só é reforçado à medida que a saga de Lydia Tár vai se aproximando de seu ápice. O filme nos prepara para um concerto, assim como ela está se preparando para aquilo que é um dos grandes momentos de sua carreira, com diversas cenas dos ensaios, as regências, a glória daquela mulher, e a celebração de seu talento. A forma como a câmera a filma também é importante, muitas vezes debaixo pra cima, em um contra-plongée muito definido, ou em planos bem abertos, mostrando sua magnitude diante da orquestra, com o detalhe sempre em evidência de que é ela quem comanda o lugar, e, por consequência, as pessoas nele presentes.
Porém, o clímax que resultaria disso, nunca chega. Pelo contrário, sua saga é interrompida pela exposição de suas ações, colocando-na em uma espiral de degradações morais, reduzindo cada vez mais seu tamanho em relação ao todo, enquanto o filme passou mais de uma hora e meia nos preparando para o exato oposto. É a construção narrativa através da desconstrução, uma espécie de exaltação do anti-clímax: da mesma forma que, para Lydia, sua regência daquele concerto nunca acontecerá, para nós, ela também jamais será apresentada (assim como seu pseudo-romance com Olga). O roteiro nos nega esse apogeu porque, enquanto audiência, estamos intimamente conectados a Lydia Tár, a mulher que acompanhamos em absolutamente todas as cenas desde os créditos iniciais, e a qual o filme nos convida a pensar como ela. É uma crônica naturalista e visceral que termina por ser totalmente frustrante, mas que, por si só, faz com que TÁR, apesar de pouco acessível, seja uma obra tão desafiadora.
Todd Field nos convida para dançar esse des-pas de deux da mesma maneira que um grande maestro rege sua orquestra, mas aqui cada enquadramento é pensado milimetricamente e a câmera guia os passos dessa dança sem música – a exemplo da cena, em plano sequência, onde acompanhamos em diversos ângulos diferentes, tudo o que aconteceu na aula ministrada por Lydia – e que, futuramente, viria a contribuir para seu cancelamento. Ele também trabalha à fundo. a quebra da expectativa, como quando Tár se acidenta, ou aquilo que virá a acontecer, psicologicamente com a protagonista, no extra-plano, como todas as vezes em que Cate Blanchett é enquadrada à direita ou à esquerda, com grandes espaços vazios do lado oposto da tela, algo que vai se intensificando à medida que a vida da outrora condutora da Filarmônica de Berlim se aproxima de seu ponto mais baixo.
A atriz, a propósito, enfrenta um de seus maiores desafios, o de compôr uma atuação completamente minimalista e através das sutilezas. Cate Blanchett, uma exímia method actress, atua com o corpo inteiro. Cada posição de Lydia é marcada e calculada para demonstrar exatamente o que ela está sentindo no momento, sua empáfia e prepotência, arrogância ou ternura, ou mesmo seus medos e encolhimentos emocionais. São gestos, olhares, expressões, e ela realmente dita o tom, durante todo o tempo, do que o filme se propõe a seguir, dominando a tela. Não há como olhar para outra coisa quando Blanchett/Tár está em primeiro plano. Assim como, por causa disso, é bastante fácil de entender o magnetismo que ela causa em todos que orbitam em torno de seu círculo gravitacional, um fascínio que, a propósito, permitiu com que ela cometesse todos os abusos que cometeu. Isso é fundamental, sobretudo, porque nós não vemos, de fato, a compositora cometendo grandes abusos, mas através de pequenas ações arbitrárias aqui e acolá, simplesmente acreditamos que ela é completamente capaz daquilo que a acusam.
Mas talvez o que o longa queira discutir vá bem além disso (ou de suas especificidades técnico-narrativas). Não há uma história pregressa, nós não sabemos sequer o nome real de Lydia, ou que ela tem um irmão, até os momentos finais; mas sabemos que a vida a levou a acreditar que todas as pessoas que existem à sua volta estão lá para serem usadas por um propósito, e que todas elas fariam exatamente o mesmo com ela, se pudessem. Mesmo antes de termos noção de sua conduta de exploração sexual no trabalho, conseguimos perceber que suas relações não são propriamente sinceras, ou, por essência, transacionais, como sua esposa Sharon, a propósito, outra relação de poder com alguém que está abaixo na pirâmide, bem denota.
No entanto, se ela está certa, ou errada, depende da percepção pessoal de cada um. A história nos apresenta alguns fatos, soltos, como o sumiço do livro com suas partituras, o regente substituto, que não parece muito incomodado de usar esse livro para reger uma Filarmônica que não pertence a ele, antes de ser atacado com fúria por ela, ou ainda um espaço vazio sobre a dimensão de até que ponto Sharon e as pessoas ao seu redor, que frequentavam sua casa, possam estar envolvidas no esquema que acabou por expôr o comportamento de Lydia ao mundo (a violoncelista Olga sabe muito bem das intenções carnais de Lydia, e até o cancelamento da maestra, se aproveita disso; sua esposa Sharon deixa claro que estava ciente das coisas, mas que apenas não podia permitir que aquilo afetasse a ela e sua família; e sua assistente, Francesca, soa como, no mínimo, condescendente com os atos de Lydia… até que Lydia a pretere como a nova condutora). Seria Lydia um monstro incapaz de ocupar seu lugar de prestígio, e que merece a maior das punições, ou ela está certa e o ser-humano tem tendência a ser justamente assim, como ela?
Qualquer que seja a resposta, e o filme parece não ter muito a certeza de nenhuma delas, e aparenta haver uma sugestão de que o cancelamento é bastante instável e volúvel. Apesar de intenso, nunca definitivo. Mas, como é possível perceber, também, Lydia Tár sempre deu seu jeito. Ela é uma sobrevivente e, em Berlim, nas Filipinas, na Tailândia ou no meio da Amazônia, a maestra continuará sendo a maestra, e, provavelmente, seguirá tirando vantagem e proveito das situações ou dos menos influentes e poderosos (a cena da massagem é um deleite). Mas se ela, ou você, está em paz com isso… TÁR jamais responderá.
Não passa de uma tentativa (pseudo)bollywoodiana de emular o cinema de Hollywood, com todas as suas fórmulas e clichês, mirando no exagerado do espetáculo, e com um pouco de megalomania para mostrar-se até onde é capaz de ir (mas não no CGI, o CGI tem que ser bem ruim mesmo). Não a toa se deu tão bem com audiências ocidentais.
Queria simplesmente matar a pessoa que escolheu a Giovanna Ewbank pra dublar essa personagem, que é muito mais nova que ela. É um trabalho de voz HORRENDO, parece uma velha falando em cima de uma imagem de criança, e estraga todo o resto também, ao mesmo tempo.
Mas o filme é incrível, apesar da dublagem brasileira pavorosa. Perrito é uma das coisas mais fofas do mundo, e eu chorei com ele, não vou negar.
Apesar da ideia irresistível, no papel, de centrar a história da primeira crise que o Cinema enfrentou, no meio da (nossa) grande crise pela qual o Cinema passa atualmente, tem uma quantidade um pouco excessiva de cenas e momentos completamente dispensáveis pra um filme que dura intermináveis mais de três horas de duração, viu. Também me perdi um pouco no momento que o Damien Chzelle se tornou um diretor tão presunçoso, e aqui isso fica tão evidente. O grande filme que ele parece estar fazendo talvez esteja perdido em algum lugar por ali, mas o resultado final é sustentado por algumas cenas e os atores - alguns exemplos disso são: a conversa final entre Jack e a jornalista; a primeira gravação de um filme sonoro de Nellie; e a chegada de Manny à gravação, possibilitando o take perfeito enquanto havia luz do dia. Cenas brilhantes, isoladamente, mas perdidas em um filme desorganizado, inclusive por uma montagem bizarra, cheia de crosscuts, mas lotada mesmo, ao ponto de deixar a experiência de assistir a Babylon muito exaustiva.
A trilha-sonora, que foi tão alardeada por aí, pra mim não ajuda nem um pouco nisso. Trilha boa é quando eleva o filme. Em Babylon, é tão exagerada. As faixas até parecem ser boas e bem feitas, mas seu uso no filme torna tudo imenso, grande, tumultuado demais. E incessante. Muito. Se tem tumulto, o tempo todo ela vai martelar na sua cabeça. Sinceramente, me arremessava pra fora do filme ao invés do contrário. Como em todos os quarenta minutos iniciais, com aquela festa intensa que... bom, um puta festão com todos os tipos de vulgaridades e maluquices, em filmes, só é boa quando a gente sente vontade de estar lá junto, né? Essa aqui me pareceu tão, mas tão ruim, que quando FINALMENTE o filme permite que ela acabe, eu fiquei aliviado da cabeça aos pés. Pensando bem aqui, também foi um alivio quando os créditos finais apareceram - depois de outro desfecho demasiadamente longo, arrastado e cheio de situações toscas para levar os personagens até o ponto desejado pelo roteiro. E isso está longe de ser um bom sinal.
Enquanto latino-americano, vivendo no Brasil em 2023, não tive outra reação que não a de me arrepiar inteiro com a cena da acusação. Que filme! E uma das atuações da vida de Ricardo Darín.
Entre a fragilidade da celulose, os tão comentados frames por segundo, a crueldade de coexistir entre sets de filmagens ou não, ou textos pedantes escritos por críticos de diversos lugares e tempos, sempre foi bem difícil pra mim explicar o porquê sempre achei o Cinema tão fascinante, ou o porquê que encontro nele o refúgio para tantas coisas. Talvez tenha sempre sido melhor mostrar filmes. The Fabelmans entrou imediatamente para a lista dos filmes necessários para exemplificar esses motivos.
O que o Steven Spielberg realiza aqui, usando a si próprio como exemplo, é, além de toda a excelência técnica, uma enorme, e apaixonada, carta de amor ao ofício que o encantou desde muito cedo. Ele explica os pormenores de como se envolveu tão intimimamente com a arte, e o melhor de tudo, é que faz isso em um roteiro mágico, que deve quebrar a barreira até dos cinéfilos mais cínicos que existem por aí. Quebrou até a minha concha, e olha que eu nunca fui exatamente um grande fã dele - pra mim, seu cinema é cheio de grandes altos e muitos baixos. Esse aqui, não apenas entra nos altos, como está, definitivamente, no panteão das obras-primas que ele já entregou ao longo de tantos anos enquanto um dos maiores diretores do planeta. É como se ele tivesse feito tudo o que fez para chegar nesse ponto da carreira, em que finalmente pudesse contar a história que define não só sua profissão, como a trilha que percorreu na vida até então.
The Fabelmans não se restringe na área do encantamento, mas surge como uma espécie de vitrine criada para evidenciar cada um dos pontos mais positivos de seu criador. E é por isso que o filme é indissociável de Spielberg, que ano passado mesmo, entregou algo que era extremamente oposto, o remake de West Side Story, uma espécie de espetáculo ostensivo, cuja existência beirava a sua vaidade enquanto diretor de demonstrar, de uma vez por todas, o quão capaz era de dirigir um filme imenso, com música, centenas de pessoas fazendo coreografia, e a capacidade de dominar todos os elementos de cena de maneira impecável. Esse, por sua vez, vem no ano seguinte, um filme grande sim, mas quase sutil ao demonstrar sua grandeza, capaz de surpreender através das mais pequenas coisas, como a concepção de uma filmagem escolar, ou mesmo a conversa inspiradora entre um filho e seu pai. De certa forma, um complementa o outro, e é uma demonstração do cineasta daquilo que ele pode e é capaz de fazer. Seja na remontagem de um show colossal, ou na idealização de uma história autoral, e além de tudo, muito pessoal.
Tais características transbordam em cada um dos aspectos técnicos do filme, e é possível ver sua habilidade enquanto diretor em todas elas. Inclusive na direção de atores. Spielberg é conhecido por ter premiado poucos atores - por exemplo, a primeira interpretação dirigida por ele a vencer um Oscar veio apenas em 2012, com Daniel Day-Lewis em Lincoln. Mas nunca, jamais, em tempo algum, deixou de entregar grandes trabalhos de elenco, e de indicar uma porção de gente ao prêmio. Há um vislumbre do surgimento disso, quando vemos o pequeno Sam dirigindo seus coleguinhas numa cena brilhante em The Fabelmans, mas o que salta aos olhos é como o elenco do longa, inteiro, funciona, tanto juntos como separados. Paul Dano está sensacional como esse pai, um gênio impassível que desperdiça sua vida entre o trabalho e uma mulher que nunca o amou realmente; Michelle Williams, em seu melhor momento no Cinema, finalmente abraça um tipo diferente daqueles que costumava fazer, e abraça mesmo, com a câmera completamente apaixonada por suas micro-expressões em cenas importantes; e Gabriel LaBelle, não só se destaca, como carrega o filme inteiro nas costas, como o protagonista que aparece em praticamente todos as cenas - e o mais importante é que o filme funciona principalmente porque ele é bom de verdade. E bem dirigido, claro, porque o que mais fica evidente é o quanto Steven Spielberg é habilidoso ao guiar seus atores, até mesmo os mais coadjuvantes, em direção àquilo que a cena precisa passar.
E o resultado, no final, é o mais impecável o possível. É como se todas as cenas estivessem exatamente onde elas estão, como se o roteiro tivesse sido pensado por anos, como se cada uma das escalações tivesse sido feita após uma minuciosa análise de perfil e talento, e tudo para preencher uma lacuna que existia em uma das carreiras prolíficas que Hollywood já viu. Faltava o filme do coraçao dele, e também faltava essa reverência definitiva à arte que ocupou sua vida inteira desde que ele era, literalmente, uma criança. Acho que pra muitos como ele, - e aqui falo de mim, pessoalmente mesmo -, que foram tocados pela mesma coisa, mais ou menos na mesma idade/época/situaçao, é impossível não sentir identificação com diversos dos momentos apresentados. Não é a toa que tudo termina em uma das sequências finais mais divertidas que eu já vi, e não estou sendo nem um pouco exagerado com isso. Há a homenagem a tudo que o Cinema já o proporcional, mas também há o respeito por todos aqueles que contribuíram para que esse sentimento um dia pudesse existir. Seja pelo coração... ou pela técnica, que é imprescíndível e o filme deixa muito bem claro. Mas sem nunca deixar de fazer uma saudação àqueles que ainda virão a contribuir, porque, não importa o que digam por aí, o Cinema (ou a experiência cinematográfica) pode ser maltratado por todas a pessoas, formas, comentários e circunstâncias, como vem acontecendo nos últimos anos, mas podemos ter a certeza: ele não morrerá, porque é uma arte, genuína, e assim como todas as artes fazem, continua e sempre continuará encantando novos pequenos Sam Fabelmans ao longo de todo o tempo em que nós vivermos por aqui.
David Bowie realmente foi um dos mais interesses seres humanos que já pisaram nessa Terra. E ver esse filme me deu vontade de sair consumindo tudo o que ele já fez, ouvir todos os álbuns, ver todos os filmes... Sensacional.
Há belos momentos espalhados ao longo de todo o filme, e gosto muito da interação entre os personagens inseridos na ação, mas a ação em si, não me pega mesmo. A meia hora final do filme passou arrastando pra mim. De qualquer forma, é realmente melhor que o primeiro filme em diversas coisas, além de ser uma realização mil vezes superior, e com boas sacadas que linkam o momento atual aos anos 90. Gosto, especialmente, de como essa sequência reconhece o quanto o primeiro filme representa os anos 80, e passa um bom tempo da projeção se dedicando ao sentimento de nostalgia. Imagino como isso possa ter batido forte com a galera que acompanhou o lançamento estrondoso do filme original.
Não é lá a homenagem que acredita estar fazendo a Fassbinder, mas há algo nesse texto que me deu um frescor de novidade, atualização de um conto clássico, uma história que já conheço muito bem, mas que acrescentou um novo ponto. Amir, por exemplo, é uma evidente versão de Karin adaptada a Geração Z. Peter é uma Petra, só que muito espelhado á experiencia de ser um LGBT nessas ultimas décadas, e assim por diante. E não teria sentido se não fosse assim, parece que Ozon sabe muito bem disso. Acho a primeira hora, sobretudo, um espetaculo, em um roteiro que consegue muito bem captar o fascínio que Amir causa em Peter e os porquês disso. Aliás, talvez nem seja apenas Amir, mas sim uma tendência quase apaixonada de se entregar ao diabólico, ao tóxico, a um estilo de vida inerente a sua própria vontade de viver. Esse Peter é bem fascinante. E Denis Ménochet está à altura.
O George Miller é realmente um cineasta único, sem igual mesmo. Como pode o cara ter ido de Mad Max: Fury Road pra esse filme maluco (e oposto?) logo em seguida? Coisa de doido.
Inacreditável de bom. Um fime sóbrio e completamente autoconsciente do que é e o que pode ser. Tem um respeito pela geração que retrata que poucos filmes do tipo têm, e é isso que faz com que o naturalismo das relações humanas contidas aqui, envoltas de um tema tão espinhoso como esse, seja tão crível e, dessa forma, possa causar identificação através da catarse. E isso fica bem claro já nos primeiros minutos do filme, onde descobrimos muito rapidamente quem é essa protagonista, o que ela gosta, quem ela ama, e o momento da vida pelo qual está passando. O elenco é formidável, e a Jenna Ortega, porra, que destaque maravilhoso. Merece o mundo mesmo.
M3gan
3.0 797 Assista AgoraFascinante como filme simplesmente desiste de se levar a sério depois de certo tempo. Foi o único caminho possível pra fazer esse filme ser bom. E ele é!
Matilda: O Musical
3.6 155 Assista AgoraTenho certeza que se esse filme fosse um lançamento de cinema, teria recebido diversas indicações na awards season - assim como Emma Thompson.
A Fera do Mar
3.7 236 Assista AgoraDepois da primeira parte chatíssima, é surpreendente o quão maravilhoso ele fica na segunda parte. O filme se transforma mesmo em história, carisma, e até na cadência da trama. Se soubesse começar melhor, seria um grande filme. E adorei os gráficos desse desenho!
As Nadadoras
3.9 91 Assista AgoraAcaba caindo em algumas armadilhas de filmes misery porn, mas imagino que seja bem difícil de não passar por isso quando você fala sobre um assunto como esse. Mas pelo menos a diretora parece ter noção disso, pois preenche o filme com uma quantidade um pouco excessiva de cenas de alívio cômico, ou de elevação pessoal, sobretudo na segunda parte do filme, que se desenvolve em cima de todos os clichês existentes de filmes de superação. Mas o filme até que é bom.
E Sally El Hosaini, pelo jeito, deve ser uma fã de carteirinha da Sia, né?
Tár
3.8 393 Assista AgoraCurioso como TÁR não é um filme sobre a criação ou manutenção de um mito, mas exatamente o contrário. É sobre a destruição da lenda, a derrocada do artista, e a total demolição daquilo que transforma um ser humano em inalcançável. Não é por acaso que nunca, de fato, vemos a glória de Lydia Tár, ao contrário até, apenas ouvimos falar. Nós ouvimos ela falar, o que faz toda a diferença aqui. O longa abre com uma cena onde Lydia está sendo entrevistada e todos os seus feitos são listados, mas, além disso, existe uma auto-mitificação concentrada em seu discurso, e é como se ela soubesse que é completamente inigualável, e que tem todo o embasamento possível para ter certeza disso, e pior: gosta muito de ter se tornado essa lenda. Lutou pela posição que ocupa, e luta diariamente para manter essa posição, inclusive abusando do poder que conquistou, e, consequentemente, de todas as pessoas ao seu redor.
Isso só é reforçado à medida que a saga de Lydia Tár vai se aproximando de seu ápice. O filme nos prepara para um concerto, assim como ela está se preparando para aquilo que é um dos grandes momentos de sua carreira, com diversas cenas dos ensaios, as regências, a glória daquela mulher, e a celebração de seu talento. A forma como a câmera a filma também é importante, muitas vezes debaixo pra cima, em um contra-plongée muito definido, ou em planos bem abertos, mostrando sua magnitude diante da orquestra, com o detalhe sempre em evidência de que é ela quem comanda o lugar, e, por consequência, as pessoas nele presentes.
Porém, o clímax que resultaria disso, nunca chega. Pelo contrário, sua saga é interrompida pela exposição de suas ações, colocando-na em uma espiral de degradações morais, reduzindo cada vez mais seu tamanho em relação ao todo, enquanto o filme passou mais de uma hora e meia nos preparando para o exato oposto. É a construção narrativa através da desconstrução, uma espécie de exaltação do anti-clímax: da mesma forma que, para Lydia, sua regência daquele concerto nunca acontecerá, para nós, ela também jamais será apresentada (assim como seu pseudo-romance com Olga). O roteiro nos nega esse apogeu porque, enquanto audiência, estamos intimamente conectados a Lydia Tár, a mulher que acompanhamos em absolutamente todas as cenas desde os créditos iniciais, e a qual o filme nos convida a pensar como ela. É uma crônica naturalista e visceral que termina por ser totalmente frustrante, mas que, por si só, faz com que TÁR, apesar de pouco acessível, seja uma obra tão desafiadora.
Todd Field nos convida para dançar esse des-pas de deux da mesma maneira que um grande maestro rege sua orquestra, mas aqui cada enquadramento é pensado milimetricamente e a câmera guia os passos dessa dança sem música – a exemplo da cena, em plano sequência, onde acompanhamos em diversos ângulos diferentes, tudo o que aconteceu na aula ministrada por Lydia – e que, futuramente, viria a contribuir para seu cancelamento. Ele também trabalha à fundo. a quebra da expectativa, como quando Tár se acidenta, ou aquilo que virá a acontecer, psicologicamente com a protagonista, no extra-plano, como todas as vezes em que Cate Blanchett é enquadrada à direita ou à esquerda, com grandes espaços vazios do lado oposto da tela, algo que vai se intensificando à medida que a vida da outrora condutora da Filarmônica de Berlim se aproxima de seu ponto mais baixo.
A atriz, a propósito, enfrenta um de seus maiores desafios, o de compôr uma atuação completamente minimalista e através das sutilezas. Cate Blanchett, uma exímia method actress, atua com o corpo inteiro. Cada posição de Lydia é marcada e calculada para demonstrar exatamente o que ela está sentindo no momento, sua empáfia e prepotência, arrogância ou ternura, ou mesmo seus medos e encolhimentos emocionais. São gestos, olhares, expressões, e ela realmente dita o tom, durante todo o tempo, do que o filme se propõe a seguir, dominando a tela. Não há como olhar para outra coisa quando Blanchett/Tár está em primeiro plano. Assim como, por causa disso, é bastante fácil de entender o magnetismo que ela causa em todos que orbitam em torno de seu círculo gravitacional, um fascínio que, a propósito, permitiu com que ela cometesse todos os abusos que cometeu. Isso é fundamental, sobretudo, porque nós não vemos, de fato, a compositora cometendo grandes abusos, mas através de pequenas ações arbitrárias aqui e acolá, simplesmente acreditamos que ela é completamente capaz daquilo que a acusam.
Mas talvez o que o longa queira discutir vá bem além disso (ou de suas especificidades técnico-narrativas). Não há uma história pregressa, nós não sabemos sequer o nome real de Lydia, ou que ela tem um irmão, até os momentos finais; mas sabemos que a vida a levou a acreditar que todas as pessoas que existem à sua volta estão lá para serem usadas por um propósito, e que todas elas fariam exatamente o mesmo com ela, se pudessem. Mesmo antes de termos noção de sua conduta de exploração sexual no trabalho, conseguimos perceber que suas relações não são propriamente sinceras, ou, por essência, transacionais, como sua esposa Sharon, a propósito, outra relação de poder com alguém que está abaixo na pirâmide, bem denota.
No entanto, se ela está certa, ou errada, depende da percepção pessoal de cada um. A história nos apresenta alguns fatos, soltos, como o sumiço do livro com suas partituras, o regente substituto, que não parece muito incomodado de usar esse livro para reger uma Filarmônica que não pertence a ele, antes de ser atacado com fúria por ela, ou ainda um espaço vazio sobre a dimensão de até que ponto Sharon e as pessoas ao seu redor, que frequentavam sua casa, possam estar envolvidas no esquema que acabou por expôr o comportamento de Lydia ao mundo (a violoncelista Olga sabe muito bem das intenções carnais de Lydia, e até o cancelamento da maestra, se aproveita disso; sua esposa Sharon deixa claro que estava ciente das coisas, mas que apenas não podia permitir que aquilo afetasse a ela e sua família; e sua assistente, Francesca, soa como, no mínimo, condescendente com os atos de Lydia… até que Lydia a pretere como a nova condutora). Seria Lydia um monstro incapaz de ocupar seu lugar de prestígio, e que merece a maior das punições, ou ela está certa e o ser-humano tem tendência a ser justamente assim, como ela?
Qualquer que seja a resposta, e o filme parece não ter muito a certeza de nenhuma delas, e aparenta haver uma sugestão de que o cancelamento é bastante instável e volúvel. Apesar de intenso, nunca definitivo. Mas, como é possível perceber, também, Lydia Tár sempre deu seu jeito. Ela é uma sobrevivente e, em Berlim, nas Filipinas, na Tailândia ou no meio da Amazônia, a maestra continuará sendo a maestra, e, provavelmente, seguirá tirando vantagem e proveito das situações ou dos menos influentes e poderosos (a cena da massagem é um deleite). Mas se ela, ou você, está em paz com isso… TÁR jamais responderá.
Os Caras Malvados
3.5 84 Assista AgoraBem legalzinho, tem problemas no terceiro ato, mas os persomagens, todos divertidos e únicos, mantém o filme bem do início ao fim.
Corsage
3.4 25 Assista AgoraÉ um dos filmes mais absolutamente chatos de 2022. Odeio usar esse termo, mas é isso mesmo kkkkk
Veja Como Eles Correm
3.2 59 Assista AgoraTriste como essas pessoas ruins ofendem Agatha Christie desse jeito.
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução
4.1 321 Assista AgoraNão passa de uma tentativa (pseudo)bollywoodiana de emular o cinema de Hollywood, com todas as suas fórmulas e clichês, mirando no exagerado do espetáculo, e com um pouco de megalomania para mostrar-se até onde é capaz de ir (mas não no CGI, o CGI tem que ser bem ruim mesmo). Não a toa se deu tão bem com audiências ocidentais.
Gato de Botas 2: O Último Pedido
4.1 450 Assista AgoraQueria simplesmente matar a pessoa que escolheu a Giovanna Ewbank pra dublar essa personagem, que é muito mais nova que ela. É um trabalho de voz HORRENDO, parece uma velha falando em cima de uma imagem de criança, e estraga todo o resto também, ao mesmo tempo.
Mas o filme é incrível, apesar da dublagem brasileira pavorosa. Perrito é uma das coisas mais fofas do mundo, e eu chorei com ele, não vou negar.
Uma Viagem ao Infinito
3.8 15 Assista Agoraalgumas coisas no filme explodiram completamente a mina cabeça, e eu adoro essa sensação
Babilônia
3.6 332 Assista AgoraApesar da ideia irresistível, no papel, de centrar a história da primeira crise que o Cinema enfrentou, no meio da (nossa) grande crise pela qual o Cinema passa atualmente, tem uma quantidade um pouco excessiva de cenas e momentos completamente dispensáveis pra um filme que dura intermináveis mais de três horas de duração, viu. Também me perdi um pouco no momento que o Damien Chzelle se tornou um diretor tão presunçoso, e aqui isso fica tão evidente. O grande filme que ele parece estar fazendo talvez esteja perdido em algum lugar por ali, mas o resultado final é sustentado por algumas cenas e os atores - alguns exemplos disso são: a conversa final entre Jack e a jornalista; a primeira gravação de um filme sonoro de Nellie; e a chegada de Manny à gravação, possibilitando o take perfeito enquanto havia luz do dia. Cenas brilhantes, isoladamente, mas perdidas em um filme desorganizado, inclusive por uma montagem bizarra, cheia de crosscuts, mas lotada mesmo, ao ponto de deixar a experiência de assistir a Babylon muito exaustiva.
A trilha-sonora, que foi tão alardeada por aí, pra mim não ajuda nem um pouco nisso. Trilha boa é quando eleva o filme. Em Babylon, é tão exagerada. As faixas até parecem ser boas e bem feitas, mas seu uso no filme torna tudo imenso, grande, tumultuado demais. E incessante. Muito. Se tem tumulto, o tempo todo ela vai martelar na sua cabeça. Sinceramente, me arremessava pra fora do filme ao invés do contrário. Como em todos os quarenta minutos iniciais, com aquela festa intensa que... bom, um puta festão com todos os tipos de vulgaridades e maluquices, em filmes, só é boa quando a gente sente vontade de estar lá junto, né? Essa aqui me pareceu tão, mas tão ruim, que quando FINALMENTE o filme permite que ela acabe, eu fiquei aliviado da cabeça aos pés. Pensando bem aqui, também foi um alivio quando os créditos finais apareceram - depois de outro desfecho demasiadamente longo, arrastado e cheio de situações toscas para levar os personagens até o ponto desejado pelo roteiro. E isso está longe de ser um bom sinal.
Argentina, 1985
4.3 334Enquanto latino-americano, vivendo no Brasil em 2023, não tive outra reação que não a de me arrepiar inteiro com a cena da acusação. Que filme! E uma das atuações da vida de Ricardo Darín.
Os Fabelmans
4.0 388Entre a fragilidade da celulose, os tão comentados frames por segundo, a crueldade de coexistir entre sets de filmagens ou não, ou textos pedantes escritos por críticos de diversos lugares e tempos, sempre foi bem difícil pra mim explicar o porquê sempre achei o Cinema tão fascinante, ou o porquê que encontro nele o refúgio para tantas coisas. Talvez tenha sempre sido melhor mostrar filmes. The Fabelmans entrou imediatamente para a lista dos filmes necessários para exemplificar esses motivos.
O que o Steven Spielberg realiza aqui, usando a si próprio como exemplo, é, além de toda a excelência técnica, uma enorme, e apaixonada, carta de amor ao ofício que o encantou desde muito cedo. Ele explica os pormenores de como se envolveu tão intimimamente com a arte, e o melhor de tudo, é que faz isso em um roteiro mágico, que deve quebrar a barreira até dos cinéfilos mais cínicos que existem por aí. Quebrou até a minha concha, e olha que eu nunca fui exatamente um grande fã dele - pra mim, seu cinema é cheio de grandes altos e muitos baixos. Esse aqui, não apenas entra nos altos, como está, definitivamente, no panteão das obras-primas que ele já entregou ao longo de tantos anos enquanto um dos maiores diretores do planeta. É como se ele tivesse feito tudo o que fez para chegar nesse ponto da carreira, em que finalmente pudesse contar a história que define não só sua profissão, como a trilha que percorreu na vida até então.
The Fabelmans não se restringe na área do encantamento, mas surge como uma espécie de vitrine criada para evidenciar cada um dos pontos mais positivos de seu criador. E é por isso que o filme é indissociável de Spielberg, que ano passado mesmo, entregou algo que era extremamente oposto, o remake de West Side Story, uma espécie de espetáculo ostensivo, cuja existência beirava a sua vaidade enquanto diretor de demonstrar, de uma vez por todas, o quão capaz era de dirigir um filme imenso, com música, centenas de pessoas fazendo coreografia, e a capacidade de dominar todos os elementos de cena de maneira impecável. Esse, por sua vez, vem no ano seguinte, um filme grande sim, mas quase sutil ao demonstrar sua grandeza, capaz de surpreender através das mais pequenas coisas, como a concepção de uma filmagem escolar, ou mesmo a conversa inspiradora entre um filho e seu pai. De certa forma, um complementa o outro, e é uma demonstração do cineasta daquilo que ele pode e é capaz de fazer. Seja na remontagem de um show colossal, ou na idealização de uma história autoral, e além de tudo, muito pessoal.
Tais características transbordam em cada um dos aspectos técnicos do filme, e é possível ver sua habilidade enquanto diretor em todas elas. Inclusive na direção de atores. Spielberg é conhecido por ter premiado poucos atores - por exemplo, a primeira interpretação dirigida por ele a vencer um Oscar veio apenas em 2012, com Daniel Day-Lewis em Lincoln. Mas nunca, jamais, em tempo algum, deixou de entregar grandes trabalhos de elenco, e de indicar uma porção de gente ao prêmio. Há um vislumbre do surgimento disso, quando vemos o pequeno Sam dirigindo seus coleguinhas numa cena brilhante em The Fabelmans, mas o que salta aos olhos é como o elenco do longa, inteiro, funciona, tanto juntos como separados. Paul Dano está sensacional como esse pai, um gênio impassível que desperdiça sua vida entre o trabalho e uma mulher que nunca o amou realmente; Michelle Williams, em seu melhor momento no Cinema, finalmente abraça um tipo diferente daqueles que costumava fazer, e abraça mesmo, com a câmera completamente apaixonada por suas micro-expressões em cenas importantes; e Gabriel LaBelle, não só se destaca, como carrega o filme inteiro nas costas, como o protagonista que aparece em praticamente todos as cenas - e o mais importante é que o filme funciona principalmente porque ele é bom de verdade. E bem dirigido, claro, porque o que mais fica evidente é o quanto Steven Spielberg é habilidoso ao guiar seus atores, até mesmo os mais coadjuvantes, em direção àquilo que a cena precisa passar.
E o resultado, no final, é o mais impecável o possível. É como se todas as cenas estivessem exatamente onde elas estão, como se o roteiro tivesse sido pensado por anos, como se cada uma das escalações tivesse sido feita após uma minuciosa análise de perfil e talento, e tudo para preencher uma lacuna que existia em uma das carreiras prolíficas que Hollywood já viu. Faltava o filme do coraçao dele, e também faltava essa reverência definitiva à arte que ocupou sua vida inteira desde que ele era, literalmente, uma criança. Acho que pra muitos como ele, - e aqui falo de mim, pessoalmente mesmo -, que foram tocados pela mesma coisa, mais ou menos na mesma idade/época/situaçao, é impossível não sentir identificação com diversos dos momentos apresentados. Não é a toa que tudo termina em uma das sequências finais mais divertidas que eu já vi, e não estou sendo nem um pouco exagerado com isso. Há a homenagem a tudo que o Cinema já o proporcional, mas também há o respeito por todos aqueles que contribuíram para que esse sentimento um dia pudesse existir. Seja pelo coração... ou pela técnica, que é imprescíndível e o filme deixa muito bem claro. Mas sem nunca deixar de fazer uma saudação àqueles que ainda virão a contribuir, porque, não importa o que digam por aí, o Cinema (ou a experiência cinematográfica) pode ser maltratado por todas a pessoas, formas, comentários e circunstâncias, como vem acontecendo nos últimos anos, mas podemos ter a certeza: ele não morrerá, porque é uma arte, genuína, e assim como todas as artes fazem, continua e sempre continuará encantando novos pequenos Sam Fabelmans ao longo de todo o tempo em que nós vivermos por aqui.
Ao Seu Lado
3.0 72 Assista AgoraIt's fine, mas puta que pariu, esse não é um filme que precisava ter quase 2 horas e meia, jamais! KKKK
Moonage Daydream
4.2 69 Assista AgoraDavid Bowie realmente foi um dos mais interesses seres humanos que já pisaram nessa Terra. E ver esse filme me deu vontade de sair consumindo tudo o que ele já fez, ouvir todos os álbuns, ver todos os filmes... Sensacional.
Top Gun: Maverick
4.2 1,1K Assista AgoraHá belos momentos espalhados ao longo de todo o filme, e gosto muito da interação entre os personagens inseridos na ação, mas a ação em si, não me pega mesmo. A meia hora final do filme passou arrastando pra mim. De qualquer forma, é realmente melhor que o primeiro filme em diversas coisas, além de ser uma realização mil vezes superior, e com boas sacadas que linkam o momento atual aos anos 90. Gosto, especialmente, de como essa sequência reconhece o quanto o primeiro filme representa os anos 80, e passa um bom tempo da projeção se dedicando ao sentimento de nostalgia. Imagino como isso possa ter batido forte com a galera que acompanhou o lançamento estrondoso do filme original.
Peter von Kant
3.2 19 Assista AgoraNão é lá a homenagem que acredita estar fazendo a Fassbinder, mas há algo nesse texto que me deu um frescor de novidade, atualização de um conto clássico, uma história que já conheço muito bem, mas que acrescentou um novo ponto. Amir, por exemplo, é uma evidente versão de Karin adaptada a Geração Z. Peter é uma Petra, só que muito espelhado á experiencia de ser um LGBT nessas ultimas décadas, e assim por diante. E não teria sentido se não fosse assim, parece que Ozon sabe muito bem disso. Acho a primeira hora, sobretudo, um espetaculo, em um roteiro que consegue muito bem captar o fascínio que Amir causa em Peter e os porquês disso. Aliás, talvez nem seja apenas Amir, mas sim uma tendência quase apaixonada de se entregar ao diabólico, ao tóxico, a um estilo de vida inerente a sua própria vontade de viver. Esse Peter é bem fascinante. E Denis Ménochet está à altura.
Noite Infeliz
3.1 159 Assista AgoraEstava super envolvido até mais ou menos a metade do filme, até que percebi que não estava mais me importando com nada.
Emily, A Criminosa
3.5 86 Assista AgoraAubrey Plaza é realmente um presente dos céus pra gente. Que mulher!
Era Uma Vez um Gênio
3.5 159 Assista AgoraO George Miller é realmente um cineasta único, sem igual mesmo. Como pode o cara ter ido de Mad Max: Fury Road pra esse filme maluco (e oposto?) logo em seguida? Coisa de doido.
Volta Pra Mim
3.4 45Uma comédia romântica com Charlie Day e Jenny Slate teria que errar MUITO pra ser ruim. Feliz que não erraram. ❤️
A Vida Depois
3.4 158 Assista AgoraInacreditável de bom. Um fime sóbrio e completamente autoconsciente do que é e o que pode ser. Tem um respeito pela geração que retrata que poucos filmes do tipo têm, e é isso que faz com que o naturalismo das relações humanas contidas aqui, envoltas de um tema tão espinhoso como esse, seja tão crível e, dessa forma, possa causar identificação através da catarse. E isso fica bem claro já nos primeiros minutos do filme, onde descobrimos muito rapidamente quem é essa protagonista, o que ela gosta, quem ela ama, e o momento da vida pelo qual está passando. O elenco é formidável, e a Jenna Ortega, porra, que destaque maravilhoso. Merece o mundo mesmo.
Marte Um
4.1 297 Assista AgoraA cena final de Marte Um é o ponto alto do cinema brasileiro em 2022. Um filme simples, e tão lindo quanto investido em sua própria simplicidade.