Puro suco dos anos 80. No fundo é um filme de romance, com uma quantidade um tanto quanto exagerada de cenas tocando Take My Breath Away. Mas prova como Tom Cruise era um dos homens mais bonitos do planeta Terra.
Há uma habilidade, talvez adquirida ao longo de suas últimas produções, Suspiria e Call Me By Your Name, nesse filme, que representa um meio termo entre a vida e a morte, diretamente da mente de Luca Guadagnino. O equilíbrio entre aquilo que é o romântico e aquilo que é o horror. A metáfora sobre a inescrupulosa maldade do destino que é sentir um desejo que é proibido, aqui levado às últimas consequências.
Em geral, acho filmes sobre canibalismo extremamente chatos, mas a visão contida no universo que ele adapta tão bem às telas, aqui, expande o ato de sentir vontade de comer carne ao animalesco da questão toda. Como algo inerente aos seres representados, e completamente inevitável da parte deles. Gosto, sobretudo, do questionamento sobre tudo aquilo por meio dessa personagem que não sabe nada sobre o que sente, e da apresentação da mitologia através do personagem Sully (Mark Rylance, brilhante), e como ele vai se revelando ao longo do roteiro.
Aliás, a sequência final funciona muito, e isso acontece também por causa de como a vida imposta aos protagonistas prova-se muito difícil de manter: todos os outros canibais que eles encontram pelo caminho são seres humanos problemáticos, que tiveram que encontrar formas muito cruéis de viver sem sentir a culpa pelo impulso visceral de matar e comer pessoas. Era uma dica do que estava por vir. Eles tentam viver como "pessoas normais", mas, evidentemente, não conseguem. Pelo menos é da forma mais poética o possível. With Bones and All.
P.S.: Venho acompanhando um movimento de reclamação sobre o filme contra a falta de cenas de sexo, e discordo. O filme jamais tenta ser outra coisa que não um romance. O tom escolhido pela direção é totalmente o oposto do que algumas pessoas esperavam em um filme sobre uma história de amor entre dois canibais, e isso jamais é uma culpa que o filme o carrega. É da pessoa que esperava outra coisa. O filme é o que é.
Há uma letargia que acompanha os personagens do filme e isso estava me incomodando muito durante todo o tempo. Mas até essa resignação é bem sustentada pelo roteiro no excelente ato final, de modo que faça sentido. E eu comprei completamente, talvez pelo bom nível de tensão, que escala rapidamente até. No final das contas, é como se aquela ilha fosse uma espécie de experimento social à là Jonestown, e de alguma forma, essa versão culinária do Jim Jones me soou absolutamente crível. Doidera total.
Tem uma visão artística muito clara, e eu acredito que até a própria narração tenha elevado toda a história que ele pretende contar - coisa difícil de acontecer em documentários. Chapa branca até o talo, sim, mas sejamos justos: Selena Gomez tem uma vida muito específica, mesmo quando a comparamos com outras artistas pop... qual outra popstar acumula esse tanto de doenças em tão pouco tempo de vida? Ela merece um filme assim, para contar sua própria versão sobre tudo, vai.
Também me surpreendeu o tanto de imagens que o documentário tem de cinco, seis anos atrás. Provavelmente essas imagens estavam sendo registradas para algum outro filme que seria realizado na época e foi interrompido. Mas dá pra entender perfeitamente o motivo assistindo a esse aqui. E tudo bem.
Por incrível que pareça, eu gostei. O problema maior é a falta de carisma dos dois protagonistas, o que nos faz ter muita dificuldade pra comprar o romance e o amor que um passa a sentir pelo outro. O resto do filme é maravilhoso, inclusive toda a trama de espionagem por trás. A participação do Benny Safdie é sensacional.
Se o primeiro filme dava pra se levar a sério, esse aqui chutou completamente o balde em direção à galhofa completa. Ás vezes até funciona, mas em outras não, como em seu final completamente patético.
Isso aqui ser um filme de terror é apenas um pretexto para encaixa-lo numa caixinha de gênero, se sentir pertencente a um movimento, ou algo assim, porque se você tira todos os elementos - que são os mais clichêzentos possíveis - de filmes de horror, a história ainda fica inteiramente de pé, porque ela em si já é aterrorizante. A existência de um assassino é a mais sem sentido imaginável também, ele surge em momentos aleatórios para fazer assassinatos, e quando o motivo de tudo isso é revelado no final, a sensação de perda de tempo com um filme tão mequetrefe é imensa.
E mais, as cenas de sexo são as piores que eu já vi em um filme queer, definitivamente John Logan, apesar de ser um roteirista incrível, não faz a menor ideia de como se dirige uma cena assim. E esse filme também trata uma das pessoas mais horrorosas que eu já vi na vida como um twink irresistível (o "fruto proibido" deles, nas palavras do Kevin Bacon), então, tipo, WTF sabe.
Além de tudo, o final é CRIMINOSO kkkkkk absurdo isso aqui existir
Curiosamente, é um dos filmes menos simples que o Panahi já fez, e, não sei se por isso ou apesar disso, um dos menos significantes. Parece se estender demais, as situações, meio improvisadas para caber no roteiro, e isso é algo que ele não costuma deixar transparecer, mesmo quando é o caso. Também queria que esse filme fosse mais do que ele é na primeira meia hora (Panahi indo até a fronteira e voltando é uma cena tão brilhante).
Se ele fizer outros filmes, como acredito que vai, sinto que esse No Bears vai ficar meio esquecido no meio do todo.
Absolutamente lindo, mas não entendo porque você coloca tanto esforço em criar um intenso homoerotismo só para falar sobre uma relação de amizade e criar o "Bromance - The Movie".
Assistindo a All the Beauty and the Bloodshed, ficou bem claro pra mim que Laura Poitras iniciou esse projeto fazendo um filme, e acabou fazendo outro no final. Esse conflito me incomoda um pouco, porque o filme sobre as memórias de Nan Goldin simplesmente rouba o brilho completamente daquilo que acontece no presente, sua luta contra os bilionários da família Sackler e os danos irreparáveis causados pelo clã através da epidemia de opióides.
Acredito que isso seja especialmente curioso porque Poitras sempre teve como forte um cinema muito mais direto e reto, como já visto em Citizenfour, The Oath, Risk, e até lá no início da carreira com o incrível Flag Wars. O que é mais direto, nesse aqui, é imensamente menos interessante do que aquilo que ele tem de mais abstrato. E os sentimentos, a história, a narração de Nan Goldin, em meio às suas fotografias (E QUE FOTOGRAFIAS! a mulher é genial) são o ponto forte de um filme que desejei que tivesse isso como foco, ao invés de impôr quebras constantes de clima interrompendo a contextualização da história com... o objetivo real do projeto todo.
Jamais se torna um filme ruim, mas talvez seja o que menos gosto da Poitras. E o Leão de Ouro, definitivamente, foi um exagero.
O estranhamento é imediato, e ele parece algo instantaneamente excepcional, mesmo pra pessoas mais familiarizadas com a filmografia do Sokurov. Senti, de primeira, como um passo ousado demais, maior que a perna, no entanto, entrei e me envolvi até o fim com o experimento. Mas aí, depois da sessão, eu fiquei pensando, como, no final das contas, um filme tão inventivo - através da tecnologia, o que deixa tudo mais divertido - cabe, e muito, na contribuição de Alexander Sokurov pro cinema. Tudo é muito imperfeito, e mesmo assim, os visuais são impressionantes, hipnotizantes. É algo muito inédito, que eu pelo menos nunca vi sendo feito dessa maneira, uma espécie de OVNI, até mesmo no cinema mundial, e eu amei cada segundo.
O montador desse filme só poder ter morrido no meio do processo, porque não tem outra explicação pra isso aqui ser um filme tão desconjuntado e sem foco. Não tem nem 1h30, mas parece durar 3h. Os personagens são arquétipos, reduzidos ao superficial e com um fiapo de desenvolvimento, sem falar que o filme, em certo o ponto, simplesmente esquece que alguns deles chegaram a ser apresentados. Não deu não.
Top Gun: Ases Indomáveis
3.5 922 Assista AgoraPuro suco dos anos 80. No fundo é um filme de romance, com uma quantidade um tanto quanto exagerada de cenas tocando Take My Breath Away. Mas prova como Tom Cruise era um dos homens mais bonitos do planeta Terra.
Até os Ossos
3.3 260 Assista AgoraHá uma habilidade, talvez adquirida ao longo de suas últimas produções, Suspiria e Call Me By Your Name, nesse filme, que representa um meio termo entre a vida e a morte, diretamente da mente de Luca Guadagnino. O equilíbrio entre aquilo que é o romântico e aquilo que é o horror. A metáfora sobre a inescrupulosa maldade do destino que é sentir um desejo que é proibido, aqui levado às últimas consequências.
Em geral, acho filmes sobre canibalismo extremamente chatos, mas a visão contida no universo que ele adapta tão bem às telas, aqui, expande o ato de sentir vontade de comer carne ao animalesco da questão toda. Como algo inerente aos seres representados, e completamente inevitável da parte deles. Gosto, sobretudo, do questionamento sobre tudo aquilo por meio dessa personagem que não sabe nada sobre o que sente, e da apresentação da mitologia através do personagem Sully (Mark Rylance, brilhante), e como ele vai se revelando ao longo do roteiro.
Aliás, a sequência final funciona muito, e isso acontece também por causa de como a vida imposta aos protagonistas prova-se muito difícil de manter: todos os outros canibais que eles encontram pelo caminho são seres humanos problemáticos, que tiveram que encontrar formas muito cruéis de viver sem sentir a culpa pelo impulso visceral de matar e comer pessoas. Era uma dica do que estava por vir. Eles tentam viver como "pessoas normais", mas, evidentemente, não conseguem. Pelo menos é da forma mais poética o possível. With Bones and All.
P.S.: Venho acompanhando um movimento de reclamação sobre o filme contra a falta de cenas de sexo, e discordo. O filme jamais tenta ser outra coisa que não um romance. O tom escolhido pela direção é totalmente o oposto do que algumas pessoas esperavam em um filme sobre uma história de amor entre dois canibais, e isso jamais é uma culpa que o filme o carrega. É da pessoa que esperava outra coisa. O filme é o que é.
Enola Holmes 2
3.6 208Mesmo nível do primeiro.
Justiceiras
3.2 203 Assista AgoraPor que todo filme da Netflix sobre adolescentes tem que ter atores que parecem já ter passados dos 30 anos?
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraHá uma letargia que acompanha os personagens do filme e isso estava me incomodando muito durante todo o tempo. Mas até essa resignação é bem sustentada pelo roteiro no excelente ato final, de modo que faça sentido. E eu comprei completamente, talvez pelo bom nível de tensão, que escala rapidamente até. No final das contas, é como se aquela ilha fosse uma espécie de experimento social à là Jonestown, e de alguma forma, essa versão culinária do Jim Jones me soou absolutamente crível. Doidera total.
Dentro da Mente de um Gato
3.9 70 Assista AgoraNão me trouxe nada de novo, mas como é lindo.
Selena Gomez: Minha Mente & Eu
3.8 57Tem uma visão artística muito clara, e eu acredito que até a própria narração tenha elevado toda a história que ele pretende contar - coisa difícil de acontecer em documentários. Chapa branca até o talo, sim, mas sejamos justos: Selena Gomez tem uma vida muito específica, mesmo quando a comparamos com outras artistas pop... qual outra popstar acumula esse tanto de doenças em tão pouco tempo de vida? Ela merece um filme assim, para contar sua própria versão sobre tudo, vai.
Também me surpreendeu o tanto de imagens que o documentário tem de cinco, seis anos atrás. Provavelmente essas imagens estavam sendo registradas para algum outro filme que seria realizado na época e foi interrompido. Mas dá pra entender perfeitamente o motivo assistindo a esse aqui. E tudo bem.
Stars at Noon
3.0 8 Assista AgoraPor incrível que pareça, eu gostei. O problema maior é a falta de carisma dos dois protagonistas, o que nos faz ter muita dificuldade pra comprar o romance e o amor que um passa a sentir pelo outro. O resto do filme é maravilhoso, inclusive toda a trama de espionagem por trás. A participação do Benny Safdie é sensacional.
Desencantada
2.8 176 Assista AgoraSe o primeiro filme dava pra se levar a sério, esse aqui chutou completamente o balde em direção à galhofa completa. Ás vezes até funciona, mas em outras não, como em seu final completamente patético.
Mais Que Amigos
3.3 139 Assista AgoraDebra Messing ganharia o Oscar de guest se esse prêmio houvesse.
Halloween Ends
2.3 537 Assista AgoraGordon Green se esforçou demais pra cagar na saida, hein?
Criaturas do Senhor
3.0 21 Assista Agoraaprendi bastante sobre ostras
They/Them: O Acampamento
2.3 148Isso aqui ser um filme de terror é apenas um pretexto para encaixa-lo numa caixinha de gênero, se sentir pertencente a um movimento, ou algo assim, porque se você tira todos os elementos - que são os mais clichêzentos possíveis - de filmes de horror, a história ainda fica inteiramente de pé, porque ela em si já é aterrorizante. A existência de um assassino é a mais sem sentido imaginável também, ele surge em momentos aleatórios para fazer assassinatos, e quando o motivo de tudo isso é revelado no final, a sensação de perda de tempo com um filme tão mequetrefe é imensa.
E mais, as cenas de sexo são as piores que eu já vi em um filme queer, definitivamente John Logan, apesar de ser um roteirista incrível, não faz a menor ideia de como se dirige uma cena assim. E esse filme também trata uma das pessoas mais horrorosas que eu já vi na vida como um twink irresistível (o "fruto proibido" deles, nas palavras do Kevin Bacon), então, tipo, WTF sabe.
Além de tudo, o final é CRIMINOSO kkkkkk absurdo isso aqui existir
A Suspeita
2.4 20Fiquei o tempo todo com cara de: "sério??"
Sem Ursos
3.9 15 Assista AgoraCuriosamente, é um dos filmes menos simples que o Panahi já fez, e, não sei se por isso ou apesar disso, um dos menos significantes. Parece se estender demais, as situações, meio improvisadas para caber no roteiro, e isso é algo que ele não costuma deixar transparecer, mesmo quando é o caso. Também queria que esse filme fosse mais do que ele é na primeira meia hora (Panahi indo até a fronteira e voltando é uma cena tão brilhante).
Se ele fizer outros filmes, como acredito que vai, sinto que esse No Bears vai ficar meio esquecido no meio do todo.
As Oito Montanhas
4.0 25 Assista AgoraAbsolutamente lindo, mas não entendo porque você coloca tanto esforço em criar um intenso homoerotismo só para falar sobre uma relação de amizade e criar o "Bromance - The Movie".
Armageddon Time
3.3 46 Assista AgoraTá bom, James, já entendemos que você quer um Oscar. Mas dava pra fazer um bait melhorzinho né?
All the Beauty and the Bloodshed
3.6 23Assistindo a All the Beauty and the Bloodshed, ficou bem claro pra mim que Laura Poitras iniciou esse projeto fazendo um filme, e acabou fazendo outro no final. Esse conflito me incomoda um pouco, porque o filme sobre as memórias de Nan Goldin simplesmente rouba o brilho completamente daquilo que acontece no presente, sua luta contra os bilionários da família Sackler e os danos irreparáveis causados pelo clã através da epidemia de opióides.
Acredito que isso seja especialmente curioso porque Poitras sempre teve como forte um cinema muito mais direto e reto, como já visto em Citizenfour, The Oath, Risk, e até lá no início da carreira com o incrível Flag Wars. O que é mais direto, nesse aqui, é imensamente menos interessante do que aquilo que ele tem de mais abstrato. E os sentimentos, a história, a narração de Nan Goldin, em meio às suas fotografias (E QUE FOTOGRAFIAS! a mulher é genial) são o ponto forte de um filme que desejei que tivesse isso como foco, ao invés de impôr quebras constantes de clima interrompendo a contextualização da história com... o objetivo real do projeto todo.
Jamais se torna um filme ruim, mas talvez seja o que menos gosto da Poitras. E o Leão de Ouro, definitivamente, foi um exagero.
Conto de Fadas
3.6 1O estranhamento é imediato, e ele parece algo instantaneamente excepcional, mesmo pra pessoas mais familiarizadas com a filmografia do Sokurov. Senti, de primeira, como um passo ousado demais, maior que a perna, no entanto, entrei e me envolvi até o fim com o experimento. Mas aí, depois da sessão, eu fiquei pensando, como, no final das contas, um filme tão inventivo - através da tecnologia, o que deixa tudo mais divertido - cabe, e muito, na contribuição de Alexander Sokurov pro cinema. Tudo é muito imperfeito, e mesmo assim, os visuais são impressionantes, hipnotizantes. É algo muito inédito, que eu pelo menos nunca vi sendo feito dessa maneira, uma espécie de OVNI, até mesmo no cinema mundial, e eu amei cada segundo.
Terra de Deus
3.6 12 Assista AgoraExcelente, mas não consigo não comparar com o filme anterior do Palmason, que tem bem mais excelência em todos os quesitos.
Fumer fait tousser
3.2 8Escala cada vez mais no non-sense, e a cada novo plot ele me ganhava cada vez mais. É um filme sem sentido, da melhor maneira possível.
A Esposa de Tchaikovsky
3.6 20 Assista AgoraPra quem tem fetiche em ver alguém se humilhando das mais cruéis e inimagináveis formas, um excelente filme.
A Mãe
3.7 13Vídeo institucional.
Noites Alienígenas
3.4 56O montador desse filme só poder ter morrido no meio do processo, porque não tem outra explicação pra isso aqui ser um filme tão desconjuntado e sem foco. Não tem nem 1h30, mas parece durar 3h. Os personagens são arquétipos, reduzidos ao superficial e com um fiapo de desenvolvimento, sem falar que o filme, em certo o ponto, simplesmente esquece que alguns deles chegaram a ser apresentados. Não deu não.