Após ver um filme como esse onde Kay Francis entrega em desempenho tão sublime, chega a causar revolta a forma como ela foi tratada por Jack Warner posteriormente. É um excelente Pre-Code, que aborda o papel da mulher em um ambiente onde ela não era bem-vinda. Logo no início do filme, há uma cena onde um personagem masculino recusa-se a acreditar que uma doutora fará o parto de sua mulher e a ameaça de morte, caso ela falhe e claro, ela faz muito bem seu papel, provando estar ali por ser eficiente. A partir de então, a personagem terá que se impor para ser respeitada. Mais à frente,, o filme aborda o papel da mulher como mãe solteira, em como ela era malvista, as mentiras que eram contadas para a maternidade ser aceita e todo o peso disso em suas costas. O filme tem sua parte folhetinesca, mas a ousadia do período está impressa na maior parte de sua duração. E a atuação de Kay Francis, sempre elegante, é a cereja do bolo.
Esse filme e "Irene, a Teimosa", são pra mim os maiores e melhores filmes de comédias clássicas. Já o revi tantas vezes e mesmo assim nunca perde a graça. Muito se deve à química maravilhosa entre Irene Dunne e Cary Grant que estão impagáveis do começo ao fim. O show de improvisos entre os dois, além das gargalhadas, passam também muita naturalidade. Soma-se tudo isso à direção precisa de Leo McCarey que inclusive ganhou merecidamente o Oscar. É um filme que torna-se maior, mais engraçado e necessário a cada revisão. E pensar que Irene Dunne teve muito medo de embarcar em comédias...
Estava com tanta saudade de ver esse filme. Fazia tempo que não o revia e essa revisão foi ótima, pois passei a enxergá-lo de uma outra forma. Antes o via como um conto de fadas, mas a partir dessa revisão o vejo como um sarcástico conto de fadas que explora muito bem as diferenças de classes sociais e em como isso interfere nas relações entre as pessoas. Sabrina não é uma garota totalmente inocente, ela sabe muito bem seu lugar no mundo, mas está em busca de mudar o seu destino. Um ponto interessante é a relação com seu pai, que possui uma consciência de classe distorcida, inferiorizando-se por ser chofer e desencorajando a filha de pensar o melhor para ela, achando que ela não merece ser filha de chofer e nem ser uma moça rica. O texto afiado de Billy Wilder está mais delicioso do que nunca e sua direção deixa tudo bastante atraente. Mesmo com alguns diálogos ácidos, ainda sim é uma história que causa suspiros no final do filme.
Filme pertencente ao cinema mudo português (com cenas sonorizadas), é mais atraente na sinopse do que o assistindo. A história é lenta e a protagonista aparece mais da metade do filme. Fui com altas expectativas e me decepcionei feio, ao ponto de nem querer terminá-lo.
Um homem recluso torna-se fascinado por uma artista. Após um breve encontro com ela, ele passa meses sem notícias até descobrir que ela se matou. A partir de então ele torna-se obcecado em descobrir tudo sobre ela, enquanto passa a ser atormentado por visões da falecida. Do mesmo diretor de "A Morte do Cisne", esse filme além de bem-feito, flerta muito com o gênero horror, nas cenas das aparições da falecida. Mesmo sendo um truque de corte de negativo, as aparições devem ter causado muitos sustos no público na época de sua realização. Pode ser que quem veja o filme considere essas cenas ultrapassadas, mas não tem como dizer que não são muito bem-feitas.
Uma moça muda, apaixona-se por um rapaz e passa a viver um grande amor. Após sofrer uma decepção amorosa, ela torna-se uma famosa bailarina. Ela então, desperta a obsessão de um artista que é fascinado pela morte. Um bom filme, aparentemente bem obscuro. Uma cena notável é a do número de balé, muito bem feita e que continua belíssima de se ver.
É um filme muito sentimental pra mim e que a cada revisão torna-se uma obra maior. Após amadurecer, enxergo vários pontos problemáticos, mas confesso que eles não me incomodam, porém acho válido eles serem discutidos e acho ridículo promoverem o cancelamento de uma obra com quase 100 anos. A cada revisão, duas personagens crescem aos meus olhos: Scarlet e Melanie. Scarlet é a anti-heroína total e eu adoro o fato dela não ter pudor algum em lutar pelo que ela acredita e de certa forma manipular as pessoas ao seu redor, mas devo salientar que há sim um amadurecimento da personagem durante o filme: a guerra e a fome, além da dor de várias perdas a transformam em uma nova mulher: uma mulher não tão convencional, mas que amadureceu da sua forma. É uma personagem forte, totalmente imoral e nas mãos da atriz errada poderia ter sido um desastre, mas Vivien Leigh conduziu a personagem com maestria e a gente não consegue torcer contra Scarlet, mesmo ela agindo de forma errada. Uma coisa que saltou nessa última revisão é a independência de Scarlet, em como ela se impõe em meio aos homens e chega até mesmo a gerir o negócio familiar e reestruturar sua casa, algo muito incomum para as heroínas dos livros e dos filmes naquela época. Melanie é totalmente o oposto de Scarlet, mas digo que gosto muito dela, ela tem uma bondade que não é falsa, mas em determinados momentos soa uma ambiguidade, não a acho sonsa, mas acredito que ela enxergava o que acontecia, mas preferia não acreditar nas intenções de Scarlet com o marido. Rhet é um personagem que aprendi a gostar muito nas minhas revisões, ele não é um homem ruim, mas não consegue lidar direito com as suas emoções e quando expõe seus sentimentos ele o faz da forma errada. Acho Clark Gable perfeito nesse papel e uma pena que ele não ganhou o Oscar. Esse filme continua sendo pra mim o melhor filme de todos os tempos e é fascinante ver que quase 90 anos de sua realização ele continua um filme irresistível e um novelão em Technicolor. As quase quatro horas passam voando e isso é muito bom. É um filme que mesmo tendo visto muitas vezes ainda me emociona.
Não sou grande fã do gênero terror, mas às vezes me permito dar uma olhada em alguns exemplares do gênero. Fazia tempo que tinha curiosidade em vê-lo e acabei gostando bastante. Vi gente criticando os efeitos especiais, achando-os ultrapassados, mas eu os achei fantásticos e foi uma das coisas que me seguraram a atenção. Tem até Stop Motion!! Agora tomando coragem para ver as sequências, mas acredito que tenham feito esse filme na intenção de não ter continuação, o final pelo menos dá a entender isso.
Um exemplar do Cinema Afro-Americano, desta vez um melodrama, pesquisei que melodrama era um dos gêneros mais consumidos pela população negra nos EUA e acredito que esse tenha agradado, embora ele possua algumas deficiências que ocorrem devido ao baixo orçamento dessas produções, comprometendo um pouco o filme, mas não sua totalidade. Esse filme começa muito bem e envolvente, mas chegando próximo ao meio ele perde um pouco o interesse, mas chegando ao final ele recupera o fôlego. Ele conta a história de uma moça que é maltratada pelo padrasto e acaba casando-se com seu vizinho. Ela acredita que ele a ama, porém ele casou-se com ela por pena. A relação deles entra em conflito quando ela descobre que a mãe dele sequer sabe do casamento e que ela é uma mulher elitista, mesmo sendo negra. Após um acidente onde ela adquire uma cicatriz no pescoço, ela passa a prostituir-se. O destino então a aproxima novamente de seu marido e ela então entende que ele nunca a amou.
Meu primeiro contato com um filme mudo do Cinema Afro-Americano e já fiquei muito tocado. Não poderia ter escolhido outro filme para começar essa jornada por esse cinema esquecido. Oscar Micheaux é considerado o pai desse cinema que surgiu pela necessidade de representação da população negra, que não se identificava com a retratação deles nos filmes produzidos em Hollywood. O cinema Afro-Americano é considerado também o primeiro exemplo de cinema independente, já que esses filmes não eram produzidos para a massa e nem a grande parte da população os achavam interessantes, mas a população negra conseguia enxergar-se e sentia-se representada nesses filmes. O filme no começo parece ser um folhetim, com a apresentação de um quarteto amoroso, mas isso é necessário para o desenvolvimento da história que logo nos primeiros 20 minutos já muda o foco e torna-se uma crítica social forte e poderosa. Oscar Micheaux em um curto tempo toca em diversos pontos como racismo, elitismo, critica abertamente os falsos religiosos, o difícil acesso à educação e ao voto para as pessoas negras e a forma como os negros eram tratados e vistos pelos brancos como inferiores. Para um filme produzido em 1920, é bastante transgressor, forte e ousado. As cenas finais onde mostram um linchamento de uma família negra são bastante densas e me deixaram muito emocionado e incomodado, acredito que a intenção do diretor era essa: incomodar e conscientizar para a forma como os negros eram tratados naquela época. Como negro, me sensibilizei e me identifiquei demais com esse filme e vi que algumas coisas mudaram, enquanto outras ainda existem e continuam muito fortes em nossos tempos atuais. É um filme triste, mas fantástico, recomendo que assistam, pois ele não merece o esquecimento que obteve por muitos anos.
Sem querer, estou fazendo uma maratona sobre a filmografia de Irene Dunne e estou adorando, principalmente esses filmes dramáticos que a consagraram na década de 30, antes que ela embarcasse nas comédias malucas no final da mesma década. Eu havia visto a versão da década de 60 e gostado bastante, há ainda a versão da década de 40 que pretendo ver em breve. Há muitas diferenças entre elas e cada uma deve ser vista como uma obra à parte baseada em um livro. Por ser um Pre-Code, eu esperava um filme mais ousado, mas ele acaba indo pro lado melodramático. O que entra em questão aqui é a passividade e submissão da personagem principal mais latentes nessa versão do que na versão da década de 60, onde a personagem mantém esses traços de submissão e renegação a si mesma por causa do homem que ama, mas de uma forma mais amena. Irene Dunne está espetacular e mesmo a personagem me incomodando, gostei muito de sua composição, a gente acaba se compadecendo do sofrimento e anulação que a personagem carrega. Pro contexto da época e da obra é um bom filme e deve ser visto em caráter de discussão sobre o papel da mulher como amante de um homem e sobre todos os estigmas que ela carrega e em como o homem é anulado de toda e qualquer culpa.
Me encantei pelo trailer e pela sinopse e decidi conferir. Gostei bastante. Vi algumas críticas macetando, mas é o tipo de filme que a gente tem que ver com o coração aberto e sem o olhar de cinéfilo-crítico-pedante. Não é um filme pretensioso, mas sim um filme para aquecer o coração e nos transmitir a sensação de que tudo é possível. Agora fiquei muito curioso para ver a versão de 1992 estrelada por Angela Lansburry.
O cinema de Frank Capra é muito acolhedor. Lembro quando vi esse filme pela primeira vez e simplesmente o detestei, não me senti tocado por ele. Decidi após muito tempo dar uma nova chance e naquela revisão eu me senti tão tocado, tão acolhido por esse filme e ele simplesmente tornou-se inesquecível para mim. Eu não sei como não gostei dele da primeira vez, pois ele tem todos os elementos que eu amo nesses filmes clássicos. Em mais uma revisão, continuo sendo tocado e acolhido por ele e dessa vez notei como esse filme é além de leve, malicioso e eu adoro isso.
Um bom filme que eu gosto muito, mas infelizmente eclipsado pela soberba versão de Douglas Sirk que é muito mais emocionante e melodramática, mas acho injusto o limbo que essa versão anterior encontra-se, pois ela possui suas qualidades, só não podemos comparar e conferir quadro a quadro com o remake de Sirk, pois é uma injustiça. A presença de Irene Dunne é uma dessas qualidades, como já disse em uma outra resenha de um filme estrelado por ela, ela era uma atriz natural e a personagem pede justamente isso. Ela consegue de imediato a nossa empatia. Robert Taylor também é outra dessas qualidades: ele consegue amadurecer bem um personagem que começa inconsequente e termina redimido. Em mais uma revisão, continuo achando um filme dramático de classe.
Era o único dos filmes feitos pela dupla Irene Dunne e Charles Boyer que faltava para eu ver. "Duas Vidas" é um dos filmes do meu coração, tem também a deliciosa comédia "E o Amor Voltou", que de fato foi o último filme que fizeram juntos. Ver esse filme reforça que essa dupla foi uma das mais carismáticas e com mais química desse período. Irene Dunne era uma atriz que atuava com naturalidade, ela não tinha ares de deusa como muitas outras atrizes que eu amo e isso fez dela única. Raras são as atrizes que passavam esse tipo de naturalidade em suas atuações, não menosprezando as Divas que eu tanto amo, é claro. Margaret Sullavan é outra atriz que eu destaco por ter essa naturalidade, Jean Arthur também e chega de exemplos. Charles Boyer talvez tenha sido um dos atores mais elegantes e com classe que já vi e ele sempre combinava com as atrizes que contracenava e ele contracenou com quase todas as atrizes clássicas que a gente possa imaginar de Katharine Hepburn à Greta Garbo. Ele era um grande camaleão, ele conseguia acompanhar todas essas atrizes tão diferentes e tão maravilhosas, mas ouso dizer que Irene Dunne foi a sua alma gêmea na frente das câmeras, pois com ela ele também foi natural. Esse filme é um bom melodrama e as atuações da dupla seguram a nossa atenção. Outro destaque é Barbara O'Neil, uma atriz que eu acho fantástica, mas que teve poucas oportunidades de mostrar seu talento. Ela aparece quase próximo ao final, mas consegue destacar-se. Essa história foi refilmada anos depois por Douglas Sirk, sofrendo algumas alterações e levando o nome de "Sinfonia Interrompida", um filme muito bom por sinal, mas esquecido e perdido se comparado às obras-primas do diretor.
Produzida pela Vera Cruz, essa comédia lembra tanto as screwballs americanas. Simplesmente adorei. Um filme bem leve e despretensioso. Tônia Carrero dispensa comentários, sempre elegante e nesse papel está bem divertida.
Um filme que eu assisti sem expectativa alguma e me fisgou logo de cara. Achei que a trama da empregada passando-se por ricaça seria o mote principal, mas não, o mote mesmo é a relação entre duas mulheres: uma que tem tudo, vive de aparências, é hipócrita e sente-se vazia e outra que é pobre, submissa e que tem a grande chance de mudar sua vida e seus conceitos. O filme me surpreendeu por ter todos os elementos para ser óbvio, mas mesmo assim conseguiu ser diferente. O final que pode ser considerado frustrante, para mim foi maravilhoso, mesmo eu amando o clichê reconfortante. Terminei esse filme emocionado e fazia tempo que um filme não me deixava dessa forma.
Patricia Clarkson é uma atriz que eu gosto de graça. Assisti esse filme por ela e pela história e gostei demais. Pensei que seria aqueles filmes românticos cheios de clichê e com final esperado, mas não, me surpreendeu. Mesmo eu amando clichês e finais felizes, confesso que amei esse filme.
Um filme muito interessante sobre ricos e pobres e diferenças sociais. Mesmo sob o olho vigilante da censura é um filme muito bom. É praticamente um conto de fadas com uma Cinderela que é uma anti-heroína. Eu simplesmente adorei essa abordagem. A mocinha clássica está ali, mas ela é desconstruída pela ambição e pelo sonho em ser rica. Fascinante! Fico imaginando como esse filme foi recebido na época em que foi realizado. Devo dizer que foi um acerto de Dorothy Arzner e percebe-se que ela sabia que estava diante de um dos rostos mais perfeitos do cinema e explorou Joan Crawford durante todo o filme. Esse é um dos filmes onde Joan Crawford está magnífica tanto em atuação quanto em beleza e Dorothy conseguiu captar tudo isso.
Este talvez tenha sido o filme mais amargo produzido por Dorothy Arzner a respeito de um casamento. Aqui ela aborda a felicidade e o declínio de um casal com muitas diferenças, a começar pela diferença social. Outro fato interessante é o álcool ser praticamente um protagonista junto aos personagens e um elemento essencial, talvez sem ele a história poderia não acontecer, Em todos os filmes de Dorothy Arzner que vi até o momento, ela questiona o papel da mulher na sociedade e neste isso está bem mais latente, principalmente o papel de uma mulher no casamento, o que se espera dela e a personagem acaba quebrando algumas regras quando se permite agir da mesma forma que o marido. Por ser um Pre-Code já espera-se um final moralista, mas por incrível que pareça ele não me incomodou, muito pelo contrário eu achei condizente com a história. Outro fator interessante é a condução da rivalidade feminina, estamos acostumados a vermos mulheres se enfrentando por causa de homens, principalmente nos Pre-Code, mas nos filmes de Dorothy não há isso, a responsabilidade dos erros é jogada no colo de quem os causou, no caso os homens.
Meu filme favorito dirigido por Dorothy Arzner e revê-lo só fez com que eu me apaixonasse mais. O filme traz uma personagem que me identifico muito interpretada com muita segurança e naturalidade por Katharine Hepburn, em seu primeiro papel principal. No filme, ela interpreta Cynthia, uma mulher totalmente independente e solitária que jamais se apaixonou por um homem. Em seu caminho aparece Christopher Strong, um homem casado, antiquado e totalmente o oposto de sua personalidade. Ao se envolver com Cynthia, Christopher Strong revela toda sua hipocrisia como homem, já que dentro de sua própria casa, ele é testemunha do relacionamento de sua filha com um homem casado. Ele também tenta de certa forma impedir que Cynthia continue sua carreira como aviadora e ela abdica disso, porém ela mesma percebe que não vive mais sua própria vida e que precisa tomar uma decisão a respeito disso, já que ama aquele homem tão complicado, mas também ama sua liberdade. Eu acho esse filme ousado e diferenciado de todos os filmes Pre-Code que já vi, primeiro por trazer uma mulher tão independente e moderna como protagonista, segundo por trazer duas mulheres tendo relacionamento com homens casados e cada uma ter uma condução diferente, terceiro por abordar a rivalidade feminina de uma maneira diferente do que era mostrada até então e por fim, o final que eu acho espetacular, muitos podem achar antiquado, mas há uma transgressão ali, uma grande ousadia que se esse filme tivesse sido feito anos depois jamais permitiriam aquele final. O título original do filme faz alusão ao personagem masculino, porém o filme é todo das mulheres.
Mulher e Médica
4.2 1Após ver um filme como esse onde Kay Francis entrega em desempenho tão sublime, chega a causar revolta a forma como ela foi tratada por Jack Warner posteriormente. É um excelente Pre-Code, que aborda o papel da mulher em um ambiente onde ela não era bem-vinda. Logo no início do filme, há uma cena onde um personagem masculino recusa-se a acreditar que uma doutora fará o parto de sua mulher e a ameaça de morte, caso ela falhe e claro, ela faz muito bem seu papel, provando estar ali por ser eficiente. A partir de então, a personagem terá que se impor para ser respeitada. Mais à frente,, o filme aborda o papel da mulher como mãe solteira, em como ela era malvista, as mentiras que eram contadas para a maternidade ser aceita e todo o peso disso em suas costas. O filme tem sua parte folhetinesca, mas a ousadia do período está impressa na maior parte de sua duração. E a atuação de Kay Francis, sempre elegante, é a cereja do bolo.
Cupido é Moleque Teimoso
3.9 48 Assista AgoraEsse filme e "Irene, a Teimosa", são pra mim os maiores e melhores filmes de comédias clássicas. Já o revi tantas vezes e mesmo assim nunca perde a graça. Muito se deve à química maravilhosa entre Irene Dunne e Cary Grant que estão impagáveis do começo ao fim. O show de improvisos entre os dois, além das gargalhadas, passam também muita naturalidade. Soma-se tudo isso à direção precisa de Leo McCarey que inclusive ganhou merecidamente o Oscar. É um filme que torna-se maior, mais engraçado e necessário a cada revisão. E pensar que Irene Dunne teve muito medo de embarcar em comédias...
A Noiva Desconhecida
4.1 19Sempre bom rever um filme com Judy Garland e constatar que ela foi a maior estrela dos filmes musicais.
Sabrina
4.1 332 Assista AgoraEstava com tanta saudade de ver esse filme. Fazia tempo que não o revia e essa revisão foi ótima, pois passei a enxergá-lo de uma outra forma. Antes o via como um conto de fadas, mas a partir dessa revisão o vejo como um sarcástico conto de fadas que explora muito bem as diferenças de classes sociais e em como isso interfere nas relações entre as pessoas. Sabrina não é uma garota totalmente inocente, ela sabe muito bem seu lugar no mundo, mas está em busca de mudar o seu destino. Um ponto interessante é a relação com seu pai, que possui uma consciência de classe distorcida, inferiorizando-se por ser chofer e desencorajando a filha de pensar o melhor para ela, achando que ela não merece ser filha de chofer e nem ser uma moça rica. O texto afiado de Billy Wilder está mais delicioso do que nunca e sua direção deixa tudo bastante atraente. Mesmo com alguns diálogos ácidos, ainda sim é uma história que causa suspiros no final do filme.
Todos os Caminhos Levam à Roma
2.6 58 Assista AgoraFilme bem gostoso e despretensioso. Claudia Cardinale rouba a cena. Gostei bastante.
Maria do Mar
2.9 1Filme pertencente ao cinema mudo português (com cenas sonorizadas), é mais atraente na sinopse do que o assistindo. A história é lenta e a protagonista aparece mais da metade do filme. Fui com altas expectativas e me decepcionei feio, ao ponto de nem querer terminá-lo.
Depois da Morte
3.7 2Um homem recluso torna-se fascinado por uma artista. Após um breve encontro com ela, ele passa meses sem notícias até descobrir que ela se matou. A partir de então ele torna-se obcecado em descobrir tudo sobre ela, enquanto passa a ser atormentado por visões da falecida.
Do mesmo diretor de "A Morte do Cisne", esse filme além de bem-feito, flerta muito com o gênero horror, nas cenas das aparições da falecida. Mesmo sendo um truque de corte de negativo, as aparições devem ter causado muitos sustos no público na época de sua realização. Pode ser que quem veja o filme considere essas cenas ultrapassadas, mas não tem como dizer que não são muito bem-feitas.
A Morte do Cisne
4.3 3Uma moça muda, apaixona-se por um rapaz e passa a viver um grande amor. Após sofrer uma decepção amorosa, ela torna-se uma famosa bailarina. Ela então, desperta a obsessão de um artista que é fascinado pela morte.
Um bom filme, aparentemente bem obscuro. Uma cena notável é a do número de balé, muito bem feita e que continua belíssima de se ver.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraÉ um filme muito sentimental pra mim e que a cada revisão torna-se uma obra maior. Após amadurecer, enxergo vários pontos problemáticos, mas confesso que eles não me incomodam, porém acho válido eles serem discutidos e acho ridículo promoverem o cancelamento de uma obra com quase 100 anos.
A cada revisão, duas personagens crescem aos meus olhos: Scarlet e Melanie. Scarlet é a anti-heroína total e eu adoro o fato dela não ter pudor algum em lutar pelo que ela acredita e de certa forma manipular as pessoas ao seu redor, mas devo salientar que há sim um amadurecimento da personagem durante o filme: a guerra e a fome, além da dor de várias perdas a transformam em uma nova mulher: uma mulher não tão convencional, mas que amadureceu da sua forma. É uma personagem forte, totalmente imoral e nas mãos da atriz errada poderia ter sido um desastre, mas Vivien Leigh conduziu a personagem com maestria e a gente não consegue torcer contra Scarlet, mesmo ela agindo de forma errada. Uma coisa que saltou nessa última revisão é a independência de Scarlet, em como ela se impõe em meio aos homens e chega até mesmo a gerir o negócio familiar e reestruturar sua casa, algo muito incomum para as heroínas dos livros e dos filmes naquela época. Melanie é totalmente o oposto de Scarlet, mas digo que gosto muito dela, ela tem uma bondade que não é falsa, mas em determinados momentos soa uma ambiguidade, não a acho sonsa, mas acredito que ela enxergava o que acontecia, mas preferia não acreditar nas intenções de Scarlet com o marido. Rhet é um personagem que aprendi a gostar muito nas minhas revisões, ele não é um homem ruim, mas não consegue lidar direito com as suas emoções e quando expõe seus sentimentos ele o faz da forma errada. Acho Clark Gable perfeito nesse papel e uma pena que ele não ganhou o Oscar. Esse filme continua sendo pra mim o melhor filme de todos os tempos e é fascinante ver que quase 90 anos de sua realização ele continua um filme irresistível e um novelão em Technicolor. As quase quatro horas passam voando e isso é muito bom. É um filme que mesmo tendo visto muitas vezes ainda me emociona.
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio
3.8 1,4K Assista AgoraNão sou grande fã do gênero terror, mas às vezes me permito dar uma olhada em alguns exemplares do gênero. Fazia tempo que tinha curiosidade em vê-lo e acabei gostando bastante. Vi gente criticando os efeitos especiais, achando-os ultrapassados, mas eu os achei fantásticos e foi uma das coisas que me seguraram a atenção. Tem até Stop Motion!! Agora tomando coragem para ver as sequências, mas acredito que tenham feito esse filme na intenção de não ter continuação, o final pelo menos dá a entender isso.
Marca da Vergonha
3.4 2Um exemplar do Cinema Afro-Americano, desta vez um melodrama, pesquisei que melodrama era um dos gêneros mais consumidos pela população negra nos EUA e acredito que esse tenha agradado, embora ele possua algumas deficiências que ocorrem devido ao baixo orçamento dessas produções, comprometendo um pouco o filme, mas não sua totalidade.
Esse filme começa muito bem e envolvente, mas chegando próximo ao meio ele perde um pouco o interesse, mas chegando ao final ele recupera o fôlego.
Ele conta a história de uma moça que é maltratada pelo padrasto e acaba casando-se com seu vizinho. Ela acredita que ele a ama, porém ele casou-se com ela por pena. A relação deles entra em conflito quando ela descobre que a mãe dele sequer sabe do casamento e que ela é uma mulher elitista, mesmo sendo negra. Após um acidente onde ela adquire uma cicatriz no pescoço, ela passa a prostituir-se. O destino então a aproxima novamente de seu marido e ela então entende que ele nunca a amou.
Protegida do Papai
3.3 7Chorume espacial.
Raso e totalmente esquecível, mas mesmo assim vejam.
Todo filme por mais ruim que seja merece ser visto.
Dentro de Nossos Portões
3.3 33 Assista AgoraMeu primeiro contato com um filme mudo do Cinema Afro-Americano e já fiquei muito tocado. Não poderia ter escolhido outro filme para começar essa jornada por esse cinema esquecido.
Oscar Micheaux é considerado o pai desse cinema que surgiu pela necessidade de representação da população negra, que não se identificava com a retratação deles nos filmes produzidos em Hollywood. O cinema Afro-Americano é considerado também o primeiro exemplo de cinema independente, já que esses filmes não eram produzidos para a massa e nem a grande parte da população os achavam interessantes, mas a população negra conseguia enxergar-se e sentia-se representada nesses filmes.
O filme no começo parece ser um folhetim, com a apresentação de um quarteto amoroso, mas isso é necessário para o desenvolvimento da história que logo nos primeiros 20 minutos já muda o foco e torna-se uma crítica social forte e poderosa. Oscar Micheaux em um curto tempo toca em diversos pontos como racismo, elitismo, critica abertamente os falsos religiosos, o difícil acesso à educação e ao voto para as pessoas negras e a forma como os negros eram tratados e vistos pelos brancos como inferiores.
Para um filme produzido em 1920, é bastante transgressor, forte e ousado. As cenas finais onde mostram um linchamento de uma família negra são bastante densas e me deixaram muito emocionado e incomodado, acredito que a intenção do diretor era essa: incomodar e conscientizar para a forma como os negros eram tratados naquela época. Como negro, me sensibilizei e me identifiquei demais com esse filme e vi que algumas coisas mudaram, enquanto outras ainda existem e continuam muito fortes em nossos tempos atuais. É um filme triste, mas fantástico, recomendo que assistam, pois ele não merece o esquecimento que obteve por muitos anos.
A Esquina do Pecado
3.8 2Sem querer, estou fazendo uma maratona sobre a filmografia de Irene Dunne e estou adorando, principalmente esses filmes dramáticos que a consagraram na década de 30, antes que ela embarcasse nas comédias malucas no final da mesma década. Eu havia visto a versão da década de 60 e gostado bastante, há ainda a versão da década de 40 que pretendo ver em breve. Há muitas diferenças entre elas e cada uma deve ser vista como uma obra à parte baseada em um livro. Por ser um Pre-Code, eu esperava um filme mais ousado, mas ele acaba indo pro lado melodramático. O que entra em questão aqui é a passividade e submissão da personagem principal mais latentes nessa versão do que na versão da década de 60, onde a personagem mantém esses traços de submissão e renegação a si mesma por causa do homem que ama, mas de uma forma mais amena. Irene Dunne está espetacular e mesmo a personagem me incomodando, gostei muito de sua composição, a gente acaba se compadecendo do sofrimento e anulação que a personagem carrega. Pro contexto da época e da obra é um bom filme e deve ser visto em caráter de discussão sobre o papel da mulher como amante de um homem e sobre todos os estigmas que ela carrega e em como o homem é anulado de toda e qualquer culpa.
Sra. Harris vai a Paris
3.6 92 Assista AgoraMe encantei pelo trailer e pela sinopse e decidi conferir.
Gostei bastante. Vi algumas críticas macetando, mas é o tipo de filme que a gente tem que ver com o coração aberto e sem o olhar de cinéfilo-crítico-pedante. Não é um filme pretensioso, mas sim um filme para aquecer o coração e nos transmitir a sensação de que tudo é possível. Agora fiquei muito curioso para ver a versão de 1992 estrelada por Angela Lansburry.
Aconteceu Naquela Noite
4.2 332 Assista AgoraO cinema de Frank Capra é muito acolhedor.
Lembro quando vi esse filme pela primeira vez e simplesmente o detestei, não me senti tocado por ele. Decidi após muito tempo dar uma nova chance e naquela revisão eu me senti tão tocado, tão acolhido por esse filme e ele simplesmente tornou-se inesquecível para mim. Eu não sei como não gostei dele da primeira vez, pois ele tem todos os elementos que eu amo nesses filmes clássicos. Em mais uma revisão, continuo sendo tocado e acolhido por ele e dessa vez notei como esse filme é além de leve, malicioso e eu adoro isso.
Sublime Obsessão
3.7 7Um bom filme que eu gosto muito, mas infelizmente eclipsado pela soberba versão de Douglas Sirk que é muito mais emocionante e melodramática, mas acho injusto o limbo que essa versão anterior encontra-se, pois ela possui suas qualidades, só não podemos comparar e conferir quadro a quadro com o remake de Sirk, pois é uma injustiça. A presença de Irene Dunne é uma dessas qualidades, como já disse em uma outra resenha de um filme estrelado por ela, ela era uma atriz natural e a personagem pede justamente isso. Ela consegue de imediato a nossa empatia. Robert Taylor também é outra dessas qualidades: ele consegue amadurecer bem um personagem que começa inconsequente e termina redimido.
Em mais uma revisão, continuo achando um filme dramático de classe.
Noite de Pecado
3.5 4Era o único dos filmes feitos pela dupla Irene Dunne e Charles Boyer que faltava para eu ver. "Duas Vidas" é um dos filmes do meu coração, tem também a deliciosa comédia "E o Amor Voltou", que de fato foi o último filme que fizeram juntos. Ver esse filme reforça que essa dupla foi uma das mais carismáticas e com mais química desse período. Irene Dunne era uma atriz que atuava com naturalidade, ela não tinha ares de deusa como muitas outras atrizes que eu amo e isso fez dela única. Raras são as atrizes que passavam esse tipo de naturalidade em suas atuações, não menosprezando as Divas que eu tanto amo, é claro. Margaret Sullavan é outra atriz que eu destaco por ter essa naturalidade, Jean Arthur também e chega de exemplos. Charles Boyer talvez tenha sido um dos atores mais elegantes e com classe que já vi e ele sempre combinava com as atrizes que contracenava e ele contracenou com quase todas as atrizes clássicas que a gente possa imaginar de Katharine Hepburn à Greta Garbo. Ele era um grande camaleão, ele conseguia acompanhar todas essas atrizes tão diferentes e tão maravilhosas, mas ouso dizer que Irene Dunne foi a sua alma gêmea na frente das câmeras, pois com ela ele também foi natural. Esse filme é um bom melodrama e as atuações da dupla seguram a nossa atenção. Outro destaque é Barbara O'Neil, uma atriz que eu acho fantástica, mas que teve poucas oportunidades de mostrar seu talento. Ela aparece quase próximo ao final, mas consegue destacar-se. Essa história foi refilmada anos depois por Douglas Sirk, sofrendo algumas alterações e levando o nome de "Sinfonia Interrompida", um filme muito bom por sinal, mas esquecido e perdido se comparado às obras-primas do diretor.
É Proibido Beijar
3.6 6Produzida pela Vera Cruz, essa comédia lembra tanto as screwballs americanas. Simplesmente adorei. Um filme bem leve e despretensioso. Tônia Carrero dispensa comentários, sempre elegante e nesse papel está bem divertida.
Madame
3.2 100 Assista AgoraUm filme que eu assisti sem expectativa alguma e me fisgou logo de cara. Achei que a trama da empregada passando-se por ricaça seria o mote principal, mas não, o mote mesmo é a relação entre duas mulheres: uma que tem tudo, vive de aparências, é hipócrita e sente-se vazia e outra que é pobre, submissa e que tem a grande chance de mudar sua vida e seus conceitos. O filme me surpreendeu por ter todos os elementos para ser óbvio, mas mesmo assim conseguiu ser diferente. O final que pode ser considerado frustrante, para mim foi maravilhoso, mesmo eu amando o clichê reconfortante. Terminei esse filme emocionado e fazia tempo que um filme não me deixava dessa forma.
Assumindo a Direção
3.3 33Patricia Clarkson é uma atriz que eu gosto de graça. Assisti esse filme por ela e pela história e gostei demais. Pensei que seria aqueles filmes românticos cheios de clichê e com final esperado, mas não, me surpreendeu. Mesmo eu amando clichês e finais felizes, confesso que amei esse filme.
Felicidade de Mentira
3.8 4Um filme muito interessante sobre ricos e pobres e diferenças sociais. Mesmo sob o olho vigilante da censura é um filme muito bom. É praticamente um conto de fadas com uma Cinderela que é uma anti-heroína. Eu simplesmente adorei essa abordagem. A mocinha clássica está ali, mas ela é desconstruída pela ambição e pelo sonho em ser rica. Fascinante! Fico imaginando como esse filme foi recebido na época em que foi realizado. Devo dizer que foi um acerto de Dorothy Arzner e percebe-se que ela sabia que estava diante de um dos rostos mais perfeitos do cinema e explorou Joan Crawford durante todo o filme. Esse é um dos filmes onde Joan Crawford está magnífica tanto em atuação quanto em beleza e Dorothy conseguiu captar tudo isso.
Quando a Mulher se Opõe
3.4 7Este talvez tenha sido o filme mais amargo produzido por Dorothy Arzner a respeito de um casamento. Aqui ela aborda a felicidade e o declínio de um casal com muitas diferenças, a começar pela diferença social. Outro fato interessante é o álcool ser praticamente um protagonista junto aos personagens e um elemento essencial, talvez sem ele a história poderia não acontecer, Em todos os filmes de Dorothy Arzner que vi até o momento, ela questiona o papel da mulher na sociedade e neste isso está bem mais latente, principalmente o papel de uma mulher no casamento, o que se espera dela e a personagem acaba quebrando algumas regras quando se permite agir da mesma forma que o marido. Por ser um Pre-Code já espera-se um final moralista, mas por incrível que pareça ele não me incomodou, muito pelo contrário eu achei condizente com a história. Outro fator interessante é a condução da rivalidade feminina, estamos acostumados a vermos mulheres se enfrentando por causa de homens, principalmente nos Pre-Code, mas nos filmes de Dorothy não há isso, a responsabilidade dos erros é jogada no colo de quem os causou, no caso os homens.
Assim Amam as Mulheres
2.9 5Meu filme favorito dirigido por Dorothy Arzner e revê-lo só fez com que eu me apaixonasse mais. O filme traz uma personagem que me identifico muito interpretada com muita segurança e naturalidade por Katharine Hepburn, em seu primeiro papel principal. No filme, ela interpreta Cynthia, uma mulher totalmente independente e solitária que jamais se apaixonou por um homem. Em seu caminho aparece Christopher Strong, um homem casado, antiquado e totalmente o oposto de sua personalidade. Ao se envolver com Cynthia, Christopher Strong revela toda sua hipocrisia como homem, já que dentro de sua própria casa, ele é testemunha do relacionamento de sua filha com um homem casado. Ele também tenta de certa forma impedir que Cynthia continue sua carreira como aviadora e ela abdica disso, porém ela mesma percebe que não vive mais sua própria vida e que precisa tomar uma decisão a respeito disso, já que ama aquele homem tão complicado, mas também ama sua liberdade. Eu acho esse filme ousado e diferenciado de todos os filmes Pre-Code que já vi, primeiro por trazer uma mulher tão independente e moderna como protagonista, segundo por trazer duas mulheres tendo relacionamento com homens casados e cada uma ter uma condução diferente, terceiro por abordar a rivalidade feminina de uma maneira diferente do que era mostrada até então e por fim, o final que eu acho espetacular, muitos podem achar antiquado, mas há uma transgressão ali, uma grande ousadia que se esse filme tivesse sido feito anos depois jamais permitiriam aquele final.
O título original do filme faz alusão ao personagem masculino, porém o filme é todo das mulheres.