Impossível dar menos de cinco estrelas para este documentário, mesmo tendo revisto ele várias vezes. É uma aula de cinema e feminismo ao mesmo tempo. Foi este documentário que mudou a minha visão sobre o cinema.
Do período Pre-Code, Mae West é sem dúvidas a minha atriz favorita, como também um dos maiores nomes desse período. Ela mesma escrevia os diálogos dos seus filmes e fazia questão de colocar frases de duplo sentido, fazendo os moralistas da época ficarem corados. Arrumou muita briga com os sindicatos de moralidade e religiosidade, chegando até mesmo a ser presa. Ela era uma mulher muito inteligente e eu a amo por isso. Ela não era uma atriz padronizada, muito pelo contrário, ela criou o seu padrão. Já vimos muitas atrizes sendo imitadas no decorrer dos anos e até mesmo durante a era de ouro de Hollywood, mas nunca vimos nenhuma atriz ousar a imitar Mae West, pois ela definitivamente era única em todos os aspectos. Ela não possuía uma beleza padrão ou atraente à primeira vista, mas em seus filmes, ela era irresistível, ela era atraente e ela que comandava tudo. Os homens eram apenas artigo de figuração. E acredito que ela tenha ajudado diversas mulheres a se enxergarem como atraentes e plenas, graças a seus filmes. Impossível quem ama filmes Pre-Code, dar menos de cinco estrelas a um filme com Mae West realizado nesse período.
Após quatro filmes com Sternberg em Hollywood, Dietrich estrelou seu primeiro filme, sendo dirigida por outro diretor, Rouben Mamoulian, no caso. Após ver esse filme, digo que foi uma experiência feliz. Esse filme é um vislumbre de como a carreira de Dietrich sobreviveria sem o seu mentor. Mamoulian sabia explorar o rosto das atrizes que dirigia e aqui não seria diferente. Ao perceber que estava diante de uma entidade (não estou exagerando), Mamoulian usou o quanto pôde planos fechados do rosto de Dietrich e esse é um dos maiores pontos do filme. O filme possui uma história muito boa a meu ver e que foi conduzida com maestria tanto por Mamoulian na direção, quanto por Dietrich em sua atuação. Era até então um filme bem raro e obscuro na filmografia de Dietrich. Ele acabou sendo engolido pelos filmes realizados pela atriz e Sternberg, antes e após ele. Feliz que esse filme agora possa ser assistido e conhecido.
Um drama com um toque de crítica social, sobre uma moça que engravida de um homem casado. Com a recusa dele em assumir a criança, ela é orientada pelos seus pais a tornar o caso público, denunciando-o e processando-o. Mesmo sendo processado, o homem recusa-se a reconhecer a criança, então a garota decide criar o filho sozinha. Ela então é acolhida por um rapaz e sua família e passa a trabalhar para eles. Ela acaba se apaixonando pelo rapaz, mas acaba achando que não é adequada socialmente a ele, pelo fato de ser mãe solteira e ser hostilizada pela sociedade. Então, ela descobre que o rapaz é noivo e quando a família da noiva vem visitá-los, eles o pressionam a demitir a garota, por causa do seu passado. O rapaz e sua família cedem a pressão, mas a partir daí o rapaz passa a enxergar o mundo, as pessoas e sua própria noiva com outros olhos. Um drama bem lacrimoso dirigido com maestria por Sjostrom.
Tem uma boa trama, mas o que estraga o filme são os cortes feitos na época do seu lançamento que prejudicam o entendimento de algumas situações. O plot twist final além de genial (Bela Lugosi odiou) é o que salva o filme. Não sabia que era um remake do perdido "London After Midnight".
Um belo exemplar do cinema mudo italiano, com a Diva Francesca Bertini. O filme conta a história de uma princesa que se divorcia do seu marido, após ele deixá-la para viver uma aventura amorosa. Em troca do divórcio, ela tem a guarda de sua adorada filha. Após uma intriga, ela se envolve em um escândalo na sociedade e por causa disso perde a guarda de sua filha. Nesse ponto, podemos ver como sempre as mulheres foram injustiçadas pela sociedade. Ela então entra em um relacionamento abusivo com um jogador compulsivo que lhe explora sem escrúpulos. Seu sonho é ter sua filha de volta. E então a protagonista entra em uma romaria cheia de sofrimento em busca da redenção final. O filme é belíssimo no aspecto visual e mesmo tocando em um assunto que eu odeio em filmes (o fato de o homem sempre poder trair, enquanto a mulher não), me envolvi bastante. Francesca Bertini era especial e tinha um estilo de atuação único. Mesmo o filme sendo descaradamente um dramalhão, ela não nos entrega uma atuação previsível e exagerada.
Gloria Swanson brilha em um filme datado e ultrapassado.Assisti até o fim por ela e pelo Olivier que também amo muito. Mas a história do filme é bem problemática. A história é sobre um casal que tem a relação abalada após a traição do marido. O marido então passa a suspeitar que a esposa também o traiu por "vingança". Então, fica aquela sensação de que "ele pode, ela não" e isso me irrita profundamente. Sei que não devo problematizar um filme da década de 30, mas o problema é que ele é raso e ruim em sua totalidade. rsrsrsrs
Uma crítica social pesadíssima e atual sobre crianças concebidas fora do casamento e que são marginalizadas pela sociedade. O filme fala em como essas crianças são ignoradas pela sociedade e ao mesmo tempo como são maltratadas. Outro ponto que o filme fala é justamente sobre o trabalho infantil. Há um sutil ataque no complicado processo de adoção que estava em vigor na época. É um filme bem pesado e triste, mas poderosíssimo. Eu fiquei feliz em ver como um filme com quase cem anos ainda possui o poder de tocar e fazer as pessoas refletirem. Me considero sortudo cada vez que vejo um filme mudo e sou tocado por ele. É um filme tão obscuro que foi eu que o cadastrei no Filmow. E isso me deixa bastante feliz, pois é uma oportunidade dele ser visto e conhecido.
Sou muito suspeito, mas amo os filmes dos anos 80. Descobrir esse filme foi muito legal. A trilha sonora é maravilhosa, com alguns hits que eu fanático pelos anos 80 já conhecia. Vale a pena ser descoberto.
Ao assistir a esse filme, percebi o porquê de Ingrid Bergman ter escrito uma carta pra Rossellini, dizendo o quanto o filme havia impactado-a. Mesmo com um final tão sombrio e pessimista, é um belíssimo filme.
Amo filmes de guerra, mas tenho o pé um pouco atrás com Kubrick, por achá-lo às vezes maçante, mas neste filme fui muito surpreendido positivamente. Eu sou apaixonado por close-ups e planos cinematográficos que poderiam ser tranquilamente uma fotografia distinta e neste filme é o que mais tem. A história eu achei muito boa, mas o filme me pegou mais pelo lado técnico mesmo.
Amando essa tour pelo cinema mudo italiano. É um mundo completamente diferente do cinema mudo americano. Ainda mais esses filmes de Divas que eram feitos exatamente para as atrizes brilharem. Esse filme é um escândalo artístico e merece ser descoberto pelos fãs do cinema mudo.
Anna Magnani é minha atriz italiana favorita, mas Sophia Loren é a que mora no meu coração. Graças à ela que me familiarizei muito com o cinema italiano. Ao descobrir esse filme que eu nunca ouvi falar, escondido na Netflix, fiz questão de conferir e como sempre o cinema italiano não decepciona. Mesmo que o filme seja vendido como estrelado por Sophia Loren, eu enxergo duas protagonistas com o mesmo peso: além de Sophia, temos Franca Valeri. Enquanto Sophia faz a personagem desejada e popular, Franca faz a personagem mais simpática: a mulher sem tantos atributos, que quer encontrar alguém. Ao se consultar com uma cartomante e descobrir que está sobre o período de Vênus, ela decide então ir atrás do homem dos seus sonhos. Enquanto sua prima tem uma facilidade imensa para atrair homens, a personagem de Franca é mais complexa e acaba sempre atraindo homens com reputação duvidosa. Tanto Sophia, quanto Franca estão maravilhosas. E mesmo sendo uma comédia típica italiana, o final é bastante realista e desolador. Eu me identifiquei demais com a personagem de Franca e com o seu final. Se puderem, assistam.
Filme curto que prendeu minha atenção do começo ao fim. Gira em torno de uma personagem que demora a aparecer e talvez o mistério sobre sua figura faça o filme ser tão atraente. Gosto muito dos filmes do Val Lewton, pois possuem uma atmosfera de mistério e terror não explícitos (tipo "Sangue de Pantera", um dos meus filmes de horror favoritos).
Adaptação de uma peça de Noel Coward, que não queria de forma alguma Norma Shearer como protagonista da versão cinematográfica. Após diversos embates entre ele e Norma, ele acabou aceitando-a como protagonista. No final, ele acabou dando o braço a torcer de que Norma havia sido a escolha perfeita para o papel. Talvez naquela época, o filme tivesse algum tipo de atrativo ou encanto, mas para os dias atuais o filme mostra-se um pouco arrastado e atrasado, mesmo sendo um filme Pre-Code, isso não o isenta de ser um filme antiquado. Mesmo Coward, zombando do machismo, há ainda no filme passagens machistas, mas isso é o de menos. O que faz o filme ser chato em sua totalidade é o casal de protagonistas, que passam o filme inteiro brigando como se fossem crianças mimadas e birrentas. A gente como público, percebe que eles se separaram por ambos serem insuportáveis e mesmo assim eles persistem no erro. O filme só vale mesmo por Norma Shearer que era uma força da natureza nesses filmes Pre-Code.
Todo filme de Joan Crawford que vejo pela primeira vez, sempre me lembro de quando eu não gostava dela como atriz e vejo como eu estava tão errado a respeito disso. Ela era uma atriz fabulosa, conseguia juntar glamour e talento e foi assim em boa parte de sua carreira, mas acho que foi na Warner que ela finalmente se encontrou e passou a ser respeitada, não só pelo Oscar em "Alma em Suplício", mas por boa parte dos filmes que fez no estúdio nesse período. Ela conseguiu provar que não estava de brincadeira. Neste filme ela interpreta uma mulher maltratada pelo passado, mas sem nenhum pudor em ir atrás de suas ambições, nem que isso custe usar outras pessoas para conseguir seus propósitos. A personagem mesmo com um passado de certa forma comovente, após sofrer uma tragédia, tem tudo para ser detestável, pela forma como trata as pessoas ao seu redor e brinca com o destino delas, mas é aí que entra o "toque" Joan Crawford. Essa mulher possuía um carisma tão gigantesco que até mesmo as vilãs (não chega a ser o caso nesse filme) a gente acaba amando. O filme em si é repleto de personagens que não são bons, mas são fascinantes. O mesmo se aplica à personagem de Joan. Ela possui tantos defeitos que a gente acaba apegando-se à ela, mesmo ela agindo da forma errada. Achei o filme em si maravilhoso, prendeu minha atenção do começo ao fim e passou num pulo. Eu ando valorizando muito filmes assim.
Eu fico muito triste por não ver o reconhecimento de Norma Shearer como uma das atrizes gloriosas da década de 30 (não excluindo sua participação na fase silenciosa do cinema, onde teve bons momentos e onde iniciou-se sua carreira). Principalmente na fase Pre-Code, onde ela reinou absoluta. Norma conseguia interpretar personagens livres de qualquer amarra moral e com a sexualidade livre, mas sempre trazia às personagens uma elegância e um toque de sofisticação que nenhuma outra atriz desse período conseguiu imitar. As outras atrizes sempre flertavam com a vulgaridade (não que isso seja ruim, muito pelo contrário), mas no balanço geral, não havia inovação. Esperava-se sempre que mulheres livres de pudores nos filmes Pre-Code, fossem na maioria das vezes prostitutas, ou de reputação duvidosa. Até que chegou Norma e mostrou que as garotas poderiam dormir com quantos quisessem e pudessem e mesmo assim manter a aura de sofisticação. Conseguiu mostrar que sexo e imoralidade não precisavam andar de mãos dadas nos filmes Pre-Code. Que uma mulher "bem educada" e de "sociedade" poderia ter uma vida sexual livre de rótulos. E infelizmente ela não é reconhecida por dar um outro contraponto a representação das mulheres nos filmes Pre-Code. Neste filme ela interpreta uma mulher com um passado bastante tumultuado, cheio de amantes. Ela se casa e vive feliz com seu marido até fazer uma viagem e se reencontrar com um dos seus amantes do passado. Após um acidente que gera um mal entendido sobre sua reputação, seu passado é posto em cheque pelo seu marido. Ela então decide se separar dele e cai nos braços do amante, até surgir a dúvida se esse é o caminho correto a seguir. A única coisa chata de muitos filmes Pre-Code é o fato das mulheres serem livres em boa parte dos filmes, mas no final elas retornam às amarras morais e sociais, dando a entender que a liberdade sexual é algo passageiro e que os valores sociais são as únicas coisas sólidas e verdadeiras.
No início, parecia ser bem tendencioso, já que focou em um escândalo amoroso vivido por Curie, mas depois acabei entendendo a proposta do documentário, em focar a vida amorosa, ao lado da vida familiar e profissional de Marie Curie. Realmente tratando-a como um gênio, mas ao mesmo tempo como ser humano. Mesmo sendo curto, é um documentário muito informativo.
Filme que deu à Francesca Bertini a alcunha de Diva no cinema mudo italiano. É um filme com uma temática um pouco complicada. Mesmo com mais de cem anos de sua realização, dá abertura para debates sobre como a mulher era tratada na sociedade e no próprio cinema. Assunta vive um relacionamento abusivo com Michele, um homem explosivo e violento. Após uma crise tempestuosa de ciúmes dele, ele acaba indo preso. Assunta sente-se culpada pelo destino do amado, mesmo ele estando errado. E ela então para salvá-lo, vira amante do homem que pode salvar o seu amado. Porém, ela acaba sendo usada e descartada por este homem. Quando Michele sai da prisão, ele descobre o caso amoroso e uma nova tragédia acontece. O final é complicadíssimo de se digerir, ainda mais quando é percebido que Assunta é a real vítima dos homens, mas o filme foi feito em uma época em que as mulheres livres eram demonizadas dentro e fora do cinema. Nos resta apenas lamentar e discutir sobre isso. Existe uma refilmagem com Anna Magnani.
Filme tão perfeito que despertou meu ódio. Fiquei apreensivo durante toda a exibição. Torci por Martha, para que ela despertasse, mas chega um ponto do filme que a gente acaba pegando ódio da submissão dela. Fassbinder era perfeito em conduzir filmes com personagens femininas autodestrutivas, mas no caso de Martha, ela também permitiu que a destruíssem.
Sempre é um prazer imenso (re)ver algum filme com Carole Lombard. Fazia muito tempo que tinha visto este aqui e não me lembrava de quase nada. Acabei revendo-o por acidente (estava atrás de outro filme e ele apareceu) e não me arrependi. Uma comédia bem gostosa de se assistir. E ainda tem Fredric March, um dos atores mais talentosos (e lindos) que já passaram por Hollywood e um dos meus atores favoritos.
Documentário de 2015, sobre o diretor alemão, com depoimentos de algumas pessoas que trabalharam e conviveram com ele, entre elas Hanna Schygulla, sua maior musa. Gostei bastante por saber que Fassbinder não era uma pessoa fácil de lidar e o documentário não o santifica e toca exatamente nessa ferida, sem ferir a genialidade e o legado do gênio. "Meu objetivo é fazer filmes que sejam perfeitos, que sejam indistinguíveis dos filmes franceses, italianos ou americanos, mas que permaneçam como reflexos pessoais de seu criador e que não possam ser confundidos com o trabalho de outra pessoa."
E a Mulher Criou Hollywood
4.4 12Impossível dar menos de cinco estrelas para este documentário, mesmo tendo revisto ele várias vezes. É uma aula de cinema e feminismo ao mesmo tempo. Foi este documentário que mudou a minha visão sobre o cinema.
Santa Não Sou
3.8 10Do período Pre-Code, Mae West é sem dúvidas a minha atriz favorita, como também um dos maiores nomes desse período. Ela mesma escrevia os diálogos dos seus filmes e fazia questão de colocar frases de duplo sentido, fazendo os moralistas da época ficarem corados. Arrumou muita briga com os sindicatos de moralidade e religiosidade, chegando até mesmo a ser presa. Ela era uma mulher muito inteligente e eu a amo por isso. Ela não era uma atriz padronizada, muito pelo contrário, ela criou o seu padrão. Já vimos muitas atrizes sendo imitadas no decorrer dos anos e até mesmo durante a era de ouro de Hollywood, mas nunca vimos nenhuma atriz ousar a imitar Mae West, pois ela definitivamente era única em todos os aspectos. Ela não possuía uma beleza padrão ou atraente à primeira vista, mas em seus filmes, ela era irresistível, ela era atraente e ela que comandava tudo. Os homens eram apenas artigo de figuração. E acredito que ela tenha ajudado diversas mulheres a se enxergarem como atraentes e plenas, graças a seus filmes. Impossível quem ama filmes Pre-Code, dar menos de cinco estrelas a um filme com Mae West realizado nesse período.
O Cântico dos Cânticos
3.9 4Após quatro filmes com Sternberg em Hollywood, Dietrich estrelou seu primeiro filme, sendo dirigida por outro diretor, Rouben Mamoulian, no caso. Após ver esse filme, digo que foi uma experiência feliz. Esse filme é um vislumbre de como a carreira de Dietrich sobreviveria sem o seu mentor. Mamoulian sabia explorar o rosto das atrizes que dirigia e aqui não seria diferente. Ao perceber que estava diante de uma entidade (não estou exagerando), Mamoulian usou o quanto pôde planos fechados do rosto de Dietrich e esse é um dos maiores pontos do filme. O filme possui uma história muito boa a meu ver e que foi conduzida com maestria tanto por Mamoulian na direção, quanto por Dietrich em sua atuação. Era até então um filme bem raro e obscuro na filmografia de Dietrich. Ele acabou sendo engolido pelos filmes realizados pela atriz e Sternberg, antes e após ele. Feliz que esse filme agora possa ser assistido e conhecido.
A Garota do Pântano
3.3 1Um drama com um toque de crítica social, sobre uma moça que engravida de um homem casado. Com a recusa dele em assumir a criança, ela é orientada pelos seus pais a tornar o caso público, denunciando-o e processando-o. Mesmo sendo processado, o homem recusa-se a reconhecer a criança, então a garota decide criar o filho sozinha. Ela então é acolhida por um rapaz e sua família e passa a trabalhar para eles. Ela acaba se apaixonando pelo rapaz, mas acaba achando que não é adequada socialmente a ele, pelo fato de ser mãe solteira e ser hostilizada pela sociedade. Então, ela descobre que o rapaz é noivo e quando a família da noiva vem visitá-los, eles o pressionam a demitir a garota, por causa do seu passado. O rapaz e sua família cedem a pressão, mas a partir daí o rapaz passa a enxergar o mundo, as pessoas e sua própria noiva com outros olhos. Um drama bem lacrimoso dirigido com maestria por Sjostrom.
A Marca do Vampiro
3.5 34Tem uma boa trama, mas o que estraga o filme são os cortes feitos na época do seu lançamento que prejudicam o entendimento de algumas situações. O plot twist final além de genial (Bela Lugosi odiou) é o que salva o filme. Não sabia que era um remake do perdido "London After Midnight".
Sangue blu
4.0 1Um belo exemplar do cinema mudo italiano, com a Diva Francesca Bertini. O filme conta a história de uma princesa que se divorcia do seu marido, após ele deixá-la para viver uma aventura amorosa. Em troca do divórcio, ela tem a guarda de sua adorada filha. Após uma intriga, ela se envolve em um escândalo na sociedade e por causa disso perde a guarda de sua filha. Nesse ponto, podemos ver como sempre as mulheres foram injustiçadas pela sociedade. Ela então entra em um relacionamento abusivo com um jogador compulsivo que lhe explora sem escrúpulos. Seu sonho é ter sua filha de volta. E então a protagonista entra em uma romaria cheia de sofrimento em busca da redenção final. O filme é belíssimo no aspecto visual e mesmo tocando em um assunto que eu odeio em filmes (o fato de o homem sempre poder trair, enquanto a mulher não), me envolvi bastante. Francesca Bertini era especial e tinha um estilo de atuação único. Mesmo o filme sendo descaradamente um dramalhão, ela não nos entrega uma atuação previsível e exagerada.
Casamento Liberal
3.2 2Gloria Swanson brilha em um filme datado e ultrapassado.Assisti até o fim por ela e pelo Olivier que também amo muito. Mas a história do filme é bem problemática. A história é sobre um casal que tem a relação abalada após a traição do marido. O marido então passa a suspeitar que a esposa também o traiu por "vingança". Então, fica aquela sensação de que "ele pode, ela não" e isso me irrita profundamente. Sei que não devo problematizar um filme da década de 30, mas o problema é que ele é raso e ruim em sua totalidade. rsrsrsrs
Crianças Sem Importância
4.8 1Uma crítica social pesadíssima e atual sobre crianças concebidas fora do casamento e que são marginalizadas pela sociedade. O filme fala em como essas crianças são ignoradas pela sociedade e ao mesmo tempo como são maltratadas. Outro ponto que o filme fala é justamente sobre o trabalho infantil. Há um sutil ataque no complicado processo de adoção que estava em vigor na época. É um filme bem pesado e triste, mas poderosíssimo. Eu fiquei feliz em ver como um filme com quase cem anos ainda possui o poder de tocar e fazer as pessoas refletirem. Me considero sortudo cada vez que vejo um filme mudo e sou tocado por ele. É um filme tão obscuro que foi eu que o cadastrei no Filmow. E isso me deixa bastante feliz, pois é uma oportunidade dele ser visto e conhecido.
Garotas Modernas
3.7 5Sou muito suspeito, mas amo os filmes dos anos 80. Descobrir esse filme foi muito legal. A trilha sonora é maravilhosa, com alguns hits que eu fanático pelos anos 80 já conhecia. Vale a pena ser descoberto.
Roma, Cidade Aberta
4.3 119 Assista AgoraAo assistir a esse filme, percebi o porquê de Ingrid Bergman ter escrito uma carta pra Rossellini, dizendo o quanto o filme havia impactado-a. Mesmo com um final tão sombrio e pessimista, é um belíssimo filme.
A Negra de...
4.4 71Um filme atual, necessário e doloroso.
Medo e Desejo
2.9 93 Assista AgoraAmo filmes de guerra, mas tenho o pé um pouco atrás com Kubrick, por achá-lo às vezes maçante, mas neste filme fui muito surpreendido positivamente. Eu sou apaixonado por close-ups e planos cinematográficos que poderiam ser tranquilamente uma fotografia distinta e neste filme é o que mais tem. A história eu achei muito boa, mas o filme me pegou mais pelo lado técnico mesmo.
Rapsódia Satânica
3.9 8Amando essa tour pelo cinema mudo italiano. É um mundo completamente diferente do cinema mudo americano. Ainda mais esses filmes de Divas que eram feitos exatamente para as atrizes brilharem. Esse filme é um escândalo artístico e merece ser descoberto pelos fãs do cinema mudo.
O Signo de Vênus
3.2 14Anna Magnani é minha atriz italiana favorita, mas Sophia Loren é a que mora no meu coração. Graças à ela que me familiarizei muito com o cinema italiano. Ao descobrir esse filme que eu nunca ouvi falar, escondido na Netflix, fiz questão de conferir e como sempre o cinema italiano não decepciona. Mesmo que o filme seja vendido como estrelado por Sophia Loren, eu enxergo duas protagonistas com o mesmo peso: além de Sophia, temos Franca Valeri. Enquanto Sophia faz a personagem desejada e popular, Franca faz a personagem mais simpática: a mulher sem tantos atributos, que quer encontrar alguém. Ao se consultar com uma cartomante e descobrir que está sobre o período de Vênus, ela decide então ir atrás do homem dos seus sonhos. Enquanto sua prima tem uma facilidade imensa para atrair homens, a personagem de Franca é mais complexa e acaba sempre atraindo homens com reputação duvidosa. Tanto Sophia, quanto Franca estão maravilhosas. E mesmo sendo uma comédia típica italiana, o final é bastante realista e desolador. Eu me identifiquei demais com a personagem de Franca e com o seu final.
Se puderem, assistam.
A Sétima Vítima
3.3 36Filme curto que prendeu minha atenção do começo ao fim.
Gira em torno de uma personagem que demora a aparecer e talvez o mistério sobre sua figura faça o filme ser tão atraente. Gosto muito dos filmes do Val Lewton, pois possuem uma atmosfera de mistério e terror não explícitos (tipo "Sangue de Pantera", um dos meus filmes de horror favoritos).
Private Lives
3.4 2Adaptação de uma peça de Noel Coward, que não queria de forma alguma Norma Shearer como protagonista da versão cinematográfica. Após diversos embates entre ele e Norma, ele acabou aceitando-a como protagonista. No final, ele acabou dando o braço a torcer de que Norma havia sido a escolha perfeita para o papel. Talvez naquela época, o filme tivesse algum tipo de atrativo ou encanto, mas para os dias atuais o filme mostra-se um pouco arrastado e atrasado, mesmo sendo um filme Pre-Code, isso não o isenta de ser um filme antiquado. Mesmo Coward, zombando do machismo, há ainda no filme passagens machistas, mas isso é o de menos. O que faz o filme ser chato em sua totalidade é o casal de protagonistas, que passam o filme inteiro brigando como se fossem crianças mimadas e birrentas. A gente como público, percebe que eles se separaram por ambos serem insuportáveis e mesmo assim eles persistem no erro. O filme só vale mesmo por Norma Shearer que era uma força da natureza nesses filmes Pre-Code.
Os Desgraçados Não Choram
4.1 11Todo filme de Joan Crawford que vejo pela primeira vez, sempre me lembro de quando eu não gostava dela como atriz e vejo como eu estava tão errado a respeito disso. Ela era uma atriz fabulosa, conseguia juntar glamour e talento e foi assim em boa parte de sua carreira, mas acho que foi na Warner que ela finalmente se encontrou e passou a ser respeitada, não só pelo Oscar em "Alma em Suplício", mas por boa parte dos filmes que fez no estúdio nesse período. Ela conseguiu provar que não estava de brincadeira. Neste filme ela interpreta uma mulher maltratada pelo passado, mas sem nenhum pudor em ir atrás de suas ambições, nem que isso custe usar outras pessoas para conseguir seus propósitos. A personagem mesmo com um passado de certa forma comovente, após sofrer uma tragédia, tem tudo para ser detestável, pela forma como trata as pessoas ao seu redor e brinca com o destino delas, mas é aí que entra o "toque" Joan Crawford. Essa mulher possuía um carisma tão gigantesco que até mesmo as vilãs (não chega a ser o caso nesse filme) a gente acaba amando. O filme em si é repleto de personagens que não são bons, mas são fascinantes. O mesmo se aplica à personagem de Joan. Ela possui tantos defeitos que a gente acaba apegando-se à ela, mesmo ela agindo da forma errada. Achei o filme em si maravilhoso, prendeu minha atenção do começo ao fim e passou num pulo. Eu ando valorizando muito filmes assim.
Quando uma Mulher Quer
3.2 1Eu fico muito triste por não ver o reconhecimento de Norma Shearer como uma das atrizes gloriosas da década de 30 (não excluindo sua participação na fase silenciosa do cinema, onde teve bons momentos e onde iniciou-se sua carreira). Principalmente na fase Pre-Code, onde ela reinou absoluta. Norma conseguia interpretar personagens livres de qualquer amarra moral e com a sexualidade livre, mas sempre trazia às personagens uma elegância e um toque de sofisticação que nenhuma outra atriz desse período conseguiu imitar. As outras atrizes sempre flertavam com a vulgaridade (não que isso seja ruim, muito pelo contrário), mas no balanço geral, não havia inovação. Esperava-se sempre que mulheres livres de pudores nos filmes Pre-Code, fossem na maioria das vezes prostitutas, ou de reputação duvidosa. Até que chegou Norma e mostrou que as garotas poderiam dormir com quantos quisessem e pudessem e mesmo assim manter a aura de sofisticação. Conseguiu mostrar que sexo e imoralidade não precisavam andar de mãos dadas nos filmes Pre-Code. Que uma mulher "bem educada" e de "sociedade" poderia ter uma vida sexual livre de rótulos. E infelizmente ela não é reconhecida por dar um outro contraponto a representação das mulheres nos filmes Pre-Code. Neste filme ela interpreta uma mulher com um passado bastante tumultuado, cheio de amantes. Ela se casa e vive feliz com seu marido até fazer uma viagem e se reencontrar com um dos seus amantes do passado. Após um acidente que gera um mal entendido sobre sua reputação, seu passado é posto em cheque pelo seu marido. Ela então decide se separar dele e cai nos braços do amante, até surgir a dúvida se esse é o caminho correto a seguir. A única coisa chata de muitos filmes Pre-Code é o fato das mulheres serem livres em boa parte dos filmes, mas no final elas retornam às amarras morais e sociais, dando a entender que a liberdade sexual é algo passageiro e que os valores sociais são as únicas coisas sólidas e verdadeiras.
Marie Curie: a mulher que iluminou o mundo
4.0 3No início, parecia ser bem tendencioso, já que focou em um escândalo amoroso vivido por Curie, mas depois acabei entendendo a proposta do documentário, em focar a vida amorosa, ao lado da vida familiar e profissional de Marie Curie. Realmente tratando-a como um gênio, mas ao mesmo tempo como ser humano. Mesmo sendo curto, é um documentário muito informativo.
Sangue Napolitano
2.1 2Filme que deu à Francesca Bertini a alcunha de Diva no cinema mudo italiano. É um filme com uma temática um pouco complicada. Mesmo com mais de cem anos de sua realização, dá abertura para debates sobre como a mulher era tratada na sociedade e no próprio cinema. Assunta vive um relacionamento abusivo com Michele, um homem explosivo e violento. Após uma crise tempestuosa de ciúmes dele, ele acaba indo preso. Assunta sente-se culpada pelo destino do amado, mesmo ele estando errado. E ela então para salvá-lo, vira amante do homem que pode salvar o seu amado. Porém, ela acaba sendo usada e descartada por este homem. Quando Michele sai da prisão, ele descobre o caso amoroso e uma nova tragédia acontece. O final é complicadíssimo de se digerir, ainda mais quando é percebido que Assunta é a real vítima dos homens, mas o filme foi feito em uma época em que as mulheres livres eram demonizadas dentro e fora do cinema. Nos resta apenas lamentar e discutir sobre isso.
Existe uma refilmagem com Anna Magnani.
Martha
4.0 23Filme tão perfeito que despertou meu ódio. Fiquei apreensivo durante toda a exibição. Torci por Martha, para que ela despertasse, mas chega um ponto do filme que a gente acaba pegando ódio da submissão dela. Fassbinder era perfeito em conduzir filmes com personagens femininas autodestrutivas, mas no caso de Martha, ela também permitiu que a destruíssem.
Nada é Sagrado
3.6 8 Assista AgoraSempre é um prazer imenso (re)ver algum filme com Carole Lombard. Fazia muito tempo que tinha visto este aqui e não me lembrava de quase nada. Acabei revendo-o por acidente (estava atrás de outro filme e ele apareceu) e não me arrependi. Uma comédia bem gostosa de se assistir. E ainda tem Fredric March, um dos atores mais talentosos (e lindos) que já passaram por Hollywood e um dos meus atores favoritos.
Fassbinder - Amor Sem Cobranças
3.8 4Documentário de 2015, sobre o diretor alemão, com depoimentos de algumas pessoas que trabalharam e conviveram com ele, entre elas Hanna Schygulla, sua maior musa. Gostei bastante por saber que Fassbinder não era uma pessoa fácil de lidar e o documentário não o santifica e toca exatamente nessa ferida, sem ferir a genialidade e o legado do gênio.
"Meu objetivo é fazer filmes que sejam perfeitos, que sejam indistinguíveis dos filmes franceses, italianos ou americanos, mas que permaneçam como reflexos pessoais de seu criador e que não possam ser confundidos com o trabalho de outra pessoa."
Os Deuses da Peste
3.2 3Um filme com visual impecável e uma Hanna Schygulla totalmente inspirada. Tais adjetivos, fazem com que a gente perdoe um roteiro vazio.