Hedy Lamarr está fantástica como uma mulher a princípio ambígua, mas que se revela totalmente perversa para atingir os seus objetivos. O pôster do filme já entrega sobre o caráter da personagem: ela pode ser boa, quanto má e realmente é isso. Ela com alguns personagens age realmente por bondade, mas quando é para atingir os seus ideais, ela se torna uma mulher fria e manipuladora. E chega a uma parte do filme em que ela se torna totalmente má e segue assim até o final. Há uma dose de feminismo interessante no filme: quando a protagonista ascende socialmente, ela não esquece da única mulher que esteve ao seu lado e procura ajudá-la. Achei isso muito bacana.
Amo Miriam Hopkins e acho que Hollywood foi muito injusta com ela. Ela era uma atriz intensa, visceral, às vezes caricata, mas completamente talentosa e carismática. Ouso dizer que nesse filme está uma de suas melhores e mais subestimadas performances, já que o que foi delegado à Miriam foi a alcunha de "rival de Bette Davis" e é assim que ela infelizmente é lembrada até hoje. O filme conta a história de uma neta de um juiz que de certa forma tem uma vida amorosa e sexual livre. Ela se relaciona com diversos homens sem propor nada e sem esperar nada deles. Sua vida muda após um acidente em uma estrada ao lado de um de seus admiradores. Ambos são levados para um local chefiado por um "gângster" e sua quadrilha. Eles contrabandeiam bebidas. Com o local repleto de homens e apenas duas mulheres incluindo a protagonista, a gente teme pela integridade dela e acredito que esse seja o ponto principal do filme: nos deixar aflitos sobre o que pode acontecer com a protagonista. O inevitável acontece e ela acaba sendo estuprada pelo "gângster" e eu acho que é onde a personagem sofre uma grande transmutação e passa a enxergar o mundo de uma maneira mais pessimista. Quando ela tem a oportunidade de dizer a verdade sobre os horrores que sofreu, ela simplesmente recua e quem presta atenção na história sabe que talvez as pessoas não acreditem nela, justamente por ela ter um estilo de vida livre. Eu gostei bastante desse filme e fico imaginando o furor que ele causou na época de sua exibição. É um filme que tem toda a raiz do Pre-Code e merece ser redescoberto.
Um documentário em que Vera Chytilová fala um pouco sobre sua carreira, seus pontos de vista sobre a vida, família, religião, casamento e ao mesmo tempo mostra o seu cotidiano. Eu achei um documentário apaixonante. Achei Vera uma mulher muito sábia e sensata. Ela se abre de duas formas: como a profissional que enfrentou diversos desafios para manter sua carreira e como a mulher que viveu tudo isso e construiu sua família e tirou grandes lições de tudo que passou pela vida. Vale muito a pena conferir esse documentário e ele está presente na edição lançada pela Obras-Primas do Cinema. Esse lançamento foi uma das minhas maiores alegrias e realizações profissionais.
Uma deliciosa comédia britânica sobre machismo em um ambiente de trabalho. uma mulher bem sucedida é enviada para uma viagem para descobrir novas oportunidades de negócio. Ela é designada para essa função, por ameaçar os homens de sua companhia, que se reúnem e armam essa viagem para distanciá-la dos negócios. No caminho ela conhece um herdeiro de uma loja de tecidos que retorna à sua terra natal para assumir os negócios de seu recém-falecido pai. Como ele não entende de nada, chama essa mulher para administrar sua empresa, causando uma ciumeira geral entre os homens que estavam lá há mais tempo, mas causando mais ódio no funcionário de maior confiança do falecido dono. Ele então decide armar diversos planos para sabotar a ascensão da mulher que promove diversas mudanças a fim de fazer a empresa crescer e se modernizar. O filme possui um humor extremamente inteligente e refinado, beirando às vezes o humor negro. Há muitas piadas visuais que é necessário estar muito atento para não deixar passar. O filme é bem curtinho, mas redondinho e os minutos finais são os mais engraçados. Há uma sequência muito bem elaborada e hilária dentro de um apartamento. Fiquei muito triste e frustrado em saber que esse filme não é tão famoso.
Nossa! Que filmão! Assistindo a ele vi tanta coisa que continua atual em nosso mundo. Os pobres que se sentem ricos, os ricos que se sentem superiores aos pobres, a hipocrisia, o falso moralismo... Cèlestine é uma protagonista nada convencional, nota-se que ela não se choca nem um pouco com o ambiente repleto de hipocrisia e até mesmo bizarrices. Ela está ali sobrevivendo e tentando não se sucumbir ao sistema, mas ao modo dela. Gostei muito. É um filme muito envolvente e nada monótomo. Aquele final de impunidade é um soco bem dado e mais uma vez atual.
As pessoas sempre cobram um novo "Picolino" dos filmes de Fred Astaire e Ginger Rogers e acusam os outros filmes (com exceção de "A História de Vernon e Irene Castle") de serem apenas repetições desse. Eu concordo em partes. Alguns filmes da dupla são um pouco repetitivos, mas o que diferenciam uns dos outros são os números musicais e convenhamos que em cada filme da dupla há pelo menos um grande número musical que faz destoar qualquer semelhança com os outros filmes. No caso desse filme, há dois números musicais muito bons: o dos patins e o final, das máscaras. Acho que não há necessidade de cobrar nada dos filmes de Fred Astaire e Ginger Rogers, pois eles foram feitos em uma época em que os filmes estavam ali para distrair as pessoas. Pode ser que esse filme seja um pouco fraquinho comparado com outros, mas pior que "Voando para o Rio" ele não é.
Esse é o filme da minha adolescência, quando comecei a me apaixonar por filmes. Acho que via esse filme mais de 6 vezes por ano. Vi tanto que enjoei e passei anos sem revê-lo. Bateu aquela saudade e o revi depois de tempos e a percepção continua a mesma. Continua sendo um filme muito legal de se assistir e com uma ótima trilha sonora. Não há motivos para cobrar grandes coisas e nem problematizar. O que acho interessante nessa minha última revisão é que o aborto é o tema principal do filme: sem ele o filme não teria motivo de existir. E é interessante ver que esse filme passava normalmente na televisão à tarde e hoje podemos ver o tanto que retrocedemos.
Terceiro e último filme da parceria Gaynor-Farrell-Bozarge. Os outros dois filmes "Sétimo Céu" e "O Anjo das Ruas", também são muito bons e singelos como esse. É aquele tipo de filme para os otimistas, onde tudo é possível e pode acontecer. Esse filme possuía duas versões: a silenciosa e uma versão parcialmente sonora. Durante anos as duas versões eram consideradas perdidas, até que no final da década de 80, a versão silenciosa foi encontrada. Ainda bem.
Em minha opinião é um bom filme da fase de ouro da Hammer. Tem toda a atmosfera do estúdio e mesmo após tantos anos, ainda mantêm o fascínio. Acho que a graça do filme (assim como a maioria dos filmes da Hammer) é a tensão em torno da figura: aquele suspense em mostrar as mortes, mas não mostrar o monstro, deixando isso pra uma boa parte final do filme. Gostei bastante.
Eu amo esse filme desde adolescente. Via sempre que passava na televisão e me marcou muito, porém fiquei muito tempo sem revê-lo e bateu aquela saudade. Foi engraçado pois, faz tanto tempo que não revejo, que praticamente foi como se estivesse vendo pela primeira vez. Uma ou outra coisa eu lembrava. Continua um filme muito bom. A minha maior surpresa nos últimos tempos, foi descobrir que ele foi dirigido por uma mulher. Talvez por isso seja um filme tão bom. É um filme de ação, mas com personagens muito bem construídos e complexos. Não é aquele filme de ação "fast food". Johnny Utah é o mocinho, mas não é necessariamente cheio de testosterona. Ele é bastante impulsivo e teimoso e comete diversos erros durante o filme. Bodhi acaba sendo um vilão "boa pinta", talvez pelo carisma gigantesco de Patrick Swayze (como faz falta). Um dos motivos que eu amo esse filme é pela fotografia ensolarada que capta bem aquele início (e já distante) de anos 90 e isso acaba deixando o filme com um tom nostálgico.
Eis um filme que eu não esperava muito e que acabou e surpreendendo bastante. É nítido que esse filme foi feito pra reavivar o sucesso de "Gilda", feito anos antes, mas acho que no fundo quem brilha no filme é Rita Hayworth. A história é muito boa e prende bastante a atenção. E o filme é bom do começo ao final. E o figurino usado por Rita Hayworth é espetacular. Impossível não reparar na beleza dos vestidos usados por ela, principalmente o vestido preto brilhante.
Filme que retrata a homossexualidade em uma época em que ela era marginalizada na Inglaterra. Gostei muito, embora às vezes o filme fique um pouco cansativo, mas a ansiedade de saber o desfecho dos personagens me manteve ligado. Mesmo se passando em um período bem distante, acho a história atual: ainda temos os gays que jogam o jogo da sociedade e temos os que decidem ser livres. Gostei do filme abordar esses dois lados e gostei mais ainda de que não houve um desfecho digamos "trágico", algo bem comum em filmes que abordam homossexualidade.
Esse filme foi considerado perdido por décadas, até ser encontrada uma cópia na Itália, no final dos anos 90. Sua restauração demorou certa de dois anos (entre 2012 e 2014). Em 2014 passou a ser exibido e redescoberto pelas novas gerações. É uma comédia muito gostosa de se assistir e tem um cunho feminista: a protagonista é uma garota viva, uma "party girl", que adora ferveção. Ela por acidente conhece o filho do seu patrão (que vai assumir os negócios do pai a partir do dia seguinte) em uma festa e se apaixonam, sem ela saber da condição dele. No dia posterior, por chegar atrasada, é chamada na diretoria para levar uma bronca e descobre que seu amado é seu novo patrão. Eles então acabam brigando e o pai do rapaz descobre que ele está apaixonado por ela. Por achar que a moça não é digna de seu filho, ele a demite e então a confusão está armada. O cunho feminista do filme se dá, pelo fato do pai do rapaz além de achar a moça inferior socialmente, acha que ela não é uma moça séria pelo fato de apenas querer saber de festas e diversão. Há também os conflitos familiares da moça com o pai, um homem machista e bem atrasado. Há uma parte bem interessante em que ela deixa claro que ela ajuda nas contas da casa e que tem o direito de se divertir e fazer o que bem entender. Colleen Moore está apaixonante.
A história é sobre um homem que vai trabalhar como pianista em uma boate gay, porém ele é um homem completamente mal resolvido sexualmente e até a namorada dele percebe isso e tenta fazer com que ele resolva esse conflito interno. A tensão aumenta, quando o gerente do local se aproxima dele e ele passa a lutar internamente contra seus desejos. A história principal é ótima e o filme trabalha bem isso, porém o ápice só ocorre nos minutos finais o que é uma pena. Se fosse bem mais explorado o ápice, o filme seria bem melhor. Eu tô amando ver esses queer movies dos anos 60 e 70 pra ver como era a cultura gay nessas décadas. O filme também explora bem o período em que foi realizado.
Descobri que assisti a uma versão censurada e que existe uma versão com dez minutos a mais.
Um filme confuso e bagunçado demais. E lento. A única coisa boa é que a homossexualidade é tratada de forma aberta e bem despudorada (franceses sempre pisando no resto do mundo).
A sinopse e o título do filme dá a entender que o filme volta ao passado e mostra detalhadamente a vida do protagonista, principalmente quando ele se torna um espião, mas não é nada disso. O filme se concentra na fase colegial do protagonista, mostrando o romance dele por um colega e sua luta por enfrentar a hipocrisia que toma conta do colégio. O filme não é ruim. Eu gostei bastante, mas o que estraga é a sinopse que promete uma coisa, mas mostra outra. No final do filme dá a entender que o protagonista decidiu trair seu país como forma de "vingança" por não ter sido aceito como homossexual no colégio.
E o Vento Levou... Foi o primeiro filme clássico que vi na vida, ainda pequeno e me marcou demais. Desde então ele está sempre comigo. E é também um dos melhores filmes que vi. Impressionante que mesmo vendo ele diversas vezes, o fascínio não diminui. É um filme que nasceu realmente pra ser imortal. E ele não é bom apenas por ser um épico de quatro horas. Ele é bom por ser um filme em que tudo funciona e mesmo com essa duração imensa, ele prende a atenção do começo ao fim, com personagens envolventes. Scarlett O'Hara pra mim é uma das melhores personagens que o cinema já concebeu: ela é a anti-heroína que mesmo tendo diversos defeitos, é impossível não amá-la. Ela começa o filme como uma garota mimada e aos trancos e barrancos acaba amadurecendo, mas aquela essência de garota mimada ainda permanece com ela, causando diversos conflitos. Sua coragem e força para manter viva a fazenda, a memória de dias felizes é fascinante. A interpretação de Vivien Leigh é poderosa e o Oscar foi um prêmio justo. A interpretação dela está entre uma das minhas favoritas de todos os tempos. Clark Gable também está ótimo, eu particularmente tenho problemas com ele: achava que ele sempre estava fazendo o mesmo tipo: o homem machão e antipático. Aqui ele faz o mesmo tipo, porém Rhett consegue escapar da antipatia que o ator sempre trazia consigo e passava pros seus personagens. Eu gosto também demais de Melanie, talvez a única personagem realmente boa e humana do filme. Olivia de Havilland quase foi prejudicada pela Warner, quando decidiu bater de frente com Jack Warner, por causa desse papel. E valeu a pena. Uma de suas melhores e grandes atuações. Há um equilíbrio entre as atuações de Vivien e Olivia. Enquanto Vivien vinha com uma atuação forte, Olivia trazia suavidade e isso ficou perfeito na tela. Leslie Howard é um ator que eu amo demais e acho tão injusto a fama de "picolé de chuchu" que ele tem, mas ele fazia muitas vezes personagens bem apáticos e talvez isso causou essa fama, mas ele era imenso, um grande ator. E ele fez um Ashley totalmente covarde e indeciso. Um cara que não sabe se morde ou assopra. Um personagem fraco e que é impossível torcer por ele. Outro destaque é Hattie McDaniel, como Mammy. Ganhou o Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante e levantou discussões sobre o racismo em Hollywood. Foi a pioneira e merece todas as homenagens possíveis, pois era um tempo complicado para uma pessoa negra. Enfim, amo demais esse filme e ele é um daqueles casos de filmes que passam voando e a gente nem percebe de tão bom que é.
Era um filme que Bette não queria fazer de jeito nenhum. Ela achava que a personagem era jovem demais para ela. Porém, foi obrigada por Jack Warner a fazer, afinal as pessoas pagavam para ver Bette Davis fazendo maldades. Bette então tentou criar a personagem de uma forma que ela não fosse tão imatura. Acredito que ela tenha conseguido, mesmo sendo um grande desafio, já que Stanley é uma personagem imatura, porém o que destaca nela é a sua dissimulação. Bette conseguiu desviar as atenções para esse fator na personagem. Stanley começa o filme como uma mulher mimada, quase infantil, que é protegida pela mãe e pelo tio (em uma relação um tanto desconfortável, quase insinuando o incesto), mas evolui para uma mulher extremamente má e dissimulada, capaz de passar a perna em qualquer um ao seu redor. Uma trama de fundo do filme é sobre o racismo e esse filme incomodou um pouco justamente por isso. Com o racismo tão vertente naquela época, ver um filme que de forma sutil dava um tapa na cara da sociedade é bem interessante. Bette e Olivia eram sensacionais. Bette era a estrela e Olivia sabia disso, mas as duas possuíam um equilíbrio fantástico e ambas acabavam em cena tendo a mesma importância. Acho fantástico isso. Não é à toa que foram grandes amigas durante a vida toda. Uma fofoca em off para quem não sabe: Olivia e John Huston, o diretor do filme, tiveram um affair durante as filmagens. Não preciso nem dizer que adoro esse filme né?
É uma comédia LGBT+ bem obscura de 1969. Foi um dos primeiros filmes a abordar abertamente a homossexualidade. Como estamos falando de um filme da década de 60, é claro que a abordagem é completamente arcaica e diferente dos filmes de hoje. Há as piadas homofóbicas, há os esteriótipos, mas mesmo assim é um bom filme, pois é bem o retrato de sua época. O filme fala sobre dois amigos que não querem servir o exército e se passam por gays, já que o exército não aceita homossexuais. Por medo da farsa ser descoberta, eles decidem morar juntos e se passarem por homossexuais, já que eles acham que estão sendo vigiados. É claro que a situação rende diversas confusões e eu achei maravilhoso que no final de certa forma eles pagaram por terem feito isso. Eles também sentem na pele as dores que um gay sente, mas como são heterossexuais, isso passa despercebido pra eles, mas não pra gente que está assistindo. Há também a homofobia clássica das pessoas que os rodeiam, coisas que infelizmente continuam bem atuais. Eu gostei muito desse filme, procurei assistir sem problematizar e me diverti bastante.
Dirigido por Rouben Mamoulian é baseado em uma obra de Leon Tolstoyi. O filme é protagonizado por Anna Sten e Fredric March. Anna Sten foi uma "descoberta" de Samuel Goldwyn, na tentativa de se criar uma "rival" para Greta Garbo. Vinda da Rússia, a atriz foi um barro que Hollywood queria de qualquer forma fazer vingar, mas ela não se adaptou ao sistema e todos os filmes estrelados por ela (incluindo esse) foram fracassos. Acabou tendo seu contrato reincidido e passou a fazer menos filmes. No filme o forte é a atuação de Fredric March, que começa como um jovem cheio de ideais, mas que acaba se corrompendo com a sociedade e a vida de luxos. Após cometer uma falha grave, que deixa até a gente que acompanha o filme dividido, o personagem percebe seu grande erro e luta por redenção. A atuação de March é divina, principalmente quando o personagem tenta se redimir do seu erro. Era muito raro naquela época ver um homem chorar em cena. Fredric fez uma cena chorando e é impactante. É ele que faz o filme funcionar. Sobre Anna, eu acho que ela foi uma escolha equivocada para o papel. Não é antipática, porém é imatura e chega a beirar o overacting. Não dá pra ter muita pena da personagem, apenas quando a história dá uma guinada e sua personagem tem a vida modificada é que ela consegue entrar no eixo, mas até chegar nessa parte é complicado ver cenas com ela. Nota-se até que Fredric não tem muita paciência. Acaba transparecendo isso. Mas no balanço geral não é um filme ruim, se vermos pela perspectiva de Fredric March.
O que me fascina no cinema russo é o cuidado em filmar cada cena e fazer com que cada uma delas pareçam uma sequência de fotos. Nesse filme tem muito isso. Eu fiquei mais empolgado com a fotografia, do que com a história em si, mas isso não quer dizer que eu não gostei. Talvez precise futuramente revê-lo com outros olhos para gostar plenamente.
Flor do Mal
3.7 18 Assista AgoraHedy Lamarr está fantástica como uma mulher a princípio ambígua, mas que se revela totalmente perversa para atingir os seus objetivos. O pôster do filme já entrega sobre o caráter da personagem: ela pode ser boa, quanto má e realmente é isso. Ela com alguns personagens age realmente por bondade, mas quando é para atingir os seus ideais, ela se torna uma mulher fria e manipuladora. E chega a uma parte do filme em que ela se torna totalmente má e segue assim até o final. Há uma dose de feminismo interessante no filme: quando a protagonista ascende socialmente, ela não esquece da única mulher que esteve ao seu lado e procura ajudá-la. Achei isso muito bacana.
Levada à Força
3.8 6Amo Miriam Hopkins e acho que Hollywood foi muito injusta com ela. Ela era uma atriz intensa, visceral, às vezes caricata, mas completamente talentosa e carismática. Ouso dizer que nesse filme está uma de suas melhores e mais subestimadas performances, já que o que foi delegado à Miriam foi a alcunha de "rival de Bette Davis" e é assim que ela infelizmente é lembrada até hoje. O filme conta a história de uma neta de um juiz que de certa forma tem uma vida amorosa e sexual livre. Ela se relaciona com diversos homens sem propor nada e sem esperar nada deles. Sua vida muda após um acidente em uma estrada ao lado de um de seus admiradores. Ambos são levados para um local chefiado por um "gângster" e sua quadrilha. Eles contrabandeiam bebidas. Com o local repleto de homens e apenas duas mulheres incluindo a protagonista, a gente teme pela integridade dela e acredito que esse seja o ponto principal do filme: nos deixar aflitos sobre o que pode acontecer com a protagonista. O inevitável acontece e ela acaba sendo estuprada pelo "gângster" e eu acho que é onde a personagem sofre uma grande transmutação e passa a enxergar o mundo de uma maneira mais pessimista. Quando ela tem a oportunidade de dizer a verdade sobre os horrores que sofreu, ela simplesmente recua e quem presta atenção na história sabe que talvez as pessoas não acreditem nela, justamente por ela ter um estilo de vida livre. Eu gostei bastante desse filme e fico imaginando o furor que ele causou na época de sua exibição. É um filme que tem toda a raiz do Pre-Code e merece ser redescoberto.
Saco de Pulgas
3.8 6 Assista AgoraDos trabalhos de Vera Chytilová que acompanhei até agora, esse foi o que menos gostei. Não me senti atraído nem pela história e nem pelas personagens.
Zazie no Metrô
3.8 85Um simpático filme de Louis Malle. Gostei bastante e é repleto de personagens carismáticos.
Estranha Fascinação
3.8 16Um elenco com o trio de atores que eu gosto muito e uma história bem envolvente.
Jornada - Um Retrato de Vera Chytilová
4.2 3Um documentário em que Vera Chytilová fala um pouco sobre sua carreira, seus pontos de vista sobre a vida, família, religião, casamento e ao mesmo tempo mostra o seu cotidiano. Eu achei um documentário apaixonante. Achei Vera uma mulher muito sábia e sensata. Ela se abre de duas formas: como a profissional que enfrentou diversos desafios para manter sua carreira e como a mulher que viveu tudo isso e construiu sua família e tirou grandes lições de tudo que passou pela vida. Vale muito a pena conferir esse documentário e ele está presente na edição lançada pela Obras-Primas do Cinema. Esse lançamento foi uma das minhas maiores alegrias e realizações profissionais.
A Batalha dos Sexos
3.4 2Uma deliciosa comédia britânica sobre machismo em um ambiente de trabalho. uma mulher bem sucedida é enviada para uma viagem para descobrir novas oportunidades de negócio. Ela é designada para essa função, por ameaçar os homens de sua companhia, que se reúnem e armam essa viagem para distanciá-la dos negócios. No caminho ela conhece um herdeiro de uma loja de tecidos que retorna à sua terra natal para assumir os negócios de seu recém-falecido pai. Como ele não entende de nada, chama essa mulher para administrar sua empresa, causando uma ciumeira geral entre os homens que estavam lá há mais tempo, mas causando mais ódio no funcionário de maior confiança do falecido dono. Ele então decide armar diversos planos para sabotar a ascensão da mulher que promove diversas mudanças a fim de fazer a empresa crescer e se modernizar. O filme possui um humor extremamente inteligente e refinado, beirando às vezes o humor negro. Há muitas piadas visuais que é necessário estar muito atento para não deixar passar. O filme é bem curtinho, mas redondinho e os minutos finais são os mais engraçados. Há uma sequência muito bem elaborada e hilária dentro de um apartamento. Fiquei muito triste e frustrado em saber que esse filme não é tão famoso.
O Diário de uma Camareira
3.7 27 Assista AgoraNossa! Que filmão!
Assistindo a ele vi tanta coisa que continua atual em nosso mundo. Os pobres que se sentem ricos, os ricos que se sentem superiores aos pobres, a hipocrisia, o falso moralismo...
Cèlestine é uma protagonista nada convencional, nota-se que ela não se choca nem um pouco com o ambiente repleto de hipocrisia e até mesmo bizarrices. Ela está ali sobrevivendo e tentando não se sucumbir ao sistema, mas ao modo dela. Gostei muito. É um filme muito envolvente e nada monótomo. Aquele final de impunidade é um soco bem dado e mais uma vez atual.
Vamos Dançar
3.9 18As pessoas sempre cobram um novo "Picolino" dos filmes de Fred Astaire e Ginger Rogers e acusam os outros filmes (com exceção de "A História de Vernon e Irene Castle") de serem apenas repetições desse. Eu concordo em partes. Alguns filmes da dupla são um pouco repetitivos, mas o que diferenciam uns dos outros são os números musicais e convenhamos que em cada filme da dupla há pelo menos um grande número musical que faz destoar qualquer semelhança com os outros filmes. No caso desse filme, há dois números musicais muito bons: o dos patins e o final, das máscaras. Acho que não há necessidade de cobrar nada dos filmes de Fred Astaire e Ginger Rogers, pois eles foram feitos em uma época em que os filmes estavam ali para distrair as pessoas. Pode ser que esse filme seja um pouco fraquinho comparado com outros, mas pior que "Voando para o Rio" ele não é.
Dirty Dancing: Ritmo Quente
3.8 1,5K Assista AgoraEsse é o filme da minha adolescência, quando comecei a me apaixonar por filmes. Acho que via esse filme mais de 6 vezes por ano. Vi tanto que enjoei e passei anos sem revê-lo. Bateu aquela saudade e o revi depois de tempos e a percepção continua a mesma. Continua sendo um filme muito legal de se assistir e com uma ótima trilha sonora. Não há motivos para cobrar grandes coisas e nem problematizar. O que acho interessante nessa minha última revisão é que o aborto é o tema principal do filme: sem ele o filme não teria motivo de existir. E é interessante ver que esse filme passava normalmente na televisão à tarde e hoje podemos ver o tanto que retrocedemos.
Lucky Star
4.2 4Terceiro e último filme da parceria Gaynor-Farrell-Bozarge. Os outros dois filmes "Sétimo Céu" e "O Anjo das Ruas", também são muito bons e singelos como esse. É aquele tipo de filme para os otimistas, onde tudo é possível e pode acontecer. Esse filme possuía duas versões: a silenciosa e uma versão parcialmente sonora. Durante anos as duas versões eram consideradas perdidas, até que no final da década de 80, a versão silenciosa foi encontrada. Ainda bem.
A Serpente
3.3 23Em minha opinião é um bom filme da fase de ouro da Hammer. Tem toda a atmosfera do estúdio e mesmo após tantos anos, ainda mantêm o fascínio. Acho que a graça do filme (assim como a maioria dos filmes da Hammer) é a tensão em torno da figura: aquele suspense em mostrar as mortes, mas não mostrar o monstro, deixando isso pra uma boa parte final do filme. Gostei bastante.
Caçadores de Emoção
3.7 471 Assista AgoraEu amo esse filme desde adolescente. Via sempre que passava na televisão e me marcou muito, porém fiquei muito tempo sem revê-lo e bateu aquela saudade. Foi engraçado pois, faz tanto tempo que não revejo, que praticamente foi como se estivesse vendo pela primeira vez. Uma ou outra coisa eu lembrava. Continua um filme muito bom. A minha maior surpresa nos últimos tempos, foi descobrir que ele foi dirigido por uma mulher. Talvez por isso seja um filme tão bom. É um filme de ação, mas com personagens muito bem construídos e complexos. Não é aquele filme de ação "fast food". Johnny Utah é o mocinho, mas não é necessariamente cheio de testosterona. Ele é bastante impulsivo e teimoso e comete diversos erros durante o filme. Bodhi acaba sendo um vilão "boa pinta", talvez pelo carisma gigantesco de Patrick Swayze (como faz falta). Um dos motivos que eu amo esse filme é pela fotografia ensolarada que capta bem aquele início (e já distante) de anos 90 e isso acaba deixando o filme com um tom nostálgico.
Uma Viúva em Trinidad
3.7 11 Assista AgoraEis um filme que eu não esperava muito e que acabou e surpreendendo bastante. É nítido que esse filme foi feito pra reavivar o sucesso de "Gilda", feito anos antes, mas acho que no fundo quem brilha no filme é Rita Hayworth. A história é muito boa e prende bastante a atenção. E o filme é bom do começo ao final. E o figurino usado por Rita Hayworth é espetacular. Impossível não reparar na beleza dos vestidos usados por ela, principalmente o vestido preto brilhante.
Maurice
4.0 190Filme que retrata a homossexualidade em uma época em que ela era marginalizada na Inglaterra. Gostei muito, embora às vezes o filme fique um pouco cansativo, mas a ansiedade de saber o desfecho dos personagens me manteve ligado. Mesmo se passando em um período bem distante, acho a história atual: ainda temos os gays que jogam o jogo da sociedade e temos os que decidem ser livres. Gostei do filme abordar esses dois lados e gostei mais ainda de que não houve um desfecho digamos "trágico", algo bem comum em filmes que abordam homossexualidade.
Ver para Crer
4.6 2Esse filme foi considerado perdido por décadas, até ser encontrada uma cópia na Itália, no final dos anos 90. Sua restauração demorou certa de dois anos (entre 2012 e 2014). Em 2014 passou a ser exibido e redescoberto pelas novas gerações. É uma comédia muito gostosa de se assistir e tem um cunho feminista: a protagonista é uma garota viva, uma "party girl", que adora ferveção. Ela por acidente conhece o filho do seu patrão (que vai assumir os negócios do pai a partir do dia seguinte) em uma festa e se apaixonam, sem ela saber da condição dele. No dia posterior, por chegar atrasada, é chamada na diretoria para levar uma bronca e descobre que seu amado é seu novo patrão. Eles então acabam brigando e o pai do rapaz descobre que ele está apaixonado por ela. Por achar que a moça não é digna de seu filho, ele a demite e então a confusão está armada. O cunho feminista do filme se dá, pelo fato do pai do rapaz além de achar a moça inferior socialmente, acha que ela não é uma moça séria pelo fato de apenas querer saber de festas e diversão. Há também os conflitos familiares da moça com o pai, um homem machista e bem atrasado. Há uma parte bem interessante em que ela deixa claro que ela ajuda nas contas da casa e que tem o direito de se divertir e fazer o que bem entender. Colleen Moore está apaixonante.
Sábado À Noite Na Sauna
2.4 4A história é sobre um homem que vai trabalhar como pianista em uma boate gay, porém ele é um homem completamente mal resolvido sexualmente e até a namorada dele percebe isso e tenta fazer com que ele resolva esse conflito interno. A tensão aumenta, quando o gerente do local se aproxima dele e ele passa a lutar internamente contra seus desejos. A história principal é ótima e o filme trabalha bem isso, porém o ápice só ocorre nos minutos finais o que é uma pena. Se fosse bem mais explorado o ápice, o filme seria bem melhor. Eu tô amando ver esses queer movies dos anos 60 e 70 pra ver como era a cultura gay nessas décadas. O filme também explora bem o período em que foi realizado.
Descobri que assisti a uma versão censurada e que existe uma versão com dez minutos a mais.
Johan
2.8 25Um filme confuso e bagunçado demais. E lento. A única coisa boa é que a homossexualidade é tratada de forma aberta e bem despudorada (franceses sempre pisando no resto do mundo).
Memórias de um Espião
3.3 14A sinopse e o título do filme dá a entender que o filme volta ao passado e mostra detalhadamente a vida do protagonista, principalmente quando ele se torna um espião, mas não é nada disso. O filme se concentra na fase colegial do protagonista, mostrando o romance dele por um colega e sua luta por enfrentar a hipocrisia que toma conta do colégio. O filme não é ruim. Eu gostei bastante, mas o que estraga é a sinopse que promete uma coisa, mas mostra outra. No final do filme dá a entender que o protagonista decidiu trair seu país como forma de "vingança" por não ter sido aceito como homossexual no colégio.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraE o Vento Levou...
Foi o primeiro filme clássico que vi na vida, ainda pequeno e me marcou demais. Desde então ele está sempre comigo. E é também um dos melhores filmes que vi. Impressionante que mesmo vendo ele diversas vezes, o fascínio não diminui. É um filme que nasceu realmente pra ser imortal. E ele não é bom apenas por ser um épico de quatro horas. Ele é bom por ser um filme em que tudo funciona e mesmo com essa duração imensa, ele prende a atenção do começo ao fim, com personagens envolventes. Scarlett O'Hara pra mim é uma das melhores personagens que o cinema já concebeu: ela é a anti-heroína que mesmo tendo diversos defeitos, é impossível não amá-la. Ela começa o filme como uma garota mimada e aos trancos e barrancos acaba amadurecendo, mas aquela essência de garota mimada ainda permanece com ela, causando diversos conflitos. Sua coragem e força para manter viva a fazenda, a memória de dias felizes é fascinante. A interpretação de Vivien Leigh é poderosa e o Oscar foi um prêmio justo. A interpretação dela está entre uma das minhas favoritas de todos os tempos. Clark Gable também está ótimo, eu particularmente tenho problemas com ele: achava que ele sempre estava fazendo o mesmo tipo: o homem machão e antipático. Aqui ele faz o mesmo tipo, porém Rhett consegue escapar da antipatia que o ator sempre trazia consigo e passava pros seus personagens. Eu gosto também demais de Melanie, talvez a única personagem realmente boa e humana do filme. Olivia de Havilland quase foi prejudicada pela Warner, quando decidiu bater de frente com Jack Warner, por causa desse papel. E valeu a pena. Uma de suas melhores e grandes atuações. Há um equilíbrio entre as atuações de Vivien e Olivia. Enquanto Vivien vinha com uma atuação forte, Olivia trazia suavidade e isso ficou perfeito na tela. Leslie Howard é um ator que eu amo demais e acho tão injusto a fama de "picolé de chuchu" que ele tem, mas ele fazia muitas vezes personagens bem apáticos e talvez isso causou essa fama, mas ele era imenso, um grande ator. E ele fez um Ashley totalmente covarde e indeciso. Um cara que não sabe se morde ou assopra. Um personagem fraco e que é impossível torcer por ele. Outro destaque é Hattie McDaniel, como Mammy. Ganhou o Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante e levantou discussões sobre o racismo em Hollywood. Foi a pioneira e merece todas as homenagens possíveis, pois era um tempo complicado para uma pessoa negra. Enfim, amo demais esse filme e ele é um daqueles casos de filmes que passam voando e a gente nem percebe de tão bom que é.
Nascida Para o Mal
4.1 31Era um filme que Bette não queria fazer de jeito nenhum. Ela achava que a personagem era jovem demais para ela. Porém, foi obrigada por Jack Warner a fazer, afinal as pessoas pagavam para ver Bette Davis fazendo maldades. Bette então tentou criar a personagem de uma forma que ela não fosse tão imatura. Acredito que ela tenha conseguido, mesmo sendo um grande desafio, já que Stanley é uma personagem imatura, porém o que destaca nela é a sua dissimulação. Bette conseguiu desviar as atenções para esse fator na personagem. Stanley começa o filme como uma mulher mimada, quase infantil, que é protegida pela mãe e pelo tio (em uma relação um tanto desconfortável, quase insinuando o incesto), mas evolui para uma mulher extremamente má e dissimulada, capaz de passar a perna em qualquer um ao seu redor. Uma trama de fundo do filme é sobre o racismo e esse filme incomodou um pouco justamente por isso. Com o racismo tão vertente naquela época, ver um filme que de forma sutil dava um tapa na cara da sociedade é bem interessante. Bette e Olivia eram sensacionais. Bette era a estrela e Olivia sabia disso, mas as duas possuíam um equilíbrio fantástico e ambas acabavam em cena tendo a mesma importância. Acho fantástico isso. Não é à toa que foram grandes amigas durante a vida toda. Uma fofoca em off para quem não sabe: Olivia e John Huston, o diretor do filme, tiveram um affair durante as filmagens. Não preciso nem dizer que adoro esse filme né?
Os Enganadores
3.3 3É uma comédia LGBT+ bem obscura de 1969. Foi um dos primeiros filmes a abordar abertamente a homossexualidade. Como estamos falando de um filme da década de 60, é claro que a abordagem é completamente arcaica e diferente dos filmes de hoje. Há as piadas homofóbicas, há os esteriótipos, mas mesmo assim é um bom filme, pois é bem o retrato de sua época. O filme fala sobre dois amigos que não querem servir o exército e se passam por gays, já que o exército não aceita homossexuais. Por medo da farsa ser descoberta, eles decidem morar juntos e se passarem por homossexuais, já que eles acham que estão sendo vigiados. É claro que a situação rende diversas confusões e eu achei maravilhoso que no final de certa forma eles pagaram por terem feito isso. Eles também sentem na pele as dores que um gay sente, mas como são heterossexuais, isso passa despercebido pra eles, mas não pra gente que está assistindo. Há também a homofobia clássica das pessoas que os rodeiam, coisas que infelizmente continuam bem atuais. Eu gostei muito desse filme, procurei assistir sem problematizar e me diverti bastante.
Voltar a Viver
3.1 2Dirigido por Rouben Mamoulian é baseado em uma obra de Leon Tolstoyi. O filme é protagonizado por Anna Sten e Fredric March. Anna Sten foi uma "descoberta" de Samuel Goldwyn, na tentativa de se criar uma "rival" para Greta Garbo. Vinda da Rússia, a atriz foi um barro que Hollywood queria de qualquer forma fazer vingar, mas ela não se adaptou ao sistema e todos os filmes estrelados por ela (incluindo esse) foram fracassos. Acabou tendo seu contrato reincidido e passou a fazer menos filmes. No filme o forte é a atuação de Fredric March, que começa como um jovem cheio de ideais, mas que acaba se corrompendo com a sociedade e a vida de luxos. Após cometer uma falha grave, que deixa até a gente que acompanha o filme dividido, o personagem percebe seu grande erro e luta por redenção. A atuação de March é divina, principalmente quando o personagem tenta se redimir do seu erro. Era muito raro naquela época ver um homem chorar em cena. Fredric fez uma cena chorando e é impactante. É ele que faz o filme funcionar. Sobre Anna, eu acho que ela foi uma escolha equivocada para o papel. Não é antipática, porém é imatura e chega a beirar o overacting. Não dá pra ter muita pena da personagem, apenas quando a história dá uma guinada e sua personagem tem a vida modificada é que ela consegue entrar no eixo, mas até chegar nessa parte é complicado ver cenas com ela. Nota-se até que Fredric não tem muita paciência. Acaba transparecendo isso. Mas no balanço geral não é um filme ruim, se vermos pela perspectiva de Fredric March.
A Balada do Soldado
4.3 48 Assista AgoraO que me fascina no cinema russo é o cuidado em filmar cada cena e fazer com que cada uma delas pareçam uma sequência de fotos. Nesse filme tem muito isso. Eu fiquei mais empolgado com a fotografia, do que com a história em si, mas isso não quer dizer que eu não gostei. Talvez precise futuramente revê-lo com outros olhos para gostar plenamente.