Documentário de 2015, sobre o diretor alemão, com depoimentos de algumas pessoas que trabalharam e conviveram com ele, entre elas Hanna Schygulla, sua maior musa. Gostei bastante por saber que Fassbinder não era uma pessoa fácil de lidar e o documentário não o santifica e toca exatamente nessa ferida, sem ferir a genialidade e o legado do gênio. "Meu objetivo é fazer filmes que sejam perfeitos, que sejam indistinguíveis dos filmes franceses, italianos ou americanos, mas que permaneçam como reflexos pessoais de seu criador e que não possam ser confundidos com o trabalho de outra pessoa."
Nunca tinha visto antes, mas há anos tinha curiosidade em ver. Gostei bastante. Muito despretensioso e não há necessidade alguma em ficar comparando a qualidade dele com o primeiro filme estrelado por Elvira.
Um filme com uma boa trama de "terror" que poderia ter sido bem mais explorada em sua duração. A trama sobrenatural só ganha força nos 20 minutos finais. O restante do filme foca em um homem ambicioso em busca de um segredo macabro para enriquecer.
O sex appeal de Rudolph Valentino, mantêm-se vivo mesmo tendo se passado tanto tempo. A gente consegue ter uma noção de como ele conseguia mexer com o público daquela época. Aqui ele faz como sempre o sedutor, mas ele também teve a oportunidade de mostrar seu lado dramático e é uma experiência única poder presenciar isso. Mesmo com todos os exageros de sua atuação, coisa que o cinema mudo exigia, ele era sim um gigante. Nita Naldi, uma das mais injustiçadas vamps do cinema mudo, tem aqui uma participação bem pequena, mas memorável. Suas cenas transmitem muita malícia e sensualidade. Ela era perfeita. Esse filme na época fracassou e é uma pena, pois eu o achei muito bom.
É um filme que requer muita paciência e não é fácil de gostar de primeira. Essa é a segunda vez que o vejo. O filme é curto, mas isso não significa que seja ágil. Às vezes dá a sensação de andar em círculos. O que realmente o faz ser valorizado é a estética: os cenários, a maquiagem e os figurinos. Os cenários desenhados são praticamente um trabalho artesanal e nem por isso deixam de ser apaixonantes. Os figurinos todos descaracterizados como exige o bom Expressionismo também fascinam. A maquiagem então, nem se fala. Outro ponto a favor do filme é o tom da filmagem ser quase que um teatro filmado. Esse é um daqueles filmes que ficam maiores após sofrer uma revisão.
Uma adaptação de Sir Arthur Conan Doyle bastante agradável de se assistir e bem despretensiosa. Mais fascinante que o filme é a história por trás de sua descoberta, já que passou anos sendo considerado um filme perdido. Foi descoberta uma cópia no acervo de um padre que era muito cinéfilo. Anos depois diversos fãs de Sherlock Holmes se mobilizaram pelo mundo, para a restauração e exibição desse filme. Há apenas duas cópias desse filme hoje em dia e ambas estão incompletas. O resultado final da restauração é uma junção desses dois materiais que não se completam, mas fazem com que o filme possa ser visto de uma forma próxima ao original. Vale a pena citar que ainda faltam dois rolos desse filme, que foram substituídos por fotos que contam a história, mas isso acaba sendo bastante charmoso, pois os restauradores fizeram de uma forma muito aceitável e não compromete o entendimento do filme.
Primeiramente, não tenho obrigação nenhuma de falar bem de um filme que agride minha raça. Em segundo lugar vejo muitos cinéfilos (brancos em sua totalidade) defendendo esse filme com o argumento de que mesmo tendo um conteúdo racista, é um filme importante para o cinema por ter revolucionado. Revolucionado o quê? eu me pergunto. Pessoas que usam esse argumento para defender esse filme, com toda a certeza possuem um conhecimento bastante superficial sobre cinema mudo, já que existem obras muito superiores a essa (em todos os sentidos imagináveis), mas que infelizmente não receberam a aclamação que essa recebeu. Nesse mesmo período haviam filmes que abordavam racismo de forma humana e correta. Alice Guy-Blaché usou um elenco totalmente negro em um filme. Isso em 1912. Há também nesse mesmo período um curta-metragem falando sobre racismo e bullying dirigido por Lule Warrington. A única coisa que pode ser atribuída a esse filme é a forma em que os negros são retratados e em como nas décadas posteriores eles foram estereotipados justamente da mesma forma em que foram nesse filme: foram retratados como burros, imbecis, agressivos, fanfarrões, preguiçosos, predadores sexuais, vingativos. Fora o uso do Blackface que foi a coisa mais grotesca que eu já vi em toda minha vida. Há negros no elenco, mas em sua maioria há atores brancos fazendo Blackface da forma mais caricata possível. Griffith era um gênio. Isso não há dúvidas, mas como todo gênio era arrogante e esse filme é a maior prova disso, pois ele pensou que passaria impune produzindo esse filme e o tiro saiu pela culatra. Foi duramente criticado e continuou a produzir obras de arte, mas com a bola bem baixa. É impossível assistir esse filme e não sentir repulsa. O filme é dividido em duas partes: a primeira parte é bastante monótoma. A segunda parte é onde começa realmente o show de horrores, trazendo a Klu Klux Klan como a salvadora do mundo, promovendo uma higienização racial. O final mostra o vislumbre de um "Paraíso Branco", o que provoca mais indignação. Esse filme pra mim parece um delírio racista.
Uma interessante crítica social sobre uma mulher que é enganada por um homem que a obriga a se prostituir. Inconformada, ela acaba cometendo um crime passional, passa por um julgamento, sendo absolvida, mas sendo totalmente demonizada pela sociedade. O filme questiona justamente se as pessoas que cometem crimes merecem uma segunda chance. O mais legal por trás dos bastidores é que foi um filme produzido, escrito e dirigido (mesmo sem créditos) por mulheres. No roteiro tem Dorothy Arzner antes de se tornar uma diretora de cinema.
Vi um documentário sobre Agnès, onde a própria cita esse filme e diz que ele não foi um grande sucesso. A sinopse me cativou, já que é um filme que fala sobre cinema. Tive que vê-lo o mais rápido depressa. Algo dentro de mim me dizia que eu iria amar esse filme e essa intuição mostrou-se certa. Eu adorei demais esse filme e fiquei muito encantado com a sensibilidade e delicadeza de Agnès. As referências cinematográficas em todos os cantos. Não sabia se acompanhava os diálogos ou se prestava atenção no cenário repleto de referências aos filmes. Foi um filme que prendeu muito a minha atenção e eu não queria que acabasse tão cedo. Se eu pudesse escolher viver dentro de um filme, este teria grandes chances de ser o escolhido.
Uma das minhas maiores felicidades como uma pessoa que ama cinema, foi ter tido a oportunidade de conhecer o trabalho de Agnès Varda, me identificar e ser tocado por ele. Ela foi uma das poucas pessoas que dirigem filmes que conseguiu me arrebatar logo no primeiro filme que vi (Sem Teto, Nem Lei). Ela possuía um olhar muito peculiar e sensível. Ela enxergava grandeza nas coisas mínimas, no cotidiano, naquilo que passa despercebido por muitos. Ver esse documentário só reforçou o amor e admiração que sinto por ela. Ela era inteligente e possuía uma visão doce sobra a vida. Ela sabia aproveitar todos os momentos e acho que sua filmografia mostra um pouco sobre ela. Foi muito bom poder vê-la fazer um resumo de sua carreira e vida. E Agnès é uma diretora que jamais será conjugada no passado. Ela será sempre atual.
Documentário sobre um casal que administrou uma livraria com conteúdo erótico direcionado ao público gay, por mais de 40 anos, passando pelo boom da pornografia, o auge da epidemia da Aids, a chegada da internet e a decadência por causa da pirataria. Até a metade, o documentário conta com algumas curiosidades sobre a livraria, alternando com momentos históricos vividos durante a sua operação. No meio pro final, o documentário adquire um tom mais familiar, mostrando como os donos lidaram com a homossexualidade de um dos filhos, já que até então eles separavam o trabalho da vida familiar, mas quando um dos elementos do seu trabalho, está presente em sua família, começam os conflitos para a aceitação plena. Eu gostei bastante e valorizo qualquer obra que mostre a história do movimento gay. Eu acho isso importante, pois vejo a nova geração gay ignorar completamente o legado dos pioneiros. E o documentário mostra justamente a dificuldade de um gay naquele período em conviver com sua sexualidade que era marginalizada e encontrar um lugar em que pudesse viver livremente a sua sexualidade sem qualquer tipo de restrições. Como eu peguei o final dessa parte do movimento, eu me identifiquei muito com o documentário e acho válido as novas gerações valorizarem mais sua liberdade de ser quem são e sempre que possível pagarem tributo para aqueles que lutaram bem antes para tudo o que foi conquistado.
É um bom filme de "suspense", mas eu esperava uma boa reviravolta, já que muitas pessoas que viram esse filme diziam que "não iam falar o que acontece pra não estragar a experiência com o filme". Ganhou essa nota por me manter na expectativa de que algo mirabolante fosse acontecer... mas não aconteceu.
Segundo filme falado de Norma Talmadge que literalmente segura o filme todo. O resto é puro desastre. Esse foi o último filme em que Talmadge atuou e é uma pena. Sua voz era bastante aceitável e ela passava bastante naturalidade nas cenas, mesmo tendo na bagagem, todo aquele exagero típico dos filmes mudos. Mas devido a dois fracassos seguidos nos filmes falados ela decidiu sair de cena.
Sempre acreditei na versatilidade de Audrey Hepburn. Apenas lhe faltavam mais papéis que pudessem lhe fazer justiça. Ao ver esse filme constei que ela poderia fazer qualquer papel que quisesse.
Eu adoro Ginger Rogers e gostaria de ver muito mais filmes com ela. A melhor coisa que ela fez em sua carreira foi ter se desvencilhado dos filmes com Fred Astaire. Eu amo cada filme deles (exceto "Voando para o Rio"), mas quando ela rompeu essa parceria ela pôde tornar-se gigante. Ela possuía um ego inflado, mas sabia do seu talento. E eu a adoro por isso. O filme é daqueles romances água com açúcar que eu tanto adoro e tanto Ginger quanto Joseph Cotten que é um ator que eu adoro muito estão perfeitos. Shirley Temple com aquela carinha de cachorro que caiu da mudança é apenas um item decorativo no filme.
Alguns filmes de Carole Lombard funcionavam perfeitamente na época em que foram exibidos, porém não resistiram ao tempo. Hoje, podemos ver a falta de qualidade no roteiro de muitos deles, mas isso pelo menos pra mim não diminui em nada seu legado. Eu a amo e sempre vou lamentar o fato dela ter morrido tão nova e no ápice do seu talento. Ela teria muito mais a nos oferecer se não tivesse ocorrido aquele acidente... Como disse, os filmes podem não ter passado no teste do tempo, mas Carole sobreviveu. Ela sempre quis se aprofundar em filmes dramáticos e queria deixar um pouco de lado as comédias que a consagraram, mas o público não aceitou bem essa mudança. Esse filme, não considero como comédia pura, é mais um drama com leve doses de humor. Talvez seja desse jeito para que o público na época aceitasse Carole nesse tipo de papel. O filme mesmo curto, peca um pouco na enrolação no meio do filme, mas nos momentos finais onde explode uma corrente de drama, vale cada minuto. E Carole poderia ter sido uma das maiores atrizes dramáticas, se o público permitisse e se ela não tivesse entrado naquele avião...
Uma Katharine Hepburn gloriosa interpretando uma mulher livre que não abre mão do que ela é, mas ao se apaixonar por um homem casado é obrigada a rever seus conceitos. O que prevalecerá: o amor ou a liberdade? Eu me identifiquei muito com a personagem e eu adorei o final dela que condizia com tudo o que ela era e sentia. Direção de Dorothy Arzner.
Produzido na Alemanha em 1928, é um filme bastante obscuro. Quando fiz uma pesquisa sobre filmes que abordavam homossexualidade nos primórdios do cinema, ele nem chegou a aparecer nas minhas pesquisas. Descobri por indicação de um amigo. O título traduzido é "Sexo Aprisionado - A Angústia Sexual dos Presidiários". Achei um filme muito ousado pra época. O filme conta a história de um homem que comete um crime acidental e é preso por três anos. Nesse período ele sofre de abstinência sexual, até o momento em que um novo colega de cela faz com que ele quebre seus padrões. O filme em si não gira apenas nisso: ele fala também sobre quem está do lado de fora, no caso a mulher dele, que também sofre de abstinência sexual e luta de todas as formas para não traí-lo. Além disso, mostra o processo de readaptação do preso à sociedade, um processo que pode ser trágico no final. Eu gostei demais desse filme e foi uma alegria muito grande poder vê-lo, mesmo com intertítulos em francês, comprometendo um pouco o entendimento dos diálogos, mas consegui absorver a história e ser tocado por ela.
Segunda vez que tento assistir a esse filme e ele não me desce. Tem Bela Lugosi ator que eu gosto muito, mas nem a presença dele conseguiu prender minha atenção.
Fassbinder - Amor Sem Cobranças
3.8 4Documentário de 2015, sobre o diretor alemão, com depoimentos de algumas pessoas que trabalharam e conviveram com ele, entre elas Hanna Schygulla, sua maior musa. Gostei bastante por saber que Fassbinder não era uma pessoa fácil de lidar e o documentário não o santifica e toca exatamente nessa ferida, sem ferir a genialidade e o legado do gênio.
"Meu objetivo é fazer filmes que sejam perfeitos, que sejam indistinguíveis dos filmes franceses, italianos ou americanos, mas que permaneçam como reflexos pessoais de seu criador e que não possam ser confundidos com o trabalho de outra pessoa."
Os Deuses da Peste
3.2 3Um filme com visual impecável e uma Hanna Schygulla totalmente inspirada. Tais adjetivos, fazem com que a gente perdoe um roteiro vazio.
As Loucas Aventuras de Elvira
3.0 138 Assista AgoraNunca tinha visto antes, mas há anos tinha curiosidade em ver. Gostei bastante. Muito despretensioso e não há necessidade alguma em ficar comparando a qualidade dele com o primeiro filme estrelado por Elvira.
A Dama de Espadas
3.5 9Um filme com uma boa trama de "terror" que poderia ter sido bem mais explorada em sua duração. A trama sobrenatural só ganha força nos 20 minutos finais. O restante do filme foca em um homem ambicioso em busca de um segredo macabro para enriquecer.
Neste Mundo e no Outro
4.0 40 Assista AgoraFiquei fascinado pela história e pela fotografia deslumbrante presente em todo filme da dupla Pressburger e Powell.
Cobra
3.7 3O sex appeal de Rudolph Valentino, mantêm-se vivo mesmo tendo se passado tanto tempo. A gente consegue ter uma noção de como ele conseguia mexer com o público daquela época. Aqui ele faz como sempre o sedutor, mas ele também teve a oportunidade de mostrar seu lado dramático e é uma experiência única poder presenciar isso. Mesmo com todos os exageros de sua atuação, coisa que o cinema mudo exigia, ele era sim um gigante. Nita Naldi, uma das mais injustiçadas vamps do cinema mudo, tem aqui uma participação bem pequena, mas memorável. Suas cenas transmitem muita malícia e sensualidade. Ela era perfeita. Esse filme na época fracassou e é uma pena, pois eu o achei muito bom.
Da Aurora à Meia-noite
3.5 5É um filme que requer muita paciência e não é fácil de gostar de primeira. Essa é a segunda vez que o vejo. O filme é curto, mas isso não significa que seja ágil. Às vezes dá a sensação de andar em círculos. O que realmente o faz ser valorizado é a estética: os cenários, a maquiagem e os figurinos. Os cenários desenhados são praticamente um trabalho artesanal e nem por isso deixam de ser apaixonantes. Os figurinos todos descaracterizados como exige o bom Expressionismo também fascinam. A maquiagem então, nem se fala. Outro ponto a favor do filme é o tom da filmagem ser quase que um teatro filmado. Esse é um daqueles filmes que ficam maiores após sofrer uma revisão.
O Cão dos Baskervilles
3.8 3Uma adaptação de Sir Arthur Conan Doyle bastante agradável de se assistir e bem despretensiosa.
Mais fascinante que o filme é a história por trás de sua descoberta, já que passou anos sendo considerado um filme perdido. Foi descoberta uma cópia no acervo de um padre que era muito cinéfilo. Anos depois diversos fãs de Sherlock Holmes se mobilizaram pelo mundo, para a restauração e exibição desse filme. Há apenas duas cópias desse filme hoje em dia e ambas estão incompletas. O resultado final da restauração é uma junção desses dois materiais que não se completam, mas fazem com que o filme possa ser visto de uma forma próxima ao original. Vale a pena citar que ainda faltam dois rolos desse filme, que foram substituídos por fotos que contam a história, mas isso acaba sendo bastante charmoso, pois os restauradores fizeram de uma forma muito aceitável e não compromete o entendimento do filme.
O Nascimento de uma Nação
3.0 231Primeiramente, não tenho obrigação nenhuma de falar bem de um filme que agride minha raça. Em segundo lugar vejo muitos cinéfilos (brancos em sua totalidade) defendendo esse filme com o argumento de que mesmo tendo um conteúdo racista, é um filme importante para o cinema por ter revolucionado. Revolucionado o quê? eu me pergunto. Pessoas que usam esse argumento para defender esse filme, com toda a certeza possuem um conhecimento bastante superficial sobre cinema mudo, já que existem obras muito superiores a essa (em todos os sentidos imagináveis), mas que infelizmente não receberam a aclamação que essa recebeu. Nesse mesmo período haviam filmes que abordavam racismo de forma humana e correta. Alice Guy-Blaché usou um elenco totalmente negro em um filme. Isso em 1912. Há também nesse mesmo período um curta-metragem falando sobre racismo e bullying dirigido por Lule Warrington. A única coisa que pode ser atribuída a esse filme é a forma em que os negros são retratados e em como nas décadas posteriores eles foram estereotipados justamente da mesma forma em que foram nesse filme: foram retratados como burros, imbecis, agressivos, fanfarrões, preguiçosos, predadores sexuais, vingativos. Fora o uso do Blackface que foi a coisa mais grotesca que eu já vi em toda minha vida. Há negros no elenco, mas em sua maioria há atores brancos fazendo Blackface da forma mais caricata possível. Griffith era um gênio. Isso não há dúvidas, mas como todo gênio era arrogante e esse filme é a maior prova disso, pois ele pensou que passaria impune produzindo esse filme e o tiro saiu pela culatra. Foi duramente criticado e continuou a produzir obras de arte, mas com a bola bem baixa. É impossível assistir esse filme e não sentir repulsa. O filme é dividido em duas partes: a primeira parte é bastante monótoma. A segunda parte é onde começa realmente o show de horrores, trazendo a Klu Klux Klan como a salvadora do mundo, promovendo uma higienização racial. O final mostra o vislumbre de um "Paraíso Branco", o que provoca mais indignação. Esse filme pra mim parece um delírio racista.
Sublime Redenção
3.3 1Uma interessante crítica social sobre uma mulher que é enganada por um homem que a obriga a se prostituir. Inconformada, ela acaba cometendo um crime passional, passa por um julgamento, sendo absolvida, mas sendo totalmente demonizada pela sociedade. O filme questiona justamente se as pessoas que cometem crimes merecem uma segunda chance. O mais legal por trás dos bastidores é que foi um filme produzido, escrito e dirigido (mesmo sem créditos) por mulheres. No roteiro tem Dorothy Arzner antes de se tornar uma diretora de cinema.
Pecadora sem Mácula
3.9 2Norma Talmadge, a rainha dos filmes dramáticos no cinema mudo.
As Cento e Uma Noites
3.6 18Vi um documentário sobre Agnès, onde a própria cita esse filme e diz que ele não foi um grande sucesso. A sinopse me cativou, já que é um filme que fala sobre cinema. Tive que vê-lo o mais rápido depressa. Algo dentro de mim me dizia que eu iria amar esse filme e essa intuição mostrou-se certa. Eu adorei demais esse filme e fiquei muito encantado com a sensibilidade e delicadeza de Agnès. As referências cinematográficas em todos os cantos. Não sabia se acompanhava os diálogos ou se prestava atenção no cenário repleto de referências aos filmes. Foi um filme que prendeu muito a minha atenção e eu não queria que acabasse tão cedo. Se eu pudesse escolher viver dentro de um filme, este teria grandes chances de ser o escolhido.
Varda Por Agnès
4.4 40Uma das minhas maiores felicidades como uma pessoa que ama cinema, foi ter tido a oportunidade de conhecer o trabalho de Agnès Varda, me identificar e ser tocado por ele. Ela foi uma das poucas pessoas que dirigem filmes que conseguiu me arrebatar logo no primeiro filme que vi (Sem Teto, Nem Lei). Ela possuía um olhar muito peculiar e sensível. Ela enxergava grandeza nas coisas mínimas, no cotidiano, naquilo que passa despercebido por muitos. Ver esse documentário só reforçou o amor e admiração que sinto por ela. Ela era inteligente e possuía uma visão doce sobra a vida. Ela sabia aproveitar todos os momentos e acho que sua filmografia mostra um pouco sobre ela. Foi muito bom poder vê-la fazer um resumo de sua carreira e vida. E Agnès é uma diretora que jamais será conjugada no passado. Ela será sempre atual.
Atrás da Estante
3.6 53Documentário sobre um casal que administrou uma livraria com conteúdo erótico direcionado ao público gay, por mais de 40 anos, passando pelo boom da pornografia, o auge da epidemia da Aids, a chegada da internet e a decadência por causa da pirataria. Até a metade, o documentário conta com algumas curiosidades sobre a livraria, alternando com momentos históricos vividos durante a sua operação. No meio pro final, o documentário adquire um tom mais familiar, mostrando como os donos lidaram com a homossexualidade de um dos filhos, já que até então eles separavam o trabalho da vida familiar, mas quando um dos elementos do seu trabalho, está presente em sua família, começam os conflitos para a aceitação plena. Eu gostei bastante e valorizo qualquer obra que mostre a história do movimento gay. Eu acho isso importante, pois vejo a nova geração gay ignorar completamente o legado dos pioneiros. E o documentário mostra justamente a dificuldade de um gay naquele período em conviver com sua sexualidade que era marginalizada e encontrar um lugar em que pudesse viver livremente a sua sexualidade sem qualquer tipo de restrições. Como eu peguei o final dessa parte do movimento, eu me identifiquei muito com o documentário e acho válido as novas gerações valorizarem mais sua liberdade de ser quem são e sempre que possível pagarem tributo para aqueles que lutaram bem antes para tudo o que foi conquistado.
O Silêncio do Lago
3.7 176É um bom filme de "suspense", mas eu esperava uma boa reviravolta, já que muitas pessoas que viram esse filme diziam que "não iam falar o que acontece pra não estragar a experiência com o filme". Ganhou essa nota por me manter na expectativa de que algo mirabolante fosse acontecer... mas não aconteceu.
Du Barry, A Sedutora
2.0 1Segundo filme falado de Norma Talmadge que literalmente segura o filme todo. O resto é puro desastre. Esse foi o último filme em que Talmadge atuou e é uma pena. Sua voz era bastante aceitável e ela passava bastante naturalidade nas cenas, mesmo tendo na bagagem, todo aquele exagero típico dos filmes mudos. Mas devido a dois fracassos seguidos nos filmes falados ela decidiu sair de cena.
Um Clarão nas Trevas
4.2 185Sempre acreditei na versatilidade de Audrey Hepburn. Apenas lhe faltavam mais papéis que pudessem lhe fazer justiça. Ao ver esse filme constei que ela poderia fazer qualquer papel que quisesse.
Ver-te Ei Outra Vez
4.0 11Eu adoro Ginger Rogers e gostaria de ver muito mais filmes com ela. A melhor coisa que ela fez em sua carreira foi ter se desvencilhado dos filmes com Fred Astaire. Eu amo cada filme deles (exceto "Voando para o Rio"), mas quando ela rompeu essa parceria ela pôde tornar-se gigante. Ela possuía um ego inflado, mas sabia do seu talento. E eu a adoro por isso. O filme é daqueles romances água com açúcar que eu tanto adoro e tanto Ginger quanto Joseph Cotten que é um ator que eu adoro muito estão perfeitos. Shirley Temple com aquela carinha de cachorro que caiu da mudança é apenas um item decorativo no filme.
Nascidos Para Casar
3.5 6Alguns filmes de Carole Lombard funcionavam perfeitamente na época em que foram exibidos, porém não resistiram ao tempo. Hoje, podemos ver a falta de qualidade no roteiro de muitos deles, mas isso pelo menos pra mim não diminui em nada seu legado. Eu a amo e sempre vou lamentar o fato dela ter morrido tão nova e no ápice do seu talento. Ela teria muito mais a nos oferecer se não tivesse ocorrido aquele acidente... Como disse, os filmes podem não ter passado no teste do tempo, mas Carole sobreviveu. Ela sempre quis se aprofundar em filmes dramáticos e queria deixar um pouco de lado as comédias que a consagraram, mas o público não aceitou bem essa mudança. Esse filme, não considero como comédia pura, é mais um drama com leve doses de humor. Talvez seja desse jeito para que o público na época aceitasse Carole nesse tipo de papel. O filme mesmo curto, peca um pouco na enrolação no meio do filme, mas nos momentos finais onde explode uma corrente de drama, vale cada minuto. E Carole poderia ter sido uma das maiores atrizes dramáticas, se o público permitisse e se ela não tivesse entrado naquele avião...
Depois do Casamento
3.0 12Um Pre-Code com uma personagem que tinha tudo pra ser causadora, mas na metade do filme torna-se uma chata de galocha.
Assim Amam as Mulheres
2.9 5Uma Katharine Hepburn gloriosa interpretando uma mulher livre que não abre mão do que ela é, mas ao se apaixonar por um homem casado é obrigada a rever seus conceitos. O que prevalecerá: o amor ou a liberdade? Eu me identifiquei muito com a personagem e eu adorei o final dela que condizia com tudo o que ela era e sentia. Direção de Dorothy Arzner.
A Vida Sexual dos Prisioneiros
3.4 5Produzido na Alemanha em 1928, é um filme bastante obscuro. Quando fiz uma pesquisa sobre filmes que abordavam homossexualidade nos primórdios do cinema, ele nem chegou a aparecer nas minhas pesquisas. Descobri por indicação de um amigo. O título traduzido é "Sexo Aprisionado - A Angústia Sexual dos Presidiários". Achei um filme muito ousado pra época. O filme conta a história de um homem que comete um crime acidental e é preso por três anos. Nesse período ele sofre de abstinência sexual, até o momento em que um novo colega de cela faz com que ele quebre seus padrões. O filme em si não gira apenas nisso: ele fala também sobre quem está do lado de fora, no caso a mulher dele, que também sofre de abstinência sexual e luta de todas as formas para não traí-lo. Além disso, mostra o processo de readaptação do preso à sociedade, um processo que pode ser trágico no final. Eu gostei demais desse filme e foi uma alegria muito grande poder vê-lo, mesmo com intertítulos em francês, comprometendo um pouco o entendimento dos diálogos, mas consegui absorver a história e ser tocado por ela.
Um Balde de Sangue
3.7 23 Assista AgoraPoderia se chamar "Um Balde de Chorume".
Os Assassinatos da Rua Morgue
3.3 36Segunda vez que tento assistir a esse filme e ele não me desce. Tem Bela Lugosi ator que eu gosto muito, mas nem a presença dele conseguiu prender minha atenção.