Épico viking traz violência, divindades e cenas bizarras em pacote extremamente completo por Robert Eggers.
Antes de qualquer coisa, dizer que esse filme é uma cópia de Rei Leão é uma das coisas mais ridículas e desinformadas que já li por aqui. Sim, a história em si não tem muita inovação, pois é um modelo clássico de história de vingança a partir da lenda de Amleth, que influenciou a cultura pop de Shakespare à Disney.
Robbert Eggers, na minha opinião, atinge um ápice se comparado com suas obras místicas anteriores, que estão longe de serem ruins, mas não chegam nos picos técnicos e de emoção desse filme, que traz uma imersão aos rituais e à violência nua e crua dos vikings.
E o que dizer sobre a parte técnica? Somente elogios, com uma fotografia insana de boa, trilha sonora imersiva (no cinema é um show a parte), desenvolvimento, montagem, e claro.. o elenco forte! Ninguém aqui fica pra trás, todos tem um momento especial para brilhar, mesmo Björk com seus menos de 5 minutos de tela consegue trazer muito impacto. Nicole Kidman consegue roubar um pouco de atenção para suas plásticas, mas sua performance é incrível! Skarsgard e Taylor-Joy fazem uma dupla perigosa e marcante.
Não curte sangue? Medo de cenas bizarras? Melhor não conferir. Northman não economiza nas bizarrices, mesmo que justificadas. A história leva a vários momentos de rituais, tudo em nome das divindades e da honra. Batalhas violentas não faltam, mas muito bem coreografadas e com momentos de agonia na dose certa.
Northman é o filme épico que há tempos não aparecia e veio pra ficar. Com todas as suas qualidades técnicas, Eggers mostra que tem muito a entregar e consegue repaginar uma estrutura conhecida em entretenimento de primeira! Mesmo com a base conhecida, as reviravoltas podem te pegar de surpresa, vale muito a pena conferir. Perfeito!
Aos fãs da indústria Marvel de cinema que gostam de piadinhas bobinhas em personagens arrogantes.. provavelmente esse não é o melhor filme pra vocês. Em compensação, se você deseja ver o personagem Doutor Estranho com 100% de presença na tela.. melhor considerar que a presença do furacão Wanda, ou Feiticeira Escarlate, vai mudar em muito os rumos de Multiverso da Loucura.
Vejo que o maior ponto alto do filme é a direção de Sam Raimi, com todos os "modos Raimi" de ser durante o filme, e as entrelaçadas que a história oferece com seus imprevistos. As características voltadas mais para o terror estão presentes, mas não são dominantes, em um filme com muito mais suspense e cenas pesadas do que normalmente se vê nos filmes Marvel. Uma pitada de trash também existe, até em cenas de batalha, trazendo o tom agridoce de cômico com agressivo, atualmente muito visto nos filmes de James Gunn, por exemplo.
Sobre a trama, é super interessante o contexto do multiverso, mas deixa a desejar na estruturação. O filme se inicia quase sem partida definida, e não é aparente a divisão de início, meio e fim, não que isso seja um problema, mas pode ser difícil para quem não conhece nada da história. O lado bom disso é que os momentos de embate são constantes e nem sempre previstos.
Outra questão da trama que pode causar incômodo é a pouca ou quase nenhuma citação aos transtornos causados ao multiverso pela história de "Sem Volta para Casa", quase como se não houvessem acontecido.
O filme tem uma quantidade considerável de gente nova, mesmo que não seja do jeito que os fãs desejem, e que vale a pena conhecer.
A alegria dura pouco de ver novas versões (interessantes!) de heróis já conhecidos e do idolatrado Professor Charles Xavier, mas tudo isso para reforçar os potenciais da Feiticeira. Não chore, meu povo, lembrem-se de que eles estão em outro universo quando isso aconteceu! Não vai passar de um pesadelo rs.
Alguém que veio, aparentemente, para ficar é a personagem America Chavez, ao meu ver um dos pontos mais fracos do filme pelo seu desenvolvimento vazio e justificativa risível, mesmo que seja de suma importância para a trama.
A morte (ou perca) de suas mães por ter se assustado com uma abelha é, ao meu ver, a parte mais ridícula do filme.
Benedict Cumberbatch e Elizabeth Olsen roubam a cena e marcam muita presença, com seus personagens sendo apresentados de maneiras diferentes ao longo da história. A evolução da Feiticeira é assustadora e, por incrível que pareça depois de tantas reviravoltas, emocionante.
Por fim, os efeitos são fantásticos, embates bem coreografados, música no ponto pelo incrível Danny Elfman, e apesar de não ser tão emocionante quanto o antecessor "Sem Volta para Casa", tem um final glorioso de reflexão e traz ares novos para os (multi)universos da Marvel. A presença de Sam Raimi trouxe todo o toque especial de tom sombrio para um dos filmes mais ousados do estúdio, e isso é sempre válido! Bom filme!
Vi esse filme inteiro somente quando assisti no cinema em seu lançamento (foi difícil, mas consegui chegar até o final da sessão). Depois de anos de seu lançamento, tentei reassistir em 2022 com 0 sucesso (nada surpreso por isso), interrompi o filme aos 30 minutos.
É o ápice da bobagem desse triângulo amoroso, com carícias forçadas (algumas até contra a vontade), uma rixa entre lobisomem e vampiro que mais parece um desejo enrustido e uma donzela em perigo que depende dos dois perdidos para sua proteção.
Se tem algo que salva, é a trilha sonora, Neutron Star Collision é uma das minhas músicas favoritas da vida. Não somente fraco, o terceiro filme consegue ser muito ruim, não precisando assistir completo pra essa conclusão. Fujaaaaa!
Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças é um soco no estômago.
Ainda me lembro da sensação do final na primeira vez que assisti: tristeza, por pensar que toda luta por amor é limpa e que toda a falta de esforço para mantê-lo seria injusta, até saber que o lado do outro pode ser a escolha de não amar. Me causou intensas reflexões, mesmo não conseguindo compreender 100% da história, e a vontade de rever várias vezes, se tornando um dos meus filmes favoritos da vida. A reflexão é o maior presente.
Com um elenco de ouro, mesmo que com cada um deles ainda se desenvolvendo, o filme tem um contraste entre simplicidade, atuação verdadeira, efeitos especiais breves mas convincentes, fotografia linda, e uma mistura temporal que exige que você preste atenção a cada detalhe. Se Nolan resolvesse criar um filme de drama romântico com ficção científica, esse seria o filme.
Não tem nem o que falar dos protagonistas, já que Jim Carrey e Kate Winslet entregam muita sinceridade e esforço. Jim prova que a comédia não é seu único campo, mas o drama das verdades da vida também.
É extremamente curiosa a inserção da ficção científica no filme, pois é tão sutil que realmente parece parte de uma realidade aceita. O roteiro é muito bem amarrado para criar a impressão de procedimentos assustadores serem totalmente banais.
Esse filme, de fato, me ajudou na forma em como encarei os meus relacionamentos para a vida desde então. Ao contrário da interpretação de alguns, não acho que a história seja sobre aceitar um padrão de vida ou empurrar os defeitos para debaixo de um tapete ou descartar pessoas, mas sim sobre compreender verdadeiramente se amar significa somente desejar qualidades. Se o objetivo de um relacionamento é unicamente oferecer e receber qualidades, seria o amor algum tipo de serviço? Salário em troca de um trabalho? O amor é prostituído?
Todo o contrato é válido, desde que esteja justo para todos os lados. Não existe fórmula para o relacionamento, assim como não existe fórmula para o ser humano. Perfeito!
Se Crepúsculo for uma sátira do dilema padrão do romance com vampiros, Lua Nova é uma sátira de uma mistura estranha entre Romeu e Julieta e X-Men.
Aqui claramente uma coisa mudou em relação ao primeiro: ORÇAMENTO. Efeitos melhores, fotografia melhor, mais cenas de ação, entre outros fatores que reforçam essa conclusão factual do estouro do primeiro lançamento da saga.
Só duas coisas fundamentais não mudaram: a história fraca e redundante e o elenco fraquíssimo. Agora temos a presença mais incisiva, mas não colaborativa, de Taylor Lautner.
Somente beleza visual não compra o filme, que ainda prossegue muito forçado, dessa vez com maior distância de Edward e uma inicial demonstração do "clã dos vampiros", que até é interessante em certa parte, mas muito breve para impressionar. É também o início oficial do triângulo amoroso e conflituoso entre vampiros e lobos, mas a falta de emoção dos atores quebra qualquer sensação de identificação, não é possível acreditar nos sentimentos de nenhum deles.
Assim como o filme anterior, não é ruim, mas está longe de ser bom. Dessa vez só tem mais lobos, efeitos, superpoderes (várias visões e alucinações) e um drama incrivelmente falso. Fraco.
Em 2022, com os lançamentos recentes dos incríveis Spencer e Batman, achei interessante voltar no tempo e reassistir (depois de anos sem assistir) o filme que explodiu a fama dos dois protagonistas desses sucessos atuais.
A história até é interessante, na tentativa de modernizar o romance vampírico, mesmo que trazendo conflitos disso já vistos em várias outras histórias, como o dilema se apaixonar por algo sobrenatural. Porém, o andamento.. deixa muito a desejar. Isso é fruto de várias coisas, dentre eles o elenco fraquíssimo e o tom forçado em diversas partes.
Sobre o casal principal, não dá mesmo pra defender. O resultado desse experimento é: que bom que os atores evoluem e se desenvolvem nas suas carreiras, pois os excelentes resultados atuais não transformam o que foi feito nesse filme, uma atuação sem graça, forçada e até risível, mesmo que compreensível até certo ponto, seria uma tentativa de mimetizar seu público alvo?
Justiça seja feita: não chega a ser ruim, dá pra ver até o final e curtir algumas cenas. A trilha sonora é bem bacana e a fotografia simplista traz certa beleza. No seu geral, é fraco, e nada além disso, a não ser que você queira encarar o filme como uma sátira de romance vampiresco, nisso o filme acerta em cheio!
A nota seria uma surpresa se não entendesse que estamos na era do "politicamente correto", fora isso, um filme engraçado e com técnicas cheias de talento de Eddie Murphy.
É formidável ver Eddie Murphy interpretando 3 papéis tão diferentes, mesmo que com suas peculiaridades, e como a história é simples e por isso tão fácil de achar graça, ao meu ver.
A questão da comédia aqui não é pela depreciação de algo, e sim pelo reconhecimento, e até identificação, dos absurdos. O absurdo é a causa de muitas reações, dentre elas pode haver a comédia, e é inegável que Eddie Murphy compreende essa abordagem.
Porém, se tirarmos Eddie Murphy... não há nada de tão brilhante. É um filme morno com roteiro simples, mas é seu ator principal que o faz não ser um filme qualquer. Se não tivéssemos Eddie Murphy nos papéis que realiza e somente outros atores, provavelmente não teríamos o mesmo impacto. Sempre que revejo me faz ceder várias risadas. Bom filme!
Misto de estilo oriental com a cultura pop dos anos 2000, Red - Crescer é uma fera traz uma abordagem divertidíssima sobre puberdade e amadurecimento.
A lição já é bem antiguinha, quase um clichê, mas o jeito de contar a história é sempre novo. Pixar e Disney não perdem oportunidade de trazer maneiras novas de abordar mensagens já repetidas. O visual é belíssimo, não buscando o realismo, mas sim um tom mais cartunesco e exagerado, principalmente nas reações, o que traz cenas muito engraçadas e que fomentam a vontade de reassistir.
Um filme moderadamente simples, com menos de 2 horas, se comparado às últimas produções. Na parte técnica, inclusive parece estar abaixo de alguns mais recentes, quando falamos a nível de detalhes, trilha sonora marcante e atuação. Porém, é inegável que é um filme super divertido e que consegue provocar emoções em quem assiste. Na minha visão, é o filme da Disney & Pixar que traz cenas de "vergonha alheia" mais pesadas, um belo ponto positivo.
Por outro lado, como já dito acima, não possui nada extremamente inovador na mensagem, o que fica difícil de balancear se comparado com produções como Soul, de 2020, ou Divertidamente. Apesar do número imenso de personagens femininas, não é um filme lacrador. É um filme que consegue cumprir com o desafio de utilizar diversas metáforas para falar de um tabu gigantesco da puberdade, menstruação e mudanças, tanto corporais quanto emocionais, passadas pelos adolescentes.
Vi alguns comentários falando sobre não haver identificação.. o que penso é que nem todo filme merece identificação para ser bom, porque sempre viveríamos em campos em comum, basta ter empatia para ver os ângulos diferentes. Não é um filmaço da Pixar, mas sim, é um bom filme.
Visceral e imaturo, novo Batman é um deleite para os fãs sedentos da seriedade dos quadrinhos.
É impossível assistir The Batman sem a pulga atrás da orelha provocada pela carreira, em transformação, de Robert Pattinson. Nessa mesma linha, logo no começo, uma cena de risos de criminosos parece imitar a mesma impressão do público, não sabendo como reagir a nova versão do herói tão amado. Quem pagou pra ver, viu, Batman está mais real do que nunca. Robert consegue ser amargo, apresentar uma nova proposta de Bruce Wayne e um Batman raivoso.
Suspense e muita investigação tomam o filme de Matt Reeves, que após brilhar na trilogia excelente e mais recente de O Planeta dos Macacos, traz um Batman em seu início de carreira, lotado de raiva e rancor. O mais curioso é que não só Batman, mas todos ali estão começando. Mulher gato com sua roupa quase artesanal e Pinguim também estão nos seus primeiros passos mergulhados numa Gotham dominada pela máfia. E claro, não podemos esquecer de Paul Dano que com pouco tempo de câmera consegue entregar muito. Muitos personagens diferentes muito bem encaixados, com excelentes atores.
Com relação aos aspectos técnicos, não existe nenhuma objeção. Trilha sonora de Michael Giacchino que traz toda a grandeza épica para um filme de herói, fotografia e ambientação fantásticas, com destaque para a filmagem diversa através de outros objetos, como janelas, binóculos e a façanha de deixar as cenas assustadoras sem mostrar 100% do que ocorre. Justamente o suspense das imagens embaçadas e sem clareza trazem a tensão do filme e o ar policial. Até o novo batmóvel ganha personalidade em seu tom diabólico na aparição.
O que mais me satisfaz no filme é saber que, mesmo em sua fase imatura e de descobrimentos, é o Batman dos quadrinhos que está ali, muito longe da versão piadista e egocêntrica do último Batman de Ben Affleck. E não somente como ele, mas Gotham também está ali, mostrando sua crueldade em cenas pesadíssimas, havendo uma sensação libertadora de saber que o estúdio está deixando esse universo pesado, denso e precioso surgir na tela. Sem delongas, nada melhor do que o reconhecimento de um fã. Perfeito!
Bizarro e original, Annette é um La La Land para adultos que prova que a arte pode ser a maior das maldições de um ser humano.
Não dá pra falar muito desse filme sem falar demais e acabar entregando, parte de sua beleza está nas surpresas, tanto no modo de condução da história, quanto nas técnicas e recursos utilizados. Annette faz uma mistura métodos em tela que enche os olhos de curiosidade pra saber onde isso vai dar.
Quanto ao elenco, todos estão formidáveis. De um Adam Driver caótico, Simon Helberg surpreendendo até a fantástica Marion Cotillard, que detona desde sempre.
Pra você que não curte musicais, melhor não assistir. Pra você que curte, não se engane, aqui a história só parece mais uma ode a Hollywood, mas vai te atingir com um soco no estômago. O filme é recheado de cenas lindíssimas, com fotografia impecável, mas é uma história complexa, pesada e, ironicamente, mágica. As músicas em si não são muito palatáveis, mas dá pra entender o motivo de ser um musical e ter escolhido alguns recursos de filmagem, o contraste desses com a história ajuda a digerir melhor os acontecimentos.
Muito mais próximo de uma performance teatral de 2h30m, Annette é um filme carregado de emoções que facilmente poderia ser representando num palco, porém os efeitos ajudam a agregar a dose do peso das cenas. Ambição, culpa e maldições (musicais) trazem o grande destaque para Annette. Perfeito!
Lamb, filme islandês traz história carregada de estranheza, dor, culpa e perguntas.
Aqui vão alguns avisos pra você com curiosidade pra conferir o filme: esse é um filme lento, que valoriza as paisagens e os detalhes nas emoções do personagens, com poucos diálogos e com algumas cenas que embaralham o cérebro.
O ponto alto de Lamb é não entregar nada de bandeja, mesmo que isso seja explicado posteriormente no filme. Um relance pode trazer vários significados, como o motivo do nome dado ao cordeiro adotado pelo casal. O filme consegue utilizar toda a sutileza pra ir relevando aos poucos os detalhes da trama e os pesadelos do passado do casal protagonista, que parece tão unido e singelo ao início da trama.
Relacionado a parte técnica, a fotografia é simplesmente formidável, e os poucos efeitos especiais são bem utilizados. No geral, não me incomoda o silêncio, pois ele contribui em muito para o suspense do filme. A atuação, mesmo com diálogos contidos, é excelente. Noomi Rapace consegue transmitir medo, o amor e o desespero de uma mãe.
Sobre o principal, o tão falado "cordeiro" misterioso, ele existe e é estranho. Ao meu ver, é uma grande representação que sobretudo quer dizer esperança e recomeço, talvez por isso um cordeiro e não uma galinha, já que Jesus é esse símbolo derivado, e nada melhor do que uma mãe chamada María.
É uma história construída em símbolos, com várias partes interessantes, algumas poucas fortes, mas que como em outro filme do estúdio A24, A Bruxa, falta alguma coisa para ficar redondo. Aos meus olhos, esse mistério é o que dá a pimenta do filme, mas ao mesmo tempo o prejudica numa opinião mais conclusiva. De qualquer forma, aqui é possível enxergar o inevitável do carma da natureza, fria e calculista.
De fato, original. Mas isso basta? Um filme razoável que vale a pena conferir e tirar as próprias impressões.
Nem o trio de nomes pesadíssimos salva esse filme de gênero indefinido. Dividido entre uma comédia pastelão e uma comédia dramática, Vigaristas em Hollywood tem história interessante executada de maneira extremamente fraca.
É ruim? Não chega a esse ponto, dá sim pra assistir, mas.. não tem gosto. É como aquela comida que vai ser uma sobremesa modesta e na verdade não é doce, e às vezes parece meio salgada. Não sinto ser algum erro dos atores principais, com destaque de atuação Tommy Lee Jones que é bem franca e com um personagem divertido, mas o filme não tem ganchos que justifiquem onde quer chegar.
Enquanto a história soa interessante, e até criativa, são poucas as partes em que risadas de peso são dadas. Os breves alívios cômicos fazem o filme ficar ainda mais em cima do muro, em um misto de besteirol e drama. Além disso, demora bastante pra engatar o verdadeiro combustível da história nas tentativas fracassadas de Robert De Niro.
Não assistiria novamente, mas não é o pior dos mundos, só o mais fraco deles.
Fenomenal. Joel Coen consegue trazer o tom teatral, diálogos complexos e poéticos e poderosas atuações em obra Shakespeariana de máxima qualidade visual e cênica.
Eu nunca li Macbeth, grande parte disso por não ter interesse, e se um dos objetivos desse filme era despertar a mínima curiosidade pela obra de Shakespeare, acertou em cheio. Acima disso, as qualidades técnicas de A Tragédia de Macbeth superam qualquer tentativa de ser apenas uma homenagem ao seu autor, Coen consegue trazer conceito visual aliado a grandes nomes para uma obra sem pontas soltas.
Dentre os atores incríveis, é claro que a dupla formada por Denzel Washington e Frances McDormand se destaca. A evolução da insanidade, ambição e culpa em tela é deliciosamente apreciada nos contrastes luminosos em preto e branco. A presença dos dois é divina, todas as emoções são 100% passadas em tela. Os closes que enquadram seus rostos super próximos à câmera só deixam tudo mais obscuro e próximo.
Apesar da linguagem rebuscada, o filme consegue passar a história e as mensagens, assim como sua mitologia interna. Os jogos de sombras e luz colaboram muito, além dos contrastes que podem ser vistos até nas roupas. Parece que todos os detalhes, literalmente, foi construídos para dar tom ao filme. Esse capricho pode ser visto nos ângulos e na forma arquitetônica dos cenários.
A fotografia e os efeitos especiais, sutis porém frequentes, fazem a imersão em uma história amarga e, ao mesmo tempo, mágica, muito disso reforçado pelo tom em preto e branco que faz parecer uma outra realidade que não a nossa. A Tragédia de Macbeth se passa, sobretudo, na mente conturbada dos seus personagens. Perfeito!
Mistura de conflitos entre religião, ciência e política, O Físico impressiona com o capricho da produção e a fraqueza nas emoções e atuações.
Os cenários, figurinos e fotografia do filme são louváveis. A história pode até emocionar alguns, mas não temos nenhuma surpresa ou reviravolta relevante. Apesar de ser uma história que levanta várias reflexões relacionadas ao embate clássico religião e ciência, isso não é uma novidade, e o fato de não ser uma novidade e as cenas terem pouco peso na execução, deixa o filme extremamente morno.
O que mais me incomoda é como as coisas mudam e acontecem de um jeito muito seco, sem nenhum impacto. O protagonista simplesmente resolve ir pro outro lado do mundo e tudo bem, simplesmente aparece num deserto e depois no seu destino. Lá, ele facilmente consegue atingir seu primeiro objetivo.
O ponto mais alto do filme ao meu ver é a primeira dissecação. No demais, parece um filme tão preso em sua história que os atores não conseguem trazer suas impressões, ou simplesmente não enxergam nenhuma impressão a ser exposta.
Não é ruim, mas também não traz nada inédito ou inovador, assim como peca em não valorizar os próprios momentos para deixa-lo minimamente bom. História é importante, mas somente história é entediante.
Premissa da história é interessante, trazendo uma visão do Drácula moderno com várias pitadas de humor bem encaixadas. Porém, não vejo destaques no elenco, com exceção do divertido Roddy McDowall.
Indo ao contrário da opinião de muitos, acho o remake muito divertido e bem feito, até executando um pouco melhor algumas ideias presentes no original. Apesar disso, temos que levantar um gigantesco ponto positivo para os esforços de efeitos visuais, com duas cenas impressionantes:
a transformação na morte do "lobo" (com certeza Hemlock Grove bebeu um pouco da inspiração visual nessa cena para o seu lobisomem) e a cena final com uma Amanda Bearse horripilante.
No demais, vejo que é um filme de muita relevância para a sua época e devemos respeitar essa influência em outros filmes. Meus pais até hoje comentam dos gritos nas salas de cinema por conta de algumas cenas. Não me tocou, mas com certeza tocou muitos no passado.
Não é desculpa usar como justificativa a tecnologia da época, aqui temos uma questão de grandes melhorias pendentes, principalmente, referente a elenco e atuação. Sua grande honra está na arte de assustar, enojar e impressionar um público que no passado não esperava tanta dedicação (mesmo já tendo presenciado coisas muito mais assustadoras, como O Exorcista). Razoável.
Tentei assistir mas.... é muito perdido. As cenas, isoladamente, são bem interessantes. A Maddie Ziegler faz um papel desafiador e que acho muito bem executado, e as cenas de musical são extremamente bem feitas, porém uma coisa nunca casa com a outra, ao ponto de parecer estarmos vendo filmes em paralelo. Só aguentei 40 minutos.
Impossível assistir sem sentir nada, nem que seja repulsa ou uma atração proibida, Ninfomaníaca Volume 2 remove qualquer resquício do humor juvenil da parte I e aposta nas consequências do estilo de vida de Joe.
Os diálogos mornos da parte I somem, assim como qualquer cautela visual. Agora o que antes parecia um filme pornô com roteiro cult é um compilado de cenas difíceis de digerir, unida a solidão e conflitos mentais de Joe.
Várias partes merecem grande destaque, desde abandonos, experiências sadomasoquistas até uma profissão inesperada. Joe fala da época de sua vida em que está lutando contra as angústias do que cultivou ao longo dos anos, até chegar a reflexão de admirar os seus resultados.
Ninfomaníaca traz uma série de reflexões em sequência de temas diversos, com referências históricas, artísticas e religiosas, e deve ser reverenciado pelo risco de uma trama inesperada e ousada. Não lembro de algum filme para se comparar com os eventos de Ninfomaníaca. A nota baixa que vejo aqui não me surpreende tanto ao pensar que, se o próprio tema já é polêmico, imagina ver isso em tela com mais facetas de outros temas polêmicos.
Assistir esse filme é uma experiência incômoda. O último resquício de amor de Joe é despedaçado, depois de ela ter despedaçado sentimentos de tantos outros que passaram pelo seu caminho, mas não tanto por uma escolha momentânea, e muito mais por vício. Talvez seja compreensível saber a repulsa de muitos por esse filme, pois muitos possuem repulsa pelos seus próprios desejos, ou simplesmente não sabem lidar com eles. Não se sabe como lidar com esse tipo de filme, mas isso não retira sua excelência.
História pesadíssima é realidade em vida dos dois irmãos gêmeos protagonistas do documentário e a verdade inconveniente é que seja a história de muitas outras pessoas ainda não reveladas.
Uma façanha técnica desse documentário é a capacidade de prender o telespectador ávido por respostas. Ao final, só queremos saber um pouco de verdade nesse monte de indagações. Porém, isso é feito de uma maneira esperta, pois consegue prender até o final para termos a conquista do conhecimento.
O que é inegável é que a história é assustadora, triste, e acima de tudo, real. A captação dos momentos de reflexão, lembrança e derrota emocional dos protagonistas é incrível e horrorizante.
A única coisa que pode causar desagrado ao final, com exceção do desagrado orgânico de uma história repugnante, é o fato de perceber como o documentário se estende além do necessário em alguns momentos justamente para colaborar com o "gran finale". Ou seja, existe uma pretensão por parte da direção, mas tudo isso não existiria sem um grande apelo. As encenações ajudam a criar o clima, mas por vezes estão em muito excesso.
Apesar disso, a história em si exige muita reflexão. Marcus pode ser facilmente condenado a primeiro momento pelas suas omissões, mas a verdade é que compreender suas facetas é algo muito complexo quando tentamos nos colocar em seu lugar. Dói ainda mais imaginar em quantas casas isso pode ser realidade e que ainda não foi divulgado.
A maior mensagem que Alex ensina a Marcus é que, por mais sombria que seja a história, é a história dele. Aceitar saber a realidade é o maior ato de coragem, mas a covardia de não aceita-la deve tentar ser compreendida e não condenada. E como já citado por American Horror Story, "todos os monstros são humanos". Bom documentário!
Perturbador e sem lubrificação, Ninfomaníaca traz a história de autotraição de Joe em conflito entre suas vontades e a possibilidade de estar amando. Seria o amor a maior fraqueza de um ninfomaníaco?
Lars Von Trier consegue fazer uma montagem que ao mesmo tempo intriga e pesa o clima conforme ocorre o andamento da história. Migrando de uma juventude com rebeldia, diversão e descobrimento, Joe se afunda dentro das próprias experimentações até perder o controle e acabar cedendo os próprios valores nada convencionais. Tudo isso ornamentado e orquestrado por objetos de um quarto que traz memórias e é gancho para cada um dos capítulos.
Com relação a parte técnica, Von Trier traz o estilo de sequências cruas oscilando com cenas metafóricas que fazem toda a diferença. Sem uma trilha sonora, consegue prender a atenção pelo elenco afiado focado em cenas nada usuais, com algumas situações muito incômodas, e isso é um sucesso de conseguir. A fotografia é interessante, mas não fantástica, mas o mais relevante nesse quesito é o posicionamento de câmera em algumas situações. É muito interessante como existe o foco em alguns objetos e consegue torna-los alvo de muita dissertação.
Seu maior empecilho que pode atrapalhar alguns é a duração e os diálogos que exigem atenção. Cada detalhe pode ter uma linha de pensamento criada, e isso pode ser cansativo em alguns momentos. Também deve-se considerar a dependência da segunda parte do filme, já que os dois foram gravados como um único.
Ninfomaníaca é um filme ousado, principalmente pelo tema, mas também porque consegue chegar ao ponto de tirar qualquer sobra de sensualização e substituindo pela dependência da protagonista, que claramente sofre e utiliza a prática como uma ferramenta de fuga, realmente deprimente em algumas passagens. Fica bem mais completo observando com o segundo, mas não deixa de ser um ótimo filme!
Um filme da sessão da tarde com excelentes efeitos especiais, Free Guy é a versão mais moderna de O Show de Truman, revitalizado com referências do mundo pop e sem o mesmo peso filosófico.
Não se engane, esse filme não é tão revolucionário quanto foi vendido. Tudo que há aqui já foi visto em algum momento, o primeiro a vir na mente é O Show de Truman, mas poderiam ser citados outros mais recentes, até a animação Uma Aventura Lego.
Sem destaques de atuação, o filme se sustenta na aventura de Ryan Reynolds, mesmo que não haja exploração profunda do personagem. Ele consegue divertir a história em vários momentos, mas não é seu principal agente. O visual é o império de Free Guy.
Sem sombra de dúvida, é um filme divertido. Dá pra apreciar tranquilamente sem achar a história cansativa, pois o final não é tão óbvio quanto o restante do filme, inclusive tem sua dose de emoção. Recheado de ação, Free Guy sempre parece à beira do seu fim, mas mostra linhas de situações, ao final mesclando bem o tempo entre jogo e realidade.
O que faltava para Free Guy conquistar o que vendeu é a profundidade, que aqui foi compensada pelos efeitos especiais para chamar mais público. As referências, principalmente ao final do filme, vão conquistar os milhões de baba ovo visuais, mesmo que não haja significado. Um filme razoável, que vale a pena ver num domingo a tarde.
Aguentei 50 minutos de filme com muita insistência.. infelizmente nem Keanu Reeves salva.
Gosto muito de Matrix e toda filosofia envolvida, mas essa história é bem fraquinha. Não toma ritmo em momento algum, as cenas de ação são pessimamente coreografadas e os únicos personagens com o mínimo de estima são os antigos. Lamentável. Não me importa mais como o filme termina.
Antologia tem cenas tecnicamente impecáveis e um terror belíssimo de visualizar na tela, apesar da brevidade das histórias perderem força no caminho para o fim.
De longe, a primeira história é a mais arrepiante. O tom de vila camponesa sendo "invadida" pela modernidade obscura e misteriosa traz ótimos resultados. A segunda história já decai um pouco no clima de terror e parte para o surrealismo e irritação, quase uma caricatura do filme "Parasita". A terceira história é muito mais reflexiva do que as demais, mas mesmo assim não vai muito longe, como se a protagonista tivesse desistido de suas ambições impossíveis.
Mesmo com falta de força em algumas histórias, é inegável a qualidade técnica. O jogo de sombras, a textura dos materiais e os movimentos elegantes estão presentes nesse stop-motion muito bem executado. Um complemento disso é a versatilidade de demonstrar a passagem do tempo dentro da mesma "casa" com personagens tão diversos.
Vale a pena conferir, mas não é uma obra que me despertaria interesse de ver novamente tão em breve. Vale bastante pela primeira história mais sombria e pra admirar a confecção. Boa antologia!
Um filme sem alma, apesar de ter pontos válidos. Pânico 4 segue a tradição de ter um ótimo começo, apesar do desenvolvimento sem gosto, e um final esplêndido.
Nosso trio maravilha está de volta, melhor colocados do que em Pânico 3, e com mais desafios do que o filme anterior. Porém, não conseguem salvar a decadência de desenvolvimento do filme. Os coadjuvantes são totalmente esquecíveis, com personagens vazios, modernização cafona e ode forçada à internet. A única, e interessante, vantagem tirada dos personagens não principais do filme é sua devoção e fanatização pelas mortes e tragédias dos acontecimentos passados. Algo assustadoramente real e atual.
Emma Roberts não mostra nada de especial ao longo do filme, mas é o Ghost Face mais cruel desde Billy, no primeiro filme.
Diferente dos demais filmes, nesse a conclusão não é tão fácil, e é ótimo ver uma repaginação ousada num filme decaído.
Sem ser cruel, é um filme aceitável. Dá pra assistir, mas é bem inferior à trilogia anterior. Não agrega nada de muito importante, mas vale a pena numa maratona ou pra apreciar o final diferentão.
Se Pânico é a sátira dos clássicos de terror, Pânico 3 é o trash da sátira, se isso for possível. Ao mesmo tempo que o filme parece uma piada, o final consegue inserir entranhas no passado do primeiro filme e ser justificado.
A falta de boas atuações continua, mas a esperteza também. Foi unido ao tom caricato boas ideias de ter um filme dentro do filme, tendo inclusive cenas dentro de cenas do primeiro longa, o que é fantástico de ver. A metalinguagem continua muito bem presente.
Sidney continua a protagonista nada atraente, muito chata na tela e com um protagonismo forçado, enquanto personagens mais consolidados como Gale e Dwight parecem perder todas as estribeiras e esquecerem suas funções dos outros dois longas. Isso seria um defeito grande se o filme todo não passasse o tom de ridicularizar a própria saga. Essa sequência quer concluir a origem e ao mesmo tempo zombar de sua existência. Ter outra Sidney, outra Gale, outro Dwight, tudo isso é interessante se avaliado dentro do contexto dos personagens estarem muito perdidos.
Um ponto bacana é o clima Hollywoodiano unido a apetrechos do próprio filme, como mortes em salas de acessórios que incluem as facas do filme e até várias fantasias do Ghost Face.
Por fim, é um filme de contrastes. Odiado por muitos, mas pra mim trás uma originalidade que foi perdida no segundo filme, que tenta ser apenas uma sequência. Como praxe dos filmes Pânico, o final é ótimo! Um bom filme!
O Homem do Norte
3.7 952 Assista AgoraÉpico viking traz violência, divindades e cenas bizarras em pacote extremamente completo por Robert Eggers.
Antes de qualquer coisa, dizer que esse filme é uma cópia de Rei Leão é uma das coisas mais ridículas e desinformadas que já li por aqui. Sim, a história em si não tem muita inovação, pois é um modelo clássico de história de vingança a partir da lenda de Amleth, que influenciou a cultura pop de Shakespare à Disney.
Robbert Eggers, na minha opinião, atinge um ápice se comparado com suas obras místicas anteriores, que estão longe de serem ruins, mas não chegam nos picos técnicos e de emoção desse filme, que traz uma imersão aos rituais e à violência nua e crua dos vikings.
E o que dizer sobre a parte técnica? Somente elogios, com uma fotografia insana de boa, trilha sonora imersiva (no cinema é um show a parte), desenvolvimento, montagem, e claro.. o elenco forte! Ninguém aqui fica pra trás, todos tem um momento especial para brilhar, mesmo Björk com seus menos de 5 minutos de tela consegue trazer muito impacto. Nicole Kidman consegue roubar um pouco de atenção para suas plásticas, mas sua performance é incrível! Skarsgard e Taylor-Joy fazem uma dupla perigosa e marcante.
Não curte sangue? Medo de cenas bizarras? Melhor não conferir. Northman não economiza nas bizarrices, mesmo que justificadas. A história leva a vários momentos de rituais, tudo em nome das divindades e da honra. Batalhas violentas não faltam, mas muito bem coreografadas e com momentos de agonia na dose certa.
Northman é o filme épico que há tempos não aparecia e veio pra ficar. Com todas as suas qualidades técnicas, Eggers mostra que tem muito a entregar e consegue repaginar uma estrutura conhecida em entretenimento de primeira! Mesmo com a base conhecida, as reviravoltas podem te pegar de surpresa, vale muito a pena conferir. Perfeito!
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
3.5 1,2K Assista AgoraAos fãs da indústria Marvel de cinema que gostam de piadinhas bobinhas em personagens arrogantes.. provavelmente esse não é o melhor filme pra vocês. Em compensação, se você deseja ver o personagem Doutor Estranho com 100% de presença na tela.. melhor considerar que a presença do furacão Wanda, ou Feiticeira Escarlate, vai mudar em muito os rumos de Multiverso da Loucura.
Vejo que o maior ponto alto do filme é a direção de Sam Raimi, com todos os "modos Raimi" de ser durante o filme, e as entrelaçadas que a história oferece com seus imprevistos. As características voltadas mais para o terror estão presentes, mas não são dominantes, em um filme com muito mais suspense e cenas pesadas do que normalmente se vê nos filmes Marvel. Uma pitada de trash também existe, até em cenas de batalha, trazendo o tom agridoce de cômico com agressivo, atualmente muito visto nos filmes de James Gunn, por exemplo.
Sobre a trama, é super interessante o contexto do multiverso, mas deixa a desejar na estruturação. O filme se inicia quase sem partida definida, e não é aparente a divisão de início, meio e fim, não que isso seja um problema, mas pode ser difícil para quem não conhece nada da história. O lado bom disso é que os momentos de embate são constantes e nem sempre previstos.
Outra questão da trama que pode causar incômodo é a pouca ou quase nenhuma citação aos transtornos causados ao multiverso pela história de "Sem Volta para Casa", quase como se não houvessem acontecido.
O filme tem uma quantidade considerável de gente nova, mesmo que não seja do jeito que os fãs desejem, e que vale a pena conhecer.
A alegria dura pouco de ver novas versões (interessantes!) de heróis já conhecidos e do idolatrado Professor Charles Xavier, mas tudo isso para reforçar os potenciais da Feiticeira. Não chore, meu povo, lembrem-se de que eles estão em outro universo quando isso aconteceu! Não vai passar de um pesadelo rs.
Alguém que veio, aparentemente, para ficar é a personagem America Chavez, ao meu ver um dos pontos mais fracos do filme pelo seu desenvolvimento vazio e justificativa risível, mesmo que seja de suma importância para a trama.
A morte (ou perca) de suas mães por ter se assustado com uma abelha é, ao meu ver, a parte mais ridícula do filme.
Benedict Cumberbatch e Elizabeth Olsen roubam a cena e marcam muita presença, com seus personagens sendo apresentados de maneiras diferentes ao longo da história. A evolução da Feiticeira é assustadora e, por incrível que pareça depois de tantas reviravoltas, emocionante.
Por fim, os efeitos são fantásticos, embates bem coreografados, música no ponto pelo incrível Danny Elfman, e apesar de não ser tão emocionante quanto o antecessor "Sem Volta para Casa", tem um final glorioso de reflexão e traz ares novos para os (multi)universos da Marvel. A presença de Sam Raimi trouxe todo o toque especial de tom sombrio para um dos filmes mais ousados do estúdio, e isso é sempre válido! Bom filme!
A Saga Crepúsculo: Eclipse
2.7 2,5K Assista AgoraVi esse filme inteiro somente quando assisti no cinema em seu lançamento (foi difícil, mas consegui chegar até o final da sessão). Depois de anos de seu lançamento, tentei reassistir em 2022 com 0 sucesso (nada surpreso por isso), interrompi o filme aos 30 minutos.
É o ápice da bobagem desse triângulo amoroso, com carícias forçadas (algumas até contra a vontade), uma rixa entre lobisomem e vampiro que mais parece um desejo enrustido e uma donzela em perigo que depende dos dois perdidos para sua proteção.
Se tem algo que salva, é a trilha sonora, Neutron Star Collision é uma das minhas músicas favoritas da vida. Não somente fraco, o terceiro filme consegue ser muito ruim, não precisando assistir completo pra essa conclusão. Fujaaaaa!
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraBrilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças é um soco no estômago.
Ainda me lembro da sensação do final na primeira vez que assisti: tristeza, por pensar que toda luta por amor é limpa e que toda a falta de esforço para mantê-lo seria injusta, até saber que o lado do outro pode ser a escolha de não amar. Me causou intensas reflexões, mesmo não conseguindo compreender 100% da história, e a vontade de rever várias vezes, se tornando um dos meus filmes favoritos da vida. A reflexão é o maior presente.
Com um elenco de ouro, mesmo que com cada um deles ainda se desenvolvendo, o filme tem um contraste entre simplicidade, atuação verdadeira, efeitos especiais breves mas convincentes, fotografia linda, e uma mistura temporal que exige que você preste atenção a cada detalhe. Se Nolan resolvesse criar um filme de drama romântico com ficção científica, esse seria o filme.
Não tem nem o que falar dos protagonistas, já que Jim Carrey e Kate Winslet entregam muita sinceridade e esforço. Jim prova que a comédia não é seu único campo, mas o drama das verdades da vida também.
É extremamente curiosa a inserção da ficção científica no filme, pois é tão sutil que realmente parece parte de uma realidade aceita. O roteiro é muito bem amarrado para criar a impressão de procedimentos assustadores serem totalmente banais.
Esse filme, de fato, me ajudou na forma em como encarei os meus relacionamentos para a vida desde então. Ao contrário da interpretação de alguns, não acho que a história seja sobre aceitar um padrão de vida ou empurrar os defeitos para debaixo de um tapete ou descartar pessoas, mas sim sobre compreender verdadeiramente se amar significa somente desejar qualidades. Se o objetivo de um relacionamento é unicamente oferecer e receber qualidades, seria o amor algum tipo de serviço? Salário em troca de um trabalho? O amor é prostituído?
Todo o contrato é válido, desde que esteja justo para todos os lados. Não existe fórmula para o relacionamento, assim como não existe fórmula para o ser humano. Perfeito!
A Saga Crepúsculo: Lua Nova
2.6 2,6K Assista AgoraSe Crepúsculo for uma sátira do dilema padrão do romance com vampiros, Lua Nova é uma sátira de uma mistura estranha entre Romeu e Julieta e X-Men.
Aqui claramente uma coisa mudou em relação ao primeiro: ORÇAMENTO. Efeitos melhores, fotografia melhor, mais cenas de ação, entre outros fatores que reforçam essa conclusão factual do estouro do primeiro lançamento da saga.
Só duas coisas fundamentais não mudaram: a história fraca e redundante e o elenco fraquíssimo. Agora temos a presença mais incisiva, mas não colaborativa, de Taylor Lautner.
Somente beleza visual não compra o filme, que ainda prossegue muito forçado, dessa vez com maior distância de Edward e uma inicial demonstração do "clã dos vampiros", que até é interessante em certa parte, mas muito breve para impressionar. É também o início oficial do triângulo amoroso e conflituoso entre vampiros e lobos, mas a falta de emoção dos atores quebra qualquer sensação de identificação, não é possível acreditar nos sentimentos de nenhum deles.
Assim como o filme anterior, não é ruim, mas está longe de ser bom. Dessa vez só tem mais lobos, efeitos, superpoderes (várias visões e alucinações) e um drama incrivelmente falso. Fraco.
Crepúsculo
2.5 4,1K Assista AgoraEm 2022, com os lançamentos recentes dos incríveis Spencer e Batman, achei interessante voltar no tempo e reassistir (depois de anos sem assistir) o filme que explodiu a fama dos dois protagonistas desses sucessos atuais.
A história até é interessante, na tentativa de modernizar o romance vampírico, mesmo que trazendo conflitos disso já vistos em várias outras histórias, como o dilema se apaixonar por algo sobrenatural. Porém, o andamento.. deixa muito a desejar. Isso é fruto de várias coisas, dentre eles o elenco fraquíssimo e o tom forçado em diversas partes.
Sobre o casal principal, não dá mesmo pra defender. O resultado desse experimento é: que bom que os atores evoluem e se desenvolvem nas suas carreiras, pois os excelentes resultados atuais não transformam o que foi feito nesse filme, uma atuação sem graça, forçada e até risível, mesmo que compreensível até certo ponto, seria uma tentativa de mimetizar seu público alvo?
Justiça seja feita: não chega a ser ruim, dá pra ver até o final e curtir algumas cenas. A trilha sonora é bem bacana e a fotografia simplista traz certa beleza. No seu geral, é fraco, e nada além disso, a não ser que você queira encarar o filme como uma sátira de romance vampiresco, nisso o filme acerta em cheio!
Norbit
2.4 1,1K Assista AgoraA nota seria uma surpresa se não entendesse que estamos na era do "politicamente correto", fora isso, um filme engraçado e com técnicas cheias de talento de Eddie Murphy.
É formidável ver Eddie Murphy interpretando 3 papéis tão diferentes, mesmo que com suas peculiaridades, e como a história é simples e por isso tão fácil de achar graça, ao meu ver.
A questão da comédia aqui não é pela depreciação de algo, e sim pelo reconhecimento, e até identificação, dos absurdos. O absurdo é a causa de muitas reações, dentre elas pode haver a comédia, e é inegável que Eddie Murphy compreende essa abordagem.
Porém, se tirarmos Eddie Murphy... não há nada de tão brilhante. É um filme morno com roteiro simples, mas é seu ator principal que o faz não ser um filme qualquer. Se não tivéssemos Eddie Murphy nos papéis que realiza e somente outros atores, provavelmente não teríamos o mesmo impacto. Sempre que revejo me faz ceder várias risadas. Bom filme!
Red: Crescer é uma Fera
3.9 555 Assista AgoraMisto de estilo oriental com a cultura pop dos anos 2000, Red - Crescer é uma fera traz uma abordagem divertidíssima sobre puberdade e amadurecimento.
A lição já é bem antiguinha, quase um clichê, mas o jeito de contar a história é sempre novo. Pixar e Disney não perdem oportunidade de trazer maneiras novas de abordar mensagens já repetidas. O visual é belíssimo, não buscando o realismo, mas sim um tom mais cartunesco e exagerado, principalmente nas reações, o que traz cenas muito engraçadas e que fomentam a vontade de reassistir.
Um filme moderadamente simples, com menos de 2 horas, se comparado às últimas produções. Na parte técnica, inclusive parece estar abaixo de alguns mais recentes, quando falamos a nível de detalhes, trilha sonora marcante e atuação. Porém, é inegável que é um filme super divertido e que consegue provocar emoções em quem assiste. Na minha visão, é o filme da Disney & Pixar que traz cenas de "vergonha alheia" mais pesadas, um belo ponto positivo.
Por outro lado, como já dito acima, não possui nada extremamente inovador na mensagem, o que fica difícil de balancear se comparado com produções como Soul, de 2020, ou Divertidamente. Apesar do número imenso de personagens femininas, não é um filme lacrador. É um filme que consegue cumprir com o desafio de utilizar diversas metáforas para falar de um tabu gigantesco da puberdade, menstruação e mudanças, tanto corporais quanto emocionais, passadas pelos adolescentes.
Vi alguns comentários falando sobre não haver identificação.. o que penso é que nem todo filme merece identificação para ser bom, porque sempre viveríamos em campos em comum, basta ter empatia para ver os ângulos diferentes. Não é um filmaço da Pixar, mas sim, é um bom filme.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraVisceral e imaturo, novo Batman é um deleite para os fãs sedentos da seriedade dos quadrinhos.
É impossível assistir The Batman sem a pulga atrás da orelha provocada pela carreira, em transformação, de Robert Pattinson. Nessa mesma linha, logo no começo, uma cena de risos de criminosos parece imitar a mesma impressão do público, não sabendo como reagir a nova versão do herói tão amado. Quem pagou pra ver, viu, Batman está mais real do que nunca. Robert consegue ser amargo, apresentar uma nova proposta de Bruce Wayne e um Batman raivoso.
Suspense e muita investigação tomam o filme de Matt Reeves, que após brilhar na trilogia excelente e mais recente de O Planeta dos Macacos, traz um Batman em seu início de carreira, lotado de raiva e rancor. O mais curioso é que não só Batman, mas todos ali estão começando. Mulher gato com sua roupa quase artesanal e Pinguim também estão nos seus primeiros passos mergulhados numa Gotham dominada pela máfia. E claro, não podemos esquecer de Paul Dano que com pouco tempo de câmera consegue entregar muito. Muitos personagens diferentes muito bem encaixados, com excelentes atores.
Com relação aos aspectos técnicos, não existe nenhuma objeção. Trilha sonora de Michael Giacchino que traz toda a grandeza épica para um filme de herói, fotografia e ambientação fantásticas, com destaque para a filmagem diversa através de outros objetos, como janelas, binóculos e a façanha de deixar as cenas assustadoras sem mostrar 100% do que ocorre. Justamente o suspense das imagens embaçadas e sem clareza trazem a tensão do filme e o ar policial. Até o novo batmóvel ganha personalidade em seu tom diabólico na aparição.
O que mais me satisfaz no filme é saber que, mesmo em sua fase imatura e de descobrimentos, é o Batman dos quadrinhos que está ali, muito longe da versão piadista e egocêntrica do último Batman de Ben Affleck. E não somente como ele, mas Gotham também está ali, mostrando sua crueldade em cenas pesadíssimas, havendo uma sensação libertadora de saber que o estúdio está deixando esse universo pesado, denso e precioso surgir na tela. Sem delongas, nada melhor do que o reconhecimento de um fã. Perfeito!
Annette
3.5 118 Assista AgoraBizarro e original, Annette é um La La Land para adultos que prova que a arte pode ser a maior das maldições de um ser humano.
Não dá pra falar muito desse filme sem falar demais e acabar entregando, parte de sua beleza está nas surpresas, tanto no modo de condução da história, quanto nas técnicas e recursos utilizados. Annette faz uma mistura métodos em tela que enche os olhos de curiosidade pra saber onde isso vai dar.
Quanto ao elenco, todos estão formidáveis. De um Adam Driver caótico, Simon Helberg surpreendendo até a fantástica Marion Cotillard, que detona desde sempre.
Pra você que não curte musicais, melhor não assistir. Pra você que curte, não se engane, aqui a história só parece mais uma ode a Hollywood, mas vai te atingir com um soco no estômago. O filme é recheado de cenas lindíssimas, com fotografia impecável, mas é uma história complexa, pesada e, ironicamente, mágica. As músicas em si não são muito palatáveis, mas dá pra entender o motivo de ser um musical e ter escolhido alguns recursos de filmagem, o contraste desses com a história ajuda a digerir melhor os acontecimentos.
Muito mais próximo de uma performance teatral de 2h30m, Annette é um filme carregado de emoções que facilmente poderia ser representando num palco, porém os efeitos ajudam a agregar a dose do peso das cenas. Ambição, culpa e maldições (musicais) trazem o grande destaque para Annette. Perfeito!
Cordeiro
3.3 556 Assista AgoraLamb, filme islandês traz história carregada de estranheza, dor, culpa e perguntas.
Aqui vão alguns avisos pra você com curiosidade pra conferir o filme: esse é um filme lento, que valoriza as paisagens e os detalhes nas emoções do personagens, com poucos diálogos e com algumas cenas que embaralham o cérebro.
O ponto alto de Lamb é não entregar nada de bandeja, mesmo que isso seja explicado posteriormente no filme. Um relance pode trazer vários significados, como o motivo do nome dado ao cordeiro adotado pelo casal. O filme consegue utilizar toda a sutileza pra ir relevando aos poucos os detalhes da trama e os pesadelos do passado do casal protagonista, que parece tão unido e singelo ao início da trama.
Relacionado a parte técnica, a fotografia é simplesmente formidável, e os poucos efeitos especiais são bem utilizados. No geral, não me incomoda o silêncio, pois ele contribui em muito para o suspense do filme. A atuação, mesmo com diálogos contidos, é excelente. Noomi Rapace consegue transmitir medo, o amor e o desespero de uma mãe.
Sobre o principal, o tão falado "cordeiro" misterioso, ele existe e é estranho. Ao meu ver, é uma grande representação que sobretudo quer dizer esperança e recomeço, talvez por isso um cordeiro e não uma galinha, já que Jesus é esse símbolo derivado, e nada melhor do que uma mãe chamada María.
É uma história construída em símbolos, com várias partes interessantes, algumas poucas fortes, mas que como em outro filme do estúdio A24, A Bruxa, falta alguma coisa para ficar redondo. Aos meus olhos, esse mistério é o que dá a pimenta do filme, mas ao mesmo tempo o prejudica numa opinião mais conclusiva. De qualquer forma, aqui é possível enxergar o inevitável do carma da natureza, fria e calculista.
De fato, original. Mas isso basta? Um filme razoável que vale a pena conferir e tirar as próprias impressões.
Vigaristas em Hollywood
2.8 30 Assista AgoraNem o trio de nomes pesadíssimos salva esse filme de gênero indefinido. Dividido entre uma comédia pastelão e uma comédia dramática, Vigaristas em Hollywood tem história interessante executada de maneira extremamente fraca.
É ruim? Não chega a esse ponto, dá sim pra assistir, mas.. não tem gosto. É como aquela comida que vai ser uma sobremesa modesta e na verdade não é doce, e às vezes parece meio salgada. Não sinto ser algum erro dos atores principais, com destaque de atuação Tommy Lee Jones que é bem franca e com um personagem divertido, mas o filme não tem ganchos que justifiquem onde quer chegar.
Enquanto a história soa interessante, e até criativa, são poucas as partes em que risadas de peso são dadas. Os breves alívios cômicos fazem o filme ficar ainda mais em cima do muro, em um misto de besteirol e drama. Além disso, demora bastante pra engatar o verdadeiro combustível da história nas tentativas fracassadas de Robert De Niro.
Não assistiria novamente, mas não é o pior dos mundos, só o mais fraco deles.
A Tragédia de Macbeth
3.7 192 Assista AgoraFenomenal. Joel Coen consegue trazer o tom teatral, diálogos complexos e poéticos e poderosas atuações em obra Shakespeariana de máxima qualidade visual e cênica.
Eu nunca li Macbeth, grande parte disso por não ter interesse, e se um dos objetivos desse filme era despertar a mínima curiosidade pela obra de Shakespeare, acertou em cheio. Acima disso, as qualidades técnicas de A Tragédia de Macbeth superam qualquer tentativa de ser apenas uma homenagem ao seu autor, Coen consegue trazer conceito visual aliado a grandes nomes para uma obra sem pontas soltas.
Dentre os atores incríveis, é claro que a dupla formada por Denzel Washington e Frances McDormand se destaca. A evolução da insanidade, ambição e culpa em tela é deliciosamente apreciada nos contrastes luminosos em preto e branco. A presença dos dois é divina, todas as emoções são 100% passadas em tela. Os closes que enquadram seus rostos super próximos à câmera só deixam tudo mais obscuro e próximo.
Apesar da linguagem rebuscada, o filme consegue passar a história e as mensagens, assim como sua mitologia interna. Os jogos de sombras e luz colaboram muito, além dos contrastes que podem ser vistos até nas roupas. Parece que todos os detalhes, literalmente, foi construídos para dar tom ao filme. Esse capricho pode ser visto nos ângulos e na forma arquitetônica dos cenários.
A fotografia e os efeitos especiais, sutis porém frequentes, fazem a imersão em uma história amarga e, ao mesmo tempo, mágica, muito disso reforçado pelo tom em preto e branco que faz parecer uma outra realidade que não a nossa. A Tragédia de Macbeth se passa, sobretudo, na mente conturbada dos seus personagens. Perfeito!
O Físico
3.8 308 Assista AgoraMistura de conflitos entre religião, ciência e política, O Físico impressiona com o capricho da produção e a fraqueza nas emoções e atuações.
Os cenários, figurinos e fotografia do filme são louváveis. A história pode até emocionar alguns, mas não temos nenhuma surpresa ou reviravolta relevante. Apesar de ser uma história que levanta várias reflexões relacionadas ao embate clássico religião e ciência, isso não é uma novidade, e o fato de não ser uma novidade e as cenas terem pouco peso na execução, deixa o filme extremamente morno.
O que mais me incomoda é como as coisas mudam e acontecem de um jeito muito seco, sem nenhum impacto. O protagonista simplesmente resolve ir pro outro lado do mundo e tudo bem, simplesmente aparece num deserto e depois no seu destino. Lá, ele facilmente consegue atingir seu primeiro objetivo.
O ponto mais alto do filme ao meu ver é a primeira dissecação. No demais, parece um filme tão preso em sua história que os atores não conseguem trazer suas impressões, ou simplesmente não enxergam nenhuma impressão a ser exposta.
Não é ruim, mas também não traz nada inédito ou inovador, assim como peca em não valorizar os próprios momentos para deixa-lo minimamente bom. História é importante, mas somente história é entediante.
A Hora do Espanto
3.6 588 Assista AgoraPremissa da história é interessante, trazendo uma visão do Drácula moderno com várias pitadas de humor bem encaixadas. Porém, não vejo destaques no elenco, com exceção do divertido Roddy McDowall.
Indo ao contrário da opinião de muitos, acho o remake muito divertido e bem feito, até executando um pouco melhor algumas ideias presentes no original. Apesar disso, temos que levantar um gigantesco ponto positivo para os esforços de efeitos visuais, com duas cenas impressionantes:
a transformação na morte do "lobo" (com certeza Hemlock Grove bebeu um pouco da inspiração visual nessa cena para o seu lobisomem) e a cena final com uma Amanda Bearse horripilante.
No demais, vejo que é um filme de muita relevância para a sua época e devemos respeitar essa influência em outros filmes. Meus pais até hoje comentam dos gritos nas salas de cinema por conta de algumas cenas. Não me tocou, mas com certeza tocou muitos no passado.
Não é desculpa usar como justificativa a tecnologia da época, aqui temos uma questão de grandes melhorias pendentes, principalmente, referente a elenco e atuação. Sua grande honra está na arte de assustar, enojar e impressionar um público que no passado não esperava tanta dedicação (mesmo já tendo presenciado coisas muito mais assustadoras, como O Exorcista). Razoável.
Music
2.2 41 Assista AgoraTentei assistir mas.... é muito perdido. As cenas, isoladamente, são bem interessantes. A Maddie Ziegler faz um papel desafiador e que acho muito bem executado, e as cenas de musical são extremamente bem feitas, porém uma coisa nunca casa com a outra, ao ponto de parecer estarmos vendo filmes em paralelo. Só aguentei 40 minutos.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraImpossível assistir sem sentir nada, nem que seja repulsa ou uma atração proibida, Ninfomaníaca Volume 2 remove qualquer resquício do humor juvenil da parte I e aposta nas consequências do estilo de vida de Joe.
Os diálogos mornos da parte I somem, assim como qualquer cautela visual. Agora o que antes parecia um filme pornô com roteiro cult é um compilado de cenas difíceis de digerir, unida a solidão e conflitos mentais de Joe.
Várias partes merecem grande destaque, desde abandonos, experiências sadomasoquistas até uma profissão inesperada. Joe fala da época de sua vida em que está lutando contra as angústias do que cultivou ao longo dos anos, até chegar a reflexão de admirar os seus resultados.
Ninfomaníaca traz uma série de reflexões em sequência de temas diversos, com referências históricas, artísticas e religiosas, e deve ser reverenciado pelo risco de uma trama inesperada e ousada. Não lembro de algum filme para se comparar com os eventos de Ninfomaníaca. A nota baixa que vejo aqui não me surpreende tanto ao pensar que, se o próprio tema já é polêmico, imagina ver isso em tela com mais facetas de outros temas polêmicos.
Assistir esse filme é uma experiência incômoda. O último resquício de amor de Joe é despedaçado, depois de ela ter despedaçado sentimentos de tantos outros que passaram pelo seu caminho, mas não tanto por uma escolha momentânea, e muito mais por vício. Talvez seja compreensível saber a repulsa de muitos por esse filme, pois muitos possuem repulsa pelos seus próprios desejos, ou simplesmente não sabem lidar com eles. Não se sabe como lidar com esse tipo de filme, mas isso não retira sua excelência.
Diga Quem Sou
3.9 106 Assista AgoraHistória pesadíssima é realidade em vida dos dois irmãos gêmeos protagonistas do documentário e a verdade inconveniente é que seja a história de muitas outras pessoas ainda não reveladas.
Uma façanha técnica desse documentário é a capacidade de prender o telespectador ávido por respostas. Ao final, só queremos saber um pouco de verdade nesse monte de indagações. Porém, isso é feito de uma maneira esperta, pois consegue prender até o final para termos a conquista do conhecimento.
O que é inegável é que a história é assustadora, triste, e acima de tudo, real. A captação dos momentos de reflexão, lembrança e derrota emocional dos protagonistas é incrível e horrorizante.
A única coisa que pode causar desagrado ao final, com exceção do desagrado orgânico de uma história repugnante, é o fato de perceber como o documentário se estende além do necessário em alguns momentos justamente para colaborar com o "gran finale". Ou seja, existe uma pretensão por parte da direção, mas tudo isso não existiria sem um grande apelo. As encenações ajudam a criar o clima, mas por vezes estão em muito excesso.
Apesar disso, a história em si exige muita reflexão. Marcus pode ser facilmente condenado a primeiro momento pelas suas omissões, mas a verdade é que compreender suas facetas é algo muito complexo quando tentamos nos colocar em seu lugar. Dói ainda mais imaginar em quantas casas isso pode ser realidade e que ainda não foi divulgado.
A maior mensagem que Alex ensina a Marcus é que, por mais sombria que seja a história, é a história dele. Aceitar saber a realidade é o maior ato de coragem, mas a covardia de não aceita-la deve tentar ser compreendida e não condenada. E como já citado por American Horror Story, "todos os monstros são humanos". Bom documentário!
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraPerturbador e sem lubrificação, Ninfomaníaca traz a história de autotraição de Joe em conflito entre suas vontades e a possibilidade de estar amando. Seria o amor a maior fraqueza de um ninfomaníaco?
Lars Von Trier consegue fazer uma montagem que ao mesmo tempo intriga e pesa o clima conforme ocorre o andamento da história. Migrando de uma juventude com rebeldia, diversão e descobrimento, Joe se afunda dentro das próprias experimentações até perder o controle e acabar cedendo os próprios valores nada convencionais. Tudo isso ornamentado e orquestrado por objetos de um quarto que traz memórias e é gancho para cada um dos capítulos.
Com relação a parte técnica, Von Trier traz o estilo de sequências cruas oscilando com cenas metafóricas que fazem toda a diferença. Sem uma trilha sonora, consegue prender a atenção pelo elenco afiado focado em cenas nada usuais, com algumas situações muito incômodas, e isso é um sucesso de conseguir. A fotografia é interessante, mas não fantástica, mas o mais relevante nesse quesito é o posicionamento de câmera em algumas situações. É muito interessante como existe o foco em alguns objetos e consegue torna-los alvo de muita dissertação.
Seu maior empecilho que pode atrapalhar alguns é a duração e os diálogos que exigem atenção. Cada detalhe pode ter uma linha de pensamento criada, e isso pode ser cansativo em alguns momentos. Também deve-se considerar a dependência da segunda parte do filme, já que os dois foram gravados como um único.
Ninfomaníaca é um filme ousado, principalmente pelo tema, mas também porque consegue chegar ao ponto de tirar qualquer sobra de sensualização e substituindo pela dependência da protagonista, que claramente sofre e utiliza a prática como uma ferramenta de fuga, realmente deprimente em algumas passagens. Fica bem mais completo observando com o segundo, mas não deixa de ser um ótimo filme!
Free Guy: Assumindo o Controle
3.5 579 Assista AgoraUm filme da sessão da tarde com excelentes efeitos especiais, Free Guy é a versão mais moderna de O Show de Truman, revitalizado com referências do mundo pop e sem o mesmo peso filosófico.
Não se engane, esse filme não é tão revolucionário quanto foi vendido. Tudo que há aqui já foi visto em algum momento, o primeiro a vir na mente é O Show de Truman, mas poderiam ser citados outros mais recentes, até a animação Uma Aventura Lego.
Sem destaques de atuação, o filme se sustenta na aventura de Ryan Reynolds, mesmo que não haja exploração profunda do personagem. Ele consegue divertir a história em vários momentos, mas não é seu principal agente. O visual é o império de Free Guy.
Sem sombra de dúvida, é um filme divertido. Dá pra apreciar tranquilamente sem achar a história cansativa, pois o final não é tão óbvio quanto o restante do filme, inclusive tem sua dose de emoção. Recheado de ação, Free Guy sempre parece à beira do seu fim, mas mostra linhas de situações, ao final mesclando bem o tempo entre jogo e realidade.
O que faltava para Free Guy conquistar o que vendeu é a profundidade, que aqui foi compensada pelos efeitos especiais para chamar mais público. As referências, principalmente ao final do filme, vão conquistar os milhões de baba ovo visuais, mesmo que não haja significado. Um filme razoável, que vale a pena ver num domingo a tarde.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraAguentei 50 minutos de filme com muita insistência.. infelizmente nem Keanu Reeves salva.
Gosto muito de Matrix e toda filosofia envolvida, mas essa história é bem fraquinha. Não toma ritmo em momento algum, as cenas de ação são pessimamente coreografadas e os únicos personagens com o mínimo de estima são os antigos. Lamentável. Não me importa mais como o filme termina.
The House
3.6 151Antologia tem cenas tecnicamente impecáveis e um terror belíssimo de visualizar na tela, apesar da brevidade das histórias perderem força no caminho para o fim.
De longe, a primeira história é a mais arrepiante. O tom de vila camponesa sendo "invadida" pela modernidade obscura e misteriosa traz ótimos resultados. A segunda história já decai um pouco no clima de terror e parte para o surrealismo e irritação, quase uma caricatura do filme "Parasita". A terceira história é muito mais reflexiva do que as demais, mas mesmo assim não vai muito longe, como se a protagonista tivesse desistido de suas ambições impossíveis.
Mesmo com falta de força em algumas histórias, é inegável a qualidade técnica. O jogo de sombras, a textura dos materiais e os movimentos elegantes estão presentes nesse stop-motion muito bem executado. Um complemento disso é a versatilidade de demonstrar a passagem do tempo dentro da mesma "casa" com personagens tão diversos.
Vale a pena conferir, mas não é uma obra que me despertaria interesse de ver novamente tão em breve. Vale bastante pela primeira história mais sombria e pra admirar a confecção. Boa antologia!
Pânico 4
3.2 2,7K Assista AgoraUm filme sem alma, apesar de ter pontos válidos. Pânico 4 segue a tradição de ter um ótimo começo, apesar do desenvolvimento sem gosto, e um final esplêndido.
Nosso trio maravilha está de volta, melhor colocados do que em Pânico 3, e com mais desafios do que o filme anterior. Porém, não conseguem salvar a decadência de desenvolvimento do filme. Os coadjuvantes são totalmente esquecíveis, com personagens vazios, modernização cafona e ode forçada à internet. A única, e interessante, vantagem tirada dos personagens não principais do filme é sua devoção e fanatização pelas mortes e tragédias dos acontecimentos passados. Algo assustadoramente real e atual.
Apesar disso, o final compensa assistir.
Emma Roberts não mostra nada de especial ao longo do filme, mas é o Ghost Face mais cruel desde Billy, no primeiro filme.
Sem ser cruel, é um filme aceitável. Dá pra assistir, mas é bem inferior à trilogia anterior. Não agrega nada de muito importante, mas vale a pena numa maratona ou pra apreciar o final diferentão.
Pânico 3
3.0 775 Assista AgoraSe Pânico é a sátira dos clássicos de terror, Pânico 3 é o trash da sátira, se isso for possível. Ao mesmo tempo que o filme parece uma piada, o final consegue inserir entranhas no passado do primeiro filme e ser justificado.
A falta de boas atuações continua, mas a esperteza também. Foi unido ao tom caricato boas ideias de ter um filme dentro do filme, tendo inclusive cenas dentro de cenas do primeiro longa, o que é fantástico de ver. A metalinguagem continua muito bem presente.
Sidney continua a protagonista nada atraente, muito chata na tela e com um protagonismo forçado, enquanto personagens mais consolidados como Gale e Dwight parecem perder todas as estribeiras e esquecerem suas funções dos outros dois longas. Isso seria um defeito grande se o filme todo não passasse o tom de ridicularizar a própria saga. Essa sequência quer concluir a origem e ao mesmo tempo zombar de sua existência. Ter outra Sidney, outra Gale, outro Dwight, tudo isso é interessante se avaliado dentro do contexto dos personagens estarem muito perdidos.
Um ponto bacana é o clima Hollywoodiano unido a apetrechos do próprio filme, como mortes em salas de acessórios que incluem as facas do filme e até várias fantasias do Ghost Face.
Por fim, é um filme de contrastes. Odiado por muitos, mas pra mim trás uma originalidade que foi perdida no segundo filme, que tenta ser apenas uma sequência. Como praxe dos filmes Pânico, o final é ótimo! Um bom filme!